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UNIVERSIDADE TIRADENTES

NAYDEL JEFFERSON ALVES SILVEIRA

INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES TEMPOS DE


RETORNO NO DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE
DE DRENAGEM PLUVIAL

Aracaju
2017
NAYDEL JEFFERSON ALVES SILVEIRA

INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES TEMPOS DE


RETORNO NO DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE
DE DRENAGEM PLUVIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Tiradentes –
UNIT, como pré-requisito para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof. M.e. Renata Campos Escariz

Aracaju
2017
NAYDEL JEFFERSON ALVES SILVEIRA

INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES TEMPOS DE RETORNO NO


DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE DRENAGEM PLUVIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade
Tiradentes – UNIT, como pré-
requisito para obtenção do
Título de Bacharel em Engenharia
Civil

Aprovada em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________
Prof. M.e. Renata Campos Escariz

Orientadora – UNIT

______________________________________________________________________
Prof. D.r Paulo Eduardo Silva Martins
Avaliador

______________________________________________________________________
Prof. M.e. Victor Manuel de Queiroz Lourenço
Avaliador
“Quanto mais nos elevamos, menores
parecemos aos olhos daqueles que não
sabem voar”.

(Friedrich Nietzsche)
RESUMO

Na engenharia é comum adotar um tempo de retorno para elaborações de

projetos em função do risco em que a obra é destinada, de maneira análoga, em

projetos de rede de drenagem pluvial urbana, é comum adotar entre 2 e 10 anos ou

em alguns casos 25 anos. Desta forma, a adoção do tempo de retorno, fica

condicionada ao grau de segurança da obra hidráulica. Portanto, quanto maior o

tempo de retorno, maior será à robustez da obra, consequentemente mais onerosa,

por essa razão a presente pesquisa tem como objetivo analisar por meio de um

modelo real descritivo de um loteamento residencial, onde foi dimensionada uma rede

de drenagem, por meios de cálculos hidrológicos e hidráulicos, usando de forma

variável o tempo de retorno, visando encontrar a influência causada no

dimensionamento da rede.

Palavras-chave: Drenagem urbana; tempo de retorno; tempo de recorrência


ASBTRACT

In engineering, it is a common practice to adopt a return time, when


elaborating a project, as a function of the risk associated to this construction; similarly,
in urban drainage design projects, it is common to adopt return times between 2 and 5
years or, in some cases, 25 years. So, the definition of the return time is conditioned
to degree of safety required for the hydraulic construction. Therefore, the longer the
return time, the greater is the robustness of the work, making it more costly; for this
reason, this work aims to analyze the design of a drainage network of a residential
zone through a descriptive model, by using hydrological and hydraulic calculation, with
different return times, in order to find the interference of the return time on the urban
drainage design.

Keywords: urban drainage; return times; recurrence times


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12
1.1. Objetivo ........................................................................................................ 13
1.1.1 Geral ............................................................................................................ 13
1.1.2 Específicos ................................................................................................... 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 14
2.1 Hidrologia ..................................................................................................... 14
2.1.1 Ciclo Hidrológico .......................................................................................... 14
2.1.2 Bacia Hidrográfica ........................................................................................ 15
2.1.3 Tempo de Retorno ........................................................................................ 16
2.1.4 Precipitação ................................................................................................. 18
2.1.5 Método Racional .......................................................................................... 19
2.1.6 Coeficiente de Runoff ................................................................................... 19
2.2 Urbanização e o impacto no ciclo hidrológico .............................................. 21
2.3 Risco de cheia associado ao Tempo de Retorno ......................................... 22
2.4 Hidráulica ..................................................................................................... 23
2.4.1 Regime de escoamento livre ........................................................................ 23
2.4.2 Equação de Bernoulli ................................................................................... 24
2.4.3 Equação de Manning ................................................................................... 25
2.4.4 Escoamento em seção circular .................................................................... 26
2.4.5 Microdrenagem urbana ................................................................................ 28
2.4.6 Sarjeta .......................................................................................................... 28
2.4.7 Boca de lobo ................................................................................................ 29
2.4.8 Poço de visita (PV) ....................................................................................... 30
2.4.9 Galeria de águas pluviais ............................................................................. 30
3. ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 32
3.1 Descrição do Projeto .................................................................................... 34
3.1.1 Projeto Urbanístico ....................................................................................... 34
3.1.2 Projeto Terraplenagem ................................................................................. 35
3.1.3 Chuva de Projeto ......................................................................................... 37
3.2 Roteiro de dimensionamento para galerias pluviais ..................................... 39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 48
4.4 Hipótese A .................................................................................................... 48
4.2 Hipótese B.................................................................................................... 51
4.4 Hipótese C ................................................................................................... 53
4.4 Comparativos dos resultados ....................................................................... 55
4.4 Orçamento ................................................................................................... 57
5 CONCLUSÃO .............................................................................................. 60
5.1 Sugestão de trabalho futuros ....................................................................... 60
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo hidrológico natural .......................................................................... 14


Figura 2 - Característica do balanço hídrico numa bacia urbana .............................. 15
Figura 3 - Bacias Hidrográfica do Estado de Sergipe ................................................ 15
Figura 4 - Efeito da urbanização no hidrograma ....................................................... 22
Figura 5 - risco é relativo aos danos causados pela cheia ........................................ 23
Figura 6 - características de um trecho de perfil do rio ............................................. 24
Figura 7 - seção circular ............................................................................................ 27
Figura 8 - perspectiva de rua com infraestrura .......................................................... 28
Figura 9 - sarjeta conjugada ...................................................................................... 29
Figura 10 - boca de lobo tipo chapéu ........................................................................ 29
Figura 11 - boca de lobo tipo grelha .......................................................................... 30
Figura 12 - divisor de bacia hidrográfica do loteamento ............................................ 32
Figura 13 - Fluxograma ............................................................................................. 33
Figura 14 - Projeto Urbanístico.................................................................................. 34
Figura 15 - Mapa hipsométrico .................................................................................. 36
Figura 16 - Legenda do Mapa Hipsométrico ............................................................. 36
Figura 17 – IDF Municípios de Sergipe ..................................................................... 37
Figura 18 - Gráfico IDF das três Hipóteses ............................................................... 38
Figura 19 - IDF da hipótese A.................................................................................... 48
Figura 20 - IDF hipótese B ........................................................................................ 51
Figura 21 - IDF hipótese C ........................................................................................ 53
Figura 22 - Gráfico diâmetro para a hipótese A ......................................................... 56
Figura 23 - Gráfico diâmetro para a hipótese B......................................................... 56
Figura 24 - Gráfico diâmetro para a hipótese C ........................................................ 57
Figura 25 - Orçamento hipótese A............................................................................. 58
Figura 26 - Orçamento hipótese B ............................................................................ 58
Figura 27 - Orçamento hipótese C ............................................................................ 58
Figura 28 - Comparativos de custo das hipóteses .................................................... 59
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Vida útil da obra ........................................................................................ 17


Tabela 2 – Tempo de Retorno em função da ocupação ............................................ 17
Tabela 3 - Coeficiente de escoamento superficial (Runoff) – “C” .............................. 20
Tabela 4 - coeficiente de Manning ............................................................................. 25
Tabela 5 - Profundidade de tubos class PA-2: Veículo - Tipo =30kN ......................... 31
Tabela 6 - Tempo de concentração em função do uso do solo.................................. 40
Tabela 7 - Tabela de enchimento seção circular ........................................................ 43
Tabela 8 - Planilha de dimensionamento Hipótese A ................................................ 50
Tabela 9 - Planilha de dimensionamento hipótese B ................................................. 52
Tabela 10 - Planilha de dimensionamento hipótese C ............................................... 54
Tabela 11 - Comparação dos resultados ................................................................... 55
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


SEMARH – Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídrico
DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte
IDF - Intensidade, Duração e Frequência
PDDUr – Plano de Desenvolvimento de Drenagem Urbana
SINAP I - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.
12

1. INTRODUÇÃO

Com o aumento da taxa exponencial da população, o homem tem a


necessidade de criar mais moradias, para isso, é necessário expandir ou criar cidades.
Como a urbanização na grande maioria dos casos acontece de forma desordenada,
e sem políticas de desenvolvimento urbano, ocasionando graves prejuízos ao meio
ambiente, de forma irreversível.

Com o surgimento da urbanização interferindo no ciclo hidrológico, a água


proveniente das chuvas, que antes infiltrava pelo solo e corria até os talvegues de
forma natural, agora tende a escoar pôr as sarjetas das vias urbanas ocasionando
picos de cheias, gerando assim riscos de inundações para os habitantes. É nesse
contesto em que surge o sistema de microdrenagem, com o intuito de captar todo o
deflúvio oriundo das precipitações e levar através das galerias pluviais subterrâneas
até um corpo receptor.

No manual de Instruções Técnicas Para Elaboração de Estudos


Hidrológicos e Dimensionamento Hidráulico dos Sistemas de Drenagem Urbana da
Cidade do Rio de Janeiro (2010, p. 28) pode-se ler a seguinte definição para
microdrenagem: “sistema composto pelo pavimento das ruas, sarjetas, galerias de
águas pluviais, canaletas e canais de pequenas dimensões, veiculando vazões
inferiores ou iguais a 10m³/s. geralmente, dimensionado para um tempo de retorno de
10 anos”.

O Tempo de retorno é uma variável hidrológica, cuja adoção constitui fator


preponderante para o dimensionamento da rede de microdrenagem, e sua aplicação
é condição necessária ao grau de segurança do projeto. De acordo com Miguez, (2016)
a escolha do tempo de retorno está diretamente relacionada ao risco a ser assumido
e poderá ser adotado com a região de instalação do sistema de drenagem. Desta
forma, quanto maior o Tempo de Retorno, maior será o nível de segurança e mais
onerosa a sua execução. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo
fundamental a proposta de adoção do Tempo de Retorno, visto que, para
13

dimensionamento da rede de microdrenagem, não existem normas definidas pela


ABNT, mas, no preâmbulo municipal do projeto, através de Plano Diretor de Drenagem
Urbana (PDDUr). Além disso, verifica-se comumente na maior parte dos Municípios,
a inexistência de diretrizes normatizadas PDDUr, conferindo então ao supracitado
dimensionamento um caráter abstrato, ficando ele, em razão disso, subjetivo ao
projetista.

Para a análise do presente trabalho foi proposto um modelo real de um


loteamento residencial com área de 11,1 hectares, localizado no município de Estancia
- Sergipe. A partir deste, que serviu como parâmetro para dimensionamento hidráulico
da rede de microdrenagem em seção circular, auxiliado por planilha eletrônica para
obter maior celeridade e otimização nos cálculos. Seguindo como parâmetro o Manual
de drenagem de rodovias do DNIT que por sua vez o mesmo é baseado no modelo
adotado pela Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Para o dimensionamento da rede
foi usado o Tempo de Retorno de 2,10 e 25 anos.

1.1. Objetivo

1.1.1 Geral

Este trabalho tem como principal objetivo analisar a influência da adoção


do tempo de retorno no dimensionamento da rede de micro drenagem.

1.1.2 Específicos

 Associar o diâmetro nominal da galeria ao Tempo de Retorno.


 Analisar o Tempo de Retorno com a segurança do projeto.
 Analisar a implantação da rede de drenagem para o Tempo de Retorno
de 2,10 e 25 anos.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Hidrologia

2.1.1 Ciclo Hidrológico

A natureza é perfeita em todo o seu aspecto é dessa mesma forma


acontece com o ciclo hidrológico, ilustrada na figura 1, que representa toda a
transformação da água no nosso planeta, conforme Miguez (2016, p.26) “o ciclo
hidrológico representa a cinemática da água no planeta Terra, e sua fonte de energia
primordial é o sol, que fornece radiação infravermelho gerando grande quantidade de
calor. ”

Figura 1 - Ciclo hidrológico natural

Fonte: Tucci (2006, p.16)

Com ações antrópicas esse ciclo é quebrado Tucci (2006,) afirma com o
desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal provocando vários efeitos que
desfiguram os componentes do ciclo hidrológico natural, conforme demostra a Figura
2
15

Figura 2 - Característica do balanço hídrico numa bacia urbana

Fonte: Tucci (2006, p.36)

2.1.2 Bacia Hidrográfica

Uma bacia hidrográfica ou de contribuição é a área geográfica que coleta


toda a precipitação, que através da superfície do solo escoa e atinge a seção
considerada (Pinto, 2015). Limitada através de divisores topográficos que delimitam
externamente a bacia. Quando referida a um rio, a bacia hidrográfica representará
várias sub-bacias Miguez (2016). Como demostra a figura 03 referente a bacia
hidrográfica do estado de Sergipe, obtido através de geoprocessamento do Atlas de
digital recurso hídrico da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Sergipe
SEMARH.
Figura 3 - Bacias Hidrográfica do Estado de Sergipe

Fonte - geoprocessamento do Atlas de digital recurso hídrico da SEMAH


16

Segundo Migues (2016,) cita as características mais importantes


pertinentes a uma bacia hidrográfica condicionada a projeto de drenagem urbana são:

 Área de drenagem da bacia, sobre a qual será considerada a


precipitação de referência para o dimensionamento – chamada
chuva de projeto;
 Linhas principais de escoamento concentrado, suas extensões e
padrões do escoamento superficial, bem como diferença de nível ao
longo das linhas principais de escoamento;
 Usos do solo e tipo de cobertura vegetal, que ajudam a quantificar
qual parcela do escoamento segue superficialmente. Migues (2016,
p. 29)

2.1.3 Tempo de Retorno

O chamado tempo de retorno (TR) ou tempo de recorrência, é definido por


Migues (2016, p. 191) como o “período de tempo em determinado evento de chuva
seja igualado ou superado, ao menos uma vez, relacionado com a frequência (f) desse
evento”, conforme equação (1). A escolha do tempo de retorno está relativamente
associada ao grau de segurança do projeto.

TR = 1/f (1)

Onde:
Tr: tempo de retorno (anos);
f: frequência.

Quando deseja-se conhecer qual a probabilidade de ocorrência para um


período e não apenas para um ano qualquer. A equação para essa estimativa é a
seguinte:
1 (2)
𝑃𝑇𝑅 = 1 − 1 −
𝑇𝑅

Onde:
PTR: probabilidade de ocorrência do evento TR em anos;
17

TR: tempo de retorno (anos);


n: número de anos do período de análise.

Usando a equação (1) pode-se estabelecer uma tabela para diferentes


Tempos de Retorno (TR) em função do tempo útil da obra.

Tabela 1 - Vida útil da obra

Fonte: DP-H01 (1999)

Para o critério de escolha do Tempo de Retorno segundo Diretrizes de


Projeto para Estudos Hidrológico da Prefeitura do Município de São Paulo aconselha
seguir a Tabela 2, relacionando o TR ao tipo da obra e do tipo da ocupação da área.

Tabela 2 – Tempo de Retorno em função da ocupação

Fonte: DP-H01 (1999)


18

2.1.4 Precipitação

Segundo Pinto (2015) denomina a precipitação como toda a água em forma


de vapor na atmosfera depositada na superfície terrestre de qualquer forma, como
chuva, granizo, orvalho e etc.
A precipitação tem característica temporais e espaciais, com objetivo de
imputar dados meteorológicos, para auxiliar como parâmetros em projetos hidráulicos.
É caracterizado a precipitações em três formas distinta, Migues (2016) o classifica
como:

 Precipitação convectiva: É a típica chuva de verão, que ocorre à


formação de correntes de ar. Apresenta-se com grande intensidade e
curta duração;
 Precipitação frontal: é uma chuva de menor intensidade e longa
duração, que pode ocorrer ao longo de vários dias, apresentando
pausa e chuvisco entre momentos de chuva mais intensa;
 Precipitação orográfica: é a chuva que ocorre quando a nuvem
encontra um obstáculo em seu caminho, como uma grande elevação
do terreno, montanhas, etc. (MIGUEZ ,2016, p. 35).

Para a obter a chuva de projeto, necessário para elaboração de projetos


hidráulicos, são feitas várias observações com dados pluviográficos ou pluviométricos,
desta forma, com o emprego de estatística aplicado a séries históricas de vazão,
encontra-se a equação de chuvas intensas (IDF) conforme a equação (3), com
parâmetros ajustado para cada região. (ARAGÃO,2012).

𝐾. 𝑇𝑟 (3)
𝑖=
(𝑡 + 𝐵)

Onde:
i: intensidade máxima (mm/h);
Tr: Tempo de retorno (anos);
t: Tempo de duração da chuva (min);
a ,B ,c ,K: parâmetros.
19

Analisando a equação matematicamente (3). Miguez (2016) associa com


as seguintes informações:

2 Para uma mesma duração de chuva, uma maior intensidade estará


associada a um maior período de retorno. Portanto, a intensidade é
diretamente proporcional ao tempo de retorno.
2 Para um mesmo tempo de retorno, a intensidade média da chuva de
uma mesma duração. Portanto a intensidade é inversamente
proporcional a duração da chuva.
2 A chuva varia no espaço, de forma que a sua intensidade não é
uniforme sobre uma dada área. A partir do núcleo da chuva, a
intensidade decai exponencialmente a medida que se afasta deste
(MIGUEZ ,2016, p. 36).

2.1.5 Método Racional

O método racional traduz a máxima vazão provocada através de uma


precipitação de intensidade uniforme, de forma que toda a bacia contribua para a
seção de drenagem (Pinto, 2015). A equação (4) expressa o pico de vazão.
O manual de hidrologia básica para estrutura de drenagem (2005) do DNIT,
afirma que “a precipitação sobre a área é constate e uniformemente distribuída sobre
a superfície da bacia”. O método racional é bastante difundido, e adequado para o uso
em pequenas bacias (MIGUEZ,2016).

𝑄 = 𝐶. 𝑖. 𝐴 (4)

Onde:
C: coeficiente de Runoff;
I: intensidade da chuva de projeto;
A: área da bacia de contribuição.

2.1.6 Coeficiente de Runoff

O volume precipitado sobre a bacia, apenas uma parcela atinge a seção de


drenagem, através do escoamento superficial, enquanto a outra parcela infiltra através
do solo ou evapora (Pinto,2016). Desta forma, o manual de instrução técnica para
20

projetos de drenagem da prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, oferece vários fatores


para diferentes situação de projetos, conforme a tabela 01.

Tabela 3 - Coeficiente de escoamento superficial (Runoff) – “C”

Coeficiente de escoamento
Tipologia da área de drenagem superficial
Áreas Comerciais 0,70 – 0,95
Áreas centrais 0,70 – 0,95
Áreas de bairros 0,50 – 0,70
Áreas Residenciais
Residenciais isoladas 0,35 – 0,50
Unidades múltiplas, separadas 0,40 – 0,60
Unidades múltiplas, conjugadas 0,60 – 0,75
Áreas com lotes de 2.000 m² ou maiores 0,30 – 0,45
Áreas suburbanas 0,25 – 0,40
Áreas com prédios de apartamentos 0,50 – 0,70
Áreas Industriais
Área com ocupação esparsa 0,50 – 0,80
Área com ocupação densa 0,60 – 0,90
Superfícies
Asfalto 0,70 – 0,95
Concreto 0,80 – 0,95
Blocket 0,70 – 0,89
Paralelepípedo 0,58 - 0,81
Telhado 0,75 – 0,95
Solo compactado 0,59 - 0,79
Áreas sem melhoramentos ou naturais
Solo arenoso, declividade baixa < 2 % 0,05 – 0,10
Solo arenoso, declividade média entre 2% e 7% 0,10 – 0,15
Solo arenoso, declividade alta > 7 % 0,15 – 0,20
Solo argiloso, declividade baixa < 2 % 0,15 – 0,20
Solo argiloso, declividade média entre 2% e 7% 0,20 – 0,25
Solo argiloso, declividade alta > 7 % 0,25 – 0,30
Grama, em solo arenoso, declividade baixa < 2% 0,05 - 0,10
Grama, em solo arenoso, declividade média entre
2% e 7% 0,10 - 0,15
Grama, em solo arenoso, declividade alta > 7% 0,15 - 0,20
Grama, em solo argiloso, declividade baixa < 2% 0,13 - 0,17
Grama, em solo argiloso, declividade média
2% < S < 7% 0,18 - 0,22
Grama, em solo argiloso, declividade alta > 7% 0,25 - 0,35
Florestas com declividade <5% 0,25 – 0,30
Florestas com declividade média entre 5% e 10% 0,30 -0,35
Florestas com declividade >10% 0,45 – 0,50
Capoeira ou pasto com declividade <5% 0,25 – 0,30
Capoeira ou pasto com declividade entre 5% e 10% 0,30 – 0,36
Capoeira ou pasto com declividade > 10% 0,35 – 0,42

Fonte: Rio Águas 2010


21

2.2 Urbanização e o impacto no ciclo hidrológico

Com a migração populacional da zona rural para a zona urbana, tendo


como marco inicial histórico a revolução industrial no século XVIII e XIX, ocasionando
uma grande densidade na zona urbana. Grande parte dos imigrantes buscam na
cidade oportunidades de empregos, geralmente são pessoas de baixa renda que
tendem a ocupa as periferias das cidades, zonas desprovidas de infraestrutura
adequada. Tucci (2005) lista os principais problemas relacionado com a infraestrutura
relacionado a água no meio urbano:

1.A falta de tratamento de esgoto: grande parte das cidades da


região, não possuem tratamento de esgoto e lançam os efluentes na
rede de esgotamento pluvial, que escoa pelos rios urbanos (maioria
das cidades brasileiras);
2. Outras cidades optaram por fazer as redes de esgotamento
sanitário (muitas vezes sem tratamento), mas não implementam a
rede de drenagem urbana, sofrendo frequentes inundações com o
aumento da impermeabilização;
3. Ocupação do leito de inundação ribeirinha, sofrendo frequentes
inundações;
4. Impermeabilização e canalização dos rios urbanos com aumento
da vazão de cheia (até sete vezes) e sua frequência; aumento da
carga de resíduos sólidos e da qualidade da água pluvial sobre os
rios próximos das áreas urbanas. (TUCCI, 2005, p.7)

A urbanização modifica todo o ciclo hidrológico da bacia, a remoção da


cobertura do solo natural, a impermeabilização do mesmo através das edificações e
do pavimento, reduzindo assim a capacidade de infiltração do solo e
consequentemente um aumento no escoamento superficial, ocasionando um pico de
cheia mais rápido no hidrograma, conforme Figura 4 demostra. (MIGUEZ,2016)
22

Figura 4 - Efeito da urbanização no hidrograma

Fonte – Tucci 1997

2.3 Risco de cheia associado ao Tempo de Retorno

Segundo Zonensein (2007) define o risco no “âmbito da engenharia está


relacionado com a probabilidade de ocorrência de um evento, quanto a expectativa
de perdas causadas por ele”. Desta forma, a componente que está diretamente ligada
ao risco é o Tempo de Retorno (TR).
O risco é relativo aos danos causados pela cheia, em função da
vulnerabilidade de pessoas ou bens afetados Zonensein (2007), sob essa perspectiva
é assumida um risco através de cálculos probabilísticos tendo como embasamento a
viabilidade e valor econômico do projeto. A Figura 5 correlaciona os elementos de
risco.
Conforme Miguez (2016) afirma que o tempo de retorno varia com o nível
de proteção desejado a obra hidráulica. Desta forma, em obras de macrodrenagem é
comum usar o tempo de retorno de 25 anos e para microdrenagem entre 2 a 10 anos.
Já para o dimensionamento de barragem é usado o tempo de retorno de 10 mil anos
relacionado a cheia de projeto.
23

Figura 5 - risco é relativo aos danos causados pela cheia

Fonte – Zonensein 2007

2.4 Hidráulica

2.4.1 Regime de escoamento livre

Os fluidos estão submetidos a princípios e leis da Dinâmica e a teoria da


turbulência. Os fluidos são classificados de acordo com o tipo de escoamento Porto
(2004) cita como: laminar, turbulento, unidimensional, bidimensional, permanente,
variável, uniforme, forçado, fluvial e etc.
Para a classificação do escoamento em condutos livre é usado o número
de Froud, um número adimensional que segundo Miguez (2016, p. 205)” traduz uma
relação entre as forças de inércias e uma outra força qualquer que influencia no
escoamento”. A formulação do número de Froud é expressa pela equação (5).

𝑣 (5)
𝐹𝑟 =
𝑔. ℎ

Onde:
24

v: velocidade média na seção;


g: aceleração da gravidade;
h: altura hidráulica da seção

Porto (2004, p. 226) classifica os escoamentos livres em três tipos:

 Escoamento subcrítico ou fluvial, Fr < 1.


 Escoamento supercrítico ou torrencial, Fr > 1.
 Escoamento crítico, Fr = 1.,

De forma análoga Mirguez (2016) afirma que o escoamento subcrítico é


tranquilo tipicamente fluvial; o escoamento supercrítico tem aspecto encachoeirado,
muito turbulento e por último o crítico com um escoamento instável, bastante
turbulento.

2.4.2 Equação de Bernoulli

A equação de Bernoulli segundo Porto (2004) é usada apenas para líquidos


perfeito e em regime permanente, onde a carga, por unidade de peso do liquido, é
constante. Dessa forma a equação de Bernoulli representa a conservação de energia,
conforme a Figura 6 é possível estabelecer a equação (6). MIGUEZ (2016).

Figura 6 - características de um trecho de perfil do rio

Fonte – Miguez 2012


25

𝑣1 𝑣2 (6)
𝑧1 + ℎ1 + = 𝑧2 + ℎ2 + + ℎ𝑓
2𝑔 2𝑔

2.4.3 Equação de Manning

A fórmula de Manning foi formulada empírica, ou seja, obtidos através de


experimentos. Assim sendo, a sua aplicação para fluidos com escoamentos
permanentes, uniformes e turbulento rugosos Porto (2005).
A fórmula de Manning tornou-se bastante difundida por engenheiros em
razão do vasto acervo do coeficiente n na literatura. A equação (7) demostra a fórmula
de Manning, enquanto a Tabela 4 demostra os valores do coeficiente n.

1 / / (7)
𝑄= 𝐴𝑅 𝑆
𝑛

Onde:

Q: é a vazão;
n: coeficiente de Manning;
R: raio hidráulico;
A: área molhada;
S: declividade do fundo.

Tabela 4 - coeficiente de Manning

Coeficiente
Tipologia da área de drenagem de
escoamento
superficial
Áreas Comerciais 0,70 – 0,95
Áreas centrais 0,70 – 0,95
Áreas de bairros 0,50 – 0,70
Áreas Residenciais
Residenciais isoladas 0,35 – 0,50
Unidades múltiplas, separadas 0,40 – 0,60
Unidades múltiplas, conjugadas 0,60 – 0,75
26

Áreas com lotes de 2.000 m2 ou maiores 0,30 – 0,45


áreas suburbanas 0,25 – 0,40
áreas com prédios de apartamentos 0,50 – 0,70
Áreas Industriais
área com ocupação esparsa 0,50 – 0,80
área com ocupação densa 0,60 – 0,90
Superfícies
asfalto 0,70 – 0,95
concreto 0,80 – 0,95
blocket 0,70 – 0,89
paralelepípedo 0,58 - 0,81
telhado 0,75 – 0,95
solo compactado 0,59 - 0,79
Áreas sem melhoramentos ou naturais
solo arenoso, declividade baixa < 2 % 0,05 – 0,10
solo arenoso, declividade média entre 2% e 7% 0,10 – 0,15
solo arenoso, declividade alta > 7 % 0,15 – 0,20
solo argiloso, declividade baixa < 2 % 0,15 – 0,20
solo argiloso, declividade média entre 2% e 7% 0,20 – 0,25
solo argiloso, declividade alta > 7 % 0,25 – 0,30
grama, em solo arenoso, declividade baixa < 2% 0,05 - 0,10
grama, em solo arenoso, declividade média
entre 2% e 7% 0,10 - 0,15
grama, em solo arenoso, declividade alta > 7% 0,15 - 0,20
grama, em solo argiloso, declividade baixa < 2% 0,13 - 0,17
grama, em solo argiloso, declividade média
2% < S < 7% 0,18 - 0,22
grama, em solo argiloso, declividade alta > 7% 0,25 - 0,35
florestas com declividade <5% 0,25 – 0,30
florestas com declividade média entre 5% e 10% 0,30 -0,35
florestas com declividade >10% 0,45 – 0,50
capoeira ou pasto com declividade <5% 0,25 – 0,30
capoeira ou pasto com declividade entre 5% e 10% 0,30 – 0,36
capoeira ou pasto com declividade > 10% 0,35 – 0,42

Fonte: Rio Águas 2010

2.4.4 Escoamento em seção circular

Em sistema de microdrenagem é muito comum o uso da seção circular,


desta forma, para o seu dimensionamento é necessário conhecer o raio hidráulico
computado na equação de Manning (7), com o auxílio da Figura 7 é demostrado
matematicamente a obtenção da área molhada e perímetro molhado em uma seção
circular.
27

De acordo com a notação usada na Figura 7 obtemos a área molhada na


seção circular expressada pela fórmula (8).

Figura 7 - seção circular

Fonte – Porto 2004

Onde
A: Área molhada;
D: diâmetro da seção;
θ: ângulo em função da lamina d’água.

𝜃 − 𝑠𝑒𝑛𝜃 (8)
A=𝐷
8

De forma análoga a equação (8), obtemos a equação do perímetro molhado


demostrado na equação (9).

𝜃𝐷 (9)
𝑃=
2
28

2.4.5 Microdrenagem urbana

O projeto de microdrenagem urbana é definido por Mirguez (2016) como


um sistema capaz de escoa toda a precipitação sobre a superfície urbana, onde o
mesmo deverá ser capaz de conduzir a vazão precipitada até a rede de
macrodrenagem ou corpo receptor.
Os componentes do sistema de microdrenagem urbana são compostos
basicamente por: sarjetas, boca de lobo, caixas de ligação, poço de visita, galerias. A
Figura 8 demostra todos esses componentes em perspectiva.

Figura 8 - perspectiva de rua com infraestrura

Fonte – página aquafluxus sobre drenagem sustentável

2.4.6 Sarjeta

A sarjeta segundo Azevedo Netto (1982) são calhas formada por faixa do
leito viário e o meio-fio, com seção transversal triangular. Sua função é receber as
aguas pluviais da área de contribuição da via pública e dos lotes Miguez (2016).
Para o dimensionamento da sarjeta é recomendado pela Prefeitura da
cidade do Rio de Janeiro a adoção da largura de escoamento de 1,00 m para a via
principal e 0,80 m para vias secundarias, e a velocidade máxima é de 5 m/s. A Figura
9 demostra o conjunto entre meio-fio e a via pública, retirado do álbum de projetos-
tipos de dispositivos de drenagem (2006) do DNIT.
29

Figura 9 - sarjeta conjugada

Fonte – álbum de projetos tipo de dispositivos de drenagem DNIT 2007

2.4.7 Boca de lobo

Quando a vazão da área de contribuição é maior que a capacidade


hidráulica da sarjeta, é necessário a instalação de bocas de lobos. Entretanto, a
função da boca de lobo é captar todo o volume das águas da sarjeta e levar até a
galerias subterrâneas Miguez (2016).
A localizações da boca de lobo devem ser em ponto baixo do greide
projetado e em cruzamento das vias, devem ser implantadas sempre a montante da
faixa de pedestre como indica o manual da Cidade Do Rio de Janeiro. Existem dois
tipos de dispositivo de boca de lobo, sendo com abertura de captação em grelhas ou
simples conhecida como chapéu, a depender da capacidade hidráulica podem ser
instalados de forma conjugada. A Figura 10 e a Figura 11 demostra em vista é em
planta os dois tipos de boca de lobo citado.

Figura 10 - boca de lobo tipo chapéu

Fonte – álbum de projetos tipo de dispositivos de drenagem DNIT 2007


30

Figura 11 - boca de lobo tipo grelha

Fonte – álbum de projetos tipo de dispositivos de drenagem DNIT 2007

2.4.8 Poço de visita (PV)

Poço de visita é necessário para a conexão entre boca de lobo e a galeria


de águas pluviais, desta forma, o PV também auxilia na inspeção da rede permitindo
a sua manutenção Miguez (2016). Assim os dispositivos são previstos para:

a) Inspeção e manutenção da rede;


b) Mudanças de seção transversal, de declividade e direção;
c) Confluência do escoamento.

As construções dos PVs são normatizadas por caracterizas construtivas


que podem variar com a profundidade do PV. A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
(2010) recomenda-se os espaçamentos dos PVs entre 30 e 40 metros,
independentemente do diâmetro da rede.

2.4.9 Galeria de águas pluviais

O Município da cidade do Rio de Janeiro (2010) define galeria de águas


pluviais como “ conjunto dos condutos, aberto ou fechados, de formas geométricas
variáveis, que veiculam por gravidade as águas recebidas pelas estruturas de
captação até um corpo receptor”.
31

Na maioria dos casos em sistema de microdrenagem urbana, a geometria


é de seção circular, locada no eixo da via pública e podem ser de acordo com o
recobrimento em concreto simples ou em concreto armado. A Tabela 5 demostra o
diâmetro nominal e a profundidade mínima dos tubos da classe PA-2 fornecida pela
prefeitura municipal da Cidade do Rio de Janeiro.

Tabela 5 - Profundidade de tubos class PA-2: Veículo - Tipo =30kN

 Profundidade tubos
(m) Classe PA2 (m)

0,30 0,710
0,40 0,810
0,50 0,920
0,60 1,040
0,70 1,160
0,80 1,280
0,90 1,400
1,00 1,520
1,20 1,760
1,50 2,120
1,75 2,480
2,00 2,720

Fonte: Rio Águas 2010


32

3. ESTUDO DE CASO

A metodologia adotada para o desenvolvimento do presente trabalho, foi


através de estudo de caso de um loteamento residencial, onde o mesmo serviu de
base para o dimensionamento da rede de microdrenagem, para diferentes Tempos de
Retorno, disposto no presente trabalho em três hipóteses denominadas de:

a) Hipótese A : Tempo de retorno 2 anos


b) Hipótese B : Tempo de retorno 10 anos
c) Hipótese C : Tempo de retorno 25 anos

O referido loteamento residencial está localizado no município de Estância


- Sergipe, por se tratar de um trabalho de cunho acadêmico, o autor preferiu omitir a
localização exata e o nome do empreendimento, como meio de resguardar a ética
profissional.
Por falta de instruções normativas, para o dimensionamento da rede de
microdrenagem urbana no município de implantação, foi seguido o Manual de
Drenagem de Rodovias (2006) DNIT, onde o procedimento de cálculo é semelhante
ao município da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Águas, 2010).
Conforme a análise do projeto de terraplenagem do empreendimento, com
as curvas de nível de projeto, foi delimitado os divisores de água, denominado por
Bacia “A” e “B” conforme a Figura 12 ilustra, desta forma, foi dimensionada apenas a
rede de drenagem da Bacia “A”.

Figura 12 - divisor de bacia hidrográfica do loteamento

Fonte – Elaborado pelo Autor


33

Para o dimensionamento da rede, é necessária a análise de uma série de


conjuntos de dados, referentes a implantação do projeto, por esse motivo, foi
elaborado um fluxograma que ajuda a entender melhor como foi o processo de análise
seguido no presente trabalho.

Figura 13 - Fluxograma

Análise do traçado da rede

Projeto geométrico e urbanístico

Definição do Tempo de Retorno

(2,10 e 25 anos)

Seleção da IDF

De Acordo com a região

Tempo de concentração

Determinação do coeficiente de Runoff (c)

Definição da área de contribuição

Cálculo da vazão de projeto

Método Racional

Adoção do diâmetro e da inclinação do trecho


da galeria

Fonte: Elaborado pelo Autor


34

3.1 Descrição do Projeto

O presente trabalho constitui na análise do Tempo de Retorno na rede de


microdrenagem, portanto o loteamento designado para a análise está localizado no
município de Estância – Sergipe, com uma área total de 11,1 hectares, está localizado
na bacia hidrográfica do Rio Piauí. As dimensões dos lotes são de 8,00 metros por
16,00 metros atendendo as exigências do plano diretor municipal.
Prosseguindo com o dimensionamento da rede, utilizando o fluxograma
apresentado no item anterior.

3.1.1 Projeto Urbanístico

O projeto urbanístico do loteamento em questão é composto por nove ruas


com seção transversal de seis metros, com oito quadras e lotes mínimos de 128,00
m². A concepção do projeto urbanístico é consideravelmente densa no que diz respeito
ao uso do solo, não havendo área verdes o suficiente integrado de forma harmoniosa,
ao projeto, resultando em obras de medidas estruturais, referente ao projeto de
drenagem, a Figura 14 ilustra o partido urbanístico em questão.

Figura 14 - Projeto Urbanístico

Fonte: Elaborado pelo Autor


35

Com a malha urbana definida, através do projeto urbanístico é


determinado a área de contribuição com as subdivisões das quadras e ruas,
resultando a divisão da bacia “A” em pequenas sub-bacias. De maneira análoga é
traçado a geometria da rede em planta, a localização dos dispositivos de drenagem.
No estudo de caso em questão, foi reservada uma área denominado de
viela sanitária destinado a passagem da galeria pluvial.

3.1.2 Projeto Terraplenagem

No que se refere ao projeto de terraplenagem necessário para a


implantação da rede de microdrenagem, são as cotas altimétrica de pavimento
acabado, desta forma é estudada a conformidade do greide projetado, tais como:
divisores de água, pontos altos, pontos baixos e declividade. Assinalando em planta
todo o sentido do escoamento superficial.
O estudo do projeto de terraplenagem em questão, revela que a cota mais
baixa é de 27,00 metros e a mais alta 44,08 metros, tendo como cota média 36,514
metros. Ainda no projeto de terraplenagem, foram cotados todos os pontos de
interseções das ruas, assim de maneira análoga, cotando os pontos alto e baixo do
loteamento. O mapa hipsométrico da Figura 15 auxilia na identificação das faixas de
elevações em função das cores.
36

Figura 15 - Mapa hipsométrico

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 16 - Legenda do Mapa Hipsométrico

Fonte: Elaborado pelo Autor


37

3.1.3 Chuva de Projeto

Para obtenção da chuva de projeto por meio da equação da chuva


intensa (IDF) no município de Estancia, foi consultado “Chuvas intensas para o
estado de Sergipe com base em dados desagregados de chuva diária” Aragão
(2012). Com dados oriundo do pluviômetro e com o emprego de métodos
estáticos aplicado a series histórica de vazão, é definido a IDF da região de
Estância conforme a Figura 17.

Figura 17 – IDF Municípios de Sergipe

Fonte: Aragão 2012


38

Com os parâmetros da tabela 14 e distribuição de Weibull, obteve-se a


equação (24) chuva intensa (IDF) do município de Estância.

1047,50. 𝑇𝑟 , (10)
𝑖= ,
(𝑡 + 10,52)

Onde:
i: intensidade máxima (mm/h);
Tr: Tempo de retorno (anos);
t: Tempo de duração da chuva (min).

A plicando a equação (24), e tornado fixo o tempo de retorno entre 2,10 e


25 anos e tomando o tempo de duração da chuva como variável, possibilitou à análise
através da Figura 18 que ilustra o gráfico das IDF para as três hipóteses , onde a
ordenada é a intensidade pluviométrica e a abcissa o tempo de duração da chuva,
desta forma, podemos perceber que, a medida em que aumentamos o tempo de
concentração a intensidade decai de forma exponencial, ou seja, uma grandeza
inversamente proporcional, já o tempo de retorno quanto maior o seu valor, maior será
a intensidade.

Figura 18 - Gráfico IDF das três Hipóteses

Fonte: Elaborado pelo Autor


39

3.2 Roteiro de dimensionamento para galerias pluviais

Com a utilização de planilha eletrônica para dar maior celeridade aos


cálculos repetitivos e seguindo como base, o roteiro para projeto de galerias pluviais
do DNIT, contida no capítulo 6 Drenagem de Travessia Urbana do referente Manual
De Drenagem De Rodovias (2006), adaptada por Miguez (2016), a planilha de
dimensionamento da rede foi composta da seguinte forma:

 Poço de visita

Coluna 1 – Número do poço de visita


Poços de visita enumerados de montante para jusante.

Coluna 2 – Rua
Nome da rua em que se encontra a galeria.

Coluna 3 – Cota de greide


Cota altimétrica do pavimento acabado.

Coluna 4 – Cota do nível d’água


Nível d’água em metros, calculado pela soma da cota de entrada e saída.

𝑁𝑎 = 𝐶𝐹 + 𝑦 (11)

Onde:
Na: Cota nível d’água;
CF: Cota de fundo do PV;
y: Tirante normal.
40

Coluna 5 – cota do fundo do PV


Cotas de entrada e saída das redes no poço e visita.
𝐶𝐹 = 𝐶𝑔 − 𝑅𝑚𝑖𝑛 + 𝐷 (12)

Onde:
CF: Cota de fundo do PV;
Cg: Cota do greide;
Rmin: Recobrimento mínimo do tubo;

Coluna 6 – recobrimento mínimo.


Distancia vertical entre a geratriz superior e a cota de greide

𝐷 (13)
𝑅𝑚𝑖𝑛 = 0,4 +
2

Onde:
Rmin: Recobrimento mínimo do tubo;
D: Diâmetro do tubo.

 Deflúvio a escoar para jusante

Coluna 7 – área;
Área das sub-bacias de contribuição em hectares.

Coluna 8 – tempo de concentração;


Tempo que à água levar para alcançar o poço de visita. Para o primeiro poço de visita
usa-se a Tabela 6. Os demais trechos são calculados pelo método cinemático.

Tabela 6 - Tempo de concentração em função do uso do solo

Tipologia da área a montante Declividade da sarjeta


< 3% > 3%
Áreas de construções densas 10 min. 7 min.
Áreas residenciais 12 min 10 min
Parques, jardins, campos 15 min 12 min

Fonte: Rio Águas 2010


41

𝑡𝑐 = 10 + 𝑡𝑝 (14)

Onde:
tc: tempo de concentração;
tp: tempo de percurso.

Coluna 9 – intensidade pluviométrica;


Paramentos da equação da chuva da região de projeto, fixado o tempo de retorno com
o tempo de duração da chuva (td) igualado ao tempo de percurso (tc).

Coluna 10 – coeficiente de distribuição;


Coeficiente de redução da chuva em função da área de contribuição, desta forma, se
a área de contribuição, coluna (7), for inferior a 1,00 ha usa-se Cd = 1,00 caso contrário
usa a equação (14).

, (15)
Cd = .

Coluna 11 – coeficiente de escoamento


Coeficiente de Runoff , definido com o uso e cobertura do solo, especificado na Tabela
2.

Coluna 12 – coeficiente de deflúvio


Coeficiente de Fantoli utilizado para corrigir a tendência do método racional em
superestimar as vazões de pico dado pela equação (15).

𝑓 = 0,0725. 𝐶. (𝑖. 𝑡) / (16)


42

Onde:
C: coeficiente de escoamento superficial (Runoff);
i: intensidade pluviométrica;
t: tempo de concentração.

Coluna 13 – deflúvio parcial


O deflúvio parcial, obtido através do método racional, apresentado no item 2.1.5

𝑄 = 𝐶. 𝑖. 𝐴. 𝑓. 𝐶𝑑 (17)

Onde:
Q: deflúvio
A: área da bacia de contribuição;
C: coeficiente de escoamento superficial (Runoff);
i: intensidade pluviométrica;
Cd coeficiente de distribuição.

Coluna 14 – deflúvio total a escoar


Vazão do somatório do deflúvio parcial

 Galeria a jusante

Coluna 15 – declividade
Valor da declividade do trecho da galeria.

Coluna 16 – diâmetro
Diâmetro nominal da galeria.

Coluna 17 – enchimento
Valor referente a relação entre o tirante normal e o diâmetro da galeria, expresso em
porcentagem.
Inicialmente calcula-se o fator k, pela equação:
43

𝑄 (18)
𝑘=
√𝑆

Onde:
Q: deflúvio;
S: declividade da galeria.
Então calcula-se o parâmetro c2 pela equação (18):

(19)
𝑘
𝑐2 =
𝐷 /
𝑛

Onde:
D: diametro;
n: coeficiente de Manning.

Entrando com o valor c2 na Tabela 7determina-se o enchimento do tubo.

Tabela 7 - Tabela de enchimento seção circular

Y/D C1 C2 C3
0,1500 0,0739 0,0152 0,0237
0,1600 0,0811 0,0174 0,0269
0,1700 0,0805 0,0197 0,0304
0,1800 0,0961 0,0221 0,0340
0,1900 0,1030 0,0246 0,0377
0,2000 0,1110 0,0273 0,0418
0,2100 0,1199 0,0302 0,0461
0,2300 0,1366 0,0361 0,0549
0,2400 0,1449 0,0394 0,0597
0,2500 0,1535 0,0427 0,0646
0,2600 0,1623 0,0432 0,0698
0,2700 0,1711 0,0498 0,0752
0,2800 0,1800 0,0535 0,0805
0,2900 0,1890 0,0573 0,0862
0,3000 0,1982 0,0613 0,0921
0,3100 0,2074 0,0653 0,0981
44

0,3200 0,2167 0,0694 0,1044


0,3300 0,2260 0,0735 0,1107
0,3400 0,2355 0,0777 0,1174
0,3500 0,2450 0,0818 0,1242
0,3600 0,2546 0,0864 0,1312
0,3700 0,2642 0,0910 0,1383
0,3800 0,2739 0,0955 0,1455
0,3900 0,2836 0,1002 0,1530
0,4000 0,2934 0,1050 0,1604
0,4100 0,3032 0,2090 0,1683
0,4200 0,3130 0,1148 0,1762
0,4300 0,3229 0,1198 0,1844
0,4400 0,3328 0,1248 0,1926
0,4500 0,3420 0,1298 0,2014
0,4600 0,3527 0,1347 0,2098
0,4700 0,3627 0,1401 0,2185
0,4800 0,3727 0,1451 0,2276
0,4900 0,3827 0,1508 0,2368
0,5000 0,3930 0,1559 0,2464
0,5100 0,4030 0,1612 0,2550
0,5200 0,4130 0,1668 0,2651
0,5300 0,4230 0,1719 0,2751
0,5400 0,4330 0,1773 0,2853
0,5500 0,4430 0,1828 0,2956
0,5600 0,4530 0,1883 0,3069
0,5700 0,4620 0,1830 0,3157
0,5800 0,4720 0,1988 0,3263
0,5900 0,4820 0,2038 0,3374
0,6000 0,4920 0,2098 0,3466
0,6100 0,5020 0,2149 0,3599
0,6200 0,5120 0,2202 0,3717
0,6300 0,5220 0,2251 0,3828
0,6400 0,5310 0,2305 0,3949
0,6500 0,5400 0,2354 0,4062
0,6600 0,5500 0,2410 0,4162
0,6800 0,5690 0,2510 0,4444
0,6900 0,5780 0,2561 0,4570
0,7000 0,5870 0,2607 0,4700
0,7100 0,6960 0,2659 0,4831
0,7200 0,6050 0,2705 0,4987
0,7300 0,6140 0,2751 0,5108
0,7400 0,6230 0,2798 0,5240
0,7500 0,6320 0,2845 0,5400
0,7600 0,6400 0,2881 0,5543
0,7700 0,6490 0,2928 0,5599
0,7800 0,6570 0,2970 0,6051
45

0,7900 0,6660 0,3011 0,6020


0,8000 0,6740 0,3047 0,6185
0,8100 0,6810 0,3079 0,6348
0,8200 0,6890 0,3115 0,6526
0,8300 0,6970 0,3151 0,6714
0,8400 0,7040 0,3183 0,6898
0,8500 0,7120 0,3212 0,7106
0,8600 0,7190 0,3243 0,7270
0,8700 0,7250 0,3263 0,7527
0,8800 0,7320 0,3267 0,7767
0,89 0,738 0,3300 0,8017

Fonte: Rio Águas 2010

Coluna 18 – tirante normal


Valor da altura de agua resultante do escoamento da vazão de projeto no trecho da
galeria.
𝑦 = 𝑐2. 𝐷 (20)

Onde:
y: altura da lâmina d’água;
D: diâmetro.

Coluna 19 – tirante crítico


Determinado através do cálculo do módulo crítico (M),expressado da seguinte fórmula.

𝑄 (21)
𝑀=
𝑔

Onde:

M: módulo crítico;
Q: vazão de projeto;
g: aceleração da gravidade.
46

Com o valor do módulo crítico é calculado o parâmetro c3, da seguinte equação (21).

𝑀 (22)
𝑐3 =
𝐷 /

Onde:

M: módulo crítico;
D: diâmetro do tubo.

Coluna 20 – regime de escoamento


Através da comparação entre o tirante crítico e o tirante normal, estabelece a seguinte
classificação:

yc > y regime supercrítico;


yc = y regime critico;
yc < y regime subcrítico.

Coluna 21 – velocidade
Valor da velocidade v de escoamento da vazão no trecho da galeria.

𝑄 (23)
𝑣=
𝐴

Onde:

Q: vazão de projeto;
A: área molhada.

Coluna 22 – extensão
47

Valor da extensão (L) do trecho da galeria.

Coluna 23 – tempo de percurso


Tempo de viagem em minutos que a água levar para percorrer o trecho da galeria.

𝑡𝑝 = (24)

Onde:

tp: tempo de percuso;


L: extensão do trecho;
v: velocidade do escoamento.
48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme a metodologia de cálculo apresentada no capitulo 3, os


resultados foram divido em três hipóteses, para uma melhor abordagem, desse modo,
foram encontrados os seguintes resultados disposto nos itens abaixo.

4.4 Hipótese A

Na hipótese A, foi considerado o menor Tempo de Retorno aceitável por


norma, que é de 2 anos, sendo assim, usando a equação (2) e tomando a vida útil da
obra igual ao TR, a probabilidade de a obra falhar é aproximadamente de 75%.
No que se refere à chuva de projeto na hipótese A, usando a equação (24)
e, fixando o TR e variando o tempo de duração obtemos a seguinte Figura 19, que
ilustra o gráfico da IDF.

Figura 19 - IDF da hipótese A

Fonte: Elaborado pelo Autor

No que diz respeito ao dimensionamento na Hipótese A, demostra-se que


nos sub-ramais, seguindo o critério econômico na adoção do menor diâmetro do tubo
nominal de 400 mm, foi o suficiente não havendo a necessidade de alterar o diâmetro
do tubo a montante.
49

As alterações significativa da rede, encontra-se no ramal principal, onde a


soma das vazões são acumuladas, portanto, o trecho que corresponde entre o PV-
05 e CX-01 o diâmetro do tubo permanece com 400 mm, entretanto, o trecho em que
há necessidade da primeira alteração do diâmetro correspondente ao PV-13 ao PV-
24, passando a ser o diâmetro de 600 mm, ainda no ramal principal a segunda
alteração necessária no diâmetro da rede, refere-se ao trecho que vai do PV- 24 até
a boca de bueiro, com o diâmetro de 800 mm, finalizando a rede de drenagem.
50
Tabela 8 - Planilha de dimensionamento Hipótese A
51

4.2 Hipótese B

Na hipótese Considerou-se um Tempo de retorno de 10 anos, o maior


tempo aconselhado por norma da Cidade do Rio de Janeiro, entretanto, de maneira
análoga a hipótese anterior, calcula-se com a equação (2) a probabilidade de a obra
vir a falhar com o tempo útil igualando ao tempo de retorno é aproximadamente de
65 %. A partir da equação (24), a IDF resultante da hipótese B, disposto no gráfico
ilustrado na Figura 20.

Figura 20 - IDF hipótese B

Fonte: Elaborado pelo Autor

Em relação ao dimensionamento da galeria para a hipótese B, os


resultados da planilha demostram que, não houve alteração no diâmetro dos tubos
dos sub-ramais em relação a hipótese A, ou seja, os diâmetros permaneceram de 400
mm. Enquanto no ramal principal da galeria, observou-se que entre a CX-01 ao PV-
05 houve a primeira alteração do diâmetro, passando a ser de 600 mm, a segunda
alteração do diâmetro a montante corresponde ao trecho ente o PV-24 e PV-32,
adotado como 800 mm, a terceira e última alteração na seção do tubo consiste no
trecho entre o PV-32 e a Boca de bueiro final da galeria, neste trecho o diâmetro passa
a ser de 1000
52

Tabela 9 - Planilha de dimensionamento hipótese B


53

4.4 Hipótese C

Na hipótese C, considerando-se um tempo de retorno de 25 anos, um valor


não usual para obras de microdrenagem urbana, ressaltando que essa grandeza
geralmente é adotada para dimensionamento do sistema de macrodrenagem.
Procedendo de forma análoga, aos métodos das hipóteses anteriores, o resultado
obtido referente a IDF demonstrada na Figura 21, onde ilustra a equação (24) fixado
o TR da hipótese em questão.
No que se refere a probabilidade ocorrer uma falhar com a vida útil da obra
igual ao Tempo de Retorno é de 64 %, de acordo com Tabela 1.

Figura 21 - IDF hipótese C

Fonte: Elaborado pelo Autor

No que tange o dimensionamento para a hipótese C, observou-se que não


houve alteração significativa em relação a hipótese B, os sub-ramais permaneceram
semelhante, a única modificação necessária no diâmetro da galeria está
compreendida entre o trecho do PV-05 e CX-01 onde o mesmo passou a ser 600 mm.
A vazão resultante no final da galeria PV-32 e Boca de bueiro, foi de 2,28 m³/s como
o tubo adotado de 1000 mm, o enchimento parcial da 82%, como o limite máximo é
de 85% segundo a norma da Cidade do Rio de Janeiro, não foi necessário alteração
no diâmetro da galeria, conforme demostra a Tabela 10.
54

Tabela 10 - Planilha de dimensionamento hipótese C


55

4.4 Comparativos dos resultados

Com relação aos dados obtidos através das planilhas de dimensionamento,


é possível concluir a análise dos diâmetros da rede em função do Tempo de Retorno,
para isso efetuou-se a comparação dos diâmetros da galeria das três hipóteses
estudada. Portanto, a Tabela 11 representa de forma significativa e resumida os
resultados dos trechos referente ao ramal principal.

Tabela 11 - Comparação dos resultados

Trecho Hipótese A Hipótese B Hipótese


C
De Para Extensão Diâmetro da galeria (mm)
CX-01 PV-09 41,97 600 600 600
PV-09 PV-13 42,06 600 600 600
PV-13 PV-20 42,02 600 600 800
PV-20 PV-24 41,82 600 800 800
PV-24 PV-28 42,12 600 800 800
PV-28 PV-32 42,11 800 800 800
PV-32 Boca de Bueiro 28,86 800 1000 1000

Fonte: Elaborado pelo Autor

Através da Tabela 11 - Comparação dos resultados foi possível elaborar


gráficos, que auxiliam na interpretação dos resultados obtidos, desta forma, a
representação através de valores percentuais, da adoção necessária dos diâmetros
das galerias dimensionada, para as três hipóteses estudada neste trabalho. Com os
gráficos resultantes é possível notar nitidamente a influência do Tempo de Retorno na
rede de drenagem.

 Hipótese A

Conforme a Figura 22 ilustra o gráfico dos diâmetros adotados para a


hipótese A, demostra que cerca de 71% do ramal principal, é composto pelo diâmetro
600 mm os 29% é composto pelo diâmetro de 800 mm. Para os ramais secundários
foram omitidos, pelo simples fator de não haver variação no diâmetro adotado
permanecendo igual para todas as hipóteses, ou seja, os diâmetros dos ramais
56

secundários derivados das ruas subsequentes permaneceram de 400 mm, como


demostra-se nas tabelas de dimensionamento para as três hipóteses.

Figura 22 - Gráfico diâmetro para a hipótese A

Fonte: Elaborado pelo Autor

 Hipótese B

De acordo a Figura 23 ilustra os diâmetros da rede para hipótese B,


observa-se que 42,86% é composto por o diâmetro de 600 mm, os outros 42,86 o
diâmetro de 800 mm e finalizando cerca de 14,28% o diâmetro necessário de 1000
mm.

Figura 23 - Gráfico diâmetro para a hipótese B

Fonte: Elaborado pelo Autor


57

 Hipótese C

Para a última hipótese C, demostra-se através da Figura 24, que cerca de


28,57% o diâmetro é 600mm, 57,14% o diâmetro corresponde ao de 800 mm e por
último 14,29% o diâmetro necessário é de 1000 mm.

Figura 24 - Gráfico diâmetro para a hipótese C

Fonte: Elaborado pelo Autor

4.5 Orçamento

Após o dimensionamento, elabora-se o orçamento da implantação da rede


para as três hipóteses, neste caso, para uma melhor comparação dos valores, foram
somente considerados os custos de assentamento da galeria pluvial, omitindo os
custos dos ramais secundário e dos dispositivos de drenagem urbana.
Com o software ORSE e com a base de dados do SINAPI, foram orçadas
as hipóteses estudadas, de acordo com os quantitativos indicada na Tabela 11. Assim
foram obtidas as planilhas dispostas abaixo.
58

 Hipótese A

Figura 25 - Orçamento hipótese A


HIPÓTESE A
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM UNID QUANT PREÇO UNIT VALOR TOTAL
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 600 mm, junta rígida, instalado em local com baixo
01.00.001 m 210,000 189,69000 R$39.834,90
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 800 mm, junta rígida, instalado em local com baixo
01.00.002 m 71,000 289,26000 R$20.537,46
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
TOTAL DO ORÇAMENTO R$60.372,36

Fonte: Base de dados SINAPI

 Hipótese B

Figura 26 - Orçamento hipótese B


HIPÓTESE B
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM UNID QUANT PREÇO UNIT VALOR TOTAL
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 600 mm, junta rígida, instalado em local com baixo
02.00.001 m 126,000 189,69000 R$23.900,94
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 800 mm, junta rígida, instalado em local com baixo
02.00.002 m 126,000 289,26000 R$36.446,76
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 1000 mm, junta rígida, instalado em local com alto
02.00.003 m 28,86000 408,37000 R$11.785,56
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
TOTAL DO ORÇAMENTO R$72.133,26

Fonte: Base de dados SINAPI

 Hipótese C

Figura 27 - Orçamento hipótese C


HIPÓTESE C
ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM UNID QUANT PREÇO UNIT VALOR TOTAL
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 600 mm, junta rígida, instalado em local com alto
03.00.001 m 84,000 199,46000 R$16.754,64
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 800 mm, junta rígida, instalado em local com alto
03.00.002 m 168,000 301,96000 R$50.729,28
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
Tubo de concreto para redes coletoras de águas pluviais,
diâmetro de 1000 mm, junta rígida, instalado em local com alto
03.00.003 m 28,86000 408,37000 R$11.785,56
nível de interferências - fornecimento e assentamento.
af_12/2015
TOTAL DO ORÇAMENTO R$79.269,48

Fonte: Base de dados SINAPI


59

De posse dos valores dos orçamentos, elabora-se o gráfico ilustrado na


Figura 28 em função dos custos e dos Tempos de Retorno adotado para as três
hipóteses. Desta forma, é possível quantificar em valores monetário o grau da
influência da variável hidrológica analisada.

Figura 28 - Comparativos de custo das hipóteses

Fonte: Elaborado pelo Autor


60

5 CONCLUSÃO

Através dos resultados obtidos no presente trabalho, em relação as


hipóteses estudadas, é notório a influência do Tempo de Retorno no dimensionamento
da rede de drenagem urbana, o que de fato, alcança o objetivo geral do trabalho.
No que correlaciona os custos de implantação das três hipóteses, os dados
demonstram que houve um aumento de aproximadamente 19% da hipótese B em
relação a hipótese A, entretanto, da hipótese B para C, foi possível observa um
aumento de 9%.
No que se refere a escolha do qual Tempo de Retorno a ser adotado, fica
condicionado ao tipo da obra, desta forma, tem que pondera quais os danos e
prejuízos provocados se a obrar hidráulica falhar, portanto, sempre que envolver risco
de perda de vida humana é necessário prezar pela segurança do sistema pluvial.
É possível chegar à conclusão que, em relação a obras de microdrenagem
a hipótese B, é um valor plausível, visto que a probabilidade de a obra falhar durante
a vida útil considerada de 10 anos é aproximadamente de 65% contra 99,9% da
mesma vida útil da hipótese A. Em relação a hipótese C, adoção fica condicionada em
casos de extrema segurança, onde não se admite falha do sistema, considerada por
conta da sua implantação ser mais onerosa.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

Em sugestão para trabalho futuros, segue as seguintes linhas de pesquisa:

 Dimensionar a rede de drenagem usando diferentes diretrizes Municipais;


 Dimensionar uma rede de drenagem urbana usando outras alternativas não
convencional, como medida não estrutural associada ao Tempo de Retorno para
controle de vazão na fonte.
REFERÊNCIAS

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em dados desagregados de chuva diária. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola
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BRASIL. Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte - DNIT. Diretoria de


Planejamento e Pesquisa. MANUAL DE HIDROLOGIA BÁSICA PARA ESTRUTURA
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de Planejamento e Pesquisa. ÁLBUM DE PROJETOS-TIPO DE DISPOSITIVOS DE
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BRASIL. Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes - Dnit. Diretoria de


Planejamento e Pesquisa (Org.). MANUAL DE DRENAGEM DE RODOVIAS. 2. ed.
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MIGUEZ, Marcelo Gomes; VERÓL, Aline Pires; REZENDE, Osvaldo Moura.


Drenagem Urbana do projeto tradicional à sustentabilidade. Rio de Janeiro:
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NETTO, José Martiniano de Azevedo; et al Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo:


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RIO DE JANEIRO. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de


Obras Subsecretaria de Gestão de Bacias Hidrográficas - Rio-Águas. INSTRUÇÕES
TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS HIDROLÓGICOS E
DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA. Rio
de Janeiro, 2010.
SÃO PAULO. Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria de Vias Públicas.
DIRETRIZES DE PROJETO DE HIDRÁULICA E DRENAGEM: diretrizes de Projeto
para Estudos Hidrológicos – Período de Retorno. São Paulo, 1999.
TUCCI, Carlos Eduardo Morelli. GESTÃO DAS INUNDAÇÕES URBANAS. Porto
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UCCI, Carlos Eduardo Morelli. Hidrologia : ciência e aplicação. 4. ed. Porto Alegre:
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ZONENSEIN, Juliana. ÍNDICE DE RISCO DE CHEIA COMO FERRAMENTA DE


GESTÃO DE ENCHENTES. 2007. 115 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Coppe, Ufrj, Rio de Janeiro, 2007. Cap. 2.

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