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Anestesiologia
O cirurgião-dentista deve ter sempre em mente que o paciente não pode
sentir dor, sobretudo quando se depara com a possibilidade de emergências
médicas. O controle da dor intra-operatória é fundamental para evitar, por exemplo,
episódios de angina, crises de asma e ocorrência de infarto. A seleção correta e o
uso de doses seguras das soluções anestésicas locais previnem outras
modalidades de emergências, como crises hipertensivas, reações alérgicas e
acidentes vasculares, quando se torna importantíssima também a escolha de um
vasoconstritor adequado (Ramacciato et al., 2007).
Desta forma, é importante que o profissional se familiarize com
nomenclaturas oficiais de vasoconstritores, que segundo a Denominação Comum
Brasileira, desde 2005, são:
1. ADRENALINA = EPINEFRINA
2. NORADRENALINA = NOREPINEFRINA
3. LEVONORDEFRINA = CORBADRINA
4. FENILEFRINA
5. FELIPRESSINA (OCTAPRESSIN® - nome comercial associado a marca
Citanest®)
Técnicas Anestésicas
A anestesia odontológica pode ser dividida em anestesia infiltrativa (ou
terminal ou periférica) e troncular (ou regional ou de bloqueio ou de condução). A
técnica infiltrativa é aquela na qual a solução anestésica é depositada ao redor de
terminações nervosas sensitivas periféricas, promovendo anestesia de uma
pequena área (onde origina a sensibilidade conduzida pela terminação nervosa). Na
técnica troncular a solução anestésica é aplicada a um tronco nervoso antes do
mesmo dividir-se em ramos menores, com essas técnicas consegue-se anestesia
de uma área e duração maior.
Ressalta-se que as seringas Carpules recomendadas para uso na IES são
apenas as que apresentam dispositivos de ASPIRAÇÃO.
Submucosa
Nesta técnica a solução anestésica é depositada logo abaixo da mucosa,
acima do periósteo, ou seja, na região de submucosa, abolindo a sensibilidade dos
tecidos moles (mucosa e submucosa) ao redor da área na qual o anestésico foi
injetado. Técnica freqüentemente utilizada como complementar ao procedimento
anestésico principal, por exemplo na palatina do dente a ser tratado e também para
remoção de lesões em tecido moles.
- Material utilizado: seringa Carpule, tubete anestésico e agulha curta 30G (além
do material para a técnica infiltrativa mucosa superficial, que deve ser realizada
previamente).
- Técnica: introduzir a agulha (cerca de 0,5 a 1,0 cm) na região a ser anestesiada e
administrar lentamente a solução (normalmente para essa técnica é suficiente 0,5
tubete).
Na região palatina: por ser uma área reconhecidamente dolorida para a
técnica anestésica, recomenda-se que com a ponta do dedo seja comprimida a
mucosa palatina junto à área a ser anestesiada, produzindo uma isquemia na
região. Esta isquemia faz com que a injeção do anestésico seja menos dolorosa.
Introduzir a agulha, cerca de 1 cm acima do colo do dente a ser tratado. Injetar
lentamente de 1/4 a 1/3 do tubete.
É importante não exceder esse volume, pois a mucosa palatina é muito
fibrosa e o vasoconstritor presente na solução anestésica pode causar necrose da
região, especialmente no caso das aminas simpatomiméticas.
QUANTIDADE DE TUBETES
SAL ANESTÉSICO DOSES MÁXIMAS
PERMITIDA
ADULTO (70kg) = 8 tubetes
LIDOCAÍNA E ADULTOS E CRIANÇAS
MEPIVACAÍNA A 2% 4,4 mg/kg
*CRIANÇAS = 1 tubete/10kg de peso
ADULTO (70kg) = 5 ½ tubetes
LIDOCAÍNA** ADULTOS E CRIANÇAS
E MEPIVACAÍNA A 3% 4,4 mg/kg
CRIANÇAS = ½ tubete/10kg de peso
88mg (dose teto para este peso) / 36mg (dose de Lidocaína/tubete) = 2,4 tubetes
TIPOS DE RECEITAS:
RECEITA COMUM:
IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL
Especialidade CRO
End. Consultório/residência
CABEÇALHO:Nome/Endereço do paciente
USO EXTERNO/INTERNO**
LORAZEPAM LORAX® 1 a 2 mg 2h 10 – 18 h
MEDICAMENTO OU SUBSTÂNCIA
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
UF
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
NOME
SÉRIE J
XX
B
NO 01 123456
QUANTIDADE E APRESENTAÇÃO
PACIENTE:
Data ____ de __________ de _______________________
_______ ________________________________
FORMA FARM/CONCENT. P/ UNID
__ POSOL.
END:
ASSINATURA E CARIMBO _____________________________
________________________________
__ IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR
NOME:_________________________________________________________
____ ____________ ___/___/______
IDENT. NO_________________ÓRGÃO EMISSOR_________ FONE NOME DATA
__________
END:
______________________________________________________________
• CUIDADOS ADICIONAIS:
o Informar ao paciente os sintomas a serem observados
o Vir acompanhado nas consultas
ANALGÉSICOS:
São os medicamentos de escolha para o controle de dor PÓS-OPERATÓRIA.
A primeira dose deve ser administrada de preferência com o paciente ainda
anestesiado, imediatamente após o procedimento.
Esta é uma medicação para o conforto do paciente, assim, o mesmo deve ser
alertado que não é necessário “acordar de madrugada” para a tomada, apenas
enquanto houver desconforto. A prescrição deve ser por, no máximo, 24 a 48h.
Paracetamol (acetaminofeno)
A dose teto de PARACETAMOL/dia não deve ultrapassar 4g por risco de
hepatotoxicidade e falência hepática, este medicamento NÃO deve ser utilizado em
pacientes com qualquer alteração hepática, alcoólatras. Recentemente (2009) o
FDA, reduziu a dose teto diária de Paracetamol para 2,6g devido a crescente
preocupação em relação a hepatotoxicidade.
A hepatotoxicidade causada pelo paracetamol é a principal causa de falência
aguda hepática nos Estados Unidos, podendo ocorrer em sobredosagem ou até
mesmo em doses terapêuticas em indivíduos susceptíveis. O dano hepático esta
relacionado não diretamente com a droga, mas com um metabólito tóxico, a N-
acetil-p-benzoquinoneimina, gerada pelo sistema enzimático do citocromo P450
(Aaron et al, 2009).
Ibuprofeno
Outra droga que pode ser usada como analgésico, evitando-se o
paracetamol, é o ibuprofeno.
ANTIINFLAMATÓRIOS:
Atuam inibindo a geração de mediadores inflamatórios originados da
metabolização do ácido aracdônico após lesão celular.
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS:
Quadro 4 - Posologia usual dos AINES para a prevenção/controle da inflamação
Nomes genéricos Especialidades Doses Intervalo
Cataflam®
Diclofenaco Potássico 50 mg 6 a 8 horas
Flogan®
Diclofenaco Sódico Voltaren® 50 mg 6 a 8 horas
ESQUEMA TERAPÊUTICO:
Pré-operatório:
• DOSE ÚNICA: Betametasona ou Dexametasona 4 a 8mg, Via Oral ou Intra
Muscular, 1 hora antes do procedimento (são drogas eqüipotentes).
USO PROFILÁTICO:
No caso da profilaxia antibiótica, o cirurgião-dentista deverá administrar os
antimicrobianos em pacientes que não apresentam evidências de infecção para a
prevenção de uma infecção, seja na ferida cirúrgica (como exodontia de molares
inclusos com histórico de pericoronarite e cirurgias para colocação de implantes),
conhecida como profilaxia cirúrgica, ou para a prevenção de colonização bacteriana
à distância (como o caso da endocardite bacteriana em pacientes suscetíveis).
Prevenir infecções na própria cavidade bucal: em alguns casos de cirurgia,
cirurgias de implante, procedimentos com bacteremia em pacientes
imunocomprometidos (diabéticos, renais, usuários de drogas).
ALÉRGICOS ÀS PENICILINAS
1. Clindamicina (Dalacin-C®-300mg) 600 mg 1hora antes 20 mg/kg 1hora antes
ou
2. Azitromicina (Zitromax®-500 mg) ou
Claritromicina (Klaricid®-250 mg) 500 mg 1hora antes 15 mg/kg 1hora antes
*
Wilson et al, recommendations by American Heart Association. Circulation, 2007
RISCO
• Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo)
• Endocardite bacteriana prévia
CONDIÇÕES DE ALTO RISCO
• Condutos pulmonares construídos cirurgicamente
• Doença cardíaca congênica cianótica complexas,
como a transposição das grandes artérias, os
PROFILAXIA É RECOMENDADA
estados ventriculares simples e a tetralogia de
Fallot.
• A maioria das malformações cardíacas
congênitas, exceto as já descritas;
CONDIÇÕES DE RISCO MODERADO
• Disfunção valvar adquirida (ex:doença cardíaca
reumática);
• Cardiomiopatia hipertrófica;
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA
• Prolapso de valva mitral com regurgitação valvar
e/ou espessamento dos folhetos valvares.
• Defeito septo atrial secundum isolado;
• Correção cirúrgica de defeito septo atrial,
ventricular, ou ducto arterioso patente (sem
resíduos após 6 meses);
CONDIÇÕES DE RISCO MÍNIMO
• Prolapso de valva mitral sem regurgitação valvar;
• Murmúrios (sopros) cardíacos fisiológicos ou
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA funcionais;
• Doença de Kawasaki prévia sem disfunção valvar;
• Febre reumática prévia sem disfunção valvar;
• Marcapassos cardíacos (intravascular ou
epicárdico) e desfibriladores implantados.
RECOMENDAÇÃO PROCEDIMENTOS
• Extrações dentais;
• Procedimentos periodontais (cirurgias, raspagem subgengival e
polimento radicular, sondagem, inserção subgengival de fibras e
tiras contendo antimicrobianos e tratamento de manutenção)
• Cirurgias de colocação de implantes dentais e enxertos;
PROFILAXIA É
• Reimplantação de dentes avulsionados;
RECOMENDADA
• Instrumentação endodôntica (além ápice) ou cirurgia periapical;
• Colocação de bandas ortodônticas
• Injeção de anestésicos locais pela técnica intraligamentar;
• Limpeza profilática de dentes ou de implantes, quando existe
expectativa de sangramento.
Duração do tratamento:
MENOR TEMPO POSSÍVEL, quando houver evidência clínica que indica que as
defesas do hospedeiro controlaram o processo infeccioso.
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE, evolução clínica (24 h ... 48 h ... 72 h ...)!
Amoxicilina 1g 500 mg 8h
Metronidazol 250 mg 250 mg 8h
ou
ou
ALÉRGICOS À PENICILINA
ou