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B 084s COMPLETAS necer uma base ainda mais séida para a existéncia posterior. O pa- ce de certo modo, colocadi na situagao daquele dramatur- go que, s0b a pressio da opinio piiblica, 6 obrigado a transforma a aggdia que projetava num drama com happy end. Fermitam-me con- air com esta nota otimista, e agradecer-Ihes de todo 0 coracio pela atengdo que dispensaram 4 minha exposi¢ao. VII Aniilises de criangas com adultos! Senhoras e Senhores, Que numa associagdo onde tantos de seus membros seriam dignos, e até mais dignos do que eu, de cumprir esta miss, me te- ham escolhido justamente a mim, um estrangeiro, como orador para a nossa festa de hoje eis algo que requer uma explicagéo.. ou sum pedido de desculpa. Somente a antiguidade, 08 25 anos em que me foi dado viver ao lado do mestre e sob sua direcao, nao basta; legas que o acompanham fielmente hd mui- wu, Permitam-me entao imaginar uma outra lizar esta ocasidio para desafogar o terreno ada e de bom grado retomada pelos vvezes se ouve discorrer | estdo aqui entre nés cok to mais tempo do que e razio, Talvez. queiram de uma mentira muito dissemin: profanos e pelos reticentes. Muitas e muitas sco sem o menor fundamento sobre a intolerancia, ¢ “ortodoxia” do rosso mestre. Ele nao permitiia nenhuma critica de suas teonts | por aqueles que o cercam; expulsaria todos os talents indepen: dentes para impor com tirania a sua vontade cent. Algo a= lam do seu rigor digno do Antigo Testamento,¢ tenlam até darihe uma teoria racial como base de suste uma triste verdade, intagao. E pie sem civida, que alguns tlentos eminentes e muitos unos sao do 75 aiversiio do promanciad tm demu S90 1. Conferéncia extraordindtia F naltca de Viens ‘Professor Freud, na Associagfo Psica ee 80 OBRAS COMPLE ng nor valor he voltaram as costas a0 correr do tempo, depois de o te. fom seguido por mais ou menos tempo. Teréo eles obedecido ame, tvos puramente cientifcos? Penso que a esterilidade cientifica 4g aque dio provas depois de seu afastamento nao depie muito a fave, dele, Gostaria agora de colocar na balanga o amavel convite que os senhores me fizeram, a titulo de argumento contra a ortodoxia ds ‘Associagao Internacional e de seu lider espiritual, 0 professor Freud. Sem querer medir a minha importancia com a daqueles colegas a ue fiz alusdo, fato € que sou, em geral, bastante conhecido come. fine piritoinquieto ou, como me foi recentemente dito em Oxford, como 0 enfant terrible da psicandlise. As proposiges que lhes tenho submetido, do ponto de vista [ t€enico e te6rico, séo severamente criticadas por uma respeitivel ‘maioria, por seu caréter fantasista e original demais, Tampouco pos- so pretender que o proprio Freud esteja de acordo com tudo o que ico. Deu-me sempre sua opiniao franca, quando Iha soli- ei. Mas ndo hesitava em acrescentar que, sob certos aspectos, 0 futuro poderia dar-me razo, e nem ele nem eu cogitamos de in- terromper a nossa colaboracéo por causa dessas diferencas relati- vvas a0 método e & teoria; mas no que diz respeito aos mais im- Portantes principios basicos da psicanélise, estamos perfeitamente de acordo, Cri Sgt um certo ponto de vista, Freud é efetivamente ortodoxo. rata aue, depo de vérios decénios, permanecem imutaveis, ae q — - A interpretacao dos sonhos, por exem- fans no coateuae mmamente cnzelada, to perfetamente coerente des do tempat na forma, que resiste a todas as visit abordé a Agadren te d€ modo que a critica mal se atreve a der nabathe eee ees 20 destino ter tido a oportunidade de po- '88e espitito superior e, digamo-Io bem alto, com "mos que 0 seu 75° aniversario Ihe traga, Vigoroso espirito, o restabelecimento de esse espirito liberal. Espere com a integridade de seu Suas forgas fisicas, "ANALISES DE CRIANGAS COM ADULTOS ei (Os primeiros passos da anise de criancas sio obra de membros deste grupo. Fondo de lado otinico ensaio precursor de Freud, aana~ lista vienense, sra. Von Hugh Hellmuth, foi a primeira a ocupar-se metodicamente da andlise de criangas. A ela: devemos a ideia de co- mecar a andlise de criangas como uma espécie de jogo infantil. Ela erpais tarde, Melanie Klein, viram-se obrigadas, se queriam tratar Ghancas pela psicandlise, a introduzir modificacdes substanciais na Clanica da andlise de adultos, quase sempre no sentido de uma ate- snuagao do rigor técnico habitual. Todos conhecem e apreciam 0s pupkihos sistemdticos da nossa colega Anna Freud sobre esse as- ‘assim como os procedimentos magistralmente habeis inven- tacos por Aichhom pata conter as criangas mas ciceis No que me diz respeito, ndo tenho tido muito trato com criangas, em psicanli- sec eu mesmo me surpreendo por me defrontar agora, Sino muito diverso, com 0 problema da analise infa @fato, como cheguei a ele? Antes de responder a essa Pee ee é ne fi partieipar-hes, em poucas palavras, uma particularidade espec ientacao de meu trabalho. Uma espécie de f fandtica nas idades de éxito da psicologia da profundidade fez-me con Pijerar os eventuais fracassos menos como consequéncia de uma *incurabilidade” do que da nossa propria inépcia, hipstese ‘ Jevou necessariamente a modificar a técnica nos casos difceis em que era impossivelobter éxito com atéenca habitual. oi, portanto, a contragosto que me resolvi a abandon sos mais correntes pata tornar-me, pouco a pouco, um especi larmente dificeis, dos quais me ocupo agora 5 tais como “a resisténcia do pa~ ciente éinsuperdvel” ou “0 narcisismo nao permite aprofundar mals este caso", ou mesmo a resignagéo fatalista em face do chamac estancamento de um caso, eram e continuam sendo para mim inad- missiveis. Pensava que, enquanto o paciente continua comparecen- do, 0 fio de esperanga nao se rompeu, Portanto, eu finha que oer -me de forma incessante a mesma indagacao: a causa do fr do sera 0 pro- serd sempre a resistencia do paciente, nao seré antes 9 Hss0 PA -se as part pes prio conforto que desdenha adaptar-se as P: as S0a, no plano do método? Nesses casos aparentemente estanc em que a anadlise ndo oferece ha muito tempo perspectives HO nem avangos terapéuticos, tive 0 sentimento de que ees ae nhamos associagao livre ainda continua sendo uma s, com pensamentos pro- yenientes das camadas psiquicas superficiais, muito preocupadas — “omo sempre ~ com os acontecimentos da véspera, depois ecome SGentualmente uma analise de sonho, “normal”, mas que pode tor evfrse infantil ou ser facilmente atuada, Mas nunca deixo terminar ama sessdo sem analisar a fundo o material atuado, utilizando ple. vramente, € claro, tudo 0 que sabemos da transferéncia, da resistin a e da metapsicologia da formagao do sintoma, nem sem tomar Consciente esse material para 0 paciente. ‘Quanto a segunda questao, ou seja, até onde pode ir a acdo ‘num fal jogo infantil, a resposta seria a sepuinte: o ad ria ter 0 direito de conduzir-se em anélise como uma crianga isto é, arrebatada; mas quando ele proprio cai no erro que nos recrimina por vezes, quando sai de seu papel durante o jogo e tenta viver a realidade infantil no quadro das ages de um adulto, entio é preciso mostrar-Ihe que é ele quem estd agora estragando 0 jogo; e é preciso assim chegar, nao sem dificuldade, as vezes, a fazer com que o paciente limite ao infantil o modo e o alcance de sua ati- tude. A esse respeito, gostaria de emitir a hipétese de que os movi- mentos de expresso emocional da crianga, sobretudo os libidinais, remontam fundamentalmente & terna relagdo mae-crianga, € que 08 elementos de malevoléncia, de arrebatamento passional e de perversao aberta séo, na maioria das vezes, consequéncias de um tratamento desprovido de tato, por parte do ambiente. E uma van- ‘lise quando o analista consegue, gracas a uma pa- itadas, ir 0 quanto possfvel ao encontro do paci -se dese modo uma base gracas & qual pode-se lutar até o fim na claboracao dos conflites, inevitéveis a um prazo mais ou menos Cutto, ¢ isso na perspectiva de uma reconciliagao. O paciente ficaré entdo impressionado com 0 nosso comportamento, contrastante om os eventos vividos em sua prépria familia, e, como se sabe ag0~ 1a protegido da repeticdo, atrever-se-4 a mergulhar na reprodugao do pasado desagradavel. © que se passa ento lembra-nos viva- Mente o que nos relatam os analistas de criancas. Acontece, por emplo, que o paciente, ao confessar uma falta, nos tome brusca- mente a mao e nos suplique para nao lhe bater. £ frequente os pa- Gentes procurarem provocar a nossa suposta perversidade escondi- a, recorrendo a maldades, sarcasmos, cinismos, diversas indelca- — % ‘OBRAS COMPLETAS dezas e até mesmo a caretas. Nao hé nenhuma vantagem em ban- ar nessas condigdes o homem sempre bom e indulgente; mais ‘aconselhével confessar honestamente que o comportamento do pa- Gente nos desagrada mas que devemos nos controlar, sabendo que, ‘se ele se dé ao trabalho de ser malévolo, seré por alguma razao. As- sim se toma conhecimento de muita coisa sobre a insinceridade e a hipocrisia que o paciente deve ter frequentemente observado em seu ambiente, sob a forma de demonstragao ou de presungao de amor, ao passo que dissimulava as suas criticas a todos e, mais tar- de, a si mesmo também. ‘Nao é raro os pacientes trazerem-nos, muitas vezes em meio as suas associagdes, pequenas histérias compostas por el mo poemas ou rimas forcadas; alguns pedem-me ut presentear com um desenho ou um retrato, em geral muito primiti- vo. Naturalmente, deixo-os fazer tudo isso e aceito essas pequenas doagées para me servirem de ponto de partida para outras forma- bes f icas que sero mais tarde submetidas a andlise. E isso, Por si 6, no evoca jé um fragmento de andlise de crianca? Permitam-me, de resto, reconhecer nesta oportunidade um erro tatico cuja reparagao me ajudou a compreender melhor uma questdo de fundamental importancia, Penso no seguinte problema: ‘em que medida o que eu faco com os meus pacientes pertence a es- fera da sugestao ou da hipnose? A nossa colega Elisabeth Severn, que esté fazendo andlise didética conosco, observou-me um dia, no decomrer de uma discussdo, que as minhas perguntas e respostas vi- ham, por vezes, perturbar a espontaneidade da producao fantasis- tica, Eu deveria limitar a minha ajuda, no que se refere a essa pro- dugio, a incitar as forgas debilitantes do paciente a prosseguir o tra- balho, a superar as inibigSes devidas & angtstia, e outras coisas do género. E ainda melhor quando os meus incitamentos assumem a forma de questées muito simples em vez de afirmagées, o que obri- 2 0 analisando? a continuar o trabalho por seus proprios meios. A forrmulagio tedrica que daé decorre,e & qual devo tantas compreen- bert novas, diz que a sugestio, que se pode permitir mesmo em. ae ee Loew um encorajamento geral do que uma orienta- 01 petra uma diferenga essencial com as suges- Pelos psicoterapeutas; na realidade, trata-se 3.Nera nota da p 248, "ANALISES DE CRIANGAS COM ADULTOS . simplesmente de um reforco das instrugdes inevitéveis da andli- ge: agora deite-se, deixe seus pensamentos fluirem liementere diga tudo o que lhe acudir ao espirit. Mesto 0 jogo das fantasias ‘nada mais é do que um encorajamento desse género, embora meis acentuado. No que se refere & questao da hipnose, pode-se respon. der da mesma maneira. No decorrer de qualquer associacao livre, Sdo inevitaveis os elementos de éxtase e de esquecimento de si en” tretanto, 0 convite para ir mais longe e mais a fundo leva, por vezes excomigo, confess0-0 honestamente, com muita frequéncia ~ 20 aparecimento de um éxtase mais profundo; quando ele assume um ‘arater por assim dizer alucinatério, pode-se-Ihe chamar, se quiser-» ‘mos, auto-hipnose; os meus pacientes o chamam de bom grado um. estado de transe. E importante nao abusar desse estagio de maior afligdo para impregnar o psiquismo sem resisténcia do paciente de teorias e formacées fantasisticas proprias do analista; € preferivel utilizar essa influéncia, inegavelmente grande, para aumentar no paciente a capacidade de elaboracao de suas préprias produgdes. Usando um neologismo (certamente deselegante), poderiamos di- zer que a andlise ndo deve “introssugerir” ou “intro-hipnotizar” coisas no paciente; pelo contrario, “exossugerir” ou “exo-hipnoti- zat” 6 nao s6 permitido mas util. Abre-se aqui uma perspectiva, im- portante do ponto de vista pedagégico, sobre 0 caminho a seguir ‘em matéria de educagdo racional das criangas. Que as ctiancas se- jam influenciaveis, que sejam propensas a apoiar-se sem resisténcia num “grande” nos momentos de afligdo, que exista, portanto, um elemento de hipnose na relacdo entre criangas e adultos, é um fato inegavel, com 0 qual ha que conformar-se. Portanto, esse grande poder que os adultos tém em face das criangas, em vez de utliz-Io sempre, como geralmente se faz, para imprimir as nossas proprias regras rigidas no psiquismo maledvel da crianca, como algo Ovi gado do exterior, poderia ser organizado como meio de educé: ara maior independéncia e coragem. ae a situagéo anaitica,o paciente sente-seferido, decepco- nado, abandonado, pée-se as vezes a brincar sozinho, como ht crianga desprezada, Tem-se nitidamente a impressdo de que 0 at dono acarreta uma clivagem da personalidade, Una ee al Prépria pessoa comeca a desempenhar 0 papel 3 TT. bor com a outra parte, e assim torna 0 abandono nulo = ptiel assim dizer. © que € curioso, neste jogo, € ndo so que (OBRAS COMPLETAS 8 do corpo, como os dedos, a mo, 08 PES, 0S gos genitals 2 cabe- doco, os lhos tornamse representantes do pessoa toda e a Cero nate das as perpécias de sua propria raga <0 represen cone eval 8 cOnciiaco, mas também que se adquire através rade nogdo gral dos processos a que dei o nome ce aulocloa- jenna propria esfra psiquica. 6 surpreendente a enorme wae de percepgpes autossimdiicas de si, ou de psicologia quatiiciente, que emergem nas producoes fantasisticas dos anal args, como has das criancas, manifestamente. Contavam-se pe~ Gqunas histras, em que algum animal perigoso tenta destruit com cejontes e as garras uma medusa mas no a consegue dominar porque a medusa esquiva-se a todos os goipes e a todas as mordi- Eas, gracas sua maleabilidade, para retomar em seguida a sua for- tna calérica, Esta histéria pode ser interpretada de duas mantras: por um lado, exprime a resistencia passiva que o paciente opde as Sgressbes do mundo externo e, por outro, representa a clivagem da pessoa numa parte sensivel, brutalmente destrufda, e uma outra Jue, de certo modo, sabe tudo mas nada sente. Esse processo pri- tnatio de recalcamento exprime-se ainda com maior clareza nas fantasias e nos sonhos em que a cabeca, ou seja, 0 érgao do pensa- ‘mento, separada do resto do corpo, caminha com seus proprios pés, 0 6 ests ligada ao resto do corpo por um fio, coisas que exigem, toda lay uma explcagio, ro 36 histérica mas também autossim- lca ‘Quanto & significagio metapsical6gica de todos esses proces~ sos de clivagem e de ressoldadura, nao quero estender-me mais lon- gamente a esse respeito, desta vez. Se conseguii comunicar-lhes 0 meu sentimento de que temos, de fato, muito a aprender com 08 rnossos doentes, os nossas alunos e também, evidentemente, com as riangas, dar-me-ei por satisfeit. _ Ha alguns anos fz: uma breve comunicacéo sobre a relativa fe~ guéncia de um sonho tipico a que dei o nome de *sonko do bebé sibo" Tate se daqulessonhoe em que ua crianga ecém-nas- go comeca a falar, de sibito, para dar sébios conselhos aos pais e outros adultos. Num dos meus casos, a inteli- ee s, como uma pessoa a parte, que tinha por 4 "O sono do bebé sibio", om Psicondlise 1 Sema _axsuses DECHANCAS COM ADULTOS tarefa levar rapidamente socorro a uma crianga quase mortalmente tree Depress depressa, que devo fazer? Fram o meu mes feretgo nd ninguém que poss ajudar-me? Vejam como ele est perdendo todo o sangue! Quase nao respira mais! Tenho eu mesmo Me fazer 0 curativo do ferimento ‘Vamos, meu filho respira profun- gue ffte senio mores, Eis que o coracto para Ele esté momen: dare esta morrencol..” As associagdes que se ligavam 8 andlse Ge um somho cessaram, @ 0 paciente, tomado de opistétonos, fez de ientos como se quisesse proteger obaixo-vente Por meio de srrmrajamentos © de perguntas, descritos mais acima, consegulen- near, restabelecer 0 contato com 0 doente, que se encontava tretestado quase comatoso,¢ coagi-lo a falar de um traumatismo nual sofrido no comeco de sua infancia. Sobretudo, gostaria de seNinhat aqui a kuz projetada por essa observacdo,¢ outas seme Trantes, sobre a geese da autocivagem narcsica Tudo se passa verdadeiramente como 8¢, Sob" pressao de um ‘perigo iminente, | ven fragmento de nés mesmos se cindisse sob a forma de instinca Sttoperceptiva que quer acudir em ajuda € isso, talver, desde os | primelzos anos da ifanca, Poi todos n6s sabemos que as ranees que muito sofreram, moral ¢ fisicamente, adquirem os tragos fisio- semicos da idade e da sabedoria. Também tendem a cercar mater: nalmente os outros; manifestamente, estendem assim a outros 08 Conhecimentos adquiridos a duras penas, a longo do tratamen'oy.” sobre o seu proprio sofrimento; tonam-se individuos bons ¢ Pr. timosos, Nem todos conseguem levar to longe 0 controle de sua propria dor, heando alguns fxados na auto-observagio en Mp condria. Mas é inegavel que as forgas reunidas da anélise € da observa- co de criangas encontram-se de novo diante de tarefas colo de interrogagoes, para as quais somos encaminhados, essen mente, pelos pontos comuns nas andlises de crancas ¢ de ads Pode-se afirmar, com razo, que o método que emPrreh com, 08 meus analisandos consiste em “mimé-los”. Sacrificando i e qualquer consideragio quanto 20 nosso proprio com iol ces es tanto quanto possivel aos desejos e impulsos afetivos longa-se \\ a sesso de andlise o tempo necessario para poder Ses suscitadas pelo material; nao se solta 0 pacient Tesalvido, no sentido de uma conciliagdo, os contitos i 2 Kido de uma concifeg or fendidos e reontando& situacao analitica, esclarecendo os mal-en — tC BRAS COME 0 PLETAS iva 1. Procede-se assim um pouco a maneira de uma vin ome io iré deitar-se & noite antes de ter discutido a a t,com seu fiho, e solucionado, num sentido de apaziguamen- to, todas as preocupacdes grandes e pequenas, medos, intengies Resse problemas de consciéncia que estavam em suspenso, Por esse meio, chegamos a deixar 0 paciente mergulhar em todos 0s es- tigi precoces do amor de objeto passivo, onde, em frases murmu- ‘arias, como uma ctianga prestes a adormecer, ele nos permite en- trever seu universo onirico. Mas essa relacdo terna nao pode durar tternamente, mesmo em andlise. O apetite chega comendo, diz 0 adagio. O paciente feito crianga mostra-se cada vez mais exigente, retarda cada vez mais 0 aparecimento da situacio de reconciliagdo, a fim de evitar reencontrar-se sozinho, para escapar ao sentimento de no ser amado; ou entéo procura, por ameacas, cada vez mais perigosas, provocar uma aco punitiva de nossa parte. Naturalmen- te, quanto mais intensa e fecunda era a situagao de transferéncia, maior serd o efeito traumatico do momento em que nos vemos obri- ¢gados, por fim, a terminar com esses excessos. O paciente envolve- se entdo na situagao de frustracao que conhecemos téo bem, que reproduz primeiro, a partir do passado, a raiva impotente e a parali- sia que se segue, e so precisos muitos esforgos e uma compreen- fo cheia de ‘ato para obter a reconciliagao nessas condigdes, em vez da alienacao que persistia na infan © que constitui o mecanismo da traumatogénese: em primei sat, a paralisia completa de toda a espontaneidade, logo d conseguimos estabelecer 0 contato, mesmo nesses estgios, fica~ ‘mos sabendo que a crianga, que se sente abandonada, perde por as- sim dizer todo o prazer de viver ou, como se deveria dizer com eu {a agressdo contra a sua propria pessoa. Isso chega aS vvezes to longe que o paciente comega a sentir-se como se fosse perder os sentidos ou morrer; 0 rosto cobre-se de palidez mortal € ‘surgem os estados préximos do desmaio, assim como um aumento geral do t6nus muscular, podendo chegar ao opistétonos. O que se deems i diante dos nossos olhos é a reproducao da agonia psi- use gisca que acarreta uma dor incompreensivel e insuportével, lo, als, que esses pacientes “moribundos” também forne- i NNN “anAiES DE CRIANGAS COM ADULTOS . cem ifornages inteessntes sobre oan ea natteza dose Sto a morte, masa aalaio pacligica ess dpoens re peraria longe demais. Conversando com 0 meu colega dr. Rickman, lewtndres, a respeito desses fendmenos ameasadore, ele me pe ‘mantinha medicamentos ao alcance da mao para in- purge fosse 0as0, e salvar avida do paciente Respondi-he sic tenfvamente, se bem que, até o presente, nunca tivesetido neces- Sidade de usd-los.s falas apaziguadoras e cheias de tato,eventual- Frente reforcadas por uma pressao encorajadora da mao e, quando jgso se mostra insuficiente, uma caricia amistosa na cabe ise) a reagdo a um nivel em que o paciente volta a ser acess paciente relata-nos entao as agées € reagbes inadequadas dos adul- Bis, diante de suas manifestagGes por ocasido de choques traumati- (oe fnfantis, em oposi¢ao com a nossa maneira de agit. O pior & realmente a negacao, a afirmagao de que nao aconteceu nada, de {gue nao houve sofrimento ou até mesmo ser espancado e repreen- dido quando se manifesta a paralisia traumatica do pensamento ou dos movimentos; € isso, sobretudo, o que toma o traumatismo pa~ togénico. Tem-se mesmo a impressao de que esses choques graves sao superados, sem amnésia nem. sequelas neuroticas, se a mae es- tiver presente, com toda a sua compreensdo, sua ternura e, 0 que é mais raro, uma total sinceridade. Espero, neste ponto, ouvir a seguinte objecio: deve-se verda- deiramente afagar primeiro 0 paciente e acalenté-lo na ilusdo de uma seguranca ilimitada, para fazé-lo viver em seguida um trauma- tismo tanto mais doloroso? Invocarei, a meu favor, que nao provo- quei intencionalmente esse processo, ele se desenvolveu em conse- quéncia da minha tentativa, em minha opiniao legitima, de reforsar a liberdade de associagéo; tenho um certo respeito por essas rea- es que surgem espontaneamente, por isso deixo que apareram sem intervir, porquanto suponho que elas manifestam tendéncias Para a reprodugao que nao se deve impedir mas cujo desenvolvi- ‘Mento cumpre favorecer antes de tentar ‘controla: ‘Deixo aos pe- dagogos o encargo de decidir em que medida esse género de expe tiéncias também é encontrado na educacao corrente das criangas. Posso dizer, sem receio, que 0 comportamento do pacients 2 despertar desse estado de alienacao traumatica infantil, € OUST Mente surpreendente e altamente significative. Vemes' lesbo sea formalmente como se criam os lugares de predilecio dos sin guntou se eu SH ciel BRAS coy 2 MP LENA choquesulteriores. Uma paciente, por ee eno de cbolstotraumalca um itcreo es Br pa cabea, de modo que todo 0 Seu rosto fica azul ey Gesperta como de um sonho, nada sabe do que se passou, rem dy ates desses eventos; sente simplesmente a dor de cabeca, um sin. toma que the é habitual, mas com redobrada intensidade. Estaria. ros na pista de process0s fisioldgicos que realizam o deslocamen. ico de um movimento emocional puramente psiquico para tum 6rgio do corpo? Poderia citar-Ihes sem dificul dde exemplos anélogos, mas bastardo alguns. Um paciente, abando- nado em sua infancia por pai, mae e, poderia acrescentar, pelos

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