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ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

05/03/2010

A LEITURA E A ESCRITA – ETAPAS DO


DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
A linguagem oral (fala) é uma característica biologicamente determinada que se desenvolve de
forma natural e espontânea se existir um ambiente estimulante e, se a criança não apresenta
nenhum distúrbio à nível fonoarticulatório, o mesmo não acontece com a leitura e a escrita.

A leitura e a escrita não são características genéticas da espécie humana e, portanto, sua
aquisição requer esforço e a existência de um ambiente estimulante.

A leitura e a escrita não podem ser consideradas atividades isoladas no processo de


desenvolvimento da criança.Estes dois processos gráficos fazem parte da evolução da
linguagem que se inicia logo nos primeiros dias de vida da criança.

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

São cinco as etapas inter-dependentes e sequencializadas do desenvolvimento


da linguagem.Inter-dependentes porque cada uma depende da anterior para se desenvolver e,
sequencializadas, pois obedecem uma seqüência de desenvolvimento.
a)aquisição do significado: a criança adquire a noção e a função dos objetos que a rodeiam
atribuindo-lhes um significado social.É através da observação e da experimentação que a
criança relaciona os objetos aos seus respectivos significados.Exemplo: ao observar que a
mamadeira é usada para tomar leite, este objeto adquire uma função e uma noção dentro do
universo.

b)compreensão da linguagem falada: os objetos que adquiriram significado são associados aos
seus nomes.Exemplo: o nome mamadeira ao ser repetido pela mãe, frente ao objeto, torna-se,
por si só, um estímulo que evoca o objeto.Sempre que o nome mamadeira for dito, evocará a
imagem do objeto que se encontra armazenado na memória da criança.

c)expressão da palavra falada: apesar da criança já ter adquirido o significado dos objetos e a
compreensão da palavra falada, os sons emitidos por ela pouco se assemelham aos sons
emitidos pelos adultos.O som /ca/ pode querer dizer mamadeira.É à partir dessa fase, que o
comportamento vocal (fala) da criança começa a se assemelhar à fala do adulto, pois a criança
compara os sons que emite aos sons falados pelos adultos e imita-os.A fala se desenvolve por
imitação.

d)compreensão da palavra impressa: leitura.

e)expressão da palavra impressa: escrita.

Observamos que as etapas que envolvem a compreensão são anteriores às que envolvem a
expressão.Assim, as crianças compreendem o que os pais falam para depois expressarem-se
através dela (escrita).Primeiro a criança aprende a ler para depois aprender
a escrever.Crianças que não compreendem a palavra impressa podem até realizar a cópia das
palavras e frases mas, dificilmente, conseguirão realizar um ditado ou uma redação.Neste caso,
a cópia não pode ser considerada escrita mas, a mera reprodução (sem sentido) de letras e de
palavras já que estas crianças não entendem o que estão escrevendo.Exemplificando: uma
criança que apresente dificuldades para expressar-se verbalmente, a leitura e a escrita também
serão afetadas; uma criança que apresente dificuldades para ler, sua escrita também será
comprometida; uma criança que não tenha adquirido a aquisição dos significados, dificilmente
compreenderá a palavra falada, dificilmente se expressará oralmente e, apresentará sérias
dificuldades para ler e escrever.
LEITURA

#identificação dos símbolos impressos (letras, palavras)

#relacionamento destes símbolos com os sons que eles representam

No início do processo de aprendizagem da leitura, a criança tem que diferenciar visualmente


cada letra impressa e, perceber que cada símbolo gráfico tem um
correspondente sonoro.Aoentrar em contato com as palavras, a criança deverá discriminar
visualmente cada letra que forma a palavra, a forma global da palavra e, associá-la ao seu
respectivo som, formando uma unidade lingüística significativa.
Se a associação da palavra impressa e som não for realizada, a criança não poderá ler, pois as
letras e as palavras não terão correspondentes sonoros.A criança que não consegue fazer a
associação palavra impressa e som, quando se depara com a palavra pato, esta não passa de
um desenho porque não tem correspondência com sua linguagem falada.Este processo é
chamado decodificação e é essencial para que a criança aprenda a ler.Não basta apenas realizar
a decodificação dos símbolos impressos, é necessário que exista também, a compreensão e a
análise crítica do material lido.
*compreensão – relacionar as palavras que são decodificadas aos seus respectivos significados
(objetos).Exemplo: quando uma criança lê a palavra pato, esta deverá ser associada ao
animal pato.Se a criança nunca viu um pato, não compreenderá o significado da palavra que
decodificou.Só se pode considerar realmente que uma criança lê quando existe
compreensão.Quando a criança decodifica e não compreende, não se pode afirmar que ela
esteja lendo.
*análise crítica – ao se ler uma frase ou um texto, o leitor deverá reagir às
idéias impressas.Asreações podem ser emocionais (gostei, não gostei, simpatia, antipatia…) ou
intelectuais (exatidão, inexatidão, análise social…).Cada indivíduo vai construindo, de acordo
com sua experiência, um referencial de idéias e pensamentos que servem de base para a
realização da análise crítica.(Antônio M. P. de Moraes)
ESCRITA

Este ato é o inverso da leitura.Se na leitura se estabelece uma relação entre palavra impressa-
som-significado, na escrita a relação estabelecida é entre o som-significado-palavra impressa
(que é o que se escreve).
De acordo com Nieto (1975) ao copiar, iniciamos por fazer uma discriminação visual de todos
os detalhes das letras e do formato da palavra que está servindo como modelo.Daí
relacionamos os símbolos impressos (a letra e a palavra) aos respectivos sons, aos
movimentos articulatórios (mesmo que a criança não pronuncie em voz alta), aos movimentos
gráficos (traçado gráfico a ser executado), aos significados (conceitos) e, só então,
reproduzimos graficamente a palavra modelo.
Para melhor compreender este processo, peço que você copie as frases abaixo na ordem
proposta:

-Lê Manuel au format életronique, à savoir…

-O manual eletronico de ajuda rápida oferece…

-O manual eletrônico de ajuda rápida oferece…

Qual foi a frase mais fácil de ser copiada? E a mais difícil?

A grande maioria dos leitores têm pouco contato com as duas primeiras frases.Então, a frase
mais fácil de ser copiada foi a última, que a mais difícil foi a segunda e, se compararmos a cópia
da primeira com a de em português, a primeira acarretou maior dificuldade para ser realizada.
Este fato aconteceu porque se desconhece o significado que as duas primeiras
frases encerram.Mas, se antes de ser realizada a cópia da frase em francês, eu tivesse dito o
significado, facilitaria o processo da cópia? Não!!! Pois a dificuldade sentida em reproduzir
graficamente as palavras visualizadas continuaria porque a resposta não é apenas o
conhecimento ou não do significado mas algo anterior a este conhecimento, ou seja, se consigo
ou não ler a frase que está na minha frente.
Se conseguimos relacionar os símbolos gráficos (letras) aos respectivos correspondentes
sonoros (sons) e, agora sim, atribuir-lhes um significado, ao se visualizar a frase pode-se até
antecipar e até prever as letras ou as palavras que vão surgir à medida que os olhos se
deslocam ao longo da linha.O processo é rápido (as palavras são copiadas em sua totalidade e
não letra por letra ou sílaba por sílaba) e, passa a ter um significado para aquele que realiza tal
atividade.

Se apenas se discriminam visualmente as letras e logo se parte para a reprodução gráfica das
mesmas, a cópia é lenta, cansativa e sem qualquer significado.Pode-se afirmar que as
sensações sentidas frente à cópia das duas primeiras frases, são as mesmas sensações que uma
criança sente durante a cópia de uma frase em português mas, que ela não sabe ler! Nas duas
primeiras frases eu discriminei visualmente as letras e as reproduzi.Pulei o restante do
processo envolvido no comportamento da cópia.
No ditado, as palavras ditadas oralmente devem ser discriminadas e diferenciadas
auditivamente, depois são associadas aos significados, à sua forma gráfica (letras e sílabas que
compõem a palavra ouvida e seus respectivos traçados) e, são escritas, devendo-se respeitar a
orientação têmporo-espacial.

Eis aqui outro exemplo que demonstra como a leitura também impregna esta atividade
gráfica…imaginemos que o professor dita-nos uma palavra: encilhador.Só que é a primeira vez
que ouvimos essa palavra e nunca vimos escrita em nenhum lugar.Assim, um de nós poderia
ter escrito ensilhador, enciliador, ensiliador, etc.Por que isso aconteceria? Alguns poderiam
dizer que isso ocorre devido ao fato de se desconhecer o significado dessa palavra.Essa palavra
significa “aquele que encilha um animal”.O fato de se conhecer agora o significado dá-nos
certeza de como escrevê-la corretamente? Não!!! O que ocorre é que existe o desconhecimento
da forma gráfica da palavra e, o único apoio que se tem para escrevê-la é a pronúncia
do professor.Daí os alunos desenvolvem tentativas para escrever a palavra ouvida (tentativa
ortográfica).
Esse processo de levantar hipóteses ortográficas é comum e, todos nós, inclusive as crianças, o
realizamos quando nos deparamos com uma situação similar.

É através do processo da leitura que a forma gráfica das palavras vai ficando registrada na
memória visual.Assim escrevo casa, caça e exemplo e não escrevo caza, cassa e exemplo
porque li essas palavras em algum lugar e retive suas formas gráficas.Se algum dia for
solicitado a escrevê-las, posso recordar sua forma gráfica e escrevê-las corretamente, caso
contrário, farei hipóteses ortográficas como no caso da palavra encilhador.
Na redação, as palavras são elaboradas mentalmente, associada aos respectivos sons, aos
significados, à forma gráfica e escritas.É através da leitura de textos, frases, palavras, que se
aprendem palavras novas, diferentes daquelas usadas em nosso linguajar corriqueiro.É através
da leitura que se percebe como se articulam as regras gramaticais e se aprendem novos estilos
de escrita.

A criança precisa saber ler para poder escrever.Se a criança lê com dificuldade ou ainda não
aprendeu a ler, de pouco lhe adiantam os exercícios escritos já que as palavras que ela escreve
não têm correspondente sonoro e, não são compreendidas.A escrita torna-se um processo sem
significado, cansativo e desgastante e que exige muito esforço para ser realizado.
Quando se fala em Distúrbios de Aprendizagem envolvendo leitura e escrita, é indispensável
que se analise a leitura oral e silenciosa antes de se avaliar a escrita (cópia, ditado e redação),
visto serem as dificuldades de escrita, decorrentes de uma leitura lenta, analítica, impregnada
de trocas de sílabas ou palavras, sem pontuação nem ritmo e, incompreensível.

Deve ficar claro que a aprendizagem da leitura e escrita é um processo complexo que envolve
vários sistemas e habilidades (lingüísticas, perceptuais, motoras, cognitivas) e, não se pode
esperar, portanto, que um determinado fator seja o único responsável pela dificuldade para
aprender.

Texto retirado de:


Reflexão sobre o Papel do professor (2)
MONTESSORI… História, Sistema, Metodologia e Filosofia (0)

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