Vous êtes sur la page 1sur 33

1

DIAGNOSTICO SOCIAL DO
BAIRRO SÃO PEDRO DO
MUNICIPIO DE TERESINA-PI

Teresina, PI Maio de 2015.

Página | 1
2

APRESENTAÇÃO

O presente estudo é fruto de um Projeto de Intervenção, que foi elaborado e


executado por um grupo de quatro estagiarias do 8º período de Serviço Social, do Serviço
Escola Integrada de Saúde Carolina Freitas Lira, que juntamente com a supervisora de
campo e a Supervisora Acadêmica, planejaram as ações e metodologia á serem
utilizadas no processo de elaboração e operacionalização do Diagnóstico Social do Bairro
São Pedro.
O documento foi construído de forma dinâmica, com a finalidade, de conhecer e
compreender a realidade, a partir dos aspectos sociais, econômicos e geográficos do
Bairro São Pedro, bem como, resgatar o papel da comunidade como sujeitos de suas
próprias demandas e potencialidades.
Assim, o conhecimento da realidade e a sistematização do presente documento, irá
subsidiar o processo de tomada de decisões, já que, reúne e transforma dados em
informações uteis. Além disso, poderá ser utilizado para orientação da gestão municipal
nos processos de implementação e acompanhamento de politicas e programas sociais,
bem como fonte de pesquisa e trabalho para pesquisadores e estudiosos da realidade
social.
No primeiro momento, será apresentada a metodologia utilizada para a realização
do trabalho, com o objetivo de esclarecer ao leitor, o método adotado durante a execução
do diagnóstico.
A seguir os dados e analises serão sistematizados, apresentados por meio de
eixos que contemplaram: o histórico do bairro São Pedro e seus aspectos geográficos,
aspectos econômicos, população, habitação, saúde, segurança pública, educação,
assistência social e organizações e movimentos da comunidade.
Finalmente, buscou-se apresentar à comunidades e envolvidos nesse processo, os
resultados encontrados mediante as analises e dados colhidos e realizados.
3

1. METODOLOGIA

O Diagnóstico Social do bairro São Pedro surgiu da necessidade de identificar a


partir do olhar da própria comunidade, quais as fragilidades, potencialidades, demandas,
problemas e serviços que o bairro apresenta. Levando-se em consideração o conceito
dado por Brasil (2013, p.69)

O diagnóstico visa organizar dados, produzindo informações e análises


capazes de serem absorvidas para a tomada de decisão. Para ser útil, o
diagnóstico deve consistir em um estudo da situação de uma determinada
população e sua região, com textos descritivos ou analíticos, tabelas de
dados, cartogramas e, especialmente, indicadores específicos sobre os
vários aspectos da realidade local e regional.

O estudo da situação consiste na caracterização, compreensão e na explicação de


determinada situação tomada como problema para o planejamento e na determinação da
natureza, limitações e possibilidades. Levando-se em consideração que, as aproximações
sucessivas ao objeto, promovem a abertura de novos horizontes. Essas aproximações, no
entanto, tem como referencia a intencionalidade constituinte em relação à ação que
deverá ser subsidiada. Quando a intencionalidade visa à mudança, é necessário conhecer
como se engendram e como se estruturam as diferentes instancias de poder e os seus
eixos (BAPTISTA, 2013).
Diante disso, o diagnostico social trata-se de um instrumento que sistematiza o
conhecimento, a análise e o aprofundamento da realidade, fundamentais pra subsidiar as
ações, tanto como, as intervenções profissionais e dos setores no âmbito das politicas
públicas.
Entretanto, para a realização do diagnóstico social, adotou-se a metodologia do
Diagnóstico Rápido Participativo – DRP, tendo em vista que, este refere-se ao conjunto
de técnicas e ferramentas que, permite à comunidade realizar o seu próprio diagnostico, e
a partir daí comecem a auto gerenciar o seu planejamento e desenvolvimento, bem
também como a mobilização dos interessados em torno da reflexão sobre a situação atual
e a visualização de cenários futuros (VERDEJO, 2006)
Dessa forma, o Diagnóstico realizou-se através de uma abordagem qualitativa, pois
busca entender um fenômeno específico em profundidade, trabalhando com descrições,
4

comparações e interpretações, visto que, segundo Minayo (2003) a pesquisa qualitativa


se preocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado, mas com o universo
das significações onde os fenômenos não podem ser reduzidos à operacionalização de
variável. Utilizou-se também, a pesquisa quantitativa, uma vez que, esta trabalha a coleta
de dados precisos e confiáveis. Sendo assim, o método utilizado foi o dialético,
possibilitando uma análise crítica da realidade na perspectiva de compreendê-la a partir
de uma totalidade social.
A coleta de dados ocorreu, através de visitas domiciliares e institucionais
(realizadas pelas pesquisadoras), observação em equipe, encontro integrador e oficina de
participação. Cabe ressaltar, que segundo Baptista (2013), a coleta de dados, inicia-se, a
partir de uma aproximação preliminar exploratória que busca levantar informações.
Assim, o planejador deverá colher às informações disponíveis e programar
investigações e pesquisas dos aspectos que parecem obscuros ou que necessitem de
maior aprofundamento para embasarem as primeiras tomadas de decisões.
Desse modo, conforme Magalhães (2003, p.54): “O objetivo da visita é clarificar
situações, considerar o caso na particularidade de seu contexto sociocultural e de
relações sociais. Jamais pode ser uma visita invasiva, mesmo tratando-se de inspeção”.
Tendo em vista, a importância e função da visita, seja ela domiciliar ou institucional,
esta objetiva-se à complementar dados, observar relações sociais em sua singularidade,
como também, o ambiente de convivência, seja este o lar, a escola ou outros espaços em
que se efetivem as relações sociais do usuário (MAGALHÃES, 2003).
A partir das visitas realizadas, oportunizou-se um breve contato, com profissionais
(gerentes e coordenadores, professores, delegado, orientadora social, assistente social)
envolvidos na construção do diagnostico, bem como, moradores e representantes
comunitários. Para que o sigilo da identidade das pessoas visitadas fosse respeitado,
foram dados nomes fictícios às mesmas, nominadas em A, B, C, D, E, F.
O DRP foi aberto à participação e colaboração da comunidade, criando assim, a
oportunidade da vivência democrática, isto é, produzindo conhecimento coletivamente e
criando opções para as decisões coletivas em torno dos objetivos e das ações do projeto
como um todo, além do levantamento de dados e percepções. Dessa forma, o DRP
aconteceu em seis etapas, conforme descritas a seguir.
5

Na primeira etapa foi realizada à mobilização da comunidade e instituições públicas


(Escolas, Unidade Básica de Saúde (UBS), Movimento Pela Paz na Periferia (MP3), 3º
Distrito Policial, Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS),
Centro de Referencia de Assistência Social (CRAS), Igreja Católica e Evangélica
(Assembleia de Deus), Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação, Faculdade
Santo Agostinho, como também os lideres comunitários e representantes dos órgãos e
serviços que prestam atendimento ao bairro (ACEP, Conselho Comunitário, Associação
de moradores, Clube de mães), através de envio de cartas e ofícios, como também
realizou visitas institucionais, e visitas domiciliares á alguns moradores e representantes
sociais.
Em seguida, deu-se a realização do primeiro encontro integrador, a fim de
apresentar, o Projeto de Intervenção (Diagnostico Social do Bairro São Pedro) á
comunidade, apresentando-lhes assim, qual seria a metodologia utilizada, o objetivo
principal do projeto, o processo de operacionalização do diagnóstico e, sobretudo,
convidar os participantes a contribuir na construção e fomentar a importância da
participação dos mesmos. A proposta do projeto foi bem acolhida e aceita pela
comunidade e participantes presentes no encontro, onde estes se comprometeram a
ajudar e participar das oficinas e dos encontros que serão realizados no decorrer da
construção e execução do projeto.
Posteriormente, foi realizada uma oficina, cujo objetivo, era de identificar as
vulnerabilidades, potencialidades e aspectos sociais e econômicos relevantes do bairro.
Para isso, foi utilizada uma das técnicas do DRP: FOFA (Fortalezas, Debilidades,
Oportunidades e Ameaças).Nesta etapa, foram feitos dois grandes grupos onde cada um
ficou com dois eixos á serem discutidos, entre eles estavam: educação, saúde,
assistência social, segurança e meio ambiente.
Em síntese, as Fortalezas são os fatores no interior do grupo que contribuem para
o seu melhor desempenho; as debilidades seriam os fatores no interior do grupo que
influem negativamente sobre o seu desempenho; as oportunidades são fatores externos
que influem ou poderiam influir positivamente no desenvolvimento organizativo do grupo,
porém sobre os quais o próprio grupo não exerce controle; e por fim as ameaças, que são
aqueles fatores externos que interferem negativamente sobre o desenvolvimento
6

organizativo do grupo, porém sobre os quais o próprio grupo não tem controle
(VERDEJO, 2006).
Logo em seguida, realizou-se uma nova reunião, a fim de apresentar uma minuta
do diagnostico a comunidade, para que os resultados, dados e informações alcançadas
na ultima oficina, fossem revisados com todas as pessoas da comunidade que
participaram, a fim de que, seja feita uma identificação das informações que faltam, bem
também, como verificá-las e avaliar a eficiência das ferramentas utilizadas.
A última etapa consistiu na elaboração do relatório final do diagnóstico participativo,
a partir, das analises dos dados e informações colhida. Segundo Verdejo (2006),é o
momento mais difícil do DRP, pois não se trata de elaborar uma simples documentação,
mas, sim, de fazer uma interpretação que permita melhorar o conhecimento da situação
atual da comunidade e de suas opções para o futuro.
Finalmente, buscou-se a socialização e apresentação do Diagnostico para a
comunidade, poder púbico, instituições privadas e públicas bem como, o corpo docente e
discente da Faculdade Santo Agostinho. Este é o momento mais importante de todo o
processo, pois permitirá o compartilhamento de uma realidade com aqueles que a
desconhecem, como também, fará com que a população e órgãos responsáveis pensem
em estratégias e ações que possam contribuir para a melhoria e/ou desenvolvimento da
comunidade, despertando assim, um novo olhar das pessoas para as questões,
problemas e qualidades que o Bairro possui.
As pesquisas e estudos para que a construção do Diagnostico fossem possíveis,
se deram no período de 6 (seis) meses, iniciando-se em novembro de 2014 e finalizando-
se em maio de 2015, considerando que, este estudo é um trabalho inacabado, pois trata-
se da realidade social de uma comunidade que tem sua dinamicidade ativa
7

2. HISTÓRICO DO BAIRRO SÃO PEDRO E SEUS ASPECTOS GEOGRÁFICOS

O Bairro São Pedro está localizado na Zona Sul de Teresina, aproximadamente 3,5
km do Centro da cidade. Antes era considerado como parte territorial da Vermelha e
Tabuleta. Com o tempo seu povoamento foi se dando em torno da Igreja de São Pedro,
ficando assim o bairro conhecido pelo nome do santo. O bairro compreende a área
contida no seguinte perímetro: partindo do cruzamento da Rua Murilo Braga com a Av.
Barão de Gurguéia, segue pela citada avenida, em sentido sul, até o cruzamento da Av.
Industrial Gil Martins; continua, em sentido oeste, até o eixo do Rio Parnaíba, por onde
prossegue até o alinhamento da Rua Abílio Guimarães; daí, pelo alinhamento e pela
própria via, atinge a Av. Pedro Freitas e, depois, a Rua Murilo Braga, retornando ao ponto
de partida, como ilustra a Figura 1.

Figura 1 Vista aérea da região sul de Teresina, em destaque o Bairro São Pedro.

Fonte: SEMPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação), 2015.

Segundo relato de moradores, quando os primeiros residentes começaram a


chegar e povoar o bairro, este não tinha água encanada e nem rede de energia elétrica,
ao longo das décadas essas questões foram sendo sanadas, ou melhor, a região foi se
desenvolvendo tanto economicamente quanto socialmente, gerando assim, o progresso
8

local. Entretanto, com isso também surgiram-se algumas vulnerabilidades que marcaram
a historia do bairro, como a violência e o tráfico de drogas.
A maior fonte de renda do Bairro São Pedro antigamente, se dava através do
cultivo de hortaliças e verduras para a venda no mercado central, como também das
olarias que existiam à beira do Rio Parnaíba, promovendo assim, o desenvolvimento
econômico e o sustento das famílias que residiam no bairro.
Conforme Moradora C, residente do bairro há 79 anos, e uma das primeiras por
sinal, aos seus 95 anos, relata que antigamente não existia supermercados na redondeza,
somente quitandas, o bairro também não contava com as Avenidas que hoje cortam e
ligam o bairro a outros bairros e locais da cidade, como a Avenida Barão de Gurgueia e
Avenida Maranhão, e as ruas eram conhecidas apenas como “varedas” (pequenos
carreiros que davam acesso às casas e ao rio que era o principal lazer da época).
O bairro era marcado pela pobreza e simplicidades daqueles que aqui residiam,
entretanto, com o tempo foram sendo instaladas indústrias, faculdade, comércios,
restaurantes, e serviços públicos como escolas e unidade de saúde, o que favoreceu a
economia e o desenvolvimento local. Hoje se caracteriza como um bairro nobre, devido à
renda mensal familiar por domicilio ser até de dois salários mínimo e meio, de acordo com
os dados e senso do IBGE (2010).
Nesse sentido, Minayo (2008) considera que, as sociedades humanas existem num
determinado espaço, cuja formação social e configurações culturais são especificas. De
forma que, vive-se um presente que foi marcado pelo passado, e projeta-se um futuro a
partir das marcas passadas, numa reconstrução constante do que está dado e do novo
que surge.
Por isso, é de suma importância conhecer e reconhecer o percurso histórico de
uma sociedade ou comunidade, pois todo estudo/investigação social precisa registrar a
historicidade humana, respeitando a especificidade da cultura, que trazem em si, de forma
complexa, os traços dos acontecimentos de curta, média e longa duração, que podem ser
expressos em seus bens materiais e simbólicos (MINAYO, 2008).
9

3. ASPECTOS ECONOMICOS

De acordo com o censo do IBGE de 2010 do bairro São Pedro o valor do rendimento
nominal mediano mensal per capita, dos domicílios particulares permanentes é de R$
1.310,00. Este valor encontra-se acima da média da zona Urbana do município, que é de
R$ 1.200,00, essa situação reflete numa boa posição que o Bairro ocupa no ranking dos
bairros, ficando em 45º lugar.
O Bairro contempla parte do Centro Administrativo do Governo, distribuidora de
remédios (Grupo Jorge Batista) e grandes empresas do Grupo Claudino (Halley, Socimol,
Ônix e Guadalajara), na Faculdade Santo Agostinho há um grande número de vínculos
empregatícios em que eles priorizam os moradores da comunidade, o bairro também é
marcado por atividades comerciais de pequenos empresários do ramo de prestação de
serviços, em grande parte, de configuração familiar.
No Bairro São Pedro há centenas de empresas de vários segmentos já ocupa
quase a totalidade de espaços. Conforme estudos realizados sobre o bairro, Fortaleza
(2005 apud Projeto SIS-CFL, 2010) diz:

As empresas pesquisadas no bairro São Pedro estão concentradas no


setor de comércio com 59,5% (cinquenta e nove vírgula quatro por cento),
seguindo pelo setor de serviços com 36,5% (trinta e seis vírgula cinco por
cento). O setor indústria apresenta inexpressivo percentual com apenas
4,2% (quatro vírgula dois por cento). Esta situação é verificada na região
por se caracterizar como uma área residencial, o que provavelmente leva a
instalação de empresas dos setores comercial e prestador de serviços
para atender a demanda dos residentes desta localidade, assim como dos
bairros adjacentes.

Em média os lucros familiares provem de comércios atacadistas e varejos, por


pequenos empresários, pois é a partir desta renda que a maioria das famílias consegue
garantir o seu sustento financeiro.
10

4. POPULAÇÃO

Em 2010 a população do bairro São Pedro representava 1,14% da cidade de


Teresina e ocupava a 28º posição entre os demais bairros (Gráfico 1), porém, essa
realidade tem sido modificada nas últimas décadas, devido a sua considerável diminuição
da população em 5%. Segundo os relatos dos próprios moradores, isso decorre devido ao
alto índice de violência, a falta de infraestrutura, lazer e serviços que o bairro ainda não
oferece, como Escolas de Nível Médio suficiente para atender todos os Jovens da
comunidade, sem que estes precise se deslocar para os bairros vizinhos ou mais
distantes, falta de policiamento e segurança adequada e suficiente e a falta
principalmente de lazer, praças, quadras de esportes, entre outros.

Gráfico 1. Representação da População do Bairro São Pedro.

Fonte: SEMPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação), 2015.

Sua população é marcada 54% por mulheres e 46% de homens, isso significa que
mais da metade da população é composta por mulheres e a maioria da população possui
faixa etária de 35 a 49 anos, ou seja, a população que aqui reside é uma população jovem
e ao mesmo tempo adulta.
11

Em decorrência á esse percentual, comprova-se também que, as maiorias das


famílias do bairro são chefiadas por mulheres.
12

5. HABITAÇÃO

A função primordial da habitação é a de abrigo. Com o desenvolvimento de suas


habilidades, o homem passou a utilizar materiais disponíveis em seu meio, tornando o
abrigo cada vez mais elaborado. Mesmo com toda a evolução tecnológica, sua função
primordial tem permanecido a mesma, ou seja, proteger o ser humano das intempéries e
de intrusos (ABIKO, 1995).

Gráfico 2 - Representação domiciliar do Bairro São Pedro.

Fonte: SEMPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação), 2015.

Segundo os dados fornecidos pela SEMPLAN (Gráfico 2) fundamentado no censo


de 2010 do IBGE, o tipo de domicílios predominante no bairro São Pedro são casas, no
qual, a maioria delas são de origem própria, havendo uma media de3 (três) pessoas por
domicilio. Nesse sentido, os moradores do bairro afirmam que, as condições de moradia
da comunidade melhoraram bastante, devido ao projeto “Vila Bairro”, que segundo Neto;
Lima (2007, p.110-111) é uma iniciativa do governo municipal juntamente à sociedade
civil:
13

Para a materialização do Vila-Bairro, o governo municipal traçara como


objetivos estratégicos a implantação de ações globais de infraestrutura
física e social, a parceria entre o poder público municipal e a sociedade
civil e o estímulo à geração de renda. Delineava-se, assim, a ideia de que,
dotando desses serviços as áreas-foco e ensejando as condições de
geração de renda, a administração municipal realizaria, de forma objetiva,
a integração delas à cidade. Essa nova proposta contemplava a
possibilidade de se efetivar uma intervenção pública mais ampla no espaço
urbano, diferente das tradicionais, que se restringiam a iniciativas pontuais
de baixo impacto social, uma vez que nas ações integradas ao Projeto a
dimensão da moradia, por exemplo, não se limitava à regularização da
terra ou à melhoria da habitação, mas envolvia outros aspectos, como
condições sanitárias e ambientais.

Dessa forma, segundo os moradores do bairro foram atendidas mais ou menos


100 famílias com o projeto Vila-Bairro, sendo a maioria da Vila Nova Parnaíba.
Conforme os dados analisados (Gráfico 2) no que se refere ao abastecimento de
água, cerca de 99% dos domicílios tem o abastecimento realizado através da rede geral
fornecida pela AGESPISA.O esgotamento sanitário do bairro predominante consiste a
maioria em fossas séptica, porém, a rede de esgoto seria de 27%, caso estivesse
funcionando, entretanto, segundo a AGESPISA, em 2014 essa rede não estava
funcionando, o que dificulta assim a precisão desse percentual.
Tendo em vista saneamento básico é um conjunto de procedimentos adotados
numa determinada região, que visa proporcionar uma situação higiênica saudável para os
habitantes, sendo assim um fator essencial para prevenção de doenças e melhoria da
qualidade de vida da população.
Como consequência dessa falta de saneamento, além dos danos causados ao
meio ambiente, o despejo de esgoto doméstico se tratamento é uma grande risco a saúde
pública, causando doenças, por exemplo, cólera, diarreia, entre outras.
De acordo com os dados do IBGE, (Gráfico 3) os domicílios ocupados são
atendidos 100% pelo fornecimento de energia elétrica. No entanto, segundo relatos da
comunidade durante a oficina realizada e do presidente da Associação De Moradores,
este dado não condiz com a realidade, pois, ainda existem ruas em condições de
fornecimento elétrico irregular, feitos a partir de “gambiarras”, ou seja, mesmo se tratando
de um bairro central, localizado na zona urbana da cidade, o bairro ainda sofre com o
descaso de alguns órgãos e serviços público, ainda que as condições de moradia
adequada seja um direito social garantido pela Constituição Federal. Em virtude disso, os
14

moradores sofrem grandes consequências, sendo uma delas a falta de coleta de lixo
regulamente, já que, a rua torna-se inacessível. Dado o exposto, apenas 97% dos
domicílios têm o serviço de coleta de lixo.

Gráfico 3 - Serviços Básicos

Fonte: SEMPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação), 2015.

Diante do exposto fica evidente que as políticas públicas não estão sendo
devidamente executadas no bairro São Pedro, levando-se em consideração, a própria
insatisfação dos moradores, ao relatar suas angustias e os problemas vividos no dia-a-dia
do bairro.
15

6. SAÚDE
O conceito de saúde contido na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 8080/90
ressalta as expressões da questão social, ao apontar “a saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantindo mediante politicas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (CF, 1998, artigo 296) e indicar
como fatores determinantes e condicionantes de saúde, “entre outros, alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressão a organização social e econômica do País” (Lei nº 8.080/90, artigo
3º).
É dever do Estado, promover a todos os cidadãos as condições de pleno exercício
da Saúde como direito fundamental, porém quando o Estado não estiver dando conta ode
recorrer para a iniciativa privada, de acordo com a CF 1988 Art. 199 “a assistência à
saúde e livre à iniciativa privada”, onde as instituições privada poderão participar de forma
complementar do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é um sistema oficial brasileiro,
tem mais de 15 anos de existência, e um espaço destinado aos que não têm acesso aos
subsistemas privados, como parte de um sistema de três princípios: a universalização, a
equidade e a integralidade da atenção.
No bairro São Pedro, no que tange à saúde (Tabela 1) existe uma Unidade de
Básica de Saúde que atende o bairro, que fica localizada no bairro vizinho Tabuleta e um
Centro de Diagnóstico Dr. Raul Bacellar (público). Porém a comunidade reclama pelo fato
do próprio bairro, não possuir uma unidade básica de saúde, podendo contar também
com o Hospital de Urgência de Teresina HUT, que fica nas proximidades do bairro São
Pedro, em casos de urgências e emergências. No entanto, a comunidade tem recorrido
com maior frequência, aos serviços prestados pelo Hospital do Parque Piauí, tendo em
vista, que é competência desses, oferecer atendimento quanto á internação, diagnostico e
tratamento aos ferimentos, ou seja, um atendimento mais complexo e amplo. O bairro
também possui dois serviços privados: Hospital São Pedro e o Serviço Escola Integrado
de Saúde Carolina Freitas Lira/ SIS-CFL.
O bairro conta também, com o Serviço Escola Integrado de Saúde Carolina
Freitas Lira, implantado desde 2010, pela Faculdade Santo Agostinho, a fim de cumprir
16

com o seu projeto de responsabilidade social, mas, sobretudo, oferecer suporte e apoio
as redes de saúde local, visando o bem-estar e melhores condições de vida á população
do bairro e de quem venha a necessitar.

Tabela 1: Redes de Serviço de saúde


UNIDADE ESPECIFICIDADE ÂMBITO ENDEREÇO
Coleta e analises MUNICIPAL
Centro de Diagnóstico por laboratorial e de Rua: Piripiri, n.
Exames Dr. Raul Bacellar citologia. 7620 Bairro:
(exames laboratoriais, serviços São Pedro
oferecidos aos centros de
referencia em saúde de Teresina).

consultas MUNICIPAL Rua: Min.


Unidade Básica De Saúde (UBS) médicas, Pedro Borges
– Tabuleta inalações, Bairro: Tabuleta
injeções,
curativos, vacinas,
coleta de exames
laboratoriais,
tratamento
odontológico,
encaminhamentos
para
especialidades e
fornecimento de
medicação básica.

Centro de Atenção Psicossocial Atendimento Avenida Barão


(CAPS) psicossocial MUNICIPAL de Gurgueia, n.
2913

Hospital São Pedro (Centro Urgência adulta e PRIVADO Rua: Porto,


Médico – Hospitalar) infantil; internação n.991
ambulatorial e Bairro: São
pequenas Pedro
cirurgias.

Serviço Escola Integrado de Serviços de Avenida Barão


Saúde Carolina Freitas Lira fisioterapia; de Gurgueia, n.
(SIS/CFL): clínica escola de enfermagem; PRIVADO 2636
instituição de Ensino Superior que nutrição; serviço Bairro: São
oferece serviços ambulatoriais de social; serviço de Pedro
Fisioterapia, Nutrição, educação física e
Enfermagem, Farmácia e Serviço futuramente
Social. serviço de
farmácia.

A comunidade do bairro também pode contar com o Centro de Atenção


Psicossocial (CAPS), localizado na Av. Barão de Gurgueia, Nº 2913 no bairro Vermelha,
17

que dispõe de serviço de saúde mental aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde
(SUS). Em suma, os CAPS são unidades de atendimento intensivo e diário aos
portadores de sofrimento psíquico grave. Com o objetivo de oferecer atendimentos para a
população da área, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos
usuários, através do acesso ao trabalho, educação, lazer, exercício dos direitos civis,
fortalecimento dos laços familiares e comunitários, este serviço atende homens ou
mulheres que sofrem transtornos mentais severos ou persistentes, que tem idade acima
de 18 anos (Fundação Municipal de Saúde, 2015).
18

7. ASSISTÊNCIA SOCIAL

Atualmente, os moradores do bairro São Pedro podem contar com serviços e


atendimentos na área de assistência social, sendo o Centro de Referência de Assistência
Social e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
O primeiro, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), está responsável
em atender as demandas e famílias que fazem parte do território sul da cidade (CRAS Sul
III) cujo caráter, refere-se à unidade de proteção social básica do SUAS.
Assim, de acordo com Sousa (2014) é papel fundamental do CRAS, prevenir a
ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares
e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania em articulação com
rede de serviços de Proteção Social como, assistência social, saúde, educação, dentre
outros.
Em relação ao Bairro São Pedro, segundo dados cedidos pelo CRAS, cerca de
29% das famílias atendidas por ações socioassistencias pelos serviços do CRAS são do
bairro São Pedro, conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 Famílias atendidas por ações socioassistencias.

Fonte: CRASS SUL III, 2015.


19

Conclui-se dessa forma, que entre os demais bairros atendidos, o São Pedro
contempla um médio percentual de atenção quanto á assistência ás famílias, o que
consideravelmente, é um fator positivo para o bairro, visto que, caracteriza-se como ação
socioassistencial, toda ação, programas, projetos, serviços de concessão de benefícios
da assistência social (BRASIL. LOAS, 2003).
Em face dessa contingência, observa-se que, a comunidade pode contar com a
disponibilidade de serviços diversos e específicos, tais como: cadastramento e
recadastramento de famílias para programas de transferência de renda (Bolsa Família);
orientação sobre o Beneficio de Prestação Continua; expedição de Passe Livre Municipal
para o idoso e para pessoa com deficiência; orientação e encaminhamento de Passe
Livre Interestadual para pessoas com deficiência; cadastro de Pessoas com Deficiência
para transporte eficiente, vaga em estacionamento, inserção no mercado de trabalho
(TERESINA, 2014).
No que tange ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS), constitui-se em uma unidade pública e municipal, que oferta serviços
especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de violação de direitos,
dentre as quais, violência em suas diversas formas, homofobia, discriminação etárias,
étnicas, de gênero e cumprimento de medidas socioeducativas.
A partir das oficinas realizadas notou-se que, o público alvo nas instituições acima
listadas é composto por idosos, jovens, crianças, adolescentes, pessoas com deficiência.
Em geral, os atendimentos estão voltados para as famílias e indivíduos que se encontram
em situações, nas quais seus direitos não estão sendo respeitado, exemplo comum
relacionado a isto, é o abandono, abuso e exploração sexual, ameaças, trabalho infantil,
violência, dentre outros, para famílias que não estão cumprindo as condições do
Programa Bolsa Família, e adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas.
Em relação a serviços especializados para pessoas com deficiência o bairro São
Pedro consta com a Associação dos Cegos do Piauí (ACEP), uma entidade particular de
interesse social, criada em 21 de Junho de 1967 no intuito de ter como compromisso de
criar uma entidade que representasse e ao mesmo tempo se destinasse a promover as
pessoas cegas e/ou de visão subnormal.
A instituição oferece vários tipos de serviços, dentre eles: reforço escolar
especializado no ensino fundamental e médio, curso de pré-vestibular alfabetização pelo
20

sistema Braille, adaptação, aulas de locomoção e mobilidade, práticas de atividades


diárias, esporte, lazer e cultura.
Para atendimento com atividades escolares, a ACEP tem o Centro de Habilitação e
Reabilitação para Cegos – CHARCE, atendendo aos alunos com deficiência visual e
Jardim de Infância Tia Graça Neri, atendendo as crianças na faixa etária de 3,5 a 6 anos,
nas atividades da pré-escola, envolvendo crianças cegas e crianças ditas normais da
comunidade. São cerca de 1.000 associados, no entanto o atendimento diário é feito para
cerca de 250 nas diversas modalidades de atendimento.
Em relação à atenção voltada para as crianças e adolescentes, existente no
entorno do bairro, o Conselho Tutelar, que são órgãos permanentes e autônomos, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente, definidos na Lei Federal 8.069 de 13 de Julho de 1999 no Art.
131 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O conselho tutelar garante as crianças e
jovens, o apoio social, para orientação de seus direitos em determinadas situações.

Serviços e Instituições da Assistência Social


INSTITUIÇÃO DESCRIÇÃO DO SERVIÇO
É uma unidade de proteção social básica do SUAS, que tem por
OCentro de Referência de objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e
Assistência Social riscos sociais nos territórios, por meio do desenvolvimento de
(CRAS Sul II) potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares
Rua 63, nº 2050 e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania
Bairro: Promorar em articulação com rede de serviços de Proteção Social como,
assistência social, saúde, educação, dentre outros
Centro de Referência É uma unidade pública e estatal, que oferta serviços especializados e
Especializado de Assistência continuados a famílias e indivíduos em situação de violação de
Social direitos, dentre as quais, violência em suas diversas formas,
(CREAS SUL) homofobia, discriminação etárias, étnicas, de gênero e cumprimento
Rua João Virgílio, nº 1414 de medidas socioeducativas em meio aberto.
Bairro: Vermelha
Conselho Tutelar III São órgãos permanentes e autônomos, não jurisdicional, encarregado
Rua João Virgílio, nº 1414 pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
Bairro: Vermelha adolescente, definidos na Lei Federal 8.069 de 13 de Julho de 1999 no
Art. 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O conselho tutelar
garante as crianças e jovens, o apoio social, para orientação de seus
direito em determinadas situações.
Associação dos Cegos do Piauí É entidade particular de interesse social, criada em 21 de Junho de
(ACEP) 1967 no intuito de ter como compromisso de criar uma entidade que
Rua Beneditinos, nº 537 representasse e ao mesmo tempo se destinasse a promover as
Bairro: São Pedro pessoas cegas e/ou de visão subnormal.
21

 Outras ocupações e movimentos de comunidade no bairro São Pedro

Quanto ao fortalecimento do combate à criminalidade do bairro, os moradores relatam


o Movimento pela Paz na Periferia (MP3), no qual, trabalha com crianças e adolescentes
em situação de vulnerabilidades, no intuito de promover a inclusão social, através de
atividades esportivas, cursos, como informática, entre outros, tem auxiliado e colaborado
para minimizar os efeitos adversos, ocasionado e trazidos pela criminalização e trafico de
drogas.
A população dispõe também, de um grupo de escoteiros nomeado de Pelotão Mirim,
cuja iniciativa partiu da Igreja Católica local, tendo como objetivo, trabalhar a disciplina
dos jovens de ambos os sexos. Muito embora, seu funcionamento ainda seja de maneira
precária, contando apenas com uma pequena parcela da comunidade. Atualmente, o
grupo tem suas atividades e encontros realizados na Unidade Escolar José Auto de
Abreu, que cedeu o espaço aos sábados, em virtude do grupo não possuir lugar definido,
em virtude de o bairro não possuir praças e espaços de lazer, que possa servir para a
realização do treinamento.
A comunidade conta também com o grupo de Mães que fica localizado no próprio
bairro, desenvolvendo trabalhos artesanais, confecção de estofados, várias atividades
que por meio das produções possa tirar lucro. Com o apoio da igreja Evangélica
Assembleia de Deus o grupo de Mães oferece trabalho de aprendizagem com as crianças
aos finais de semana, a fim de despertar nelas o interesse pela produção e até mesmo,
como forma de ocuparem o seus momentos de lazer, evitando assim a ociosidade, já que
o bairro não dispõe de áreas culturais nem espaços de lazer. Os moradores contam
também, com o apoio da Casa de Zabelê, localizada nas proximidades do bairro, e presta
atendimento ás jovens em situação de riscos.
22

8. SEGURANÇA PÚBLICA

A segurança pública enquanto função desenvolvida pelo Estado é responsável


por executar ações de repressão e oferecer estímulos ativos para que os cidadãos
possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir, protegendo-os dos riscos a que estão
expostos. De acordo com a Constituição Federal em vigor:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – policia federal;
II – policia rodoviária federal;
III –policia ferroviária federal;
IV – policias civis;
V – policiais militares e corpos de bombeiros militares; (BRASIL, 2012,
p.43).

Voltando-se para a história do Bairro São Pedro segundo relatos dos moradores, esta
é marcada por uma briga acirrada entre gangues rivais, que disputam o controle e os
pontos de tráfico existentes no bairro. Com isso, aumentam-se os índices de violência
local, recrutando dessa forma, os jovens para o mundo das drogas e da criminalização.
Segundo os próprios moradores do bairro e adjacências, isso se deve pela falta de
projetos sociais voltados para a inserção desses jovens no mercado de trabalho, nas
escolas e na sociedade, tornando-os ociosos e carentes. Esse fator também acaba por
comprometer a segurança do Bairro, requerendo assim, um reforço policial frequente e
que garanta a segurança da comunidade no bairro. |
Atualmente, o bairro possui um Posto de Policiamento Ostensivo- PPO, que fica
localizado na Rua Beneditino, e funciona dentro das instalações da ACEP (Associação de
Cegos do Piauí), devido as grandes e decorrentes reclamações feitas ao PPO, de
violência acometida contra os cegos, dentre elas, as mais frequentes refere-se aos
assaltos. Hoje, no entanto, o 1º Batalhão da Policia Militar é o responsável pela ronda
policial e controle da criminalidade local, contando ainda, com o apoio da Delegacia do 3º
Distrito Policial.
Por outro lado, existe ainda um grande índice de tráfico de drogas, furtos de bens
pessoais, como: celular, dinheiro, documentos pessoais, dentre outros. Entretanto, os
arrombamentos de casas e estabelecimentos tiveram uma baixa no primeiro período do
23

ano de 2015, isso se deve, pelo fato dos moradores recorrerem a sua própria segurança
através de instalações de câmeras de segurança, cerca elétrica, altos muros e todo um
conjunto de serviços de segurança que o setor privado oferece hoje no mercado.
Conforme pesquisa realizada na Delegacia do 3º Distrito Policial os índices de
violência aumentaram, por outro lado, os furtos e roubos tiveram uma considerável
diminuição, o que favorece ao bairro a condição de não ser um dos bairros mais violentos
e perigosos da cidade, visto que, comparando-se com a zona leste e com bairros como o
Dirceu, Pirajá, Saci, o São Pedro tem baixos registros de ocorrências Vide (Gráfico4).

Gráfico 4 - Ocorrências Registradas no 3º Distrito Policial

Ocorrências (*)
60

50

40

30

20

10

(*) Ocorrências registradas do 3º Distrito Policial referente ao mês de Fevereiro de 2015.

De acordo com os dados, nota-se que, mesmo com a diminuição de furtos e


roubos estes ainda são os campeões em registro de ocorrências no bairro, tendo as
mulheres como principais vitimas da violência, e os homens como principais autores
desses crimes.
24

9. EDUCAÇÃO

Antigamente, a educação era considerada, parte do desenvolvimento das


potencialidades interiores do homem, cabendo ao educador apenas exteriorizá-las. No
entanto a educação tem uma dimensão maior do que propriamente ensinar e instruir. Em
sentido amplo, representa-se tudo aquilo que pode ser feito para desenvolver o ser
humano, no sentido estrito, representa a instrução e o desenvolvimento de competências
e habilidades.
O Bairro São Pedro possui seis Escolas e uma Faculdade, todas as escolas são do
âmbito público, tendo apenas a Faculdade Santo Agostinho, como âmbito privado
(Tabela.3). Por outro lado, existe no bairro um déficit de ações socioeducativa para os
jovens do bairro, que proporcionem o fortalecimento da aprendizagem e tire-os da
criminalidade e do tráfico de drogas, fomentando a inclusão social.

Tabela 3 - Escolas e Redes de Ensino do Bairro São Pedro


Rede de Ensino Escolas Nível Nº de alunos Endereço

EDUCAÇÃO CHARCE- Centro de Fundamental/Médio Rua: Beneditinos,


ESPECIAL Habilitação e n.537, São
Reabilitação de 89 Pedro.
cegos

ESTADUAL U.E Nair Gonçalves Fundamental/Médio Rua: Gilbués,


n.3190, São
304 Pedro.

MUNICIPAL E. M José Auto de Fundamental Rua: Pio IX,


Abreu n.2570, São
365 Pedro.

MUNICIPAL CMEI Valquíria Infantil 99 Avenida


Ferraz Sousa Maranhão, Vila
Nova Parnaíba.

MUNICIPAL Tia Graça Nery Infantil 128 Rua: Beneditinos,


n. 537, São
Pedro.
MUNICIPAL Creche Comunitária Maternal Avenida Pedro
Esperança do Freitas, n.2910,
Amanhecer 50 São Pedro.

PRIVADO Faculdade Santo Superior Aprox. 8 mil Av. Prof. Valter


Agostinho Alencar, n. 665,
São Pedro.
25

No que tange a acessibilidade, o bairro conta com a Escola Municipal José Auto de
Abreu, que além de oferecer ensino fundamental, oferta também o AEE (Atendimento
Educacional Especializado programa que o Ministério da Educação oferece para aquelas
crianças especiais, com algum tipo de deficiência). O atendimento, no entanto, ocorre de
maneira individualmente, visando assim, a habilitação e reabilitação das crianças com
necessidades especiais. O Bairro dispõe também de serviços e atendimento realizados
por o CHARCE (Centro De Habilitação e Reabilitação De Cegos), que presta atendimento
individualmente às crianças, adultos e todos aqueles que possuírem alguma deficiência
visual.
De acordo com as visitas e analise feitas nas Escolas, notou-se a presença de um
fator consideravelmente agravante: a violência escolar (alunos/alunos e
alunos/professores). Pois, existem no bairro, algumas escolas, aonde a violência tanto
física quanto psicológica vem se manifestando de diversas formas e pelos diversos atores
sociais que compõe o corpo escolar. Levando em consideração o entendimento de Silva;
Silva (2005, p.16) a respeito da violência:

A violência não é um ato de exceção que se manifesta em raras ocasiões


ou é praticada apenas por sujeitos enquadráveis no estereótipo clássico de
„desequilibrados mentais‟, sem consciência de seu ato, ao contrário é um
fenômeno praticado por diversos indivíduos, grupo ou até mesmo
instituições, a fim de obter o controle social ou satisfazer seus desejos
pessoais e particulares.

Essas premissas refletem em consequências que atingem o desempenho e o


rendimento escolar, uma das principais consequências trata-se, da evasão escolar,
caracterizada como o abandono à escola pelos alunos. Já que, a escola deixa de cumprir
seu papel social de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles
alunos, professores ou demais funcionários.
26

10. RESULTADOS

Ao longo do processo de execução do Diagnóstico, foi realizado um primeiro


encontro de integração, no qual, proporcionou á equipe, o possível conhecimento do perfil
social da comunidade e suas especificidades, bem como, a apresentação da proposta e
objetivo do projeto á comunidade.
A partir do estudo de realidade e observação sensível, foi possível detectar o perfil
e as especificidades da comunidade do bairro e adjacentes. No entanto, foi através do
primeiro encontro integrador feito com a comunidade, que se definiu o roteiro e o
cronograma para a realização das próximas reuniões e oficinas que estavam previstas em
planejamento. Porém, deixou-se claro à comunidade que, o cronograma poderia passar
por ajustes durante todo o processo, levando-se em consideração, a dinamicidade que
perpetua a comunidade e a própria metodologia do DRP (Diagnostico Rápido
Participativo).
Os debates e oficinas permitiram que, importantes discussões e fatores fossem
levantados e considerados, construindo assim, um favorável diálogo entre a comunidade,
representantes público, estudantes de Serviço Social da Faculdade Santo Agostinho e
Profissionais da área da assistência, discutindo-se os principais problemas, dificuldades e
potenciais e necessidades, encontradas no bairro.
Durante a operacionalização do DRP, foram encontrados dificuldades na
mobilização da comunidade para que estes pudessem participar e contribuir com seus
relatos de vivencia, a respeito da realidade vivida pelo Bairro e o cotidiano das famílias
que residem no mesmo.
De acordo com a oficina realizada no decorrer da execução do Diagnóstico Social
do Bairro São Pedro, cujo objetivo é de identificar, analisar e visualizar a situação atual do
bairro. Adotou-se a metodologia FOFA (Fortaleza, Oportunidades, Fraquezas e
Ameaças), pôde detectar as principais vulnerabilidades, potencialidades e demandas da
comunidade.
No que tange a Saúde, o bairro mesmo apresentando fragilidades e alguns
problemas que atinge a qualidade dos serviços, apresenta algumas potencialidades, que
enriquecem e promovem o seu desenvolvimento, contando assim, com uma Unidade
27

Básica de Saúde, que fica localizado nas adjacências, fornecendo assim, assistência e
atendimento, para aqueles do bairro que vir a necessitar.
Por conseguinte, conta com um laboratório de coleta, análises e citologia, que foi
implantado no bairro a fim de, diminuir as demandas existentes nos postos de saúde,
unidades de saúde, hospitais e pontos de coleta da cidade, favorecendo, principalmente,
a população da zona sul e o centro. Dispõe também, de um Hospital, embora, seja do
âmbito privado, promove o desenvolvimento, empregabilidade e serviços de saúde ao
bairro. O Hospital São Pedro, surgiu com a proposta de descentralizar o atendimento já
realizado no maior complexo integrado de saúde do Piauí, oferecendo maior comodidade
para quem mora na zona sul de Teresina.
A segurança pública no Bairro, por sua vez, ainda é precária, apresentando dessa
forma, consideráveis índices de violência, trafico e uso de drogas. Assim, segundo
moradores, o policiamento local é insuficiente para a demanda, visto que, o bairro só
conta com um Posto de Policiamento Ostensivo (PPO), e um Distrito Policial no bairro
adjacente.
A Educação, por sinal, ainda é insuficiente para atender toda a demanda de jovens
e adolescentes da localidade, não havendo assim, uma Escola que ofereça o Ensino Para
Jovens e Adultos (EJA), e nem aulas durante o turno noturno, para que assim, possa
atender e facilitar a inserção dos jovens que trabalham durante todo o dia, e lhe restam
apenas á noite para se dedicar á formação. Sem contar, a falta de infraestrutura de
algumas escolas existentes no bairro, bem como a violência dentro das escolas, a evasão
escolar e a superlotação de algumas delas, por conta de ter que atender boa parte da
demanda do bairro e adjacências.
No que diz respeito, ao lazer, ao meio ambiente e as politicas públicas que
trabalhem as vulnerabilidades e principais demandas do bairro, estes ainda deixam muito
a desejar, levando-se em consideração que, o bairro por sua vez, não conta com praças,
nem quadras de esportes, bem como, politicas públicas que invistam no fortalecimento
dos serviços e acesso á todos.
28

Referências Bibliografias

BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São


Paulo: Veras Editora, 2013.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de Estudos


do Curso de Indicadores para Diagnóstico do SUAS e do Plano Brasil sem Miséria -
Brasília, DF: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação; Secretaria Nacional
de Assistência Social, 2013.
210p.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional


promulgado em 5 de outubro de 1998, com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais n°s 1/ 92 a 70/ 2012 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão n°s 1 a
6/ 94. – Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal Adjunta de Assistência


Social. Dicionário de termos técnicos da assistência social. Belo Horizonte: ASCOM,
2007. 132 p. Disponível em:
<https://trabajosocialbrasil.wordpress.com/2010/07/19/dicionario-de-termos-tecnicos-da-
assistencia-social-a/> Acesso em 11/05/2015.

LEWGOY, Alzira Maria Baptista; SILVEIRA, Esalba Carvalho. A entrevista nos processos
de trabalho do assistente social. Revista Virtual Textos & Contextos, n.8, Ano XI, dez.,
2007. (01-20p.)

MAGALHÃES, Selma Marques. Avaliação e Linguagem: relatórios, laudos e pareceres.


São Paulo: Veras Editora, 2003.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME.


Disponível:<http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaoespecial/creas> Acesso em:
01/05/2015.
29

NETO, Edmundo. Ximenes. Rodrigues; LIMA, Antônia. Jesuíta. Governo local e


movimentos sociais por moradia: dilemas da gestão urbana. Revista Textos &
Contextos, Porto Alegre, v. 6 n. 1. p. 105-125. jan./jun. 2007. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/1049/3235 >. Acesso
em: 05/05/2015.

SILVA, Helena Oliveira da; SILVA, Jailson de Souza. Analise da Violência contra a
Criança e o Adolescente segundo o Ciclo de vida no Brasil. São Paulo: Global;
Brasília: UNICEF, 2005.

SOUSA, Silvana Carvalho Bacelar. Catálogo de Endereços e Serviços de Rede


Socioassistencial de Teresina. PMT/SEMTCAS- Teresina: 2ª edição revisada, 2014.

VERDEJO, Miguel Expósito. Diagnostico Rural Participativo. Brasília: Secretaria da


Agricultura Familiar – MDA, 2006.
30

ANEXOS
31

ANEXO A
32

ANEXO B
33

ANEXO C

Vous aimerez peut-être aussi