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Para ganhar tempo, enquanto não se encontram alternativas para os antibióticos, médicos e
pacientes devem agir como os retardatários de uma corrida. "Algumas medidas são como
obstáculos ao progresso das bactérias resistentes", diz o infectologista Paulo César Ribeiro,
chefe da comissão de controle de infecção hospitalar, no Hospital Universitário da USP. Eis o
que se pode fazer:
Evitar as UTIs
As chamadas "unidades de terapia intensiva" são os maiores focos de bactérias resistentes. Tem
lógica, porque ali se concentram os doentes mais graves e que mais utilizam antibióticos. Quanto
menos tempo uma pessoa permanecer na UTI, menores as chances de seu organismo ser
colonizado por micróbios resistentes que, mais tarde, poderão complicar a sua saúde.
Explosões e sabotagens
Certos antibióticos, como a penicilina, são os mais rápidos: chamados bactericidas, suas
moléculas vão derretendo as paredes das bactérias, até se tornarem finíssimas. Ocorre que,
momentos antes de se dividirem, os germes começam a fazer cópias de suas proteínas e, daí,
o seu volume interno aumenta. Então, a membrana não suporta e o micróbio explode
Alguns antibióticos atuam diretamente no chamado DNA transportador, estrutura que monta as
moléculas que uma célula bacteriana precisa para viver. Induzidos pela droga, esses DNAs
começam a fabricar peças defeituosas. Não é o suficiente para a bactéria morrer. Mas, ao menos,
com isso ela não consegue se reproduzir. Fica estática - daí o nome dessa família de remédios,
os bacteriostáticos - até morrer de velhice ou ser aniquilada por células imunológicas. Quem
toma esse tipo de medicamento não nota os efeitos de uma hora para outra. Porque, mesmo já
estando paralisada, a bactéria continua provocando os sintomas da doença