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Aula 06
Art. 50 da Lei nº 7.210/84: Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade
que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina:
II – fugir
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do art. 39 desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Art. 52, caput, da Lei nº .7210/84: A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplina diferenciado,
com as seguintes características:
(...)
Importante também não confundir o caso concreto (condenado que fica fora do
âmbito territorial delimitado no período noturno) com as situações em que o
condenado rompe a tornozeleira eletrônica ou mantém a bateria sem carga
suficiente para o uso normal. Para essas duas últimas situações, o STJ tem
reconhecido a prática de falta grave, nos termos do art. 50, VI c.c o art. 39, V,
ambos da LEP, por ter desobedecido ordem recebida para o manuseio do
equipamento eletrônico. Enquanto no primeiro caso o condenado ainda
permanece sob regular vigilância, nas duas últimas hipóteses a vigilância se
revela impossível. Daí a distinção feita pelo Superior Tribunal de Justiça.
c) questão de prova:
Se o condenado faltar com o respeito com os demais condenados do
estabelecimento penal não poderá ser apenado com falta grave ante a
inexistência dessa hipótese como dita transgressão disciplinar na LEP.
Execução Penal
Art. 112 da Lei nº 7.210/84: A pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
as normas que vedam a progressão.
§1º. A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e
do defensor.
§2º. Idêntico procedimento será adotado na concessão do livramento condicional, indulto e
comutação de penas, respeitado os prazos previstos nas normas vigentes.
faz jus ao benefício a contar dessa data, ainda que a decisão judicial declarando
esse direito demore meses, não podendo o condenado ser penalizado pela mora
judiciária. O Pretório Excelso ainda trouxe um importante argumento, qual seja,
a mesma lógica aplicada para a regressão de regime em caso de reconhecimento
de falta disciplinar deve ser aplicada na promoção de regime, em que a data-
base é a data da prática do fato, e não da decisão posterior que reconhece a
falta. Com isso, o período de permanência no regime mais gravoso, por demora
do Poder Judiciário, deve ser considerado para o cálculo de futuro benefício, sob
pena de ofender o princípio da dignidade humana (art. 1º, III, da CF).
c) questão de prova:
Segundo entendimento atual do STJ, a decisão que concede a progressão de
regime tem natureza declaratória, sendo a data-base fixada a contar do
preenchimento dos requisitos legais e não da data do efetivo ingresso do
reeducando no regime anterior.
Art. 283 do CPP: Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude
de prisão temporária ou prisão preventiva.
Art. 637 do CPP: O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados
pelo recorrido aos autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a
execução da sentença.
Art. 3º do CPP: A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Art. 995 do NCPC: Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal
ou decisão judicial em sentido diverso.
Todavia, para a Sexta Turma do STJ a regra acima deve ser ponderada em caso
de oposição de embargos de declaração em face do acórdão condenatório de
órgão de segundo grau de jurisdição.
De acordo com esse julgado, opostos embargos de declaração desse acórdão que
julga o recurso de apelação não se devem expedir de forma automática mandado
de prisão, principalmente nos casos em que o acusado respondeu o processo em
liberdade ante a ausência dos pressupostos da prisão preventiva.
c) questão de prova:
O Tribunal de Justiça não deve ordenar a prisão de acusado, que recorreu em
liberdade, quando a Defesa se valeu de embargos declaratórios para buscar a
integração do acórdão condenatório, porquanto não houve o esgotamento da
jurisdição daquela Corte de Justiça.
Para melhor compreender esse tema, devemos nos indagar se o rol do artigo 126
da Lei de Execução (dispositivo legal que cuida da remição) é taxativo ou cuida-
se de norma compatível com a interpretação extensiva in bonam partem.
Art. 126 da Lei nº 7.210/84: O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar – atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional – divididas, no mínimo, em 3 dias:
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§2º As atividades de estudo a que se refere o §1º deste artigo poderão ser desenvolvidas
de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas
pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.
§3 Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo
serão definidas de forma a se compatibilizarem.
§4 O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos
continuará a beneficiar-se com a remição.
§5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no
caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da
pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
§6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui
liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova,
observado o disposto no inciso I do §1º deste artigo.
§7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.
§8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
c) questão de prova:
O reeducando João da Silva Silvério por se dedicar 8 horas diárias ao trabalho no
“Coral Recomeço” pleiteou na Vara de Execuções Penais da Comarca de
Campinas/SP a remição de sua pena, pedido esse que foi deferido pela
magistrada.
Execução Penal
REMIÇÃO DA PENA E JORNADA DE TRABALHO INFERIOR A SEIS HORAS. A Segunda
Turma deu provimento a recurso ordinário em “habeas corpus” e concedeu a ordem para que
seja considerado, para fins de remição da pena, o total de horas trabalhadas em jornada diária
inferior a seis horas.
RHC 136509/MG, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 4.4.2017. (RHC-136509)
Art. 126 da Lei nº 7.210/1984: O condenado que cumpre pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
Art. 33 da Lei nº 7.210/1984: A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) e
nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Como se vê, para cada 3 dias de trabalho regular, o preso fará jus ao desconto
de 1 dia de pena. Tanto faz se esse trabalho ocorrer no interior do
estabelecimento penal ou fora dele. A comprovação do trabalho deve ser feita
através de atestado do diretor do estabelecimento. De acordo com o art. 33 da
Lei de Execução Penal, a jornada normal de trabalho terá o limite mínimo de 6
horas diárias e o limite máximo de 8 horas diárias.
Ora, o reeducando que teve sua jornada de trabalho de 4 (quatro) horas diárias
estipulada pela própria administração penitenciária, não tendo isso sido fruto de
qualquer ato de insubmissão ou de indisciplina do preso, não pode ter desprezado
o período laborado para fins de remição penal, sob pena de afrontar os princípios
da segurança jurídica e da proteção da confiança e representar um verdadeiro
desestímulo ao trabalho e à ressocialização. Em outras palavras, o apenado ao
cumprir o horário designado pelo agente estatal tem a legítima expectativa de
poder gozar da consequência jurídica favorável descrita na norma em caso de fiel
cumprimento.
Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal asseverou que deve ser
levado em conta para o cálculo da remição penal a jornada diária de trabalho
inferior a 6 horas, desde que tal jornada de trabalho seja determinada pela
própria Administração Penitenciária e não derive de ato voluntário de indisciplina
ou de insubmissão do detento.
C) QUESTÃO DE PROVA
Pode ser considerado para fins de remição penal a jornada diária de trabalho
inferior a 6 horas quando essa for oriunda de imposição da Administração
Penitenciária e não for fruto de ato voluntário ou de insubmissão do reeducando.
Resposta: A afirmação está CORRETA.
Execução Penal
CUMPRIMENTO DE PENA EM REGIME SEMIABERTO OU ABERTO E ESTABELECIMENTO
PRISIONAL ADEQUADO. A Segunda Turma julgou improcedente reclamação ajuizada para
garantir a observância, pela instância de origem, da Súmula Vinculante 56 (1).
Rcl 25123/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18.4.2017. (Rcl-25123)
5) Tanto o art. 33, §1º, “b”, do Código Penal como o art. 91 da Lei de Execução
Penal não definiram o termo “estabelecimento similar” previsto para os
condenados em regime semiaberto. Assim, cabe ao Juízo da Execução
efetuar tal qualificação.
C) QUESTÃO DE PROVA
1
Art. 84, §único, da CF: O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
b
Art. 192 da Lei nº 7.210/84: Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o
Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de
comutação.
Art 193 da Lei nº 7.210/84: Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de
ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho
Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no
artigo anterior.
C) QUESTÃO DE PROVA