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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

TERCEIRIZADOS NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


(INCLUÍDO O CONTEÚDO DO TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO
BÁSICO)

1. Modalidade licitatória

A Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001 alterou o art. 3º da Lei nº 8.248,


de 23 de outubro de 1991, que dispõe sobre a capacitação e competitividade do
setor de informática e automação. Com a alteração, a redação de seu § 3º passou a
ser a que segue: “A aquisição de bens e serviços de informática e automação,
considerados como bens e serviços comuns nos termos do parágrafo único do art.
1º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, poderá ser realizada na modalidade
pregão, restrita às empresas que cumpram o Processo Produtivo Básico nos termos
desta Lei e da Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991.”

O dispositivo permite a utilização da modalidade licitatória pregão, para a


contratação de serviços (e também bens) comuns na área de Tecnologia da
Informação (TI).

Todavia, com a edição do Decreto nº 5.450, de 30 de maio de 2005, tal


contratação deve realizar-se por meio da modalidade pregão, preferencialmente na
forma eletrônica, como estabelece o seu art. 4º.

De acordo com a IN SLTI/MPOG nº 4, de 12 de novembro de 2010, que


dispõe sobre o processo de contratação de soluções de TI pelos órgãos integrantes
do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática (SISP) do
Poder Executivo Federal, em consequência da padronização existente no mercado
de TI, é recomendada a utilização da modalidade Pregão para as contratações de
que trata a IN, preferencialmente na forma eletrônica.

Não sendo de natureza comum, devidamente justificado, caberá à


Administração a escolha de uma das modalidades convencionais da Lei nº 8.666, de
1993 (concorrência, tomada de preços ou convite), definida segundo o valor
estimado da contratação (art. 23).

2. Processo Produtivo Básico (PPB) como critério de desempate

O § 3º do art. 3º, da Lei nº 8.248, de 1991, restringe a participação na


licitação a empresas que cumpram o PPB. O TCU, ao analisar o assunto, por meio do
Acórdão nº 2.138/2005 Plenário, deliberou, em caráter normativo, que o
cumprimento do PPB não pode ser exigido como condição para participação no
certame, servindo, apenas, como critério de desempate entre propostas.

Eis o excerto do Acórdão sobre o tema:


“9.1. conhecer dos embargos de declaração, para, no mérito, dar-lhes
provimento;

9.2. alterar a parte dispositiva do Acórdão 1.707/2005-TCU-Plenário para os


seguintes termos:

‘9.1. conhecer da consulta para respondê-la no sentido de que não é


juridicamente possível afastar a aplicação da regra de preferência de que
trata o art. 3º da Lei 8.248/91, alterado pelas Leis 10.176/2001 e
11.077/2004, nos procedimentos licitatórios realizados sob a modalidade
Pregão, cujo objeto seja o fornecimento de bens e serviços comuns de
informática e automação, assim definidos pelo art. 1º, parágrafo único, da
Lei 10.520/2002, estando essas licitações franqueadas a todos os
interessados, independentemente de desenvolverem bens e produtos com
tecnologia nacional e cumprirem o Processo Produtivo Básico, definido pela
Lei n.º 8.387, de 30 de dezembro de 1991;

9.2. esclarecer ao Consulente que é juridicamente possível a aquisição de


bens e serviços comuns de informática e automação nas contratações
realizadas por intermédio da modalidade Pregão, mesmo nas hipóteses em
que não seja tecnicamente viável a aplicação da regra da preferência a
que alude o art. 3º da Lei nº 8.248/1991, com redação alterada pelas Leis
nº 10.176/2001 e 11.077/2004, vale dizer, nas situações em que não haja
licitantes que possam fornecer produto ou serviço com tecnologia
desenvolvida no País ou não cumpram o Processo Produtivo Básico, assim
definido pela Lei nº 8.387/1991;

9.3. nos processos licitatórios sob a modalidade Pregão que se destinem ao


fornecimento de bens e serviços comuns de informática e automação, a
Administração Pública Federal deverá adotar os seguintes procedimentos:

9.3.1. verificado empate entre propostas comerciais, adotar as


providências a seguir:

9.3.1.1. primeiro, analisar se algum dos licitantes está ofertando bem ou


serviço que preencha simultaneamente às seguintes condições, hipótese
em que deverá ser aplicado o direito de preferência estabelecido no art. 3º
da Lei 8.248/91, alterado pelas Leis 10.176/2001 e 11.077/2004:

a) bens e serviços com tecnologia desenvolvida no Brasil, a ser


devidamente comprovada pelo interessado, conforme dispõe o art. 9º da
Lei 10.520/2002, c/c o art. 45, § 2º, da Lei 8.666/93;

b) bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico, na


forma definida pelo Poder Executivo (Lei nº 8.387/1991);
9.3.1.2. persistindo o empate entre as melhores propostas licitantes, ou
comprovada a inviabilidade da aplicação da regra de preferência
estabelecida pela redação atualizada do art. 3º da Lei nº 8.248/1991,
proceder ao sorteio da oferta que atenderá ao interesse público, observado
o disposto no art. 45, § 2º, da Lei 8.666/93, aplicável subsidiariamente ao
Pregão por força do art. 9º da Lei 10.520/2002;”

3. Planejamento

As contratações de serviços terceirizados na área de TI devem ser


precedidas de um adequado planejamento.

Assentou o TCU a respeito:

20. [...] conforme o Acórdão 1.292/2003 - Plenário, a licitação de bens e


serviços de informática deve ser precedida de minucioso planejamento,
realizado em harmonia com o planejamento estratégico da instituição e
com o seu plano diretor de informática, em que fiquem precisamente
definidos, dentro dos limites exigidos na Lei nº 8.666/93, os produtos a
serem adquiridos, sua quantidade e o prazo para entrega das parcelas, se
houver entrega parcelada.” Acórdão nº 636/2006 Plenário

3.1 Equipe de planejamento da contratação

De acordo com a IN SLTI/MPOG nº 4, de 2010, para uma contratação eficaz


na área de TI, é fundamental que a equipe de planejamento da contratação,
indicados pela autoridade competente da respectiva área, seja composta por:

1. integrante técnico: servidor representante da área de TI, a quem


compete I especificar, quando aplicáveis, os seguintes requisitos tecnológicos, em
conformidade com aqueles definidos pelo integrante requisitante: (a) de arquitetura
tecnológica, composta de hardware, software, padrões de interoperabilidade,
linguagens de programação, interfaces, dentre outros; (b) de projeto e de
implementação, que estabelecem o processo de desenvolvimento de software,
técnicas, métodos, forma de gestão, de documentação, dentre outros; (c) de
implantação, que definem o processo de disponibilização da solução em ambiente
de produção, dentre outros; (d) de garantia e manutenção, que definem a forma
como será conduzida a manutenção e a comunicação entre as partes envolvidas;
(e) de capacitação, que definem o ambiente tecnológico dos treinamentos a serem
ministrados, os perfis dos instrutores, dentre outros; (f) de experiência profissional
da equipe que projetará, implementará e implantará a solução de TI, que definem a
natureza da experiência profissional exigida e as respectivas formas de
comprovação dessa experiência, dentre outros; (g) de formação da equipe que
projetará, implementará e implantará a solução de TI, que definem cursos
acadêmicos e técnicos, formas de comprovação dessa formação, dentre outros; (h)
de metodologia de trabalho; (j) de segurança da informação; e (k) demais requisitos
aplicáveis.

2. integrante administrativo: servidor representante da área administrativa


que, juntamente com o integrante técnico, será responsável pela elaboração do
orçamento detalhado em preços unitários, fundamentado em pesquisa no mercado;

3. integrante requisitante: servidor representante da área requisitante da


solução de TI, a quem incumbe definir, quando aplicáveis, os seguintes requisitos:
(a) de negócio, que independem de características tecnológicas e que definem as
necessidades e os aspectos funcionais da solução de TI; (b) de capacitação, que
definem a necessidade de treinamento, de carga horária e de materiais didáticos;
(c) legais, que definem as normas com as quais a solução de TI deve estar em
conformidade; (d) de manutenção, que independem de configuração tecnológica e
que definem a necessidade de serviços de manutenção preventiva, corretiva,
evolutiva e adaptativa; (e) temporais, que definem datas de entrega da solução de
TI contratada; (f) de segurança, juntamente com o Integrante Técnico; e (g) sociais,
ambientais e culturais, que definem requisitos que a solução de TI deve atender
para estar em conformidade com costumes, idiomas e ao meio ambiente, dentre
outros.

A equipe de planejamento da contratação deverá acompanhar e apoiar, no


que for determinado pelas áreas responsáveis, todas as atividades presentes nas
fases de planejamento da contratação e seleção do fornecedor.

A IN estabelece, ainda, que o suporte técnico aos processos de


planejamento das soluções de TI pode ser objeto de contratação, desde que sob
supervisão exclusiva de servidores do órgão ou entidade pública licitante ou
contratante.

3.2 Etapas do planejamento

A fase de planejamento da contratação, consoante estabelece a IN


SLTI/MPOG nº 4, de 2010, consiste nas seguintes etapas:

(a) análise de viabilidade da contratação: documento que demonstra sua


viabilidade técnica e econômica, cujas tarefas encontram-se elencadas no art. 11
da IN SLTI/MPOG nº 4, de 2010;

(b) plano de sustentação: documento que contém as informações


necessárias para garantir a continuidade do negócio durante e após a implantação
da solução de TI, bem como após o encerramento do contrato, cujo conteúdo
mínimo encontra-se no art. 14 da IN SLTI/MPOG nº 4, de 2010;

(c) estratégia da contratação: documento contendo a definição de critérios


técnicos, obrigações contratuais, responsabilidades e definições de como os
recursos humanos e financeiros serão alocados para atingir o objetivo da
contratação, elaborado a partir da análise de viabilidade da contratação e do plano
de sustentação; o art. 15 da IN SLTI/MPOG nº 4, de 2010, apresenta o conteúdo
mínimo da estratégia da contratação;

(d) análise de riscos: documento que contém a descrição, a análise e o


tratamento dos riscos e ameaças que possam vir a comprometer o sucesso em
todas as fases da contratação, cujos itens encontram-se dispostos no art. 16 da IN
SLTI/MPOG nº 4, de 2010;

e (e) Termo de Referência ou Projeto Básico, elaborado a partir da análise


de viabilidade da contratação, do plano de sustentação, da estratégia da
contratação e da análise de riscos.

De acordo com a IN, os documentos resultantes das etapas a, b, c e d


poderão ser consolidados em um único documento, a critério da equipe de
planejamento da contratação.

4. Conteúdo do Termo de Referência ou Projeto Básico

Minimamente, o Termo de Referência ou o Projeto Básico referente à


contratação de serviço terceirizado na área de TI deve conter os seguintes
elementos:

4.1. Quanto ao objeto:

4.1.1 deve ser exclusivamente considerado prestação de serviços (Decreto


nº 2.271, de 7 de julho de 1997, art. 3º);

4.1.2 não pode ser caracterizado exclusivamente como fornecimento de


mão-de-obra (Decreto nº 2.271, de 1997, art. 4º, inciso II);

4.2. De acordo com o art. 2º do Decreto nº 7.174, de 12 de maio de 2010,


que regulamenta a contratação de bens e serviços de informática e automação pela
Administração Pública federal, são vedadas especificações que:

4.2.1 direcionem ou favoreçam a contratação de um fornecedor específico;

4.2.2 não representem a real demanda de desempenho do órgão ou


entidade; e

4.2.3 não explicitem métodos objetivos de mensuração do desempenho


dos serviços;

4.2.1 A IN SLTI/MPOG nº 4, de 2010, apresenta as seguintes vedações:

(a) estabelecer vínculo de subordinação com funcionários da contratada;

(b) prever em edital a remuneração dos funcionários da contratada;


(c) indicar pessoas para compor o quadro funcional da contratada;

(d) demandar ao preposto que os funcionários da contratada executem


tarefas fora do escopo do objeto da contratação;

(e) reembolsar despesas com transporte, hospedagem e outros custos


operacionais, que devem ser de exclusiva responsabilidade da contratada;

(f) prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da


Administração na gestão interna dos fornecedores; e

(g) prever em edital exigência que os fornecedores apresentem, em seus


quadros, funcionários capacitados ou certificados para o fornecimento da solução,
antes da contratação.

4.3. Fundamentação da necessidade da contratação, a qual deverá


explicitar, no mínimo:

4.3.1 a justificativa da necessidade do serviço (Decreto nº 2.271, de 1997,


art. 2º, inciso I);

4.3.2 a relação entre a demanda prevista e a quantidade de serviço a ser


contratada (Decreto nº 2.271, de 1997, art. 2º, inciso II);

4.3.3 o demonstrativo dos resultados a serem alcançados em termos de


economicidade e melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou
financeiros disponíveis (Decreto nº 2.271, de 1997, art. 2º, inciso III);

4.3.4 a indicação precisa de com quais elementos (objetivos, iniciativas e


ações) das estratégias institucionais e de TI a contratação pretendida está alinhada
(Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, art. 6º, inciso I);

4.4. Requisitos da contratação, limitados àqueles indispensáveis à


execução do objeto pretendido (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, art. 6º, inciso
IX, letra "d” c/c art. 3º, § 1, inciso I).

4.5. Modelo para prestação dos serviços, contendo no mínimo:

4.5.1 estudos preliminares com a apresentação das soluções existentes no


mercado para atender à demanda e a justificativa pela escolha daquela que será
contratada (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º, inciso IX);

4.5.2 identificação da solução de TI como um todo, composta pelo conjunto


de todos os serviços, produtos e outros elementos necessários e que se integram
para o alcance dos resultados pretendidos com a contratação (Lei nº 8.666, de
1993, art. 8º);

4.5.3 justificativa para o parcelamento ou não do objeto, levando em


consideração a viabilidade técnica e econômica para tal, a necessidade de
aproveitar melhor as potencialidades do mercado e a possível ampliação da
competitividade do certame, sem perda de economia de escala (Súmula TCU nº
247; Lei nº 8.666, de 1993, art. 8º c/c art. 23, §§ 1º e 2º);

4.5.4 no caso do parcelamento do objeto, justificativa da escolha dentre as


formas admitidas, quais sejam, a utilização de licitações distintas, a adjudicação por
itens, a permissão de subcontratação de parte específica do objeto (Lei nº 8.666, de
1993, art. 72) ou a permissão para formação de consórcios (art. 33 da mesma Lei);

4.5.5 definição da forma de execução dos serviços, sendo preferencial a


execução indireta com medição por resultados. Deve ser justificada nos autos a
impossibilidade de sua adoção (Decreto nº 2.271, de 1997, art. 3º, § 1º);

4.6. Mecanismos de gestão do contrato, contendo no mínimo:

4.6.1 a definição de quais setores do ente participarão na execução da


fiscalização do contrato e a responsabilidade de cada um deles (Lei nº 8.666, de
1993, art. 67);

4.6.2 protocolo de interação entre contratante e contratada, com relação


aos eventos possíveis de ocorrer no contrato (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º, inciso
IX, letra "e”);

4.6.3 procedimentos para mensuração, faturamento e pagamento dos


serviços prestados (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º, inciso IX, letra "e”);

4.6.4 definição do método para quantificar o volume de serviços


demandados, para fins de comparação e controle (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º,
inciso IX, letra "e” e Decreto nº 2.271, de 1997, art. 3º, § 1º);

4.6.5 definição do método de avaliação da adequação às especificações e


da qualidade dos serviços, com vistas à aceitação e ao pagamento, cujos critérios
devem abranger métricas, indicadores e valores aceitáveis (Lei nº 8.666, de 1993,
art. 6º, inciso IX, letra "e”);

4.6.6 modelo do instrumento que será utilizado no controle dos serviços


solicitados e recebidos (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º, IX, "e” e Decreto nº 2.271, de
1997, art. 3º, § 1º);

4.6.7 lista de verificação que permita identificar se todas as obrigações do


contratado foram cumpridas antes do ateste do serviço (Lei nº 8.666, de 1993, art.
6º, IX, letra "e”);

4.6.8 regras para aplicar penalidades, observando os Princípios da


Proporcionalidade, Razoabilidade e Prudência (Lei nº 8.666, de 1993, art. 55, VII, VIII
e IX);

4.6.9 garantias contratuais necessárias (Lei nº 8.666, de 1993, art. 55, VI).
4.7. Estimativa do preço, que deve ser:

4.7.1 realizada com base em informações de diversas fontes, estando


justificado nos autos, o método utilizado, bem como as fontes dos dados que a
subsidiaram (Lei nº 8.666, de 1993, art. 6º, IX, "f”);

4.7.2 detalhada em seus custos unitários (Lei nº 8.666, de 1993, art. 7º, §
2º, inciso II);

4.7.3 detalhada em planilhas que expressem a composição de todos os


seus custos unitários (Lei nº 8.666, de 1993, art. 7º, §2º).

Jurisprudência do TCU acerca da estimativa ou pesquisa de preço em


contratações na área de Tecnologia da Informação:

“32. Esclareço que preço aceitável é aquele que não representa claro viés
em relação ao contexto do mercado, ou seja, abaixo do limite inferior ou
acima do maior valor constante da faixa identificada para o produto (ou
serviço). Tal consideração leva à conclusão de que as estimativas de
preços prévias às licitações, os valores a serem aceitos pelos gestores
antes da adjudicação dos objetos dos certames licitatórios, bem como na
contratação e posteriores alterações, por meio de aditivos, e mesmo os
parâmetros utilizados pelos órgãos de controle para caracterizar
sobrepreço ou superfaturamento em contratações da área de TI devem
estar baseados em uma ‘cesta de preços aceitáveis’. A velocidade das
mudanças tecnológicas do setor exige esse cuidado especial.

33. Esse conjunto de preços ao qual me referi como ‘cesta de preços


aceitáveis’ pode ser oriundo, por exemplo, de pesquisas junto a
fornecedores, valores adjudicados em licitações de órgãos públicos -
inclusos aqueles constantes no Comprasnet -, valores registrados em atas
de SRP, entre outras fontes disponíveis tanto para os gestores como para
os órgãos de controle - a exemplo de compras/contratações realizadas por
corporações privadas em condições idênticas ou semelhantes àquelas da
Administração Pública -, desde que, com relação a qualquer das fontes
utilizadas, sejam expurgados os valores que, manifestamente, não
representem a realidade do mercado.

34. Assim, não somente os ‘preços praticados no âmbito da Administração


Pública’, conforme redação dos subitens 9.3.1 e 9.3.3 do acórdão recorrido,
devem ser tomados como referência pelos gestores do [...] ao aferir os
valores ofertados pelas empresas [...], mas sim todos aqueles
considerados válidos - que não representem viés - para a faixa de preços
aceitável. Cabe, portanto, retirar tal expressão dos mencionados subitens
do Acórdão nº 2.400/2006 - Plenário, para que a pesquisa de preços a ser
efetivada pelos gestores do [...], em conjunto com as contratadas, se
amolde aos parâmetros considerados válidos pelo Tribunal (conforme
indicados no item precedente deste voto).

35. No que tange ao texto constante do item 10 do Voto Revisor


apresentado pelo Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, de que
teria ‘ocorrido uma leitura inadequada de que os preços praticados na
Administração Pública seriam o único parâmetro’, nota-se, a partir do
raciocínio que desenvolvi nos itens precedentes, que os preços de
contratação em órgãos públicos não podem, por um lado, ser ignorados,
nem, por outro, serem utilizados como parâmetro único para se aferir
sobrepreço ou superfaturamento. O que defendo, repito, é a construção de
uma ‘cesta de preços aceitáveis’ que auxiliem os gestores e os órgãos de
controle a identificar quais preços podem ser considerados como sendo de
mercado.

36. Além disso, qualquer comparação deve ser feita em épocas próximas
e, especialmente com relação a serviços, levando-se em conta as
condições de contratação específicas de cada caso analisado (fatores a
serem considerados: quantidade contratada, necessidade de parcelamento
na entrega do produto, local de entrega do produto ou da prestação do
serviço, impostos incidentes nesse local, exigências de qualificação da
equipe técnica, condições e local para prestação de assistência técnica
pelo contratado, entre tantos outros).

37. Destaco que a utilização de fontes que não sejam capazes de espelhar
o mercado de TI para produtos com certa complexidade ou serviços
fornecidos para o setor público- como sites na Internet, inclusive
internacionais -, pode servir apenas como mero indicativo para o gestor ou
para os agentes de controle, sem que sirvam, por si sós, para imputação
de sobrepreço ou superfaturamento.” Acórdão nº 2170/2007 Plenário

Sobre a pesquisa de preços praticados pelo mercado, estabelece a IN


SLTI/MPOG nº 4, de 2010:

“Art. 15. A Estratégia da Contratação será elaborada a partir da Análise de


Viabilidade da Contratação e do Plano de Sustentação, contendo no
mínimo: [...]

IV - elaboração, pelos Integrantes Administrativo e Técnico, do orçamento


detalhado em preços unitários, fundamentado em pesquisa no mercado, a
exemplo de contratações similares, valores oficiais de referência, pesquisa
junto a fornecedores ou tarifas públicas;”

4.8. Forma de seleção do fornecedor, contendo no mínimo:


4.8.1 a caracterização do serviço como comum ou não (Lei nº 10.520, de
17 de julho de 2002, art. 1º, parágrafo único);

4.8.2 a justificativa para o tipo e a modalidade de licitação a serem


utilizados;

4.8.3 o direito de preferência previsto nos arts. 44 da Lei Complementar nº


123, de 14 de dezembro de 2006;

4.8.4 o direito de preferência previsto no Decreto nº 7.174, de 2010 (art.


5º);

4.9. Critérios que serão utilizados na seleção do fornecedor, contendo no


mínimo:

4.9.1 os critérios de habilitação, com respectivas justificativas para cada


um deles (Lei nº 8.666, de 1993, arts. 30; 3º, § 1º, e 44, § 1º);

4.9.2 critérios técnicos obrigatórios, com respectivas justificativas para


cada um deles (Lei nº 8.666, de 1993, arts. 3º, § 1º e I, e 44, § 1º);

4.9.3 no caso de licitações tipo técnica e preço ou melhor, técnica, os


critérios técnicos pontuáveis, com as respectivas justificativas para cada um deles
(Lei nº 8.666, de 1993, arts. 3º, § 1º e inciso I, e 44, § 1º);

Jurisprudência do TCU sobre critérios técnicos pontuáveis:

“9.2.3. em atenção ao princípio da eficiência e ao previsto no inciso I do §


1º do art. 3º da Lei nº 8.666/1993, nas contratações de fornecimento de
serviços de tecnologia da informação, abstenha-se de utilizar
indiscriminadamente critérios de pontuação que valorem apenas as
experiências passadas dos licitantes, como aqueles aferidos pela
apresentação de atestados de execução de serviços, e considere a
existência de três grupos de critérios de pontuação: os baseados na
experiência passada da licitante (por exemplo, atestados de execução de
serviços), os baseados na sua situação atual (por exemplo, certificações) e
os parâmetros de execução contratual que o licitante pode oferecer na sua
proposta técnica (por exemplo, índice mensal máximo de defeitos no
software), balanceando o peso de cada grupo de acordo com o tipo do
objeto a ser contratado;

9.2.4. em atenção aos princípios da transparência e da eficiência, faça


constar nos editais de licitação do tipo ‘técnica e preço’, para cada atributo
técnico da planilha de pontuação técnica, além do número de pontos
atribuídos pelo atendimento ao atributo, o total de pontos obtido pela
multiplicação dos pontos atribuídos pelo peso do fator de pontuação, bem
como o percentual deste total de pontos em relação ao total de pontos da
avaliação técnica;

9.2.5. abstenha-se de incluir critérios de pontuação técnica para cujo


atendimento os licitantes tenham de incorrer em despesas desnecessárias
e anteriores à própria celebração do contrato ou que frustrem o caráter
competitivo do certame, a exemplo dos quesitos que pontuam os licitantes
que possuírem, já na abertura da licitação, determinadas estruturas, tais
como plataformas de treinamento à distância e suporte remoto por meio
de linha telefônica 0800;

9.2.6. ao determinar a apresentação de certificação de qualidade como


critério de pontuação, evite o direcionamento a um certificado específico,
estabelecendo a aceitabilidade de todas as certidões idôneas disponíveis
no mercado, emitidas por entidade certificadora independente, não
mencionado produtos específicos, senão a título exemplificativo;

9.2.7. atente para as orientações contidas nos Acórdãos n° 1.094/2004, nº


116/2006 e nº 786/2006, todos do Plenário do TCU, aplicando-as, no que
couber, aos editais de licitação destinados à contratação de serviços de
informática similares aos ali tratados;” Acórdão nº 1910/2007 Plenário

4.9.4 no caso de licitações tipo técnica e preço ou melhor técnica, planilha


contendo, para cada atributo técnico da planilha de pontuação, sua contribuição
percentual com relação ao total da avaliação técnica (Acórdão nº 1.910/2007 -
Plenário, itens 9.2.3 e 9.2.4);

4.9.5 o critério de aceitabilidade de preços unitários e globais (Lei nº 8.666,


de 1993, art. 40, X);

4.9.6 o critério de julgamento que será utilizado (Lei nº 8.666, de 1993, art.
45);

4.10. Adequação orçamentária (Lei nº 8.666, de 1993, art. 7º, § 2º, inciso
III).

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