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CURSO – Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais - Manhã Nº 02

DATA – 28/02/2018

UA
DISCIPLINA – Direito Penal: Parte Geral

PROFESSOR – Francisco Menezes

ED
MONITORA– Jéssica de Freitas Araújo

AULA 1/6

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EMENTA:

- Princípios Penais:
ÔM
I) Intervenção Mínima
II) Insignificância
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III) Adequação Social


IV) Lesividade
V) Culpabilidade
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VI) Pessoalidade da Pena


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VII) Individualização da Pena


VIII) Humanidade
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IX) Proporcionalidade
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X) Legalidade
- Fontes do Direito Penal
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- Lei Penal no Tempo


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Bibliografia:
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GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Ed. Impetus


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BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Ed. Saraiva


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Plano de Ensino:
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I) Princípios Penais
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II) Teoria da Norma (art. 1º a 12, CP)


III) Teoria do Crime (art. 13 a 31, CP)
O

IV) Teoria da Pena (art. 32 a 120, CP)


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M

1. PRINCÍPIOS PENAIS:

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1.1- Princípio da Intervenção Mínima:

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O Direito Penal, por representar a mais gravosa das respostas do Estado, deve ter

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aplicação subsidiária quanto aos outros ramos do Direito e fragmentária quanto ao bem jurídico

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protegido.

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Referido princípio diz respeito a própria função penal no Estado Democrático de Direito.

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Isso porque o Direito Penal é o ramo do Direito que tipifica determinadas condutas como
criminosas, a elas atribuindo uma pena ou medida de segurança. Esse ramo do direito deve ser

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subsidiário a todos os outros ramos no que tange à resolução de conflitos. Assim, a pena deve ser a

ED
última ratio dos conflitos que surgirem nas interações sociais, devendo o Estado atuar
proporcionalmente.

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O Direito Penal Objetivo diz respeito ao conjunto de normas que estão positivadas no
nosso ordenamento jurídico e corresponde aos crimes e as penas.
ÔM
Direito Penal Subjetivo, é o próprio poder-dever de punir, o jus puniendi. É,
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necessariamente, do Estado.

O Princípio da intervenção mínima se desdobra em dois institutos – desdobramentos


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lógicos – dando concretude ao Direito Penal de modo que esse só seja utilizado quando realmente
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necessário, para os bens jurídicos mais importantes, sendo eles:


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 Subsidiariedade: O Direito Penal deve ser a última ratio e, portanto, subsidiário aos
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outros ramos do Direito, que são menos gravosos e coercitivos. Porém, este não é levado tão a sério
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pela jurisprudência brasileira, sendo um princípio mais orientador pelo legislador. Há, todavia, o
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julgado 479 do STJ, que ilustra referido princípio.


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Informativo 479, STJ: No caso em tela, o indivíduo furtou agua da concessionária e foi
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processado pelo MP por crime contra o patrimônio. Entretanto, após recebimento da Denúncia,
acordou com a concessionária e negociou o pagamento devido, pagando-o com juros e correção.
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Assim, o STJ, em que pese reconhecer que o arrependimento posterior até o recebimento da
denúncia, ensejando apenas numa atenuante, optou por absolver o acusado à luz do princípio da
ED

subsidiariedade, eis que o Direito Civil foi suficiente para resolver o conflito.
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 Fragmentariedade: O Direito Penal deve proteger somente os bens jurídicos mais

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importantes para a vida em sociedade, contra as ofensas intoleráveis. Assim, ocorrerá a proteção de

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apenas um fragmento dos bens jurídicos - parte dos interesses ou valores que são caros ao Direito.
Nesse sentido, o princípio da Fragmentariedade que se desdobra a partir da intervenção mínima, dá

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o tom e a finalidade ao Direito Penal Contemporâneo. Quando o tipo penal prevê uma conduta

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(preceito primário) e uma pena (preceito secundário), elege-se determinado bem jurídico,
protegendo-o sob a ameaça de pena.

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2º BLOCO

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1.2 Princípio da Insignificância:

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Corolário da Fragmentariedade no Direito Penal. A conduta que não ofende de forma
relevante o bem jurídico protegido pelo tipo penal deve ser considerada materialmente atípica.

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Assim, em que pese as condutas se adequarem aos elementos descritivos no tipo penal, não

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há violação relevante ao bem jurídico, de modo que a conduta não seja considerada criminosa, nem
ÔM
típica. É que, conforme se verifica, perfaz-se as duas faces da tipicidade – formal: juízo de
subsunção entre um fato e norma incriminadora e material: violação relevante ao bem jurídico
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protegido, por essa mesma norma incriminadora. Assim, não havendo ofensa relevante, aplica-se a
insignificância.
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Há quatro requisitos para a sua aplicação, segundo o Supremo Tribunal Federal:


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- Mínima ofensividade da conduta


- Ausência de reprovabilidade/periculosidade social da ação
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- reduzido grau de reprovabilidade do comportamento


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- Inexpressividade da lesão jurídica (desvalor do resultado)


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OBS-1: Mínima ofensividade da conduta: não pode ser muito ofensiva/agressiva. Diz-se
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isso, pois o princípio da insignificância não se aplica em crimes praticados com violência ou grave
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ameaça à pessoa. Referido entendimento é pacifico entre o STJ e STF.


UA

OBS-2: Ausência reprovabilidade/periculosidade social da ação: a conduta não pode ser


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perigosa para a sociedade como um todo, não só para a vítima, mas para a comunidade. Assim, não
se aplica o princípio em crimes contra a fé pública, como o crime de moeda falsa previsto no art.
O

289 do CP. É que, nesse caso, representa a credibilidade do sistema financeiro nacional, não se
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tratando de mero valor monetário.


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M

OBS- 2.1: Não se aplica o princípio no delito de tráfico de drogas, por ser um crime de

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perigo abstrato. Entretanto, o STF e o STJ divergem quanto à aplicabilidade do princípio no crime
de porte de droga para uso próprio.

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Os tribunais superiores costumam dizer que a insignificância não é aplicável em crimes de
perigo abstrato. Para melhor elucidação da matéria, cumpre lembrar o seguinte:

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Crimes de perigo são aqueles cujo tipo penal descreve não uma violação ao

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bem jurídico, mas sim uma probabilidade de dano. Tem-se uma conduta que

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traz probabilidade de lesão ao bem jurídico protegido, ao contrário do que

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ocorre nos crimes de perigo concreto - em que é necessário se provar, para
que haja tipicidade, o perigo a pessoa certa e determinada - como nos casos

ED
de condução de veículo automotor sem carteira de habilitação, previsto no
art. 309 do CTB. No de perigo abstrato, basta a prova da prática da conduta

O
para que se presuma o perigo. Assim, entende-se que a insignificância é

UL
incompatível com esse tipo.
ÔM
Informativo 541- STJ: Mantem o entendimento de que não é aplicável, justamente por ser
-R

crime de perigo abstrato.

Informativo 655 – STF: Afirma que 7 centigramas “não da onda”, portanto pode se aplicar
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a insignificância ao tipo previsto no art. 28 da Lei de Drogas.


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OBS-3: O reduzido grau de reprovabilidade de comportamento diz respeito ao criminoso


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habitual/profissional. A reincidência pode afastar a aplicação do princípio, mas somente quando for
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prova da habitualidade criminosa em delitos de determinada natureza.


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Informativo 793, STF


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Informativo 534, STJ


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OBS-4: Inexpressividade da lesão jurídica. É possível sua aplicação em crimes praticados


em desfavor da administração pública? Para o STJ, não se aplica a insignificância nesse caso, pois a
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lesão à moralidade administrativa nunca é inexpressiva.


ED

Súmula 599, STJ


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Posicionamento bastante conservador. Um crime de descaminho, vez que atinge a ordem


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tributária.
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M

Para o STF, no entanto, é possível a sua aplicação ao analisar caso a caso os 04 requisitos,

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tal como se verifica no informativo 624, STF.

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OBS- 4.1- É possível aplicar referido princípio em crimes contra a ordem tributária? São

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aqueles crimes que ofendem o erário, levam a sonegação ou diminuição do tributo devido aos entes
federados.

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O procurador pode requerer a suspensão da execução dos débitos fiscais quando a dívida

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for igual ou inferior a 10 mil reais. Isso porque o custo de um processo pode ser superior. Nesse

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sentido, entendeu o STJ que, aplica-se o princípio em crimes contra a ordem tributária quando a

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dívida não ultrapassa R$10.000,00, com fulcro no art. 20 da Lei 10522/2002.

ED
Portaria 75/2012 – Ministério da Fazenda Nacional: Aumentou o valor para R$20.000,00,
assim se posicionando o STF quanto ao tema.

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OBS- 4.2: Segundo a súmula 589 do STJ, não se aplica o princípio em crimes ou
contravenções praticados em violência doméstica contra a mulher. Referido entendimento possui
ÔM
força dos tratados internacionais, do qual o Brasil é signatário.
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3º BLOCO

1.3 Princípio da Adequação Social:


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O Direito penal não deve punir condutas que são compatíveis com a ordem social
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historicamente condicionada. (Termo do Rogério Greco)


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Há dois desdobramentos, possuindo duas funções:


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1ª: Política criminal: voltada para o legislador. Diz respeito à criminalização e


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descriminalização de condutas conforme a ordem social vigente.


O

2ª: Dogmática-interpretativa: destinada ao juiz. Referido princípio pode limitar o alcance


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do tipo penal, vez que o magistrado poderia interpretá-los de forma a traduzir a finalidade de
determinadas criminalizações e excluir do alcance tipo penal aquelas condutas que são adequadas
UA

socialmente, como por exemplo: circuncisão da criança. Nesse entendimento, ocorre uma
excludente de tipicidade material – Princípio da Insignificância.
ED

OBS-1: Tribunais superiores não aplicam esse princípio em crimes de violação de


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direito autoral, ainda que praticados em shoppings populares regulamentados.


UL

5
M

STJ HC 342435/RS

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OBS-2: Segundo o STF, não se aplica o princípio ao delito de casa de prostituição previsto

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no art. 299 do CP. Os costumes não podem afastar aplicação de um tipo penal, vez que revogaria

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dispositivos legais.

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Os casos supracitados fundamentam-se num entendimento majoritário, quanto à
impossibilidade de revogação da lei pelos costumes.

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1.4 Princípio da Lesividade (ofensividade):

UA
O Direito Penal não deve alcançar comportamentos que são incapazes de trazer perigo a
bens jurídicos de terceiros. Assim, só pode alcançar condutas que se materializam e externalizam,

ED
podendo ser objeto de pena. Isso porque visa proibir a incriminação de: atitudes internas; simples
estados de consciência; atos de cogitação; ideologias e autolesão.

O
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Só pode ser utilizado para reprimir condutas externalizadas pelo agente. Logo, somente
ÔM
comportamentos capazes de violar bem jurídico de 3º são objeto da tutela penal.

OBS- 1: Parte da doutrina defende que os crimes de perigo abstrato são incompatíveis com
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esse princípio.
6

OBS-2: Para Rogério Greco, o princípio da Fragmentariedade é desdobramento


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lógico/corolário dos princípios da intervenção mínima, lesividade e adequação social.


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1.5 Princípio da Culpabilidade:


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Nasce como uma garantia do indivíduo contra a responsabilidade penal objetiva, ou seja,
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que não observava na conduta dolo ou culpa.


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Atualmente, o princípio da culpabilidade tem uma tripla função:


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1º: É garantia contra a responsabilidade penal objetiva.


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2º: Dispõe que o juízo de reprovação pessoal deve ser fundamento da pena, uma vez que
UA

não se pode punir quem não é culpável.


ED

3º: Tal juízo de reprovação deve ser limite da pena, pois a culpabilidade é circunstância
judicial na dosimetria.
O
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4º BLOCO
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M

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1.6- Princípio da Pessoalidade da Pena:

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É a Intranscendência prevista no art. 5º, XLV da CR/88. Veja-se:

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Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra

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eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

RD
A pena não passará da pessoa do condenado, sendo pessoal e intrasferível já que não recai
sobre os herdeiros. Há, porém, duas exceções trazidas no tipo, tal como se verifica para fins de

UA
reparação do dano e perdimento de bens nas forças da herança. Referidas exceções possuem efeito

ED
extrapenal, à luz do art. 91 do CP.

O
Pergunta-se: e a multa penal? Pode ser transferida aos herdeiros no limite e forças da

UL
herança? Não, vez que esta não perde o seu caráter de sanção penal. ÔM
1.7 – Princípio da Individualização da Pena:

É, junto com o princípio da insignificância, um dos mais importantes no campo


-R

jurisprudencial hoje. O princípio da individualização da pena fundamenta os mais importantes


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julgados. No Supremo Tribunal Federal durante a última década. Está previsto no Art. 5º, XLVI
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da CF, que diz:


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A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


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a) privação ou restrição da liberdade;


b) perda de bens;
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c) multa;
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d) prestação social alternativa;


e) suspensão ou interdição de direitos.
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A sanção penal deve ser individualizada ao crime e ao criminoso, destacando-se três


O

momentos de individualização, a saber:


RD

- Cominação: o legislador analisa a necessidade de proteção de cada bem jurídico e comina


UA

a cada tipo penal uma sanção individualizada, atribuindo a pena em abstrato.


- Aplicação: é realizada pelo juiz, observando o critério trifásico de aplicação da Pena
ED

Privativa de Liberdade, previsto no art. 68 do Código Penal, sendo instrumento de individualização


da pena.
O
UL

7
M

- Execução: Todos os instrumentos da Lei de Execução Penal, n.º 7210/84, servem à

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individualização da pena. Diz-se isso, pois quando o juiz decide pela progressão de regime ou pela
não concessão desse - concede ou não determinado benefício – há a individualização ao caso

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concreto.

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A pena não pode ser aplicada de forma padronizada e genérica, deve se individualizar tanto

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no que tange à proporcionalidade com o mal causado, quanto à necessidade do caso concreto para a

O
prevenção e repressão do crime. Assim, se perfaz nos três institutos supramencionados.

RD
 O STF, ao analisar a Lei 8072/90 –Lei de Crimes Hediondos – previa o

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cumprimento inicialmente no regime fechado, proibindo, assim, a sua progressão.
Porém, o STF, por meio do HC 82959 de 2006, considerou referido regime

ED
inconstitucional, com base no princípio da individualização da pena. Assim, o
Congresso Nacional, modificou a Lei dos Crimes Hediondos com a Lei 11464/07,

O
possibilitando a progressão de regime com frações mais duras e dificultosas, como

UL
2/5, se primário e 3/5, se reincidente. Porém, previu que o juiz deveria estabelecer,
ÔM
obrigatoriamente, regime inicialmente fechado nos crimes hediondos, violando, de
igual forma, a individualização da pena, ensejando, assim, no HC 111840 de 2013,
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em que o STF decidiu pela inconstitucionalidade do regime inicial fechado


obrigatório.
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 A Lei de Drogas, n.º 11343/06, trazia diversos institutos que endureciam o


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tratamento penal e processual penal para quem praticasse os crimes previstos nesta
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lei. Inclusive, o art. 44 desta proibia a substituição da PPL por PRD, sendo o STF
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mais uma vez provocado, dizendo que iria na contramão do preceito constitucional
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de individualização da pena, ao passo que se retira do magistrado a possibilidade de


análise dos requisitos objetivos e subjetivos. No HC 97256, o STF decidiu pela
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inconstitucionalidade da vedação de substituição da PPL e PRD.


O

OBS: O STF vem declarando a inconstitucionalidade de institutos que padronizam a


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aplicação da pena, retirando do juiz a prerrogativa de individualiza-la. Ex: a imposição de regime


UA

integral ou inicial fechado e a vedação à substituição de pena.


ED

1.8 – Princípio da Humanidade das Penas:

É, também, chamada de Princípio da Limitação da Pena – conforme Bitencourt - e está


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prevista no Art. 5º, XLVII da CR/88.


UL

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M

A sanção penal não pode negar a dignidade da pessoa humana, de forma que a constituição

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proíbe 05 espécies de pena:

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a) De morte, salvo em caso e guerra declarada.

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b) De caráter perpetuo, o art. 75 do CP limita a pena privativa de liberdade a 30 anos. E a

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medida de segurança? Internação ou tratamento ambulatorial ao inimputável/doente
mental, tratando sua periculosidade.

O
RD
Quanto a aplicabilidade da medida de segurança, há três posicionamentos:

UA
1ª c: o princípio é inaplicável, pois a medida tem caráter curativo.

ED
2ª c: O STF afirma que o princípio deve ser aplicado e o limite da medida deve ser de 30 anos,
por analogia do art. 75 do CP.

O
UL
3ª c: O STJ, por meio da súmula 527, entende que o limite deve ser o da pena máxima
cominada ao tipo. Veja-se: “o tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar
ÔM
o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”.
-R

5º BLOCO

c) De trabalhos forçados: a jurisprudência permite o trabalho como dever do preso, tal


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como prevê a LEP. O que visou proibir, por meio desse dispositivo, é que a pena
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principal seja a de trabalhos forçados quando utilizados de meios coercitivos para fazê-
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lo.
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d) De banimento
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e) Cruéis: a exemplo, têm-se o RDD - regime disciplinar diferenciado -, embora STF


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nunca tenha declarado a sua inconstitucionalidade.


O

1.9 Princípio da Proporcionalidade


RD

Possui uma dupla função. Primeiro, proibição do excesso na criminalização, pois o direito
UA

penal não pode produzir um mal maior do que aquele que lhe visa coibir. Segunda aplicação,
proibição da proteção deficiente, pois o Direito Penal deve proteger de forma eficaz os bens
ED

jurídicos mais importantes, evitando-se a vingança privada.


O

Está em compasso com o garantismo penal!


UL

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M

1.10 – Princípio da Legalidade

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Art. 5º, XXXIX, da CF.

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Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

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Extrai-se, assim, 04 garantias:

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 Lei escrita: proíbe-se a incriminação pelos costumes, pois a norma incriminadora só

O
pode ser veiculada através de Lei Ordinária ou complementar.

RD
 Lei estrita: Proíbe-se a analogia em desfavor do réu. Não se pode preencher uma

UA
lacuna legislativa em desfavor do acusado – analogia in malan partem.

ED
Analogia ≠ Interpretação analógica

O
Analogia é um instituto e pressupõe ausência de lei, havendo uma lacuna legislativa.

UL
Ao passo que, interpretação analógica é permitida por lei, ocorrendo quando a
norma incriminadora traz uma fórmula específica/casuística seguida de uma fórmula
ÔM
genérica. Amplia-se, assim, as hipóteses da norma aplicadora. Não viola, pois, a
legalidade!
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 Lei prévia: Faz jus ao princípio da anterioridade penal.


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 Lei certa: Chamada princípio da taxatividade. A norma incriminadora deve definir


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de forma clara a conduta criminosa. Estão proibidos os tipos penais abertos. Visa
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proteger o cidadão de tipos vagos/arbitrários.


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- Permite-se que tipos penais culposos sejam abertos, vez que não se pode prever as
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formas de imprudência, negligência ou imperícia que contribua para o resultado.


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OBS-1: o princípio da legalidade se aplica à medida de segurança? Sim, inegável


O

seu caráter aflitivo. Há quem discorde – num posicionamento minoritário -,


RD

entendendo pelo caráter curativo, não se sujeitando aos rigores da legalidade.


UA

OBS-2: Medida provisória pode veicular matéria penal? Via de regra, não. Tal como
dispõe o §1º, alínea “b” do art. 62 da CF/88. Na história da jurisprudência do STF,
ED

há algumas lacunas quanto a isso. O Estatuto do Desarmamento – em 2003 - possuía


uma abolitio criminis temporária, no art. 30, o qual dava ao indivíduo que possuía
O

uma arma ilegalmente a possibilidade de registrá-la (com as burocracias mitigadas)


UL

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M

ou devolvê-las, presumindo-se a licitude do armamento ou ganhando um valor por

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isso. Essa medida, originalmente, até 2005 e foi prorrogada por medidas provisórias
até 2009. Entretanto, o STF não decidiu pela inconstitucionalidade da medida, pois

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as normas trazidas eram ampliativas de direito e não restritivas. Traziam normas

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permissivas e não incriminadoras.

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6º BLOCO

O
O STF já decidiu pela constitucionalidade de medidas provisórias que possuem natureza

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penal, mas que não ampliativas de direito veiculando normais penais permissivas.

UA
Art. 30, Lei 10826/03

ED
 Aplicabilidade do princípio da insignificância pelo Delegado de Polícia:

O
A doutrina tradicional não reconhece referida aplicabilidade, posto que esta seria a

UL
prerrogativa do Ministério Público e do juiz. O delegado realizaria apenas o juízo de tipicidade
ÔM
formal. Parte da doutrina discorda, pois o delegado exerce função jurídica e tal aplicação não
violaria direitos fundamentais.
-R

2 - FONTES DO DIREITO PENAL:


6

A fonte é o local de procedência da norma jurídica. Nesse sentido, discute-se de onde esse
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direito provêm, de onde a ordem jurídica é emanada.


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 Fonte material: É chamada de fonte de produção. Quem pode produzi-la? A união, tal como
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dispõe o art. 22, I da CF.


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 Fonte formal: É fonte de cognição. Forma que a norma penal se expressa, forma como podemos
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conhece-la. Institutos que permitem interpretar:


O

- Imediata: Lei é a única fonte formal do Direito Penal, à luz do princípio da legalidade.
RD

(Tradicionalmente)
UA

- Mediata: É formada por princípios gerais de direito; doutrina jurídica; jurisprudência e os


costumes. Isso porque nos permite interpretar a norma como é expressada.
ED

OBS: Parte da doutrina inclui como fonte formal imediata do Direito Penal, a constituição,
O

os tratados de direitos humanos e a jurisprudência.


UL

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M

3- LEI PENAL NO TEMPO:

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Arts. 1º a 4º do CP

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Trata-se do estudo sobre a sucessão de leis penais no tempo e seus efeitos dos crimes já

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praticados, a todo momento o nosso legislador está promovendo novas leis penais. A grande rusga

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quanto ao tema – num posicionamento garantista-, é a ausência de critérios científicos que se nota
na legislação brasileira, desde os anos 80, sendo certo que, se promovem, basicamente, através de

O
escândalos sofridos no tempo da sua criação.

RD
O primeiro pilar é o Princípio da Anterioridade, que é o desdobramento do princípio da

UA
legalidade, previsto no art. 5º, XXXIX da CF.

ED
O segundo pilar é o Princípio da Retroatividade da Lei Benéfica, como se observa no art.
5º, XL, CF – estabelece que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Assim, a

O
UL
constituição estabeleceu um mandado de retroatividade da lei que, de alguma forma, beneficia o réu
no campo do Direito Penal Material. Nesse sentido, a norma penal que prejudica o réu é apenas
ÔM
prospectiva, enquanto a que beneficia, é, também, retroativa.
-R

(Próxima aula – 8 observações lei penal no tempo!)


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