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Resistência ou impedância

O subsistema de aterramento, parte integrante do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosférica (SPDA), destinado a
conduzir e dissipar adequadamente as correntes associadas aos raios para o solo, tem sido na prática geralmente avaliado
quanto a sua eficiência, por meio de medições com instrumentos de baixa frequência, pelo método da queda de
potencial, descrito na norma ABNT NBR 15749:09.

Sendo o valor da resistência de aterramento medida menor ou igual a 10 ?, normalmente este subsistema tem sido
considerado como bom e aprovado, com base no item 5.1.3.1.2 da ABNT NBR 5419:2005, o qual especifica que o valor da
resistência de aterramento deste subsistema, deve ter um valor de aproximadamente de 10 ?, como forma de reduzir os
gradientes de potencial no solo e a probabilidade de centelhamento perigosos.

Se este tipo de aceitação não sofrer uma melhor avaliação, é, por comparação com a área de saúde, o mesmo, e com os
mesmos efeitos posteriores, que medir somente a temperatura corporal, por meio de um termômetro, de um acidentado
que chega ao pronto-socorro atropelado por um caminhão, sem na sequência serem executados exames mais
aprofundados e específicos, tais como raio x, ultrassom, tomografia e outros.

Portanto, aprofundando neste caso nossa avaliação surgem as seguintes perguntas:

1- Deveremos nos preocupar com o valor da resistência ou com o da impedância do subsistema de aterramento de um
SPDA?
2- Onde e como atuar em termos conceituais e em que parâmetros, com o objetivo de tornar a dissipação para o solo das
correntes associadas aos raios de forma eficiente e segura, ou seja, que não causem danos às pessoas, animais e às
instalações, mesmo que atualmente não tenhamos no mercado nacional medidores de impedância?

3- É suficiente somente a análise do valor da resistência (impedância)?

4- Os instrumentos que são utilizados atualmente nas medições, normalmente de baixa frequência, nos fornecem
indicações confiáveis quanto às respostas dos subsistemas de aterramento aos fenômenos transitórios característicos dos
raios?

Para respondermos a primeira pergunta devemos iniciar com a análise espectral de uma onda típica associada a um
impulso transitório, tais como os que são característicos das descargas atmosféricas, a qual nos deixa claro a presença de
altas e baixas frequências (normalmente 5 a 50 kHz mais significativas chegando normalmente até 1 MHz) sendo as altas
frequências associadas com as rápidas variações da frente das ondas de corrente, tipicamente (0,2-10 µs) até o valor de
pico, (di/dt) elevado, e as baixas frequências associadas ao decaimento do impulso (cauda, onde se concentra a maior
energia, di/dt baixo).

O subsistema de aterramento em presença destes impulsos transitórios comporta-se como uma impedância, mais do que
simplesmente uma resistência. A resposta, portanto à primeira pergunta é: Devemos nos preocupar com o valor da
impedância.

Objetivando o estabelecimento de conceitos que nos possibilitem estabelecer onde e como atuar, e em que parâmetros,
visando obter subsistemas de aterramento efetivos quanto a dissipação das correntes associadas aos raios para o solo, a
análise do modelo numérico simplificado representativo de uma porção característica de um eletrodo de aterramento
horizontal (Figura 1) irá nos proporcionar simples e úteis diretrizes conceituais, que, se aplicadas na prática, irão
diminuir a impedância de aterramento, tornando, em conseqüência, mais efetiva a dissipação das correntes impulsivas
dos raios para o solo.
Sendo:
(R) Resistência por metro do condutor (eletrodo) de aterramento em (?/m);
(L) Indutância do eletrodo de aterramento em (µH/m);
(C) Capacitância do eletrodo para terra por metro em (µF/m);
(G) Condutância do eletrodo de aterramento para terra por metro em (1/?/m)
A onda típica (simplificada) característica de uma descarga atmosférica (Figura 2) irá nos facilitar a análise quanto ao
comportamento impulsivo do eletrodo de aterramento.

Na prática o que realmente importa no caso da dissipação das correntes dos raios para o solo é o que chamamos de
impedância característica "Z0".

A resposta à segunda pergunta, onde e como atuar, e em que parâmetros virá da análise seguinte:
Para que o subsistema de aterramento seja o mais efetivo possível do ponto de vista da dissipação das correntes
impulsivas, torna-se necessário, portanto, se ter um "Z0" com o menor valor possível. O que significa que deveremos
aplicar certos conceitos e métodos para não só obtermos uma condutância "G" alta (resistência de aterramento baixa),
mas também uma capacitância "C"alta, uma indutância "L" e resistência "R", respectivamente próprias do condutor
(eletrodo) também baixas. A assimilação destes conceitos será útil principalmente pelo fato de não termos atualmente no
mercado nacional instrumentos que nos possibilitem medir a impedância de aterramento. No mercado internacional,
existem alguns instrumentos analisadores destinados a este tipo de medição, como será exemplificado.
Para o melhor entendimento dos conceitos a serem aplicados na prática visando a diminuição da impedância destes
subsistemas de aterramento, a análise dos diversos parâmetros representativos do eletrodo, representados na Figura 1 e
equação (1) diante da solicitação impulsiva, irá nos ajudar:
O efeito da capacitância "C" do subsistema de aterramento predomina durante o crescimento da frente da onda de
impulso, rápido aumento da corrente com o tempo (di/dt), a capacitância irá proporcionar um "caminho" para a terra das
componentes de alta frequência.
Objetivando facilitar este "caminho", a capacitância "C" para a terra deve ser maximizada. E como? Resposta: Três
conceitos devem ser aplicados:
1) Maximização da superfície de contato dos eletrodos de aterramento com o solo, pelo uso preferencial de condutores
com seção retangular, em forma de fita (Figura 3) preferencialmente aos condutores de seção circular;

2) Efetuar o tratamento do solo com produtos não lixiviáveis e com baixíssimo valor de resistividade (≈ 0,2 ?.m),
tratamento este que deverá ser executado entre a superfície do eletrodo e o solo e em todo o seu volume de influência.

3) Utilização de eletrodos de aterramento curtos interligados em paralelo no ponto de injeção da corrente (Figura 5)
indica a escavação das valetas destinadas à implantação de um eletrodo de aterramento composto de três radiais em
paralelo, configuração vulgarmente chamada de "pé de galinha". Cabe observar que o encapsulamento dos eletrodos de
aterramento em concreto, apesar de não ser tão eficiente, como o citado, também pode ser utilizado objetivando não só
o aumento da capacitância, como também para criar dificuldades à ação dos amigos do alheio....

Placas metálicas e malhas podem ser utilizadas com o objetivo de diminuição da capacitância "C" apesar de na prática
serem um recurso de aplicação menos frequente.

A indutância do subsistema de aterramento predomina durante a rápida variação da corrente com o tempo quando a
mesma é injetada no solo (Figura 2). A tensão devido à indutância pode ser calculada por: L(di/dt), alcançando certos
casos valores elevados, podendo causar o rompimento da rigidez dielétrica e centelhamentos indesejados.

Como a indutância deve ser minimizada? Resposta: Com a utilização dos seguintes critérios:

1 - A utilização de fitas, adotada no item anterior para maximizar a capacitância irá influenciar também para a
diminuição da indutância "L";

2 - Durante a implantação dos eletrodos de aterramento no solo, não devem ser permitidas curvaturas acentuadas, nos
sentidos vertical e horizontal, pois toda a curvatura irá aumentar a indutânica "L" , a (Figura 4) exemplifica este cuidado.
A condutância “G” (resistência de terra RE = 1/G) é outro parâmetro de particular importância, principalmente na fase de
decaimento “cauda” da onda impulsiva característica do raio (Figura 2), onde está concentrado o maior conteúdo
energético (joules) do impulso.

A condutância “G” irá depender basicamente não só da resistividade do solo, mas também da resistência de contato
entre eletrodo-solo. Como devemos maximizar “G”?

Resposta: Deveremos aplicar critérios que atuem:

1 - Minimizando a resistência de contato eletrodo-solo, o que na prática pode ser obtido pela execução de tratamento do
solo com produtos não lixiviáveis de baixíssima resistividade, como citado anteriormente;
2 - Minimizando a resistência de aterramento. A utilização de eletrodos de aterramento múltiplos interligados em
paralelo, em configuração radial, “pé de galinha” por exemplo (Figura 5) diversos condutores curtos em paralelo, em vez
de um longo, maximizando a condutância. Cabe observar que devido ao efeito skin a circulação das correntes associadas
aos raios se processa preferêncialmente e naturalmente pela periferia dos condutores e do solo, como pode ser
comprovado pelas Figuras 6 e 7. A Figura 6 mostra o impacto de um raio que atingiu o solo de um campo de golfe em St.
Paul, Minessota [4], a dissipação de forma radial foi a escolha natural para dissipação da corrente, o que nos encoraja
ainda mais quanto a utilização das configurações radiais. Além desta tendência, devemos também observar o fato de que
a corrente não se dissipou profundamente e sim mais pela superfície, conforme pode ser comprovado pela Figura 7, que
representa o chamado fulgurito (do latim fulgor “raio”) ou “ pedra do raio” que nada mais é do que uma modificação das
areias quartzosas, representadas por corpos vitrificados devido a fusão da sílica por onde a corrente associada ao raio
atinge e circula pelo solo, à uma temperatura de aproximadamente cinco vezes a temperatura da superfície do sol ( ≈
30.000 °C).

Aprendendo com os fenômenos naturais: Eletrodos de aterramento com várias radiais curtas em formato de fita e não
muito profundas irão atender as expectativas dos raios.
Conforme a análise anterior, a aplicação desses conceitos irão minimizar a impedância de surto “Z 0”, possibilitando uma
adequada dissipação das correntes do raio. A importância de seu conhecimento é maximizada pelo fato de não termos
atualmente instrumentos de fabricação nacional que nos possibilitem medir o valor de “Z0”.

Internacionalmente podemos encontrar alguns analisadores destinados a execução de medições que nos indiquem melhor,
mesmo que de uma maneira aproximada os valores de impedância, do que os instrumentos de baixa frequência
atualmente disponíveis, que só nos indicam o valor da resistência. Um destes analisadores “Earth System Analyser-ESE
1000”, importado da Austrália (da Erico Lightinig Technologies de Hobart), foi utilizado pelo autor no ano de 2002,
(Figura 8).

Dependendo das condições do local o analisador é programado para injetar um pulso de corrente de 1 a 5 A no ponto do
eletrodo de aterramento, onde se deseja medir a impedância com uma tensão de 10 a 250 V (pico), estes valores são
medidos, armazenados e utilizados para calcular aimpedância de impulso (Zi) do sistema de aterramento sob ensaio, as
quais podem ser medidas numa faixa de 1,5 à 250 ?.
A leitura é dada em (Zi) = Vp/Ip
Em que:
(Zi) = Impedância de impulso (?);
(Ip) = Corrente impulsiva injetada no ponto de ensaio, valor de pico;
(Vp) = Valor de pico da voltagem devido à corrente injetada (Ip).
Foram executadas diversas medições em sistemas de aterramento destinados a descargas atmosféricas em sites de
telecomunicações e abrigos ferroviários “houses” utilizando-se instrumentos de baixa frequência (normalmente
encontrados no mercado nacional) e o analisadorESE 1000, os resultados comprovaram os conceitos e critérios
anteriormente caracterizados. Com base no analisado e nas medições feitas com o ESE 1000, podemos
finalmente concluir:
1 - É recomendado para a dissipação de correntes associadas aos raios o uso de condutores de aterramento
com seção retangular, em forma de fita preferencialmente aos de seção circular. As fitas também irão também reduzir
o aumento da resistência intrínseca devido as altas frequências (efeito skin). Para se ter uma ideia os condutores
redondos são dez vezes mais resistivos do que as fitas para frequências de 1 kHz, sendo que esta diferença aumenta
ainda mais com o aumento da frequência;
2 - É recomendado a implantação de diversos eletrodos de aterramento curtos em paralelo, interligados no ponto de
injeção da corrente, em vez de um condutor longo. O comprimento efetivo deve ser respeitado;
NOTA: Na bibliografia técnica existem expressões analíticas para o cálculo do comprimento efetivo, que é aquele
comprimento do eletrodo de aterramento que realmente atua na e para a dissipação da corrente do raio para o solo, o
qual é função basicamente da resistividade do meio onde o eletrodo está implantado, do tempo (T1) que a onda leva
para atingir a crista em µs (tempo de frente) e o próprio valor de pico da corrente do raio.
3 - Nos dois casos citados anteriormente, é recomendado o uso de componentes não lixiviáveis de baixíssima
resistividade, para tratar o solo na região de contato
eletrodo-solo e em todo o volume de influência do eletrodo, este tratamento tem como principal objetivo a diminuição
do (Z0);
4 - A utilização conjunta de hastes e eletrodos de aterramento horizontais em forma de fitas, radiais múltiplas é
recomendada (Figura 3);
5 - Para avaliarmos a verdadeira resposta de um subsistema de aterramento submetido a solicitações transitórias, as
medições devem indicar além do parâmetro resistivo, quais os efeitos dos elementos indutivos e capacitivos. Como os
instrumentos tradicionais utilizados normalmente nestas medições utilizam baixa frequência, pois para as medições os
sinais injetados possuem um nível muito baixo de (di/dt), pois a maioria destes medidores usam ondas alternadas com
baixas frequências, tais como 1610, 1470, 310 Hz e outras. Daí mais um dos motivos para darmos importância para a
assimilação dos conceitos anteriormente analisados;
6 - Não devemos nos fixar nem respaldar nossos laudos com base em simples e puros valores de resistência obtidos
através de medições com instrumentos de baixa frequência, mesmo que esses valores sejam muito menores do que o
valor máximo permitido pela norma (valor este com os dias contados). Novamente uma comparação com a área de saúde:
deveremos atuar como “engenheiros holísticos”, isto é analisar o paciente com uma visão integral e um entendimento
geral dos fenômenos envolvidos, antes de fornecer o diagnóstico!

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