Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Estabilização e
Proteção de Margens
Abril/2001
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO 3
3 PROTEÇÕES CONTÍNUAS 27
4 PROTEÇÕES DESCONTÍNUAS 59
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 77
1 Introdução
O propósito fundamental da estabilização e proteção de margens, sob o ponto de vista
hidráulico, é manter a seção do curso d’água estável e dentro dos limites
estabelecidos para sua utilização, seja como via de navegação, componente de um
sistema de drenagem, aproveitamento hidrelétrico ou abastecimento de água.
pneus usados
outras
troncos de árvore lançados
painéis armados
gabiões revestidos
muros de gravidade
concreto
painéis pré-moldadis
blocos pré-fabricados
Rígidos paredes diafragma
argamassado
enrocamento
com injeção de consolidação
pedra argamassada/alvenaria de pedras
madeira
cercas
metálicas
lançado
enrocamento enrocamento com pilares de
Diques ou concreto ou madeira
Flexíveis
Espigões bolsas de concreto, solo-cimento
enrocamento
(Proteções não e argamassa
contínuas)
sintético blocos pré-moldados
concreto muros de gravidade
Rígidos
muros de concreto armado
As erosões causadas pelo movimento das ondas contra as margens podem ocorrer
devido à diferentes agentes como o vento, embarcações ou a operação de estruturas
hidráulicas do tipo comportas, usinas hidrelétricas e estações elevatórias.
c) Irregularidades localizadas no
escoamento
a estabilidade geotécnica, como no caso do emprego dos gabiões tipo caixa em mutos
de gabiões.
Rocha 0:1
O projeto e a preservação das margens dos canais sob a ação do escoamento está
diretamente relacionado com a distribuição de velocidades ao longo da seção
transversal. Os métodos usuais de análise levam em conta a velocidade máxima
admissível e a tensão de arraste.
Materiais Coesivos
Profundidades Y ≠ 1,00 m
Fatores Corretivos
Grau de Sinuosidade
A velocidade máxima admissível para as margens pode ainda ser estimada em função
das características do material componente (Neills,1967). Sendo V a velocidade do
escoamento γ e γ S respectivamente o peso específico do material e o peso específico
da água, D o diâmetro médio característico do material (D50) e y a profundidade do
escoamento, tem-se que na iminência de início de arrastamento:
−0, 20
V2 D
= 2,5 .....Eq. 1
γ S y
− 1 gd
γ
β V2 1
D≥ .....Eq. 2
∆ 2g sen 2θ
1−
sen 2α
onde 0,7 ≤ β ≤ 1,4 é um fator corretivo devido à irregularidade das margens, φ indica
o ângulo do talude e α o angulo de repouso do material submerso. O termo ∆ = ( γs - γ
)/ γ a relação entre os pesos específicos do sedimento e da água.
Para um canal muito largo tem-se que a tensão de arraste média por unidade de área
molhada, ou tensão trativa unitária é
Ws
τ l, f = tan(α ) .....Eq. 4
A
Ws tan 2 θ
τ l ,t = cosθ tan α 1 − .....Eq. 5
A tan 2 α
τ l, f tan2 θ
K= = cosθ 1 − .....Eq. 6
τ l ,t tan2 α
que representa a relação entre a tensão trativa unitária limite no fundo do canal e nas
margens.
42
40
38
36
34
Muito Angular
32
30 Moderadamente Anguloso
28
Pouco Anguloso
26
24 Pouco Arredondado
Muito Arredondado
22
Moderadamente Arredondado
20
0.01 0.1 1 10
D iâ m e tro d a s p a rtíc u l a s ( m m )
K 1
0.8
0.6
0.4
Angulo de Repouso
0.2
20 25 30 35 40 45
0
0 10 20 30 40
Inclinação dos Lados (graus)
Para partículas em geral, a estimativa da força trativa unitária limite pode ser efetuada
a partir da curva de Shields, que relaciona a velocidade de início de movimento, já
que:
τ l, f
= gRS0 = V* .....Eq. 7
ρ
V*2 τ l, f V* D
Ψ= = Re* = .....Eq. 8
gD (γ S − γ ) D50 ν
0.1
0.01
0.1 1 10 100 1000
Re*
Os valores definidos nas equações (2) e (3) para a tensão trativa unitária limite são
afetados pelo grau de compacidade do material, pela sinuosidade do trecho e pelo
encouraçamento do leito. Em função da sinuosidade, Lane (in French,1980)
recomenda reduzir a tensão trativa limite de acordo com os valores da tabela abaixo:
Tabela 9 :Redução na Tensão Trativa Limite em função do Grau de Sinuosidade (Lane, 1955)
Fator Multiplicativo da Força Trativa Unitária
2.1.4.1.1.1.1 Grau de
Sinuosidade
Canais Retilíneos 1.00
Materiais
não coesivos
finos
(kgf/m²)
Materiais
coesivos
(kgf/m²)
Para materiais grosseiros não coesivos, na maioria dos casos práticos pode ser
utilizada a fórmula desenvolvida por Pilarczik (Delft, 1984):
2 ,5
Dn 50 ucr
= .....Eq. 9
h B k ′ψ g ⋅ ∆ ⋅ h
1 cr
onde:
Dn50 é o diâmetro nominal do material
definido pela curva de
composição granulométrica
h é a profundidade do escoamento
ucr é a velocidade crítica de início de
arraste
B1 é o coeficiente da tabela a seguir
K’ é o fator de redução em função da
estabilidade do talude (eq..
Ψcr é o parâmetro de Shields crítico
∆ é a relação entre os pesos
específicos do material e da água
A instabilidade das margens causadas pelo movimento das ondas contra os taludes
podem ocorrer devido a diferentes agentes, como:
A ação do vento sobre as superfícies livres provoca ondas cuja altura, período e
velocidade de propagação são relacionadas à profundidade do escoamento e a
velocidade do vento. Para águas profundas, a altura significativa das ondas é
proporcional à profundidade y, velocidade do vento V e comprimento do fetch L, que
pode ser interpretado como sendo a pista de atuação do vento no sentido da formação
de ondas. Em águas rasas, o efeito do atrito com o leito compete com a energia
transferida pelo vento limitando a altura das ondas.
gT 2
sendo h a profundidade e L0 = o comprimento de onda em águas profundas para
2π
um período T em segundos.
A máxima altura das ondas, em águas rasas pode ser estimada por H s = 0,5h , onde
Hs é a altura da onda significativa (média do terço superior da distribuição de alturas
do trem de ondas) e h a profundidade do escoamento no pé do talude de margem.
tanα T
ξ= 1 = 1,25 .....Eq. 12
(H s L0 ) 2 Hs
Figura 11: Altura das Ondas devido ao Vento em função do fetch, velocidade e duração
do vento, para águas profundas.
A amplitude das ondas causadas pelo vento pode ser estimada também através de
relações do tipo da USSR Standard:
H = 0,008 ⋅ V 6 ( L 2 + L 4 ) .....Eq. 13
5 1 1
onde H resulta em metros, V em Km/s e L em Km. Deve ser levado em conta que há
um fetch e uma duração de vento limites, acima dos quais as características das
ondas deixam de ser influenciadas por estes parâmetros.
Segundo o U.S. Corps of Engineers, o cálculo da onde de projeto num canal devido à
ação do vento pode ser feito analogamente ao caso das grandes massa de água,
desde que se considere o efeito da redução de largura do fetch na geração da onda.
Fetch Efetivo
Vs Ac
2 2
∆h = α1 − 1 .....Eq. 14
2 g Aw
Aw = bb (h − ∆h ) + m(h − ∆h ) 2 − Am .....Eq. 16
1, 5
Am VL2
1,5
VL 2
= 1 − + .....Eq. 18
gh′ 3 Ac 2 gh′
onde
A equação abaixo (Delft, 1989) permite o cálculo da altura da altura das ondas
secundárias onda produzida pela passagem de uma embarcação com velocidade Vs ,
para uma profundidade y, junto ao revestimento da margem:
H
= α1 ( S ) −0 ,33 FSα 3
y y .....Eq. 19
VS
FS = .....Eq. 20
gy
V2
L = 0,67 ⋅ 2π .....Eq. 21
2g
gT 3
L= .....Eq. 22
2π
sendo s a distância à margem (m), α1 igual à 1 para lanchas, 0,5 para comboios
europeus e 0,35 para outros tipos de embarcação autopropelida. O coeficiente α3 é
adotado experimentalmente igual à 4.
H d = 2 × 10 −6 P22,8 .....Eq. 23
H d = 4 × 10 −9 P15, 3 .....Eq. 24
( )
P1 = Vb2 / Av 3 .....Eq. 25
1
1
2 L20
3
P2 = Vb Av 1 .....Eq. 26
xAc 2
onde
Hd é o rebaixamento do nível d’água
x a distância do barco à margem
L0 o comprimento do barco
Av a área da seção transversal molhada do barco
Ac a área da seção transversal do canal
β′ H
D≥ .....Eq. 27
∆ (cosα − sin α )
H (cos β ) 2
1
Dn 50 ≥ s .....Eq. 28
1,8∆
Dn 50 = (W50 / γ S ) 0 , 33
Hs ξ
Dn 50 ≥ .....Eq. 29
2,25∆
Para leitos com base permeável, a fórmula de Hudson, desenvolvida pelo USBR no
Lab. de Vicksburg, com base nos trabalhos de Iribarren de 1960, permite a estimativa
do peso do material granular para proteção da margem em função da altura H da onda
e da inclinação da margem α:
γ SH3
P= 3
.....Eq. 31
K d γ s − 1 cot α
γ
6P
D=3 .....Eq. 32
πγ S
onde
0, 2
HS S
= 6,2 P 0,18 ξ m 2 .....Eq. 33
1
∆Dn 50 N
0, 2
HS S P
= 1,0 P −0,13 cot α 0,5ξ m .....Eq. 34
∆Dn 50 N
para ondas sem arrebentação, onde ξm > ξmc
sendo
1
ξ mc = (6,2 P 0 ,31
tgα ) P + 0 ,5
.....Eq. 35
onde
Para proteção com blocos de concreto, uma aproximação mais sofisticada, que a
fórmula de Hudson foi desenvolvida em Delft também por Pilarczyk(1986) e utiliza:
HS cosα
=ϕ .....Eq. 36
∆D ξ
3 Proteções Contínuas
Por sua vez os revestimentos rígidos não admitem deformação sem a perda de
alguma de suas características, como a impermeabilidade, rugosidade, aspecto visual
e etc. Entre estes revestimentos destacam-se os painéis de concreto moldados e pré-
moldados, muros de alvenaria, gabiões e elementos revestidos de concreto ou
argmassa.
• taludamento das margens quando o revestimento não tem função estrutural, para
inclinações da ordem de 1V:2H ou 1V:4H, garantindo a estabilidade em função das
características geotécnicas do material componente;
• revestimento deve ser poroso e drenante de forma a permitir o alívio de pressões
oriundas do fluxo d’água através do maciço componente das margens;
• uso obrigatório de filtros no contato entre o revestimento e o material original,
composto de material granu7lar ou sintético, impedindo a perda de material tanto
por ação da velocidade como por retro erosão;
• como a erosão no pé dos taludes de margens é a causa principal da instabilização,
atenção especial deve ser tomada quanto à proteção destes pontos, com o
prolongamento dos revestimentos para o interior do escoamento ou aplicação de
material de proteção do revestimento.
A proteção com enrocamento lançado é forma padrão de revestimento desde que haja
material disponível em dimensões (diâmetro) e quantidade para aplicação no projeto.
3.1.1.1 Dimensionamento
Critério
Item 3.1.1.2.1.1 Font
e
D<25%Dmaior
D>2,5 a 3 Dmenor
USBR
D50≅2D20
Dmax≅2D50
Graduação dos nenhum bloco com Dmaior≥ 3Dmenor
Blocos U.S Corp of Dmax = 2 a 5 D50
Engineers Dmax < 16 D15
3 D50 → 100%
Depart. Estradas
2 D50 → 80%
USA
0,1 D50 → não exceder 10%
Espessura da mínima 2 D50
Camada base do talude 3 D50
Proteção do pé do
avaliar a evolução do fundo
talude
U.S Corp of 5 < D15 filtro / D15 base < 40
Transição ou Filtro Engineers D15 filtro / D85 base ≤ 5
D50 filtro / D50 base ≤ 25
Espessura das e ≥ 10 cm
camadas Para D50 ≥ 5 cm → 2 D50
Borda Livre da Escoamento 0,50 a 1,00 m
Proteção Ondas 1,5 H
2
1 Dm 3 12
Vb = S .....Eq. 37
nf 2
Dv Ve
2
e≥ 1 − .....Eq. 39
f Vb
onde f é o coeficiente de Darcy- Weisbach e Dv o diâmetro equivalente dos vazios,
adotado como sendo:
D50 filtro
Dv = .....Eq. 40
5
Nestas situações, existem referências a casos onde o contato do geotextil com o solo
de base perde o atrito devido à lubrificação causada por camada coloidal retida,
ocasionando o escorregamento do material de proteção (pedras ou gabiões tipo
colchão).
No emprego sobre camada de base composta por material granular, tipo areia, pode-
se aplicar o enrocamento diretamente sobre o geotextil. Para bases de material fino
como silte ou argila, exige-seainda uma camada de transição.
Aplicação do
enrocamento
sobre o getextil
submerso
3.1.1.5 Proteção de Pé
Em geral blocos de concreto com ligação entre sí, oferecendo grande flexibilidade e
resistência principalmente contra a ação de ondas.
Movimentação de colchão de
concreto na obra
Movimentação de colchão de
concreto com equipamento de
grande porte
São montados colchões com elementos articulados de madeira, unidos por barras
metálicas, posteriormente preenchidos com enrocamento, aumentando assim a
resistência do conjunto. Exigem os mesmos cuidados com a transição solo-proteção
que os demais tipos de colchão.
Os gabiões tipo colchão, constituídos de caixa formada por tela metálica, revestida ou
não, e enchimento de pedra, quando comparados ao revestimento tradicional de
enrocamento lançado, tem a vantagem exigirem espessura menor, pedras de menores
dimensões e menor consumo de material. Sua segurança, no entanto, fica
condicionada à durabilidade das malhas metálicas que compõe as caixas.
Verificação Fórmulas
3.1.2.3.1.1
Verificação Fórmulas
3.1.2.3.1.1
5 Controle das τ b −τ c
Deformações Determinar os parâmetros C*′ = e
(γ s − γ ) Dm
τ m −τ s
C*′ = para fundo e margens
(γ s − γ ) Dm
Verificar o parâmetro ∆z/Dm na figura abaixo
Verificar ∆z / Dm ≤ 2( t − 1)
Dm
6 Verificação da Determinar a espessura mínima do colchão em função da
ação de ondas ação de ondas:
HD
t= para taludes com inclinação
γ
3(1 − V )( s − 1) cotθ
γ
superior à 1V:3,5H
HD
t= para taludes com inclinação
γs
7(1 − V )( − 1) cot θ
1
3
γ
inferior à 1V:3,5H
v
sendo que Vé a porcentagem de vazios no material de
enchimento.
3.1.2.4 Mantas
Mantas são elementos contínuos, aplicados aos taludes dos canais com a finalidade
da aumentar a resistência. Geralmente são associadas à consolidação com
vegetação, predrisco asfáltico e solocimento. A seguir apresentam-se exempos deste
tipo de revestimento:
GeoWEB
A resistência à ação da corrente e das ondas pode ser estimada pelas figura a seguir
Geomanta Enkamat
Manta geosintética destinada à proteção do solo fino contra a ação da água através da
criação de condições para a fixação da vegetação. A manta é formada por filamentos
de poliamida aleatoriamente dispostos, formando um colchão tridimensional que
inicialmente protege o solo contra a erosão e num segundo estágio, atua de forma
permanente como reforço da camada vegetal.
Tabela 17: Run-Up sobre o Talude revestido com Enkamat em função da Altura
Significativa da Onda e Inclinação do Talude
3.1.3.1 Bolsacreto
3.1.3.2 Solocimento
Os gabiões tipo caixa são constituídos de tela de arame revestido ou não preenchidos
com pedras. São muito empregados, na forma de muros, para a associação entre a
resistência hidráulica e a estabilidade
geotécnica das margens. Os critérios de
dimensionamento são os mesmos
apresentados para os colchões de
gabiões, especiamente quanto ao critério
de tensões de arraste, velocidade crítica
e velocidade junto ao contado solo –
gabião.
Revestimento de contenção em
margem com gabião manta no pé
Revestimento combinado de
gabião caixa e colchão
As proteções rígidas são normalmente painéis, muros e paredes que perdem suas
características quando sofrem deformações. Enquandram-se nesta categoria os
revestimentos em placas de concreto pré-moldados e moldados em loco, os muros de
concreto em gravidade e armado, as paredes de alvenaria de pedra.
Da mesma forma que os gabiões, estas proteções devem ter sua estabilidade
geotécnica garantida, devendo-se atentar para a drenagem de sub-pressões e a
proteção contra erosão de pé, além da possibilidade de escorregamento devido à
diminuição do atrito no contado entre o solo e o revestimento.
Apoiados sobre o terreno, estas placas são impermeáveis, devendo para tanto ser
previstos drenos horizontais para alívio das pressões de água.
Também deve ser dada atenção à drenagem de sub pressões da parte anterior do
muro.
4 Proteções Descontínuas
4.2 Espigões
Ancoragem ou Parte do espigão que se une a margem e que deve ser perfeitamente
enraizamento ancorada à antiga margem a fim de evitar sua destruição caso seja
contornada pelas águas durante a enchente
Frente Parte do espigão voltada para montante do rio, com um talude que
varia de 1:1 a 1:3
Costa Parte do espigão voltada para jusante do rio, que deve ter uma
declividade suave senão a inclinação produz um desgaste no pé da
face de jusante. 0 talude varia, de acordo com o material empregado
e as condições locais, em torno de 1:3
Cabeça É a ponta do espigão, com um talude que vai de 1:4 a 1:5, até 1:10
ou 1:20. É uma parte muito sujeita a ação das correntes, e por isso
deve ser construída a prova de erosões. Se a cabeça do espigão
permanece por debaixo do nível de estiagem, chama-se "banhado".
Crista E uma espécie de plataforma na parte superior do espigão, com
largura variando de 1 a 3,5 m. Se a crista está abaixo do nível de
estiagem se diz que o espigão é submerso
empurrar a corrente liquida para longe da margem. Ele cria assim, uma recirculação e um
turbilhonamento acima da face de jusante do espigão, e se esta recirculação se estender
muito mais para baixo, a margem irá erodir mais do que se não existisse o espigão. Para
estas condições. o espigão isolado atrai a corrente em vez de empurrá-la. Em casos
especiais como proteção de encontro de pontes, proteção de talude de ensecadeiras,
direcionamento da corrente líquida para vertedores de barragens e etc é necessário e
vantajoso o uso do espigão isolado
Com a finalidade de se evitar os efeitos erosivos que ocorrem no espigão isolado,
constroi-se uma série de espigões, de tal forma que eles se protegem mutuamente e
criam entre eles, a margem e a corrente do rio, um colchão liquido estático que desvia a
Espigões de repulsão
perpendicular aos espigões, que tem por efeito conduzir as águas em direção
ao meio do rio. Além disso, tal orientação favorece o desvio de sedimentos do
canal navegável para as zonas entre os espiões na época de águas altas,
exigindo menos proteção nessa face do espigão. Entretanto, espigões
inclinantes obrigam a menores espaçamentos e portanto um maior número
deles, para um mesmo comprimento de proteção.
São os espigões que formam um ângulo menor que 90º com a tangente à
margem no ponto de ancoragem. De um modo geral, são pouco utilizados, pois
nos espigões dirigidos para jusante a tendência de erosão que se observa na
Declinante ou para jusante
Os compactos resistem aos esforços aos quais são submetidos pelo conjunto de
seu peso. Os deformáveis dissipam energia pelas deformações do perfil e atritos
entre elementos construtivos, sendo necessário uma grande compacidade e
evitar-se deformações excessivas, através da utilização de elementos
resistentes.
com material arrastado pelo rio. O fluxo, ao atravessar o espigão tem sua
velocidade reduzida, o que permite a sedimentação do material.
declividade para dentro do rio. Devem ter como elevação inicial a altura da margem ou
a altura da superfície livre para a vazão característica do rio. 0 extremo dentro do rio
deverá ter alturas máximas de 50 cm sobre o fundo atual. Com isso se consegue
declividades de 0, 0,5 a 0,25 m/m, que tem funcionado satisfatoriamente. Ao se
construir espigões com declividades grandes até dentro do rio, temos algumas
vantagens:
• Cada espigão inclinado necessita para ser construído entre 40% a 70% do
material requerido para construir um espigão de crista horizontal.
O comprimento de cada espigão será dado pela distância da margem real a esta linha.
A separação entre as novas margens (B) será dada pelo estudo da estabilidade da
seção que deve ser feito a priori, em função da finalidade da obra, como navegação,
retificação e etc.
Quando se trata de uma retificação em canais formados por areias e limos, convém
dentro do possível, que os raios das curvas, medidos até o eixo do rio, tenham os
seguintes comprimentos:
2B ≤ R ≤ 8B
Comprimento de trabalho:
0 comprimento de trabalho, medido sobre a crista, se seleciona independentemente,
porém deve estar dentro do seguinte limite:
h ≤ LT ≤ B 4
Comprimento de enraizamento
Os espiões podem ser construídos sem ter comprimento de enraizamento, por medida
de economia, porém quando não se pode correr o risco de um espigão falhar, este
comprimento será de no máximo LT/4.
Vários fatores estão relacionados com o espaçamento entre os espigões, tais como a
curvatura da margem, a velocidade de escoamento, o ângulo de ataque e
principalmente o comprimento efetivo (projeção na direção perpendicular a corrente)
do espigão. Como regra geral, emprega-se o espaçamento da ordem de 1 a 2 vezes o
comprimento do espigão.
Deve-se notar que a finalidade a que se destina a obra também é um fator que pode
alterar a relação comprimento - espaçamento dos espigões, pois esta relação será
menor para a proteção de margens do que a necessária para canais navegáveis, pois
nestes canais a finalidade é afastar as correntes erodíveis para longe das margens e
criar uma profundidade definida para o canal.
9º ≤ β ≤ 14º
4 LT ≤ S r ≤ 6 LT
2.5 LT ≤ S c ≤ 4 LT
Os espigões são construídos aos mais diversos materiais, como por exemplo madeira,
troncos e ramos de árvores, enrocamento, elementos pré fabricados de concreto e
etc.
Especial atenção deve ser dada à erosão junto ao pé dos espigões. Maza alvares
recomenda o emprego de uma camada de 30 cm de enrocamento tipo rip-rap sob a
base na qual será lançado o espigão, sempre que a velocidade da corrente for maior
que 1 m/s.
Q1
d e = 0,855d 0 (4,17 + ln ) exp(0,0028α − 0,24k )
Q0
onde
Figura 68:Esquema de espigão feito com pilares de madeira, cravados no leito do rio em
linhas simples ou duplas (Petersen, 1981)
Figura 72: Espigão de Proteção, com retenção de material flutuante, Rio Arkansas
4.3 Diques
Os diques são estruturas paralelas ao sentido do escoamento, destinadas à proteção
das margens porém sem ser aplicados sobre elas. Os diques desviam o fluxo de forma
contínua, protegendo a margem ao mesmo tempo que definem um melhor traçado ao
canal, geralmente visando a navegação do trecho.
5 Referências Bibliográficas
[1] Maza Alvares, J.A., - Contribuicion al diseño de espigones – in XIV Congresso
Lation Americano de Hidráulica, Montevideo, 1990.
[3] Chang, Howard H.; - Fluvial Prcesses I River Engineering, John Wiley & Sons,
1986.
[4] Palermo, Marco A. – PHD-824 Obras Fluviais, Ataque de Margens por Ondas,
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1983
[6] Almeida, C. E; Oliveira Jr, Alírio C. – PHD-824 Obras Fluviais, Diferentes Tipos de
Espigões – Vantagens e Inconvenientes, 1984