Vous êtes sur la page 1sur 30

Padrão de Atendimento Clínico São Leopoldo Mandic

Profa. Juliana C. Ramacciato


Prof. Rogério H.L. Motta
Profa. Fernanda L. Cunha

A Anestesiologia e a Terapêutica Medicamentosa têm um papel fundamental


na Odontologia como coadjuvante dos procedimentos clínicos, atuando para
propiciar conforto e segurança para o paciente. O conhecimento destas disciplinas
visa não somente utilizar protocolos medicamentosos que gerem benefícios durante
o atendimento, mas também avaliar e evitar possíveis interações medicamentosas,
complicações, situações de emergências e reações indesejáveis (Ramacciato &
Motta, 2011).
Desta forma, as Disciplinas de Anestesiologia e Terapêutica Medicamentosa,
em acordo com a disciplina de Emergências Médicas desta Instituição de Ensino
Superior (IES), padronizaram recomendações para conduta clínica prévia ao
atendimento, técnicas anestésicas a serem executadas, bem como a escolha das
soluções anestésicas segundo as características do procedimento clínico,
anamnese e histórico de saúde do paciente. Também foram estabelecidos os
protocolos farmacológicos embasados na literatura e suas indicações nas mais
variadas situações clínicas quando o uso de medicamentos se faz necessário.
Neste material será apresentado um resumo das principais técnicas
anestésicas preconizadas e seus itens de segurança, doses máximas de anestésico
local a serem respeitadas e soluções anestésicas comerciais aceitas para atividade
clínica nesta IES. Também serão abordadas situações clínicas com indicações
medicamentosas bem como os protocolos medicamentosos indicados,
acompanhado de normas para prescrição de medicamentos em odontologia.
Lembramos que é preconizado nesta IES o uso racional de medicamentos, o
qual segundo a OMS é caracterizado quando os pacientes recebem os
medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas
necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo
possível para eles e sua comunidade (OMS, Conferência Mundial Sobre Uso
Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985).
Diante deste conceito, é válido ressaltar a importância da realização de uma
anamnese adequada, assim como a avaliação dos sinais vitais, principalmente a
aferição da pressão arterial e alguns outros parâmetros vitais, somados à análise de
exames complementares para correto estabelecimento da conduta anestésica e
terapêutica. Além disso, atenção especial deve ser dada aos medicamentos e/ou
drogas lícitas ou ilícitas que o paciente já faça uso para evitar possíveis interações
medicamentosas indesejáveis. Caso seja necessária literatura científica para
consulta, entre em contato com os Professores da Disciplina.

Conduta Prévia ao atendimento


Os exames laboratoriais são um dos artifícios mais usados pela medicina
moderna na busca e auxílio em diagnósticos. Os exames de sangue, também
chamados de análises sanguíneas, fazem parte de um grupo de exames
complementares usados por todas as especialidades médicas. O cirurgião-dentista
em muitas situações clínicas também pode e deve utilizar estes exames na rotina do
dia-a-dia na clínica odontológica.
Desta forma, também será disponibilizado outro material pela IES no qual são
apresentados os exames complementares mais relevantes para a clínica
odontológica. A importância destes exames recai tanto sobre a prevenção de riscos
e complicações no decorrer do procedimento clínico, quanto no aspecto do cirurgião
dentista exercer seu papel de profissional de saúde.
Os exames laboratoriais que serão requisitados obrigatoriamente para
procedimentos mais invasivos envolvendo as especialidades de Cirurgia,
Endodontia, Implantodontia e Periodontia são:
HEMOGRAMA
GLICEMIA em jejum
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
GLICOSÍMETRO – DEXTRO, glicemia capilar
EXAME DE URINA tipo I
VHS
PCR
RNI* - apenas para pacientes anticoagulados

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 2


Além destes exames, também será exigido para qualquer atividade clínica na
IES, a aferição e registro, em TODAS as sessões de atendimento, da pressão
arterial e da oximetria de pulso (saturação de oxigênio e freqüência cardíaca) no
prontuário clínico do paciente, independente da invasividade do tratamento.
É valido ressaltar que a partir de abril de 2012 este protocolo será obrigatório
para o atendimento de pacientes na IES.

Anestesiologia
O cirurgião-dentista deve ter sempre em mente que o paciente não pode
sentir dor, sobretudo quando se depara com a possibilidade de emergências
médicas. O controle da dor intra-operatória é fundamental para evitar, por exemplo,
episódios de angina, crises de asma e ocorrência de infarto. A seleção correta e o
uso de doses seguras das soluções anestésicas locais previnem outras
modalidades de emergências, como crises hipertensivas, reações alérgicas e
acidentes vasculares, quando se torna importantíssima também a escolha de um
vasoconstritor adequado (Ramacciato et al., 2007).
Desta forma, é importante que o profissional se familiarize com
nomenclaturas oficiais de vasoconstritores, que segundo a Denominação Comum
Brasileira, desde 2005, são:
1. ADRENALINA = EPINEFRINA
2. NORADRENALINA = NOREPINEFRINA
3. LEVONORDEFRINA = CORBADRINA
4. FENILEFRINA
5. FELIPRESSINA (OCTAPRESSIN® - nome comercial associado a marca
Citanest®)

As soluções anestésicas recomendadas para as atividades clínicas na IES


são PRINCIPALMENTE:
LIDOCAÍNA 2% COM EPINEFRINA 1:100.000
PRILOCAÍNA 3% COM FELIPRESSINA 0,03UI/mL
Também podem ser utilizados os sais anestésicos: ARTICAÍNA 4% e
MEPIVACAÍNA 2%, ambos associados à EPINEFRINA 1:100.000.
Ressalta-se que a ARTICAÍNA associada à EPINEFRINA 1:100.000 ou
1:200.000, deve ser utilizada PREFERENCIALMENTE para técnicas infiltrativas

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 3


devido a relatos freqüentes na literatura de PARESTESIA associada ao uso desta
solução em técnica de bloqueio, especialmente do Nervo Alveolar Inferior.
A solução de BUPIVACAÍNA 0,5% COM EPINEFRINA 1:200.000, pode ser
utilizada quando se justificar um procedimento de longa duração, não havendo
aplicabilidade clínica em procedimentos de rotina ou na Odontopediatria.
Os vasoconstritores NOREPINEFRINA (noradrenalina), CORBADRINA
(levonordefrina) e FENILEFRINA estão PROIBIDOS para as atividades clínicas na
IES. As anestesias tronculares, principalmente do Nervo Alveolar Inferior e Lingual,
devem ser realizadas EXCLUSIVAMENTE com AGULHAS LONGAS 27G, evitando-
se fratura, além de garantir um maior sucesso de técnica e o mais importante,
favorecer a eficiência na aspiração (Manual de Anestesia Local, Malamed, 2005).
Também se enquadram nesta recomendação as técnicas de bloqueio do nervo
Infra-Orbital, Mentual e Nervo Alveolar Superior Posterior (NASP).
Diante de algumas intercorrências clínicas, também é recomendação deste
Manual que NÃO se realize anestesias intrapulpares de forma rotineira, dando
preferência para outras formas de anestesia complementar, como por exemplo, o
uso da articaína em anestesia infiltrativa na região tratada, a anestesia
intraligamentar ou a técnica intra-óssea.

Técnicas Anestésicas
A anestesia odontológica pode ser dividida em anestesia infiltrativa (ou
terminal ou periférica) e troncular (ou regional ou de bloqueio ou de condução). A
técnica infiltrativa é aquela na qual a solução anestésica é depositada ao redor de
terminações nervosas sensitivas periféricas, promovendo anestesia de uma
pequena área (onde origina a sensibilidade conduzida pela terminação nervosa). Na
técnica troncular a solução anestésica é aplicada a um tronco nervoso antes do
mesmo dividir-se em ramos menores, com essas técnicas consegue-se anestesia
de uma área e duração maior.
Ressalta-se que as seringas Carpules recomendadas para uso na IES são
apenas as que apresentam dispositivos de ASPIRAÇÃO.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 4


Infiltrativa
Pode ser dividida em: mucosa superficial, submucosa, subperióstica,
intraligamentosa (ou intraligamentar, ou peridentária ou intra-articular), intrapulpar e
intra-óssea.

Mucosa superficial – TÓPICA


Em seus estudos, Meechan (2008) cita que há dois aspectos fundamentais
da anestesia local que podem gerar um quadro de desconforto, a inserção da
agulha (punção) e a velocidade de injeção da solução anestésica. Desta forma, a
aplicação de anestésicos tópicos intra-orais tem sido comumente utilizada para
reduzir a dor relacionada à punção, contribuindo para o conforto e redução de
ansiedade do paciente.
Existem várias opções de anestésicos tópicos no mercado, entretanto as
principais formulações são:

• benzocaína 20% - grupo éster – maior possibilidade de complicações como


sobredosagem, alergia e metemoglobinemia.
• lidocaína 5% - grupo amida
• lidocaína 10% - grupo amida - spray

Na técnica de anestesia tópica, a pomada anestésica é colocada diretamente


em contato com a mucosa, produzindo anestesia superficial apenas neste local. É
utilizada antes da realização de outras técnicas, para evitar a dor da punção
("picada") da agulha.

- Material utilizado: gaze estéril, "cotonete" (ou algodão e pinça clínica) e


anestésico tópico (gel, pomada ou solução).
- Técnica: passar uma gaze estéril onde será feita a punção (para a secagem da
mucosa e remoção do maior número possível de microrganismos do local onde será
feita a punção). Colocar uma pequena porção (0,5 cm ou menos) de anestésico
tópico no cotonete ou "bolinha" de algodão, e aplicá-lo por 2 minutos sobre o local
da punção.
* Ao usar a forma de solução em spray, colocar uma gaze próxima ao local
onde será depositado o anestésico para evitar que o mesmo escorra em direção à

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 5


garganta do paciente. Para evitar esse tipo de acidente e delimitar melhor a área de
anestesia é preferível colocar o anestésico em uma bolinha de algodão e posicionar
a mesma em contato com a mucosa, ao invés de aplicar o jato diretamente na boca.
Deve-se sempre lavar a região para remover resíduos do anestésico tópico evitando
ulcerações e necrose superficial.

Submucosa
Nesta técnica a solução anestésica é depositada logo abaixo da mucosa,
acima do periósteo, ou seja, na região de submucosa, abolindo a sensibilidade dos
tecidos moles (mucosa e submucosa) ao redor da área na qual o anestésico foi
injetado. Técnica freqüentemente utilizada como complementar ao procedimento
anestésico principal, por exemplo na palatina do dente a ser tratado e também para
remoção de lesões em tecido moles.

- Material utilizado: seringa Carpule, tubete anestésico e agulha curta 30G (além
do material para a técnica infiltrativa mucosa superficial, que deve ser realizada
previamente).
- Técnica: introduzir a agulha (cerca de 0,5 a 1,0 cm) na região a ser anestesiada e
administrar lentamente a solução (normalmente para essa técnica é suficiente 0,5
tubete).
Na região palatina: por ser uma área reconhecidamente dolorida para a
técnica anestésica, recomenda-se que com a ponta do dedo seja comprimida a
mucosa palatina junto à área a ser anestesiada, produzindo uma isquemia na
região. Esta isquemia faz com que a injeção do anestésico seja menos dolorosa.
Introduzir a agulha, cerca de 1 cm acima do colo do dente a ser tratado. Injetar
lentamente de 1/4 a 1/3 do tubete.
É importante não exceder esse volume, pois a mucosa palatina é muito
fibrosa e o vasoconstritor presente na solução anestésica pode causar necrose da
região, especialmente no caso das aminas simpatomiméticas.

Subperióstica (“Inflitrativa vestibular”)


É a técnica mais utilizada na maxila, quando se deseja intervir em 1 ou 2
dentes. Nesta técnica, a solução é aplicada entre o osso e o periósteo, de onde se
difunde para as terminações nervosas, promovendo uma anestesia efetiva do osso,

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 6


periósteo, dente e tecidos moles, permitindo assim a realização dos procedimentos
odontológicos.
Na mandíbula, onde o osso é compacto (ao contrário da maxila, formada por
osso esponjoso), esta técnica só pode ser usada em crianças na dentição decídua e
nos dentes anteriores (incisivos) em pacientes adultos. Exceção à esta regra pode
ser feita com a solução de ARTICAÍNA 4% associada a epinefrina 1:100.000 ou
1:200.000, a qual tem demonstrado em vários estudos ser eficiente em infiltrativas
para dentes posteriores da mandíbula, principalmente em dentes com pulpite para
complementação de anestesia de bloqueio do N. Alveolar Inferior realizada
previamente com a Lidocaína, Mepivacaína ou Prilocaína associadas a
vasoconstritores.

- Área anestesiada: dente, osso e periósteo vestibular e palatino, mucosa e


submucosa vestibulares. A mucosa e submucosa palatinas não são anestesiadas -
usar complementação.
- Instrumental: seringa Carpule, 1 tubete anestésico e agulha curta 30G (além do
material para a técnica infiltrativa mucosa superficial, que deve ser realizada
previamente).
- Pontos de referência: fórnix (fundo se sulco vestibular).
- Técnica: o ponto de punção situa-se no fórnix em direção ao lábio ou bochecha,
na região compreendida entre duas raízes (correspondentes aos dentes que se quer
anestesiar). Pode-se também realizar a técnica na direção do dente a ser
anestesiado. Deve-se evitar a punção em locais de inserção muscular, como freios
e bridas.
Estando o paciente com a boca entreaberta, afastar o lábio/bochecha,
introduzir a agulha ± 2mm para fora do sulco vestibular (em direção à bochecha),
com angulação de 450 em relação à vestibular do dente, com o bisel voltado para a
coroa do mesmo, até encontrar resistência óssea. A profundidade de introdução da
agulha é de 1 a 1,5 cm, devendo o bisel ficar na altura do ápice do dente a ser
anestesiado para que um volume suficiente do anestésico chegue a este local por
difusão.
Deixar sempre uma parte da agulha (limite de segurança ± 2 a 3mm) para
fora dos tecidos e, após aspirara, injetar o anestésico lentamente. Em pacientes
pediátricos o ideal é não tocar o periósteo, pois mesmo com injeção lenta, pode

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 7


haver maior sensibilidade nestes pacientes. Nestes casos a melhor posição da
agulha é paralela ao longo eixo do dente.

Anestesia dos nervos Alveolar Inferior, Lingual e Bucal - Técnica Clássica


Usada quando se deseja intervir na região de molares inferiores, mesmo que
um único dente ou quando se necessita anestesiar vários dentes de uma hemi-
arcada da mandíbula, sendo um destes um molar inferior.
- Áreas anestesiadas: dentes de ICI a 3o MI (considerar a possibilidade de
sobreposição de inervação pelo nervo do lado oposto); osso e periósteo vestibular e
lingual da região acima; mucosa e submucosa lingual da região acima; 2/3
anteriores da língua; mucosa vestibular da região de ICI a 2o PMI (considerar a
possibilidade de sobreposição de inervação pelo nervo do lado oposto); hemi-lábio
inferior.
- Instrumental: seringa Carpule com dispositivo de aspiração, 1 tubete anestésico e
AGULHA LONGA 27G (além do material para a técnica infiltrativa mucosa
superficial, que deve ser realizada previamente).
- Pontos de referência: incisuras sigmóide e coronóide, face oclusal dos MIs do
lado a ser anestesiado; fossa retromolar; prega ptérigomandibular; face oclusal dos
PMIs do lado oposto ao que será anestesiado ou comissura labial do lado oposto;
dedo indicador do dentista; borda inferior da mandíbula e borda posterior do ramo
da mandíbula.
- Localização do forame mandibular: na intersecção de duas linhas, uma ligando
a incisura sigmóide à borda inferior da mandíbula e outra ligando a incisura
coronóide à borda posterior do ramo da mandíbula. O forame mandibular localiza-
se, geralmente, na intersecção destas duas linhas.
- Ponto de punção: colocar o dedo indicador paralelo (apoiado) à face oclusal dos
MIs do lado a ser anestesiado, com a unha voltada para o plano sagital mediano (a
ponta do dedo deve ficar na região do trígono retromolar). A seguir, traçar uma linha
imaginária que vai da inserção superior da unha até a prega ptérigomandibular. O
ponto de punção encontra-se sobre esta linha, cerca de 2 a 3mm antes da prega
ptérigomandibular, ou seja, em direção à bochecha. Quando o lado a ser
anestesiado for o esquerdo, pode-se contornar a cabeça do paciente com a mão
esquerda (para os destros) e usar o polegar ao invés do dedo indicador. Ao utilizar o
polegar como referência, o ponto de punção deverá ser feito na altura do meio da

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 8


unha. Baseando-se nestas referências, o ponto de punção situa-se ao redor de 1 a
1,5cm acima da linha oclusal dos molares inferiores.
- Técnica: estando o paciente com a boca bem aberta, apoiar o corpo da seringa
nos PMIs do lado oposto ao que será anestesiado ou na comissura labial do lado
oposto, na ausência destes, e introduzir a agulha no ponto de punção já descrito,
com o bisel voltado para o osso, ou seja, voltado para a bochecha. Introduzir a
agulha até encontrar resistência óssea e retirá-la cerca de 1 mm. Nesta técnica a
agulha penetra cerca de 25 mm. Nesse local faz-se a aspiração. Se a aspiração for
negativa (não entrar sangue no tubete ou entrar uma bolha de ar), injetar lentamente
um terço do tubete e fazer nova aspiração. Se a aspiração for negativa, injetar o
segundo terço do tubete. Repetir novamente a aspiração e, se negativa, injetar o
restante do tubete. Se a aspiração for positiva (entrar sangue no tubete), retirar
quase toda a agulha para fora dos tecidos e redirecioná-la. Fazer nova aspiração e
só injetar o anestésico após a obtenção de aspiração negativa.
Com a técnica clássica do Alveolar Inferior e Lingual, não conseguimos
anestesiar a mucosa vestibular de 1o MI a 3o MI, região inervada pelo NERVO
BUCAL. Quando a anestesia desta região se faz necessária, podemos realizá-la na
região do trígono retromolar ou abaixo da saída do ducto parotídeo ou ainda no
fórnix (fundo de sulco vestibular), na direção da face distal do último molar da
mandíbula.

O melhor local para esta complemantação é a região do trígono retromolar:


- Instrumental: seringa Carpule, tubete anestésico e agulha curta.
- Ponto de punção: região do trígono retromolar atrás do último molar da
mandíbula.
- Técnica: afastar a bochecha do paciente e com a agulha paralela à face oclusal
dos molares inferiores, introduzir a mesma no ponto de punção descrito acima,
mantendo o bisel voltado para o osso. A agulha deve penetrar de 2 a 4 mm. Aspirar
e injetar cerca de 1/2 tubete lentamente.

Para a anestesia de molares inferiores, exceto para procedimentos em


tecidos moles, é INACEITÁVEL a anestesia infiltrativa, sendo preconizada a Técnica
Clássica do Nervo Alveolar inferior e Lingual com complementação do nervo Bucal.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 9


Exceção à esta regra pode ser feita a solução de ARTICAÍNA 4% associada
a epinefrina 1:100.000, a qual tem demonstrado em vários estudos ser eficiente em
infiltrativas para dentes posteriores da mandíbula, principalmente em dentes com
pulpite para complementação de anestesia de bloqueio do N. Alveolar Inferior.

Soluções Anestésicas e Doses Máximas


Todos os agentes anestésicos locais disponíveis na forma injetável no Brasil
pertencem ao grupo amida que raramente provoca reações alérgicas. Os raros
casos de alergia estão possivelmente relacionadas aos conservantes ou
antioxidantes adicionados às soluções, como o bissulfito e o metilparabeno.
A formulação das soluções anestésicas, para uso odontológico em tubetes
normalmente é composta pelo sal anestésico (cloridrato) associado ou não a
vasoconstritores, dissolvidos em um veículo (água estéril). Naquelas soluções com
vasoconstritores simpatomiméticos são adicionados antioxidantes, principalmente
os bissulfitos de sódio ou potássio.
Os sais anestésicos exercem o efeito farmacológico reduzindo a transmissão
de impulsos dolorosos através de interferência nos mecanismos normais de
despolarização da membrana. A ligação a receptores específicos localizados na
membrana nervosa, mais especificamente nos canais de sódio, resulta em redução
ou bloqueio da permeabilidade e do influxo deste íon e, assim, a condução nervosa.
Os principais sais disponíveis no Brasil são a lidocaína, a prilocaína, a
mepivacaína, a articaína, todos de duração intermediária quando associados a
vasoconstritores, além da bupivacaína, único sal anestésico disponível em tubetes
odontológicos de longa duração.
Todos os sais anestésicos locais apresentam algum grau de atividade
vasodilatadora, influenciando na duração do efeito anestésico. Quanto mais
significativa for essa atividade, mais rápido o anestésico será retirado do local
anestesiado, reduzindo a duração anestésica, aumentando a possibilidade de
injeções repetidas e elevando o nível sangüíneo do composto, o que pode elevar o
risco de atingir superdosagem.
Desta forma, a associação aos vasoconstritores compensa a atividade
vasodilatadora, aumentando a segurança do anestésico local, além de outras
vantagens clínicas. Estes agentes aumentam a duração e a qualidade da anestesia,
diminuindo os níveis plasmáticos e, conseqüentemente, a probabilidade de efeitos

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 10


sistêmicos adversos e toxicidade. Além disso, reduzem a concentração necessária
para anestesia adequada e controlam a hemorragia durante procedimentos
cirúrgicos.
Dos sais anestésicos disponíveis no mercado brasileiro sem a associação a
vasoconstritores, a mepivacaína é o sal que possui menor atividade vasodilatadora,
podendo ser utilizada clinicamente em procedimentos de curta duração e sem
necessidade de hemostasia (tempo de anestesia pulpar de 20 à 40 minutos) na
concentração de 3% sem vasoconstritor, lembrando sempre do maior risco de
sobredosagem em injeções repetidas. Portanto deve ser evitado o uso desta
solução anestésica, especialmente em crianças.
Existem dois tipos de vasoconstritores que se diferenciam pelo mecanismo e
local de ação, as aminas simpatomiméticas e a felipressina. As AMINAS
SIMPATOMIMÉTICAS atuam em receptores adrenérgicos nas paredes dos vasos
(arterial e venoso) provocando vasoconstrição intensa, enquanto a FELIPRESSINA
(ou Octapressin®) atua diretamente no músculo vascular, principalmente no lado
venoso e não no arterial, o que pode explicar o pior controle de sangramento em
cirurgias quando este vasoconstritor é utilizado.
A ADRENALINA ou EPINEFRINA é o mais potente e eficiente vasoconstritor
utilizado em Odontologia, NÃO SÃO ACEITOS OUTROS VASOCONSTRITORES
DO GRUPO (noradrenalina/norepinefrina, fenilefrina e levonordefrina/corbadrina).
Pacientes saudáveis toleram bem os aumentos de adrenalina no plasma, mas o
mesmo pode não ocorrer em pacientes com problemas cardiovasculares. Para
minimizar o risco de reações adversas deve-se optar por soluções que contenham o
vasoconstritor na menor concentração e que produzam a mesma qualidade de
anestesia (1:100.000 ou 1:200.000). SEMPRE LIMITAR A DOSE ao mínimo de
tubetes, REALIZAR ASPIRAÇÃO PRÉVIA E INJEÇÃO LENTA.
A FELIPRESSINA (Prilocaína 3% associada a felipressina 0,03UI/ml) por
não causar os efeitos adversos cardiovasculares comuns às aminas
simpatomiméticas, torna-se uma ótima opção terapêutica para pacientes
cardiopatas ou hipertensos e diabéticos, principalmente não compensados.
Ressalta-se que este vasoconstritor (FELIPRESSINA) NÃO é recomendado em
GESTANTES.
No Brasil, estima-se que são usados cerca de 250 milhões de tubetes
anestésicos por ano. O baixo número de reações adversas relatadas em relação à

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 11


quantidade de tubetes utilizados reflete a grande segurança clínica destas drogas
quando utilizadas corretamente, isto é, respeitando as doses máximas para cada
paciente dentro de parâmetros necessários para uma anestesia eficaz.
De qualquer forma, os anestésicos devem ser sempre escolhidos de acordo
com a história médica do paciente, com o tempo de duração do tratamento e a
necessidade de hemostasia. O cirurgião-dentista que restringe sua prática a uma só
solução anestésica ou uma só técnica anestésica não estará proporcionando
atendimento de qualidade para seus pacientes.
No Quadro 1 apresentamos as soluções anestésicas disponíveis no mercado,
mostrando as combinações entre sais e vasoconstritores, e suas indicações e
contra-indicações.
Quadro 1 - Soluções anestésicas disponíveis no mercado

Sal Anestésico Vasoconstritor Nome Comercial Indicação


INDICADO PARA A MAIORIA
DOS PACIENTES
®
Epinefrina 1:100.000 Alphacaine 100
Lidocaína 2% ®
Epinefrina 1:200.000 Alphacaine 200 * Pacientes “especiais”
Máximo 2 tubetes
*Máximo 4 tubetes
®
Lidocaína 2% Epinefrina 1:50.000 Alphacaine 50 EVITAR
®
Lidocaína 2% Fenilefrina 1:2500 Novocol EVITAR
® ®
Lidocaína 2% Noradrenalina 1:50.000 Xylestesin , Lidostesin EVITAR
®
Lidocaína 3% Noradrenalina 1:50.000 Lidostesin EVITAR
® ®
Lidocaína 2% Sem vasoconstritor Xylestesin , Lidostesin EVITAR
INDICADO:
Asmáticos
Usuários de drogas
® ® ®
Prilocaína 3% Felipressina 0,03UI/mL Citanest , Prilonest , Citocaína Pacientes não compensados
EVITAR:
Grávidas, Anêmicos
Insuficiência Respiratória
INDICADO PARA A MAIORIA
DOS PACIENTES
® ®
Mepivacaína 2% Adrenalina 1:100.000 MepiAdre , Mepivalem AD
EVITAR:
Grávidas, Crianças
®
Mepivacaína 2% Noradrenalina 1:100.000 MepiNor EVITAR
Procedimentos curtos,
indicada raramente
® ®
Mepivacaína 3% Sem vasoconstritor Mepi SV , Mepivalem SV
EVITAR:
Grávidas
Crianças

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 12


Sal Anestésico Vasoconstritor Nome Comercial Indicação
INDICADO:
Procedimentos longos,
®
Bupivacaína 0,5% Epinefrina 1:200.000 Neocaína normalmente cirúrgicos
EVITAR:
Grávidas,Crianças
INDICADO:
Dentes ou Situações de difícil
®
Epinefrina 1:100.000 Articaine100 anestesia
Articaína 4% ®
Epinefrina 1:200.000 Articaine200 CUIDADO:
Dose máxima em crianças

Alguns fatores podem afetar a profundidade e a duração da anestesia. Embora


óbvio, o clínico não pode deixar de considerar a possibilidade da variação individual
na resposta ao anestésico (bem como a qualquer outra droga!). Além disso, deve
observar as variações anatômicas e modificar a técnica anestésica para conseguir o
melhor efeito. O pH, bem como a vascularização, do local da injeção podem
interferir enormemente com o resultado final. Assim, a solução anestésica
depositada em tecidos com o pH baixo, como abscessos ou inflamações, por
exemplo, ou em áreas mais vascularizadas, podem reduzir o tempo de
anestesia ou simplesmente não promover a anestesia. A competência na
administração da droga é igualmente importante, devendo a técnica ser sempre
executada corretamente. O tipo de injeção anestésica, infiltração ou bloqueio,
também afeta a profundidade e a duração da anestesia.
A ansiedade, medo e estresse também afetam o limiar de dor e portanto o
sucesso e qualidade anestésica. Assim métodos de sedação são altamente
recomendáveis em odontologia.
A aspiração prévia é ESSENCIAL e OBRIGATÓRIA para garantir segurança
ao procedimento da anestesia local odontológica. Sem este procedimento o clínico
poderá injetar inadvertidamente a solução anestésica para diretamente na
circulação sangüínea do paciente, causando a falha na anestesia e possibilitando o
aparecimento de efeitos adversos sistêmicos. Além disso, a velocidade de injeção
deve ser sempre LENTA (1 mL/min, ou seja, entre 1,5 a 2,0 min para injetar 1
tubete) garantindo um maior conforto (distende menos os tecidos) e segurança.
As doses máximas admitidas para a anestesia odontológica em pacientes
saudáveis são calculadas em função da concentração do sal anestésico. O Quadro
2 apresenta as doses máximas para cada sal anestésico.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 13


Quadro 2 – Doses máximas de sais anestésicos recomendadas em
Odontologia.

QUANTIDADE DE TUBETES
SAL ANESTÉSICO DOSES MÁXIMAS
PERMITIDA
ADULTO (70kg) = 8 tubetes
LIDOCAÍNA E ADULTOS E CRIANÇAS
MEPIVACAÍNA A 2% 4,4 mg/kg
*CRIANÇAS = 1 tubete/10kg de peso
ADULTO (70kg) = 5 ½ tubetes
LIDOCAÍNA** ADULTOS E CRIANÇAS
E MEPIVACAÍNA A 3% 4,4 mg/kg
CRIANÇAS = ½ tubete/10kg de peso

ADULTO (70kg) = 7 ½ tubetes


ADULTOS E CRIANÇAS
PRILOCAÍNA A 3%
6 mg/kg
CRIANÇAS = 1 tubete/10kg de peso

BUPIVACAÍNA A 0,5%*** ADULTOS = 1,3 mg/kg ADULTO (70kg) = 10 tubetes

ADULTOS = 7 mg/kg ADULTO (70kg) = 7 tubetes


ARTICAÍNA A 4%
2
CRIANÇAS = 5 mg/kg (4 a 12 anos) CRIANÇAS = /3 tubete/10kg de peso
* - A dose máxima para a criança nunca deve ultrapassar a de um adulto
** - Não existe razão para o uso da lidocaína a 3%. Esta concentração é mais
tóxica e não mais efetiva.
*** - A bupivacaína não deve ser utilizada em crianças menores do que 12 anos

Caso não sejam respeitadas as doses máximas poderão ocorrer efeitos


adversos sérios sobre os sistema nervoso central (Convulsão e depressão
generalizada) e cardiovascular (parada cardiorrespiratória).

EXEMPLO PARA CÁLCULO:


Paciente de 20kg

Lidocaína 2%  2g -------- 100ml  2000mg ---------- 100ml  20mg/ml

1 tubete = 1,8ml logo em cada tubete 2% temos 36mg de sal (Lidocaína)

Dose máxima para Lidocaína = 4,4mg/kg  20kg = 88mg

88mg (dose teto para este peso) / 36mg (dose de Lidocaína/tubete) = 2,4 tubetes

Logo, para um paciente de 20kg podemos utilizar com segurança cerca de 2


tubetes, quando associado a vasoconstritor, pois soluções sem vaso são absorvidas
mais rapidamente e mais tóxicas.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 14


Terapêutica Medicamentosa

Normas de Receituário e Genéricos


A PRESCRIÇÃO é o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo
paciente, com a respectiva posologia (dose, freqüência de administração e duração
do tratamento), e este ato é expresso mediante a elaboração de uma “RECEITA
MÉDICA.” Política Nacional de medicamentos, Portaria nº 3.916/98.

• O CD deve estar apto a prescrever corretamente, obedecendo às normas


ditadas pela Legislação vigente (Decreto no 793 – 5/04/1993).
• Abolir prescrições verbais
• Prescrição escrita de medicamento, quer seja de formulação magistral ou de
produto industrializado, contendo orientação de uso para o paciente, feita em
talonário próprio de profissionais habilitados (ANVISA, 2009).

TIPOS DE RECEITAS:

 RECEITA COMUM – para a maioria dos medicamentos utilizados em


Odontologia
 RECEITA MAGISTRAL – farmácia de manipulação
 RECEITA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS AO CONTROLE PELA VISA
 Medicações que requerem Receita de Controle Especial (Antiga
Carbonada) – Analgésicos de Ação Central, Antidepressivos,
ANTIMICROBIANOS e AINES (“coxibs”) específicos para Cox 2.
 Medicações que requerem Notificação de Receita a qual acompanha
a Receita Comum (ex.: benzodiazepínicos) segundo Portaria 344/98

LEI DOS GENÉRICOS (Lei 9787/99)


 Somente será aviada a receita médica ou odontológica que:
 Contiver denominação genérica do medicamento

Decreto 793 de 5/04/1993 – Normas Legais


 Escrita à tinta, legível, obedecendo à nomenclatura de pesos e
medidas oficiais.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 15


 Nunca utilizar abreviaturas
 Posologia e duração total do tratamento.
 Nome e endereço do paciente
 Data e assinatura, endereço Consultório/residência, no CRO/CRM
 Restringir prescrever medicamentos de uso NÃO odontológico
 Não deixar espaços em branco
 Solicitar a leitura da receita pelo paciente e tirar as dúvidas
 Duas vias (original para o paciente), a cópia deve ser anexada ao
prontuário clínico do paciente.
 Mesmo nas receitas impressas em computador, a data e assinatura do
profissional devem ser a tinta e de próprio punho, acompanhada do
carimbo do mesmo.

RECEITA COMUM:

IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL
Especialidade CRO
End. Consultório/residência

* Serviço Público: constar nome/endereço e cada profissional deverá ter seu


carimbo para identificação.

CABEÇALHO:Nome/Endereço do paciente

USO EXTERNO/INTERNO**

INSCRIÇÃO: Nome genérico, concentração, quantidade


ORIENTAÇÃO: Doses, horários, precauções, etc

DATA, CARIMBO e ASSINATURA


(à tinta e de próprio punho)

** Qualquer medicação administrada por via Oral, quando o paciente deglute o


medicamento é considerada USO INTERNO. Outras vias de administração
(Injetável, Sublingual, Retal, Bochecho) são consideradas USO EXTERNO.

RECEITA MAGISTRAL: em TRÊS vias, distintas, sendo uma para o farmacêutico,


uma para o paciente e a terceira para ser anexada ao prontuário do paciente pelo
profissional.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 16


RECEITA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS AO CONTROLE PELA VISA

RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL (Antiga Carbonada)


3 vias, sendo uma retida na farmácia no ato da compra, uma para o paciente e a
terceira para ser anexada ao prontuário do paciente pelo profissional.
Validade: 1 mês
BUSPIRONA, FLUOXETINA, HIDRATO DE CLORAL
TRAMADOL, CODEÍNA, DEXTROPROPOXIFENO
Validade: 10 dias
ANTIMICROBIANOS
AINES (“coxibs”) específicos para cox2 – CELECOXIB e ETORICOXIB

Medicações que requerem Notificação de Receita – a notificação

acompanha a Receita Comum, não substitui, e apenas autoriza a

dispensação (compra) de medicamentos de substancias das listas A1 e A2


(entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C2 (retinóicas) e C3
(imunossupressoras)

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 17


 Para uso em Odontologia: medicamentos constantes da lista B1 (AZUL) são
os Ansiolíticos (BENZODIAZEPÍNICOS): Alprazolam (Frontal); Bromazepam
(Lexotan); Cloxazolam (Olcadil); Diazepam (Valium); Flurazepam
(Dalmacorm); Lorazepam (Lorax); Midazolam (Dormonid).

Quadro 3 - Características dos benzodiazepínicos mais utilizados na


Odontologia.

Nomes genéricos Especialidades Doses usuais Latência Duração

DIAZEPAM VALIUM® 5 a 10 mg 45 a 60 min 20 – 50 h

LORAZEPAM LORAX® 1 a 2 mg 2h 10 – 18 h

MIDAZOLAM DORMONID® 7,5 a 15 mg 20 min 2–5h

ALPRAZOLAM FRONTAL® 0,5 a 0,75 mg 60 min 12 – 15 h

 Usar a notificação de Receita AZUL (Documento pessoal e intransferível


solicitado junto à ViSa do município e impressa em Gráfica autorizada
constando a numeração fornecida pelo Órgão, com validade de 30 dias.

MEDICAMENTO OU SUBSTÂNCIA
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
UF
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
NOME
SÉRIE J

XX
B
NO 01 123456
QUANTIDADE E APRESENTAÇÃO

PACIENTE:
Data ____ de __________ de _______________________
_______ ________________________________
FORMA FARM/CONCENT. P/ UNID
__ POSOL.
END:
ASSINATURA E CARIMBO _____________________________
________________________________
__ IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR
NOME:_________________________________________________________
____ ____________ ___/___/______
IDENT. NO_________________ÓRGÃO EMISSOR_________ FONE NOME DATA
__________
END:
______________________________________________________________

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 18


Protocolo de Controle de Ansiedade
No Brasil, o controle farmacológico do estresse realizado pelo cirurgião-
dentista, pode ser feito essencialmente por meio de duas formas: por via oral,
normalmente com benzodiazepínicos ou inalatória, com a mistura de óxido nitroso e
oxigênio, que poderá ser realizada desde que o profissional esteja habilitado de
acordo com a Resolução do Conselho Federal de Odontologia 51/04.

SEDAÇÃO ORAL: Uso dos Benzodiazepínicos, grupo de drogas seguro quando


utilizados em dose única e como única forma de sedação, sem associações com
outros depressores do Sistema Nervoso Central (inclusive álcool, analgésicos de
ação central, anti-eméticos, anti-histamínicos, inibidores da tosse e relaxantes
musculares).

INDICAÇÕES PARA USO:


o Quando não é possível condicionar o paciente somente pela
tranqüilização verbal

o Como Medicação Pré Anestésica em:


- Intervenções cirúrgicas maiores
- Drenagens de abcessos
- Traumatismos acidentais
- Diabetes, cardiopatas, hipertensos
(após trocar informações com o médico)
- Prevenção de Emergências Médicas

O diazepam (Valium) apresenta um tempo de eliminação longo devido à


produção de metabólitos ativos. Além disso, existe uma tendência desses agentes
em se ligar ao tecido adiposo, prolongando a duração da ação, especialmente em
idosos e obesos, devendo ser evitado nestes pacientes. Nestes casos, a melhor
opção são os agentes de eliminação mais rápida, tais como o lorazepam (1 a 2mg)
duas horas antes do atendimento e o alprazolam (0,5 ou 0,75mg) uma hora antes
do procedimento.

• CUIDADOS ADICIONAIS:
o Informar ao paciente os sintomas a serem observados
o Vir acompanhado nas consultas

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 19


o Uso concomitante de bebidas alcoólicas/drogas depressoras do sistema
nervoso central é proibido.
o Podem ocorrer reações paradoxais (contrária à esperada)
o Não dirigir ou operar máquinas perigosas sob efeito da medicação

AS RESTRIÇÕES E ORIENTAÇÃOES DEVEM ESTAR CONTIDAS NA RECEITA


como orientação ao paciente e precaução legal.

SEDAÇÃO INALATÓRIA: Mistura Oxigênio/Óxido Nitroso


Nas disciplinas clínicas de graduação a sedação inalatória poderá ser
realizada na presença dos professores da Disciplina de Prática de Sedação (Juliana
Ramacciato e Rogério Motta) ou CDs comprovadamente habilitados e registrados
no CFO para a execução da técnica, sempre que necessário mediante requerimento
prévio.

Protocolo de Controle de Dor (Analgésicos e Anti-inflamatórios)

ANALGÉSICOS:
São os medicamentos de escolha para o controle de dor PÓS-OPERATÓRIA.
A primeira dose deve ser administrada de preferência com o paciente ainda
anestesiado, imediatamente após o procedimento.
Esta é uma medicação para o conforto do paciente, assim, o mesmo deve ser
alertado que não é necessário “acordar de madrugada” para a tomada, apenas
enquanto houver desconforto. A prescrição deve ser por, no máximo, 24 a 48h.

Dipirona sódica (derivados pirazolônicos)


Considerando a sua alta eficácia, baixo custo, ampla disponibilidade,
utilização popular e margem de segurança, a dipirona sódica é o principal
medicamento de escolha para o tratamento de dores agudas e crônicas e também
como antipirético no Brasil. Restringe-se em pacientes alérgicos, com alterações
hematológicas severas e em pacientes com pressão arterial sistólica inferior a
100mmHg.

• Dipirona sódica – Novalgina® - 500mg de 4 em 4 horas

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 20


Em caso de dor mais intensa pode ser utilizado o LISADOR® uma associação
de dipirona, prometazina e adifenina, a cada 6h. Este medicamento (LISADOR®)
pode causar sonolência em alguns pacientes, assim o mesmo deve estar ciente
desta possibilidade.

Paracetamol (acetaminofeno)
A dose teto de PARACETAMOL/dia não deve ultrapassar 4g por risco de
hepatotoxicidade e falência hepática, este medicamento NÃO deve ser utilizado em
pacientes com qualquer alteração hepática, alcoólatras. Recentemente (2009) o
FDA, reduziu a dose teto diária de Paracetamol para 2,6g devido a crescente
preocupação em relação a hepatotoxicidade.
A hepatotoxicidade causada pelo paracetamol é a principal causa de falência
aguda hepática nos Estados Unidos, podendo ocorrer em sobredosagem ou até
mesmo em doses terapêuticas em indivíduos susceptíveis. O dano hepático esta
relacionado não diretamente com a droga, mas com um metabólito tóxico, a N-
acetil-p-benzoquinoneimina, gerada pelo sistema enzimático do citocromo P450
(Aaron et al, 2009).

• Paracetamol (acetaminofeno) - Tylenol® - 750mg de 6 em 6 horas


Este analgésico deve ser utilizado APENAS quando a Dipirona for
CONTRA-INDICADA.

Ibuprofeno
Outra droga que pode ser usada como analgésico, evitando-se o
paracetamol, é o ibuprofeno.

• Ibuprofeno – Advil® - 400mg de 6 em 6 horas ou 600mg a cada 12


horas

USO EM ODONTOLOGIA: Controle de dor pós-operatória de leve a moderada

ANTIINFLAMATÓRIOS:
Atuam inibindo a geração de mediadores inflamatórios originados da
metabolização do ácido aracdônico após lesão celular.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 21


CLASSIFICAÇÃO:
• AINES (anti-inflamatórios não esteroidais - inibidores da COX)
• AIES (anti-inflamatórios esteroidais ou corticosteróides)

AINES: Inibidores reversíveis da enzima Cicloxigenase, inibindo a formação


principalmente de prostaglandinas. Podendo apresentar diferentes graus de
seletividade a isoforma COX2.
Este grupo de medicamentos caracteriza uma opção terapêutica na
impossibilidade de prescrição de corticosteróides (PRIMEIRA OPÇÃO PARA
PREVENÇÃO DE EDEMA E DOR).
Estes medicamentos podem ser utilizados em procedimentos cirúrgicos para
prevenção e para o controle da resposta inflamatória aguda. Cabe ao profissional
nortear a utilização do AINES de maneira correta, sendo que, quanto menor o
tempo de uso destes medicamentos ou até mesmo a utilização de doses únicas,
menor serão efeitos adversos e a possibilidade de interações medicamentosas
indesejadas.
Além disso, quadros inflamatórios agudos já instalados em outras áreas
clínicas, como pulpites, pericementites, fraturas dentais, dentre outros direcionam
principalmente para uma rápida intervenção clinica, quando a associação com a
terapêutica medicamentosa é coadjuvante apenas.
Nestes casos este grupo pode ser usado no período pré-operatório, devendo
desta maneira ser utilizado cerca de 60 a 30 minutos antes da intervenção e
mantido por 48h no pós-operatório.

ESQUEMAS TERAPÊUTICOS:
Quadro 4 - Posologia usual dos AINES para a prevenção/controle da inflamação
Nomes genéricos Especialidades Doses Intervalo

Cataflam®
Diclofenaco Potássico 50 mg 6 a 8 horas
Flogan®
Diclofenaco Sódico Voltaren® 50 mg 6 a 8 horas

Cetoprofeno Profenid® 100 mg 12 horas

Nimesulide Nisulid®/Scaflan® 100 mg 12 horas

Meloxicam Movatec® 15 mg 24 horas

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 22


Os AINES vem apresentando potencial hepatotóxico, o qual tem sido
comprovado por vários artigos publicados na literatura, em especial, a NIMESULIDA
(Scaflam®, Nisulid®, por exemplo). Assim, ressalta-se o cuidado com estes
medicamentos em pacientes com doença hepática pré-existente.
O ETORICOXIB 120 mg (ARCOXIA®) e o CELECOXIB 100mg (CELEBRA®)
requerem a RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL (Resolução RDC nº 79, de 04 de
novembro de 2008), a posologia é 1 comprimido 1h antes e a cada 24h por até 48h.
Ressaltamos que um fato muito importante do qual o cirurgião-dentista deve
ter conhecimento é que os AINES cada vez mais estão relacionados a interações
medicamentosas indesejáveis (especialmente com anti-hipertensivos,
anticoagulantes e anti-plaquetários), sendo várias delas de risco significativo para
os pacientes. Isso porque eles inibem a síntese de prostaglandinas e tromboxanos,
e possíveis interações podem ocorrer com medicamentos que dependem de níveis
séricos desses mediadores químicos. Outro fator relevante é o alto grau de ligação
protéica desse grupo de fármacos, podendo predispô-los a interações com outras
drogas que também apresentam essa característica, tais como os hipoglicemiantes
orais (Haas, 1999).

AIES: Os corticosteróides apresentam eficácia e segurança comprovada na


Literatura em Odontologia para prevenção de dor e edema pós-operatório, são
geralmente utilizados em DOSE ÚNICA ou tempo extremamente curto (48 horas)
devido a sua potência e meia-vida plasmática. Os efeitos colaterais conhecidos dos
corticosteróides não são válidos para esta aplicação terapêutica.

ESQUEMA TERAPÊUTICO:
Pré-operatório:
• DOSE ÚNICA: Betametasona ou Dexametasona 4 a 8mg, Via Oral ou Intra
Muscular, 1 hora antes do procedimento (são drogas eqüipotentes).

Tratamento de lesões bucais (estomatite, aftas)


• Uso Tópico: Acetonido de Triamcinolona – Omcilon A, 3x ao dia, após as
refeições, por até 7 dias ou remissão dos sintomas

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 23


Importante: O PICO DE INFLAMAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO
ACONTECE ENTRE 36 A 48H, POR ISSO O USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS EM
ODONTOLOGIA NÃO DEVE SUPERAR ESTE PERÍODO. EDEMA EXPANDINDO
APÓS 48 A 72H CARACTERIZA INFECÇÃO E NÃO INFLAMAÇÃO, PORTANTO O
PACIENTE DEVE SER REAVALIDO CLINICAMENTE E, SE NECESSÁRIO, DEVE
SER PRESCRITO ANTIMICROBIANOS.

Controle das Infecções - uso de Antibióticos em Odontologia:


Como indicação para o tratamento com antimicrobianos na clinica
odontológica temos basicamente duas situações distintas: o tratamento de infecções
já estabelecidas e a profilaxia ou prevenção de infecções. No caso do tratamento
das infecções já estabelecidas, deve-se ressaltar que o tratamento com
antimicrobianos é um coadjuvante dos procedimentos clínicos, uma vez que a
remoção da causa da infecção deve ser priorizada (Andrade et al., 2004).

QUANDO USAR ANTIBIÓTICOS EM ODONTOLOGIA:


 USO TERAPÊUTICO DE INFECÇÕES JÁ INSTALADAS:
AGUDAS: Abcessos de qualquer origem, infecções agudas.
SEMPRE PRIORIZAR O PROCEDIMENTO CLINICO PARA REMOÇÃO DA
CAUSA!!!
SOMENTE SE HOUVER MANIFESTAÇÃO SISTÊMICA (FEBRE,
TAQUICARDIA, PERDADE APETITE, FADIGA, LINFADENOPATIA, MAL ESTAR,
ETC)

 USO PROFILÁTICO:
No caso da profilaxia antibiótica, o cirurgião-dentista deverá administrar os
antimicrobianos em pacientes que não apresentam evidências de infecção para a
prevenção de uma infecção, seja na ferida cirúrgica (como exodontia de molares
inclusos com histórico de pericoronarite e cirurgias para colocação de implantes),
conhecida como profilaxia cirúrgica, ou para a prevenção de colonização bacteriana
à distância (como o caso da endocardite bacteriana em pacientes suscetíveis).
Prevenir infecções na própria cavidade bucal: em alguns casos de cirurgia,
cirurgias de implante, procedimentos com bacteremia em pacientes
imunocomprometidos (diabéticos, renais, usuários de drogas).

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 24


Prevenir infecções à distância: Prevenção da Endocardite Infecciosa,
portadores de próteses ortopédicas e fístulas arterio-venosas utilizam o mesmo
protocolo.

PROTOCOLO PARA PROFILAXIA DE ENDOCARDITE BACTERIANA


PRECONIZADO PELA AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA) 2007*

Quadro 5 – Drogas e esquemas posológicos


DROGA POSOLOGIA POSOLOGIA CRIANÇA
ADULTO

Amoxicilina (Amoxil®) 2g 1hora antes 50 mg/kg 1hora antes

ALÉRGICOS ÀS PENICILINAS
1. Clindamicina (Dalacin-C®-300mg) 600 mg 1hora antes 20 mg/kg 1hora antes
ou
2. Azitromicina (Zitromax®-500 mg) ou
Claritromicina (Klaricid®-250 mg) 500 mg 1hora antes 15 mg/kg 1hora antes

INCAPAZES DE FAZER USO ORAL


1. Ampicilina (Frasco-ampola com250,
500 ou 1000 mg cada – cada 2,0 g IV ou IM 50 mg/kg (IV ou IM) 30min
Farmacêutica tem uma posologia 30min antes antes (suspensão 250 mg/5 ml)
INCAPAZES DE FAZER USO DA VIA
ORAL E ALÉRGICOS À PENICILINA
1. Clindamicina
600 mg IV 30min 20 mg/kg (IV) 30min antes
(Dalacin-C Injetável®-ampola com
antes
300mg ou 600 mg)
ou
2. Cefazolina
1 g IV 30min antes 25 mg/kg (IM / IV) 30min antes
(Kefazol®-Frasco-ampola com 250,
500 ou 1000mg cada)

*
Wilson et al, recommendations by American Heart Association. Circulation, 2007

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 25


Quadro 6 - CONDIÇÕES RISCO do paciente

RISCO
• Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo)
• Endocardite bacteriana prévia
CONDIÇÕES DE ALTO RISCO
• Condutos pulmonares construídos cirurgicamente
• Doença cardíaca congênica cianótica complexas,
como a transposição das grandes artérias, os
PROFILAXIA É RECOMENDADA
estados ventriculares simples e a tetralogia de
Fallot.
• A maioria das malformações cardíacas
congênitas, exceto as já descritas;
CONDIÇÕES DE RISCO MODERADO
• Disfunção valvar adquirida (ex:doença cardíaca
reumática);
• Cardiomiopatia hipertrófica;
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA
• Prolapso de valva mitral com regurgitação valvar
e/ou espessamento dos folhetos valvares.
• Defeito septo atrial secundum isolado;
• Correção cirúrgica de defeito septo atrial,
ventricular, ou ducto arterioso patente (sem
resíduos após 6 meses);
CONDIÇÕES DE RISCO MÍNIMO
• Prolapso de valva mitral sem regurgitação valvar;
• Murmúrios (sopros) cardíacos fisiológicos ou
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA funcionais;
• Doença de Kawasaki prévia sem disfunção valvar;
• Febre reumática prévia sem disfunção valvar;
• Marcapassos cardíacos (intravascular ou
epicárdico) e desfibriladores implantados.

Quadro 7 – Procedimentos de risco em clínica odontológica

RECOMENDAÇÃO PROCEDIMENTOS
• Extrações dentais;
• Procedimentos periodontais (cirurgias, raspagem subgengival e
polimento radicular, sondagem, inserção subgengival de fibras e
tiras contendo antimicrobianos e tratamento de manutenção)
• Cirurgias de colocação de implantes dentais e enxertos;
PROFILAXIA É
• Reimplantação de dentes avulsionados;
RECOMENDADA
• Instrumentação endodôntica (além ápice) ou cirurgia periapical;
• Colocação de bandas ortodônticas
• Injeção de anestésicos locais pela técnica intraligamentar;
• Limpeza profilática de dentes ou de implantes, quando existe
expectativa de sangramento.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 26


• Dentística restauradora ou preparo protético (com ou sem fio
retrator)
• Injeção de anestésicos locais
• Reconstrução dental e preparos intrarradiculares;
• Tratamento endodôntico aquém ápice;
PROFILAXIA NÃO É • Colocação de isolamento absoluto;
RECOMENDADA • Remoção de suturas;
• Tomada radiográfica ou moldagens;
• ATF ou selantes;
• Ajustes de ap. ortodônticos
• Colocação de próteses/ap. ortodônticos removíveis;
• Exfoliação de dentes decíduos.

SITUAÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS ESPECÍFICAS:


• O paciente já se encontra sob tratamento com antibióticos (amoxicilina, por ex.),
por motivos médicos. Não aumentar simplesmente a dose do antibiótico em
uso!!! Nestes casos recomenda-se selecionar uma droga de outro grupo
(clindamicina, por ex.)
• O paciente faz uso constante de antibióticos (geralmente do grupo das
penicilinas), para prevenir a recorrência de febre reumática aguda. Selecionar a
Clindamicina, Azitromicina ou a Claritromicina para a profilaxia da endocardite,
pois a microbiota destes indivíduos podem ser resistentes às penicilinas (devido
a pressão seletiva por uso recorrente).
• O paciente está sob tratamento com anticoagulantes. Evitar a aplicação de
injeções IM para a profilaxia da endocardite em pacientes fazendo uso de
heparina (LIQUEMINE®) ou warfarin (MAREVAN®).

NORMAS GERAIS DE CONDUTA:


• Trocar informações com o cardiologista do paciente: Comportamento ético,
Maior confiabilidade ao paciente, Segurança profissional.
• Fazer o paciente bochechar, por 1 minuto, com uma solução de clorexidina (0,12
a 0,2%) antes de cada sessão de atendimento.
• Somente iniciar o atendimento após certificar-se que o paciente tomou a
medicação antibiótica profilática.
• Não empregar tetraciclinas, sulfas ou outros antimicrobianos não recomendados
pelas normas da AHA, 2007 na profilaxia da endocardite.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 27


• Planejar o tratamento de tal forma que seja possível realizar o maior número de
procedimentos odontológicos, sob uma mesma cobertura antibiótica.
• Evitar os traumatismos gengivais.
• Estabelecer um intervalo mínimo de 9 a 14 DIAS entre as sessões, para
minimizar a seleção de microrganismos resistentes.
• Instituir medidas de prevenção das doenças bucais.
• Realizar “check-up” periódicos.
• Na dúvida sobre a necessidade de se FAZER ou NÃO a profilaxia da
endocardite, FAÇA!!!!

USO TERAPÊUTICO DE INFECÇÕES JÁ INSTALADAS


No tratamento de infecções já estabelecidas, observamos que as mesmas
possuem uma evolução rápida e uma duração relativamente curta (2 à 5 dias)
quando o foco da infecção é eliminado. Portanto, a melhor “arma” para o cirurgião-
dentista neste caso visando debelar a infecção é obter um bom acesso ao local da
infecção com a posterior remoção da maior parte do material contaminado
(Pallasch, 1996).
O antimicrobiano representa apenas um COADJUVANTE no tratamento
das infecções instaladas, sendo ESSENCIAL a intervenção clínica.
Infecções orais apresentam evolução rápida, porém uma vez removida a
causa (ex.: exodontia, raspagem ou tratamento endodôntico) a cura, ou involução
do processo também é rápida se houver intervenção clínica e medicamentosa.
Infecções Orais com disseminação sistêmica: febre, trismo, linfadenopatia, febre.

USAR PROTOCOLOS DE USO DE ANTIBIÓTICOS (Andarde, 2006).

Duração do tratamento:
MENOR TEMPO POSSÍVEL, quando houver evidência clínica que indica que as
defesas do hospedeiro controlaram o processo infeccioso.
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE, evolução clínica (24 h ... 48 h ... 72 h ...)!

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 28


INFECÇÕES DE LEVE A MODERADA

ANTIBIÓTICO ATAQUE MANUTENÇÃO INTERVALO

Fenoximetilpenicilina 1g 325 a 650 mg 4a6h


Amoxicilina (*) 1g 500 mg 8h
Amoxicilina BD 875 mg 875 mg 12 h
Ampicilina 1g 500 mg 8h

A amoxicilina deve ser a droga de primeira escolha por características


favoráveis quanto a espectro de ação para microbiota da cavidade oral e por seu
perfil farmacocinético, atingindo altas concentrações plasmáticas em 45 a 60min
após a administração oral.

INFECÇÕES DE MAIOR SEVERIDADE


pericoronarite, abcessos maiores, infecções periodontais.

ANTIBIÓTICO ATAQUE MANUTENÇÃO INTERVALO

Amoxicilina 1g 500 mg 8h
Metronidazol 250 mg 250 mg 8h

ou

Amoxicilina BD 875 mg 875 mg 12 h


Metronidazol 400 mg 400 mg 12 h

ou

Amoxicilina + Clavulanato 1g 500 mg 8h

ALÉRGICOS À PENICILINA

ANTIBIÓTICO ATAQUE MANUTENÇÃO INTERVALO


Clindamicina 300 mg 300 mg 6h

ou

Azitromicina (*) 500 mg 500 mg 24 h

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 29


A Eritromicina, antigamente recomendada como droga alternativa em
pacientes alérgicos a penicilina não é mais recomendada pela alta incidência de
microrganismos resistentes a este antimicrobiano, por sua hepatotoxicidade e
também pelas várias interações medicamentosas possíveis com esta droga.

Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 30

Vous aimerez peut-être aussi