Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Penso que em torno do valor e o trabalho reprodutivo há muito que ser analisado e não
penso que sem pesquisas devamos decretar um ponto de vista “definitivo” no âmbito desta
tradição revolucionária (2)
Na perspectiva marxista podemos identifica que o trabalho é o centro como o unicamente
que gera valor monetário como moeda de troca. Com isso, parte-se da premissa que o
trabalho produtivo e o improdutivo – duas categorias marxistas de categorização do trabalho
são parte constituintes e necessárias para a continuidade do modo de produção de
capitalista.Com a perspectiva da Divisão Sexual do Trabalho e sua atualidade nos distintos
papéis sociais de gênero, os quais mediante a ação do patriarcado naturalizando o trabalho
doméstico gratuito como tarefa exclusiva das mulheres e mantém sua invisibilidade para a
sustentação do trabalho produtivo e, dessa forma, do modo de produção capitalista.
Encontramos pouca produção neste debate, ou alguns debates isolados. Neste caso,
gostaria de participar de um coletivo no interesse de tratar sobre a naturalização da
feminização e romantização sobre o trabalho reprodutivo na relação com a acumulação de
riquezas. A contribuição do trabalho reprodutivo na esfera pública e na reprodução da vida
social. A divisão sexual do trabalho, o patriarcado e a potencialidade contrarevolucionária. A
desigualdade de gênero e classe no contexto da superexploração da força de trabalho. O
Estado e o trabalho feminino.
Penso que o trabalho reprodutivo tem implicações concretas na vida da sociedade em
geral, e das mulheres em particular, tanto na esfera pública quanto na privada
(superexploração do trabalho feminino, salários, tipos de trabalho etc / mulheres como pilar
do tempo de trabalho socialmente necessário, no ambiente doméstico, garantindo condições
mínimas e imprescindíveis para a produção social). Ele é tão necessário ao capital quanto ele é
ocultado e, na divisão sexual do trabalho, naturalizado como feminino. A naturalização, a
desvalorização e o apagamento do trabalho reprodutivo, penso eu, é, junto com a propriedade
privada, base para entendermos as desigualdades entres sexo na sociedade patriarcal
capitalista.
Grosseiramente, o trabalho feminino (reprodutivo) é ignorado na produção de valor, não
reconhecendo como trabalho produtivo.
- a necessária compreensão entre geral e específico e a relação do capitalismo desigual e
combinado. - o capitalismo dependente e as desigualdades internas nas economias centrais do
capitalismo. ; - Divisão internacional e sexual do trabalho; - Produção e concentração dos
meios de produção e riqueza. - Desigualdades, lutas sociais e políticas públicas e luta de classe.
- Classe social, luta de classe, gênero, etnia, racismo, sexualidade e orientações. - Categorias e
conceitos gerais e questões identitárias: acesso e garantias de direitos e a bens comuns. -
Estratégias de resistências e lutas sociais. - Em que o livro pode contribuir para a Leitura Social
- militante e teórica - sobre exploração, expropriação e espoliação capitalistas?? - Como a
resistência das mulheres - lutas por direitos de igualdade, reprodutivos, contra violência,
misoginia, etc.; e lutas de trabalhadores: moradia, urbanização, educação, bens comuns/da
natureza, etc. - pode ser compreendida como constitutiva da luta anti-capitalista? - Como a
compreensão do controle e da opressão do corpo da mulher fazem parte da exploração do
trabalho - remunerado e não remunerado - e também da resistência da classe trabalhadora e
da luta anti-capitalista?
Acredito que o valor dado ao trabalho no sistema capitalista (um mero custo) é fator de
desigualdade e injustiça. Principalmente contra quem faz o trabalho reprodutivo. Quando
colocamos um preço à hora de trabalho (como Marx faz no seu cálculo da mais valia)...
acabamos assim destorcendo o valor do trabalho. Pois na vida, para viabilidade econômica, o
limitante não é o custo que representa o trabalho, mas sim o tempo passado à realização da
atividade. Num sistema familial, artesanal, e cooperado, se procura maximizar a produção, a
renda em relação ao trabalho fornecido, dentro de um calendário
diário/semanal/mensal/anual... de tarefas e produção... dando assim um real valor à hora de
trabalho, e a sua competência, a partir da produção fornecida por ela ... fazendo então
investimentos com objetivo de valorizar cada vez mais o trabalho fornecido...(renda /
trabalho)... e poder assim trabalhar menos ou ganhar mais (pois quem investe é o
trabalhador!) No sistema capitalista, o trabalho é deshumanizado e considerado um custo...
passa a ser valorizado o capital investido, a mão de obra sendo um custo, da mesma forma que
custa a manutenção das máquinas, fazendo investimento para valorizar o capital e diminuir o
custo da mão de obra, ou seja desvalorizar o trabalho humano (renda / capital investido). Isso
nos leva a nem questionar a coerência, a eficiência ou a valorização das competências... a
ignorar prazeres e lazeres, trabalho reprodutivo, dignidade. Quando se trata do trabalho
reprodutivo, historicamente reservado ao gênero feminino... no pensamento capitalista, ele é
o de mais baixo custo, competindo com as horas de “trabalho” (rende mais trabalhar fora de
casa somente se paga menos a hora de quem fizer o trabalho da casa no nosso lugar...ou
senão teremos que fazer jornada dupla!)... nos levando a sempre investir mais em máquinas,
para ganhar tempo, porém um tempo sempre menos remunerado... deshumanizado...
enquanto deveríamos ter valorizado a hora de trabalho, já que conseguimos produzir mais
com menos trabalho... Mas no lugar de valorizar o trabalho humano, distribuindo aos
trabalhadores os ganhos de produtividade, se valoriza o lucro em cima do investimento,
concentrando o aumento da produção na mão de poucos. E para isso, inventam trabalhos
inúteis e alienantes dentro de uma estrutura burocrática ineficiente, inventam a correria, nos
levando a acreditar que a batalha é sempre trabalhar mais! Enquanto os avanços tecnológicos
deveriam nos permitir de produzir mais, em menos tempo, e passar então horas a mais
convivendo com a família, lendo ou passeando...
Compreendo que estamos, desde as décadas de 1970 vivenciando uma alteração na base
tecnológica do capital (composição técnica do capital), e, como não poderia deixar de ser, com
alterações na composição orgânica do capital e na estruturação da classe trabalhadora
(Exército Ativo e Exército de Reserva). Tais alterações abriram leque para um sem números de
formas de relações de trabalho e de exploração capitalista de mercadorias antes não
existentes e de atividades que ainda eram guiadas pelo efeito de seu valor de uso. Efeito que é
base necessária para sua mercantilização. Isso ocorreu com o trabalho reprodutivo. Hoje há
ampla expansão do processo de produção de valor a partir dos trabalho reprodutivos. Para
mim, o real concreto já desenvolveu as repostas às questões polêmicas presentes no debate
sobre ser ou não o trabalho reprodutivo um trabalho produtivo e a compreensão desse real
concreto só é possível por meio das abstrações marxianas.
Marx aponta que quem gera valor é o trabalhador produtivo, e sendo assim o trabalho
reprodutivo não estaria enquadrado nesse contexto. Se formos analisar o trabalho reprodutivo
da mulher vê-se que ele não gera valor monetário, mas ainda assim os serviços gerados por ela
são consumidos por todos na família e acabam garantindo as condições materiais e espirituais
para que o trabalho produtivo se faça. Nesse sentido, o trabalho reprodutivo não é menos
econômico que o assalariado, ele apenas tem uma natureza distinta e está totalmente
conectado com a produção do valor. Sem a mulher em casa garantindo o almoço, a roupa
limpa, a casa arrumada, os filhos com saúde, como todos poderiam viver a vida do trabalho?
Penso que brevemente respondi na questão anterior. A produção de valor é uma relação
social, não é restritamente uma relação econômica, mas também o é. É impensável pensar
produção de valor, sem pensar o trabalho reprodutivo e aí incluindo a apropriação do nosso
corpo e dos produtos dele, do nosso tempo, o trabalho de cuidados e produção e reprodução
da força de trabalho, única fonte de produção de mais valor.
Minha posição, embora não tenha muita leitura sobre o tema do trabalho reprodutivo:
acredito que a reprodução da força de trabalho é o trabalho mais essencial para a produção do
valor, na medida em que a reprodução é, de fato, a produção da mercadoria fundamental do
capitalismo, a única mercadoria que produz (novo) valor, isto é, a força de trabalho.
Prefiro não me posicionar, pois não tenho um conhecimento integrado sobre essa
problemática, sobretudo, no que diz respeito ao papel do trabalho reprodutivo.
A produção de valor em Marx pra mim faz todo sentido. Me vez perceber a alienação que
nos cerca, e reconhecer a minha função dentro desse sistema e nessa sociedade. Meu
conhecimento é pequeno ainda, mas quero me aprofundar e compreender ainda mais a
essência que esta por de trás da aparência que o sistema capitalista quer nos impor.
Há a necessidade de nos apropriarmos do debate sob a perspectiva da não facilitação na
compreensão e apresentação das categorias nos espaços nos quais nos propomos a construir,
há também a necessidade de vinculação da apreensão do método marxiano presente n’O
Capital na aproximação entre capitalismo e patriarcado como alicerces da divisão social e
sexual do trabalho e a consequente reprodução do trabalho como parâmetro categorial para
leitura e ação na realidade concreta em suas mediações.
- desenvolvimento desigual e combinado - transferência de valor - interseccção entre raça,
classe e gênero, - superexploração da força de trabalho
Acredito não ter apropriação suficiente da teoria do Valor e preciso aprofundar e
compreender o trabalho reprodutivo. Tenho algumas leituras, mas sinto que esse processo
coletivo e o estudo do livro me forçará a adentrar e entender com mais profundidade. Gosto
das leituras marxistas, sinto dificuldades, mas estou aberta e disposta. Gostaria de comprender
mais a teoria do valor e a reprodução na América, enfim, descontruir esse olhar eurocentrico
do marxismo, e ler a obra com o objetivo de conhecer mais para poder compreender esse
movimento na America Latina. Compreender o capitalismo desigual e combinado, a teoria da
dependência, e nossas possibilidades como sujeito histórico. Depois que li o livro, na segunda
leitura comecei a estudar as notas de rodapé, e entender os autores/as que ela usa, o tempo
histórico, as relações. Me voltei a entender as bruxas latinas e o calibã, achei algumas coisas
em espanhol.
O trabalho reprodutivo se analisado de forma separada do “produtivo” é colocado pelo
capital como atividades doméstica, reduzindo sua real função, uma vez que na lógica de
acumulação ele não produz valor no sentido de lucro a partir do dispêndio de energia.
Portanto, necessário compreender como um todo dialético em que o trabalho reprodutivo
serve a própria reprodução do capital, barateando os custos de vida, invisibilizando o trabalho
da mulher que serve para explorar cada vez mais sua força de trabalho.
O TRABALHO REPRODUTIVO NÃO REMUNERADO PERMITE A REDUÇÃO NA JORNADA DO
TEMPO DE TRABALHO SOCIALMENTE NECESSÁRIO E A CONSEQUENTE AMPLIAÇÃO DO TEMPO
DE TRABALHO EXCEDENTE DESTINADO À EXTRAÇÃO DA MAIS VALIA.
O trabalho reprodutivo ou trabalho da reprodução se refere tanto ao trabalho necessário
para a reprodução humana realizado pela mulher ao longo da história
(gravidez, parto ou lactancia) como ao conjunto de atenções e cuidados necessários para o
sustento da vida e a sobrevivência humana: alimentação, cuidados físicos e educação, relações
sociais, apoio afetivo e psicológico ou manutenção dos espaços e bens domésticos. O trabalho
reprodutivo não é apresentado como mercadoria, na privatização dos cuidados da família, a
reprodução material e imaterial da família não é um trabalho pago ou assalariado, mas
intensifica a exploração da mulher na potencialização da reprodução da força de trabalho sem
custos para o capital. Os usos de trabalho reprodutivo são para diferenciar do trabalho
produtivo dirigido a gerar bens e serviços. Frente ao trabalho produtivo, assalariado e
reconhecido socialmente nas sociedades industrializadas, o trabalho da reprodução não se
reconhece nem econômica nem socialmente.
O trabalho reprodutivo, enquanto parte da reprodução da força de trabalho, tanto
feminina quanto masculina, é fundamental para o capitalismo, sendo historicamente feminino
e sem remuneração. Isso é fundamental para o capital porque esse trabalho não pago
realizado prioritariamente pelas mulheres, garante que o valor da força de trabalho seja
menor.
No meu ponto de vista o capitalismo se recria e sobrevive com novos meios sempre a classe
dominante ( burguesia) se apropriando da mais valia . As relações de genero , o papel da
mulher é gerar a prole e prepará-la para ser mao de obra barata.
Vejo que Marx fez uma grande contribuição no debate da produção, trabalho, porém não
faz esse debate a partir de um olhar, dialogo de gênero. O trabalho da mulher não é abordado
como exploração, mais valia, ou nem aparece.
Posso elaborar mais a frente.
AINDA NÃO POSSUO CONHECIMENTOS SUFICIENTES...
Acredito que a jornada tripla de trabalho é um das facetas mais visíveis de como o capital
se apropria de nossos corpos além disso temos todo um estereotipo ao qual devemos nos
enquadrar para sermos consideradas mulheres, sendo assim é muito importante que
enquanto mulheres estejamos organizadas e conscientes além de organizar outras mulheres
sobre como a questao de genero é utilizada pelo capitalismo para manter a "ordem vigente".
A teria do valor em Marx e por consequência do mais-valor é de grande relevância para
compreendermos a ordem sociometabólica do sistema capitalista em toda sua história e na
fase atual. Os entendimentos sobre trabalho produtivo e trabalho improdutivo, em uma
perspectiva marxista, devem estar associados com o entendimento de acumulação e
distribuição do capital social total. O momento histórico, que experienciamos há intensiva
precarização das relações de trabalho e questões como: previdência social, cuidado com a
saúde e afazeres domésticos que estão cada vez mais imputadas ao âmbito individual/privado.
Algumas questões devem ser aperfeiçoadas e feitos os devidos ajustes conforme a realidade
atual sobre a questão do trabalho produtivo e improdutivo. Trabalhos considera Essas
categorias contribuem para compressão da realidade concreta das relações sociais da classe
trabalhadora e, por fim, ajudam a melhor nos orientar na práxis da luta de classes e assim
avançar na perspectiva revolucionária.
Divisão sexual e racial do trabalho; Imbricação entre classe, gênero, raça, sexualidade;
Dependência e Migração.
Estoy en un proceso de investigación y acercamiento inicial al tema, por ello me parece
importante este grupo de estudio
Trabalho reprodutivo enquanto reprodutor de força de trabalho; força de trabalho
enquanto produtora de riqueza e única fonte de mais-valor; trabalho reprodutivo enquanto
reprodução e produção do exército industrial em ação e de reserva - superpopulação relativa;
trabalho reprodutivo como tempo de trabalho de reprodução social da força de trabalho,
reprodução tanto material, como imaterial (valores, ideologias, formação...). Como
constituinte do tempo de reprodução social da força de trabalho, portanto tempo socialmente
necessário de reprodução social da força de trabalho. Percebo que na nossa sociedade o
trabalho reprodutivo assume uma forma de trabalho improdutivo, pois não é trocado contra
capital, mas convive com formas embrionárias de trabalho reprodutivo produtivo, aquele que
é trocado por capital, como a “barriga de aluguel” e talvez os cuidados com os familiares. Não
tenho propriedade sobre o assunto.
Estou me apropriando mais profundamente do debate, por isso o grupo é tão importante
para mim.
Considerando la unidad doméstica como unidad de producción y reproducción, aunque el
trabajo doméstico (relegado principalmente a las mujueres y niñxs) no es productor directo de
valor, es un trabajo “improductivo” desde el punto de vista del capital, pero necesario para su
reproducción.
Precisaria de mais tempo...Acredito que o trabalho reprodutivo é sem dúvida um forte
componente na produção de valor na sociedade patriarcal, diminuindo o valor do trabalho
geral e servindo de base para que o mundo do trabalho aparente descolamento do espaço
doméstico, como se fossem independentes. O controle sobre os corpos é o mesmo sobre as
mercadorias.
- A totalidade e a particularidade; - A estrutura desigual e combinada (territórios e suas
(dês)conexões; - Produção de valor; extração de mais valia e transferência de valor; - Divisão
internacional, social e sexual do trabalho; - Produção social da riqueza e apropriação privada
da mesma (masculina; branca; economias centrais); - Exército industrial de reservaras;
exclusão; superexploração da força de trabalho.
Respondi não na 12 e quase sim na 13. Mas entendo que ocorra a super exploração da
mulher, desigualdade de gênero.
O trabalho reprodutivo se relaciona com a teoria do valor em Marx, por da continuidade ao
processo de produção de valor, acumulação capitalista. O trabalho reprodutivo serve para a
manutenção dessa produção de valor.
Segundo Marx o capital produz, como ele mesmo é produzido, e como, na qualidade de
relação transmutada na essência, resulta do processo de produção, nele se desenvolve. De um
lado, transforma o modo de produção; do outro, essa forma transmutada do modo de
produção e estádio particular do desenvolvimento das forças produtivas materiais são o
fundamento e condição - o pressuposto da própria formação do capital. Uma vez que o
trabalho vivo - com a troca entre capital e trabalhador - se incorpora ao capital e aparece
como atividade a este pertencente desde o início do processo de trabalho, todas as forças
produtivas do trabalho social passam a desempenhar o papel de forças produtivas do capital,
do mesmo modo que a forma social geral do trabalho aparece no dinheiro como propriedade
de uma coisa. Assim, a força produtiva do trabalho social e suas formas particulares se
apresentam então na qualidade de forças produtivas e formas do capital, do trabalho
materializado, das condições materiais (objetivas) do trabalho - as quais, nessa forma
independente, em face do trabalho vivo, se personificam no capitalista. Eis aí, mais uma vez, a
relação pervertida, que, ao tratar do dinheiro, chamamos de fetichismo... fetichismo da
mercadoria o trabalhador é para eles meio tanto de lhes conservar o valor, quanto de criar
mais-valia, isto é, serve-lhes para o acrescer, para sugar trabalho excedente. Em sua
simplicidade, essa relação já é uma perversão, personificação da coisa, e coisificação da
pessoa; pois o que distingue essa forma de todas as anteriores é que o capitalista domina o
trabalhador não por força de um atributo pessoal, mas apenas enquanto é"capital" esse
poderio é tão-só o do trabalho materializado sobre o vivo, do produto do trabalhador sobre o
próprio trabalhador.
Vixi...
Meu ponto de vista e de que o capitalismo se mantem por meio dele, ou seja, a partir da
exploracao e opressao ás mulheres, que é quem execulta tal papel na sociedade.
Não entendo o trabalho reprodutivo como apenas mera transformação de valores de uso
para o consumo familiar, mas como reprodução integrada à produção capitalista, que é
percebê-la como partícipe de todo o ciclo do capital. Para o próprio Marx, produção e
reprodução são processos inter-relacionados, em constante e mútua interação. E para mim, o
mais revelador: o exército de trabalhadores depositados fora da esfera produtiva, aguardando
seu momento de ingressar nela, cuja presença de mulheres é a mais expressiva em quase
todos os estudos empíricos já realizados, já prova a irrefutável integração da reprodução
doméstica à esfera produtiva, de forma mais íntima do que muitos supõe.
Sei que a produção de valor é central no entendimento marxiano sobre o capitalismo.
Sendo o trabalho produtor de valor, é explorado pelo capital. Pelo pouco que li sobre o tema
trabalho reprodutivo, entendi que a mulher é usada como reprodutora do maior valor no
capitalismo, um novo ser humano que poderá dar prosseguimento no processo de exploração.
Engels escreveu que o primeiro antagonismo de classes da história foi a opressão do sexo
feminino pelo masculino. Trab.Reprodutivo, num primeiro momento, pode ser relacionado a
divisão sexual no cuidado com a prole, mas também ao trabalho para recompor a força de
trabalho de outrem. o trabalho dito doméstico, hegemonicamente, feito por mulheres não foi
incluído na forma-salário; para manter a engrenagem capitalista mulheres foram/são,
portanto, espoliadas de formas ainda mais perversas, pois ao não terem acesso direto ao
equivalente universal (ou acesso desigual), quando não-associadas por relações afetiva-
familiares à homens, estiveram privadas de modo drástico e brutal ao acesso aos meios de
subsistência. Flora Tristan acertadamente analisou, que "na família, a mulher é a proletária do
proletariado" (recuperada por Engels).
A produção do valor na sociedade capitalista está associada ao trabalho não remunerado
das mulheres, que, historicamente tem desempenhado o papel de “secretárias”(do lar
também) babás, cozinheiras, faxineiras e mais, para que o homens possam executar seu
trabalho externo e remunerado que lhe confere poder dentro da hierarqua familiar. Esse valor
que não é pago aos homens, para remunerar quem viabiliza tal trabalho em casa, tampouco é
pago às mulheres, mas, incrementa a mais valia do capitalista. Ou seja: a exploração das
mulheres passa não apenas por uma exploração do trabalho não remunerado, até a
exploração do trabalho externo, onde ainda ganha menos, pela mesma jornada de trabalho
com a mesma formação. Há ainda a modalidade de exploração extrema, onde por questões
sociais, muitas mulheres não conseguem vincular-se ao mundo do trabalho. Uma parcela
significativa da sociedade feminina brasileira se quer tem acesso à educação e trabalho. Nesta
discussão, podemos ainda, acrescentar a reprodução como manutenção não só da própria
espécie,como da própria classe, da qual se serve o capitalista para a apropriação da mais valia.
Neste universo de exploração, as mulheres são centrais. A exploração das mulheres alavanca
de forma singular o sistema capitalista.
O capitalismo direciona para a reprodutividade
Conheço mais sobre a teoria do Valor em Marx e a considero válida e ainda a melhor
explicação da sociedade capitalista em sua lógica de valorização do valor.
Pouco conhecimento, mas grande disposição para aprofundar.
Pretendo justamente avançar nesse debate coletivamente.
Marx aborda o trabalho como força produtiva capaz de produzir riquezas e penso que
existe relação com o trabalho reprodutivo, embora tenha que aprofundar e compreender as
particularidades e as diferenças.
Exploraçao
Colocado de uma forma simples, eu nao concordo com a visao do Marx que só o trabalho
assalariado livre produz valor, como se o “ trabalho socialmente necessário” para produzir
uma mercadoria fosse constituído pelo trabalho produtivo pelos trabalhadores livres
assalariados. Essa perspectiva exclui tanto o trabalho nao- assalariado (como escravo ou outras
formas de trabalho coercitivo) quanto o trabalho reprodutive doméstico nao-pago da mulher.
Tradicionalmente a teoria Marxista exclui do “trabalho socialmente necessário” o trabalho
reprodutivo da mulher como algo externo do capitalismo, como pré-capitalista ou nao-
capitalista. Ao meu ver estas outras formas de trabalho, nao-pagas, reprodutivas, semi-pagas
devem ser incluídas na análise do “trabalho socialmente necessário” de uma mercadoria.
Creio q nao estao isolados da tensao social em q vivemos, pois estamos presas entre a
exigencia de produçao na atividade economica, cademica e no cuidado da familia ...e cada vez
mais nos metemos no negocio de produzir para "ter mais condiçoes de vida" , "melhor ou
maior reconhecimento...".Entretanto a qualidade dessa suposta produçao parece cada vez
mais precaria na sociedade, nos grupos q transitamos e que nao reconhcem o trabalho
reprodutivo como trabalho q requerem um conjunto de conhecimentos e de tempo
dispendido.
O trabalho (domésticos e de cuidados) gratuito realizado pelas mulheres em nome de uma
natureza, desresponsabilização a capitalista de garantir a sobrevivência da família proletária.
Ou seja, amplia a mais valia.
A produção do valor para Marx resulta do processo de trabalho. No capitalismo o processo
de trabalho é também produtor de mais valia, o trabalho que resulta na produção de mais
valia é considerado produtivo, entrentanto, para que o trabalho produtivo se realize é
essencial um conjunto de trabalhos que garantam a reprodução social da classe trabalhadora,
nesse sentido há uma unidade dialética entre produção e reprodução social, entre ambos os
trabalhos.
Relacao de exploracao e apropriacao por aqueles que nao produzem a riqueza
O sistema capitalista se apropriou desde os primórdios (acumulação primitiva) do trabalho
feminino para a reprodução do capital. A discussão sobre trabalho produtivo e trabalho
improdutivo tange o debate sobre o machismo estrutural. O trabalho doméstico é considerado
no capitalismo invisível e natural das mulheres realizarem e é chamado trabalho improdutivo
por não gerar valor. Contudo, com um olhar crítico, é importante analisar que o trabalho
doméstico é crucial para a reprodução social das famílias e do próprio sistema como um todo,
por isso, ele deveria ser considerado trabalho reprodutivo e não improdutivo. O o trabalho
produtivo, seria o trabalho que produziria as mercadorias, o "valor.
O trabalho reprodutivo é fundamental para a acumulação capitalista, tanto sobre a
necessidade de manutenção da força de trabalho. como a forma que isso reduz o valor dos
salários e implica no modo de vida da classe e de quem tem que assegurar sua reprodução
diária.
Tenho pensando desde uma leitura mais clássica, que sem o trabalho reprodutivo e de
cuidado feitos pelas mulheres seria impossível o processo de acumulação capitalista. Mas me
interessa nesse livro discutir como a autora chega a conclusões diferentes da obra do Capital,
sobre o processo de acumulação primitiva. De que forma, nos podemos entender a totalidade
desse processo de acumulação visto também desde a perspectiva feminista.
Acho que sua quase incapacidade em reconhecer (ou até negar) o significado do trabalho
reprodutivo (e não remunerado) das mulheres no processo da acumulação capitalista.
Acredito que ele poderia ter contribuído em reconhecer as diferenças dentro da própria classe
começando pelas desigualdades entre mulheres e homens. E é justamente onde este livro da
Silvia mais me fascinou, pois a gente já estava fazendo este debate a partir de outras leituras
como as da Cristina Carrasco e Helena Hirata, e o livro escreve a partir da análise feminista,
mostrando o quanto Marx poderia ter ido além e percebido a imensidão da exploração
capitalista do trabalho.
A produção de valor [uma relação social historicamente constituída] pelo trabalho no modo
de produção capitalista ocorre no processo de venda da força de trabalho da classe
trabalhadora [destituída nos meios de produção] à classe burguesa [que, por sua vez, explora a
classe trabalhadora extraindo-lhe a mais-valia, ou trabalho não pago] em troca de um salário,
que supostamente deveria ser o equivalente às horas de trabalho fornecidas pelos
trabalhadores, correspondendo ao necessário para suprir as necessidades históricas de
reprodução dos trabalhadores em um dado local, mas que na verdade não traz o equivalente
em dinheiro do valor produzido. Parte fundamental do processo de reprodução da classe
trabalhadora é realizada na forma de trabalho não pago majoritariamente por uma parte da
classe: as mulheres. O trabalho doméstico e os cuidados com crianças, idosos, doentes e
homens [saudáveis ou não, jovens e velhos] recaem sobre as mulheres, que não recebem
pagamento pelas horas de trabalho prestadas. Assim, o trabalho reprodutivo contribui para a
reprodução das relações capitalistas de produção, para a criação de valor [ao compor parte
fundamental do processo, a reprodução dos produtores de valor], sem ser remunerado
quando realizado pelas mulheres dentro de suas famílias.
Concordo com Engels quando à afirmação de Marx de que “a primeira divisão do trabalho é
aquela que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos”, acrescenta: “o
primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do
antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com
a opressão do sexo feminino pelo masculino” (em: A origem da família, da propriedade privada
e do Estado).
É a produção de valor que possibilita a reprodução do trabalho no sistema capitalista.
Marx é muito essencial para entendermos as origens do capitalismo; para debatermos a
produção de valor. No entanto, seu trabalho não buscou dialogar com o trabalho reprodutivo,
sendo muito deficitário nessa temática
MARX PENSOU SOBRE A PRODUÇÃO DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA, ACHO QUE A SILVA
FEDERICI DESENVOLVE ANALISE SOBRE A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA NA REPRODUÇÃO E NO
TRABALHO DA MULHER.....
MARX DEIXOU DE LADO CERTOS ASPECTOS QUE MERECIAM APROFUNDAMENTO SOBRE A
RELAÇÃO DO CAPITALISMO NA ESFERA DA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DO SISTEMA DO
CAPITAL E AS MULHERES
Há muito o que ser desenvolvido. Há uma lacuna direta, mas é possível relcionar e
aprofundar as análises marxistas a partir do trabalho reprodutivo e dos recortes de gênero.
Isto é, há implicidades que não são consideradas com profundidade, mas já estão presentes. É
possível ver as relações de gênero em várias obras marxistas. Inclusive como fonte
indissociável da geração de valor, de barateamento do valor da força de trabalho e da
apropriação do capital do trabalho invisível. Relações que tendem a se acorrar no contexto
neoliberal que vivemos.