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Tab. 3) Evolução da área plantada, produção e rendimento médio no Brasil (1996 – 2006)
Safra Área Plantada (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)
1997 66.162 2.717.965 41.781
1998 64.709 2.784.111 43.569
1999 66.112 3.305.053 50.356
2000 56.866 3.004.797 52.976
2001 57.660 3.103.293 53.982
2002 62.647 3.652.923 58.428
2003 63.611 3.708.602 58.423
2004 60.365 3.515.567 58.445
2005 60.001 3.431.428 57.234
2006 (*) 55.792 3.229.651 57.908
Fonte: IBGE (maio 2006).
Nos últimos 20 anos a produção total mundial duplicou e a produção per capita
aumentou 36 % no mesmo período, segundo dados da FAO.
Historicamente o consumo de tomate, em larga escala, é bastante recente. Até o
século XIX era considerado venenoso em quase toda a Europa. Somente na Turquia e na
Itália esta hortaliça era consumida normalmente. Esta característica é bastante comum em
solanáceas, pois muitas espécies desta família possuem característica de planta tóxica.
Como exemplo pode-se citar o mata-cavalo (S. aculeatissimum Jacq.) que ao ser consumido
por animais causa timpanismo, devido a acidez dos tecidos desta planta.
ORIGEM
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BOTÂNICA
Até a década de 1970, esta hortaliça era quase que totalmente oriunda de plantações
do Estado de São Paulo. Nos vinte anos compreendidos entre 1970 e 1990, a produção em
SC foi incrementada em 206 %, a produtividade aumentou 66 % e a área de plantio
aumentou 80 %. O principal fator que permitiu estes incrementos foi a definição de
materiais genéticos a serem cultivados em cada região. Ensaios realizados com diversas
cultivares e híbridos, definiram quais são os materiais mais adaptados às condições de SC.
Apesar da grande sensibilidade a pragas e doenças, atualmente estão disponíveis técnicas
de cultivo que garantem produtividades elevadas com retorno financeiro compensador.
Existem três regiões consideradas grandes produtoras de tomate em SC: Caçador,
Urubici, Grande Florianópolis (principalmente Santo Amaro da Imperatriz). A região de
Caçador e Lebon Régis é a principal região produtora do Estado e é uma das principais
regiões produtoras do Brasil. O cultivo do tomate é realizado na primavera-verão, iniciando
a produção de mudas em setembro e outubro e o término da colheita ocorre em março-abril.
A finalização da lavoura ocorre por excesso de doenças, reduzindo drasticamente a área
foliar, ou pela chegada da primeira onda de frio. O microclima desta região é ótimo para o
tomate, pois apresenta bom termoperiodismo, além de alta luminosidade (ausência de
neblina) durante a primavera e verão. Somente no município de Caçador cerca de 1400
famílias estão envolvidas com a produção de tomate. Para maioria destes produtores o
tomate é a maior fonte de renda da propriedade e a única hortaliça cultivada. Encontramos
desde pequenos produtores, de 0,5 ha, até grandes produtores com mais de 20 ha nesta
região. O inconveniente climático desta região é a precipitação elevada durante a primavera
e o verão, induzindo os agricultores a utilizarem grandes quantidades de agrotóxicos (entre
40 a 60 pulverizações durante o ciclo da planta).
A região de Urubici cultiva esta hortaliça na mesma época que a região de Caçador.
Apresenta temperaturas similares a primeira região, porém é uma região mais úmida e com
mais nebulosidade. As produtividades são menores e a aplicação de agrotóxicos tende a ser
maior. As áreas cultivadas em cada propriedade são menores do que em Caçador, e na
maioria das vezes, fazem parte de hortas intensivas onde o tomate é somente mais uma
entre diversas hortaliças cultivadas.
A região de Santo Amaro da Imperatriz cultiva o tomateiro nos meses de outono e
inverno. A produção das mudas se inicia em fevereiro-março e a colheita pode se estender
até os meses de agosto-setembro. A finalização da colheita se deve pelas altas temperaturas,
acima de 28 o C, que iniciam nesta época. Entretanto, em função dos melhores preços pagos
ao produtor e pela necessidade do plantio mais cedo do milho verde, o ciclo do tomate se
encerra nos meses de junho e julho nesta região. A produtividade média das lavouras é
menor do que nas duas regiões anteriores, principalmente porque as condições climáticas
(temperatura e luminosidade) neste período não são ideais para a cultura. A maior vantagem
do cultivo neste período do ano é o preço do produto, que geralmente alcança maiores
cotações no inverno.
Tabela 6) Preços Médios de tomate longa vida extra “AA” recebidos pelos agricultores,
segundo as principais praças de Santa Catarina - CX 20 a 23 Kg - Julho de 2009 a Dezembro de
2010 (R$)
O Tomate “Graúdo” possui diâmetro maior ou igual a 70mm, e recebe a denominação “Extra
AA” na cotação de preços da CEAGESP.
O Tomate “Médio” possui diâmetro maior ou igual a 50mm e menor que 69mm, e recebe a
denominação “Extra A” na cotação de preços da CEAGESP.
O Tomate “Miúdo” possui diâmetro maior que 40mm e menor que 49mm, e recebe a
denominação “Extra” na cotação de preços da CEAGESP.
Tab. 9) Preços médios pagos aos produtores de tomate de Santa Catarina (2001-2002)
Tab. 10) Relação entre processos fisiológicos do tomateiro e temperatura. As notas variam
de zero a 5, correspondendo respectivamente a 0 e 100 % de eficiência do processo
fisiológico. O símbolo (---) caracteriza a não ocorrência do processo .
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LUZ
ÁGUA
O tomateiro é uma planta herbácea com grande área foliar, portanto é uma planta
que murcha com facilidade. A maior necessidade de água da planta é durante as florações e
imediatamente após estas (fixação e crescimento dos frutos).
O efeito do murchamento é irreversível. Enquanto a planta está com déficit hídrico,
a fixação de CO2 é muito baixa, quase nula. Neste momento os estômatos se fecham e a
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IRRIGAÇÃO
Dois sistemas são os mais utilizados pelos produtores : inundação por sulcos e
gotejamento. O sistema de aspersão é pouquíssimo utilizado, pois cria um ambiente muito
favorável a doenças. Este tipo de irrigação só poderia ser utilizado em locais muito secos,
como ocorre com o tomate indústria no centro-oeste e nordeste do Brasil, ou em algumas
lavouras de tomate agroecológico, onde o ambiente é manejado para produzir plantas que
sejam mais resistentes a doenças.
A irrigação por sulcos é a mais barata, porém exige muita mão-de-obra e há um
grande desperdício de água (acima de 80 % de perdas da água de irrigação). Sempre haverá
um excesso de água no solo no início dos sulcos. Em função da grande quantidade de água
no solo, a umidade relativa do ar, em torno das plantas, aumenta muito, principalmente em
dias quentes de forte insolação. Analisando-se sob o aspecto fitossanitário, não é um bom
sistema de irrigação.
A irrigação por gotejamento é bem mais cara, mas oferece uma série de vantagens.
A eficiência do uso de água é a maior de todos os sistemas de irrigação conhecidos (acima
de 90 %). Todas as plantas recebem a mesma quantidade de água. Há possibilidade de
realizar fertilização conjuntamente com irrigação.
a) Grupo Santa Cruz : Este nome surgiu em função deste tipo de tomate ter sido
utilizado inicialmente na colônia japonesa de Santa Cruz, no estado do Rio de Janeiro, no
período entre 1935 a 1940. Os agricultores optaram por este tipo de tomate por ser mais
resistente ao manuseio. Os frutos são vermelhos, a polpa é espessa e rija, o formato é
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O mercado Brasileiro passou por uma substituição dos frutos tipo Santa Cruz para
os frutos do tipo Salada. O consumidor brasileiro sempre apresentou uma preferência por
frutos oblongos (Santa Cruz) e posteriormente frutos arredondados (Salada). Tentativas já
foram realizadas para comercialização de frutos alongados ou periformes, porém com
pouca aceitação pelo consumidor. Estas tentativas foram feitas com o objetivo de utilizar
algumas características das cultivares de tomate indústria para comércio in natura.
Algumas destas cultivares apresentam características desejáveis para uma considerável fatia
de mercado tais como polpa mais espessa e firme e sabor mais forte.
Atualmente estão surgindo cultivares de hábito indeterminado com frutos alongados
que apresentam esta característica. Estas cultivares estão sendo comercializadas
principalmente para restaurantes e para preparo caseiro de molhos. Este tipo de consumidor
exige que os frutos apresentem um melhor sabor, uma polpa mais consistente, sem se
importar com o formato dos frutos.
PROPAGAÇÃO
DENSIDADE DE PLANTAS
Os espaçamentos podem variar de 1,00 a 1,40 m entre linhas e de 0,30 a 0,70 entre
plantas em lavouras com tutoramento. Nestas lavouras as densidades variam entre 12 a 20
mil plantas por hectare. Em plantas rasteiras utilizam-se até 10 plantas por metro quadrado,
com 1,00 metro entre linhas e 0,20 m entre cada duas plantas na linha, alcançando 100 mil
plantas por hectare.
A densidade de plantas pode ser limitada em função do sistema de tutoramento. O
sistema tradicional de tutoramento permite utilizar uma menor distância entre filas (1,00 a
1,10m) mas exige uma maior distância entre plantas (0,70m), resultando em cerca de 13 mil
plantas por hectare. O sistema de tutoramento vertical exige um maior espaçamento entre
filas (1,40 m), mas permite um maior adensamento entre plantas na linha (0,50 m), em
função da maior aeração e luminosidade recebida pelas plantas. Nestas condições a
densidade final será de 14,2 mil plantas por hectare.
Na região de Caçador, a partir de meados da década de 1990, os agricultores
optaram por uma diminuição na densidade de plantas na tentativa de diminuir a ocorrência
de doenças. A distância de 0,50 m entre plantas foi aumentada para 0,70 m.
Em certas regiões do sul do Brasil (Santa Maria-RS) estão sendo usadas cultivares
de hábito determinado de crescimento, com porte baixo e ciclo curto, permitindo o
adensamento de até 0,30 m entre plantas, mas mantendo um mínimo de 1,00 m entre filas
de plantas (30 mil plantas/ha).
1) Sistema livre : Este sistema é utilizado somente para tomate indústria, porém
existem relatos de produtores agroecológicos que utilizam um sistema semelhante para
diminuir custos. Nas cultivares para industrialização as plantas crescem livremente,
prostradas no solo (decumbentes). Este sistema foi idealizado para que haja uma grande
redução nos custos com práticas culturais e uso de mão de obra, além de eliminar o custo
com o sistema de tutoramento. Esta redução se faz necessária em função do baixo valor do
tomate indústria, quando comparado com o tomate vendido no mercado. Algumas lavouras
deste tipo são totalmente mecanizadas, desde o plantio até a colheita. As plantas não são
podadas ou conduzidas.
arame, formando cerca de 70o de inclinação em relação ao solo e 90o em relação a linha de
plantas. A medida que a planta cresce, deve ser amarrada na taquara para que não caia ao
solo. As mudas são plantadas simetricamente nas duas filas, ou seja, para cada planta em
crescimento, sempre haverá uma outra planta crescendo na posição oposta, na fila ao lado.
Este arranjo faz com que haja um ambiente escuro e muito úmido entre as duas filas de
plantas que crescem sobre o mesmo tutor. Quanto maior for o crescimento das plantas,
maior será a umidade deste ambiente e menor a luminosidade. Este ambiente se torna
altamente favorável a ocorrência de doenças fúngicas de parte aérea, especialmente
requeima e pinte preta. Quando as plantas atingem cerca de 1,20 m de altura, não é mais
possível pulverizar na parte de dentro das linhas.
2.2) O sistema alternativo foi idealizado para aumentar a circulação de ar e permitir
maior entrada de luz entre a duas linhas de um mesmo tutor. Desta forma se torna possível a
redução de doenças. Apresenta poucas diferenças em relação ao sistema convencional. A
estrutura do tutor é a mesma, mudando-se somente o arranjo de plantas nas duas filas
sustentadas pelo tutor, bem como a colocação das taquaras. No sistema anterior uma muda
é plantada a cada 0,70 m. Neste sistema plantam-se duas mudas a cada 1,40 m. São
colocadas duas taquaras (uma para cada muda) e são dispostas inclinadas cerca de 45 o em
relação a linha de plantio e cerca de 70 o em relação ao solo. Na linha oposta as mudas são
plantadas alternadamente. Desta forma, não haverá uma planta crescendo exatamente na
frente da outra, criando aberturas ( em forma de ou ) para entrada de ar e luz. É
possível, por um período de tempo maior do que no sistema convencional, pulverizar a
parte interna das plantas. Este sistema já foi testado em Santa Catarina e a redução de
doenças foi facilmente verificada.
A densidade de plantas, bem como os gastos com materiais e mão-de-obra, são
iguais ao sistema convencional.
2.3) O sistema vertical, ou espaldeira, apresenta grandes diferenças em relação aos
dois sistemas anteriores. Foi idealizado para que todas as plantas recebam insolação dos
dois lados da linha, durante todo o ciclo de cultivo. A estrutura de palanques e fios é a
mesma do dois sistemas anteriores, mas somente uma fila de plantas é tutorada em cada fila
de tutor. As taquaras serão colocadas na vertical, e não em uma inclinação de 70 o. A
condução das plantas e os amarrios são realizados da mesma forma que os sistemas
anteriores. Neste sistema as plantas estão constantemente arejadas e recebendo luz dos dois
lados da fila, permitindo pulverizar todas as folhas da planta até o final do ciclo. A
incidência de doenças é menor do que nos dois sistemas anteriores. O número de palanques,
bem como a quantidade de fios utilizados neste sistema é o dobro dos sistemas anteriores.
Porém, pode-se substituir as taquaras por fios de polietileno. A densidade de plantas é
alterada, pois faz-se necessário aumentar a distância entre filas, e pode-se reduzir a
distância entre plantas. Apesar de ser um sitema mais caro do que o convencional, pode ser
mais econômico por permitir redução nos custos com agrotóxicos, principalmente a partir
do momento em que as plantas estão adultas, com o máximo de enfolhamento.
A extração de nutrientes, a cada 7 dias, pelo tomateiro pode ser verificada na tabela
7. Com estes dados é possível definir uma curva de absorção de nutrientes. Baseando-se no
comportamento desta curva, foi possível recomendar um programa de fertirrigação com 36
aplicações de nutrientes. Este trabalho resultou em uma redução de 8 para 3 mil quilos de
adubo utilizado por hectare. As plantas mostraram um crescimento inicial menor, com o
caule mais fino, com uma área foliar menor e sem redução na produtividade. O excesso de
nutrientes colocados no solo, antes do plantio das mudas, faz com que a planta apresente
um crescimento exagerado e desnecessário, não resultando em aumentos na produtividade.
Pode-se observar que para a maioria dos nutrientes há um crescimento da absorção
até 63 a 84 dias de vida das plantas, decrescendo após este período. Também podemos
observar na tabela 7 que a absorção máxima de um nutriente, em um período de uma
semana, é de 11 % do total absorvido durante o ciclo da planta. Este comportamento, em
uma planta com um ciclo de 4 meses ou mais, exige que o fornecimento de nutrientes seja
devidamente parcelado. O fornecimento de nutrientes concentrado em quatro aplicações,
como vem sendo realizado no sistema convencional, é visivelmente equivocado.
Tab. 12) Consumo de nutrientes, em percentagem, em relação ao conteúdo total, ao longo do ciclo da
cultura.
Nutrientes(%)
Dias N P K Ca Mg Fe Mn Zn Cu
7 4.4 4.1 3.3 4.1 5.6 7.2 3.4 5.3 1.4
14 1.7 1.8 1.6 1.4 1.9 1.6 1.8 1.8 0.7
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já foram citadas anteriormente. Este tutoramento aumenta os custos com moirões, fios de
arame e mão-de-obra. É mais caro, porém mais econômico, com uma excelente relação
custo benefício.
Cinco tipos diferentes de podas podem ser realizadas no tomateiro. Nem todas são
obrigatórias, e cada uma depende de determinadas condições para ser realizada. As
possíveis podas são: a) Formação, b) Desbrota, c) Ponteiro, d) Folhas, e) Frutos.
A poda de formação somente é realizada quando se deseja conduzir a planta com
duas hastes (dois caules). Este tipo de poda não deve ser realizada em cultivares que
apresentam pouco vigor vegetativo. A planta deve ser podada quando estiver com cerca de
0,40 m de altura. Corta-se o ápice da planta, forçando a formação de brotos laterais.
Escolhem-se dois brotos e estes são conduzidos pelo tutor. Esta poda tem a vantagem de
economizar mudas, pois pode-se manter 30 mil hastes produzindo em um hectare com
apenas 15 mil mudas. Porém, sabe-se que a segunda haste sempre é menos vigorosa e mais
tardia do que a primeira que se formou. Criam-se duas estruturas com vigor diferenciado,
logo as práticas culturais serão realizadas em momentos diferentes, aumentando a mão-de-
obra necessária. A produtividade da segunda haste tende a ser menor. Porém , esta tem sido
a prática mais utilizada pelos produtores.
A desbrota é a retirada dos brotos que surgem nas axilas das folhas. O tomateiro
emite estes brotos constantemente. Cada broto tem condição de formar uma estrutura igual
a planta mãe. Caso não sejam retirados, a planta se tornará um emaranhado de folhas e
ramos, impedindo qualquer manejo da planta. Cada axila de folha lança somente um broto
que, quando retirado, não emite nova brotação. Os brotos devem ser retirados quando estão
pequenos, com um a dois centímetros de comprimento. Recomenda-se que esta atividade
seja realizada uma vez por semana, no mínimo. Quanto mais tarde forem retirados, maior
será o prejuízo para a planta, tanto pelo gasto na produção do broto, como pela lesão
causada pela retirada. O broto deve ser quebrado usando-se os dedos, sem cortar com as
unhas. A região do corte secreta seiva, que não deve entrar em contato com os dedos ou
unhas, ou com qualquer outro material cortante (tesoura, canivete) pois permitiria a
transmissão de viroses de uma planta para outra. As cultivares de crescimento
indeterminado são as que mais emitem brotos. Nas cultivares de crescimento determinado a
emissão é pequena e o manejo destas plantas, mesmo que para produção de frutos para o
mercado, é realizado sem a necessidade de desbrotas.
A poda do ponteiro da planta é realizada somente em plantas de hábito
indeterminado de crescimento. É realizada a fim de paralisar o crescimento da planta em
uma determinada altura, geralmente entre 1,60 a 2,50 m de altura. Caso isto não seja feito o
tomateiro continuará crescendo até quando as condições climáticas permitirem. Nas
lavouras de verão, nas regiões altas do sul do Brasil, as baixas temperaturas, que deverão
ocorrer no final de março ou começo de abril, irão finalizar o ciclo da planta. No litoral o
calor de outubro também vai forçar a planta a finalizar seu ciclo. No momento que este
ciclo termina, é possível que haja uma última penca de frutos, na parte superior da planta,
não totalmente formados. A poda do ponteiro é realizada para se evitar a perda destes
frutos. Retirando-se o ponteiro, retira-se a dominância apical (produção de auxina), e como
conseqüência teremos a aceleração de todos os processos fisiológicos situados abaixo do
corte, incluindo a maturação dos frutos.
A poda das folhas é realizada com objetivo fitossanitário. Após a colheita de todos
os frutos de um cacho, as folhas situadas abaixo deste cacho não teriam mais função, pois
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elas estariam ali somente para nutrir os frutos já colhidos. Portanto estas folhas poderiam
ser retiradas, pois são as mais suscetíveis a doenças, por serem mais velhas, podendo
transmitir doenças para as demais folhas da planta. A retirada destas folhas baixeiras
também favorece a circular de ar na superfície do solo. A umidade do solo em muito
contribui para aumento do Período de Molhamento Foliar (PMF). A redução desta umidade
poderia diminuir a ocorrência de doenças. Porém, não existe um consenso em relação ao
fato de que estas folhas não estariam nutrindo frutos situados mais acima dos frutos já
colhidos. Portanto, a recomendação que se faz para esta técnica é a seguinte: podar as
folhas somente se elas apresentarem sintomas iniciais de doenças ou perda da cor verde
(não estariam mais fotossinteticamente ativas).
A poda de frutos é realizada somente em algumas poucas cultivares que apresentam
muitos frutos em um mesmo cacho e a competição entre frutos produziria frutos pequenos,
de baixo valor comercial. Nestes casos a pode deve ser realizada logo após a floração,
quando a planta define quantos frutos serão produzidos em cada cacho, e cada fruto
apresenta-se com menos de um cm de diâmetro.
DOENÇAS e PRAGAS