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CURSO – Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais - Manhã Nº 02
DATA – 28/02/2018
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DISCIPLINA – Direito Penal: Parte Geral
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MONITORA– Jéssica de Freitas Araújo
AULA 1/6
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EMENTA:
- Princípios Penais:
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I) Intervenção Mínima
II) Insignificância
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IX) Proporcionalidade
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X) Legalidade
- Fontes do Direito Penal
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Bibliografia:
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Plano de Ensino:
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I) Princípios Penais
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1. PRINCÍPIOS PENAIS:
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1.1- Princípio da Intervenção Mínima:
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O Direito Penal, por representar a mais gravosa das respostas do Estado, deve ter
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aplicação subsidiária quanto aos outros ramos do Direito e fragmentária quanto ao bem jurídico
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protegido.
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Referido princípio diz respeito a própria função penal no Estado Democrático de Direito.
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Isso porque o Direito Penal é o ramo do Direito que tipifica determinadas condutas como
criminosas, a elas atribuindo uma pena ou medida de segurança. Esse ramo do direito deve ser
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subsidiário a todos os outros ramos no que tange à resolução de conflitos. Assim, a pena deve ser a
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última ratio dos conflitos que surgirem nas interações sociais, devendo o Estado atuar
proporcionalmente.
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O Direito Penal Objetivo diz respeito ao conjunto de normas que estão positivadas no
nosso ordenamento jurídico e corresponde aos crimes e as penas.
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Direito Penal Subjetivo, é o próprio poder-dever de punir, o jus puniendi. É,
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necessariamente, do Estado.
lógicos – dando concretude ao Direito Penal de modo que esse só seja utilizado quando realmente
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Subsidiariedade: O Direito Penal deve ser a última ratio e, portanto, subsidiário aos
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outros ramos do Direito, que são menos gravosos e coercitivos. Porém, este não é levado tão a sério
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pela jurisprudência brasileira, sendo um princípio mais orientador pelo legislador. Há, todavia, o
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Informativo 479, STJ: No caso em tela, o indivíduo furtou agua da concessionária e foi
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processado pelo MP por crime contra o patrimônio. Entretanto, após recebimento da Denúncia,
acordou com a concessionária e negociou o pagamento devido, pagando-o com juros e correção.
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Assim, o STJ, em que pese reconhecer que o arrependimento posterior até o recebimento da
denúncia, ensejando apenas numa atenuante, optou por absolver o acusado à luz do princípio da
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subsidiariedade, eis que o Direito Civil foi suficiente para resolver o conflito.
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Fragmentariedade: O Direito Penal deve proteger somente os bens jurídicos mais
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importantes para a vida em sociedade, contra as ofensas intoleráveis. Assim, ocorrerá a proteção de
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apenas um fragmento dos bens jurídicos - parte dos interesses ou valores que são caros ao Direito.
Nesse sentido, o princípio da Fragmentariedade que se desdobra a partir da intervenção mínima, dá
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o tom e a finalidade ao Direito Penal Contemporâneo. Quando o tipo penal prevê uma conduta
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(preceito primário) e uma pena (preceito secundário), elege-se determinado bem jurídico,
protegendo-o sob a ameaça de pena.
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2º BLOCO
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1.2 Princípio da Insignificância:
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Corolário da Fragmentariedade no Direito Penal. A conduta que não ofende de forma
relevante o bem jurídico protegido pelo tipo penal deve ser considerada materialmente atípica.
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Assim, em que pese as condutas se adequarem aos elementos descritivos no tipo penal, não
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há violação relevante ao bem jurídico, de modo que a conduta não seja considerada criminosa, nem
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típica. É que, conforme se verifica, perfaz-se as duas faces da tipicidade – formal: juízo de
subsunção entre um fato e norma incriminadora e material: violação relevante ao bem jurídico
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protegido, por essa mesma norma incriminadora. Assim, não havendo ofensa relevante, aplica-se a
insignificância.
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OBS-1: Mínima ofensividade da conduta: não pode ser muito ofensiva/agressiva. Diz-se
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isso, pois o princípio da insignificância não se aplica em crimes praticados com violência ou grave
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perigosa para a sociedade como um todo, não só para a vítima, mas para a comunidade. Assim, não
se aplica o princípio em crimes contra a fé pública, como o crime de moeda falsa previsto no art.
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289 do CP. É que, nesse caso, representa a credibilidade do sistema financeiro nacional, não se
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perigo abstrato. Entretanto, o STF e o STJ divergem quanto à aplicabilidade do princípio no crime
de porte de droga para uso próprio.
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Os tribunais superiores costumam dizer que a insignificância não é aplicável em crimes de
perigo abstrato. Para melhor elucidação da matéria, cumpre lembrar o seguinte:
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Crimes de perigo são aqueles cujo tipo penal descreve não uma violação ao
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bem jurídico, mas sim uma probabilidade de dano. Tem-se uma conduta que
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traz probabilidade de lesão ao bem jurídico protegido, ao contrário do que
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ocorre nos crimes de perigo concreto - em que é necessário se provar, para
que haja tipicidade, o perigo a pessoa certa e determinada - como nos casos
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de condução de veículo automotor sem carteira de habilitação, previsto no
art. 309 do CTB. No de perigo abstrato, basta a prova da prática da conduta
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para que se presuma o perigo. Assim, entende-se que a insignificância é
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incompatível com esse tipo.
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Informativo 541- STJ: Mantem o entendimento de que não é aplicável, justamente por ser
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Informativo 655 – STF: Afirma que 7 centigramas “não da onda”, portanto pode se aplicar
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habitual/profissional. A reincidência pode afastar a aplicação do princípio, mas somente quando for
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tributária.
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Para o STF, no entanto, é possível a sua aplicação ao analisar caso a caso os 04 requisitos,
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tal como se verifica no informativo 624, STF.
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OBS- 4.1- É possível aplicar referido princípio em crimes contra a ordem tributária? São
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aqueles crimes que ofendem o erário, levam a sonegação ou diminuição do tributo devido aos entes
federados.
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O procurador pode requerer a suspensão da execução dos débitos fiscais quando a dívida
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for igual ou inferior a 10 mil reais. Isso porque o custo de um processo pode ser superior. Nesse
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sentido, entendeu o STJ que, aplica-se o princípio em crimes contra a ordem tributária quando a
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dívida não ultrapassa R$10.000,00, com fulcro no art. 20 da Lei 10522/2002.
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Portaria 75/2012 – Ministério da Fazenda Nacional: Aumentou o valor para R$20.000,00,
assim se posicionando o STF quanto ao tema.
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OBS- 4.2: Segundo a súmula 589 do STJ, não se aplica o princípio em crimes ou
contravenções praticados em violência doméstica contra a mulher. Referido entendimento possui
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força dos tratados internacionais, do qual o Brasil é signatário.
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3º BLOCO
O Direito penal não deve punir condutas que são compatíveis com a ordem social
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do tipo penal, vez que o magistrado poderia interpretá-los de forma a traduzir a finalidade de
determinadas criminalizações e excluir do alcance tipo penal aquelas condutas que são adequadas
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socialmente, como por exemplo: circuncisão da criança. Nesse entendimento, ocorre uma
excludente de tipicidade material – Princípio da Insignificância.
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STJ HC 342435/RS
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OBS-2: Segundo o STF, não se aplica o princípio ao delito de casa de prostituição previsto
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no art. 299 do CP. Os costumes não podem afastar aplicação de um tipo penal, vez que revogaria
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dispositivos legais.
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Os casos supracitados fundamentam-se num entendimento majoritário, quanto à
impossibilidade de revogação da lei pelos costumes.
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1.4 Princípio da Lesividade (ofensividade):
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O Direito Penal não deve alcançar comportamentos que são incapazes de trazer perigo a
bens jurídicos de terceiros. Assim, só pode alcançar condutas que se materializam e externalizam,
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podendo ser objeto de pena. Isso porque visa proibir a incriminação de: atitudes internas; simples
estados de consciência; atos de cogitação; ideologias e autolesão.
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Só pode ser utilizado para reprimir condutas externalizadas pelo agente. Logo, somente
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comportamentos capazes de violar bem jurídico de 3º são objeto da tutela penal.
OBS- 1: Parte da doutrina defende que os crimes de perigo abstrato são incompatíveis com
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esse princípio.
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Nasce como uma garantia do indivíduo contra a responsabilidade penal objetiva, ou seja,
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2º: Dispõe que o juízo de reprovação pessoal deve ser fundamento da pena, uma vez que
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3º: Tal juízo de reprovação deve ser limite da pena, pois a culpabilidade é circunstância
judicial na dosimetria.
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4º BLOCO
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1.6- Princípio da Pessoalidade da Pena:
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É a Intranscendência prevista no art. 5º, XLV da CR/88. Veja-se:
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Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
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eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
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A pena não passará da pessoa do condenado, sendo pessoal e intrasferível já que não recai
sobre os herdeiros. Há, porém, duas exceções trazidas no tipo, tal como se verifica para fins de
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reparação do dano e perdimento de bens nas forças da herança. Referidas exceções possuem efeito
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extrapenal, à luz do art. 91 do CP.
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Pergunta-se: e a multa penal? Pode ser transferida aos herdeiros no limite e forças da
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herança? Não, vez que esta não perde o seu caráter de sanção penal. ÔM
1.7 – Princípio da Individualização da Pena:
julgados. No Supremo Tribunal Federal durante a última década. Está previsto no Art. 5º, XLVI
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c) multa;
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- Execução: Todos os instrumentos da Lei de Execução Penal, n.º 7210/84, servem à
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individualização da pena. Diz-se isso, pois quando o juiz decide pela progressão de regime ou pela
não concessão desse - concede ou não determinado benefício – há a individualização ao caso
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concreto.
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A pena não pode ser aplicada de forma padronizada e genérica, deve se individualizar tanto
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no que tange à proporcionalidade com o mal causado, quanto à necessidade do caso concreto para a
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prevenção e repressão do crime. Assim, se perfaz nos três institutos supramencionados.
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O STF, ao analisar a Lei 8072/90 –Lei de Crimes Hediondos – previa o
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cumprimento inicialmente no regime fechado, proibindo, assim, a sua progressão.
Porém, o STF, por meio do HC 82959 de 2006, considerou referido regime
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inconstitucional, com base no princípio da individualização da pena. Assim, o
Congresso Nacional, modificou a Lei dos Crimes Hediondos com a Lei 11464/07,
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possibilitando a progressão de regime com frações mais duras e dificultosas, como
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2/5, se primário e 3/5, se reincidente. Porém, previu que o juiz deveria estabelecer,
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obrigatoriamente, regime inicialmente fechado nos crimes hediondos, violando, de
igual forma, a individualização da pena, ensejando, assim, no HC 111840 de 2013,
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tratamento penal e processual penal para quem praticasse os crimes previstos nesta
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lei. Inclusive, o art. 44 desta proibia a substituição da PPL por PRD, sendo o STF
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mais uma vez provocado, dizendo que iria na contramão do preceito constitucional
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A sanção penal não pode negar a dignidade da pessoa humana, de forma que a constituição
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proíbe 05 espécies de pena:
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a) De morte, salvo em caso e guerra declarada.
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b) De caráter perpetuo, o art. 75 do CP limita a pena privativa de liberdade a 30 anos. E a
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medida de segurança? Internação ou tratamento ambulatorial ao inimputável/doente
mental, tratando sua periculosidade.
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Quanto a aplicabilidade da medida de segurança, há três posicionamentos:
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1ª c: o princípio é inaplicável, pois a medida tem caráter curativo.
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2ª c: O STF afirma que o princípio deve ser aplicado e o limite da medida deve ser de 30 anos,
por analogia do art. 75 do CP.
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3ª c: O STJ, por meio da súmula 527, entende que o limite deve ser o da pena máxima
cominada ao tipo. Veja-se: “o tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar
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o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”.
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5º BLOCO
como prevê a LEP. O que visou proibir, por meio desse dispositivo, é que a pena
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principal seja a de trabalhos forçados quando utilizados de meios coercitivos para fazê-
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lo.
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d) De banimento
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Possui uma dupla função. Primeiro, proibição do excesso na criminalização, pois o direito
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penal não pode produzir um mal maior do que aquele que lhe visa coibir. Segunda aplicação,
proibição da proteção deficiente, pois o Direito Penal deve proteger de forma eficaz os bens
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1.10 – Princípio da Legalidade
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Art. 5º, XXXIX, da CF.
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Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
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Extrai-se, assim, 04 garantias:
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Lei escrita: proíbe-se a incriminação pelos costumes, pois a norma incriminadora só
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pode ser veiculada através de Lei Ordinária ou complementar.
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Lei estrita: Proíbe-se a analogia em desfavor do réu. Não se pode preencher uma
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lacuna legislativa em desfavor do acusado – analogia in malan partem.
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Analogia ≠ Interpretação analógica
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Analogia é um instituto e pressupõe ausência de lei, havendo uma lacuna legislativa.
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Ao passo que, interpretação analógica é permitida por lei, ocorrendo quando a
norma incriminadora traz uma fórmula específica/casuística seguida de uma fórmula
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genérica. Amplia-se, assim, as hipóteses da norma aplicadora. Não viola, pois, a
legalidade!
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de forma clara a conduta criminosa. Estão proibidos os tipos penais abertos. Visa
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- Permite-se que tipos penais culposos sejam abertos, vez que não se pode prever as
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OBS-2: Medida provisória pode veicular matéria penal? Via de regra, não. Tal como
dispõe o §1º, alínea “b” do art. 62 da CF/88. Na história da jurisprudência do STF,
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ou devolvê-las, presumindo-se a licitude do armamento ou ganhando um valor por
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isso. Essa medida, originalmente, até 2005 e foi prorrogada por medidas provisórias
até 2009. Entretanto, o STF não decidiu pela inconstitucionalidade da medida, pois
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as normas trazidas eram ampliativas de direito e não restritivas. Traziam normas
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permissivas e não incriminadoras.
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6º BLOCO
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O STF já decidiu pela constitucionalidade de medidas provisórias que possuem natureza
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penal, mas que não ampliativas de direito veiculando normais penais permissivas.
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Art. 30, Lei 10826/03
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Aplicabilidade do princípio da insignificância pelo Delegado de Polícia:
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A doutrina tradicional não reconhece referida aplicabilidade, posto que esta seria a
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prerrogativa do Ministério Público e do juiz. O delegado realizaria apenas o juízo de tipicidade
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formal. Parte da doutrina discorda, pois o delegado exerce função jurídica e tal aplicação não
violaria direitos fundamentais.
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A fonte é o local de procedência da norma jurídica. Nesse sentido, discute-se de onde esse
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Fonte material: É chamada de fonte de produção. Quem pode produzi-la? A união, tal como
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Fonte formal: É fonte de cognição. Forma que a norma penal se expressa, forma como podemos
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- Imediata: Lei é a única fonte formal do Direito Penal, à luz do princípio da legalidade.
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(Tradicionalmente)
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OBS: Parte da doutrina inclui como fonte formal imediata do Direito Penal, a constituição,
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3- LEI PENAL NO TEMPO:
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Arts. 1º a 4º do CP
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Trata-se do estudo sobre a sucessão de leis penais no tempo e seus efeitos dos crimes já
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praticados, a todo momento o nosso legislador está promovendo novas leis penais. A grande rusga
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quanto ao tema – num posicionamento garantista-, é a ausência de critérios científicos que se nota
na legislação brasileira, desde os anos 80, sendo certo que, se promovem, basicamente, através de
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escândalos sofridos no tempo da sua criação.
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O primeiro pilar é o Princípio da Anterioridade, que é o desdobramento do princípio da
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legalidade, previsto no art. 5º, XXXIX da CF.
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O segundo pilar é o Princípio da Retroatividade da Lei Benéfica, como se observa no art.
5º, XL, CF – estabelece que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Assim, a
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constituição estabeleceu um mandado de retroatividade da lei que, de alguma forma, beneficia o réu
no campo do Direito Penal Material. Nesse sentido, a norma penal que prejudica o réu é apenas
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prospectiva, enquanto a que beneficia, é, também, retroativa.
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