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VI Fórum Internacional de Produção E

N
T
mais Limpa: sustentabilidade e Eng. Florestal R
E
inovação como foco Roberto Ferron, V
IS
diretor do Defap T
A
Memória: Carta Geral do Brasil
ano vi | nº 83
JULHO 2011

O valor do
profissional
no setor público
sumário

4 Espaço do Leitor
Palavra do Presidente 5
Rua Guilherme Alves, 1010 | Porto Alegre/RS | CEP 90680-000 | www.crea-rs.org.br
DISQUE-SEGURANÇA 0800.510.2563
OUVIDORIA 0800.644.2100
6 a 8 Entrevista
FALE COM O PRESIDENTE www.crea-rs.org.br/falecomopresidente
twitter.com/crearspoa
Especial Eleições 9
Presidente
Eng. Civil Luiz Alcides Capoani
1o Vice-Presidente
Eng. Agrônomo e Seg. do Trabalho Moisés Souza Soares
10 a 13 Notícias do CREA-RS
Por dentro das Inspetorias 14 e 15
2 Vice-Presidente
o

Eng. Civil Ricardo Scavuzzo Machado


1º Diretor Financeiro
Eng. Ind. Mec. Ivo Germano Hoffmann
2º Diretor Financeiro
Téc. em Edificações Flávio Pezzi 16 Entidades de Classe
1º Diretor Administrativo

Livros & Sites 17


Eng. Químico Marino José Grecco
Coordenador das Inspetorias
Eng. Civil Marcus Vinícius do Prado
Coordenador Adjunto das Inspetorias
Eng. Agrônomo Bernardo Luiz Palma
Matérias Técnicas
TELEFONES CREA-RS • PABX 51 3320.2100 • Caixa de Assistência 51 0800.51.6565 • Câmara
Agronomia 51 3320.2245 • Câmara Arquitetura 51 3320.2247 • Câmara Eng. Civil 51 3320.2249
Câmara Eng. Elétrica 51 3320.2251 • Câmara Eng. Florestal 51 3320.2277 • Câmara
Eng. industrial 51 3320.2255 • Câmara Eng. Química 51 3320.2258 • Câmara Eng. Geominas 18 a 21 O valor do profissional no setor público
51 3320.2253 • Comissão de Ética 51 3320.2256 • Depto. da Coordenadoria das Inspetorias
51 3320.2210 • Depto. Administrativo 51 3320.2108 • Depto. Com. e Marketing 51 3320.2267

Mútua 24 e 25
• Depto. Contabilidade 51 3320.2170 • Depto. Financeiro 51 3320.2120 • Depto. Fiscalização
51 3320.2130 • Depto. Registro 51 3320.2140 • Depto. Exec. das Câmaras 51 3320.2250
• Presidência 51 3320.2260 • Protocolo 51 3320.2150 • Recepção 51 3320.2101 •
Secretaria 51 3320.2270

PROVEDOR CREA-RS 0800.510.2770 26 e 27 Novidades Técnicas


INSPETORIAS
ALEGRETE 55 3422.2080 • BAGÉ 53 3241.1789 • BENTO GONÇALVES 54 3451.4446 • CACHOEIRA DO
SUL 51 3723.3839 • CACHOEIRINHA/GRAVATAÍ 51 3484.2080 • CAMAQUÃ 51 3671.1238 • CANOAS Artigos
51 3476.2375 • CAPÃO DA CANOA 51 3665.4161 • CARAZiNHO 54 3331.1966 • CAXIAS DO SUL 54
3214.2133 • Charqueadas 51 3658.5296 • CRUZ ALTA 55 3322.6221 • ERECHIM 54 3321.3117 •

28
ESTEIO 51 3459.8928 • FREDERICO WESTPHALEN 55 3744.3060 • GUAÍBA 51 3491.3337 • IBIRUBÁ
54 3324.1727 • IJUÍ 55 3332.9402 • LAJEADO 51 3748.1033 • MONTENEGRO 51 3632.4455 • Universalização do esgotamento sanitário?
NOVO HAMBURGO 51 3594.5922 • PALMEIRA DAS MISSÕES 55 3742.2088 • PANAMBI 55 3375.4741
• PASSO FUNDO 54 3313.5807 • PELOTAS 53 3222.6828 • PORTO ALEGRE 51 3361.4558 • RIO

29 As eleições para o CAU


GRANDE 53 3231.2190 • SANTA CRUZ DO SUL 51 3711.3108 • SANTA MARIA 55 3222.7366 •
SANTA ROSA 55 3512.6093 • SANTANA DO LIVRAMENTO 55 3242.4410 • SANTIAGO 55 3251.4025
• SANTO ÂNGELO 55 3312.2684 • SÃO BORJA 55 3431.5627 • SÃO GABRIEL 55 3232.5910 •
SÃO LEOPOLDO 51 3592.6532 • SÃO LUiZ GONZAGA 55 3352.1822 • TAQUARA 51 3542.1183 •
TORRES 51 3626.1031 • TRAMANDAÍ 51 3361.2277 • TRÊS PASSOS 55 3522.2516 • URUGUAIANA
55 3412.4266 • VACARIA 54 3232.8444 • VIAMÃO 51 3444.1781
Agricultura brasileira como referência mundial em
SUPORTE ART 0800.510.2100
sustentabilidade é o desafio dos profissionais da área agronômica 30
InspetoriaS EspeciAIS
CANELA/GRAMADO 54 3282.1130 • CHARQUEADAS 51 3658.5296
DOM PEDRITO 53 3243.1735 • ENCANTADO 51 3751.3954 • getúlio vargas 54 3341.3134
SMOV Fone/Fax 51 3320.2290 31 Engenharia Florestal: mercado de trabalho em expansão
Ano VI | No 83 | juLho 2011
A Conselho em Revista é uma publicação mensal do CREA-RS
marketing@crea-rs.org.br | revista@crea-rs.org.br De Geômetras e de Geólogos 32
Gerente de Comunicação e Marketing: jornalista Anna Fonseca (Reg. 6.106) - 51 3320.2267

33 Avaliação do comportamento da estrutura de ônibus rodoviário


Editora e Jornalista Responsável: Jô Santucci (Reg. 18.204) - 51 3320.2273
Colaboradora: jornalista Luciana Patella (Reg. 12.807) - 51 3320.2264
Estagiário: Alexandre Miorim
Comissão editorial solicitado a impacto frontal
Conselheiros titulares
Eng. Mecânico e Eng. Seg. Trab. Paulo Deni Farias (coordenador) | Arq. e Urb. Gislaine Vargas
Saibro (coordenadora adjunta) | Eng. Civil Nelson Kalil Moussalle | Eng. Eletricista Luciano
Hoffmann Paludo | Técnico Eletrotécnico Flávio Renan Fialho Círio | Eng. Agrônoma Roseli de
Mello Farias | Eng. de Minas Régis Wellausen Dias | Eng. Florestal Jorge Silvano Silveira | Eng.
35 Cursos & Eventos
Químico Júlio César Trois Endres

Memória 36
Conselheiros suplentes
Téc. em Manutenção de Aeronaves João Ricardo Poletti da Silva | Arq. e Urb. Carmen Anita
Hoffmann | Eng. Civil Hilário Pires | Eng. de Operação Eletrônica Sérgio Boniatti | Eng. Agrônomo e
Eng. Seg. Trab. Moisés Souza Soares | Eng. Florestal e Téc. Florestal Fabiano Timoteo Scariot
Edição e Produção Gráfica
Pública Comunicação | 51 3330.2200 | atendimento@agpublica.com.br 37 Mercado de Trabalho
Tiragem: 55.000 exemplares

Indicadores 38
O CREA-RS e a Conselho em Revista, assim como as Câmaras Especializadas,
não se responsabilizam por conceitos emitidos nos artigos assinados neste veículo.

3
espaço do leitor
Silos
O Sindicer/RS gostaria de parabenizá-los
pela excelente matéria “Secadores e Silos de
Alvenaria Armada”, publicada na edição nº
81, página 19, da Conselho em Revista.
Jorge Romeu Ritter, presidente do Sindicato das
Indústrias de Olaria e Cerâmica para Construção no
Estado do RS (Sindicer/RS)

TAP – Um Engenheiro no
comando
Muito bom e bastante fiel à história o artigo
publicado na edição 82, junho de 2011, da
Conselho em Revista. Parabéns pela pesqui-
sa e pelo texto claro e objetivo. Só faltou
também dizer que o primeiro voo internacio-
nal para Montevidéu (no Dragon Rapide)
também foi feito pelo meu pai. Boa coinci-
dência, que só me dei conta agora.
Engenheiro Mecânico Fernando Pinto,
presidente da TAP

Nos tempos dos bondes


Adorei a memória “Nos tempos dos bon-
des”, da edição 82, junho! Não tive o prazer
de utilizá-los aqui, mas, em recente viagem Engenharia Clínica: faltam profissionais na área
a Lisboa, pude experimentar o deslocamen- Quero agradecer o recebimento da Conselho em Revista, edição maio de 2011.
to em bondes da Carris que lá funcionam. Levei um exemplar para São Paulo e entreguei a um Engenheiro norte-americano
São chamados de “elétrico”. Todos, de ma- de um Hospital de Nova York, durante a nossa participação em um debate sobre
deira por dentro, propiciam uma sensação Engenharia Clínica. Como muitas pessoas se interessaram pela publicação, re-
inusitada no deslocamento! Foi bom saber solvi informar o endereço eletrônico da revista. A matéria está fazendo muito su-
que Porto Alegre já foi conhecida como a cesso. Parabéns! Hoje recebi três e-mails do Rio Grande do Sul elogiando a ma-
“Capital internacional dos bondes” e das ori- téria. Fiquei impressionada com o alcance da revista. Quando tiver um espaço na
gens profissionais de Lupicínio Rodrigues. revista, por favor, gostaria que pudesse escrever sobre o Centro de Referência
Valeu, gente! em Tecnologias de Equipamentos e Insumos Estratégicos para a Saúde. O La-
Roseni Cancelli Heck boratório está sendo implantado na UFRGS em cooperação com a Santa Casa e
o Ministério da Saúde. É o primeiro no RS. É bastante interessante.
Sou aluno da 6ª série do colégio La Salle Doutora em Engenharia – Ergonomia Léria Holsbach
Santo Antônio, em Porto Alegre, e estava
procurando algo interessante para o meu Meio ambiente
trabalho. Encontrei a matéria “Nos tempos Curso o 3º semestre do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
dos bondes”, que conta toda a história dos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul
bondes em Porto Alegre e até mesmo a mar- (IFRS/Campus Sertão). Li a revista do mês de junho, edição 82, e gostaria de
ca mais famosa do Brasil, a Carris. O que parabenizá-los pelos artigos relacionados ao meio ambiente sustentável, princi-
mais me chamou a atenção foi descobrir que palmente o artigo sobre saneamento das cidades, que evidenciou a situação
Lupicínio Rodrigues trabalhou como aprendiz atual de má administração e descaso com o meio ambiente.
de mecânico para os bondes da Carris, em Aline Edlinger
1930. Após um tempo, ele se tornou com-
positor. Outra coisa que mais me chamou a Terceira Perimetral
atenção foi saber que os bondes ajudaram Quero apresentar minha indignação sobre a matéria técnica apresentada na
muito para a modernização de Porto Alegre, edição 82, de junho de 2011. No resumo, ao versar sobre a Terceira Perimetral
e que foi no século 19 que o primeiro bonde em Porto Alegre, que possui pavimento em placas de concreto, fala-se sobre
chegou a Porto Alegre, sendo apenas reco- “as rachaduras no asfalto”. Não pode? Se fosse num periódico comum ainda
nhecido no século 20. Resumindo, achei tu- não se justifica, agora na Conselho em Revista, com destaque para Matéria
do muito bem escrito, interessante e legal. Técnica, muito menos aceitável.
Lucca Lima Friedrich José Antonio Echeverria

Escreva para a Conselho em Revista Rua Guilherme Alves, 1010 | Porto Alegre/RS | CEP 90680-000
e-mail: revista@crea-rs.org.br | Por limitação de espaço, os textos poderão ser resumidos.

4 juLho’11 | 83
palavra do presidente

COPA 2014
Seminário Profissionais do
CREA-RS na Copa 2014
Nas 12 capitais escolhidas para sediar a Copa sempre foram sabedores que, para receber um
do Mundo, os Creas de todos os Estados já fize- certame dessa envergadura, precisávamos estar
ram suas audiências públicas promovendo dis- preparados, com aeroportos eficientes, melhorias
cussões e debates com os diversos segmentos en- na malha viária, saneamento básico, rede de hos-
volvidos, governos municipais, estaduais, federal, pitais, segurança, energia, rede hoteleira eficien-
Tribunais de Contas, associações, federações de te, transportes coletivos eficazes e telecomunica-
futebol, profissionais e sociedade. ções confiáveis.
O CREA-RS, mesmo neste ano em que per- Entendemos que a celeridade das obras de
deu parte de suas receitas com a criação do CAU Engenharia se consegue com planejamento ade-
e adotou medidas gerais de controle financeiro, quado e projetos bem elaborados.
tem a responsabilidade de promover este debate Nós, profissionais da área tecnológica, e a So-
com os diversos atores e protagonistas do evento, ciedade vamos permitir que, por falta de planeja-
pois somos nós, profissionais, que temos o dever mento, se realizem contratações a qualquer preço?
de estudar e propor ações nos âmbitos do Exe- A resposta para esta e várias outras questões,
cutivo e Legislativo, nas áreas de transporte, ener- envolvendo licitações, cronograma de obras, res-
gia, abastecimento, rede hoteleira, ordenamento ponsabilidades, fiscalização, estaremos debaten-
territorial, planos diretores, acessibilidade, sane- do no Seminário Profissionais do CREA-RS na
amento, entre outros. Copa 2014, evento que o CREA-RS promove na
O CREA-RS, com uma história de 77 anos, Assembleia Legislativa, no dia 4 de agosto, com
Engenheiro Civil composto de profissionais com conhecimento a participação de diversas autoridades, governos
Luiz Alcides Capoani
científico e tecnológico, que sabem como, por federal, estadual, municipais e todos os segmen-
que, quando, a que custo e em que prazo pode- tos responsáveis e envolvidos na organização da
mos e devemos fazer, deve obrigatoriamente es- competição, a fim de que possamos discutir e
tar presente nessas discussões. avaliar sobre as obras a serem executadas para
Neste momento, o governo quer criar o regime sediar o evento em nosso Estado.
de contratação integrada, contrastando frontalmen- Nós, profissionais da área tecnológica, que-
te com a Lei 8666, a qual prevê projeto básico e remos estar juntos, trabalhando, elaborando pro-
projeto executivo, que é essencial nas licitações, bem jetos, construindo obras, fiscalizando e providen-
como as especificações técnicas do objeto licitado, ciando para que o Estado do RS, e principalmen-
para a definição de preços das obras e serviços de te Porto Alegre, seja exemplo ao País e para que
Engenharia nas contratações públicas. A intenção as verbas públicas, pagas por todos os gaúchos
é adotar apenas “projeto de engenharia”, permitin- através de seus impostos, sejam bem aplicadas.
do a alteração do mesmo e das especificações, fra- Estamos atentos às melhores práticas buscan-
gilizando o objeto da licitação, o que possibilita o do a promoção de uma Copa que possa orgulhar
superfaturamento, com o pretexto de agilizar as os gaúchos, defendendo seus interesses, priori-
obras para receber a Copa 2014. zando e valorizando nossos profissionais e as em-
Desde o ano de 2007, em que a candidatura presas da área tecnológica do Rio Grande do Sul,
do Brasil para a Copa de 2014 foi homologada, detentoras de conhecimentos reconhecidos in-
a Fifa, a CBF, os governos federal, estaduais e ternacionalmente. Precisamos e contamos com
municipais, além dos demais setores envolvidos, sua presença e participação.

5
entrevista

Engenheiro Florestal Roberto Ferron,


Áreas Protegidas (Defap) / Secretaria Esta
Formado pela Universidade Federal de Santa Conselho em Revista – Qual é a fun-
ção do Defap?
Maria, o Engenheiro Florestal Roberto Magnos Engenheiro Florestal Roberto
Ferron – Um dos departamentos da
Ferron é o diretor do Departamento de Flores- Sema, o Defap é o órgão gestor da
tas e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual política florestal do Estado, sendo res-
ponsável pelo licenciamento florestal,
do Meio Ambiente (Defap/Sema). Natural de cadastramento das pessoas jurídicas
e físicas consumidoras e transforma-
Carazinho, desenvolvia suas atividades pro- doras de matéria-prima florestal, pe-
la fiscalização florestal, por medidas
fissionais na cidade de Erechim, onde criou a compensatórias na área florestal, pe-
la vistoria e análise de projetos de re- Momento da posse como
Floracoop – Cooperativa Florestal Ltda., a pri­
florestamento obrigatórios e de re- Diretor do Defap. Entrega
de uma muda de araucária
­­­mei­­­ra cooperativa florestal do Brasil. Também cuperação ambiental. Também ge- à Secretária Estadual do
rencia as Unidades de Conservação Meio Ambiente, Jussara
Cony
foi membro criador da Sociedade dos Enge- Estadual – parques, reservas ecoló-
gicas, áreas de proteção ambiental,
nheiros Florestais Autônomos do RS (Sefargs). reservas particulares do patrimônio natural, entre outras. Com
26 Agências Florestais Regionais, 24 Unidades de Conservação
Foi membro titular e coordenador da Câmara Estadual, e um contingente de 230 servidores, o Defap é forma-
Especializada de Engenharia Florestal do do por três divisões internas: Divisão de Cadastro Florestal e
Fiscalização (DCF), Divisão de Licenciamento Florestal (DLF),
CREA-RS, entre outras atividades de classe. Divisão de Unidades de Conservação Estadual (DUC). Além do
cadastramento das áreas de preservação permanentes (APPs) e
No mês em que se comemora o Dia do Enge- áreas de reserva legal no órgão florestal, seremos responsáveis
pela definição dos serviços ambientais prestados pelas proprie-
nheiro Florestal, o diretor do Defap conversou dades rurais que preverão pagamentos ambientais.
com a Conselho em Revista sobre as ativida-
CR – Qual é a sua análise com relação ao fato de escolherem
des de seu departamento – que enfrentará um Engenheiro Florestal para estar à frente de um departa-
mento como este? É possível conciliar política e técnica?
muitas mudanças com a apro­­­­vação do novo Eng. Ferron – Entendo que é o cargo certo para profissio-
nais da Engenharia Florestal. Essa dualidade entre a política e a
Código Florestal –, silvicultura e a importância técnica é essencial para que projetos políticos tenham base téc-
de ter à frente um Engenheiro Flores­­­tal nica e venham ao encontro dos anseios do setor produtivo e de
proprietários rurais, que são os principais demandantes das po-
líticas públicas específicas.

CR – Sua trajetória profissional e experiência no setor flores-


tal foi galgada no associativismo, cooperativismo e trabalho
junto aos agricultores familiares. Quais são seus objetivos e
metas à frente do Defap/Sema?
Eng. Ferron – Meus objetivos e metas são reestruturar e di-
namizar o órgão florestal estadual, para que sejam cumpridas
funções estabelecidas na lei que o criou, ou seja, ser o protago-
nista da implantação da política florestal estadual, dialogando
com todos os setores da sociedade gaúcha que têm interligação
com nossos biomas Mata Atlântica e Pampa, e com o ecossiste-
ma das florestas. Assumi num momento histórico para o setor,
Eng. Florestal Roberto Ferron assumiu o Defap em 2011, data em que a levando em conta que 2011 é o Ano Internacional das Florestas,
ONU instituiu como o Ano Internacional das Florestas instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

6 juLho’11 | 83
diretor do Departamento de Florestas e
dual do Meio Ambiente (Sema)
CR – Quais são as propostas de políticas públicas para a sil- vais nativos e plantados; os produtos não madeiráveis – mel, co-
vicultura do RS neste novo governo estadual? gumelos, frutas silvestres, fitoterápicos, palmitos, entre outros; a
Eng. Ferron – Na minha análise, poucos compreendem a viveiragem e produção de mudas florestais diversas; os sistemas
abrangência da silvicultura no RS e no Brasil. Aliás, este termo agrossilvopastoris em desenvolvimento. Quando a sociedade com-
é pouco usado pelos gestores públicos, que fazem mais referên- preender a nossa força, e os governos estaduais e federal criarem
cia à agricultura e à pecuária. A silvicultura é mais uma das ati- condições para o desenvolvimento pleno da silvicultura, usu-
vidades econômicas e sociais fortemente geradoras de emprego fruindo de tudo o que a floresta pode nos dar de forma susten-
e renda ao Estado e à nação. E os dados e números são expres- tável, o Brasil terá descoberto um novo “pré-sal verde”. Porque,
sivos: a Cadeia Produtiva de Base Florestal e Moveleira do Esta- além de tudo o que foi citado anteriormente, não há país que ain-
do possui aproximadamente 13.500 estabelecimentos, represen- da tenha 62% de seu território coberto de exuberantes florestas.
ta 4% do PIB e gera 250 mil postos de trabalhos diretos e 400 As principais propostas são implantar o Programa Florestal
mil indiretos, com faturamento anual de R$ 8,2 bilhões. Possuí­ Estadual, que contemple todas essas atividades, e um inédito
­­mos o segundo polo moveleiro do País. Temos aptidão florestal Programa de Educação Florestal, que resgate o valor histórico e
com vantagens comparativas imbatíveis no mundo inteiro. Ne- econômico do nosso “rei das florestas” – o pinheiro brasileiro –,
nhum país tem fatores climáticos e edáficos como o nosso. Esse e a “rainha dos fitoterápicos” – a erva-mate. Estamos trabalhan-
fantástico potencial, aliado ao desenvolvimento tecnológico da do na criação desses programas, que envolverão inúmeros par-
silvicultura brasileira, proporciona o crescimento expressivo de ceiros, como outras secretarias e órgãos estaduais, prefeituras
espécies florestais nativas e exóticas. Aqui, o crescimento flores- municipais, cooperativas, sindicatos, universidades, escolas de
tal madeireiro vai de 25 a 60 metros cúbicos por hectare/ano, Ensino Fundamental, empresas públicas de pesquisa e extensão,
enquanto no Canadá, principal produtor mundial de madeiras, entidades de classe, Promotoria Pública, ONGs e comunidades
o crescimento é de 1 a 3 metros cúbicos por hectare/ano; e na rurais. Nesse programa de educação florestal, os elementos que
Escandinávia, Finlândia e Noruega, principais produtores mun- compõem a nossa flora e fauna serão evidenciados, como a arau-
diais de celulose e papel, o crescimento é de 3 a 5 metros cúbicos cária, a erva-mate, a gralha-azul e o papagaio-charão, já que to-
por hectare/ano. Essa compreensão errônea nega ao Estado e à das são espécies endêmicas, ou seja, só existem aqui na Região
nação uma das mais valiosas dádivas que a natureza nos deu, o Sul do Brasil. Nossa meta será audaciosa: plantar 10 milhões de
potencial de crescimento das espécies arbóreas. mudas de espécies nativas nos próximos quatro anos, como pi-
A população, no entanto, não tem a compreensão de sua im- nheiro brasileira, erva-mate e outras espécies florestais nobres
portância, pois entende que tudo se resume em florestas indus- ameaçadas de extinção. Serão aproximadamente 25.000 hecta-
triais para a produção de celulose e papel. E isso se deve, recen- res, ou seja, 1% da área do Estado.
temente, aos fortes embates que ocorreram sobre o plantio de
florestas de eucaliptos na Metade Sul. Há, entretanto, outras ati- CR – Até o momento, não vemos ações práticas em execução
vidades importantíssimas que devem ser também priorizadas, do Programa Florestal Estadual, instituído em 2010. De que
como as florestas energéticas – lenha e carvão vegetal; as flores- forma este programa será executado?
tas sociais – pequenas áreas reflorestadas nas propriedades fami- Eng. Ferron – Primeiro, vamos identificar as demandas lo-
liares que produzem produtos florestais aos agricultores e os ex- cais e regionais de produtos e subprodutos florestais. Vamos bus-
cedentes são comercializados; as florestas comerciais para forne- car esses dados no Cadastro Florestal que o próprio órgão pos-
cimento de madeiras para a indústria moveleira, da construção sui e nas entidades de classe que compõem o Setor Florestal do
civil, e de outros usos; o setor ervateiro, com suas indústrias, er- Estado. Estamos trabalhando junto com o Serviço Florestal Bra-
sileiro para realizar o novo Inventário Florestal do RS, o que
divulgação

propiciará fornecer os dados e as informações reais referentes à


nossa base florestal composta das florestas plantadas e das ma-
tas nativas. Dessa forma, teremos condições de fazer planeja-
mento e gestão florestal. É importante ressaltar que vamos tra-
balhar com os Arranjos Produtivos Locais (APL), e em parceria
com todos os segmentos envolvidos na cadeia produtiva de ba-
se florestal. Por exemplo, temos o segundo polo moveleiro do
Brasil localizado na Serra Gaúcha. Entretanto, de onde vem a
madeira para abastecer esse polo? Será que não podemos, em
conjunto com a Movergs e o Sindimóveis, fazer um Programa
Estadual para a produção de madeiras nobres para a indústria
Reunião do diretor do Defap, Eng. Florestal Roberto Ferron, com servidores moveleira? Juntamente com o setor moveleiro podemos atingir
da Agência Florestal Regional de Erechim o topo do ranking nacional. O Estado é importador de madeiras

7
entrevista
para a indústria da construção ci-
vil. Temos regiões com enormes
carências, como Missões, Serra e
Planalto.

CR – Qual é o percentual de flo-


restas plantadas no RS? Isso aten-
de à de­­­manda? Alguns segmentos Sistema silvofrutícola: pinus e citrus Sistema silvopastoril: pinus e pastagem
da so­­­­ciedade e ONGs ambienta-
listas condenam o plantio de exóti­­­cas como eucaliptos e pi- tarem e serem seguidos. O mais importante é que o Código Flo-
nus. Esses plantios são necessários? restal Brasileiro é um marco referencial para o estabelecimento
Eng. Ferron – Segundo dados de 2009 da Ageflor, a silvicul- de legislação estadual e municipal específica, permitindo a ado-
tura conta com 743.770 hectares de áreas com florestas planta- ção de políticas públicas para o segmento florestal e ambiental.
das, equivalente a 2,67% da área territorial do RS. São 301.260
hectares de eucaliptos, 268.360 ha de pinus e 174.150 ha de acá- CR – O Defap/Sema está estruturado para atender às deman-
cia-negra. Absolutamente, não atendem à demanda de consumo. das advindas do novo Código, como a adequação das proprie-
E o pior: hoje somos grandes importadores, simplesmente por- dades rurais, a questão das APPs e reservas legais?
que nunca houve uma política florestal consistente e duradoura. Eng. Ferron – Esta é uma nova atividade que chega ao órgão
Mas temos imenso potencial para sermos autossuficientes e ex- florestal. Temos que nos reestruturar para atender à demanda. É
portadores. Entendo que a condenação do plantio de exóticas, uma oportunidade para cadastrar todas as áreas de preservação
como eucaliptos e pinus, por ONGs ambientalistas e movimen- permanente e de reserva legal das propriedades rurais para mon-
tos sociais é devido ao desconhecimento sobre a real situação tar um banco de dados e informações importantes para se fazer
da silvicultura no Estado. O debate extrapolou o conhecimento a política florestal estadual. Muito se fala em corredores de bio-
científico, foi além da ciência florestal, e se estendeu para o cam- diversidade, e este é o momento para levarmos a questão à frente.
po político, especialmente contra o latifúndio, seja ele agrícola Pequenos fragmentos de florestas nativas isoladas têm relevância
ou florestal. Mas não vi ninguém questionar os reflorestamentos ambiental minimizada. Mas se conseguirmos manter unidas es-
de acácia-negra, que também é uma exótica, porque o plantio sas matas ao longo dos cursos de água, como APPs, e associadas
ocorre em médias e pequenas propriedades, inclusive as fami- com as áreas de reserva legal, a importância ecológica será imen-
liares. Ou o boi, que é um dos grandes predadores da regenera- sa. É fundamental obter dados e base para os futuros pagamentos
ção das florestas nativas. Fazendo uma comparação com a agri- dos serviços ambientais prestados pelas propriedades rurais.
cultura, esta ocupa 24% da área territorial, abrangendo 7.138.000
hectares, e que também boa parte das áreas cultivadas é espécie CR – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, decla-
exótica, como 4 milhões de hectares de soja (14%), 1,5 milhão rou em audiência pública no RS que a meta do Governo Fe-
de hectares de milho (5,23%), e 1 milhão de hectares de arroz deral é duplicar o PIB do Setor Florestal de 4% para 8%. Co-
(3,48%). A pecuária ocupa 45% com 13.210.000 hectares. E não mo o Estado fará frente a esse desafio?
é diferente. Temos um milhão de hectares infestados (3,48%) Eng. Ferron – Temos ouvido das entidades representativas
com o capim anonni no Bioma Pampa, e boa parte dos pastos da Cadeia Produtiva de Base Industrial Florestal e Moveleira que
utilizados na pecuária de leite é com espécie de gramíneas exó- algumas empresas gaúchas suspenderam seus investimentos na
ticas, como tifton, hermatria e estrela africana. É óbvio que esses duplicação ou instalação de novas plantas industriais no Estado,
plantios são necessários, porque não há nenhuma espécie arbó- e que estão sendo atraídas para outras regiões brasileiras. Isso é
rea florestal nativa com tecnologia conhecida capaz de fazer com extremamente grave e preocupante, porque a política central do
que os plantios vinguem e produzam fibras e madeiras. Alguém Governo Estadual, referendada pela Secretaria Estadual do Meio
conhece reflorestamentos com cedros, louros, cangeranas, grá- Ambiente, é a erradicação da miséria, geração de emprego e ren-
pias, cabriúva, ou outras espécies florestais nativas? A exceção é da com desenvolvimento sustentável. Vamos dialogar com essas
o pinheiro brasileiro e a erva-mate. Se não houvesse os plantios entidades representativas, e, se necessário, marcar audiências
de eucaliptos, pinus e acácia-negra, certamente não teríamos o com nossa Secretária Estadual de Meio Ambiente, Jussara Cony.
percentual de 17% de florestas nativas no RS, pois o consumo é E, através dela, levar ao governador Tarso Genro essa situação
uma realidade crescente. A cada dia uma pessoa consome 1,5 negativa. Pela nossa história, tradição, conhecimento e tecnolo-
quilo de madeira, seja na forma de móveis, casa, papel, papelão, gia disponível, o RS poderá perseguir esse desafio de também
absorventes, fraldas, chapas, aglomerados, entre outros produtos duplicar o PIB gaúcho. Estamos trabalhando para a realização
e subprodutos. Ressalto que toda a monocultura extensiva é im- do Inventário Florestal Estadual, do Zoneamento Econômico-
pactante ao meio ambiente, e traz consequências. Ecológico, a implantação do Programa Florestal Estadual, o lan-
çamento do Programa de Educação Florestal, a reestruturação
CR – Vivemos a expectativa da votação definitiva do Código e reorganização do Defap/Sema, a interlocução e interação per-
Florestal Brasileiro. A partir dessa votação, quais são os im- manente com as entidades representativas da Cadeia Produtiva,
pactos para o Estado? as parcerias com as prefeituras, as cooperativas, as federações
Eng. Ferron – Serão muitos. O primeiro será acabar com a representativas dos produtores rurais, as entidades de pesquisa
insegurança jurídica que vivem os agricultores. Haverá regras cla- e extensão rural, as universidades, ONGs. Há muito o que se
ras para serem cumpridas por todos. Segundo, os próprios órgãos construir, mas com diálogo, parceria, boa vontade e bons pro-
licenciadores e fiscalizadores terão normas e parâmetros para ado- gramas, alcançaremos as metas e os objetivos traçados.

8 julho’11 | 83
especial eleições

Definidas datas para as eleições


do Sistema Confea/Crea deste ano
No dia 08 de novembro, ocorrerão logação do processo eleitoral irá ocorrer dia 17 de junho e o prazo para desin-
os processos eleitorais para a escolha do no dia 20 de dezembro. compatibilização de cargos encerrou-se
presidente do Confea e dos Creas. O pri- As mesmas datas valem para as elei- em 5 de julho, enquanto o requerimen-
meiro edital de convocação eleitoral, de ções dos conselheiros federais repre- to de registro da candidatura deve ser
competência da Comissão Eleitoral Fe- sentantes dos grupos profissionais, nos feito até o dia 1º de agosto junto ao Con-
deral (CEF), no que tange à elaboração Estados onde houver, e dos diretores fea. Em 25 de agosto, deve sair o edital
e publicação, deve sair no dia 1º de agos- geral e administrativo da Mútua-Cai- com a homologação das candidaturas
to, e o prazo para desincompatibilização xa de Assistência dos Profissionais do pelo plenário. A homologação do resul-
é 8 de agosto, enquanto que o requeri- CREA-RS. tado deve ocorrer em 17 de outubro.
mento de registro da candidatura deve Para a eleição do conselheiro federal Os calendários foram aprovados du-
ser feito até o dia 16 do mesmo mês. A (e seu suplente) representante das ins- rante a 2ª Sessão Plenária Extraordiná-
Comissão Eleitoral Regional (CER/RS) tituições de ensino superior de Enge- ria de 2011 do Confea e no dia 14 de ju­
divulgará, no dia 18 de agosto, edital nharia, as datas são diferentes. A vota- ­­­nho os conselheiros federais se reuniram
contendo os requerimentos de registros ção será em 5 de outubro. O edital de para tratar exclusivamente do processo
de candidatura apresentados. A homo- convocação eleitoral foi publicado no eleitoral do Sistema Confea/Crea.

Comissão Eleitoral Em 2 de maio, foi realizada no Conselho gaúcho a reunião de instalação da Comissão
Eleitoral do CREA-RS. Formada por cinco conselheiros da instituição, e presidida pelo
Regional (CER/RS) Eng. Químico Norberto Holz, o grupo irá coordenar a realização do pleito no RS, orien-
tando candidatos e eleitores para cumprimento do Regulamento Eleitoral. A Comissão
realizou a sua segunda reunião no dia 16 de maio, e tem ainda o funcionário Mateus
Rosa Garcia como secretário.

Composição da CER/RS: Coordenador - Eng. Químico Norberto Holz, Coordenador Adjunto - Eng. Civil Marcos Fernando Uchôa Leal. Membros Titulares -
Eng. Florestal Luiz Ernesto Grillo Elesbão, Engenheiro de Op. e Segurança do Trabalho Orlando Pedro Michelli, Eng. Agrônomo Juarez Morbini Lopes.
Membros Suplentes - Eng. Civil Nelson Kalil Moussalle (1º suplente), Eng. Florestal Pedro Roberto de Azambuja Madruga (2º suplente), Eng. Mecânico e
Eletricista Otto Willy Knorr (3º suplente), Técnico em Química Sinclair Soares Gonçalves (4º suplente) e Eng. Mecânico e Segurança do Trabalho Ary Pedro
Slhessarenko Trevisan (5º suplente)

9
notícias do crea-rs

Secretário da Secopa fala


aos conselheiros do CREA-RS
Na Sessão Plenária de junho do CREA-

ARQUIVO CREA-RS
RS, participou o titular da Secretaria Mu-
nicipal Extraordinária da Copa 2014, João
Bosco Vaz, que falou sobre os projetos em
andamento na Capital para receber o Mun-
dial de futebol em 2014. Vaz relatou que as
duas principais preocupações da Fifa são os
estádios e seu entorno e os aeroportos. As
demais obras que ocorrerão são iniciativas
do próprio município, como as intervenções
nas avenidas Protásio Alves, que será du-
plicada, e Perimetral, com cinco novas obras
de arte especiais, além da duplicação da Av.
Tronco, que ele disse ser o grande “gargalo”
dos preparativos. “Ainda não licitamos ne-
nhuma das obras, mas estamos dentro do
cronograma exigido pela Caixa Econômica
Federal, que disponibilizará financiamento
para as obras de mobilidade urbana. Fomos,
inclusive, a primeira cidade a contratar os
financiamentos e estamos com todos os pro-
jetos básicos e executivos em andamento,
através de um convênio entre a Prefeitura Na mesa, a partir da esq., Eng. Melvis Barrios Junior, Geól. Antônio Viero, Eng. Marcus Vinícius do
Prado, Eng. Ricardo Scavuzzo, João Bosco Vaz, Eng. Capoani, Eng. Químico Marino Greco, Eng.
e o Sistema Fiergs, que recrutou dez empre- Industrial-Mecânica Ivo Hoffmann e Téc. em Edificações Flávio Pezzi
sas para doação desses trabalhos.” Como
exemplo da necessidade de mão de obra, ra esta obra já foi realizada, em sua maioria, ções e as formas de contratação das empre-
revelou o número de 2 mil funcionários ne- com a transferência das famílias do entorno. sas que atuam nos projetos. O 2° vice-pre-
cessários às obras nos estádios do Grêmio “Da Vila Dique já está em andamento (a mu- sidente, Eng. Ricardo Scavuzzo, que repre-
e do Internacional. dança) e a da Vila Nazaré, a transferência senta o Conselho gaúcho no GT do Sistema
Destacou ser a Copa “um grande negó- será para um loteamento a ser construído Confea/Crea da Copa 2014, lembrou a im-
cio”, que trará cerca de 600 mil turistas ao na Zona Norte”, esclareceu o secretário. portância dos laudos de Engenharia dos Es-
País. Disse também que, dentro de cinco a O presidente do CREA-RS, Eng. Civil tádios, os quais estão sendo exigidos pelo
seis meses, “Porto Alegre será um canteiro Luiz Alcides Capoani, ressaltou que a Au- Ministério dos Esportes, por meio de con-
de obras”. Falou do Aeroporto Salgado Filho, tarquia estará presente com a participação vênio com os Creas. “Além dos estádios on-
onde, entre as intervenções a serem realiza- dos profissionais registrados e na fiscaliza- de haverá competições oficiais, esse laudo
das, está o aumento da pista em 920 metros, ção das obras. Após a fala do Secretário, al- garantirá maior segurança nos estádios me-
o que depende de investimentos federais. Se- guns conselheiros fizeram questionamentos, nores.” O encontro reuniu cerca de 100 con-
gundo ele, a parte que cabia à prefeitura pa- principalmente sobre o prazo das interven- selheiros do CREA-RS.

Estudantes da UFPEL conhecem mais sobre o CREA-RS


A Faculdade de Agronomia da Universidade Federal bre o assunto para um público de aproximadamente 200
de Pelotas realizou, entre os dias 23 e 27 de maio, a XLI pessoas, entre alunos e professores. Entre outras colo-
Seagro – Semana Acadêmica. O 1º vice-presidente do cações, lembrou que a Resolução 1010, quando for im-
CREA-RS, Eng. Agr. e Seg. Trab. Moisés Souza Soares, plantada, exigirá dos Creas uma profunda reestruturação
ex-aluno da instituição, foi convidado para palestrar so- no processo de fornecimento das atribuições aos profis-
bre o Sistema Confea/Crea e, em especial, sobre a Re- sionais, principalmente no que diz respeito à quantidade
solução nº 1010/05, que propõe modificações nas atri- de profissionais com diferentes tipos de atribuição que
buições dos profissionais egressos das faculdades de estarão formando-se e que se vão somar aos já formados
Engenharia e Agronomia. Durante cerca de duas horas, que desejam ter novas atribuições, através de cursos de
o vice-presidente palestrou e respondeu às questões so- pós-graduação, Stricto e Lato Sensu, que tenham feito.

10 julho’11 | 83
Vereadores de Hulha Negra
visitam CREA-RS
O Eng. Sandro Schneider e o supervisor de Fiscalização
Eduardo Macedo receberam no dia 30 de junho o vereador de
Hulha Negra (RS) Amilcar Azevedo Loguércio e o presidente
da Câmara de Vereadores do município, vereador Marcus Ro-
berto Leitzke. Os vereadores estiveram no Conselho em bus-
ca de orientações para redução dos valores para a construção
de moradia popular.
Foi sugerido o encaminhamento da documentação para o
convênio de Programa de Apoio à Moradia Econômica (Pame),
convênio de colaboração mútua firmado entre as prefeituras
e o CREA-RS, com a participação dos profissionais de Enge-
nharia e Arquitetura daquele município, em edificações de Da esq. p/dir.: Sandro Schneider, Eduardo Macedo e vereadores de Hulha
moradias para famílias de baixa renda. Negra

Conselheiro Federal do RS solicita suspensão


do contrato entre Confea e FGV
O conselheiro federal pelo RS, Eng. Ci- rante a Lei n° 8.666. “Trata-se de um valor
ARQUIVO CREA-RS

vil Melvis Barrios Junior, protocolou, junto absurdo para esse tipo de serviço, equiva-
ao Tribunal de Contas da União e Ministé- lente a aproximadamente 200 veículos po-
rio Público Federal, pedido de suspensão do pulares”. O Conselheiro afirma que, para ins-
contrato no valor de R$ 5.900.000,00, cele- tituições com maior tamanho que o Confea,
brado entre o Conselho Federal de Enge- a FGV cobrou valores até dez vezes menor
nharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) para realizar basicamente o mesmo serviço.
e a Fundação Getúlio Vargas para elabora- Cita como exemplo o Daer-RS, para o qual
ção do planejamento estratégico, reestrutu- esses serviços foram orçados em R$ 680.000,00
ração administrativa e organograma funcio- pela FGV, “embora esse órgão público pos-
nal. Segundo Melvis, essa contratação rea- sua maior complexidade que o Conselho Fe-
Eng. Melvis Barrios Junior está exercendo
mandato desde o início deste ano e é o único lizada sem licitação, sob a justificativa de deral, inclusive com 13 superintendências
representante gaúcho no plenário do Federal “notório saber”, não encontra respaldo pe- no interior do Estado”, completa Melvis.

Dia do Engenheiro Florestal – 12 de julho


O Engenheiro Florestal estuda e planeja o uso sustentável dos recursos naturais de modo a preservar a flora e fauna.
Recupera áreas degradadas, visando à reconstituição do patrimônio florestal natural e sua preservação. Atua no
planejamento de povoamentos homogêneos de florestas exóticas em todas as suas fases, visando à produção e
industrialização de madeira, celulose e demais subprodutos florestais, dentro dos padrões internacionais de
certificação. Atua no projeto, na execução e na conservação de parques e jardins, na arborização urbana e em
unidades de conservação. Atua também na avaliação do potencial biológico dos ecossistemas,
planejando seu aproveitamento de forma sustentável e garantindo a perpetuação das formas de
vida vegetal e animal. Considerando que o Brasil produz cerca de 30% das florestas tropicais
do mundo e plantações florestais de altíssima produtividade e em uma economia com
demandas crescentes de produtos de origem florestal, o papel do Engenheiro Florestal é de
suma importância técnica e de valorização profissional.

11
notícias do crea-rs

Engenheiros de Segurança Descontos


do Trabalho podem optar na anuidade
por representação em Através do site do CREA-RS, é possível obter

Câmara no CREA-RS informações sobre descontos nas anuidades que


são concedidos aos profissionais que se enquadram
nos quesitos listados a seguir. As informações po-
Os cerca de 2.500 profissionais de Engenharia de Segurança do Trabalho com dem ser encontradas no menu ‘Serviços para pro-
registro no Conselho gaúcho receberam correspondência, assinada pela Coor- fissionais’, ‘Desconto anuidades’.
denação da Comissão de Renovação do Terço (CRT), na qual devem assinalar
sua opção pela modalidade ou campo de atuação que desejam ser representados
 Desconto para profissional do sexo feminino
no CREA-RS – no caso específico, a formação original ou a especialização em
a partir de 60 anos de idade.
Segurança do Trabalho. O objetivo é subsidiar o cálculo da proporcionalidade
com vistas à distribuição das vagas nas Câmaras Especializadas e no plenário
 Desconto para profissional do sexo masculino
para o ano de 2012, com a instituição pela Autarquia da Câmara Especializada
a partir de 65 anos de idade.
em Engenharia de Segurança do Trabalho na Sessão Plenária de 06 de maio (Ses-
são Ordinária nº 1.691). A CRT ressalta que a opção definida no documento não
restringirá nem definirá impedimento para o profissional da Engenharia de Se-  Desconto por doença grave.
gurança do Trabalho exercer atividades da respectiva área de graduação.
Em conformidade com disposições expressas na legislação do Sistema Con-  Desconto ao profissional registrado que
fea/Crea, a futura composição da Câmara de Engenharia de Segurança do Tra- possua registro de empresa individual com
balho, a exemplo do que ocorre com as demais especializadas, será definida le- anuidade do exercício quitada 2011.
vando em conta o número de profissionais Engenheiros de Segurança do Traba-
lho registrados no RS. A CRT também explica que o profissional que não retor-  Desconto para profissional do sexo feminino
nou a correspondência no prazo estipulado tem seu registro e títulos correspon- com 30 anos de registro.
dentes inalterados no cálculo da proporcionalidade, mas a opção por um dos
títulos poderá ser efetuada, alterada ou cancelada a qualquer tempo, por meio  Desconto para profissional do sexo masculino
de comunicação escrita endereçada ao CREA-RS. com 35 anos de registro.

Sergs tem novo presidente


Em reunião-almoço realizada em sua recebeu o convite, reacendeu sua vontade
sede campestre, tomou posse como presi- de realizar mais alguns projetos na Sergs e,
dente da Sociedade de Engenharia do Rio principalmente, trazer uma nova geração de
Grande do Sul – Sergs – o Arq. e Urb. Sér- profissionais”. Também tomaram posse os
gio Luiz Duarte Zimmermann, que, em seu dois novos vice-presidentes, Eng. Luiz An-
discurso, agradeceu ao ex-presidente Cylon tônio Borges Germano da Silva e Eng. Ro-
Rosa Neto por sua grande atuação em fren- berto dos Santos Ilhescas.
te à entidade. Lembrou a criação do Conse- Estiveram presentes no encontro, pelo
lho de Arquitetura e Urbanismo – CAU –, CREA-RS, o presidente Eng. Luiz Alcides
e disse que, mesmo assim, continua em “ca- Capoani, o conselheiro Eng. Mec. e de Seg.
sa na Sergs”. “A Engenharia trabalha sempre Arq. e Urb. Sérgio Luiz Duarte Zimmermann Trab. Paulo Deni Farias, o conselheiro Eng.
comandará a entidade por três anos
em conjunto com a Arquitetura, uma pres- Civil e de Seg. do Trab. Emídio Ferreira, e a
cinde da outra e estarei aqui trabalhando te, diretor, coordenador de Comissões, pre- gerente do Departamento de Comunicação
pelo futuro destes profissionais”, ressaltou. sidente do Conselho Deliberativo, entre ou- e Marketing do Conselho, Jorn. Anna Fon-
Zimmermann, que já foi vice-presiden- tros cargos na entidade, falou que “quando seca, entre outros.

Dia do Engenheiro Sanitarista – 13 de julho


O Engenheiro Sanitarista trata do diagnóstico, da elaboração e da coordenação de projetos de
saneamento básico e de obras sanitárias, cuja importância está diretamente ligada às áreas
social, de saúde e ambiental. Seu trabalho envolve fiscalização, manutenção e ampliação de
projetos que melhorem a qualidade de vida da população, como os sistemas de drenagem, de
tratamento de água, esgoto e resíduos. O CREA-RS parabeniza os profissionais dessa área.

12 julho’11 | 83
Capital paulista recebeu
Colégio de Presidentes
A preocupação com a aprovação na Câ- Durante o encontro, o funcionário do mento das nossas entidades”. O Colégio de
mara dos Deputados, no último dia 15 de CREA-RS Eng. Operacional Eletrônica Luiz Presidentes do Sistema Confea/Crea/Mutua
junho, do Regime Diferenciado de Contra- Carlos Garcia recebeu uma Menção de Re- reúne os presidentes dos 27 Creas, do Con-
tação (RDC), com texto contido na Medida conhecimento do Colégio de Presidentes dos fea, o Diretor-Presidente da Mútua e o Co-
Provisória 527/2011 na forma de Projeto Creas Centro-Oeste, integrado pelos Regio- ordenador do Colégio de Entidades Nacio-
de Lei de Conversão, foi destacada pelo pre- nais do DF, GO, MS e MT, pelos relevantes nais – CDEN.
sidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, serviços prestados aos Creas nos anos de A última audiência pública sobre a Copa
durante a abertura do Colégio de Presiden- 2008 a 2011. 2014, que aconteceu em São Paulo, fez parte
tes do Sistema, que reuniu até o dia 22 de O presidente do CREA-SP, José Tadeu da Reunião do Colégio de Presidentes. Dia
junho os 27 presidentes dos Creas, do Con- da Silva, anfitrião do evento, destacou que 4 de agosto, o CREA-RS realizará o Seminá-
fea, da Mútua, conselheiros federais e co- o Sistema depende muito da condição dos rio Profissionais do CREA-RS na Copa 2014
ordenador do Colégio de Entidades Nacio- Creas. “Somos nós que damos a sustentação para profissionais e interessados (anúncio
nais (Cden) na capital paulista. “O texto econômica, administrativa e financeira ao nesta edição e programação em www.crea-
dessa Medida Provisória 527 é ainda pior nosso Sistema, por isso a importância dessa rs.org.br).
que o anterior – da MP 521. O regime de reunião”, afirmou, lembrando que “a contri- Com informações da Assessoria de
contratação integrada é extremamente pre- buição desse Colegiado ajuda no fortaleci- Comunicação do Confea
ocupante, além do sigilo nas licitações. A
ARQUIVO CREA-RS

insistência do sigilo sobre os orçamentos,


quando sabemos que são estimativas de
custo, já que não são feitos com projetos,
especificações e quantificações, nos parece
uma medida absurda”, destacou o presiden-
te do Confea.
O presidente do CREA-RS, Eng. Luiz
Alcides Capoani, também debateu sobre a
proposta de flexibilização nas licitações du-
rante o encontro, dizendo que “o preço vil é
muito mais danoso à segurança da popula-
ção, uma vez que impõe aos profissionais e
empresários riscos desnecessários nas cons-
truções, abrindo-as a participações muito
perigosas”. Capoani também comunicou aos
presentes a realização, pelo Conselho gaú-
cho, de um evento que discutirá os proce-
dimentos, as contratações e as obras neces-
sárias à Copa 2014 e os usos futuros das mes-
mas pela população. O evento será realizado
Eng. Civil Francisco Kurimori, chefe de gabinete do CREA-SP e presidente da FAEASP, Jorn. Anna
no início de agosto e estará aberto à parti- Fonseca, gerente do Dpto. de Com. e Mark. do CREA-RS, Eng. Civil Ricardo Scavuzzo, vice-presidente
cipação de todos os interessados. do CREA-RS, e o Eng. Civ. Gilberto Campos, Coordenador da Audiência Pública - Etapa São Paulo

Informações sobre o CAU no site do CREA-RS


Arquitetos e Urbanistas e demais pro- deverá especificar as áreas de atuação pri- ­­ Nacional das Câmaras de Arquitetura do
ria
fissionais que tenham interesse podem vativas de Arquitetos e Urbanistas e as áre- atual Confea estão gerenciando o processo
acessar, através de banner no site do as compartilhadas com outras profissões de transição e organizando o primeiro pro­
CREA-RS (www.crea-rs.org.br), informa- regulamentadas. Caberá ainda à entidade ­ces­­­so eleitoral para o CAU/BR, que deverá
ções sobre os procedimentos para transi- manter um cadastro nacional das escolas ocorrer até o dia 26 de outubro, e para os
ção e eleição do Conselho de Arquitetura e faculdades de Arquitetura e Urbanismo, CAUs dos Estados e do Distrito Federal. No
e Urbanismo (CAU), aprovado em dezem- com o currículo dos cursos oferecidos. si­­­te do CREA-RS, podem-se acessar todas
bro do ano passado pelo então presidente As Coordenadorias das Câmaras de Ar­ as deliberações tomadas pela Coordenado­
Lula. De acordo com o projeto, o CAU/BR ­qui­­tetura dos atuais Creas e a Coordenado­ ­­ria das Câmaras Especializadas.

13
por dentro das inspetorias

Na foto, a partir da esq., Carlos Pauletto; Sergio Teixeira, Fabio Araujo Leal; José Ricardo Neves; Claudio Luiz Prates; Luis Collares; Luiz Alcides Capoani;
Amélia Forte; Helécio Almeida, Ilton Luis da Silva e Natália da Silva

Representantes da Zonal Metropolitana


PIF Vacaria
Ocorreu na semana de 23 a 27 de ju- discutem Resolução1.032/2010
nho, em Vacaria, o Programa Intensivo de
Fiscalização na área civil. Foram fiscaliza-
A retomada das reuniões da Zonal Me- convênios entre os Creas e as entidades de
dos os municípios de Vacaria, Barracão,
tropolitana ocorreu em maio na cidade de classe. “Apesar da reunião ser de inspetoria,
Bom Jesus, Sananduva, Lagoa Vermelha,
Gravataí, seguida de encontro em junho, os representantes também participam de
Monte Alegre e São José do Ouro pela equi-
na sede do CREA-RS, em Porto Alegre. Es- diretoria de entidades de classe mistas e pre-
pe formada pelos agentes fiscais Alessan-
tiveram presentes o presidente da Autarquia, tendem permanecer nelas após a implan-
dra e Rafael – Caxias do Sul, Sérgio – Ben-
Eng. Luiz Alcides Capoani, o ass. da Presi- tação do Conselho dos Arquitetos e Urba-
to Gonçalves – e Amarante – Vacaria.
dência, Eng. Donário Rodrigues Braga Ne- nistas”, explicou Amélia Forte, inspetora-
Nessa ação, foram geradas 78 notifi-
to, e o gestor da Fiscalização, Arq. e Urba- secretária da Inspetoria de Viamão.
cações, 128 relatórios de fiscalização, 115
nista Cláudio Bernardes. Os representantes Capoani explicou por que foi contra
obras paralisadas e 148 obras com selo
das Inspetorias de Porto Alegre, Guaíba, a Res. 1032/2011 e teve apoio unânime
(obras já fiscalizadas). O Departamento de
Gravataí/Cachoeirinha, Camaquã, Monte- dos presentes, pois os profissionais consi-
Fiscalização agradece a Inspetora-chefe
negro e Viamão/Alvorada discutiram, entre deram que, com as novas definições, seria
Arq. e Urb. Marilú Guazelli pela colabora-
outros temas, a instalação do CAU, o regra- inviabilizada a manutenção das entidades
ção e parabeniza a equipe que, com mui-
mento para as eleições da Coordenadoria com repasses do CREA-RS. Assim, foi de-
to comprometimento e dedicação, realizou
das Inspetorias e a Resolução 1032/2011, finida a permanência às regras da resolu-
mais um Plano Intensivo de Fiscalização
que definiu novas regras na celebração de ção anterior (N°1027/2010).
do CREA-RS.

Inspetoria de Panambi
Em junho, representantes da Inspetoria de Panambi e do município de Santa
Bárbara do Sul realizaram um encontro no sentido de firmarem um Termo de Co-
operação Técnica referente à troca de informações em obras e serviços técnicos.
Participaram o Eng. Mec. Joel Gilberto Hoffmann (Inspetor-Secretário); a Eng.
Civil Cristina Mazzonetto (Inspetora-Tesoureira); o Eng. Civil Salustiano de Mou-
ra (Membro da Comissão de Engenharia Civil); o Agente Fiscal Téc. Everaldo João
Daronco; o Secretário da Administração Silmo Streit; o Assessor Jurídico Olíbio
Schneider; a Eng. Civil Neusa Simon (Depto. Técnico); a Arq. Hesley Limberger
Agentes fiscais Alessandra Borges e Rafael dos (Depto. Técnico); a Eng. Agr. e Fltal. Rosane Almeida de Moura; a responsável pe-
Santos, de Caxias do Sul, Sergio Durli, de Bento las licitações, Eroni Barbosa, e o responsável pelo cadastro imobiliário, Bábilo Fa-
Gonçalves, e Antônio Amarante, de Vacaria,
junto ao Supervisor de Fiscalização da Regional bricio Ferreira.
2, Eduardo Macedo

14 julho’11 | 83
Voltam colunas Fiscalização de
no Interior e resíduos da área
Minuto CREA-RS da saúde é tema
Desde o início do mês de julho, as 42 de reunião em
cidades do interior do Estado com Inspeto-
rias do CREA-RS voltarão a contar com es- Santa Maria
paços nos jornais locais através das colunas
mensais, que estavam suspensas desde ja- A Inspetoria de Santa Maria promoveu
neiro. Esses espaços divulgam as ações de reunião, em junho, com representantes da
cada Inspetoria, com o intuito de aproximá- Superintendência da Vigilância Sanitária Trab. Giovana Giehl (tesoureira), os agen-
las da comunidade. Os Inspetores de cada do município para discutir a fiscalização tes fiscais Marcelo Elesbão Fontoura e Luiz
Regional são responsáveis pelo envio de no- de resíduos da área da saúde. Segundo a Batista Roggia, e, por parte da Vigilância
tícias locais que são formatadas e publicadas, diretoria do Regional, a intenção é que se Sanitária, o Eng. Civil Dalton Wegner e a
sob a supervisão da gerência do Departa- realize um Programa Intensivo de Fiscali- Arq. Rosane Calil, do Setor de Engenharia
mento de Comunicação e Marketing. zação (PIF) na região com esta abordagem. Sanitária, a Cirurgiã-Dentista Carla da Ro-
E, desde o dia 17/06, retornou às Rádios Participaram do encontro os inspetores do cha Senttko, do Setor de Interesses de Saú-
Guaíba, Gaúcha e Bandeirantes AM o pro- CREA-RS na cidade, Eng. Agr. João Carlos de, e o Médico-Veterinário Carlos Flávio
grama Minuto CREA-RS, que veicula notí- Kieling (chefe), Eng. Civil Fábio Zucolotto Barbosa da Silva, do Setor de Vigilância Am-
cias e informações do Conselho. Com textos (secretário) e Eng. Química e de Seg. do biental.
produzidos pelo Departamento de Comu-
nicação e Marketing, os Minutos podem ser
ouvidos de segunda a sexta-feira, intercala- Funcionários das Inspetorias
dos com comerciais sobre a Autarquia, nos
seguintes horários: Rádio Guaíba AM – se- recebem capacitação
gunda a sexta-feira, Programa Guaíba Cida- Os funcionários das Inspetorias do brou o Conselho de Arquitetura, dizendo
des, entre 9h e 11h. Rádio Bandeirantes AM CREA-RS estiveram por dois dias reunidos que as entidades mistas, maioria no Interior,
– segunda a sexta-feira, Programa Ciranda em Porto Alegre em treinamento, junto aos devem manter a unidade, pois têm indepen-
da Cidade, entre 14h e 16h. Rádio Gaúcha funcionários da Seção de Protocolo (aten- dência jurídica para tal. Encerrou declaran-
AM – segunda a sexta-feira, Programa Cha- dimento) da sede do Conselho. O objetivo do ainda não saber como será o futuro, ain-
mada Geral 2ª Edição, entre 17h e 18h. do encontro é repassar procedimentos no- da na questão do CAU, mas que o “CREA-RS
vos ou que sofreram alteração. Na abertura é forte e as Inspetorias também, e que mes-
do evento, o coordenador-adjunto das Ins- mo o novo Conselho vai depender desse tra-
Novo horário da petorias, Eng. Agr. Bernardo Palma, explicou balho no Interior”. O presidente Capoani
Inspetoria Especial os motivos de não ter sido implantada a des- concluiu a abertura apresentando as princi-
de Charqueadas centralização e as Câmaras Multimodais nos pais ações realizadas em sua gestão. Desta-
A Inspetoria Especial do CREA-RS Regionais, aprovadas no último Seminário cou aos funcionários a sua preocupação em
em Charqueadas sofreu alteração das Inspetorias, atribuindo à criação do CAU. dar maior autonomia às Inspetorias, com o
em seu horário de expediente, pas- “A expectativa é implantar no próximo ano, aumento do valor das verbas de suplemen-
sando a funcionar das 10h às 16h. após a conclusão da saída dos Arquitetos e tação. Ao final, parabenizou a todos pelo em-
Anteriormente, o funcionamento Urbanistas do Conselho, além de rever os penho junto ao CREA-RS. O evento contou
era das 10h30 às 16h30. O escritó- procedimentos internos.” Explicou, ainda, também com palestras das áreas de fiscali-
rio está localizado na rua Dr. José que o objetivo da descentralização é não ha- zação, registro, financeiro, acervo técnico e
Athanásio, 833, sala 307. O conta- ver necessidade de todos os documentos e ART. Hoje, o CREA-RS conta com mais de
to ­também pode ser feito pelo fone procedimentos passarem pela sede do CREA- 60 funcionários administrativos distribuídos
(51) 3658-5296 ou através do e-mail RS. O coordenador das Inspetorias, Eng. Ci- nas 43 inspetorias da Capital e do Interior,
charqueadas@crea-rs.org.br vil Marcus Vinicius do Prado, também lem- além de seis Inspetorias Especiais.

15
entidades de classe

Presidente do Senge-RS toma posse CALENDÁRIO 2011


ENCONTROS ZONAIS DE
Com a participação de 1771 associa-
dos no segundo turno, a Chapa 1 venceu ENTIDADES DE CLASSE
as eleições do Senge-RS, com 53% dos vo-
tos válidos. Reeleito para mais um manda- CRUZ ALTA
ZONAL 7
to, o atual presidente, José Luiz Azambuja, 26/07 (TERÇA-FEIRA)
tomou posse em 1° de julho à frente do NOROESTE
18 HORAS
Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande
do Sul, maior entidade com registro no cal muito além das questões corporativas, MARAU
Conselho gaúcho. O presidente do CREA- tendo a ética e a transparência como nor- ZONAL 8
02/08 (TERÇA-FEIRA)
RS participou do evento, realizado no Ho- teadores desta ação, muito além dos dis- PLANALTO
18 HORAS
tel DeVille, acompanhado do vice-presi- cursos. Já o prefeito José Fortunatti desta-
dente, Eng. Agr. Moisés Souza Soares, dos cou o início dos entendimentos entre o Exe- VACARIA
coordenadores das Inspetorias do Conse- cutivo e os Engenheiros, Arquitetos, Geó- ZONAL 9
logos e Geógrafos da Prefeitura de Porto 09/08 (TERÇA-FEIRA)
lho, Eng. Marcus do Prado e Eng. Bernar- SERRA
do Palma, e da gerente do Departamento Alegre, e a disposição manifestada pela ca- 18HORAS
de Comunicação e Marketing, Jorn. Anna tegoria liderada pelo Senge de promover e
Fonseca. Entre os presentes, estiveram o participar das discussões que visem ao en- TAQUARA
ZONAL 11
ex-presidente da Sergs Eng. Cylon Neto e tendimento e a uma formatação das car- 16/08 (TERÇA-FEIRA)
SINOS
o presidente e vice-presidente da Sargs, En- reiras no município a partir da adoção de 18 HORAS
genheiros Agrônomos Gustavo Lange e Ar- critérios de produtividade, o que, confor-
cângelo Mondardo, respectivamente. me ele, colocará Porto Alegre mais uma vez BAGÉ
ZONAL 10
Também tomaram posse os demais in- na vanguarda em termos administrativos. 06/09 (TERÇA-FEIRA)
Em seu discurso de posse, o presidente do SUL
tegrantes da nova diretoria. Vindos de to- 18 HORAS
do o Estado, da Capital e da Região Metro- Senge, José Luiz Azambuja, destacou os inú-
politana, os Diretores da Gestão 2011-2014 meros desafios propostos à categoria e ao
foram saudados pelos mais de 250 partici- Sindicato nos próximos três anos, ressal-
pantes, com destaque para os discursos do tando a capacidade da entidade de, em no-
prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti, me dos profissionais e do interesse público, Erratas
do presidente da Federação Nacional dos participar dos principais fóruns de discus- A Inspetora-Chefe Arq. e Urbanista Cicília
Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Cam- são das políticas de desenvolvimento para Liberali Paes é da Inspetoria de Santa Rosa
os municípios, para o Estado e o País. “Nós e não de Pelotas, como foi publicado na edi-
pos Pinheiro, e da presidenta da Câmara
entendemos essa vitória como muito im- ção de junho, na página 14.
de Vereadores da Capital, Sofia Cavedon.
Falando aos presentes, o presidente da portante, pois foi uma eleição bastante dis-
FNE ressaltou o papel histórico de vanguar- putada”, disse Azambuja, enfatizando a par-
da assumido pelo Senge-RS. Segundo Mu- ticipação dos associados. “Nunca antes na
rilo Pinheiro, o Sindicato sempre esteve história do Senge-RS houve uma partici-
presente nos movimentos dos profissionais pação tão grande em números absolutos”, A Inspetoria de Pelotas sediará o Encontro
de Engenharia pela organização da entida- elucidou. “O segundo turno aumentou o Estadual de Entidades de Classe (EE-
de em âmbito nacional, pelo reconhecimen- número de votantes, mais de 50% dos as- SEC/2011), que está sendo organizado por
to e regulamentação da profissão, pela le- sociados participaram, e deu uma diferen- um grupo de trabalho, no qual fazem parte
gislação, que criou o Piso Salarial Nacional, ça importante no contexto eleitoral, com entidades de Santa Maria e Pelotas, o as-
e nas lutas pela redemocratização do País, um reconhecimento à continuidade da nos-
sessor institucional Eng. Civil Donário Ro-
na Assembleia Constituinte, nas Diretas- sa proposta, que iniciamos em 2008. Con-
tribui para engrandecer e fortalecer a En- drigues Braga Neto e o coordenador do NA-
Já, entre outras. Por sua vez, a vereadora
Sofia Cavedon reconheceu a visão adotada tidade e todo o processo eleitoral.” AEC, Eng. Agr. Roberto Bento da Silva.
pelo Senge de promover a atividade sindi- Com informações da Ass. de Com. do Senge-RS

Cachoeira do Sul recebe Eesec


Sediado na Inspetoria de Cachoeira do Sul, SEF); Associação dos Engenheiros Flores- tante da Zonal, Eng. Civil Zeferino Ario Hos-
ocorreu o segundo encontro preparatório tais da 4ª Colônia de Imigração Italiana tyn Sabbi, e o Coordenador da Câmara Es-
para o Encontro Estadual das Entidades (AASSEF 4ª CII), Associação dos Agrôno- pecializada de Agronomia, Eng. Agr. Jace-
de Classe (EESEC/2011), que reunirá re- mos do Vale do Jacuí (AVALE) e Associação guáy de Alencar Inchausti de Barros.  O
presentantes das entidades de classe re- dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Eng. Agr. Roberto Bento da Silva coordenou
gistradas no CREA-RS, entre os dias 15 e Rio Pardo (AEAVARP). Foram apresentadas o evento, com a participação do Eng. Civil
17 de setembro, em Santa Rosa. A entida- 15 propostas, que serão encaminhadas ao Donário Rodrigues Braga Neto.
de local, Núcleo de Engenharia, Arquitetu- GT do XI Encontro FOTOS: ARQUIVO CREA-RS
ra e Agronomia de Cachoeira do Sul (NEA), ­E s t a d u a l – E E -
recebeu os representantes das entidades SEC/2011. Partici-
que fazem parte da Zonal Central: Socie- param o inspetor-
dade de Agronomia de Santa Maria (SASM); secretário de Ca-
Sociedade de Engenharia e Arquitetura de choeira do Sul, Eng.
Santa Maria (SEASM); Sociedade Santa- Fernando Alberto
mariense de Engenheiros Florestais (SO- Gehrke, o represen-

16 julho’11 | 83
livros & sites
sbg.nucleoead.net/moodle Dicionário de
Mineralogia e Gemologia
Com mais de 8,6 mil verbetes,
este livro descreve todas as es-
pécies minerais reconhecidas pe-
la International Mineralogical As-
sociation, enumerando grupos,
variedades, espécies duvidosas,
A Sociedade Brasileira de Genética (SBG) lançou o site Saiba Mais Sobre
nomes comerciais e populares.
Biotecnologia. Destinado ao público geral, tem conteúdo educativo e gratuito com
explicação de aplicações possíveis da manipulação genética. O conteúdo é Ilustrada com mais de cem fotografias colo-
dividido em: Biotecnologia, Vegetais transgênicos, Animais transgênicos, Terapia ridas, a obra dá destaque especial à Gemo-
gênica e Células-tronco. A página faz parte de um projeto apoiado pela Fapesp. logia e dedica um espaço aos tipos de lapi-
dação, produtores, história e ao valor comer-
www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente cial do quilate de gemas lapidadas. Curiosi-
dades, como o maior diamante lapidado do
mundo e a pérola que pertencia a Elizabeth
Taylor, engolida por seu cão, também fazem
parte deste livro.
Autor: Geólogo Pércio de Moraes Branco
Editora: Oficina de Textos – (11) 3085-7933

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) divulgou o estudo Instituições


de Pesquisa Não Acadêmicas Brasileiras – Utilização do Sistema de Patentes de
1990 a 2007, que reúne informações sobre solicitação de patentes por
Conhecimentos
instituições brasileiras de pesquisa. O trabalho, feito pelo Centro de Disseminação Gerais de Aeronaves
de Informação Tecnológica do INPI, está disponível neste site. Esta obra, já na sua segunda edi-
ção, tem como finalidade propor-
www.ana.gov.br/atlas cionar aos leitores esclarecimen-
tos sobre o tema, reforçando o
estudo dos seguintes assuntos:
Estruturas de Aeronaves, Mon-
tagem e Alinhamento, Aerodinâ-
mica, Materiais de Aviação e Peso e Balan-
ceamento. O livro busca apresentar conhe-
A Agência Nacional de Águas lançou, no fim de março, o Atlas da Oferta de Água cimentos gerais de uma aeronave no con-
no Brasil. O estudo é realizado desde 2005 por uma equipe multidisciplinar da qual texto da aviação civil e militar, sendo seu
participaram União, Estados e municípios, empresas e órgãos da sociedade civil conteúdo exigido em universidades, facul-
ligados à gestão de recursos hídricos e à prestação de serviços de saneamento. O dades, escolas e cursos de aviação.
material traz uma análise detalhada da oferta e demanda de água em todas as Autor: Eng. Civil Márcio Alves Suzano
regiões e Estados brasileiros, bem como das bacias hidrográficas que os Editora: Interciência – (21) 2581-9378
abastecem. O objetivo é a análise da oferta de água no território urbano com
alternativas técnicas que resguardem a garantia do abastecimento.

www.geologo.com.br A Invenção do Projeto


Este livro traz ideias e exemplos
da criatividade aplicada, orientan-
do profissionais, alunos e profes-
sores. A obra evidencia o poten-
cial criador das pessoas no cam-
po das Artes Plásticas e mostra
como expandir a criatividade na-
O Portal do Geólogo é um site que reúne milhares de artigos técnicos, dicas e tural, relacionando às áreas de
informações relacionadas à Geologia, Geofísica, Geoquímica, economia mineral,
Desenho Industrial, Arquitetura
mineração, mercados, meio ambiente, entre outros temas. A plataforma também
e Comunicação Visual.
disponibiliza um banco de dados com currículos e vagas de empregos oferecidas
por empresas que querem contratar profissionais ligados às Ciências da Terra. Autor: Arquiteto Gildo Montenegro
Editora: Oficina de Textos – (11) 3085-7933

17
capa

O valor do pr Por Luciana Patella | Jornalista


Em Porto Alegre, o movimento iniciou
em abril de 2010, quando 24 servidores, en-
Disciplinamento do uso e ocupação do solo; licen-
tre Engenheiros e Arquitetos da prefeitura,
ciamento ambiental; aprovação e licenciamento de realizaram sua primeira reunião na sede da
projetos e obras; infraestrutura urbana; captação, Astec, protocolando abaixo-assinado, com
tratamento e fornecimento de água potável; cole- mais de 400 assinaturas, em 11 de junho do
mesmo ano, liderados pelo Senge/RS. “Após
ta, tratamento e disposição de esgoto sanitário;
três reuniões sem resultados com o secretá-
planejamento e fiscalização de obras viárias; ad- rio Busatto resolvemos iniciar a ‘operação pa-
ministração de praças, parques e da vegetação drão’, e, em 18 de abril deste ano, começamos
urbana; preservação do meio ambiente; preserva- a ‘liberação zero’, onde o processo era anali-
sado, mas não seguia para encaminhamento
ção do patrimônio histórico do município; constru- ao requerente, ou a vistoria era realizada, mas
ção e manutenção de escolas, creches, postos de não se emitia o Habite-se. Somente após o
saúde, hospitais, etc. Essas são algumas das inú- governo nos chamar e fazer uma proposta,
encerrou-se, no dia 10 de junho, a ‘liberação
meras tarefas pelas quais são responsáveis os pro-
zero’. Durante esse período, aproximadamen-
fissionais do Sistema Confea/Crea nas prefeituras te 4.500 processos foram freados”, explica o
de todo o País. Apesar de atuar em ações essen- presidente da Associação dos Técnicos de Ní-
ciais ao desenvolvimento das cidades e de suma vel Superior do Município de Porto Alegre
(Astec), Eng. Civil Paulo Demingos. O resul-
importância ao bem-estar dos cidadãos, Engenhei-
tado foi a promessa da PMPA realizar estudo
ros, Arquitetos, Agrônomos, Geógrafos e Geólo- técnico sobre as gratificações, por um grupo
gos que optam pelo serviço público não sentem o técnico composto por integrantes do Gover-
retorno devido em valorização de suas atividades. no e representantes do movimento, com pra-
zo de 120 dias para entrega de um projeto.
A insatisfação gerou um grande movimento que A isonomia com outras categorias de ser-
paralisou os servidores da área em Porto Alegre, vidores de terceiro grau e a responsabilidade
em uma greve envolvendo mais de 400 profissio- civil e criminal que suas atividades imprimem
são duas das principais justificativas empre-
nais que originou o movimento “liberação zero”,
gadas pelos técnicos municipários. O presi-
onde, durante quase três meses, os processos re- dente do Senge-RS, Eng. Agr. José Azambu-
lativos à construção civil eram analisados, mas per- ja, ressalta que a subvalorização não aconte-
maneciam sem assinatura, trancando a sua trami- ce só nos municípios, mas no serviço público
nos três níveis – federal, estadual e municipal
tação. A saída do impasse pleiteada pelos profis- – e sintetiza o que considera a realizada atual­
sionais é a instituição, por parte dos executivos, ­­mente: “Há uma distorção na visão dos ges-
da chamada Verba de Responsabilidade Técnica
(VRT), aos moldes da Verba de Representação pa-
ga a carreiras da área judiciária e fazendária. Ser-
vidores de diversas cidades do Interior também se
mobilizam em busca de maior reco-
nhecimento dos gestores públicos

18 julho’11 | 83
ofissional no
setor público gerar mais impostos e tributos, e, mais
do que isso, eles são responsáveis tam-
bém pela qualidade do gasto público,
ou seja, a correta e melhor aplicação
dos recursos arrecadados. Portanto,
a valorização e o reconhecimento,
através da isonomia salarial, são mais
do que justas e necessárias”. Ato em que foram protocoladas junto à
Prefeitura da Capital as reivindicações dos
A mesma opinião segue o 2° vice- servidores, na frente, à esq., o Engenheiro do
presidente da Astec, Eng. Agr. Clóvis DEMHAB Miguel Alexandre Arzivenco,
idealizador do movimento, falecido em
Breda, funcionário da Supervisão de outubro de 2010
Parques, Praças e Jardins da Secreta-
tores em geral que leva à valorização ria Municipal do Meio Ambiente momento, e aí precisaria desse pro-
daqueles que trabalham nas áreas de (Smam), que também defende que curador. Agora quem é responsável
controle e fiscalização das receitas (ar- aplicar de forma adequada os recur- por uma rua bem feita, por uma obra
recadação) e, portanto, de, eventual- sos públicos é tão importante quanto bem feita, por uma boa prestação de
mente, imposição de penalidades aos amparar judicialmente o Estado. “Se serviço, acaba não sendo reconheci-
cidadãos, e não valorização, ao me- tu fizeres a licitação bem feita, a apli- do nesse modelo”, confronta, dizendo
nos no mesmo nível, daqueles que cação bem feita, prestar bons serviços que a discussão, que em Porto Alegre
trabalham para fornecer qualidade à população, vais ter uma demanda completou um ano em abril, quebra
de vida à população. Eu lembro que pequena, inclusive, de ações contra um paradigma ao afirmar que aplicar
esses profissionais também são res- o Estado. Quer dizer, aquele buraco o recurso de forma adequada “é tal-
ponsáveis pela melhoria da arreca- na rua pode resultar em uma ação vez mais importante do que arreca-
dação, pois aprovam projetos que vão contra a prefeitura em determinado dar”. Para ele, algumas carreiras, co-
mo as das Engenharias, ainda são tra-
tadas em segundo plano pelos entes
públicos. “O Engenheiro pode ser o
responsável por uma obra de milhões
de reais. Então, por que ele não tem
esse reconhecimento?”, questiona.
A discrepância de remuneração
acontece até mesmo entre os Enge-
nheiros da PMPA, que, realizando o
mesmo concurso público, dependen-
do da lotação, recebem remunerações
diferenciadas, como explica o Eng.
Demingos. “Se um profissional é cha-
Presidente do Conselho, Eng. Luiz Alcides Capoani, participou da primeira reunião dos servidores
mado a ocupar um posto na Secreta­
da PMPA, em abril de 2010, onde prestou seu apoio à causa ­­ria Municipal da Fazenda, a diferen-

19
capa
ça de salário fica em torno de R$ 3,5
mil a mais que um colega municipa-
lista de outra secretaria. No último
concurso, por exemplo, o Arquiteto
que tirou 1° lugar está na Secretaria
do Planejamento Municipal (SPM) e
o 3°, está na Fazenda.” Os profissio-
nais pensam que, para igualar os ven-
cimentos, o ideal seria a criação de
um Plano de Carreira, Cargos e Sa-
lários (PCCS) específico para os Téc-
nicos de Nível Superior, com base no
piso salarial de cada categoria, no que
concorda o presidente do Senge-RS. Capacetaço: para os dirigentes da Associação dos Técnicos de Nível Superior da Prefeitura
“Nesse sentido, a existência de um Municipal de Porto Alegre (PMPA) Eng. Paulo Demingos (pres.) e Eng. Agr. Clóvis Breda (2º vice), o
movimento desencadeado em abril refletiu na autoestima dos servidores envolvidos. “Hoje tu
Piso Salarial para nossa categoria, em- andares com capacete branco já é motivo de orgulho. É importante o reconhecimento, porque o
bora a Lei não se aplique aos órgãos meu parecer não é uma opinião, é um parecer técnico”, diz Breda

da administração direta, deveria ser


considerado para o início da carreira. muneração ao melhor desempenho e ra o Estado. Na minha avaliação, quem
É uma questão de difícil implemen- qualificação do corpo profissional dos faz ou aprova uma obra na cidade tem
tação pela natureza e complexidade municípios. “Profissionais bem remu- que ter a segurança de estar cumprin-
das discussões necessárias e também nerados rendem mais, pois têm tran- do o seu dever na forma que a lei de-
pelas visões distorcidas dos gestores quilidade para desenvolver seu traba- termina, de não sofrer pressão. Quer
em geral sobre as diferenças entre lho. Infelizmente, isso não ocorre na dizer, o profissional não é funcioná-
aqueles que trabalham nas áreas de maioria das cidades do RS. O adicio- rio do prefeito ou do administrador
controle e fiscalização e os demais nal por suas responsabilidades técni- do momento, ele é funcionário da ci-
servidores. Diante disso, no momen- cas é válido nesse sentido, por garan- dade. Quem vai de mudança para um
to, o viável é trabalhar na linha dessa tir melhores condições para o desem- bairro, vai com a garantia de não ter
reivindicação e do seu atendimento penho das atividades e por dar con- ao lado da sua casa, de repente, por
como solução emergencial para evi- dições de vida mais adequadas, pois vontade de um gestor, um empreen-
tar que prossiga e se aprofunde o enor- a responsabilidade e pressão são mui- dimento que vai desqualificar total-
me fosso existente entre as remune- to grandes”, justifica. Ele cita, ainda, mente seu local de moradia. As pes-
rações atuais”, destaca, ressaltando o o fato de serem os Arquitetos e Urba- soas não vão morar por uma semana,
fato que, hoje, um Procurador ingres- nistas profissionais obrigatórios por vão morar por anos”, exemplifica, des-
sa no serviço público com um salário Lei para atuar no planejamento urba- tacando a “questão ir muito além do
maior ao que os Técnicos de nível su- no. “Muitas prefeituras não têm, em salário mínimo profissional”.
perior se aposentam. seus quadros, Arquitetos trabalhando
O presidente do Sindicato dos 40 horas. Há casos em que esses pro-
Arquitetos do Rio Grande do Sul fissionais são contratados para apenas
(Saergs), o Arquiteto e Urbanista Cí- um dia por semana, o que inviabiliza
cero Alvarez, comenta a ligação da re- a condução de um bom trabalho. Es-
ta má remuneração causa outro pro-
blema, que é o fato de um único pro-
fissional atender a mais de uma pre-
feitura, gerando trabalhos idênticos
para situações distintas”, adverte.
Para Clóvis Breda, a discussão po-
deria ir além. Ele indaga o porquê des-
sas áreas técnicas não serem conside-
radas carreiras de Estado por defini-
ção, justificando ser a estabilidade ga-
rantia de isenção nas definições que
são tomadas pelos profissionais. “Isso
é uma discussão teórica, do que é mais
importante ou menos importante pa-

20 julho’11 | 83
Responsabilidade Civil lor do vencimento-padrão do cargo.
Argumento unânime entre os Hoje, 15 servidores recebem a grati-
apoiadores da adoção da VRT, a res- ficação, entre Engenheiros Agrôno-
ponsabilidade civil e criminal assu- mos, Civis, Eletricistas, Arquitetos e
mida pelos profissionais do Sistema Geólogos. Na justificativa do projeto
Confea/Crea sobre os serviços que de lei, o prefeito da cidade, Airton
executam nos municípios e em demais Dipp, que tem formação em Enge- tração que não há impedimentos le-
órgãos públicos é lembrada pelo pre- nharia Civil, cita a Lei Federal 4.950/66, gais para sua instituição. “Há colegas
sidente do Senge-RS. “A verba tam- que prevê valor mínimo devido aos de vários municípios que estão bus-
bém fará justiça a esses profissionais profissionais de Engenharia, Agrono- cando o Senge-RS para conversar e
que assumem responsabilidades pelas mia, Geologia e Arquitetura, equiva- ajudar no encaminhamento dessa
quais respondem com seu patrimônio lente a seis salários mínimos nacional, questão, como nos casos de Canoas,
pessoal e, inclusive, sua liberdade. E, e diz “que o vencimento básico dos Sapucaia do Sul, Sapiranga, e outros,
é importante destacar, essas respon- técnicos desta área nos quadros mu- incluindo Cachoeirinha mais recen-
sabilidades não se extinguem nem nicipais está bem aquém disso”. Para temente”, destaca.
mesmo com a aposentadoria.” ele, esta essa seria uma forma de su- Em Canoas, os 38 funcionários
Ele dá como exemplo o acidente perar as dificuldades em se estabele- do quadro técnico com registro no
que resultou na morte de um jovem cer um plano de cargos e salários es- CREA-RS estão em tratativas com o
eletrocutado em uma parada de ôni- pecífico para esses profissionais. Tam- poder municipal. Na cidade, segun-
bus em Porto Alegre, em 2010, em bém destaca a responsabilidade penal do a Arquiteta Matilde Paredes, que
que cinco profissionais que são res- e civil. “Acreditamos que a responsa- preside a comissão de profissionais
ponsáveis técnicos pela PMPA estão bilidade dessa categoria de servidores que está pleiteando as verbas, uma
sendo processados pelo Ministério merece ser retribuída através da ver- audiência com o prefeito Jairo Jorge,
Público e custeando sua defesa. “É ba de responsabilidade técnica.” em novembro de 2010, iniciou a ca-
disso que estamos falando. Se forem O presidente do Sindicato dos En- minhada em busca da VRT. “Foi nos
condenados, perderão a condição de genheiros do RS (Senge-RS), Eng. colocada pelo município a proposta
réu primário e poderão inclusive ter Agr. José Azambuja, relata que a si- de criação de uma Verba de Produ-
pena de encarceramento. A verba de tuação exposta pelo prefeito de Pas- tividade, conforme informações da
responsabilidade técnica ao menos so Fundo, com salários abaixo do mí- SMPG (Secretaria Municipal de Pla-
daria mais suporte e tranquilidade nimo da categoria, é comum à maio- nejamento e Gestão). No momento,
na eventualidade da ocorrência de ria dos órgãos públicos municipais, estamos aguardando a realização da
acidentes similares e que acontecem estaduais e federais, sendo raros os minuta desta Lei por parte da Procu-
no dia a dia da cidade”, reforça. que cumprem com o piso definido radoria Geral do Município”, relata.
em Lei, com a justificativa do enqua- Outro exemplo está em Gravataí,
Pelo Interior dramento pelo regime estatutário. onde o Arq. e Urb. Rui Mineiro, re-
Pioneira no Estado na adoção do Sobre o sistema adotado na cidade presentante do município em reunião
benefício no RS, a Prefeitura de Pas- do norte gaúcho, destaca ser impor- realizada no CREA-RS em maio úl-
so Fundo instituiu a verba, por meio tante não ter havido apontamentos timo, relatou a experiência dos ser-
de Lei Complementar, em janeiro de por parte do Tribunal de Contas na vidores na cidade, que conseguiram
2007, correspondendo a 100% do va- concessão da vantagem, em demons- incluir a solicitação da VRT no dis-
sídio do funcionalismo, junto a alte-
rações no Regime Especial de traba-
Rótula da Nilo: obra lho, o qual também irá gerar um au-
pronta 40 dias antes mento na renda dos profissionais. “O
pelas mãos dos primeiro passo foi a formação da As-
técnicos da PMPA sociação dos Técnicos da Prefeitura,
As obras de readequação do cruzamento em torno de 30, reunindo Geólogos,
da Av. Nilo Peçanha, com as ruas Nilópolis, Arquitetos, Engenheiros, Agrônomos
Carazinho e Carlos Trein Filho, na Capital, ti-
e Biólogos, e sensibilizamos a Prefei-
veram duas licitações abertas, no valor de R$
tura da importância de nossas pro-
1,2 milhão, sem empresas interessadas, ex-
plica o Eng. Civil Paulo Demingos, presiden-
fissões no desenvolvimento da cida-
te da Astec. Ao final, os profissionais da pre- de”, conta Mineiro sobre a experiên-
feitura executaram a obra, com um valor bem cia semelhante à de Canoas, demons-
abaixo do orçado inicialmente, e o local foi trando que a união da categoria é o
entregue à população 40 dias antes do prazo. primeiro passo.

21
divulgação P+L
Durante dois dias, o Salão de Atos da Ufrgs esteve lotado nas apresentações de mais de 20 palestrantes

Inovações tecnológicas
sustentáveis: oportunidades
de negócios e trabalho
Sustentabilidade e inovação podem instituto de pós-graduação e pesquisa em condicionar o resíduo para descar-
gerar lucro e competitividade. Essa foi em Engenharia, vinculado à Universi- tá-lo de uma forma menos agressiva ao
a conclusão do IV Seminário sobre Tec- dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). meio ambiente. Hoje, mais do que nun-
nologias Limpas e do VI Fórum Inter- “É possível ser lucrativo respeitando o ca, percebe-se a necessidade de gerar
nacional de Produção Mais Limpa, en- meio ambiente”, afirmou o professor e destinação a ele, imobilizar os resíduos
contro que reuniu, em Porto Alegre, pesquisador, que é autor de mais de 100 para as gerações futuras”, destacou.
profissionais, pesquisadores e estudan- trabalhos publicados e quatro patentes
tes para debater oportunidades de tra- de processos para aproveitamento de Horizontalidade dos cargos
balho, inovações, mercado e meio aca- rejeitos. Fonseca tratou do dever de inovar
dêmico em torno do desenvolvimento Abordando a “Cultura da Inovação”, de forma sustentável como fator crítico
de tecnologias voltadas à preservação ele ressaltou a importância de incenti- de sucesso para empresas industriais e
do meio ambiente. Promovido pela As- var o advento de novas tecnologias sus- de serviços. No meio empreendedor, de-
sociação Brasileira de Engenharia Sani- tentáveis. O desafio é superar barreiras, ve-se ter poder de criatividade para de-
tária e Ambiental (Abes-RS), pelo Cen- amparando-se em um processo de for- senvolver soluções ecológicas. “Todas as
tro de Tecnologias Limpas do Senai e mação em inovação. Trata-se de um “re- empresas estão convidadas a se refor-
pela Universidade Federal do Rio Gran- começo”, conforme Fonseca. “Analisan- matar, pois estão plantadas sobre bases
de do Sul (UFRGS), o evento Produção do as muitas coisas erradas que fizemos ultrapassadas, que precisam ser profun-
Mais Limpa ocorreu em 8 e 9 de junho, para trazer a humanidade a este mo- damente modificadas”, incentivou.
no Salão de Atos II da Universidade, mento, temos a oportunidade de corri- Segundo sua avaliação, as empresas
tendo como tema central “Tecnologias gir a nossa trajetória, trabalhando com devem realizar uma ressignificação de
Limpas: Oportunidade de Negócio”. novas abordagens”, defendeu. seus propósitos. “Uma organização só
A programação começou com a pa- O pesquisador argumentou que se é boa se respeita sociedade e indivíduo.
lestra “Inovação, Competitividade e Sus- faz necessária uma focalização comple- É preciso produzir com tecnologias ade-
tentabilidade Ambiental nas Organiza- ta no rejeito industrial. Para ele, o acon- quadas à preservação ambiental.” Para
ções”, realizada pelo Eng. Químico Dr. dicionamento dos resíduos já não basta. tanto, ele argumenta que deve haver uma
Marcus Vinicius Fonseca, da Coppe – “Anteriormente, estávamos satisfeitos mudança de postura, calcada nos pro-

22 julho’11 | 83
cessos, recursos e valores em relação ao contou com mais de 20 palestrantes, fó-

divulgação P+L
meio ambiente. runs de discussão, exposições, apresen-
Alertando que “as tecnologias lim- tações de trabalhos científicos, painéis
pas certamente vão aparecer”, o Enge- e estudos de cases empresariais, além de
nheiro dá a sua dica às empresas que espaço para questionamentos por parte
não querem ficar de fora da tendência: do público. Durante os dois dias de ati-
“Horizontalidade dos cargos. A inova- vidades, o evento focou a necessidade
ção sustentável depende de diálogo, cons- de quebrar o tabu de que desenvolvi-
trução e integração. É preciso aliar quem mento sustentável, lucro e competitivi-
tem a motivação de produzir de forma dade andam em direções opostas.
limpa com quem está realmente obser- Além da palestra do pesquisador da
vando o mercado e as oportunidades de Coppe, outros momentos também se
trabalho”, aponta. destacaram em meio à programação. O Engenheiro Civil Dr. Peter Cheung, professor da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
tema Nanotecnologia, por exemplo, foi
Tecnologias sustentáveis lembrado como uma das principais me- com um objetivo de inovar e com o sen-
com características didas para a manutenção da vida do pla- timento de integração com a empresa.
nacionais neta no futuro. O Engenheiro de Mate- O Engenheiro Agrônomo Alexandre
Ao tratar da situação do Brasil no riais Dr. Dachamir Hotza, professor as- Bugin, da ABG Engenharia e Meio Am-
que diz respeito a iniciativas que se en- sociado da Universidade Federal de San- biente Ltda., relembrou a história do en-
quadrem à cultura da inovação, Marcus ta Catarina, salientou que, ao passo atual volvimento brasileiro com a questão am-
Fonseca observa que a perspectiva não da nanotecnologia, já é possível uma biental e deu um conselho aos aspiran-
é boa. “Continuamos exportando quart- maleabilidade dos materiais, porém não tes: “Os técnicos das formações devem
zo e importando chip”, lamentou. O pes- há um controle exato dos átomos em ter a capacidade e humildade em trans-
quisador considera que o País precisa tempo necessário. Já a pesquisadora e formar a linguagem científica em lin-
agregar conhecimento tecnológico de professora da Universidade Federal do guagem coloquial, para que assim a po-
forma sustentável trabalhando com as Rio Grande do Sul Adriana Pohlmann, pulação também possa compreender”.
próprias características. “Não podemos química e farmacêutica, afirmou que o
ficar importando tecnologias inadequa- uso de nanotecnologias reduzirá o acú- Ambiente acadêmico
das à nossa realidade”, explica. mulo de resíduos das indústrias farma- O Engenheiro Civil Dr. Peter Cheung,
Apesar de o setor empresarial brasi- cêuticas no meio ambiente. professor da Universidade Federal de
leiro estar demonstrando ainda pouco Mato Grosso do Sul e representante da
engajamento nesse conceito, o Engenhei- Perfil profissional Abes nacional, trouxe cases de ensino
ro manifestou sua expectativa quanto aos O ambiente corporativo do século utilizados no exterior e enfatizou a ne-
novos empreendimentos. Com base em 21 tem novas prioridades e pensa no cessidade imediata de uma reforma no
dados empresariais, ele apontou as micro mundo como um todo, já que toda ação meio acadêmico do País. Um dos pon-
e pequenas empresas como as grandes empresarial participa na vida de cada tos seria o trabalho de melhoria da ima-
promissoras para evoluir no panorama indivíduo, seja desde a extração da na- gem dos cursos tecnológicos, que, mes-
nacional em relação ao novo paradigma. tureza para a produção ou a destinação mo com equivalência de graduação, ain-
O Seminário Produção Mais Limpa nela do que é descartado. Orian Kubaski, da não são reconhecidos como tais. No
vice-presidente da Associação Brasilei- Brasil, como exemplo, a UFMS tentou
divulgação P+L

ra de Recursos Humanos, declarou que eliminar a falta de profissionais qualifi-


há uma falta de líderes verdes no mer- cados criando parcerias com as empre-
cado. “Não estamos mais numa socie- sas e ouvindo qual o perfil que elas re-
dade de urgência. Agora, precisamos ter almente querem dos estudantes.
o senso de valorizar a vida antes de to- Destaque também para a iniciativa
mar decisões”, afirmou. sustentável por parte da organização do
O perfil profissional da “geração XY”, evento, que trabalhou com totens ele-
que ambiciona se incorporar ao para- trônicos para os trabalhos e avaliações,
digma de produção mais limpa, foi o cen- crachás de papel-semente, pasta feita
tro da apresentação da Engenheira do com material pós-consumo e certifica-
Departamento de Meio Ambiente, Obras dos on-line. O Produção Mais Limpa
e Layout da Tramontina, Lizandra Ma- contou com a premiação de trabalhos
rin. De acordo com ela, os profissionais acadêmicos. Confira os vencedores no
Eng. Químico Marcus Fonseca, da UFRJ: “É
possível ser lucrativo respeitando o meio
preocupados com as tecnologias limpas site da Abes-RS: www.abes-rs.org.br/
ambiente” devem ter visão ampla, comprometida (Com informações da Abes-RS)

23
novidades técnicas

viram cisternas, silos e filtros


Uma forma barata e ecologicamente cor- Ascar de Teutônia, a tecnologia evita a pro- táveis e de baixo custo, que não agridam o
reta de montar caixas d’água, silos para secar liferação do mosquito da dengue, já que apro- meio ambiente”, ressalta Cláudia. Os técni-
e armazenar grãos e filtros lentos de água veita pneus descartados, que são ambientes cos asseguram que os resultados obtidos se
está se difundindo pelo interior do Rio Gran- propícios para depósito das larvas do Aedes igualam aos dos tradicionais silos secadores,
de do Sul. Desenvolvida pela Emater/RS- aegypti. Os protótipos foram apresentados cisternas e filtros lentos usados, com a van-
divulgação emater-rs/ascar
ao público durante a edição de 2011 da Fes- tagem de serem mais baratos.
ta de Maio, que comemorou o aniversário Com quatro pneus traseiros de tratores,
de 30 anos de Teutônia. por exemplo, é possível construir um silo
A extensionista da Emater/RS-Ascar no secador capaz de armazenar 40 sacas de mi-
município, Cláudia Paraíba, inspirou-se no lho, o equivalente a 2.400 quilos. “A única
projeto de uma universidade e centro eco- diferença é que, em vez de usarmos madei-
lógico paulistas, os quais empregaram pneus ra ou alvenaria, empregamos os pneus usa-
velhos na montagem de caixas d’água. Com dos, retirando-os do ambiente e dando-lhes
apoio do assistente técnico estadual em ar- uma destinação. A qualidade do grão segui-
mazenagem, Eng. Agrônomo Ricardo Mar- rá a mesma”, enfatiza o Engenheiro Martins.
tins, a ideia foi ampliada para abranger a No caso da cisterna, utilizam-se seis pneus
construção de silos secadores e armazena- radiais de caminhão. A água da chuva, capta-
dores de grãos e filtros lentos de água, a par- da de telhados de salas de ordenha, aviários e
tir de pneus descartados pelas propriedades pocilgas, bem como das moradias, através de
e indústrias do segmento. calhas, condutores verticais e horizontais, é
Para Cláudia, o trabalho surge em um armazenada na cisterna. Ela pode ser usada,
momento oportuno, já que vai ao encontro por exemplo, na irrigação de culturas e jar-
dos anseios e das necessidades da família dins, lavagem de salas de ordenhas, de pisos
rural. “Há a demanda de encontrarmos tec- externos e calçadas e na dessedentação dos
nologias alternativas de construção, susten- animais. (Ass. Imprensa Emater/RS-Ascar)
Para outras informações, entre em contato com a Emater pelo telefone (51) 2125.3144

Cabos de energia subaquáticos


Desde fevereiro deste ano, o município sendo realizada através de um consórcio en- leito. Em caso de dragagens e ancoragens, por
de São José do Norte, no Sul do Estado, es- tre as empresas Prysmian Energia, Cabos e exemplo, essa medida impedirá uma possível
tá recebendo energia elétrica de Rio Grande Sistemas do Brasil S/A e Lig Global Service deterioração do sistema”, explica.
via cabos subterrâneos e subaquáticos. Im- Ltda, contratado pelo Governo do Estado/ Depois da conclusão dessa etapa, terá
plantados pela Companhia Estadual de Ener- CEEE. Ao todo, foram investidos R$ 20 mi- início a retirada das linhas aéreas, que atra-
gia Elétrica (CEEE) para atravessar o canal lhões no empreendimento. vessam o canal de acesso a uma altura de 72
de acesso ao Porto do Rio Grande, os novos O circuito tem uma extensão de aproxi- metros do nível da água. As torres das linhas
cabos já substituem as antigas linhas aéreas madamente 2,2 quilômetros – 1,5 km em tre- também serão removidas. A partir disso, não
de transmissão, em operação desde 1993, cho submarino e 700 metros em trecho ter- haverá mais limite de altura para a movimen-
que deverão ser removidas para conceder restre – e é composto por quatro cabos iso- tação de navios no canal.
maior tranquilidade ao tráfego de embarca- lados em XLPE, com condutor de cobre e (Com informações da Ass. de Comunicação do
ções na região. capa metálica de chumbo, sendo que um de- Grupo CEEE)
O Engenheiro Mecânico da CEEE Ro- les é utilizado como cabo reserva. Junto com
berto Arpini, um dos responsáveis pela im- os cabos de alta tensão, são instalados tam-
plantação dos novos cabos, explica que várias bém dois com 24 fibras ópticas para a trans-
são as vantagens do empreendimento. “Os missão de sinais de telecomunicação.
cabos aéreos são mais suscetíveis à ação dos Atualmente, o processo está em fase de
ventos, da corrosão, além de impor um limi- enterramento dos cabos subaquáticos. Con-
te de altura para as embarcações”, comenta. forme o Engenheiro, apesar de longa e deli-
Denominada LT 69 kV Ramal São José cada, essa etapa é fundamental para garantir
do Norte, a implantação da linha subaquá- a proteção das novas linhas. “Os cabos serão
tica de transmissão de energia elétrica está enterrados a cerca de dois metros do solo do
Mais informações técnicas através do e-mail arpini@ceee.com.br
26 julho’11 | 83
TV digital interativa por PLC

ernest f/wikipédia
foi testada no Maranhão
Projeto de pesquisa entre Brasil e Europa criou uma
maneira de pequenas comunidades aproveitarem re-
cursos de televisão digital, como a criação de conteú-
do próprio e maior interação do telespectador. Trata-se
da transmissão de sinal de televisão digital e a intera-
tividade pela rede elétrica, o chamado sistema PLC, da
sigla em inglês Power Line Communications. Denomi-
nado System for Advanced interactive digital television
and Mobile services in Brazil (Samba), o projeto teve

Estudo estabelece participação da Escola Politécnica (Poli) da Universi-


dade de São Paulo (USP), com financiamento da União

padrão brasileiro para Europeia.


O grupo testou durante três meses o sistema em

peso de bebê ao nascer Barreirinhas, no Maranhão. Segundo o professor Dr.


Eng. Eletricista André Riyuiti Hirakawa, do Departamen-
to de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais
Um padrão de peso ao nascimento de acordo com a idade gesta-
da Poli, a cidade foi escolhida por ser uma das mais
cional, específico para aplicação no Brasil, foi desenvolvido por pes-
pobres do País. “A cidade tem eletricidade, mas não
quisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
tem provedor de banda larga e TV a cabo. Nós pensa-
Pesquisa de Engenharia (Coppe) – vinculado à Universidade Federal
mos em como, usando a televisão, poderíamos ajudar
do Rio de Janeiro –, do Instituto de Puericultura e Pediatria Marta-
a comunidade”, diz Hirakawa.
gão Gesteira (IPPMG/UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense.
O projeto Samba montou uma estação de televisão
Fruto de um trabalho de parceria entre a Engenharia e a Medicina, a
na região, com transmissão de uma emissora local, na
pesquisa analisou cerca de 8 milhões de dados referentes a partos de
qual a população pôde participar diretamente na cria-
nascidos vivos. É o maior estudo desse tipo já realizado no mundo e
ção de conteúdo. O professor explica que há um ge-
o primeiro com dados colhidos em todo o Brasil.
renciador de conteúdo que fornece as ferramentas pa-
O principal resultado do trabalho, que na Coppe foi coordenado
ra a criação e o gerenciamento deste e, depois, ele é
pelo professor Dr. Engenheiro Eletricista Carlos Pedreira, do Progra-
distribuído para toda a cidade.
ma de Engenharia Elétrica, em breve estará disponível para médicos
Para tanto, instalou-se o equipamento necessário
de todo o País: são gráficos e tabelas que ajudarão pediatras e neona-
nas casas de pessoas escolhidas para a criação de
tologistas a identificar se uma criança nasceu com o peso adequado
textos, imagens, vídeos e áudios, que ficaram dispo-
para a idade gestacional correspondente. Essa relação indica se a gra-
nibilizados nas televisões do resto da comunidade. “A
videz foi saudável, possibilita o prognóstico de doenças e agiliza o
instalação foi pensada em pessoas que poderiam con-
início do tratamento, sobretudo no caso de bebês prematuros – que,
tribuir na introdução de conteúdo, como donos de es-
em geral, nascem abaixo do peso e, por isso, carecem de mais cuida-
tabelecimentos comerciais, um professor, uma dona
dos e atenção.
de casa e um aluno. Um professor, por exemplo, pode
O estudo ganhou o Prêmio Nicola Albano, concedido pela So-
fornecer material didático para a população”, explica
ciedade Brasileira de Pediatria, como o melhor entre mais de 800 tra-
Hirakawa.
balhos apresentados no Congresso Brasileiro de Perinatologia, em
O Engenheiro detalha que a TV digital em Barreiri-
novembro de 2010, no Rio de Janeiro/RJ. A pesquisa completa será
nhas funcionou como um computador e internet para
publicada nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.
os usuários, devido à interatividade que ela permite. A
Confiantes no impacto social de seu trabalho, os pesquisadores
navegação pelo material que chega na televisão e a
esperam que, a partir da publicação e com a colaboração da
criação de conteúdos
Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde,
andré hirakawa podem ser coman-
as tabelas e os gráficos venham a se tornar a referência na-
dadas por um con-
cional para a relação peso por idade gestacional.
trole remoto junta-
Até o momento, as tabelas utilizadas pelos médicos
mente com um tecla-
para acompanhar o crescimento intrauterino e avaliar o
do virtual na TV. Hira­
peso do bebê ao nascer se baseiam em curvas de cresci-
­­kawa destaca o custo
mento produzidas em outros países ou, quando muito,
do sistema entre as
em uma pesquisa brasileira de 1995, que analisou apenas
vantagens: “Por en-
4,4 mil casos, todos em Brasília. Ao trabalhar com os da-
quanto, o PLC é mais
dos de 8 milhões de casos, recolhidos em todo o territó-
barato para o usuário
rio nacional, o novo estudo reflete efetivamente a reali-
porque o cabea­­mento
dade dos nascidos no Brasil.
já existe”.
(Extraído do site “Planeta Coppe”)
(Agência USP de Notícias)
Para saber mais, entre em contato com o
Eng. Carlos Pedreira pelo e-mail pedreira@ufrj.br Mais informações pelo e-mail andre.hirakawa@poli.usp.br

27
artigos técnicos

Universalização do esgotamento sanitário?


José Homero Finamor Pinto | Engenheiro Civil | Conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Civil
Gerson Cavassola | Engenheiro Civil da Corsan

Políticos e técnicos manifestam-se a res- 2. Coleta e afastamento dos esgotos – Dois excedente, já com o esgoto diluído, utiliza o
peito dos “índices vergonhosos” de trata- sistemas são normalmente utilizados: o By-pass diretamente para o corpo receptor.
mento de esgotos em nosso Estado. As pre- sistema separador absoluto e o sistema Modernamente, estão projetando reser-
feituras buscam, através dos seus Planos Mu- unitário ou misto (sanitário + pluvial na vatórios de acumulação da água de chuva,
nicipais de Saneamento, a universalização mesma rede). preferencialmente as águas da primeira chu-
dos serviços. Verifica-se, no entanto, uma va (a mais poluente).
distância grande entre o real e o ideal. E aqui buscamos outra reflexão! Esses esgotos mistos acumulados são
Possuímos vasta experiência aqui no Rio posteriormente tratados na ETE, que con-
Quais são as alternativas? Grande do Sul de sistemas separadores cuja tinua operando com a mesma vazão defini-
1. T
 ratamento do esgoto – Podemos sepa- capacidade instalada é muito maior que a da em projeto.
rar em sistemas individuais de tratamen- demanda. Ou seja, implantaram-se as redes
to (geralmente fossa séptica, filtro anae- dimensionadas para determinado número
róbio e sumidouro) e sistemas coletivos de ligações e elas não acontecem. Os usuá-
de esgotos mistos (pluvial + sanitário) ou rios não se ligam.
separadores absolutos (sanitário), ambos Com isso, não ocorrem os benefícios es-
tratados em ETEs. perados, não se recuperam os corpos hídri-
cos, e as ETEs existentes operam com uma
A proposta do Plano Nacional de Sane- capacidade ociosa. O benefício ambiental é
amento Básico (Plansab) considera como pequeno e o custo é altíssimo.
adequado o sistema individual de tratamen- Dessa forma, as obras de saneamento Fonte: Orsini, Instituto Engenharia SP
to com a utilização de fossa séptica. E mais: pouco têm contribuído para a melhoria dos
quando faz uma avaliação dos recursos ne- corpos hídricos. Desta forma, entendemos que os dois
cessários para universalizar o atendimento, Talvez, parte da resposta seja a não liga- sistemas podem ser utilizados simultanea-
considera os percentuais de atendimento ção de muitos usuários, mas também porque mente, o sistema unitário e o separador ab-
com fossa séptica definidos segundo o por- essas obras (maioria do tipo separador) não soluto, este último implantado progressiva-
te populacional do município: 70% até 5 mil preveem o tratamento da poluição difusa, mente de acordo com a viabilidade econô-
habitantes; 50% em municípios com popu- que possui cargas significativas. Constatou- mica e segundo os padrões de licenciamen-
lação entre 5 mil e 20 mil habitantes; e 30% se que a carga poluente nos esgotos pluviais to definidos pela Resolução 245 do Consema.
em municípios com população entre 20 mil dos primeiros minutos de chuva, que prati- No sistema misto, deve-se prever a ocor-
e 50 mil habitantes. camente “lava a cidade”, chega a ser mais rência de eventuais problemas de mau chei-
Segundo esse plano, os dados da série poluente do que o próprio esgoto cloacal. ro, utilizando bocas de lobo sifonadas, e lim-
histórica (2008) do PNAD nos mostram um Essa carga é originada do lixo acumu- peza anual das fossas sépticas.
percentual de atendimento, na região Sul, lado nas calçadas e ruas, de decomposições A utilização de sistemas coletores de es-
de domicílios urbanos e rurais servidos por orgânicas, de óleos e graxas, etc., que são goto misto existentes poderá viabilizar eco-
rede de coleta (33%) ou fossa séptica (44%), levados pelos esgotos pluviais. nomicamente inúmeros sistemas de esgotos,
totalizando 77%. O problema maior está no Sabe-se que a cidade de São Paulo tem além de evitar a abertura de todas as ruas
tratamento do esgoto coletado, quando o ín- redes coletoras do tipo separador absoluto de uma cidade para implantação desta nova
dice cai para 59%. em praticamente toda a extensão do Rio Tie- rede, o que causa, invariavelmente, um enor-
tê, mas o que acontece é que os níveis de me transtorno ao poder público municipal.
poluição apresentados por esse rio estão ca- Não teremos tempo nem recursos finan-
da vez piores. ceiros suficientes para promover a univer-
Abaixo, exemplo do Rio Tietê, SP. Cons- salização do esgotamento sanitário no RS,
tata-se aumento dos valores de DBO, mes- se for para adotar exclusivamente o sistema
mo com vultosos investimentos no sistema de separador absoluto da forma atual.
de esgotos sanitários. Estima-se que serão necessários cerca
de R$ 8 bilhões para chegar à universaliza-
Fonte: PNAD 2008 (IBGE 2009), Proposta Plansab ção da coleta e tratamento de esgotos em
nosso estado, o que, pelos níveis atuais de
As fossas sépticas são oficialmente con- investimentos, nos remete a cerca de 40 anos.
sideradas como uma das soluções para com- E somente para tratarmos uma parte dos
por a universalização do atendimento, de- nossos esgotos, o sanitário, que não garan-
vendo, no entanto, serem convenientemen- tirá a sanidade dos nossos rios e arroios, de
te dimensionadas através de um projeto que tanto precisamos para o abastecimento
adequado, e receberem limpeza periódica Fonte: FCTH/EMAE, Instituto Engenharia SP dos atuais 11 milhões de habitantes gaúchos.
anual com remoção do lodo para tratamen- Precisamos tratar “todos os nossos es-
to em ETE, para que a solução seja eficaz. Muitos países da Europa, da Ásia e da gotos”, e com um menor custo, utilizando
Quando não for possível a utilização de solu- América do Norte utilizam o sistema unitá- sistemas individuais e sistemas separadores
ção individual de tratamento, temos a necessida- rio. Tratam a totalidade dos seus esgotos e mistos de coleta, o que possibilitará che-
de de projetar um sistema coletivo, ou uma ETE. (pluvial e sanitário) e somente nos momen- garmos mais cedo à efetiva universalização
Entramos agora no ponto da coleta e afastamento. tos de precipitação pluvial intensa é que o do tratamento do esgoto no RS.

28 julho’11 | 83
As eleições para o CAU
Coordenadoria da Câmara Especializada de Arquitetura do CREA-RS (2011)
Conselheira Gislaine Saibro | coordenadora
Conselheiro Alvino Jara | coordenador adjunto

O Regulamento Eleitoral elaborado processo de transição e organização do pelo NÃO; 7 votos pelo SIM e 2 ausên-
pelo GT1 – Grupo de Trabalho da Co- primeiro processo eleitoral. cias. Atualmente, o plenário do Confea
ordenadoria das Câmaras Especializa- Art. 57. Os atuais Conselhos Regio- conta com 4 conselheiros federais Ar-
das de Arquitetura dos CREAs – CCE- nais de Engenharia, Arquitetura e Agro- quitetos, de um total de 21 conselheiros
ARQ, que gerencia o processo de tran- nomia a contar da publicação desta Lei, federais, todos eleitos pela comunidade
sição e eleição do CAU, com a partici- passarão depositar mensalmente em profissional do Sistema.
pação das cinco entidades nacionais de conta específica, 90% (noventa por cen- Visando ao cumprimento da Lei n°
Arquitetura e Urbanismo que formam to) do valor das anuidades, das anota- 12.378, e conforme normativas estabe-
o CBA – Colégio Brasileiro de Arquite- ções de responsabilidade técnicas e de lecidas pelo Regulamento Eleitoral, as
tos –, foi aprovado em abril, conforme multas recebidas das pessoas físicas e Câmaras Especializadas de Arquitetura
o planejamento previsto pelos Arquite- jurídicas de arquitetos e urbanistas, ar- de todo o país estão constituindo Co-
tos que hoje trabalham em conjunto pa- quitetos e engenheiros arquitetos até que missões Eleitorais nos Estados e no Dis-
ra o cumprimento do que determina a ocorra a instalação do CAU/BR. trito Federal, a Comissão Eleitoral Na-
Lei n° 12.378/2010, que instituiu o CAU. Parágrafo único. A quantia a que cional foi definida em Brasília, em reu-
O período de transição e eleição pa- se refere o caput deverá ser usada no nião da CCEARQ nos dias 16 e 17 de
ra o CAU, cuja Lei foi aprovada em 30 custeio do processo eleitoral de que tra- junho, entre os coordenadores titulares
de dezembro de 2010, conta, até o mo- ta o art. 56, sendo repassado o restante das Câmaras de Arquitetura. No Rio
mento, com dificuldades relativas ao para o CAU/BR utilizar no custeio da Grande do Sul, a Comissão Eleitoral do
cumprimento dos artigos que ora se en- sua instalação e da instalação dos CAUs. CAU – CE-RS, formada por profissio-
contram em vigor, em especial com re- A criação de uma “conta específica”, nais indicados pelos conselheiros da
lação ao recebimento dos cadastros dos nacional, conforme deliberação da CCE- CEARQ-RS, conta com a participação
Arquitetos, Engenheiros Arquitetos e ARQ, foi proposta em 15 de março ao dos seguintes Arquitetos já confirma-
Arquitetos e Urbanistas registrados no Confea. Tal pedido foi reiterado pela dos: André Huyer (Porto Alegre), Car-
Sistema, e ao Art. 57, no que diz respei- CCEARQ e pelas entidades nacionais los Alberto Ferreira do Canto (Uruguaia-
to à liberação de recursos legais, por par- ao Conselho Federal, sendo que o as- na), Izabele Colusso (Porto Alegre), Le-
te de alguns CREAs, para as contratações sunto “Aprovação da abertura de conta one Morales Hainzenreder (Dom Pe-
necessárias para que se efetive a eleição, única específica para o recebimento das drito) e Nestor Torelly Martins (conse-
prevista no § 2° do Art. 56, que deter- receitas destinadas à criação do CAU, lheiro do CREA-RS – Porto Alegre).
mina também prazo para a mesma. nos termos da Lei 12.378/2010” foi sub- O CREA-RS, por solicitação da co-
Art. 56. As Coordenadorias das Câ- metido, pelo próprio Confea, à plenária. ordenadoria, aprovou a publicação de
maras de Arquitetura dos atuais CREAs O pedido da “Criação de Conta Bancá- um banner no site do Conselho Regio-
e a Coordenadoria Nacional das Câma- ria Nacional para o CAU pelo Confea nal para que o material institucional de
ras de Arquitetura do atual CONFEA para receber, mensalmente, 50% dos re- transição e eleição seja ali divulgado.
gerenciarão o processo de transição e cursos arrecadados nas Contas Bancá- Acesse o site para informar-se sobre as
organizarão o primeiro processo eleito- rias abertas pelos CREAs em cumpri- deliberações da CCEARQ com relação
ral para o CAU/BR e para os CAUs dos mento ao disposto no artigo 57 da Lei ao processo de eleição e transição do CAU.
Estados e do Distrito Federal. 12.378/2010” foi à votação na Sessão Ple-
§ 1° Na primeira eleição para o CAU/ nária Ordinária nº 1.380 do Confea, de
BR o representante das instituições de 25 a 27 de maio de 2011 e teve 12 votos
ensino será estabelecido pela Coorde-
nadoria Nacional das Câmaras de Ar-
quitetura.
§ 2° A eleição para os conselheiros
do CAU/BR e dos CAUs dar-se-á entre
3 (três) meses e 1 (um) ano da publica-
ção desta Lei.
§ 3° Realizada a eleição e instalado
o CAU/BR, caberá a ele decidir os CAUs
que serão instalados no próprio Estado
e os Estados que compartilharão CAU
por insuficiência de inscritos.
§ 4° As entidades nacionais dos ar-
quitetos e urbanistas participarão do

29
artigos técnicos

Agricultura brasileira como referência


mundial em sustentabilidade é o desafio
dos profissionais da área agronômica
Dr. Carlos Roberto Martins | Engenheiro Agrônomo | Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros
Msc. Roseli de Mello Farias | Engenheira Agrônoma | Professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Durante muito tempo se estabeleceu madamente 35% e 30% das oportuni- ba por ressurgir o paradigma alimentar
o conceito do potencial brasileiro em dades de trabalho e renda nacional, res- com novos ingredientes. Como manter
constituir-se líder mundial na produção pectivamente. e aumentar os patamares produtivos
e no fornecimento de alimentos. Embo- Obviamente, não se trata de apenas para alimentar o exponencial cresci-
ra haja muito a evoluir, a posição de des- um “ator”, um segmento, uma cadeia pro- mento populacional “consumista”, dian-
taque não se resume apenas na geração dutiva, mas é inegável a contribuição dos te dos novos cenários ambientais/cli-
de produtos agropecuários, mas tam- profissionais da área da agronomia pa- máticos, que estão em constante muta-
bém na de conhecimento e tecnologias ra atingir esse nível de destaque. Esse ção, mantendo e conservando os recur-
ao longo do processo produtivo. avanço tecnológico significativo traz sos naturais findáveis para esta e a fu-
Inicialmente, o reconhecimento do consigo a responsabilidade de servir de tura geração?
Brasil como “celeiro do mundo” basea- referência mundial nos meios de se pro- É de consenso que novas e aperfei-
va-se, primordialmente, na imensidão duzir e gerar alimentos. çoadas técnicas de produção de alimen-
de terras disponíveis e em sua infindá- E as perspectivas de crescimento do tos passam pela necessidade de profis-
vel fertilidade, ou seja, na capacidade de setor agropecuário são maiores ainda. sionais da área da agronomia prepara-
produzir uma gama de produtos em uma O estudo britânico Linking Policy on Cli- dos, com a formação e a capacidade pa-
área inesgotável de cultivos. Guardadas mate and Food, publicado na revista ra responder a essas exigências. A ciên-
as proporções, o que se percebe na his- Science em janeiro deste ano, menciona cia e a tecnologia são premissas básicas
tória recente foi a existência de enormes que o mundo irá precisar aumentar em a esses profissionais, que desempenham
dificuldades impostas pela diversidade 40% a produção de alimentos nas pró- papel preponderante na agropecuária
de solos e microclimas, que impediram ximas décadas para que não haja um brasileira e mundial, e não se trata de
a massificação das tecnologias, as quais, apagão alimentar no mundo. Não há co- corporativismo, pois a história da agri-
quando empregadas (equivocadamen- mo não incluir o nosso país neste pa- cultura deste país comprova a veracida-
te), acabaram causando sérios proble- norama positivo de oportunidade de de e a responsabilidade desses profis-
mas ambientais, como erosão, poluição prosperidade. sionais em superar desafios.
ambiental, perda da capacidade produ- Entretanto, tal fato gera desafios aos O conhecimento e a tecnologia em
tiva, geração de áreas degradadas, entre profissionais da agronomia frente ao sistemas de produção sustentáveis, sem
tantos outros efeitos. novo cenário global. As mudanças cli- romantismo e/ou ceticismo, são os pro-
A percepção ao longo dos anos de máticas e a sociedade de uma forma dutos que o “celeiro do mundo” deve
tal situação exigiu o desenvolvimento geral pressionam especialmente o ramo produzir para que a evolução da agri-
científico e a geração de tecnologia ade- da agricultura por uma nova forma de cultura brasileira caminhe no sentido
quada a condições ecorregionais, sendo produzir alimentos. Essa situação aca- de servir de referência mundial.
capaz de propiciar e transformar a rea-
lidade da agricultura no aumento de
produtividade, com a redução de custos
de produção, elevando o agronegócio
brasileiro à excelência mundial em agri-
cultura tropical.
Vale destacar a capacidade do setor
agropecuário brasileiro de surpreender
a todos, ano após ano. Tal noção é pos-
sível quando se analisa o crescimento
da exportação brasileira, que, desde 1989
até os dias de hoje, já soma homéricos
450% de aumento, atingindo em 2010
o patamar de 76,4 bilhões de dólares,
sendo o setor da economia do país com
maior pujança, responsável por aproxi-

30 julho’11 | 83
Engenharia Florestal: mercado de trabalho
em expansão
Carlos Roberto Santos da Silva | Eng. Florestal | Conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Florestal | Presidente
da Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais (Agef)

Na década de 1990, quando ainda

divulgação
cursávamos a graduação em Engenha-
ria Florestal na Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), entre tantas dis-
cussões sobre reforma curricular e au-
mento do número de ingressos no cur-
so, surgiu a ideia de ampliarmos o nú-
mero de vagas no concurso vestibular
de 40 para 80 vagas, fato que gerou vá-
rias manifestações contrárias a essa pos-
sibilidade. Pensávamos enquanto alunos
que não seria viável o aumento do nú-
mero de profissionais, pois nos preocu-
pava a questão de “reserva de mercado
profissional”. Hoje, enquanto profissio-
nais, entendemos que não existe essa re-
serva de mercado, e sim “nichos de mer-
cado” nas diferentes áreas de atuação de cidades, o planejamento e o geren- res espaços e, sobretudo, assumir o es-
profissional. Notadamente, erramos na- ciamento de projetos de parques am- paço que é nosso no mercado de traba-
quela época, pois faltaram ousadia e vi- bientais, reservas biológicas ou naturais...”, lho, considerando a demanda de serviços
são de futuro naquelas discussões. entre outras atribuições profissionais. e a carência de projetos no setor público
Com isso, cabe-nos refletir: Qual é o Contudo, nós, profissionais da área, e privado, em consultorias e assessorias,
tamanho da Engenharia Florestal e a im- te­­­mos conhecimento de nossos desafios. bem como em outras áreas de atuação
portância desse profissional à sociedade? Ini­­­cialmente, a sociedade precisa conhe- de nossas atribuições profissionais.
Quanto ao tamanho da Engenharia cer mais esse profissional, por ser o único Recentemente, nossas entidades de
Florestal, pode-se dizer que é uma pro- que possui a formação superior para pro­ classes florestais – Agef, Sefargs, Sosef,
fissão em franca expansão, embora com ­­du­­­­zir madeira de qualidade em equilíbrio Assef/4ªCII – reuniram-se em um Fó-
pequeno número de profissionais no com o meio ambiente, manejar florestas rum na cidade de Passo Fundo para dis-
mercado de trabalho, nas diferentes áre- e extrair bens madeiráveis e não madeirá­ cutir a política florestal do Estado, os
as de atuação profissional. ­­veis, realizar o planejamento do uso do desafios de nossa profissão e o planeja-
Quanto à importância desse profis- so­­­lo, dos recursos hídricos, da qualidade mento de uma ação conjunta da divul-
sional à sociedade, podemos citar duas do ar, o manejo da fauna silvestre, a capaci­ gação de nossa profissão junto às pre-
fontes direcionadas a estudantes que pre- ­­da­­de de gestão ambiental e aplicação de feituras, aos sindicatos rurais e a outros
tendem ingressar no Ensino Superior: tecnologias aliada à preservação dos de- nichos de mercado, que será tão logo
o Guia do Estudante (2010) apresenta mais recursos naturais, hoje tão ameaça- colocado em prática, contando com a
que a “Engenharia Florestal é o ramo da dos e de suma importância à sociedade. participação de toda a classe envolvida.
engenharia voltado para o estudo e o No curso de Engenharia Florestal da Nestes pouco mais de 40 anos de En-
uso sustentável dos recursos florestais”, UFSM, porém, formaram-se pouco mais genharia Florestal no RS, muito foi con-
enquanto o Brasil Profissões (2011) co- de 1.000 profissionais em 40 anos de cur- quistado, analisando a atuação destacada
loca, entre outras atribuições, que o “En- so. No CREA-RS, encontram-se regis- de vários colegas nas diferentes regiões
genheiro Florestal é o profissional que trados aproximadamente 700 profissio- de nosso Estado e do País. Entretanto,
analisa a condição dos ecossistemas, pla- nais, o que demonstra nossa represen- ainda há muito a ser conquistado. Sejam
nejando a exploração sustentável dos tatividade diante da sociedade gaúcha. bem-vindos os novos colegas, formandos
recursos naturais encontrados na região Atualmente, com a criação de outras es- em São Gabriel e Frederico Westphalen.
e produzindo relatórios dos danos cau- colas, como a Unipampa (São Gabriel) Honrosamente, comemoramos em
sados, tanto pela ação natural, quanto e Cesnors/UFSM (Frederico Westpha- 12 de julho o Dia do Engenheiro Flo-
pela ação do homem, sendo de respon- len), logo vamos dispor à sociedade um restal. Parabéns a todos os colegas pro-
sabilidade desse profissional a recupe- maior número de profissionais, o que se- fissionais e que São João Gualberto nos
ração de áreas degradadas, arborização rá positivo, a fim de conquistarmos maio- proteja, sempre!

31
artigos técnicos

De Geômetras e de Geólogos
Mario Wrege | Geólogo

As civilizações desenvolveram-se nas anyone believe what I have found?” dia do conhecimento do meio. A água
planícies – Rios Nilo, Tigre, etc. Vários O professor Rualdo Me­­­­negat, do Ins- é necessária à sobrevivência, mas é des-
fatores contribuíram conjuntamente pa- tituto de Geociências/UFRGS, geólogo necessária quando ameaça a sobrevivên-
ra tal. Aí a água está próxima, tanto su- e estudioso dos incas e de suas pro­­­­pos­ cia. Assim, há que acumulá-la e também
perficial como subterrânea; o material é ­­tas e soluções, foi capaz de notar coisas desviá-la a exutórios. Em ambos os ca-
fácil de trabalhar, pois está desagregado; espetaculares que outros olharam e não sos, em condições de segurança. No pri-
o deslocamento exige pouco esforço, aí viram, mas elas estão lá. Fez a pergunta meiro, sanitária; no segundo, hidráulica,
vê-se o inimigo ainda distante. Mas, co- inversa: Que serei capaz de encontrar e para evitar a erosão. Em ambos os casos,
mo os gauleses irredutíveis de Goscinny a c r e d i t a r, se fossem mal executadas as medidas, a

Divulgação
e Uderzo, uma civilização resistiu e con- usando os co- civilização teria que pôr suas energias
trariou, não os romanos, mas os elemen- nhecimentos em constante recuperação, de vidas ou
tos. Instalou-se na crista. Os incas. geo­­lógicos? de estruturas, em vez de dedicar-se a
Na crista, as águas dividem-se e cor- Nessa busca, produzir riquezas ou cuidar da segu-
rem rápido, excentricamente; o acesso fez uma sínte- rança e da conquista. O acesso à água
é difícil, extenuante; o uso do terreno é se brilhante, para abastecimento foi resolvido por
complicado e complexo e precisa ser en- particular e meio do entendimento do sistema de
tendido. Mesmo assim, lá estiveram eles surpreendente fraturas geológicas como meio de cir-
e construíram algo admirável. Por outro da mente in- culação e de armazenamento das águas
lado, a vantagem é a de que é fácil man- caica. Conforme Menegat, os incas uti- subterrâneas. O excesso perigoso era
ter-se isolado e também que o inimigo lizaram-se da estrutura geológica para conduzido por drenos aos exutórios se-
aproxima-se em geométrica desvanta- estruturar a sociedade. A estrutura ge- guros, evitando a perigosa erosão.
gem. As questões básicas continuavam ológica determina aí a geomorfologia, Os incas, segundo o professor Me-
as mesmas: sobrevivência igual a água e assim os incas alinharam suas cons- negat, nos propõem uma versão dife-
mais comida mais abrigo. truções. Do umbigo do mundo aos qua- renciada do relacionamento com a Na-
A civilização inca estabeleceu-se nos tro cantos, em Machu Picchu, segundo tureza: o entendimento dos elementos
Andes, do Equador até o Chile (norte). os alinhamentos tectônicos. As fraturas naturais principais e dominantes e a
Desenvolveu-se de 1200 a 1533, de Mancu encaixam-se, bloco a bloco; a drenagem adaptação do estilo de vida, o inverso
Kapac ao assassinato de Atahualpa, após encaixa-se na fraturas. Daí as constru- de pretender domar a Natureza. Algo a
entregar o ouro, e a prata, gentilmente ções encaixam-se, bloco a bloco, mili- considerar, com ênfase, nesta época de
a Pizarro. Tiveram 300 anos para atingir metricamente. Muito provavelmente tal variações climáticas e de fúria da Natu-
a culminância. Tudo era controlado pe- ideia de encaixamento e de alinhamen- reza, de excesso de pessoas e de grandes
los burocratas do império. Em 1911, Hi- to espraiava-se por toda a sociedade, demandas. O quanto viveríamos melhor,
ram Bingham, ao descobrir Machu Pic- como um princípio de vida. no todo, quanto mais próximos da Na-
chu, escreveu em seu diário: “Would O controle da água também depen- tureza? Qual é o limite e qual o balanço?

Dia do Engenheiro de Minas – 10 de julho


Profissional responsável pela pesquisa, lavra e processamento de todas as classes de minérios e minerais.
Estuda, identifica, quantifica e qualifica os recursos e as reservas minerais de forma a promover o aproveitamento
econômico destes depósitos. São ainda atribuições deste profissional a perfuração de poços para captação de águas
subterrâneas, extração e beneficiamento de materiais para aplicação na construção civil, aberturas de túneis, gestão
de projetos e licenciamentos, perícias técnicas nas áreas de mineração e recuperação de áreas degradadas pela
mineração. A profissão está na base da cadeia produtiva e se configura de extrema importância
pela necessidade crescente de recursos minerais. É o profissional responsável pela inovação
em processos produtivos e aplicação de tecnologias para aproveitamento dos depósitos
minerais, segurança nas operações mineiras e rentabilidade de empreendimentos mineiros.
É profissional indispensável em órgãos que atuam na fiscalização da mineração, como o
Departamento Nacional da Produção Mineral e instituições de fiscalização ambiental.

32 julho’11 | 83
Avaliação do comportamento da estrutura de
ônibus rodoviário solicitado a impacto frontal
Agenor Dias de Meira Junior | Engenheiro Mecânico e Civil | Professor da Universidade de Passo Fundo (UPF)

Figura 1 –
Acidente de
Introdução apresentadas de forma sucinta as condições
ônibus na Av. A estrutura de um ônibus rodoviário é de resistência frente a impactos frontais e
Raposo formada por colunas e painéis de paredes quando da exigência de ensaio de pêndulo
Tavares (SP). finas, chapas de aço e juntas e outros com- e as condições de resistência frente a impac-
Impacto
frontal. (Fonte: ponentes estruturais. A estrutura sob ação tos na lateral esquerda. É exigência legal a
Estado de São de impacto deve deformar-se o necessário homologação pelo Inmetro por modelo de
Paulo)
para manter o colapso sob controle, enquan- carroceria (não leva em conta diferentes chas-
to uma quantidade suficiente de energia de sis empregados), no Ibama e no Denatran.
Figura 2 – impacto seja absorvida. Além disso, deve ser A Resolução Contran 316/09 exige que, de-
Acidente evitada a invasão do espaço de sobrevivên- pois de efetuados dois impactos com pên-
com efeito
“abridor de cia e geração de desacelerações muito ele- dulo, nenhum ponto da estrutura ensaiada
latas”. vadas às quais o ocupante possa ser exposto. poderá apresentar deformação longitudinal
(Fonte:
Instituto permanente superior a 200 mm (Figura 7).
Geral de Relato de acidentes Uma massa de 1.010 kg com raio de gi-
Perícias)
O jornal Estado de S. Paulo, edição de ro de pêndulo de 4,75 m impacta contra a
22/01/2006, relata um dos acidentes mais estrutura do ônibus. O deslocamento máxi-
Figura 3 – graves já ocorridos no Brasil: morreram 32 mo produzido na região do impacto foi de
Esquema pessoas e 21 ficaram feridas. O choque foi 123,2 mm. Observa-se, ao se comparar as
simulação
de impacto tão violento que um dos ônibus entrou até Figuras 7 e 8, que, em um impacto real, as
entre dois a metade do outro veículo. Todos os passa- solicitações sobre a estrutura do ônibus são
ônibus.
geiros que estavam na primeira metade mor- muito superiores às produzidas no ensaio
reram (Figura 1). de pêndulo. O teste de pêndulo submete o
Figura 4 –
Efeito “abridor Um evento de impacto em que ocorra ônibus a uma solicitação de impulso muito
de latas” – o efeito de “abridor de latas” é aquele em que menor do que a solicitação produzida em
comparação.
(Fonte: Instituto
a estrutura do ônibus tem removida parte um acidente de impacto frontal na veloci-
Geral de Perícias) de sua lateral em decorrência do evento de dade permitida pelos códigos de trânsito
impacto com outro veículo. É comum a ocor- (cerca de 34 vezes menor).
rência deste tipo de situação nas estradas
Figura 5 –
Efeito
brasileiras, uma vez que a maioria das estra- Conclusões
“abridor de das é de pista simples. Esse efeito ocorre em Pode-se afirmar que as estruturas de ôni-
latas”. eventos de impacto envolvendo caminhões bus como a em estudo e circulando em nos-
(Fonte:
Instituto contra ônibus (Figura 2). so país atualmente não são seguras do pon-
Geral de to de vista de impacto frontal nem lateral,
Perícias)
Simulações numéricas sendo necessário que as autoridades do Bra-
“Efeito abridor de latas” – Com o obje- sil tomem medidas para regulamentar e exi-
tivo de avaliar o comportamento do modelo gir que estruturas veiculares de ônibus in-
de barras em um evento de impacto tipo “abri- terurbanos sejam seguras no quesito capa-
Figura 6 – dor de latas”, apresenta-se na Figura 3 uma cidade de absorção de impacto e manuten-
Impacto
frontal – simulação de impacto entre dois ônibus. Um ção da integridade do espaço dos motoristas
acidente da dos ônibus tem o dobro da rigidez do outro e passageiros por ocasião de um evento de
Av. Raposo
Tavares em e velocidade de 120 km/h; o outro ônibus impacto frontal ou lateral.
2006. com velocidade de 90 km/h com inclinação Ações devem ser realizadas para que a
de 1°, em uma tentativa de evitar a colisão, e Câmara Temática de Assuntos Veiculares te-
0,25 m mais baixo do que o outro. nha sua composição alterada, de forma a in-
Os resultados apresentados nas Figuras cluir representantes da sociedade (Sistema
4 e 5 demonstram a capacidade do modelo Crea/Confea, por exemplo), além dos repre-
de barras de simular uma situação de im- sentantes das empresas do ramo automotivo
Figura 7 – pacto que leve ao “efeito abridor de latas”. que a compõem atualmente, e também que
Ensaio de
Pêndulo. Impacto frontal – Apresenta-se a seguir se altere a Resolução Contran 316/09 para
uma simulação numérica do acidente mos- adequá-la de forma a exigir dispositivos de
trado na seção 2. A Figura 6 apresenta a si- segurança que efetivamente protejam os pas-
tuação de impacto frontal, com velocidades sageiros e motoristas de ônibus na condição
diferentes. Um dos ônibus está a 90 km/h e de um impacto.
o outro, a 130 km/h. Nessa situação, um dos
ônibus penetra até a metade do outro, em Referências bibliográficas
torno de 6,95 m em um tempo de 0,5 s. Dias de Meira Junior, Agenor. Avaliação do
comportamento da estrutura de ônibus rodo-
Figura 8 –
Impactos Regulamentação no Brasil viário solicitado a impacto frontal. Tese de
frontais. No Código Brasileiro de Transito, são Doutorado. PROMEC/UFRGS, 2010.

33
cursos e eventos
do
s s a m e n to aplica
e
Geoproc ação de áreas de
e r m in te –
à det ã o p ermanen Especialização em
v a ç
preser
rcview mos do RS Patologia nas Obras Civis
Ênfase Ados Engenheiros Autôno julho, 5 e 6 e A Unisinos, em parceria com o Instituto
17ª Reunião de de s 29 e 30 d
A S o cieda rá, nos dia to Aplicad
o de Educação Tecnológica De Luca Daher,
s) re a li za am en
Pavimentação (Sefarg o so b re G eoproce ss
çã o Per m a- está com as inscrições abertas, até 15 de
curs rva
Urbana de agosto, as de Prese o de capaci-
et er m in a ção de Áre o o bje tiv agosto, para o curso de Especialização em
àD View, co m se
A Associação Brasileira
de Pavi- n fa se A rc n ic os Florestai Patologia nas Obras Civis. As aulas, que se
mentação (ABPv) e a Sec nente – Ê ro s F lo re stais, Téc cu rs o se rá iniciam no dia 2 de setembro, serão minis-
hei ea. O
de Obras e Viação de Porto
retaria tar os Engen n ai s at uantes na ár o (RS). Mais tradas na sede da Unisinos no Centro de
Alegre fiss io Fu n d
(Smov) realizarão a 17ª demais pro e de Passo . Flo-
Reunião in is tr a d o na cidad d a s at ra vés do Eng
Integração Empresa Escola (CIEE), em Por-
de Pavimentação Urban m o p re st a d a S efar- to Alegre, e tem como propósito qualificar
a, no pe- es serã etário
ríodo de 18 a 20 de out informaçõ T at sc h B onatto, secr robonatto@ profissionais para atuarem no diagnóstico
ubro, no dro nd
restal Lisan 659-5536; e-mail: lisa ca-
Centro de Eventos do Ho
tel Plaza fo n e: (5 4 )9 F ab ia n o Timóteo S e na terapia de manifestações patológicas
São Rafael, em Porto Ale gs, . F lo re st al -3 7 84; em obras civis, correlacionando as tecno-
; ou Eng 4) 9993
CREA-RS é um dos apoiad
gre. O gmail.com d a S ef ar gs, fone: (5 logias executivas e de materiais e de sus-
ente
evento. Mais informações
ores do riot, presid tsc@yahoo
.com.br tentabilidade. Mais informações pelo site
em www. l: fa b ia n o
zanette.org/specialita/17r e-mai www.unisinos.br/especializacao/patologia-
pu/in-
formacoes.php nas-obras-civis

8ª Semana de Pós-Graduação Lato


Engenharia Química XI Conemi Sensu em Arquitetura
De 1º a 5 de agosto, a Universidade Federal de São e Engenharia de
O Congresso Nacional de Engenharia Me-
Carlos (UFSCar) realizará a 8ª Semana de Enge-
cânica e Industrial (Conemi) é um evento Estabelecimentos
nharia Química que, nesta edição, traz como tema
nacional que é realizado pela Federação Na- Assistenciais de Saúd
“Sustentabilidade na Engenharia Química: Inova- e
cional de Engenharia Mecânica e Industrial Em 25 de
ções e Perspectivas”. O objetivo do evento, orga- agosto, começará, em Po
(Fenemi), ocorrendo anualmente em siste- Alegre, o curso de pós-gr rto
nizado pelo Departamento de Engenharia Quí- aduação em Ar-
ma itinerante. A décima primeira edição se- quitetura e Engenharia de
mica, é fomentar o debate sobre a sustentabilida- Estabelecimen-
rá promovida pela Associação Brasileira de tos Assistenciais de Saúde.
de aliada às inovações tecnológicas, ao desenvol- Voltado a pro-
Engenheiros Mecânicos (Abemec-RS) / Se- fissionais graduados nas
vimento econômico e à criação de processos me- áreas de Arqui-
ção Rio Grande do Sul nos dias 03 a 05 de tetura e Engenharia Civil,
nos poluentes. A programação prevista do encon- o curso busca
agosto, no Centro de Eventos da Fiergs, jun- capacitar e qualificar pro
tro conta com minicursos sobre “Polímeros Verdes”, fissionais para
to à Construsul - 14ª Feira Internacional da atuarem na elaboração de
“Gestão Ambiental”, “Tratamento de Efluentes” e projetos espe-
Construção. Informações sobre inscrições cíficos de EAS, adequand
“Energias Alternativas”, palestras, mesas-redondas, o esses projetos
e programação em www.conemi.com.br à realidade sanitária do
workshops, visitas técnicas às empresas do setor, País, e maximi-
eventos culturais e uma mostra de trabalhos de zar a eficiência da aplicação
dos recursos
iniciação científica. Mais informações e inscrições: financeiros às edificaçõe
s na sua proje-
www.seq.deq.ufscar.br ou seq.ufscar.br@gmail.com ção, operação e manutenç
ão.

Pós-Graduação
Lato Sensu
em Engenharia
Terá início em
C línica
22 de setembro de
o curso de pós-gra ste ano, em Porto
nharia Alegre,
Pós-Graduação em Enge do pela TGS Evento
duação em Engenh
aria Clínica promov
i-
de Segurança do Trabalho
s Educacionais e pe
lização em En- tário Newton Paiva lo Centro Universi
abertas para o curso de Especia . Voltada a profissi -
A Unijuí está com inscrições o. O iníc io do curso Eng. Elétrica, Eng. onais graduados em
balho até o dia 21 de julh Mecânica, Eng. Qu
genharia de Segurança do Tra em Eng enh aria de Seguran- ca e Eng. Civil, a esp ímica, Eng. Bioméd
ecialização busca ca i-
A especialização
está previsto para 12 de agosto. possibilitam ao profissionais para pacitar e qualificar
s profissionais exclusivas, que atuarem no gerenc
ça do Trabalho gera atribuiçõe empresas e ins- de Engenharia de iamento dos serviço
tratado ou como consultor em instituições de saúd s
pós-graduado atuar como con atu and o de maneira pervisionando e as e, coordenando, su
-
urança dos trabalhadores, sessorando técnico
tituições, no cuidado da seg to de risc os e per igos. Serão equipamentos méd
ico-odonto-hospita
s em manutenção
de
iente laboral isen
preventiva para manter o amb s de Engenha- atuação na área ad lares, bem como na
diploma de graduação nas área ministrativa. Mais
aceitos somente portadores de unijui.edu.br/ fone (51) 3012-202 informações pelo tel
e-
. Mais informações em ww w1. 3 e pelo site www.tsg
ria, Arquitetura e Agronomia eventos.com.br
educacao-continuada

35
memória
acervo 1ª dl acervo 1ª dl

Engenheiros Militares da CCGB operando o Basímetro Troughton,


Pioneiros da Comissão da Carta Geral do Brasil (1903) antiga ferramenta utilizada para medições de bases geodésicas (1906)

Cartografar, nobre missão!


Há mais de um século, um grupo de um testemunho exemplar da cultura cien- cido como “Missão Austríaca”, é consi-
engenheiros militares se instalou em Por- tífica militar do começo da República”. derado um marco para a Cartografia na-
to Alegre com um encargo de extrema Os militares da Comissão, cuja for- cional, devido ao significativo embasa-
importância para a pátria: realizar o ma- mação na época incluía a cadeira de Car- mento técnico que a ciência adquiriu
peamento completo do território brasi- tografia, empenharam-se na difícil mis- com a oportunidade. Formação de re-
leiro. Trata-se da Comissão da Carta Ge- são de mapear o país, a começar pelo cursos humanos, construção de equipa-
ral do Brasil (CCGB), efetivada em 1903, Rio Grande do Sul. Sem contar com as mentos, execução de voos fotogramétri-
por determinação da recém-formada Re- tecnologias de hoje, pode-se dizer que o cos, levantamento topográfico a pran-
pública, que exigia tal incumbência pa- trabalho da Comissão foi de grande re- cheta e impressão off-set de carta topo-
ra garantir sua proteção e estabelecer a levância para o avanço dessa ciência. A gráfica foram algumas das lições apren-
unidade territorial brasileira. vastidão do território brasileiro, a au- didas com os austríacos. “Devido a tan-
A capital gaúcha foi escolhida como sência de meios de transporte e comu- tos avanços técnicos e científicos, este
sede do trabalho porque o extremo-sul nicação e a escassez de recursos para a serviço pode ser apontado como divisor
do país era considerado, naquela época, atividade estavam entre as principais ad- de águas na história da Cartografia no
uma região instável. A historiadora Ma- versidades do desafio. Brasil”, resume a historiadora.
ria Gabriela de Almeida Bernardino*, Paralelamente ao trabalho desenvol- Até 1932, o SGM e a CCGB trabalha-
estudiosa do tema, explica que as terras vido no Sul do país, em 1917, no Rio de vam de forma independente, sendo o pri-
gaúchas foram definidas por uma ques- Janeiro (a então capital brasileira), ou- meiro responsável pelo mapeamento da
tão de estratégia. “Justifica-se a escolha tro órgão foi fundado para atuar no ma- região do Distrito Federal (RJ, na época),
do Rio Grande do Sul pela sua localiza- peamento do território nacional. Deno- e o segundo, pela Região Sul. Naquele ano,
ção geográfica e militar. Sob o ponto de minado Serviço Geográfico Militar contudo, ocorreu a agregação de ambos,
vista estratégico, era uma região com de- (SGM), este foi criado seguindo o mo- transformando o SGM em Serviço Geo-
terminada urgência e que precisava ser delo de entidades europeias, como o Ins- gráfico do Exército (SGE) e a CCGB em
mapeada. Tratava-se da única ‘fronteira tituto Geográfico Militar de Viena, con- 1ª Divisão de Levantamento (1ªDL). Em
viva’ do Brasil”, explica. siderado o mais avançado da época em 1946, o SGE passou a se chamar Direto-
Uma representação legítima, que fos- termos de aerofotogrametria – cobertu- ria de Serviço Geográfico do Exército.
se fiel aos limites e às características fí- ra aerofotográfica executada para fins Até hoje, a 1ª DL mantém a tradição
sicas do terreno nacional, era desejo an- de mapeamento. herdada da Comissão da Carta Geral do
tigo por parte das autoridades, visto que Em 1920, inclusive, o Estado-Maior Brasil. Com destaque no cenário carto-
nenhum estudo de operações militares do Exército contratou essa instituição gráfico brasileiro, desempenha ativida-
poderia ser executado sem uma carta de- para passar sua experiência aos órgãos des como levantamento geodésico, ma-
talhada do território do país amparada brasileiros. O episódio, que ficou conhe- peamento sistemático, produção de ban-
em técnicas científicas. Portanto, em 1900, cos de dados de área contínua, elabora-
arquivo crea-RS

o Estado-Maior do Exército elaborou o ção de normas e metodologias para a


projeto “A Carta do Brasil” e organizou produção cartográfica brasileira e, in-
a respectiva comissão, que, dois anos de- clusive, levantamentos topográficos de
pois, deu início a seus trabalhos no Rio apoio à Engenharia de Construção no
Grande do Sul para atender à demanda. Haiti. Um museu com fotos, documen-
Considerado de alta qualidade, o pro- tos e equipamentos antigos, em seu quar-
jeto foi publicado baseado nos conheci- tel situado no Morro Santa Teresa, con-
mentos cartográficos predominantes nos serva viva a memória de sua origem.
meios científicos daquele período. Tama- * Mestranda do Programa de Pós-Graduação
nha a excelência do mesmo que, confor- Museu na 1ª DL mantém viva a memória da em História das Ciências e da Saúde. Casa
me a historiadora, “pode ser considerado CCGB de Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.

36 julho’11 | 83
mercado de trabalho
Bolsas para jovens cientistas Abertas inscrições para concurso sobre energias renováveis
nos Estados Unidos e eficiência energética
A Rede Interamericana de Academias Estão abertas até 22 de novembro as inscrições para o concurso Eco-Lógicas de
de Ciências (Ianas) e as Academias Na- Monografias em Energias Renováveis e Eficiência Energética. Para esta edição, o con-
cionais dos Estados Unidos oferecem uma curso expandiu seus limites para o Mercosul, premiando trabalhos de instituições de
oportunidade para cientistas e engenhei- ensino superior da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. O concurso será
ros passarem um período de um a dois realizado em uma aliança entre o Instituto Ideal (promotor da iniciativa, que tem en-
meses em laboratórios de ponta nos EUA. tre seus membros pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC),
De acordo com a Ianas, o objetivo da bol- Centro de Formação para Integração Regional (Cefir), Associação de Universidades
sa é ampliar e fortalecer a capacitação em del Grupo Montevideo (AUGM), Universidade Católica do Uruguai, Escritório Regio-
ciência e tecnologia nas Américas, assim nal de Ciência da Unesco para a América Latina e Caribe e Parlamento do Mercosul.
como a cooperação entre pesquisadores Além de estudantes de pós-graduação, poderão participar alunos de graduação. Para
e instituições norte-americanas. Os sele- participar do concurso, o estudante deve se inscrever com um trabalho inédito: não
cionados receberão passagem aérea e um publicado na imprensa, internet ou em livro. A inscrição deverá ser feita pela internet,
valor de US$ 3 mil por mês. As inscrições e os trabalhos podem ser enviados para o e-mail info@institutoideal.org. O regula-
deverão serão enviadas para a secretaria mento completo do Concurso está disponível no site www.institutoideal.org
da Ianas do país do candidato, listadas no
formulário de inscrição, que promoverá a
seleção dos cinco nomes a serem encami-
nhados para a secretaria-geral da entida-
Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento
de. As inscrições deverão ser realizadas Sustentável
no período de 15 de maio a 15 de agosto. Em continuidade à execução da Agenda de Águas Subterrâneas, da Agência Na-
Segundo a Ianas, terão preferência os pes- cional de Águas (ANA), a qual tem como foco fortalecer a implementação da gestão
quisadores em início de carreira, que não integrada de recursos hídricos superficiais e subterrâneos e representa parte das ativi-
têm acesso a apoios internacionais. O for- dades de responsabilidade da ANA no âmbito do Programa Nacional de Águas Sub-
mulário de inscrição está disponível em terrâneas (PNAS/PNRH), foi publicado no dia 17 de junho o Edital para contratação
www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-572.pdf. do “Estudo da Vulnerabilidade Natural à Contaminação e Estratégias de Proteção do
Sistema Aquífero Guarani nas Áreas de Afloramento”, com previsão de duração de dois
anos. O objetivo do estudo é efetuar uma avaliação regional da vulnerabilidade natural
Comitê Caí abre inscrições do SAG à contaminação, bem como definir o perigo de contaminação, estabelecendo
para instituições-membro uma base técnica para o planejamento das ações e medidas de proteção e controle das
Foi aberto processo eleitoral, publica- águas subterrâneas, constituindo uma referência de apoio à decisão para os órgãos es-
do no Diário Oficial do Estado de 3 de taduais gestores. A abrangência do estudo compreende as áreas de afloramento do Sis-
junho deste ano, com vistas ao novo man- tema Aquífero Guarani, que ocupam no Brasil cerca de 87.400 km2, abrangendo parte
dato de instituições-membro do Comitê do território dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mi-
de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica nas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O edital pode ser acessado no
do Rio Caí (Comitê Caí). Todas as insti- site da Agência no link – http://www.ana.gov.br/editaiselicitacoes
tuições com atuação no âmbito geográfi-
co da Bacia Hidrográfica do Rio Caí po-
dem candidatar-se para participar do pro-
cesso de escolha para o preenchimento Edital de Intimação
das vagas destinadas às categorias que com- (art. 54 da Resolução CONFEA n° 1.008/2004)
põem os grupos Usuários da Água e Re-
presentantes da População, conforme dis- O CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO
posto na Lei Estadual 10.350/94, a qual RIO GRANDE DO SUL – CREA/RS, em cumprimento à Lei Federal n° 5.194/66 c/c
estabeleceu o Sistema Estadual de Recur- art. 30, parágrafo 1º e art. 35, parágrafo 2º da Resolução do Confea n° 1004/03,
sos Hídricos. Destaca-se a categoria As- cientifica os profissionais a seguir, para fins de manifestação, no prazo de 15 (quinze)
sociações de Profissionais, na qual as en- dias, sobre o(s) expediente(s) a seguir relacionado(s) em tramitação neste Crea,
tidades de classe do Sistema Confea/Crea
uma vez que esgotadas todas as tentativas não foi possível suas localizações.
poderão participar. O prazo inicialmente
estabelecido para inscrições é de 60 dias, Arq. Urb. Luiz Antonio da Silva – RS047929-D – Expediente n° 2008032211;
que começou a contar em 03 de junho, Eng. Civ. Edson Carlos Luiz Machado – RS052303-D – Expediente n° 2010041382;
data da publicação, no Diário Oficial do Téc. Eletrotéc. Julio Cezar Aubim – RS074156-TD – Expediente n° 2010029148.
Estado, do Aviso SEMA – CRH/RS Nº
02/2011. Para inscrições e mais informa- Porto Alegre, 17 de junho de 2011.
ções, contatar a Secretaria Executiva do
Comitê Caí, fone/fax (51) 3635-1550 (pe- Engenheiro Civil Luiz Alcides Capoani
PRESIDENTE DO CREA-RS
la manhã), celular (51) 9639-6454 ou atra-
vés do e-mail comitecai@terra.com.br

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indicadores
TAXAS DO CREA-RS - 2011 As informações abaixo foram fornecidas pelo Sinduscon-RS (www.sinduscon-rs.com.br)
1 - REGISTRO | INSCRIÇÃO OU REGISTRO DE PESSOA FÍSICA CUB/RS do mês de junho/2011 - NBR 12.721- Versão 2006
A) REGISTRO DEFINITIVO R$ 85,00 PROJETOS PADRÃO DE ACABAMENTO PROJETOS-PADRÃO R$/m²
B) VISTO EM REGISTRO DE OUTRO CREA RESIDENCIAIS
R$ 33,00
(REGISTRO COM NO NACIONAL É ISENTO)
Baixo R 1-B 914,59
2 - REGISTRO DE PESSOA JURÍDICA
R - 1 (Residência Unifamiliar) Normal R 1-N 1.128,20
A) PRINCIPAL R$ 160,00
Alto R 1-A 1.428,47
B) RESTABELECIMENTO DE REGISTRO R$ 160,00 Baixo PP 4-B 850,62
3 - EXPEDIÇÃO DE CARTEIRA COM CÉDULA DE IDENTIDADE PP - 4 (Prédio Popular)
Normal PP 4-N 1.080,87
A) CARTEIRA DEFINITIVA R$ 33,00 Baixo R 8-B 807,58
B) SUBSTITUIÇÃO ou 2a VIA R$ 33,00 R - 8 (Residência Multifamiliar) Normal R 8-N 941,88
C) TAXA DE REATIVAÇÃO DE CANCELADO PELO ART. 64 R$ 85,00 Alto R 8-A 1.166,89
4 - CERTIDÕES Normal R 16-N 915,25
A) EMITIDA PELA INTERNET ISENTA
R - 16 (Residência Multifamiliar)
Alto R 16-A 1.201,69
B) CERTIDÃO DE REGISTRO E QUITAÇÃO PROFISSIONAL R$ 33,00 PIS (Projeto de interesse social) – PIS 640,68
C) CERTIDÃO DE REGISTRO E QUITAÇÃO DE FIRMA R$ 33,00 RP1Q (Residência Popular) – RP1Q 921,36
D) CERTIDÃO ESPECIAL R$ 33,00 COMERCIAIS
5 - DIREITO AUTORAL Normal CAL 8-N 1.109,16
CAL - 8 (Comercial Andares Livres)
A) REGISTRO DE DIREITO SOBRE OBRAS INTELECTUAIS R$ 200,00 Alto CAL 8-A 1.216,56
6 - FORMULÁRIO Normal CSL 8-N 933,48
CSL - 8 (Comercial Salas e Lojas)
A) BLOCO DE RECEITUÁRIO AGRONÔMICO E FLORESTAL R$ 33,00 Alto CSL 8-A 1.063,13
7 - FORMALIZAÇÃO DE PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DE ATIVIDADE Normal CSL 16-N 1.249,53
R$ 200,00 CSL - 16 (Comercial Salas e Lojas)
ao ACERVO TÉCNICO, NOS TERMOS DA RESOLUÇÃO NO 394 DE 1995
Alto CSL 16-A 1.419,99
8 - FORMALIZAÇÃO DE PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DE ATIVIDADE
executada no exterior ao ACERVO TÉCNICO, NOS TERMOS DA R$ 200,00
GI (Galpão Industrial) – GI 499,82
RESOLUÇÃO NO 1.025 DE 2009 Estes valores devem ser utilizados após 01/03/2007, inclusive para contratos a serem firmados após esta data.

TABELA DE VALORES ANUIDADES - JULHO/2011 Até 30/07 ART – TABELA POR VALOR DE CONTRATO OU HONORÁRIOS | 2011
TIPO VALOR A PAGAR
NÚMERO DE ORDEM VALOR DO CONTRATO/HONORÁRIOS (R$) TAXA (R$)
NÍVEL MÉDIO R$ 135,95
1 Até 8.000,00 33,00
NÍVEL SUPERIOR R$ 271,89
2 de 8.000,01 até 15.000,00 83,00
FAIXA 1 R$ 417,11
FAIXA 2 R$ 540,60 3 de 15.000,01 até 22.000,00 122,00
FAIXA 3 R$ 705,96 4 de 22.000,01 até 30.000,00 166,50
FAIXA 4 R$ 917,96 5 de 30.000,01 até 60.000,00 333,50
FAIXA 5 R$ 1.189,85 6 de 60.000,01 até 150.000,00 499,50
FAIXA 6 R$ 1.546,54
7 de 150.000,01 até 300.000,00 666,00
FAIXA 7 R$ 2.009,23
8 acima de 300.000,00 833,00
FAIXA 8 R$ 2.613,43

tabela de valor de serviço por contrato aplicada à art múltipla ART DE RECEITUÁRIO AGRONÔMICO/INSPEÇÃO VEICULAR
Valor mínimo da ART: R$ 33,00 01 ART para 25 receitas agronômicas ou vistorias automotivas R$ 27,50
FAIXA VALOR DO SERVIÇO POR CONTRATO (R$) VALOR NA ART POR CONTRATO (R$)
1 até 200,00 1,05 01 ART para 50 receitas agronômicas ou vistorias automotivas R$ 55,00
2 de 200,01 até 300,00 2,10 01 ART para 75 receitas agronômicas ou vistorias automotivas R$ 82,50
3 de 300,01 até 500,00 3,15
01 ART para 100 receitas agronômicas ou vistorias automotivas R$ 110,00
4 de 500,01 até 1.000,00 5,25
5 de 1.000,01 até 2.000,00 8,45 SERVIÇOS DO DEPARTAMENTO DE ART E ACERVO
6 de 2.000,01 até 3.000,00 12,70 CAT com registro de atestado (visto em atestado) R$ 54,00
7 de 3.000,01 até 4.000,00 17,00
8 de 4.000,01 até 8.000,00 33,00 Certidão de Acervo Técnico (CAT) até 20 ARTs acima de 20 ARTS
9 de 8.000,01 até 15.000,00 83,00 sem registro de atestado R$ 33,00 R$ 66,50
10 de 15.000,01 até 22.000,00 122,00
Certidão de Inexistência de Obra/Serviço R$ 33,00
11 de 22.000,01 até 30.000,00 166,50
12 de 30.000,01 até 60.000,00 333,50 ART DE CRÉDITO RURAL
13 de 60.000,01 até 150.000,00 499,50
Honorários até R$ 8.000,00 R$ 33,00
14 de 150.000,01 até 300.000,00 666,00
15 acima de 300.000,00 833,00 Projetos até R$ 400.000,00 R$ 33,00

VALORES R$
art – tabela de Edificações - 2011
Projetos
Valor Máximo
EXECUÇÃO por faixa (1)
Faixa área (m2) ARQ. ESTr. ELEtr. HIDr. OUTROS
de OBRA
1 até 40,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00
2 40,01 até 70,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 83,00
3 70,01 até 90,00 78,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 122,00
4 90,01 até 120,00 122,00 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 166,50
5 120,01 até 240,00 166,50 33,00 33,00 33,00 33,00 33,00 333,50
6 240,01 até 500,00 333,50 78,00 33,00 33,00 33,00 33,00 499,50
7 500,01 até 1.000,00 499,50 78,00 33,00 33,00 33,00 33,00 666,00
8 acima de 1.000,00 666,00 122,00 78,00 33,00 33,00 33,00 833,00
(1) Valor relativo à execução da obra e à elaboração de todos os projetos desde que registrados em única ART.

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