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PODER JUDICIÁRIO

É permitida a reprodução parcial ou total desta


obra, desde que citada a fonte.

Conselho Nacional de Justiça


Presidente Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha
Corregedor Nacional de Justiça Ministro João Otávio de Noronha
Conselheiros Carlos Augusto de Barros Levenhagen
Bruno Ronchetti de Castro
Daldice Maria Santana de Almeida
Fernando César Baptista de Mattos
Gustavo Tadeu Alkmim
Carlos Eduardo Oliveira Dias
Rogério José Bento Soares do Nascimento
Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior
Luiz Cláudio Silva Allemand
José Norberto Lopes Campelo
Henrique de Almeida Ávila
Maria Tereza Uille Gomes
Secretário-Geral Júlio Ferreira de Andrade
Diretora-Geral Julhiana Miranda Melloh Almeida

Departamento de Pesquisas Judiciárias


Diretora Executiva Maria Tereza Aina Sadek
Diretora de Projetos Fabiana Luci de Oliveira
Diretora Técnica Gabriela de Azevedo Soares
Pesquisadores Igor Stemler
Lucas Delgado
Marcelo Conforto
Rondon de Andrade
Estatísticos Filipe Pereira
Davi Borges
Jaqueline Barbão
Apoio à Pesquisa Danielly Queirós
Pâmela Tieme Aoyama
Pedro Amorim
Ricardo Marques
Thatiane Rosa
Estagiária Lourrana Freire
Diagramação Ricardo Marques
Capa Eronildo Bento de Castro

C775j
Supremo em ação 2017: ano-base 2016/Conselho
Nacional de Justiça - Brasília: CNJ, 2017.

Anual.
88 f:il.
I Poder Judiciário - estatística - Brasil. II Administração
pública - estatística - Brasil.

CDU: 342.56:311(81)
Poder Departamento
de Pesquisas
Judiciário Judiciárias

em ação
2017
Ano-base 2016

Brasília, 2017
Supremo Tribunal Federal
Presidente Ministra Cármen Lúcia
Vice-Presidente Ministro Dias Toffoli
Ministros Celso de Mello
Marco Aurélio
Gilmar Mendes
Ricardo Lewandowski
Luiz Fux
Rosa Weber
Roberto Barroso
Edson Fachin
Alexandre de Moraes
em ação

Apresentação

Dando cumprimento ao dever constitucional de assegurar informação aos cidadãos brasileiros


sobre a sua atuação, foi elaborado o presente relatório sobre os dados do Supremo Tribunal Federal.

Órgão de cúpula do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal não se submete, como é óbvio, ao
Conselho Nacional de Justiça, cujo Departamento de Pesquisas Judiciárias levou a efeito a pesquisa
e apresenta, agora, a conclusão.

O órgão oficial encarregado de examinar os dados apurados internamente do Poder Judiciário é


exatamente o Departamento de Pesquisas Judiciárias, pelo que houve a decisão de distinguir o Supremo
Tribunal na análise e resultado preparados.

Várias entidades públicas e particulares têm apresentado relatórios e análises sobre números do
Supremo Tribunal Federal.

De se afirmar, entretanto, que todos os órgãos do Poder Público – incluído aí, como é certo e indis-
cutível – o Poder Judiciário, têm a obrigação de tornar públicos todos os dados para o pleno conheci-
mento dos cidadãos. Cabe-lhe, por igual, inovar no sentido de não expor apenas por amostragem ou
de forma estanque dados colhidos em um momento, sem se atentar à movimentação processual que
faz com que o quadro dado a público não seja falseado nem se tenha algo que não corresponde ao
atuar, e não apenas ao autuar processos.

O movimento do Poder Judiciário – no caso agora mostrado, o Supremo Tribunal Federal – dispõe
de dinâmica tal que, ao final de um dia em que se tenha, por exemplo, encaminhado aos Tribunais a
publicação de acórdão extraído de julgado de recurso extraordinário com repercussão geral para as
providências devidas, tanto pode importar na baixa imediata de significativo número de processos
notificados e, ao final de trinta dias, pela ação de todos os órgãos do Poder Judiciário, a finalização de
processos pode alcançar a casa de 500 mil processos que se dão por findos.

Assim, números apresentados no início do dia podem não corresponder à ação do Poder Judiciário
ao final daquela mesma jornada.

Também se pode ter o inverso, quer dizer, o número de processos pode ser alterado ao meio dia
de uma data na qual, também à guisa de exemplificação, se reconheça repercussão geral em recurso
interposto em ação coletiva com suspensão de todos os processos em todo o País.
Por isso o relatório apresentado é do Supremo Tribunal Federal em ação. Relatório marca um
momento, mas, no caso, em primeiro lugar, não foi elaborado por mera amostragem e, em segundo, bus-
cou-se demonstrar tempos, marcos e formas de atuação para a análise sistêmica do acervo processual.

Tem-se, assim, por cumprido, com maior eficiência, o princípio constitucional da publicidade, com
maior segurança dos dados examinados segundo a atuação do Poder Judiciário para conhecimento
mais completo dos processos pelos cidadãos.

Ao Supremo Tribunal Federal interessa a ampla e permanente transparência do cabedal de processos


postos a seu exame, a forma de trabalhar os dados para melhor prestação jurisdicional para que se
tenha por honrado o seu permanente compromisso de atentar aos problemas que precisam ser resol-
vidos e às formas que vêm adotando para a solução das dificuldades que afligem o cidadão brasileiro.

Tenha-se por certo que também aos Juízes do Supremo Tribunal estas dificuldades os afligem e
constrangem.

O que se pretende é buscar soluções e adotar todas as providências para o aperfeiçoamento da


Justiça.

Ministra Cármen Lúcia


Presidente do Conselho Nacional de Justiça
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10
2 METODOLOGIA 11
2.1 Infográficos 12
2.2 Mapas 13
2.3 Variáveis de Litigiosidade 13
2.4 Fórmulas dos Indicadores 15
2.5 Siglas das Classes Processuais 16
3 INFOGRÁFICOS 17
4 RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS 32
4.1 Recursos financeiros 32
4.2 Recursos humanos 33
5 GESTÃO JUDICIÁRIA E LITIGIOSIDADE 35
5.1 Dados de litigiosidade 35
5.2 Gestão judiciária – indicadores de litigiosidade e produtividade 36
5.3 Decisões 37
5.4 Litigiosidade por classe processual 41
5.4.1 Processos Novos 41
5.4.2 Processos Baixados 44
5.4.3 Estoque 46
5.5 Processos por Assunto 48
5.6 Justiça digital 50
5.7 Maiores litigantes – polo ativo x passivo 51
6 PROCESSOS POR COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS 52
6.1 Visão Geral por Competências Constitucionais 53
6.2 Origem das decisões de acordo com as competências constitucionais 55
6.3 Taxa de Congestionamento e Índice de Atendimento à Demanda 56
6.4 Origem dos Processos 59
7 TEMPO DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL 61
7.1 Tempo de Tramitação por Competência Constitucional 63
8 A COMPETÊNCIA PENAL DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 68
8.1 Prescrição Penal 71
9 REPERCUSSÃO GERAL 74
9.1 Os Temas de Repercussão Geral 74
9.2 Tempo de Tramitação dos Temas 75
9.3 Processos sobrestados nas instâncias inferiores 76
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 81
Relatório Supremo em ação 2017

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em ação

O que é o Supremo Tribunal Federal:


O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão de cúpula do Poder Judi-
ciário, tendo sido instituído pelo Decreto n. 520, de 22 de junho de 1890.
Ao longo da história da República diferentes Constituições modificaram
suas atribuições. Hoje, a configuração do Supremo Tribunal Federal é
definida pelo art. 102 da Constituição Federal de 1988, como órgão de
cúpula do Poder Judiciário, a quem compete, precipuamente, a guarda
da Constituição.
Entre suas principais atribuições está a de julgar originariamente a
ação direta de inconstitucionalidade, a ação declaratória de constitucio-
nalidade de lei ou ato normativo federal, a arguição de descumprimento
de preceito fundamental decorrente da própria Constituição, as causas e
os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, e a
extradição solicitada por Estado estrangeiro.
Em grau de recurso ordinário, cabe ao STF julgar o habeas corpus, o
mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.
Em grau de recurso extraordinário, cabe ao Tribunal julgar as causas deci-
didas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar
dispositivo da Constituição.
Na área penal, destaca-se a competência para julgar, nas infrações
penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros
do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da
República, entre outros.

Como ele é formado:


O Supremo Tribunal Federal é composto por onze Ministros, bra-
sileiros natos (art. 12, § 3º, IV, da CF/88), escolhidos dentre cidadãos
com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurí-
dico e reputação ilibada (art. 101 da CF/88), e nomeados pelo Presi-
dente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal.

Como ele se organiza:


O Plenário, as Turmas e o Presidente são os órgãos do Tribunal (art. 3º
do RISTF/80). O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo Plenário do
Tribunal, dentre os Ministros, e têm mandato de dois anos. Cada uma das
duas Turmas é constituída por cinco Ministros e presidida pelo mais antigo
dentre seus membros, por um período de um ano, vedada a recondução,
até que todos os seus integrantes hajam exercido a Presidência, observada
a ordem decrescente de antiguidade (art. 4º, § 1º, do RISTF/80 - atualizado
com a introdução da Emenda Regimental n. 25/08).

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Relatório Supremo em ação 2017

1 Introdução
Com a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, e o início
da atuação do Conselho em 2005, inaugurou-se no País uma nova fase na compilação e disponibilização de dados
judiciais oficiais a partir da série Justiça em Números, anuário estatístico de dados do Poder Judiciário nacional.
Em 2016 foi publicada a 12ª edição do relatório Justiça em Números1.
Em 2017, o CNJ, em parceria com o STF, lança o primeiro relatório da série cobrindo dados do STF: o Supremo
em Ação.
A publicização dos dados processuais pelo Supremo Tribunal Federal vem de longa data, sendo possível acessar
as estatísticas processuais, os andamentos e decisões a partir do sítio eletrônico do Tribunal2. A inovação do relatório
Supremo em Ação está na sistematização e forma de visualização do volume de informações disponíveis, aplicando
aos dados do STF lógica analítica semelhante à que foi adotada aos dados dos demais noventa tribunais integrantes do
Poder Judiciário, respeitando as especificidades da mais alta Corte do País. Dessa forma, completa-se o movimento
de publicidade e transparência dos dados dos tribunais e do compromisso do CNJ na divulgação de indicadores
pertinentes à atividade jurisdicional em todo o País.
Nesse contexto, o objetivo do relatório Supremo em Ação é divulgar os dados relativos às atividades do Supremo
Tribunal Federal, abarcando informações sobre litigiosidade, recursos humanos, despesas e receitas, buscando
retratar tendências na atuação do Tribunal ao longo do tempo.
O diagnóstico aqui apresentado cobre o período de 2009 a 2016, evidenciando a complexa tarefa que compete ao
STF. São numerosos, complexos e variados os processos que aportam na Corte: no período de oito anos tramitaram
no Supremo Tribunal Federal 723.579 processos, contabilizando 64.356 partes e 842.573 decisões. Assim, os
dados aqui sistematizados dão conta de um Supremo Tribunal Federal excessivamente acionado (sobretudo quando
comparado a outras cortes supremas ao redor do mundo3), e que vem respondendo de forma crescente a essa
demanda.
O relatório está organizado em dez seções, incluindo essa introdução. A segunda seção, “Metodologia”, descreve
os procedimentos adotados para transformar cerca de 22 milhões de registros brutos, relativos aos dados dos
processos autuados no STF e suas respectivas movimentações, em informações. A seção traz a descrição dos
referenciais técnicos e estatísticos utilizados para a construção de infográficos, mapas e fórmulas utilizadas para
apuração de indicadores e os conceitos que informam cada uma das variáveis de cálculo empregadas.
A terceira seção, “Infográficos”, traz uma forma de visualização diferenciada que retrata os recursos financeiros,
humanos e a litigiosidade no STF, incluindo dados da atuação de cada um dos seus onze ministros, a partir da
visualização de seu fluxo processual em 31 de maio de 2017.
A quarta seção, “Recursos Financeiros e Humanos”, traz os aspectos orçamentários, de recursos humanos e de
estrutura do Supremo Tribunal Federal. São apresentados panoramas dos insumos, dotações e graus de utilização,
discriminados entre recursos financeiros e recursos humanos.
Na quinta seção, “Gestão Judiciária e Litigiosidade”, são apresentadas as análises sobre os principais indicadores,
com informações que agregam aspectos de litigiosidade, com dados gerais da movimentação processual (processos
novos, estoque, processos baixados e decisões) e leituras específicas de acordo com as principais classes processuais

1 Os relatórios Justiça em Números podem ser acessados no site do CNJ, via http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/pj-justica-em-numeros. Desde setembro
de 2016 esses dados estão também disponíveis em formato dinâmico nos painéis do CNJ, que podem ser acessados pelo endereço: http://paineis.cnj.jus.br/
QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=qvw_l\painelcnj.qvw&host=QVS%40neodimio03&anonymous=true. Acesso em: 31mai2017.
2 Os dados do acervo, as decisões e o movimento processual podem ser acessados via “Estatísticas do STF”. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/
verTexto.asp?servico=estatistica. Acesso em: 31mai2017.
3 Um exemplo recorrente é a comparação com as demandas que chegam à Suprema Corte norte-americana. De acordo com informações oficiais encontradas no
site da US Supreme Court, a cada ano judiciário são protocolados aproximadamente de 7.000 a 8.000 casos novos naquela corte, sendo que o tribunal reconhece
o writ of certiorari para cerca de apenas 80 casos por ano. Informações disponíveis em: https://www.supremecourt.gov/about/justicecaseload.aspx. Acesso em
31mai2017.
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em ação

que compõem o acervo do Tribunal, e os principais assuntos ingressados. Há, ainda, apresentação dos dados sobre
a informatização dos processos em tramitação no STF, informações sobre a origem dos processos, destacando-se
os maiores litigantes, distinguindo-se os polos ativo e passivo.
Na sexta seção, “Processos por Competências Constitucionais”, o enfoque encontra-se na análise da tramitação de
processos por categoria de competência constitucional, com a leitura dos dados de acordo com controle concentrado
e difuso de constitucionalidade e demais competências constitucionais da Corte.
A sétima seção, “Tempo de Tramitação”, apresenta análises relacionadas ao tempo de tramitação dos processos
que foram baixados no período de 2009 a 2016 e dos processos que compunham o acervo ao final do ano de 2016.
A oitava seção, “A Competência Penal do Supremo Tribunal Federal”, traz uma análise dos processos de
competência da Corte que veiculam matéria penal, seus indicadores e séries históricas, discutindo o aspecto da
prescrição e sua comparação com outras instâncias.
A nona seção, “Repercussão Geral”, destina-se a uma análise pontual sobre o instituto da repercussão geral,
fornecendo um panorama dos temas existentes, julgados e do seu impacto nas instâncias inferiores.
Por fim, sumariza-se na seção “Considerações Finais” os principais resultados e tendências verificados.
Além das informações aqui reunidas, o relatório Supremo em Ação traz, em sua versão digital (www.rsa.cnj.jus.
br), estatísticas em tempo real da movimentação processual do STF, de acordo com o fluxo processual de cada um
de seus onze ministros, com detalhamento de cada processo sob sua relatoria – atualizando diariamente os dados
aqui apresentados como retrato nos infográficos da terceira seção.

2 Metodologia
A elaboração do relatório Supremo em Ação teve início com uma parceria firmada entre STF e CNJ. Os dados
relativos à litigiosidade foram extraídos diretamente da base de dados do Supremo Tribunal Federal por meio de
acesso remoto a um volume de aproximadamente 22 milhões de registros. Trata-se de um trabalho de metadados,
com acesso a todas as informações relativas aos processos autuados no Tribunal, e suas respectivas movimentações
processuais.
O trabalho de mineração de tais informações não é simples e vai desde a análise e a compreensão de um complexo
banco de dados estruturado, passando pela necessária definição de regras de validação e criação de critérios
estatísticos para transformar esse volume imenso de registros em informação compreensível, apresentada na forma
de conteúdo sintético e analítico.
No que tange às informações relativas a recursos financeiros e força de trabalho, os dados foram disponibilizados
pelo STF de forma agregada, em planilha, seguindo modelo análogo ao constante no Sistema de Estatística do Poder
Judiciário, instituído pela Resolução CNJ n. 76/2009.
Os dados relativos à Repercussão Geral, por sua vez, foram extraídos do Banco Nacional de Demandas Repetitivas
e Precedentes Obrigatórios, instituído pela Resolução CNJ n. 235/2016, alimentado quinzenalmente por todos os
tribunais brasileiros4.
No que se refere ao recorte temporal, optou-se pela análise da série histórica no período de 2009 a 2016, com
o intuito de guardar analogia com o relatório Justiça em Números, que agrega informações dos demais órgãos do
Poder Judiciário, com exceção dos Conselhos.
Na Figura 1, apresenta-se o fluxo do relatório Supremo em Ação, desde a extração dos dados até o formato atual:

4 O painel de consulta ao Banco Nacional de Demandas Repetitivas e Precedentes Obrigatórios pode ser acessado via painéis CNJ. Disponível em: http://paineis.
cnj.jus.br. Acesso em 31mai2017.

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Relatório Supremo em ação 2017

Figura 1- Fluxo de análise dos dados

Informação

Litigiosidade: Recursos Humanos Repercussão Geral:


Meta-dados dos e Financeiros: Dados dos sobrestados
bancos de dados do STF Dados consolidados pelo STF em cada Tribunal

Definição de Critérios:
movimentação processual
(baixas, casos novos, assun-
tos, litigantes, etc.)

Cálculo de Indicadores:
taxa de congestionamento,
tempo do processo, índi-
ces de produtividade, entre
outros.

Geração da
Informação
Agregada

Análise dos
Dados

Infográfico Visualização da Tabelas


Informação

Textos
Gráficos
Analíticos
Mapas

2.1 Infográficos
Os infográficos são, por definição, um conjunto de recursos gráficos utilizados na apresentação e sintetização de
dados, com o objetivo de facilitar a compreensão das informações. Nesse relatório, eles expressam de maneira clara
e intuitiva os seguintes dados: orçamento, força de trabalho, movimentação processual, indicadores de desempenho
do tribunal e indicadores de produtividade dos Ministros e dos servidores da área judiciária.
Nos infográficos, encontram-se os dados do ano-base de 2016 sobre as despesas do tribunal, força de trabalho
e fluxo processual dos ministros, com as seguintes informações:
• Despesas: despesa total, despesas com recursos humanos, despesas de capital e outras despesas correntes,
com segmentação dos custos direcionados para a área de Tecnologia de Informação.
• Força de Trabalho: quantitativo de Ministros, de Juízes Auxiliares, assessores, demais servidores da área judi-
ciária e servidores da área administrativa, os quais estão discriminados entre efetivos, cedidos ou requisitados
e comissionados sem vínculo efetivo.
• Fluxo processual dos ministros: acervo, processos baixados, distribuídos e julgados por classe processual.
As tabelas infográficas e/ou gráficos-resumo de série histórica demonstram: a) o valor do dado no ano-base
de 2016 e b) a variação em relação ao ano anterior, com o indicativo do aumento ou diminuição em percentuais ou
pontos percentuais, a depender da variável. As informações foram divididas em:

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em ação

• Movimentação processual: casos novos, decisões, processos baixados e estoque de processos existentes no
final do ano-base 2016.
• Indicadores de produtividade do tribunal: o Índice de Atendimento à Demanda (IAD), que representa a relação
entre o total de processos baixados por caso novo e a taxa de congestionamento, que representa o percentual
de processos que não foram baixados durante o ano. Indicadores de produtividade dos Ministros: os casos
novos por ministro, os processos julgados por ministro e o Índice de Produtividade dos Ministros (IPM), que
representa o total de processos baixados por ministro.
• Indicadores de produtividade dos servidores da área judiciária: os casos novos por servidor, a carga de traba-
lho e o Índice de Produtividade dos Servidores (IPS-Jud), que representa o total de processos baixados por
servidor da área judiciária.

2.2 Mapas
Os mapas foram desenvolvidos com a finalidade de representar, em perspectiva nacional, a origem dos processos,
por Unidade da Federação.
Os dados representados em cada mapa estão dispostos em grupos separados segundo os quantis. Por essa
metodologia, dividiu-se os dados em cinco intervalos, onde o primeiro intervalo concentra os 20% menores valores,
e o último, os 20% maiores valores. A vantagem dessa abordagem é que ela permite identificar realmente aqueles
tribunais que se destacam, nos grupos extremos, sob a ótica do indicador.

2.3 Variáveis de Litigiosidade


Todos os dados de litigiosidade foram extraídos do banco de dados do STF. É fundamental a análise dos
andamentos e das classes processuais de cada registro, no que diz respeito à aferição dos casos novos, dos casos
pendentes, dos processos baixados e das decisões.
Com relação às classes processuais, optou-se por guardar uma analogia com os critérios estabelecidos pela
Resolução CNJ n. 76/2009, que institui o Sistema de Estatística do Poder Judiciário (Justiça em Números). Por
esses critérios, não se consideram como novos processos os embargos de declaração, os embargos infringentes,
os agravos (exceto agravo de instrumento), as cartas precatórias, de ordem e rogatórias, os inquéritos policiais, os
procedimentos administrativos, os precatórios, as requisições de pequeno valor, entre outras classes nele indicadas.
Outra característica relevante aplicada no Justiça em Números, e trazida para o contexto da análise dos dados
estatísticos do Supremo em Ação, é que todas as classes excluídas dos casos novos também devem ser retiradas
nos cômputos das sentenças, dos baixados, e, consequentemente, dos pendentes. Isso é importante para que se
tenha uma lógica e analogia ao proceder ao cálculo dos indicadores de desempenho e produtividade.
A metodologia adotada no relatório segue as definições dos eventos que ocorrem no trâmite processual do
Supremo Tribunal Federal no processo desde o seu recebimento até a baixa. Foram analisados todos os processos
em tramitação em 31 de dezembro de 2008 (112.283 processos), acrescido de todos os processos novos no período
de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2016 (611.296 processos), totalizando 723.579 processos.
Pontuais descompassos entre este e outros relatórios estatísticos disponíveis no Portal do STF podem ocorrer
em virtude da data-base de extração dos dados, tendo em vista a possibilidade de ocorrência de movimentos de
baixa retroativa (que impacta no cômputo dos pendentes e dos baixados) e de lançamento tardio no sistema de
eventuais movimentações.
Nesse contexto, e em relação aos andamentos processuais, as seguintes regras foram aplicadas no cômputo dos
casos novos, dos pendentes, dos baixados e das decisões:

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Relatório Supremo em ação 2017

a) Casos Novos
O início de um processo no Supremo Tribunal Federal ocorre com a sua autuação, que é o seu recebimento no
Tribunal. A contagem de casos novos, dessa forma, é dada pela quantidade de processos recebidos em cada ano-
base. Os processos novos são tanto aqueles ajuizados diretamente no STF, denominados originários, quanto os
provenientes de outros juízos ou tribunais, denominados recursais.
b) Processos Baixados
Considera-se que o processo foi finalizado a partir do momento da ocorrência do primeiro movimento de baixa.
A partir desse momento, o processo não mais tramita no Supremo.
Os critérios de baixa foram definidos pela área técnica do Supremo Tribunal Federal e baseiam-se nas regras
existentes em seus sistemas internos. São movimentos de baixa:
• Possuir andamentos do grupo de Finalizados: trata-se de processos findos, por motivos diversos tais como:
baixa definitiva, remessa ao juízo competente, devolução dos autos por motivo de equívoco de impetração ou
remessa, entre outros que caracterizem finalização do processo. Incluem-se feitos finalizados por cancelamento
da autuação ou por reautuação do processo em outra classe processual. Não são consideradas as baixas por
diligência;
• Processos das classes AI (Agravo de Instrumento) ou PPE (Prisão Preventiva para Extradição) que tenham sido
apensados5 antes de 09/11/2007;.
• Processo da classe AI (Agravo de Instrumento) apensado em RE (Recurso Extraordinário) a partir de 09/11/2007;
• Processo da classe PPE (Prisão Preventiva para Extradição) apensado a um processo da classe Ext (Extradição)
a partir de 09/11/2007;
• Processos da classe AC (Ação Cautelar) que possuam andamentos de Decisão Final ou de Decisão Liminar, que
foram apensados antes de 09/11/2007, e que não foram desapensados posteriormente6.
• Processos da classe AC (Ação Cautelar), que possuam andamentos de Decisão Final ou de Decisão Liminar,
que foram apensados a um RE (Recurso Extraordinário) após 09/11/2007, e que não foram desapensados pos-
teriormente.
c) Processos Pendentes
São processos pendentes todos aqueles autuados e que, até o último dia de cada ano-base, não tinham recebido
qualquer movimento de baixa. Os casos pendentes também serão denominados no decorrer deste relatório por
acervo ou por estoque.
d) Decisões
As decisões foram separadas entre decisões terminativas e decisões não terminativas. Entre as decisões não
terminativas, tem-se as decisões em recurso interno, decisões interlocutórias, decisões em liminar, decisões em
repercussão geral e decisões de sobrestamento. Não foram considerados os despachos de mero expediente.

5 Para apensamento, consideram-se os andamentos de código 2551, 4324 e 8233.


6 Para desapensamento, consideram-se os andamentos de código 4325, 8205, 205 e 4291.
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em ação

2.4 Fórmulas dos Indicadores


Apresentam-se, a seguir, as fórmulas e os conceitos utilizados nos indicadores que serão utilizados no decorrer
deste relatório, em relação às variáveis de litigiosidade. Essas fórmulas constam da Resolução CNJ 76/2009.
• Taxa de Congestionamento (TC): indicador que determina o percentual de processos que tramitou durante um
ano e que não foi baixado.

• Índice de Atendimento à Demanda (IAD): verifica se o tribunal foi capaz de baixar processos pelo menos em
número equivalente ao quantitativo de casos novos. O ideal é que esse indicador permaneça superior a 100%
para evitar aumento dos casos pendentes.

• Índice de Produtividade dos Ministros (IPM): indicador que computa a média de processos baixados por Ministro.

• Índice de Produtividade dos Servidores da Área Judiciária (IPS-Jud): indicador que computa a média de pro-
cessos baixados por servidor da área judiciária.

• Casos Novos por Ministro: indicador que relaciona o total de processos ingressados com o número de Ministros.

• Casos Novos por Servidor: indicador que relaciona o total de processos ingressados com o número de servi-
dores da área judiciária.

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Relatório Supremo em ação 2017

2.5 Siglas das Classes Processuais


No STF existem quarenta e cinco classes processuais, classificadas no Sistema de Gestão de Tabelas Processuais
Unificadas do CNJ7.
A seguir, apresentam-se as siglas das classes processuais utilizadas no decorrer desse relatório.
Classes Processuais
AI – Agravo de Instrumento
ARE – Recurso Extraordinário com Agravo
RE – Recurso Extraordinário
HC – Habeas corpus
Rcl – Reclamação
RHC – Recurso Ordinário em Habeas corpus
MS – Mandado de Segurança
MI – Mandado de Injunção
ACO – Ação Cível Originária
AC – Ação Cautelar
SS – Suspensão de Segurança
RMS – Recurso Ord. em Mandado de Segurança
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
Pet – Petição
Inq – Inquérito
AO – Ação Originária
SL – Suspensão de Liminar
AR – Ação Rescisória
CC – Conflito de Competência
AP – Ação Penal
STA – Suspensão de Tutela Antecipada
Ext – Extradição
PPE – Prisão Preventiva para Extradição
Cm – Comunicação
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
RvC – Revisão Criminal
AOE – Ação Originária Especial
IF – Intervenção Federal
AS – Arguição de Suspeição
PSV – Proposta de Súmula Vinculante
EP – Execução Penal
ADO – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
AImp – Arguição de Impedimento
ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade
HD – Habeas Data
OACO – Oposição em Ação Civil Originária
RC – Recurso Crime
EI – Exceção de Incompetência
ES – Exceção de Suspeição
RMI – Recurso Ordinário em Mandado de Injunção
EL – Exceção de Litispendência
RHD – Recurso Ordinário em Habeas Data
Rp – Representação
SE – Sentença Estrangeira
SEC – Sentença Estrangeira Contestada
7 O sistema pode ser acessado pelo endereço: https://www.cnj.jus.br/sgt/consulta_publica_classes.php.
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em ação

3 Infográficos
Esta seção, como apontado na introdução do Relatório, apresenta infográficos relativos às despesas, à força
de trabalho, e à litigiosidade, traçando um retrato global da atuação do Supremo Tribunal Federal. Traz, ainda, a
visualização da atuação de cada um dos onze ministros do Supremo, a partir da visualização do seu fluxo processual
em 31 de maio de 2017.

17
Relatório Supremo em ação 2017

Supremo Tribunal Federal


Despesa Total
R$ 564.371.347,00

Recursos Humanos Outras Despesas


R$ 508.874.409,00 (90,20%) R$ 55.496.938,00 (9,80%)

Remuneração, Proventos e Pensão Outras despesas correntes


R$ 382.938.006 R$ 50.491.794
75,3% 91%
Estagiários
R$ 4.020.227
0,8%

Outras
R$ 4.967.592 Despesas
Despe
Des m ccapital
esaas com
1,0%
R$ 5.005.144
5
9%
Benefícios
R$ 30.828.015
6,1% Terceirizados Informática
R$ 86.120.569
R$ 11.151.599,74
16,9%

Força de Trabalho Litigiosidade


11 Ministros Servidores Efetivos Movimentação Processual
20 Juízes Auxiliares Cargos Existentes: 1.135
Casos Novos 89.959  -3,8%
115 Assessores
(26 sem vínculo) Julgados 117.426  0,7%
51 1.084
Vagos Providos Baixados 85.980  -10,3%

Estoque Final 57.437  7,4%


Servidores Área
Administrativa

Efetivos 570 (38,9%)

Requisitados/
Indicadores de Produtividade
Cedidos 12 (0,8%)
IAD (Baixados/Cn) 95,6%  -6,8p.p.

Sem Vínculo 7 (0,5%) Taxa de Congestionamento 40,0%  4,2p.p.


Servidores Área

Efetivos 443 (30,2%) Indicadores por Magistrado


Judiciária

Requisitados/ Casos novos 8.178  -3,8%

Cedidos 58 (4,0%)
Processos Julgados 10.675  0,7%

Sem Vínculo 28 (1,9%) IPM (Baixados) 7.816  -10,3%

Indicadores por Servidor da Área


Estagiários 276 (18,8%)
Judiciária
* Estavam cedidos para outros órgãos 71 servidores Casos novos 170  -3,8%

IPS-Jud (Baixados) 163  -7,4%

18
em ação

Classes mais recorrentes


Total As 10 classes mais recorrentes no Supremo Tribunal Federal
1 ARE - Recurso Extraordinário com Agravo 63.937 (71,07%)
3,4%
2,5% 2 RE - Recurso Extraordinário 10.962 (12,19%)
3,6%
7,2%
3 HC - Habeas corpus 6.491 (7,22%)

12,2% 4 Rcl - Reclamação 3.281 (3,65%)


71,1%
5 AI - Agravo de Instrumento 2.266 (2,52%)

6 RHC - Recurso Ordinário em Habeas corpus 614 (0,68%)

7 MS - Mandado de Segurança 461 (0,51%)


ARE - Recurso Extraordinário
com Agravo 8 Pet - Petição 441 (0,49%)
RE - Recurso Extraordinário
HC - Habeas corpus 9 ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade 194 (0,22%)
Rcl - Reclamação
AI - Agravo de Instrumento 10 ACO - Ação Cível Originária 168 (0,19%)
Outros

Assuntos mais recorrentes

Os 10 assuntos mais recorrentes no Supremo Tribunal Federal Total


Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público | Servidor
1 Público Civil | Sistema Remuneratório e Benefícios
10.727 (11,92%)

Direito Civil | Obrigações | Inadimplemento 22% 29%


2 5.554 (6,17%)

3 Direito Civil | Obrigações | Espécies de Contratos 5.148 (5,72%)


10%
Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público | Servidor Público
4 Civil | Reajustes de Remuneração, Proventos ou Pensão 3.757 (4,18%)
17%
Direito Processual Civil e do Trabalho | Liquidação / 3.653 (4,06%) 11%
5 Cumprimento / Execução | Obrigação de Fazer / Não Fazer 11%

6 Direito Processual Penal | Ação Penal | Nulidade 3.356 (3,73%)


Direito Administrativo e Outras
7 Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público 3.243 (3,60%) Matérias do Direito Público
Direito Tributário | Contribuições | Contribuições 2.806 (3,12%) Direito Processual Civil e do
8 Previdenciárias Trabalho
Direito Previdenciário | RMI - Renda Mensal Inicial, Reajustes Direito Previdenciário
9 e Revisões Específicas | RMI - Renda Mensal Inicial
2.681 (2,98%)
Direito Tributário
10 Direito Processual Civil e do Trabalho | Recurso | Cabimento 2.629 (2,92%) Direito Civil
Outros

19
Relatório Supremo em ação 2017

Os infográficos relativos ao fluxo processual dos ministros descrevem, para cada ministro, seu acervo total em
2016, o acervo atual em 31/05/2017, incluindo a quantidade de processos baixados e a quantidade de processos
distribuídos.
Além disso, é possível visualizar os processos decididos e sem decisão de acordo com a classe, separados em
1) controle concentrado; 2) recursais; 3) ações criminais originárias e 4) demais ações originárias.
No caso das decisões, os dados são, ainda, apresentados de acordo com o tipo de decisão: 1) decisão final; 2)
decisão em recurso interno; 3) decisão interlocutória; 4) decisão de sobrestamento; 5) despacho de mero expediente
e 6) decisão liminar.
Neste Relatório os dados são apresentados como retrato, mas na versão digital (www.rsa.cnj.jus.br), é possível
acessar essas estatísticas em tempo real, e ao clicar em cada classe processual, baixar uma lista de todos os
processos, incluindo informações sobre seu último andamento.

20
Acervo em 2016
1970 Processos

Distribuídos
Presidente Ministra Cármen Lúcia 0 Baixados
17

RMS AR
Pet 6 (18.18%)
1 (7.69%) 1 (3.03%)
RE ARE
2 (25.00%) 2 (15.38%)
RMS AI
3 (37.50%) Acervo Atual
2 (15.38%) MS
230
17 (51.52%)
Demais Originárias
RE
33 (14.35%)
RHC 7 (53.85%) Recursais
AC
MS Recursais 3 (37.50%) 13 (5.65%)
2 (11.11%)
6 (33.33%) 8 (3.48%) RHC
1 (7.69%) Rcl
6 (18.18%)

AR
5 (27.78%) Min. Cármen
m Lúcia AO
Demais Originárias 2 (6.06%) AC
18 (7.83%) 1 (3.03%)
Por Classe
Sem Decisão

Decisão Cont. Concentrado


Por Classe Criminais Originárias 10 (4.35%)
ACO
2 (11.11%) 7 (3.04%)

HC
Rcl 3 (42.86%)
(4
3 (16.67%)
Criminais Originárias Decisão Rep. Geral
5 (2.17%) Despacho de Mero Expediente 1 (11.11%) ADI
1 (11.11%) ADPF 9 (90.00%)
Cont. Concentrado 1 (10.00%)
136 (59.13%) Produtividade AP Ext
HC 3 (42.86%) 1 (14.29%)
ADC 4 (80.00%) Decisão Liminar
1 (0.74%) 1 (11.11%)
Decisão em recurso interno
3 (33.33%)
Inq
1 (20.00%) Decisão Final
ADPF
3 (33.33%)
ADI 14 (10.29%)
121 (88.97%)
em ação

21
22
AP
PPE
5 (3.50%)
4 (2.80%)

Ext
7 (4.90%)
ADI Inq
Rcl AR 152 (87.36%) 26 (18.18%)
Dias Toffoli (51.95%)
off133fo
foli li
li 9 (3.52%) Criminais Originárias
MS ADPF 143 (5.0%)
AC 17 (9.77%) HC
49 (19.14%) 101 (70.63%) RMS
9 (3.52%)
3 (0.50%)
Cont. Concentrado
147 (6.12%) RHC
Pet RE 46 (7.63%)
CC ADC
33 (12.89%) Decisão Interlocutória 238 (39.47%)
1 (0.39%) Demais Originárias 2 (1.15%)
62 (1.59%)
256 (9.00%)
Despacho de Mero Expediente
568 (14.61%) Recursais
Por Classe AI
ACO AO Decisão em recurso interno ADO 603 (21.20%)
12 (4.69%) 644 (16.56%) 3 (1.72%) 22 (3.65%)
1 (0.39%)

MI Produtividade Decisão Final


9 (3.52%) 2.526 (64.97%)
ARE
Sem Decisão 294 (48.76%)
Decisão Rep. Geral
6 (0.15%)
AO
D Liminar 9 (3.03%) MI
Decisão Sobrestamento Decisão
18 (0.46%) 64 (1.65%) 8 (2.69%)
HC
Ext 65 (71.43%)
5 (5.49%) Min. Dias Toffoli
To ACO
29 (9.76%)
CC
Por Classe Decisão 3 (1.01%) 297 (10.44%)
PPE Criminais Originárias
2 (2.20%) 91 (3.20%) AC
19 (6.40%)
Pet
Cont. Concentrado Acervo Atual 10 (3.37%)
24 (0.84%) 2.844 AR
AP 7 (2.36%)
4 (4.40%) MS
RHC Rcl
Inq 59 (19.87%)
15 (1.19%) 153 (51.52%)
15 (16.48%) Recursais
Distribuidos
ADI ADPF 1.256 (44.16%)
Baixados 2.579
19 (79.17%) 5 (20.83%) 3.281

ARE
RMS 729 (58.04%)
12 (0.96%)
Acervo em 2016:
3.539 Processos
RE
AI 450 (35.83%)
50 (3.96%)
Relatório Supremo em ação 2017
Celso de Mello Acervo em 2016:
3.288 Processos:

RHC
AI
14 (1.19%)
29 ( 2.47%) Baixados
2.603 Distribuídos
RE hq
6 (9.68%) HC 2.449%)
410 (34.98%)
ARE 54 (87.10%)
AO
711 (60.67%)
HD 9 (2.48%)
MS
Recursais 1 (0.28%)
7
72(19.83%)
1.172 (37.28%) Ext Acervo Atual
Criminais Originárias 2 (323%) AOO
3.144
RMS 62 (1.97%) 66 (18.18%) Pet
8 (0.68%) 11 (3.03%)

AC
Demais Originárias
13 (3.58%)
383(11.55%) ACE
Decisão 1 (0.28%)
Pet
AO
AR 7 (3.41%) Por Classe
5 (2.44%) AR
19 (9.27%) Min.. Celso
C de Mello
o 26(7.16%) RE RHC
MI 309 (40.18%) 58 (7.54%)
9 (2.48%)
Rol
Despacho de Mero Expediente
ACO 155 (42.70%)
576 (16.22%)
9 (4.39%) Demais Originárias Decisão Sobrestamento
mento
ent ARE
205 (6.52%) 20 (0.56%) 366( 47.59%)
AC Sem Decisão
12 (5.85%) Recursais
769 (24.46%)
CC Decisão Liminar
2 (0.98%) 157 (4.42%)
Produtividade Por Classe AI
Decisão Final
MI 27 (3.51%)
2.342 (65.95%) ADO
MS 3 (1.46%) Cont. Concentrado
do 1 (0.39%)
38 (17.56%)
Rcl 32 (1.02%) RMS
112 (54.63%) Ing 9 (1.17%)
Decisão Interlocutória
15 (5.30%)
103 ((2.90%)
Cont Concetrado
Decisão em recurso interno
258 (8.21%) Criminais Originárias
ADI 353 (9.94%)
ADC 283 (9.00%)
29 (90.63%) ADC
1 (3.13%) ADPF
1 (0.39%) HC
2 (6.25%)
AP 245 (86.57%)
12 (4.24%)

ADPF ADI
em ação

10 ( 3.88%) 246 (95.35%) Ext


PPE
3 (1.06%)
8 (2.83 %)

23
24
Marco Aurélio RvC
PPE 2 (0.15%)
RMS AI
10 (0.44%) 2 (0.15%)
210 (9.17%) Ext
4 (0.30%)
ADO ADPF
ARE RHC 3 (1.66%) 18 (9.94%)
911 (39.78%) 16 (0.70%) Inq
Rcl Pet
39 (8.09%) 15 (1.13%)
126 (26.14%) Criminais Originárias
HC
Recursais 1.322 (17.7%)
AR ADI 1.290 (97.58%)
MS 2.290 (30.68%)
25 (5.19%) 156 (86.19%)
54 (11.20%)
Cont. Concentrado
RE 181 (2.43%)
1.143 (49.91%)
MI AP
134 (27.80%) ACO 9 (0.68%)
Demais Originárias
42 (8.71%)
482 (6.46%) ADC
4 (2.21%)

AO AO
27 (5.60%) 21 (2.13%)
Por Classe Rcl
Por Classe 294 (29.82%)
Decisão MS
AOE 339 (34.38%)
CC
2 (0.41%) 1 (0.21%)
AC Sem Decisão
32 (6.64%) Cont. Concentrado
50 (0.67%) AR
Demais Originárias 32 (3.25%)
986 (13.21%)
AC
ADI 52 (5.27%)
Ext ADPF 37 (74.00%)
RHC
7 (3.07%) Criminais Originárias 13 (26.00%) Min. Marco
M c Aurélio Pet
340 (17.67%)
228 (3.06%) 43 (4.36%)

Recursais CC
1.924 (25.78%) 10 (1.01%) MI
Despacho de Mero Expediente
Decisão Interlocutória
utória 804 (18.26%) ACO 144 (14.60%)
HC 51 (5.17%)
246 (5.59%) RE
200 (87.72%) Acervo Atual 603 (31.34%) ARE
Inq 7.463
635 (33.00%)
AP 17 (7.46%)
4 (1.75%) Decisão Sobrestamento
AI
Decisão Liminar 53 (1.20%)
Produtividade 267 (13.88%) RMS
321 (7.29%) 79 (4.11%)
Distribuidos
2.671
Baixados
Decisão Rep. Geral
2.976
Decisão Final 16 (0.36%)
2.570 (58.36%)
Decisão em recurso interno
Relatório Supremo em ação 2017

394 (8.95%) Acervo em 2016:


7.748 Processos
Gilmar Mendes Ext
6 (2.54%)
EP ADPF
1 (0.42%) Inq
6 (20.69%)
27 (11.44%)
ADO
ADI
MI 1 (3.45%)
21 (72.41%)
AC 19 (5.81%) AP
32 (9.79%) 2 (2.56%)
ACO
50 (15.29%) PPF
HC Criminais Originárias hq
AOE 3 (1.27%)
192 (81.36%) 236 (7.35%) ADC Cont. Concentrado 7(8.97%) Ext
1 (0.31%) 1 (3.45%) 4 (5.13%)
29 (0.90%)

AO Decisão Liminar
Demais Originárias 8 (2.45%) 138
13 (4.09%)
Pet AP Criminais Originárias
327 (10.19%) Decisão Rep. Geral
25 (7.65%) 7 (2.97%) D
Despacho Final 78 (2.43%)
7 (0.21%) HC
2.339 (69.37%) 65 (83.33%)

AR
Por Classe Decisão em recurso interno
15 (4.59%) Produtividade
275 (8.16%)
Rcl
MS 123 (37.61%) D
Despacho de Mero Expediente HD
54 (16.51%) 557 (16.52%)
Sem Decisão 1 (0.43%) AR
Por Classe AC 15 (6.52%)
16 (6.96%)
Decisão Interlocutória
56 (1.66%) Rcl
110( 47. 83%)
ADPF Cont Concentrado
24 (10.08%) 238 (7.42%) RMS Decisão
17 (1.95%) CC MS
3 (1.30%) Demais Originárias 44 (19.13%)
Recursais Min. Gilmarr Mendes
230 (7.17%)
874 (27.24%)
ADI ADC RHC
213 (89.50%) RE
1 (0.42%) 43 (4.92%) AO MI
373 (31.16%)
8 (3.48%) 14 (6.09%)
RE
330 (37.76%) Recursais
Acervo Atual 1.197 (37.30%)
EI
AI 3.209 Pet
AOE 3 (1.30%)
11( 1.26%) ARE RMS 3(1.30%)
1 (0.43%)
473 (54. 12%) 17 (1.42%) ACO
Ai
32 (2.67%) 12 (5.22%)

Baixados
2.736 ARE
Distribuídos 766 (63.99%) RHC
2.508 9 (0.75%)
em ação

Acervo em 2016:
3.428

25
26
AO
MS 4 (1.10%) CC Ext
48 (13.26%) 1 (0.28%) 3 (1.06%)

Ricardo Lewandowski AR PPE HC


13 (3.59%) 3 (1.06%) 248 (87.63%)
Pet
9 (2.49%)

MI Pet Demais Originárias


6 (2.97%) MI Criminais Originárias
1 (0.50%) 362 (12.09%) 283 (9.45%) Inq
10 (2.76%)
AC 23 (8.13%)
MS
19 (5.25%)
16 (7.92%) ACO
39 (19.31%)
ADI AC
5 (71.43%) ADPF 245 (67.68%)
AP
CC 2 (28.57%) 6 (2.12%)
2 (0.99%)
ACO
Demais Originárias Por Classe
AR 13 (3.59%)
202 (6.74%)
6 (2.97%)
Cont. Concentrado
Co
7 (0.23%)
AC ADPF
18 (8.91%) 7 (14.89%)
Cont. Concentrado
Decisão Sem Decisão 47 (1.57%)
Rcl
106 (52.48%)
AO
8 (3.96%)
Decisão Final ADI
2.619 (71.50%) 38 (80.85%)
Inq AI
Por Classe 5 (0.67%)
12 (8.96%) Min. Ricardo
Rica Lewandowski
L
Despacho de Mero Expediente Decisão Interlocutória 741 (24.74%) ADO
521 (14.22%) 59 (1.61%) 2 (4.26%)

Criminais Originárias RHC


AP 134 (4.47%) 78 (10.53%)
2 (1.49%)
Produtividade RMS
Decisão Rep. Geral
3 (0.08%) 17 (2.29%)
Ext
3 (2.24%) Decisão Sobrestamento
ARE
6 (0.16%) Acervo Atual
HC RE 255 (34.41%)
2.995
115 (85.82%) Decisão Liminar 386 (52.09%)
RHC 196 (5.35%)
RvC Decisão em recurso interno
16 (1.31%)
2 (1.49%) Recursais 259 (7.07%)
1.219 (40.70%)
Baixados
Distribuidos 2.804
2.683
ARE
764 (62.67%) AI
25 (2.05%)
Relatório Supremo em ação 2017

RE Acervo em 2016:
RMS 3.110 Processos
410 (33.63%)
4 (0.33%)
AC
AR
10 (4.59%) MI RC
Rcl 3 (1.78%)
111 (50.92%) 4 (1.83%) 1 (0.59%) Rcl
40 (23.67%)
ACO
MS 27 (15.98%)
37 (16.97%) AC
ACO
14 (8.28%)
Luiz Fux 25 (11.47%)

Demais Originárias Pet Demais Originárias


218 (6.78%) 12 (7.10%) 169 (5.25%)
AR HD
16 (7.43%) 1 (0.59%)
AP HC
AI Pet 8 (11.11%) 28 (38.89%)
23 (1.80%) 9 (4.13%)
RMS AO
12 (0.94%) AO 8 (4.73%) MS
6 (2.75%) Inq 37 (21.89%)
27 (37.50%)
MI
RE
26 (15.38%)
471 (36.83%) Criminais Originárias
Recursais Decisão 72 (2.24%)
1.279 (39.76%)
PPE AI
4 (5.56%) 11 (0.99%)
ARE
733 (57.31%) Por Classe
Ext Por Classe
RMS
RHC 5 (6.94%) 17 (1.54%)
40 (3.13%) Decisão Liminar Recursais
51 (1.22%) DeDecisão Interlocutória 1.107 (34.41%)
41 (0.98%)
Despacho de Mero Expediente Sem Decisão
442 (10.58%) ARE
Ext Decisão Sobrestamento
5 (3.16%) Cont. Concentrado 593 (53.57%)
15 (0.36%)
35 (1.09%) Min. Luiz
M Lu Fux RE
Produtividade 466 (42.10%)
RHC
Criminais Originárias
20 (1.81%)
158 (4.91%) Cont. Concentrado
HC ADPF ADI
ADO 179 (5.56%)
141 (89.24%) 4 (11.43%) 31 (88.57%)
2 (1.12%)
Decisão Rep. Geral Acervo Atual
Decisão em recurso interno 6 (0.14%) 3.217
588 (14.08%)
RvC ADPF
Inq 1 (0.63%) Decisão Final 16 (8.94%)
8 (5.06%) 3.033 (72.63%) ADC
AP 2 (1.12%)
ADI
3 (1.90%)
Distribuidos 159 (88.83%)
2.552 Baixados
3.573

Acervo em 2016:
4.236 Processos
em ação

27
28
AR
CC 47 (9.61%)
Rosa Weber
8 (1.64%)
Ext MS MI
Inq
3 (3.03%) 117 (23.93%) 6 (1.23%)
7 (7.07%)
RE
608 (32.43%)
RMS PPE
1 (1.01%) AO Pet
23 (1.23%) RE
HC 5 (1.02%) Demais Originárias 25 (5.11%)
ARE 326 (35.05%)
1.155 (61.60%)) 84 (84.85%) 489 (11.57%)
Criminais Originárias ARE
99 (2.34%) 368 (39.57%)
RHC ACO
Recursais AP 83 (8.92%) AC
RHC 54 (11.04%) 28 (5.73%)
1.875 (44.36%) 4 (4.04%)
1 (0.05%) AI
73 (3.89%) Recursais
RMS 930 (22.00%) Rcl
80 (8.60%) 199 (40.70%)
ADI
166 (86.01%)
Pet Cm Por Classe
15 (4.98%) 1 (0.33%) Decisão
ACO ADO
20 (6.64%) Cont. Concentrado AI
40 (0.95%) 1 (2.50%) ADPF
73 (7.85%)
Cont. Concentrado 22 (11.40%)
193 (4.57%)
Por Classe
MI AC
20 (6.64%) Demais Originárias 10 (3.32%) ADI
301 (7.12%) ADPF 34 (85.00%)
5 (12.50%) Sem Decisão ADC
1 (0.74%)
AO
ADO
9 (2.99%) MS
Min. Rosa Weber 3 (1.55%)
55 (18.27%)

CC
Rcl PPE Criminais Originárias
1 (0.33%) HC
140 (46.51%) 3 (1.00%) 300 (7.10%)
AR Decisão Sobrestamento 269 (89.67%)
30 (9.97%) Decisão Liminar
minar 2 (0.05%)
2
2%)
105 (2.62%)
Acervo Atual
Decisão Interlocutória 4.227
51 (1.27%)
AP Inq
Decisão Final 3 (1.00%) 22 (7.33%)
2.582 (64.32%)
Produtividade Decisão em recurso interno Distribuídos Ext
459 (11.43%) 2.477 Baixados 3 (1.00%)
3.070

Despacho de Mero Expediente


Relatório Supremo em ação 2017

813 (20.25%) Decisão Rep. Geral


2 (0.05%)
Acervo em 2016
4.804 Processos
Roberto Barroso MS Pet
HC 44 (16.99%) 6 (2.32%)
Ext AO
79 (65.29%)
1 (0.83%) AOE 14 (5.41%)
AO 1 (0.39%)
29 (4.92%) MI
41 (6.95%) PPE
CC Pet Inq 1 (0.83%) AR
10 (1.69%) 46 (7.80%) 22 (18.18%) MI 27 (10.42%)
9 (3.47%)
Demais Originárias
AC Criminais Originárias 259 (6.04%)
29 (4.92%) 121 (2.82%)
AP Decisão Interlocutória AC
Demais Originárias 20 (7.72%)
6 (4.96%) 36 (0.91%)
590 (13.76%) Rcl
Despacho de Mero Expediente CC
284 (48.14%) Decisão Rep. Geral 631 (15.98%) 1 (0.39%)
AR 5 (0.13%)
38 (6.44%) Rcl
133 (43.63%)
AP ACO
12 (9.92%) Decisão Final 20 (0.51%) 24 (9.27%)
MS
Por Classe 2.362 (59.81%)
75 (12.71%) ACO
Sem Decisão Produtividade
38 (6.44%) ADPF
2 (6.67%)

Decisão Liminar
Decisão em recurso interno
92 (2.33%) Cont. Concentrado
803 (20.33%)
RMS ADDC
Recursais 30 (0.70%)
8 (0.76%) 1 (3.33%)
1.051 (24.50%) Por Classe
Min. Roberto
rt Barroso
ARE
361 (34.35%) Decisão

AI ADI
131 (12.46%) 27 (90.00%)

RHC EP
46 (4.38%) Acervo Atual 3 (2.29%) 920 (47.74%)
RE
4.289
505 (48.05%)
ADO
2 (1.11%) PPE
AP Criminais Originárias
131 (3.05%) 1 (0.76%) Recursais
Cont. Concentrado 5 (3.82%)
1.927 (44.93%)
180 (4.20%) RHC
Baixados 22 (1.14%)
3.316 Distribuidos
ADPF 2.562
18 (10.00%) ADC
1 (0.56%) HC
107 (81.68%) Ext RE
AI
em ação

6 (4.58%) 801 (41.57%)


Inq 172 (8.93%)
ADI Acervo em 2016:
9 (6.87%) RMS
159 (88.33%) 5.045 Processos
12 (0.62%)

29
30
RHC
15 (1.62%) RMS
13 ( 1.40%)
ARE
ADC 620 (66.95%)
Ext
Edson Fachin ADPF 1 (3.45%)
6 (1.35%) RE
HC 5 (17.24%) 271 (29.27%)
AP
298 ( 67.12%) 7 (1.58%) Recursais
928( 22.24%)

ADPF
17 (10.56%) ADI
ADI 23 (79.31%) Cont. Concentrado
Inq 29 (0.70%) AI
143 (88.82%)
RvC Criminais Originárias 127 (28.60%) 7 (0.76%)
2 (0.45%) 444 (10.67%)
AP
3 (2.36%)

Cont. Concentrado Decisão Sobrestamento


ADC
161 (3.87%) Decisão Final 11 (0.28%)
1 (0.62%) PPE 2.199 (56.11%) Inq
4 (0.90%)
27 (21.26%)
Decisão Liminar Por Classe Criminais Originárias
108 (2.76%)
127 (3.05%)
Decisão em recurso interno Produtividade
353 (9.01%)

AI HC
Despacho de Mero Expediente
8 (0.50%) 96 (75.59%)
837 (21.36%)
RE
528 (32.71%) Por Classe Decisão Rep.
Sem Decisão Ext
Geral
1 (0.79%)
Decisão Interlocutória
9 (0.23%) De
402 (10.26%) Pet
27 (9.34%)
Recursais
1.614 (38.77%)
ARE Min. Edson Fachin
F
996 ( 61.71%) CC Rcl
Decisão 114 (39.45%)
1 (0.35%)

CC
EI 1 (0.17%) Demais Originárias
RHC 1 (0.17%) 289 (6.94%) ACO
59 (3.66%) RMS AC 26 (9.00%)
23 (1.43%) Pet 50 (17.30%)
181 (31.59%) Acervo Atual
4.163
AO
16 (2.79%) AO
Demais Originárias AR 9 (3.11%)
573 (13.78%) 13 (4.50%)
AR
16 (2.79%) MS
Baixados MI
MI 46 (15.92%)
3.328 3 (1.04%)
12 (2.09%)
Distribuidos
MS 3.613
166 (28.97%)
ACO
Relatório Supremo em ação 2017

30 (5.24%)
AC Rcl
127 (22.16%) Acervo em 2016:
23 (4.01%) 3.872 Processos
RE
Alexandre de Moraes RHC 1.548(34.62%)
54 (1.21%)
ARE
2.627 (58.84%) MS
44 (20.28%) Pet
5 (2.30%)
RMS AC
ACO Rcl 17 (7.83%)
8 (0.18%) Recursais
6(4.69%) 57 (44.53%)
AI 4.465 (66.45%) AR
95 (6.66%) 4 (1.84%)
Pet
AC RE
3 (2.34%)
7 (5.47%) RHC 432(30.27%)
3 (0.21%) Rcl
AI 100 (46.08%) MI
Demais Originárias
230 (5.15%) 11 (5.07%)
217 (3.23%)
Demais Originárias
MS ARE
128 (1.91%)
47 (38.72%) AR 893 (62.58%)
Recursais
3 (2.34%)
1427 (21.24%) CC
Por Classe 1 (0.46%)
AO
Sem Decisão AO
3 (2.34%) AOO
MI 14 (6.45%)
RMS 21 (9.68%)
2 (1.56%) 4 (0.28%)
ADO
1 (2.17%)
Min. Alexandre de Moraes
Cont. Concentrado ADI
46 (0.68%) Por Classe Decisão 144 (90.00%)

Cont. Concentrado HC
160 (2.38%) 152 (87.36%)
ADPF Criminais Originárias
10 (21.74%) 174 (2.59%)
Despacho de Mero Expediente
ADI 86 (3.58%) ADPF
35 (78.09%) 12 (7.50%)
Decisão Interlocutória
14 (0.58%) Inq
Acervo Atual 12 (6.90%)
Produtividade ADO
6.719
Criminais Originárias 3 (1.88%) AP
Decisão em recurso interno ADC
102 (1.52%) 9 (5.17%)
12 (0.50%) 1 (0.63%) Ext
AP Decisão Liminar 1 (0.57%)
3 (2.94%) 18 (0.74%) Baixados
B
Ext 1.381
Distribuídos
1 (0.98%)
Decisão Final 8.102
2.288 (94.62%)
HC lnq
88 (86.27%) 10 (9.80%)
Acervo em 2016:
em ação

18 Processos

31
Relatório Supremo em ação 2017

4 Recursos Financeiros e Humanos


4.1 Recursos financeiros
O orçamento total do Supremo Tribunal Federal em 2016 foi de R$ 564,4 milhões, dos quais R$ 508,9 milhões
(90,2% do total) foram destinados a despesas com pessoal e encargos, R$ 5 milhões (0,8% do total) a despesas de
capital e R$ 50,5 milhões (8,9% do total) destinadas a outras despesas correntes. A despesa total do Supremo em 2016
foi equivalente a 0,01% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, correspondendo a um custo de R$ 2,74 por habitante.
Analisando a série histórica das despesas (Gráfico 1), verifica-se uma tendência de redução orçamentária do
STF ao longo do tempo, sendo que, embora os gastos com recursos humanos tenham acompanhado essa tendência
de redução, sua representatividade percentual no orçamento total cresceu. Nos gastos com recursos humanos
estão contempladas as despesas com remuneração, encargos incidentes sobre a folha de pagamento, indenizações
judiciais e restituições trabalhistas de magistrados e servidores ativos, inativos e instituidores de pensão, incluídas
as despesas com terceirizados e estagiários. Computam-se, ainda, na rubrica de recursos humanos despesas de
carácter indenizatório, tais como diárias, passagens, auxílio-moradia, entre outras.
Gráfico 1 – Série histórica das despesas
667,3 664,4
700 617,4 615,2
604,0 589,7
578,8 564,4
600 160%
573,1 140%
500 558,0 546,3
531,5 528,7 525,0
509,6 508,9 120%
milhões R$

400
100%
300 80%
85,9% 84,0% 86,1% 88,0% 87,5% 88,8% 89,0% 90,2%
60%
200
40%
100
20%
0 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Despesa Total Despesa com RH Percentual gasto com RH

A execução orçamentária indica o gasto efetivo e é dada como percentual da despesa em relação aos valores
orçados. A série histórica de execução orçamentária (Gráfico 2) indica um ganho de eficiência do STF no ano de
2016, quando 98% da despesa orçamentária total foi executada. A decomposição da execução orçamentária em
gastos com pessoal e encargos, despesas de capital e outras despesas correntes, pode ser visualizada no Gráfico
2. A partir desse gráfico é possível notar que o principal ganho de eficiência na execução orçamentária foi observado
nas despesas com capital, que em 2016 atingiu 80% de execução. Já o percentual de execução das despesas com
recursos humanos manteve-se relativamente constante na série histórica, variando de 96% a 99%, com um ponto
destoante, em 2010, quando 90% foi executado nessa alínea orçamentária.

32
em ação

Gráfico 2 – Série histórica da execução orçamentária


99% 98% 99% 99%
100% 96% 97% 96%
98%
90% 90% 90% 91%
92%
% 88% 96%
87%
87%
87
81%
80% 87% 86% 86% 86% 86%
84%
80%
74%
69%
Execução Orçamentária

60%
58%

40% 43% 43% 45%


39%

20% 25%

0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Execução Orçamentária das Despesas com Pessoal e Encargos


Execução Orçamentária das Despesas de Capital
Execução Orçamentária de Outras Despesas Correntes
Execução Orçamentária Total

A partir do detalhamento das despesas com recursos humanos realizadas em 2016 (Gráfico 3), nota-se que, do
total de R$ 508,9 milhões, R$ 418,7 (82,3%) correspondem a despesas com ministros e servidores; R$ 86,1 milhões
com terceirizados (16,9%) e R$ 4,0 milhões (1%) com estagiários.
Gráfico 3 – Despesas com recursos humanos
Remuneração, Proventos e Pensão
382.938.006
75,3% Estagiários
4.020.227
0,8%
Outras
4.967.592
1,0%
Benefícios
30.828.015
6,1%
Terceirizados
86.120.569
16,9%

Despesa Total: R$ 564.371.347


Despesa com Recursos Humanos: R$ 508.874.409 (90,2%)
Outras Despesas: R$ 55.496.938 (9,8%)

4.2 Recursos humanos


Em termos de recursos humanos, o STF conta com onze ministros e 1.135 servidores efetivos da área judiciária
e da área administrativa, sendo que 1.084 desses cargos estavam providos em 2016, havendo vacância de apenas
4,5% dos cargos (Gráfico 4).
Em 2016 o STF contava, ainda, com vinte juízes auxiliares, 115 assessores (89 comissionados com vínculo e 26
sem vínculo), setenta servidores cedidos ou requisitados para o Tribunal, 35 servidores comissionados sem vínculo
efetivo e 276 estagiários. Estavam cedidos do STF para outros órgãos 71 servidores efetivos.

33
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 4 – Série histórica dos cargos de servidores efetivos


1.135 1.135 1.135 1.135 1.135 1.135 1.135 1.135
1.200 30%

1.000 1.087 1.093 1.089 1.111 1.093 1.111 1.084 25%


1.063
800 20%

600 15%

400 10%
6,3%
200 4,2% 3,7% 4,1% 3,7% 4,5% 5%
2,1% 2,1%
0 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Cargos efetivos existentes
Cargos efetivos providos
Percentual de cargos vagos

O Supremo Tribunal Federal recolheu em 2016, a título de custas processuais, R$ 14 milhões, representando 2,5%
do total das despesas do STF naquele ano – o menor valor observado nos últimos cinco anos (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Série histórica das receitas


R$ 19,8
20 20%
R$ 17,4 R$ 17,7 R$ 17,6
R
R$ 16,2
R$ 14,0

Receita/Despesas
15 15%
Receita (Milhões)

10 10%
R$ 5,5 R$ 4,9
5 3,4% 5%
2,8% 2,9% 2,9% 2,8% 2,5%
0,8% 0,7%
0 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Receitas
Receitas/Despesas

34
em ação

5 Gestão Judiciária e Litigiosidade


Nesta seção apresentam-se os dados gerais de litigiosidade e os resultados dos principais indicadores: taxa de
congestionamento, índice de atendimento à demanda, índice de produtividade dos ministros e índice de produtividade
dos servidores.

5.1 Dados de litigiosidade


Os indicadores de litigiosidade são dados a partir dos casos novos, baixados e pendentes. Como especificado
na seção “Metodologia”, os casos novos são todos os processos (originários ou recursais) ajuizados (fisicamente ou
eletronicamente) no Supremo Tribunal Federal em determinado ano – a data de autuação marca o início do processo.
Os casos baixados, por sua vez, são os processos que foram finalizados (com movimento de baixa definitiva ou outro
registro que caracterize o término do trâmite processual) em determinado ano. Já o estoque (casos pendentes ou
acervo) é dado pela soma dos processos que, no último dia de cada ano-base, ainda não tinham recebido nenhum
movimento de baixa.
As séries históricas de processos novos, processos baixados e processos pendentes (Gráfico 6) indicam que a
quantidade de processos que tramitaram no STF (soma de casos baixados e casos pendentes) se reduziu ao longo
do tempo, numa proporção de 21,4% entre 2009 e 20138, voltando a crescer um pouco em 2014 (5,6%), e 2015 (2,1%),
decrescendo novamente em 2016, quando 143.417 processos tramitaram no STF.
A demanda ao STF apresenta uma tendência de crescimento ao longo do tempo, com pontos de leve retração
em 2013 e 2016, tendo havido uma queda mais significativa apenas em 2011.
Ao longo de toda a série, o total de processos baixados quase sempre foi superior ou equivalente ao total de
casos novos, culminando em uma redução de 47% do estoque (47 mil processos) entre 2009-2015. Em 2016 houve
leve aumento do estoque (7,4%).
Gráfico 6 – Série histórica de casos novos, casos baixados e estoque
100.699
100.000
95.840
90.192 90.460
0 89.959
87.010 93.557
85.310
Número de Processos

85.980
80.000
74.803 74.027 72.200
0 80.029
75.315
66.810
0 73.490 72.098

66.273 66.171
63.732 63.628
60.000 57.437
5
55.740
53.457
7

Baixados
Novos
Estoque
40.000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

8 Em que pese o número de baixados ter crescido de 2009 a 2011, a soma de baixados e pendentes ainda indica queda.

35
Relatório Supremo em ação 2017

5.2 Gestão judiciária – indicadores de litigiosidade e produtividade


A taxa de congestionamento corresponde à proporção de processos que não foram baixados durante o ano-base,
em relação ao total que tramitou no período (soma do acervo e dos baixados). Esse indicador vem apresentando
tendência de queda desde 2009 e acumulou uma redução de 17 pontos percentuais no octênio. É digno de nota que,
desde 2011, o STF tem conseguido manter sua taxa de congestionamento abaixo do patamar de 50%, o que implica
dizer que mais da metade dos processos que tramitaram conseguiu ser baixada (Gráfico 7).
A taxa de congestionamento vem sendo reiteradamente utilizada pelo Conselho Nacional de Justiça para a análise
do desempenho dos tribunais de todo o Brasil no relatório Justiça em Números. Trata-se de um indicador que
dimensiona o nível de dificuldade dos tribunais em lidar com seu estoque de processos, representada pelo percentual
de represamento de casos, novos ou antigos, pendentes de solução.
Destaca-se que, comparativamente aos demais tribunais do Poder Judiciário, a taxa de congestionamento do
STF encontra-se em patamares menores, sobretudo quando se verifica que a taxa do conjunto do Poder Judiciário
tem ficado em torno de 70% desde 2009, tendo atingido 72,2% em 2015. Quando considerados apenas os tribunais
superiores que compõem o Justiça em Números (STJ, TST, TSE e STM), o mesmo indicador foi de 54,5%, em 2015.
Gráfico 7 – Série histórica da taxa de congestionamento e do índice de atendimento à demanda
140% 136,7%

130%
118,2%
120% 114,0% 113,0%
110% 102,4%
1
100,7% 100,1%
100% 95,6%

90%

80%

70%
Taxa

60% 57,2%
51,4%
47,2% 47,8%
50% 43,4%
38,1% 40,0%
40% 35,8%

30%

20%
Taxa de Congestionamento
10% IAD
0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

O Índice de Atendimento à Demanda (IAD) é calculado pela divisão entre a quantidade de processos baixados e
o total de casos novos durante o ano, indicando a capacidade do tribunal em dar vazão ao montante de processos
ingressado, situação que atinge 100%. O IAD do STF permaneceu igual ou superior a 100% até 2015, indicando que a
quantidade de processos baixados foi superior à de casos novos. Em 2016, ao contrário, o IAD registrou pela primeira
vez na série histórica valor inferior a 100% (95,6%).
O índice de produtividade dos servidores da área judiciária (IPS-Jud) indica a média de processos baixados por
servidor das áreas finalísticas do tribunal (Gráfico 8). O IPS-Jud variou de 153,3 processos (em 2013 - menor valor
observado no octênio) a 194,2 processos (em 2014 - maior valor observado). Em 2016 ficou em 162,5 processos por
cada servidor da área judiciária, num indicativo de queda desde 2014, quando a média foi de 192,9.

36
em ação

Gráfico 8 – Série histórica do Índice de Produtividade dos Servidores da área Judiciária (IPS-Jud)
200 194,2 192,9
190
179,6
6 175,5
180
170 162,5
155,9
9 1
153,9 153,3
160
IPS

150
140
130
120
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano

Quando se observa o Índice de Produtividade dos Ministros (IPM) (Gráfico 9), nota-se uma variação que vai de
6.564 processos baixados por ministro (em 2013 – menor valor observado no octênio) a 8.713 processos (em 2015
– maior valor observado). Em 2016, cada ministro baixou, em média, 7.816 processos, 897 processos baixados a
menos em relação ao ano anterior, indicando leve diminuição na produtividade.
Gráfico 9 – Série histórica do Índice de Produtividade dos Ministros (IPM)

9.000 8.713
8.500 8.224
7.910 7.816
8.000 7.755

7.500
IPM

7.000

6.500 6.847 6.730


6.564
6.000

5.500
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano

5.3 Decisões
Em 2016 o STF proferiu 117.426 decisões, sendo que 95.276 delas foram terminativas (81%) — o maior valor
atingido no octênio. Entre as 22.150 decisões não terminativas, estão consideradas aquelas proferidas em caráter
liminar, em sede de recurso interno, em sobrestamento, interlocutórias e de repercussão geral.
Observando a série histórica, nota-se um comportamento de queda nas decisões terminativas no período 2011-
2013, e uma tendência de crescimento a partir de 2014, tendo havido somente nesse ano um aumento de mais de
vinte mil decisões terminativas em relação a 2013 (Gráfico 10).

37
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 10 – Decisões terminativas e não terminativas


100.000
95.276
92.513 92.338
86.214
80.401
80.000
70.157 72.228 71.585

60.000
Número de Decisões

40.000
32.281

23.220 24.230
21.822 21.841 22.150
20.000 17.740 18.577

Terminativas
Não Terminativas
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Entre as decisões não terminativas, as decisões de recurso interno ocorrem historicamente em maior quantidade.
As decisões em repercussão geral são as que incidem em menor quantidade em relação a todos os tipos de decisões,
porquanto o próprio objetivo do instituto é o de evitar que o Supremo tenha que se debruçar, repetidamente, sobre a
mesma discussão, conferindo maior racionalidade ao sistema recursal. Em 2016, foram 85 decisões dessa natureza.
Verifica-se também redução no número de decisões de sobrestamento ao longo da série (Gráfico 11).
Gráfico 11 – Decisões não terminativas por categoria
17.454

15.9511
15.558
14.488
15.000

12.571
71
11.958
10.655
5
10.307
10.000
Número de Decisões

10.188

7
7.027

4.898
5.000 4.892
3.151 3.047 2.979 3.033
2.863 2.544 2.334 2.415
3.148 2 275
2.275
2.823 2.547 2.510
2.249
1.939 1.711 264
805 1.169 1.117
0 170
117 135 120 110 138 116 85
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Interlocutória Sobrestamento Recurso Interno


Liminar Repercussão Geral

Em relação à origem das decisões, do total de 117.426 decisões proferidas em 2016, 88% foram monocráticas. A
proporção de decisões monocráticas variou pouco no período ficando entre 84% e 89%.
Ao se separar as decisões colegiadas e monocráticas por tipo, se terminativas ou não, observa-se que, em 98,8%
dos casos, as decisões terminativas são monocráticas. Apenas 1,2% das decisões terminativas foi julgado em plenário
ou turmas. Conforme demonstrado no Gráfico 13, desde 2014 o número de decisões terminativas monocráticas
tem aumentado e em 2015 e 2016 foram registrados os mais altos percentuais de decisões terminativas proferidas
monocraticamente (99,0% e 98,8%, respectivamente). Entre as decisões não terminativas, 39,6% são monocráticas
e 60,4% são colegiadas.
38
em ação

Gráfico 12 – Decisões colegiadas x monocráticas

20.000 40.000 60.000 80.000 100.000


102.900
98.140 97.298 98.866

86.401 89.151
77.690 76.073
Decisões

Colegiadas
Monocráticas

16.027 17.056 17.704


13.054 12.062 14.088 14.526
11.291

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


ano-base

Gráfico 13 – Decisões colegiadas x monocráticas segundo o tipo de decisão


20.000 40.000 60.000 80.000 100.000

91.388 94.134
90.945
84.300
78.617
68.662 70.565 69.627
Decisões

17.739 9.377 15.488 16.754


11.270 10.399 12.130 13.385
6.353 7.478
14.532 8.766
13.840 10.534 7.125 6.446
1.141
0

1.495 1.914 1.784 1.663 1.958 1.568 950


2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano Base
Colegiada não terminativa Monocrática não terminativa
Colegiadas terminativa Monocrática terminativa

Considerando as decisões colegiadas, em 2016 foram proferidas 3.373 decisões pelo plenário (o que corresponde
a 23% do total de decisões colegiadas), 6.312 na primeira turma (43% das decisões colegiadas) e 4.786 na segunda
turma (33% das decisões colegiadas), conforme aponta o Gráfico 14.
A participação do sistema de julgamento eletrônico no quadro geral demonstrativo da origem das decisões
colegiadas é restrita às discussões relativas à repercussão geral. Isso se explica pelo que dispõem os artigos 323 e
324 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação que lhes foi dada pelas Emendas Regimentais
n. 31, de 2009, 42, de 2010, 47, de 2012 e 49, de 2014, que disciplinam o funcionamento do chamado Plenário Virtual.
Já com relação às decisões monocráticas, sua origem é discriminada em duas categorias: 1) presidência ou
vice-presidência e 2) demais ministros (Gráfico 15). A série temporal apresenta variação na representatividade que
as decisões da presidência ou vice-presidência têm no total de decisões monocráticas, sendo que nos anos de
2010 e 2011 essas decisões atingiram 41% do total das decisões monocráticas proferidas – o mais alto percentual
verificado no octênio.

39
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 14 – Origem das decisões colegiadas

8.000
7.774
7.460
6.833
6.312
6.000 6.041 6.893 7.113
5.802 5.761
5.370 5.594
Decisões

5.602 4.786
5.450
5.064
4.000

3.306 3.373
3.385
2.612 2.735
2.424 2.375
2.000

1.863
1.126

86 112 147 111 70 91 82 55


0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


ano-base
Plenário Primeira Turma
Plenário Virtual Segunda Turma

Gráfico 15 – Origem das decisões monocráticas entre presidência e vice-presidência e decisões dos demais ministros
20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000

75.080
69.129 70.248
66.262

57.626 56.658
Decisões

52.298
48.764 MONOC.MINISTROS
MONOC.PRES+VICE
40.514
36.853
32.652
28.926 28.169
23.786
20.139 19.415

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


ano-base

40
em ação

5.4 Litigiosidade por classe processual

5.4.1 Processos Novos


Durante o ano de 2016, ingressaram no STF um total de 89.959 processos, representando uma redução de 3,8%
em relação ao ano anterior (Gráfico 16). Nos demais anos da série, os casos novos sofreram oscilações, variando de
63,6 mil (em 2011) a 93,5 mil processos (em 2015).
Ao observar os processos novos por classe, percebe-se que, a maior incidência é de agravos em recurso
extraordinário (ARE). Os AREs foram criados em 2011, momento em que representaram 36,9% do total de processos
novos. A partir de 2012 sua representatividade no volume de processos subiu para 69,6%, permanecendo próximo a
esse patamar desde então, constituindo-se na classe com maior volume de processos. Em 2016 os AREs representaram
71,1% do total de processos novos no STF.
Analogamente, a representatividade de processos novos da classe AI (Agravo de Instrumento) no total da demanda
ao STF decresceu de 66,2% em 2009, para 32% em 2011, chegando a 2,5% em 2016 (Gráfico 16). Verifica-se, também,
que as classes AI, ARE, RE (Recurso Extraordinário), HC (Habeas corpus) e Rcl (Reclamação) representaram, juntas,
96,6% do total dos processos novos em 2016, sendo as mais numerosas. Ao longo de toda série histórica essas
classes, juntas, representaram sempre percentual acima de 93% do total de casos novos.
É possível relacionar a participação das diversas classes processuais no total de casos novos da série histórica
2009-2016 à edição da Lei n. 12.322, de 9 de setembro de 20109.
Antes da referida lei, percebia-se a nítida predominância dos AI (Agravos de Instrumento) no número total de
casos novos nos anos de 2009 e 2010, chegando a patamares próximos a 2/3 (dois terços) de todos os processos que
chegavam anualmente ao STF. Tais recursos tinham por objetivo rediscutir o juízo de admissibilidade dos Recursos
Extraordinários realizado pelas instâncias inferiores, submetendo o Supremo Tribunal Federal, muitas vezes, a um
trabalho redundante.
Gráfico 16 – Processos novos por classe
93.557
90.000

89.959

80.029
74.803 73.490 72.098
70.000

63.732 63.628
Processos novos

50.000

AI
ARE
RE
30.000

HC
Rcl
Demais
10.000
0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


Ano base

9 De acordo com o caput, a Lei n.12.322/10 “Transforma o agravo de instrumento interposto contra decisão que não admite recurso extraordinário ou especial em
agravo nos próprios autos, alterando dispositivos da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12322.htm. Acesso em 31maio2017.

41
Relatório Supremo em ação 2017

Entre os anos de 2009 e 2016, observa-se que a quantidade de habeas corpus permanece com pouca variação
até 2012, na casa dos quatro mil processos, reduzindo um pouco em 2013, e voltando a aumentar a partir de 2014,
seguindo em crescimento até 2016, quando se observou o maior número de HCs impetrados no octênio: 6.491
(Tabela 1).
A série histórica da quantidade de novos mandados de segurança apresentou um pico em 2010 e manteve-se
estável nos demais anos. A quantidade de casos novos de mandados de injunção, suspensão de segurança, suspensão
de tutela antecipada e intervenções federais diminuiu significativamente no octênio. Por último, a quantia de processos
novos em ações originárias aumentou de 38 processos em 2009 para 80 em 2016, com pico verificado em 2014 –
109 casos novos.
Das 45 classes processuais analisadas, cinco delas não tiveram ingresso de casos novos no período (EL, Rp, RHD,
SEC e SE), e outras quatro classes (ES, OACO, RMI e RC) tiveram ingresso inferior a dez casos.

42
em ação

Tabela 1 - Processos novos por classe e ano de autuação

Classe 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


AI 42.193 49.670 20.343 4.027 2.146 1.650 1.983 2.266
ARE 0 0 23.487 51.124 51.080 57.193 65.020 63.937
RE 10.503 15.001 10.030 9.059 9.059 11.125 14.310 10.962
HC 4.709 4.281 4.459 4.036 3.595 4.483 5.584 6.491
Rcl 2.262 w1.300 1.856 1.895 1.894 2.375 3.273 3.281
AC 272 222 275 199 236 227 276 161
ACO 181 196 171 182 220 283 208 168
ADC 4 3 4 0 0 2 6 6
ADI 176 151 163 180 189 112 230 194
ADO 3 3 6 3 4 3 7 1
ADPF 44 18 20 25 34 15 48 59
AImp 4 2 2 2 7 2 6 10
AO 38 69 50 46 94 109 70 80
AOE 2 1 6 3 3 7 7 2
AP 18 27 88 37 164 37 69 26
AR 105 50 37 34 39 45 56 105
AS 2 3 4 3 7 5 9 1
CC 40 31 48 20 77 41 35 23
Cm 0 1 2 22 10 17 2 2
EI 1 0 1 0 8 0 0 1
EL 0 0 0 0 0 0 0 0
EP 0 0 0 0 21 3 0 1
ES 1 0 0 0 0 0 0 0
Ext 29 35 34 23 32 42 46 45
HD 3 2 2 1 2 2 1 3
IF 35 12 14 2 1 5 1 1
Inq 97 158 268 190 229 112 250 135
MI 1.383 1.251 761 814 830 340 102 92
MS 602 1.491 599 499 584 570 439 461
OACO 0 0 1 3 0 1 0 0
Pet 189 111 60 82 110 114 595 441
PPE 12 21 4 14 14 29 34 34
PSV 40 4 10 14 25 3 7 4
RC 0 0 0 1 0 1 0 1
RHC 132 195 262 408 847 703 501 614
RHD 0 0 0 0 0 0 0 0
RMI 0 1 0 0 0 0 0 0
RMS 118 86 159 191 265 116 114 133
Rp 0 0 0 0 0 0 0 0
RvC 4 8 2 5 2 9 7 6
SE 0 0 0 0 0 0 0 0
SEC 0 0 0 0 0 0 0 0
SL 61 77 91 91 84 90 112 122
SS 362 220 203 185 133 122 105 60
STA 107 102 106 70 53 36 44 30
Total 63.732 74.803 63.628 73.490 72.098 80.029 93.557 89.959

43
Relatório Supremo em ação 2017

5.4.2 Processos Baixados


Em 2016, o STF baixou 85.980 processos, o que representou uma diminuição de 9.860 processos (10,3%) em
relação a 2015 (Gráfico 17). A quantidade de baixados reflete a dinâmica dos processos novos quanto ao decréscimo
dos AIs e surgimento dos AREs.
Entre as classes processuais que tiveram diminuição na quantidade de processos baixados, no período de 2009
a 2016, estão os agravos de instrumento e os recursos extraordinários, e entre as que verificaram aumento estão
habeas corpus, mandados de segurança, ação cível originária, ações penais e inquéritos, conforme os valores
absolutos (Tabela 2).
Três classes processuais não verificaram nenhum movimento de baixa no período (RHD, Rp e SE) e outras sete
tiveram baixa inferior a dez processos (EL, SEC, RC, RMI, ES, OACO e EP).
Gráfico 17 – Processos baixados por classe
95.840
90.000

90.460
87.010 85.980
85.310

75.315 74.027
72.200
70.000
Processos Baixados

50.000

AI
ARE
RE
30.000

HC
Rcl
Demais
10.000
0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

44
em ação

Tabela 2 – Processos baixados por classe e ano da baixa

Classe 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


AI 46.118 54.650 42.423 15.745 7.253 3.924 3.480 2.689
ARE 0 0 17.125 38.274 43.970 62.255 63.083 59.534
RE 20.552 22.552 18.823 12.118 9.993 11.363 16.517 11.238
HC 4.149 4.179 4.214 3.816 4.597 5.148 4.797 6.049
Rcl 1.953 1.384 1.435 1.149 2.211 2.814 3.694 3.069
AC 300 284 228 183 257 326 246 217
ACO 88 110 86 126 220 288 361 266
ADC 1 3 2 2 1 3 1 2
ADI 115 119 122 77 75 198 139 100
ADO 0 2 0 4 2 1 4 3
ADPF 14 14 14 8 14 18 27 21
AImp 0 4 1 1 0 3 10 11
AO 144 68 59 57 42 113 140 70
AOE 1 0 2 6 5 7 5 6
AP 17 22 44 15 169 49 111 29
AR 43 47 48 24 56 80 133 105
AS 5 2 4 5 2 4 8 6
CC 89 46 48 22 65 92 60 17
Cm 0 0 2 21 9 16 5 1
EI 1 1 1 0 1 5 0 1
EL 0 0 1 0 0 0 0 0
EP 0 0 0 0 0 0 0 8
ES 1 1 1 1 0 0 0 0
Ext 34 27 53 20 25 29 34 44
HD 2 4 3 1 2 2 1 1
IF 6 4 3 21 1 1 4 19
Inq 78 73 193 137 196 185 324 148
MI 321 478 710 975 1.373 1.062 265 117
MS 374 377 618 463 542 966 831 901
OACO 0 0 1 3 0 1 0 0
Pet 220 160 82 79 156 100 550 327
PPE 12 25 8 9 16 20 38 45
PSV 22 11 0 7 7 5 25 6
RC 0 0 0 0 0 0 0 2
RHC 126 125 183 189 586 928 442 496
RHD 0 0 0 0 0 0 0 0
RMI 1 1 0 0 0 0 0 0
RMS 76 67 78 181 196 233 153 184
Rp 0 0 0 0 0 0 0 0
RvC 5 6 3 3 3 8 4 6
SE 0 0 0 0 0 0 0 0
SEC 1 0 0 0 0 0 0 0
SL 41 77 70 56 47 64 135 84
SS 333 270 202 165 62 118 161 118
STA 72 117 120 64 46 31 52 40
Total 75.315 85.310 87.010 74.027 72.200 90.460 95.840 85.980

45
Relatório Supremo em ação 2017

5.4.3 Estoque
Nos últimos oito anos, ocorreu uma redução considerável no estoque processual do Supremo — 43% entre 2009 e
2016. Desde 2009 deram-se três decréscimos substanciais: a) de 100,7 mil para 90,2 mil entre 2009 e 2010 (10,3%);
b) de 90,2 mil para 66,8 mil de 2010 para 2011 (25,9%); c) de 66,2 mil para 53,4 mil de 2013 para 2015 (19,3%) (Gráfico
18). Entre 2015 e 2016 houve acréscimo pontual de 3.980 processos no estoque (aumento de 7,4%).
A composição do estoque de acordo com as classes processuais indica que as duas classes com maior volume
de processos (ARE – Recurso Extraordinário com Agravo e RE – Recurso Extraordinário) correspondiam a 69,4%
do estoque de processos no STF em 2016. Somadas a elas os processos das classes HC – Habeas corpus, Rcl –
Reclamação e AI – Agravo de Instrumento, têm-se 84,4% do total de processos pendentes.
Gráfico 18 – Processos pendentes (estoque) por classe
100.000

100.699

90.192
80.000

66.810 66.273 66.171


60.000

55.740 57.437
53.457
Estoque

AI
40.000

ARE
RE
HC
Rcl
20.000

Demais
0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Nos anos de 2009 a 2011, a classe com maior quantidade de processos no estoque era Agravo de Instrumento
(AI), que decresce enquanto aumenta a quantidade de processos de Recurso Extraordinário com Agravo (ARE), classe
criada a partir de 2011. Os processos recursais (AI, ARE e RE) representaram 73,1% do estoque em 2016 (Tabela 3).
Além dessa mudança, de 2009 a 2016, ocorreram outras alterações significativas: aumentos nos estoques
de recursos ordinários em habeas corpus; suspensão de liminar; inquéritos; arguição de descumprimento de
preceito fundamental; ação direta de inconstitucionalidade e ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Em
contrapartida, houve redução nos estoques de recursos extraordinários, mandados de injunção e dos conflitos de
competência.

46
em ação

Tabela 3 – Estoque por classe e ano


Classe 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
AI 50.187 45.207 23.127 11.409 6.302 4.028 2.531 2.108
ARE 0 0 6.362 19.212 26.322 21.260 23.197 27.601
RE 35.331 27.780 18.987 15.928 14.994 14.756 12.549 12.273
HC 3.488 3.590 3.835 4.055 3.053 2.388 3.175 3.617
Rcl 2.770 2.686 3.107 3.853 3.536 3.097 2.676 2.888
AC 697 635 682 698 677 578 608 552
ACO 693 779 864 920 920 915 762 664
ADC 13 13 15 13 12 11 16 20
ADI 1.566 1.598 1.639 1.742 1.856 1.770 1.861 1.955
ADO 8 9 15 14 16 18 21 19
ADPF 114 118 124 141 161 158 179 217
AImp 4 2 3 4 11 10 6 5
AO 250 251 242 231 283 279 209 219
AOE 7 8 12 9 7 7 9 5
AP 91 96 140 162 157 145 103 100
AR 527 530 519 529 512 477 400 400
AS 4 5 5 3 8 9 10 5
CC 120 105 105 103 115 64 39 45
Cm 0 1 1 2 3 4 1 2
EI 2 1 1 1 8 3 3 3
EL 1 1 0 0 0 0 0 0
EP 0 0 0 0 21 24 24 17
ES 3 2 1 0 0 0 0 0
Ext 53 61 42 45 52 65 77 78
HD 4 2 1 1 1 1 1 3
IF 120 128 139 120 120 124 121 103
Inq 273 358 433 486 519 446 372 359
MI 1.264 2.037 2.088 1.927 1.384 662 499 474
MS 1.541 2.655 2.636 2.672 2.714 2.318 1.926 1.486
OACO 0 0 0 0 0 0 0 0
Pet 353 304 282 285 239 253 298 412
PPE 19 15 11 16 14 23 19 8
PSV 29 22 32 39 57 55 37 35
RC 0 0 0 1 1 2 2 1
RHC 228 298 377 596 857 632 691 809
RHD 1 1 1 1 1 1 1 1
RMI 0 0 0 0 0 0 0 0
RMS 433 452 533 543 612 495 456 405
Rp 1 1 1 1 1 1 1 1
RvC 0 2 1 3 2 3 6 6
SE 0 0 0 0 0 0 0 0
SEC 0 0 0 0 0 0 0 0
SL 93 93 114 149 186 212 189 227
SS 270 220 221 241 312 316 260 202
STA 141 126 112 118 125 130 122 112
Total 100.699 90.192 66.810 66.273 66.171 55.740 53.457 57.437

47
Relatório Supremo em ação 2017

5.5 Processos por Assunto


O ramo do Direito é o primeiro nível de classificação dos processos por assunto: dos 89.959 processos autuados
em 2016, 48.893 (54,35%) tratavam de matérias de Direito Administrativo e outras matérias de Direito Público;
27.641 (30,73%) eram referentes a matérias de Direito Processual Civil e do Trabalho (Gráfico 19). Ressalta-se que
um processo pode ser classificado em mais de um ramo do Direito. Entre os ramos mais frequentes estão: Direito
Previdenciário (20,69%), Direito Tributário (19,8%), Direito Civil (18,76%), Direito Processual Penal (13,26%) e Direito
do Consumidor (11,72%).
Gráfico 19 – Processos novos por ramo do Direito
1.Direito Administrativo e Outras Matérias de Direito Público 48.893 (54,35%)

2.Direito Processual Civil e do Trabalho 27.641 (30,73%)

3.Direito Previdenciário 18.613 (20,69%)

4.Direito Tributário 17.810 (19,80%)

5.Direito Civil 16.873 (18,76%)

6.Direito Processual Penal 11.926 (13,26%)

7.Direito do Consumidor 10.543 (11,72%)

8.Direito Penal 7.756 (8,62%)

9.Direito do Trabalho 4.317 (4,80%)

10.Direito Eleitoral 352 (0,39%)

11.Direito da Criança e do Adolescente 210 (0,23%)

12.Direito Penal Militar 200 (0,22%)

13.Direito Processual Penal Militar 132 (0,15%)

14.Direito Internacional 108 (0,12%)

15.Direito Eleitoral e Processo Eleitoral 96 (0,11%)

16.Registros Públicos 31 (0,03%)

17.Direito Marítimo 6 (0,01%)

18.Sociedade Civil 1 (0,00%)

Até o terceiro nível de classificação dos processos em assuntos, observa-se que o assunto que aparece com
maior frequência é o que se refere ao sistema remuneratório e de benefícios no serviço público civil, responsável
por 11,92% do total de processos ingressados no ano de 2016 (Gráfico 20). O segundo e o terceiro assuntos mais
frequentes são referentes às matérias de Direito Civil, relacionados a obrigações em inadimplemento (6,17%) e
espécies de contratos (5,72%). O ramo do Direito Administrativo e Direito Público é responsável pelo quarto assunto
mais incidente: reajustes de remuneração, proventos e pensão (4,18%).
No Direito Processual Civil e do Trabalho, sobressaem os assuntos liquidação, cumprimento e execução (4,06%). No
ramo do Direito Processual Penal, são recorrentes as discussões de nulidades (3,73%). Já no Direito do Consumidor,
litígios relacionados a contratos bancários (2,74%) e indenização por danos morais (2,70%).

48
em ação

Gráfico 20 – Processos novos pelos 15 assuntos mais frequentes

Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público |


10.727 (11,92%)
Servidor Público Civil |Sistema Remuneratório e Benefícios

Direito Civil | Obrigações | Inadimplemento 5.554 (6,17%)

Direito Civil | Obrigações | Espécies de Contratos 5.148 (5,72%)

Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público | Servidor


3.757 (4,18%)
Público Civil | Reajustes de Remuneração, Proventos ou Pensão
Direito Processual Civil e do Trabalho | Liquidação /
Cumprimento / Execução | Obrigaçãode Fazer / Não Fazer 3.653 (4,06%)

Direito Processual Penal | Ação Penal | Nulidade 3.356 (3,73%)

Direito Adm. e outras Matérias de Direito Público 3.243 (3,60%)

Direito Tributário | Contribuições | Contribuições 2.806 (3,12%)


Previdenciárias
Direito Previdenciário | RMI - Renda Mensal Inicial, Reajus-
tes e Revisões Específicas | RMI -Renda Mensal Inicial 2.681 (2,98%)

Direito Processual Civil e do Trabalho | Recurso | Cabimento 2.629 (2,92%)

Direito Penal | Parte Geral | Aplicação da Pena 2.543 (2,83%)

Direito do Consumidor | Contratos de


Consumo | Bancários 2.464 (2,74%)

Direito do Consumidor | Responsabilidade do


2.430 (2,70%)
Fornecedor | Indenização por Dano Moral

Direito Adm. e outras Matérias de Direito


2.379 (2,64%)
Público | Serviços | Saúde
Direito Processual Civil e do Trabalho | Liquidação / Cumprimento / Execu-
ção de Sentença| Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução 2.246 (2,50%)

49
Relatório Supremo em ação 2017

5.6 Justiça digital


A tramitação eletrônica de processos foi iniciada no STF em 2007. Em 2012, essa forma de tramitação superou o
quantitativo daqueles autuados pela forma tradicional. Os processos eletrônicos corresponderam, em 2016, a 90,7%
do total de casos novos registrados (Gráfico 21).
Como consequência natural dessa progressão, a composição do estoque também tem apresentado cada vez
mais processos tramitando eletronicamente. Em 2009 apenas 2,5% do estoque eram de processos eletrônicos, e,
ao final de 2016, o estoque era constituído majoritariamente por processos eletrônicos: 81,3% do total (Gráfico 22).
Gráfico 21 – Processos novos eletrônicos x físicos
81.560

68.796
6
70.000
62.079 62.252
57.557
57

49.415
5
50.000
Processos Novos

4
44.923 43.257
7

30.233
30.000
24.761
22.683 22.472
18.705
12.551
8.399
10.000
1.653
3
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Físico Eletrônico

Gráfico 22 – Estoque de processos eletrônicos x físicos


100.000 97.583

78.588
80.000

60.000
50.592
Estoque

46.675

40.000 36.534 37.801 36.444


34.190
29.739 28.370
21.550
20.000 16.218
18 17.013
11.604 10.762
3.116

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Eletrônico Físico
50
em ação

5.7 Maiores litigantes – polo ativo x passivo


Em 2016, os dois maiores litigantes no acervo do STF, tanto no polo ativo, quanto no passivo, foram a União e o
INSS.
Entre os maiores demandantes (polo ativo) figuram, depois da União (com 4.948 processos) e do INSS (1.612
processos), o Ministério Público Federal (com 1.478 processos), e os Estados do Rio de Janeiro (1.130) e de São
Paulo (1.075 processos).
Entre os maiores demandados (polo passivo) estão a União (6.074 processos), o INSS (3.714 processos), o STJ
(1.776 processos), o MPF (1.721 processos) e o Estado de São Paulo (1.255 processos).
Gráfico 23 – Dez maiores litigantes - polo ativo

Estado de Minas Gerais 358 (0,39%)

Ministério Público do Estado do Rio


359 (0,39%)
Grande do Sul

Estado do Paraná 378 (0,41%)

Estado da Bahia 646 (0,71%)

Defensoria Pública da União 787 (0,86%)

Estado de São Paulo 1.075 (1,18%)

Estado do Rio de Janeiro 1.130 (1,24%)

Ministério Público Federal/PGR 1.478 (1,62%)

Instituto Nacional do Seguro Social - INSS 1.612 (1,76%)

União 4.948 (5,41%)

Gráfico 24 – Dez maiores litigantes - polo passivo

463 (0,54%)

521 (0,61%)

557 (0,65%)

563 (0,66%)

863 (1,01%)

1.255 (1,47%)

1.721 (2,01%)

1.776 (2,07%)

3.714 (4,34%)

6.074 (7,10%)

51
Relatório Supremo em ação 2017

6 Processos por Competências


Constitucionais
O Supremo Tribunal Federal foi instituído pela Constituição de 1988 como seu guardião. Essa atribuição é exercida
pela via do controle concentrado de constitucionalidade.
Além disso, o texto constitucional confere ao Supremo Tribunal Federal a competência originária para o
processamento e julgamento de diversas ações como, por exemplo, as questões criminais listadas nas alíneas b e c
do inciso I do artigo 102 e as situações que envolvam interesses de Estados estrangeiros ou organismos internacionais,
a teor das alíneas e e g do mesmo dispositivo citado.
No constante equilíbrio entre suas funções de Corte Constitucional e tribunal de revisão, o Supremo Tribunal
Federal enfrenta questões de alta indagação e relevância social como o conflito entre os direitos à liberdade de
expressão, criação artística e produção científica e o direito à intimidade (ADI n. 4.815/DF). Na condição de instância
recursal, o STF trata das condições de possibilidade de o Poder Judiciário determinar prestações positivas ao Estado,
especialmente na contratação de pessoal e realização de obras destinadas à efetividade do direito à saúde (RE n.
684.612 RG/RJ).
A Corte também aprecia originariamente pedidos de extradição formulados por outros Estados nacionais, ações
penais e questões incidentais em inquéritos policiais nos quais atua como um verdadeiro Tribunal de instrução.
Neste Capítulo, faz-se uma análise da atuação do Supremo Tribunal Federal de acordo com as suas competências
constitucionais, agrupadas, a partir de suas classes processuais, de acordo com os seguintes critérios (Figura 2):
• Competências originárias: são aquelas que se referem às classes processuais nas quais o STF atua como única
e última instância de julgamento da matéria versada nos processos. Nessa categoria estão as ações de controle
direto de constitucionalidade, as classes que se referem à matéria penal, os remédios constitucionais, entre os
quais foram somados os dados da Reclamação e as demais ações de competência originária;
• Competências recursais: são aquelas que se referem às classes processuais nas quais o STF atua como Corte
de revisão de decisões proferidas por outras instâncias judiciais. Subdivide-se em Recursos Extraordinários e
Recursos Ordinários.
Figura 2 – Competências constitucionais do Supremo Tribunal Federal

STF

Recursais Originários

Recursos Controle Remédios Outros


Recursos Matéria Penal
Ordinários Concentrado Constitucionais Todas as
Extraordinários AP, Inq, EP, RvC, Ext,
RMS, RHC, ADC, ADI, ADO, HC, HD, MI, MS, demais
AI, ARE, RE PPE
RHD, RMI ADPF Rcl classes

52
em ação

6.1 Visão Geral por Competências Constitucionais


É possível afirmar que os dados relativos ao número de casos novos, estoque e processos baixados refletem os
índices e desempenho da Corte no exercício da competência recursal extraordinária.
Os dados relativos ao número de casos novos, baixados e acervo são apresentados por cada grupo de competência
constitucional exercida pela Corte, no Gráfico 25.
Nota-se, por exemplo, que, no último triênio, há uma leve queda no estoque de processos de competência recursal
extraordinária, seguida por um pequeno aumento (Gráfico 25). Esse movimento não se verifica em nenhuma outra
competência constitucional, excetuados apenas os remédios constitucionais, ressaltando ainda mais a preponderância
dos dados relativos à competência recursal extraordinária no quadro geral referente ao estoque de processos.
(Gráfico 18)
Já no que se refere ao número de casos novos e baixados por competência, verifica-se, em linhas gerais, um
comportamento uniforme no qual, independentemente da competência considerada, a litigiosidade é acompanhada
pela produtividade (Gráfico 25).
Além disso, verifica-se que, excluída a competência recursal extraordinária, nas demais a série histórica se inicia
com o número de casos novos suplantando os baixados, situação que se inverte, invariavelmente, a partir do ano
de 2014.
Se o comportamento dos dados relativos aos casos novos e baixados mostra semelhanças entre as diversas
competências do Supremo Tribunal Federal, no que diz respeito ao estoque de processos, destaca-se o progressivo
crescimento do controle concentrado de constitucionalidade no último triênio, de aproximadamente 13% (treze por
cento) no período.

53
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 25 – Processos novos, baixados e estoque por competência


Recursos Extraordinários Recursos Ordinários

85.518 83.080 2.000


80.000 77.202 78.371 77.542
2 77.165
Número de Processos

66.137 81.313

Número de Processos
7
72.987
62.285
85
5 73.461 1.470
69.968
60.000 66.670
0 53.860
5 0
6
64.210 1.161 1.148 1.215
64.671 61.216 1.140
0 1.112
52.696 41.982 911
48.476 1.000 1.128
40.000 46.549 47.618
8
751 747
40.044 38.277 662 6
615
599
9 819
9
7
782
421 680
20.000 Novos 595
282
Baixados 370
Estoque 203 261
193
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Controle Concentrado Remédios Constitucionais


2.211
2.045 2.077
1.910 1.957
2.000
1.701 1.738 1.793 12.508
Número de Processos

11.667
7
12.000 10.970
Número de Processos

110.688 10.328
9.992
9 9.588
9.067
7
8.325 8.725 8.466
8 466 10.137
9.000 7.677 7.245 9
9.399
1.000 8.277 8.468
7.770
6.000 6.799 6.422 6.980 6.404 6.905

227 220 291 260


175 193 208 3.000

0 130 138 138 132 171 126


9
91 9
92
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Matéria Penal Outros


4.000
1.000 3.585
3.454 3.439
3.315 3.214 3.336
Número de Processos

3
3.077
Número de Processos

2.993
765 3.000
712 706
627 601
568
532
2 1.895
462 5111 2.000
500 436
6
396
291 1.254
4 1
1.296
280 1.202
269 1.081 1.107 1
1.533
249
9 4
409 406
6 959
1.000 1.367 1.212
160 301 1.101 959 1.108
232 247 841 976
153 184
146
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

54
em ação

6.2 Origem das decisões de acordo com as competências


constitucionais
As decisões em recurso extraordinário representam a maior parcela de decisões, sejam colegiadas, sejam
monocráticas. As decisões monocráticas representam o maior volume de decisões do STF em toda série temporal.
(Gráfico 26).
Por força da sistemática de julgamento da maioria das ações de controle direto da constitucionalidade10, — à
exceção à regra se dá nos casos de inépcia, ausência de fundamentação da petição inicial ou improcedência manifesta
do pedido, a declaração de inconstitucionalidade, constitucionalidade de leis ou atos normativos, a procedência ou
improcedência das arguições de preceito fundamental — dependem de quórum qualificado, somente alcançável em
Plenário.
Apesar de essa característica explicar a menor ocorrência de decisões monocráticas nas ações de controle
abstrato de constitucionalidade em relação às demais competências, percebe-se que, mesmo neste domínio, elas
são a maioria.
A tendência do percentual de decisões monocráticas na série histórica observada é de regularidade em patamares
elevados. A única alteração notável se verifica em 2014, com uma queda geral do percentual de decisões monocráticas
consequência do desafogamento da pauta das Turmas e do Plenário devido à ausência de processos penais de
competência originária de grande repercussão e complexidade.

Gráfico 26 – Decisões monocráticas, de acordo com as competências constitucionais


100%
93%
91% 91%
90% 89%
88% 89%
87% 87% 86%
87% 85% 88% 87% 86%
85% 86% 85% 86%
84% 85% 82% 82%
80% 84% 83% 79% 83%
82% 83% 81%
78% 79% 74% 76%
76% 75%
70% 70% 74%
70%
65% 69% 67%
65% 60%
60% 57% 57%

48% 56%
50% 46%

40%

0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Recursos Ordinários Controle Concentrado Matéria Penal


Recursos Extraordinários Remédios Constitucionais Outros

10 Leis n. 9.868, de 1999, com a redação dada pela Lei n. 12.063, de 2009, e Lei n. 9.882, de 1999, que tratam das ações diretas de inconstitucionalidade, de
inconstitucionalidade por omissão, declaratórias de constitucionalidade e arguições de descumprimento de preceito fundamental.

55
Relatório Supremo em ação 2017

6.3 Taxa de Congestionamento e Índice de Atendimento à Demanda


Dentre as competências, os recursos extraordinários apresentam as menores taxas de congestionamento de todas
as competências (36,4%); seguida pela taxa de congestionamento verificada nos remédios constitucionais (45,5%).
Nos recursos ordinários e nos processos que lidam especificamente com matéria penal, a variação da taxa de
congestionamento se deu de maneira mais acentuada. No primeiro caso, a menor taxa de congestionamento se
verificou no ano de 2014, quando o represamento de recursos ordinários chegou aos 49,3%, tendo retornado ao
patamar de 65% no ano de 2015, apresentando leve tendência de recuperação em 2016 (64,1%).
Já nas questões penais de competência originária, a série histórica é toda marcada por fortes variações nas
taxas de congestionamento. O menor represamento ocorreu no ano de 2015 (54%), seguido de nova alta no índice
no ano de 2016 (67%).
Os processos de controle concentrado de constitucionalidade apresentam as maiores taxas de congestionamento.
À exceção do ano de 2014, a taxa apresenta-se estável em níveis superiores a 90%.
No ano de 2014 todos os índices de atendimento à demanda por competência foram superiores a 100%, ou seja,
a quantidade de processos baixados foi superior à de processos novos.
Os números indicam altas taxas de congestionamento em ações de controle concentrado em relação às espécies
recursais, revelando uma concentração de esforços nas tarefas próprias de um tribunal de instrução ou revisão, em
detrimento da atuação como Corte Constitucional.
Além disso, há de se mencionarem características próprias às ações de controle concentrado de constitucionalidade
que podem ter influência no tempo de julgamento. Nelas são discutidas as grandes questões nacionais, de imensurável
importância político-jurídica, ensejando, não raro, providências para abertura dos debates constitucionais à
comunidade, com a realização de audiências públicas, intervenção de amici curiae etc.

56
em ação

Gráfico 27 – Taxa de congestionamento por competência


Recursos Extraordinários Recursos Ordinários

100% 100%

76,5% 79,6% 77,7% 75,5%


Taxa de Congestionamento

Taxa de Congestionamento
80% 80%
65,3% 65,9% 64,1%

60% 60%
48,6%
43,8%
38,2% 41,3%
40% 34,1% 31,5% 36,4% 40% 49,3%

20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Controle Concentrado Remédios Constitucionais

100% 92,9% 92,6% 92,9% 95,5% 95,7% 89,9% 92,4% 94,6% 100%
Taxa de Congestionamento

Taxa de Congestionamento

80% 80%
63,1% 62,6% 66,1%
57,1% 55,1%
60% 60%
45,9% 46,3% 45,5%

40% 40%

20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Matéria Penal Outros

100% 100%

74,9% 77,7%
79,5% 77,7% 80,4% 78,6%
Taxa de Congestionamento

Taxa de Congestionamento

80% 70,8% 80% 70,8% 72,8% 73,3%


67,0% 69,8%
61,9%
%
60% 67,6% 65,2% 60%

54,0%
40% 40%

20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

57
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 28 – Índice de atendimento à demanda por competência


Recursos Extraordinários Recursos Ordinários

145,5% 141,8%
140% 140%

120% 110,8% 120%


119,4% 102,2%
%
100% 95,2% 100% 91,0%
103,0% 98,3%
70,3% 96,7%
80% 80% 6
68,4%
IAD

IAD
62,0% 61,8%
%
60% 60%

40% 40%

20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Controle Concentrado Remédios Constitucionais


166,7%

140% 140% 126,4% 128,6%


120% 120% 102,0%
98,2%
100% 100% 90,9%
78,9% 77,1%
80% 71,5% 80% 88,4%
IAD

IAD

58,8%
60% 48,5% 60%

40% 40%
43,8% 40,5%
20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Matéria Penal Outros

140% 140%
125,4% 125,9% 123,6%
120% 120% 113,2%
109,2%
100% 113,4% 100% 87,7% 106,9%
80% 76,0% 80%
88,5% 88,7% 88,2%
IAD

IAD

60% 68,4% 60%


61,4%
40% 40%

20% 20%

0% 0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

58
em ação

6.4 Origem dos Processos


Considerando as competências recursais, ordinária e extraordinária, as regiões Sul e Sudeste são as que mais
demandam o STF.
No que se refere às ações de controle direto de constitucionalidade das leis, percebe-se uma concentração da
litigiosidade nas regiões Centro-Oeste e no Estado da Paraíba.
Figura 3 - Mapa dos casos novos por origem e competência

Recursos Extraordinários Recursos Ordinários

RR AP RR AP

AM PA AM PA
MA CE MA CE
RN RN
PI PB PI PB
PE PE
AC AL AC AL
TO SE TO SE
RO RO
MT BA MT BA
DF DF
GO GO
Abaixo de 388 MG Abaixo de 3 MG
388 |− 648 ES 3 |− 8 ES
MS MS
648 |− 1.249 SP RJ 8 |− 16 SP RJ
1.249 |− 4.659 16 |− 50
PR PR
Acima de 4.659 Acima de 50
SC SC
RS RS

Controle Concentrado Remédios Constitucionais

RR AP RR AP

AM PA AM PA
MA CE MA CE
RN RN
PI PB PI PB
PE PE
AC AL AC AL
TO SE TO SE
RO RO
MT BA MT BA
DF
GO GODF
Indisponivel MG Abaixo de 47 MG
Abaixo de 3 ES 47 |− 83 ES
MS MS
3 |− 4 83 |− 140
SP RJ SP RJ
4 |− 5 140 |− 396
5 |− 7 PR Acima de 396 PR
Acima de 7 SC SC
RS RS

59
Relatório Supremo em ação 2017

Medidas de Matéria Penal Originária Outros

RR AP RR AP

AM PA AM PA
MA CE MA CE
RN RN
PI PB PI PB
PE PE
AC AL AC AL
TO SE TO SE
RO RO
MT BA MT BA
DF DF
Indisponivel GO GO
Abaixo de 1 MG Abaixo de 12 MG
ES 12 |− 14 ES
1 |− 3 MS MS
3 |− 4 SP RJ 14 |− 22 SP RJ
4 |− 8 22 |− 32
PR PR
Acima de 8 Acima de 32
SC SC
RS RS

60
em ação

7 Tempo de Tramitação Processual


Esta seção tem por objetivo apurar o tempo de duração dos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal,
considerando a diferença entre a data da baixa do processo e a data de autuação. Em se tratando de processos não
solucionados, computa-se o período entre a autuação e data-base de cálculo de 31 de dezembro de 2016.
Nas análises que se seguem, foram considerados 723.579 processos que tramitaram no Supremo Tribunal Federal
no período de 2009 a 2016, dos quais 666.142 (92,1%) foram baixados e 57.437 (7,9%) permaneciam pendentes no
final do ano de 2016.
O Gráfico 29 mostra o tempo médio de tramitação, pelo qual é possível constatar que as médias de duração do
processo pendente e do processo baixado estão reduzindo ao longo do tempo. Em 2016, os processos solucionados
duraram, em média, oito meses, sendo que entre 2009 e 2011, a duração média era mais do dobro do observado em
2016 (de um ano e três meses a um ano e meio). Os processos pendentes são os mais antigos e estão no acervo do
STF, em média, há dois anos e três meses. Apesar de o tempo médio do acervo ser o triplo do tempo médio do caso
solucionado, observa-se que o ano de 2016 foi o primeiro na série histórica em que a média foi inferior a três anos,
tendo alcançado redução significativa em relação a 2015 e registrado diminuição média de dez meses na duração
do processo. Isso demonstra que os processos têm sido julgados de maneira mais célere, inclusive os mais antigos.

Gráfico 29 – Série histórica do tempo médio de tramitação dos processos no Supremo Tribunal Federal

5 4a6m
4a2m 4a1m 4a1m
Tempo de Tramitação (anos)

4 3a8m 3a6m
3a1m
3
2a3m
2 1a6m 1a4m 1a3m
1a1m 1a0m 10m 9m 8m
1

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
ano da baixa e ano do acervo

Pendente Baixado

É relevante contrastar os valores médios com os valores medianos, visto que a média é muito influenciada por
casos extremos, sobretudo, por processos muito antigos. O tempo médio de tramitação dos baixados em 2016 foi
de oito meses, enquanto o tempo mediano foi de três meses. Isso significa dizer que 50% dos processos foram
solucionados em menos de três meses. O mesmo traço ocorre no tempo do acervo. Enquanto o tempo médio do
processo pendente é de dois anos e três meses, o tempo mediano é de nove meses.
Ademais, entre os processos baixados em 2016, 87,1% duraram menos de um ano e 5,5% duraram de um a dois anos.
Foram baixados 424 processos com mais de dez anos de duração, correspondendo a 0,5% dos casos solucionados.
Por outro lado, ainda existem no acervo 2.539 processos tramitando há mais de uma década, correspondendo a 4,4%
dos casos pendentes (Gráfico 30).

61
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 30 – Idade dos processos que tramitaram em 2016 no Supremo Tribunal Federal
Mais de 30 anos 3 (0%) 23 (0%)

De 20 a 30 anos 20 (0%) 159 (0,3%)

De 10 a 20 anos 401 (0,5%) 2.357 (4,1%)

De 9 a 10 anos 241 (0,3%) 1.170 (2%)

De 8 a 9 anos 234 (0,3%) 971 (1,7%)

De 7 a 8 anos 391 (0,5%) 1.260 (2,2%)

De 6 a 7 anos 464 (0,5%) 1.499 (2,6%)

De 5 a 6 anos 722 (0,8%) 1.390 (2,4%)

De 4 a 5 anos 709 (0,8%) 1.696 (3%)

De 3 a 4 anos 1.207 (1,4%) 2.331 (4,1%)

De 2 a 3 anos 1.964 (2,3%) 3.241 (5,6%)

De 1 a 2 anos 4.751 (5,5%) 8.395 (14,6%)

Menos de 1 ano 74.873 (87,1%) 32.945 (57,4%)

Baixados 2016 Estoque 2016

O estudo do tempo de tramitação dos processos pode ser complementado a partir da utilização de curvas de
sobrevivência - as curvas de Kaplan-Meier. A vantagem desse método com o adotado no Gráfico 30 é que as faixas
de tempo não ficam fixas e o leitor é livre para identificar para qualquer tempo e qualquer faixa de probabilidade, o
percentual de processos que duram mais ou menos que um determinado número de anos.
As curvas de sobrevivência sempre apresentarão comportamento decrescente, pois todos os processos levam
um tempo maior do que zero para serem solucionados. Além disso, elas tendem a terminar em valores próximos à
probabilidade de 0%, já que a partir de determinada data, há grande chance de que os casos já tenham sido baixados.
Uma característica importante desse tipo de metodologia é a “censura”, que é caracterizada por dados que não
foram completamente observados e que nesta aplicação corresponde aos processos pendentes. Quando o número
de casos “censurados” (pendentes) é muito grande, as caudas das curvas ficam mais distantes de 0%.
O Gráfico 31 exibe a curva de sobrevivência dos processos que tramitaram no período decorrido entre os anos
de 2009 a 2016. Observa-se que 72,4% dos processos tramitaram por menos de um ano; 15,9% apresentaram um
tempo de trâmite entre 1 e 3 anos; 6,5% entre 3 e 5 anos e somente 5,2% dos processos duraram mais que 5 anos.
Gráfico 31 – Curva de sobrevivência do tempo de tramitação dos processos
100%

90%

80%

70%
% de processos

60%

50%

40%

30% 27,6% dos processos têm mais que 1 ano de tramitação


20%
11,7% dos processos têm mais que 3 anos de tramitação
10%
5,2% dos processos têm mais que 5 anos de tramitação
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
idade em anos
62
em ação

7.1 Tempo de Tramitação por Competência Constitucional


No Gráfico 32 é possível verificar que, dos 2.539 processos do acervo com idade superior a uma década, 1.268
(50%) são recursos extraordinários e 720 (28%) são de controle concentrado. Apesar disso, os processos de recurso
extraordinário correspondem ao grupo de classes com menor tempo de duração, quando comparado com as outras
competências constitucionais do Supremo. No período analisado, de 2009 a 2016, tais processos são os mais céleres,
sendo solucionados, em média, dentro de 1 ano (Gráfico 33).
Os processos mais demorados são os de controle concentrado, levando, em média, mais de 7 anos para serem
resolvidos. Entre os casos baixados em 2016, cerca de 33,6% já estavam tramitando a mais de uma década (Gráfico
32).
Apesar de o tempo médio do processo baixado estar reduzindo ano após ano, tal comportamento não se dá em
todas as competências constitucionais. Principalmente nas ações de controle concentrado, em que há crescimento
do tempo do processo baixado, significando que o julgamento de casos mais antigos está sendo priorizado.

Gráfico 32 – Idade dos processos que tramitaram em 2016 segundo a competência constitucional

Recursos Extraordinários
Mais de 30 anos 11 (0%)

De 20 a 30 anos 8 (0%) 25 (0,1%)

De 10 a 20 anos 242 (0,3%) 1.232 (2,9%)

De 9 a 10 anos 173 (0,2%) 820 (2%)

De 8 a 9 anos 158 (0,2%) 614 (1,5%)

De 7 a 8 anos 249 (0,3%) 683 (1,6%)

De 6 a 7 anos 278 (0,4%) 769 (1,8%)

De 5 a 6 anos 336 (0,5%) 738 (1,8%)

De 4 a 5 anos 421 (0,6%) 895 (2,1%)

De 3 a 4 anos 797 (1,1%) 1.267 (3%)

De 2 a 3 anos 1.335 (1,8%) 1.910 (4,5%)

De 1 a 2 anos 3.598 (4,9%) 6.081 (14,5%)

Menos de 1 ano 65.866 (89,7%) 26.937 (64,2%)

Baixados 2016 Estoque 2016

63
Relatório Supremo em ação 2017

Recursos Ordinários

De 10 a 20 anos 10 (1,5%) 22 (1,8%)

De 9 a 10 anos 4 (0,6%) 16 (1,3%)

De 8 a 9 anos 3 (0,4%) 28 (2,3%)

De 7 a 8 anos 16 (2,4%) 29 (2,4%)

De 6 a 7 anos 10 (1,5%) 24 (2%)

De 5 a 6 anos 25 (3,7%) 31 (2,6%)

De 4 a 5 anos 21 (3,1%) 65 (5,3%)

De 3 a 4 anos 45 (6,6%) 135 (11,1%)

De 2 a 3 anos 80 (11,8%) 172 (14,2%)

De 1 a 2 anos 84 (12,4%) 211 (17,4%)

Menos de 1 ano 382 (56,2%) 482 (39,7%)

Baixados 2016 Estoque 2016

Controle Concentrado

De 20 a 30 anos 8 (6,3%) 107 (4,8%)


De 10 a 20 anos 34 (27%) 613 (27,7%)
De 9 a 10 anos 2 (1,6%) 90 (4,1%)
De 8 a 9 anos 6 (4,8%) 106 (4,8%)
De 7 a 8 anos 10 (7,9%) 127 (5,7%)
De 6 a 7 anos 6 (4,8%) 109 (4,9%)
De 5 a 6 anos 7 (5,6%) 124 (5,6%)
De 4 a 5 anos 6 (4,8%) 160 (7,2%)
De 3 a 4 anos 6 (4,8%) 181 (8,2%)
De 2 a 3 anos 7 (5,6%) 94 (4,3%)
De 1 a 2 anos 14 (11,1%) 251 (11,4%)
Menos de 1 ano 20 (15,9%) 249 (11,3%)

Baixados 2016 Estoque 2016

64
em ação

Matéria Penal

De 10 a 20 anos 1 (0,4%) 8 (1,4%)

De 9 a 10 anos 3 (1,1%) 4 (0,7%)

De 8 a 9 anos 1 (0,4%) 5 (0,9%)

De 7 a 8 anos 7 (2,5%) 7 (1,2%)

De 6 a 7 anos 4 (1,4%) 13 (2,3%)

De 5 a 6 anos 10 (3,6%) 41 (7,2%)

De 4 a 5 anos 12 (4,3%) 23 (4%)

De 3 a 4 anos 12 (4,3%) 70 (12,3%)

De 2 a 3 anos 30 (10,7%) 38 (6,7%)

De 1 a 2 anos 51 (18,2%) 187 (32,9%)

Menor de 1 ano 149 (53,2%) 172 (30,3%)

Baixados 2016 Estoque 2016

Remédios Constitucionais

De 20 a 30 anos 1 (0%)
De 10 a 20 anos 57 (0,6%) 110 (1,3%)
De 9 a 10 anos 33 (0,3%) 74 (0,9%)
De 8 a 9 anos 35 (0,3%) 71 (0,8%)
De 7 a 8 anos 65 (0,6%) 221 (2,6%)
De 6 a 7 anos 116 (1,1%) 455 (5,4%)
De 5 a 6 anos 286 (2,8%) 301 (3,6%)
De 4 a 5 anos 210 (2,1%) 389 (4,6%)

De 3 a 4 anos 270 (2,7%) 454 (5,4%)


De 2 a 3 anos 412 (4,1%) 796 (9,4%)
De 1 a 2 anos 870 (8,6%) 1.226 (14,5%)
Menos de 1 ano 7.782 (76,8%) 4.371 (51,6%)

Baixados 2016 Estoque 2016

65
Relatório Supremo em ação 2017

Outros
Mais de 30 anos 3 (0,2%) 12 (0,4%)
De 20 a 30 anos 3 (0,2%) 27 (0,9%)
De 10 a 20 anos 57 (4,4%) 372 (12,4%)
De 9 a 10 anos 26 (2%) 166 (5,5%)
De 8 a 9 anos 31 (2,4%) 147 (4,9%)
De 7 a 8 anos 44 (3,4%) 193 (6,4%)
De 6 a 7 anos 50 (3,9%) 129 (4,3%)
De 5 a 6 anos 58 (4,5%) 155 (5,2%)
De 4 a 5 anos 39 (3%) 164 (5,5%)
De 3 a 4 anos 77 (5,9%) 224 (7,5%)
De 2 a 3 anos 100 (7,7%) 231 (7,7%)
De 1 a 2 anos 134 (10,3%) 439 (14,7%)
Menos de 1 ano 674 (52%) 734 (24,5%)

Baixados 2016 Estoque 2016

Gráfico 33 – Série histórica do tempo médio dos processos baixados de 2009-2016 e dos processos pendentes em
2016, segundo a competência constitucional
Recursos Extraordinários Recursos Ordinários

5 4a3m 8
3a11m 3a9m 6a5m
3a8m 5a10m
4 3a2m 3a 6 4a10m
2a6m 4a2m
3
1a10m 3a4m 3a8m 3a4m
4
2 2a5m
2
1 1a7m 1a4m 2a9m 2a8m 2a10m
1a3m 1a 11m 9m 1a7m 1a6m 1a4m 1a5m 1a9m
0 7m 7m 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Baixado Pendente Baixado Pendente

Controle Concentrado Matérias Penais Originárias

15 5 4a5m
12a 11a9m 11a4m 3a11m 4a1m 3a10m
10a9m10a1m 3a6m 3a4m
10a1m 4
10 8a7m 2a9m
7a9m
3 2a4m
9a7m
2
5 6a9m 7a2m 7a7m 2a3m
5a11m 6a5m 6a7m 1 1a10m 1a11m
2a2m 2a 2a
4a9m 1a6m 1a7m
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Baixado Pendente Baixado Pendente

Remédios Constitucionais Outros


7a4m 7a7m 7a4m 7a
5 8 6a7m 6a2m
4a 4a 4a 3a9m 3a9m 3a7m 5a10m
4 3a 6 4a11m
3 2a1m 4
2
2
1 1a6m 1a6m 2a8m 2a5m 2a9m
11m 1a1m 1a2m 1a 1a 1a11m 1a10m 1a10m 2a1m 2a4m
0 10m 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Baixado Pendente Baixado Pendente


66
em ação

A análise unicamente da média é insuficiente para compreender o tempo de tramitação, pois além de a medida
ser influenciada por valores extremos, trata-se de uma única medida de posição, simplista demais para o estudo
em pauta. Assim sendo, as análises a seguir baseiam-se nas curvas de sobrevivência segundo a competência
constitucional (Gráfico 34).
Aproximadamente 79,8% dos recursos extraordinários foram baixados em até um ano e meio; 81,2% dos remédios
constitucionais foram encerrados antes de dois anos de tramitação e, em quatro anos, pouco mais de 13% dos
processos de competência penal originária e recursos ordinários ainda estavam pendentes.
Os números mostram, ainda, que em menos de cinco anos, mais de 91,4% de todos os processos ingressados a
partir de 2009 já haviam sido baixados, considerados todos os recursos extraordinários e ordinários, os remédios
constitucionais e os processos que veiculam matéria penal de competência originária.
A competência de controle concentrado de constitucionalidade é a que apresenta os resultados mais tímidos na
curva da sobrevivência. (Gráfico 34).
No período de oito anos, menos de 50% das ações de controle concentrado de constitucionalidade ingressadas
foram efetivamente baixadas, resultado que já se podia antever pela alta Taxa de Congestionamento (Gráfico 27)
e baixo Índice de Atendimento à Demanda (Gráfico 28) verificados nos processos relativos a esta competência do
Supremo Tribunal Federal.

Gráfico 34 - Curvas de sobrevivência segundo a competência constitucional


100%

90%

80%

70%
% de processos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
idade em anos
Recursos Extraordinários Controle Concentrado Matéria Penal
Recursos Ordinários Remédios Constitucionais Outros

67
Relatório Supremo em ação 2017

8 A Competência Penal do Supremo


Tribunal Federal
Além das competências originárias classificadas, conforme a Figura 2, que incluem as classes Inq (Inquérito), AP
(Ação Penal), EP (Execução Penal), Ext (Extradição), PPE (Prisão Preventiva para Extradição) e RvC (Revisão Criminal),
também são incluídos os processos das classes HC (Habeas corpus) e RHC (Recurso Ordinários em habeas corpus)
e outros casos em que o assunto do processo verse sobre matéria penal, independentemente da classe processual.
Em 2016, ingressaram 12.033 processos penais, foram baixados 11.283 e estavam pendentes ao final do ano um
total de 7.930 casos. Em relação ao total de processos do STF, tais números correspondem a 13% dos casos novos e
baixados e a 14% do acervo. Para fins de comparação, o percentual de representatividade dos casos novos criminais
é de 24% no STJ; nos TRFs é de 5% e nos TJs é de 22%; e no 1º grau, é de 3% nas varas federais e de 12,8% nas
comarcas estaduais.
O Gráfico 35 aponta para uma série crescente de casos novos e baixados, especialmente a partir de 2013.
O movimento de alta dos casos novos foi influenciado pela significativa participação dos habeas corpus no total
de processos criminais; classe que registrou 45% de variação em apenas dois anos. Os processos baixados vêm
apresentando trajetória de crescimento em ordem similar à demanda. Assim, o desempenho positivo nos casos penais
impacta no estoque de casos pendentes, que atingiu seu menor valor em 2014.
Gráfico 35 – Série histórica do número de processos penais novos, baixados e pendentes
12.033
12.000 10.518
10.524
11.283
10.000 8.955 9.312
8.061 8.642 9.950
7.852
8.000 7063 7.154 7.102
7254 7.306 6.535
6.0006389 6606 6.878 7.747
6845 6.883
6088 6.122
4.000

2.000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Casos Novos Processos Baixados Casos Pendentes

A forma de ingresso de matérias penais mais frequente é o habeas corpus (HC), que concentra 54% dos casos
novos, 54% dos casos baixados e 46% do acervo. Somando-se os Recursos Ordinários em habeas corpus (RHC),
tais percentuais sobem para 59%, 58% e 56%, respectivamente.
A segunda forma mais frequente de demandar o Supremo em matéria penal se dá por intermédio dos Recursos
Extraordinários, especialmente na forma do ARE (Gráfico 36). Tais tipos de processos são os responsáveis por 33%
dos casos novos criminais.

68
em ação

Gráfico 36 – Número de processos penais novos segundo a classe processual

13.000
12.033

11.000
10.518

9.312
9.000

8.642
Habeas Corpus
Recursos Extraordinários
7.254 7.154 7.306
7.063 Recurso Ordinário em Habeas Corpus
7.000
Processos Novos

Inquérito
Extradição
Prisão Preventiva Para Extradição
5.000

Demais
3.000
1.000
0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

ano-base

A taxa de congestionamento das ações de matéria penal com competência originária, conforme consta no Gráfico
27, alcançou 67,0% em 2016, após algumas oscilações no período de 2009-2015. Considerando não somente os
casos originários, mas também os processos que ingressam no Supremo em grau de recurso, os habeas corpus, as
execuções, etc., a taxa de congestionamento é de 41% (Gráfico 37). Tal valor se assemelha à taxa de congestionamento
total do Supremo, que, conforme Gráfico 7, é de 40%.
Gráfico 37 – Taxa de congestionamento e índice de atendimento à demanda dos processos penais
120%
113,0%
110% 103,6%
100% 96,9% 96,2% 94,6%
93,8%
90% 83,9% 83,8%

80%
Taxa

70%

60% 56,8%
51,2% 50,0%
49,1%
50% 46,4%
41,7% 41,0%
38,3%
40%

30%

20%
Taxa de Congestionamento
10% IAD

0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

A Tabela 4 traz dados referentes ao número de casos novos, pendentes e baixados, assim como a taxa de
congestionamento e o índice de atendimento à demanda no ano de 2016 dos processos criminais. A maior taxa de
congestionamento criminal refere-se aos processos de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Nessa classe, dos 51
processos que tramitaram em 2016, cinquenta ainda estão pendentes e apenas um foi baixado. Como apresentado
no Capítulo 7, os processos de controle concentrado de constitucionalidade são os que apresentam a maior taxa de
congestionamento. Por outro lado, com menos de 40% de congestionamento, estão os processos das classes Prisão

69
Relatório Supremo em ação 2017

Preventiva para Extradição (taxa de 15,1%), Habeas corpus (taxa de 37,4%), Recurso Extraordinário com Agravo (taxa
de 33,5%) e Agravo de Instrumento (taxa de 32,6%).
Tabela 4 – Indicadores de litigiosidade dos processos penais em 2016, segundo a competência constitucional

Índice de
Competências Casos Processos Casos Taxa de
Classe Processual Atendimento
Constitucionais Novos Baixados Pendentes Congestionamento
à Demanda
Inq Inquérito 135 148 359 70,8% 109,6%
Ext Extradição 45 44 78 63,9% 97,8%

Matéria Penal Prisão Preventiva


PPE 34 45 8 15,1% 132,4%
de Competência Para Extradição
Originária AP Ação Penal 26 29 100 77,5% 111,5%
RvC Revisão Criminal 6 6 6 50,0% 100,0%
EP Execução Penal 1 8 17 68,0% 800,0%

Remédios HC Habeas corpus 6.491 6.049 3.617 37,4% 93,2%


Constitucionais Rcl Reclamação 443 317 346 52,2% 71,6%
Recurso Ordinário em
Recurso Ordinário RHC 614 496 809 62,0% 80,8%
Habeas corpus
Recurso
ARE Extraordinário com 3.391 3.340 1.681 33,5% 98,5%
Agravo
Recursos
Recurso
Extraordinários RE 512 449 472 51,2% 87,7%
Extraordinário
Agravo de
AI 90 124 60 32,6% 137,8%
Instrumento
Controle Ação Direta de
ADI 1 1 50 98,0% 100,0%
Concentrado Inconstitucionalidade
Pet Petição 130 96 116 54,7% 73,8%
AC Ação Cautelar 27 24 53 68,8% 88,9%
- Demais Classes 87 107 80 42,8% 123,0%
Total 12.033 11.283 7.852 41,0% 93,8%

Das 16.293 decisões em matéria criminal proferidas no ano de 2016, 12.245 (75%) foram terminativas. Entre
as 4.048 decisões não terminativas, 44% foram em recursos internos, 39% em liminares e 17% em interlocutórias
(Gráfico 38). Comparativamente ao total de decisões proferidas no STF, apresentadas no Gráfico 10, 13% das decisões
terminativas e 18% das não terminativas foram proferidas em processos de matéria penal.

70
em ação

Gráfico 38 – Série histórica das decisões terminativas e não terminativas em matéria penal
14.000

12.245
12.000
Terminativas
10.234
Não terminativas 10.031
10.000
9.049
Número de decisões

8.000
7.023
6.694 6.545 6.361
6.000

3.849 4.048
4.000 3.638
3.120 3.017
2.800 2.682 2.834

2.000

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ano base

8.1 Prescrição Penal


Considerando o universo de processos criminais, verificou-se o percentual de decisões de extinção da punibilidade
em relação ao total de decisões terminativas. Para esse cálculo foram excluídas as decisões em liminar, em recurso
interno, interlocutórias, de sobrestamento e em repercussão geral (todas do tipo não terminativa), já que a extinção
da punibilidade é um tipo de decisão final, portanto, é com esse universo que ela deve ser comparada.
Importante esclarecer que entre as causas de extinção da punibilidade está não somente a prescrição da
pretensão punitiva do Estado pelo decurso do prazo, mas também outras causas, como, por exemplo, morte da
parte, cumprimento da pena, cumprimento da suspensão condicional do processo ou da transação penal, perempção,
pagamento do débito no caso dos crimes tributários, etc. Logo, o índice de extinção da punibilidade será sempre
superior ao índice de prescrição.
A ocorrência da prescrição da pretensão punitiva no âmbito do Supremo Tribunal Federal deve ser analisada sob
dois prismas distintos: a) nas ações penais, casos em que os ministros reconhecem a extinção da punibilidade em
processos de sua competência e b) nos casos penais que ingressam no Supremo em grau de recurso. O Gráfico
39 traz os índices apenas no âmbito das ações penais originárias, indicando que a prescrição era de 0% em 2009 e
2010 e chegou a 18,8% em 2016. Na média do octênio, o índice de extinção da punibilidade nas ações penais foi de
11,6% e o índice de prescrição foi de 7,3%.

71
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 39 – Série histórica dos índices de extinção da punibilidade e de prescrição nas ações penais originárias
30,0%
25,9%
25,0%
19,7% Média do período
20,0% 18,8%
2009 – 2016
14,3% 18,8%
15,0%
Extinção da
10,0%
8,2% 13,6% punibilidade: 11,6%
10,0%
6,7% 11,4% Prescrição: 7,3%
5,0% 3,1%
6,7%
0,0% 0,0% 4,4%
0,0% 3,3%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Extinção da punibilidade Prescrição

Para fins de avaliação dos índices apresentados, optou-se por calcular os percentuais de prescrição nas instâncias
inferiores da Justiça Comum. Para tanto, foi utilizada a base de dados obtida pelo projeto “Selo Justiça em Números”11.
De posse de tais informações, os índices de extinção da punibilidade e da prescrição foram calculados relacionando-se
o número de decisões em que se extingue a punibilidade12 em relação ao total de processos julgados, com ou sem
mérito13. Os dados abrangem as sentenças proferidas nos anos de 2015 e de 2016.
Essas informações foram classificadas em dois grupos: a) os casos com origem no 1º grau de jurisdição, em que
foi identificada a presença ou não de prescrição, independentemente da decisão de extinção da punibilidade ter
ocorrido no primeiro grau ou em grau de recurso; e b) os casos originários de 2º grau. Os índices foram calculados
considerando apenas as ações penais, ou seja, excluindo classes como medidas cautelares, pedido de prisão
preventiva, pedido de prisão temporária, entre outras.
A extinção da punibilidade das ações penais na Justiça Comum é, nos processos originários de 2º grau, de 35,5%.
No 1º grau o índice é mais elevado do que no 2º grau. Alcançando, ao final de 2016, 47,0% de casos com extinção
da punibilidade, que abrange, entre outros fatores, a prescrição (Gráfico 40).
Quanto aos índices de prescrição nas ações penais propriamente ditas, foram encontrados os percentuais de
13,7% para os casos originários de 2º grau e 22,1% nos casos ingressados na primeira instância da Justiça Comum.
No STF, os índices de extinção da punibilidade e de prescrição das ações penais foram de, respectivamente, 11,6%
e 7,3% na média do octênio (2009-2016) e de 15,3% e 13,1% na média do biênio (2015-2016).

11 O projeto visa reconhecer e premiar os tribunais que se destacam pela excelência na qualidade dos dados. Por intermédio do mencionado projeto, todos os
tribunais que se candidataram ao Selo, encaminharam ao CNJ todos os dados em trâmite em 10 de setembro de 2016, além de todos os casos baixados desde 1º
de janeiro de 2015. A partir dessa data, os tribunais devem permanecer enviando mensalmente ao CNJ as informações de processos que tenham sido alterados,
criados ou solucionados em cada mês de referência. O CNJ constituiu uma rica base de dados que contém as informações de cada processo judicial, com deta-
lhamento das classes, dos assuntos, as movimentações processuais segundo as Tabelas Processuais Unificadas do CNJ (Resolução n. CNJ 46/2007), além de
dados com qualificação das partes, endereço, unidade judiciária, entre outras. Por não ter caráter obrigatório, alguns tribunais de justiça não se inscreveram para
concorrer ao Selo, e logo, não encaminharam a base de dados. São eles: TJSP e TJRN. Em outros casos, os tribunais encaminharam os dados, mas não seguem
até hoje as Tabelas Processuais Unificadas de movimentos, e por isso também não estão contemplados nas análises. Dessa forma, os dados apurados contem-
plam informações provenientes de dezesseis tribunais de justiça.
12 A prescrição segundo as Tabelas Processuais Unificadas é identificada pela ocorrência de um dos movimentos 1045, 471 ou 11878. A extinção da punibilidade
abrange, além desses, também os movimentos de código 973, 1043, 1050, 11411, 12028, 11879, 1042, 1049, 1048, 1045, 1046, 11801, 1047 e 1044.
13 Hierarquia das Tabelas Processuais Unificadas de número 193 (julgamento), exceto os casos de acolhimento ou não de embargos de declaração.
72
em ação

Gráfico 40 – Índices de Extinção da Punibilidade e de Prescrição apurados no biênio 2015 a 2016, referentes às ações
penais com origem no 1º grau, no 2º grau e no STF
50,0% 47,0%
45,0%
40,0%
35,5%
35,0%
30,0%
25,0% 22,1%
20,0%
13,7% 15,3% 13,1%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
1º Grau 2º Grau STF
Origem do processo

Extinção da Punibilidade Prescrição

Já no caso dos habeas corpus, originários e recursais, e dos recursos extraordinários (ARE, RE e AI), dificilmente
haverá a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva, porquanto trata-se de aplicação das regras constantes do
Código Penal. Em outras palavras, o reconhecimento da prescrição envolve matéria infraconstitucional, realizado pelos
juízes, tribunais e, eventualmente pelo próprio STJ. Assim sendo, os valores registrados de extinção de punibilidade
e prescrição nas referidas classes processuais devem ser próximos de zero. O Gráfico 41 comprova esse fenômeno.

Gráfico 41 – Índice de extinção da punibilidade penal segundo as classes processuais


Média do Período 2009-2016: 0,02% Média do Período 2009-2016: 0,4%
0,10% 0,09% 0,7% 0,7%
0,09%
0,6% 0,5%
0,08%
0,07% 0,5%
0,06% 0,4%
0,4%
0,05% 0,3% 0,3%
0,04% 0,3%
0,03% 0,02% 0,02% 0,2%
0,02% 0,01% 0,1% 0,1% 0,2%
0,1%
0,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0,00% 0,0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Habeas Corpus e Recurso em Habeas Corpus Recursos extraordinários

Média do Período 2009-2016: 11,6% Média do Período 2009-2016: 0,2%

30,0% 0,5%
25,9% 0,4%
0,5%
25,0% 0,4% 0,4%
19,7% 18,8% 0,4%
20,0%
0,3% 0,3%
14,3% 0,2%
15,0% 0,3%
10,0% 0,2% 0,2%
10,0% 8,2%
0,2% 0,1% 0,2%
5,0% 6,7% 0,1%
0,1%
0,0% 3,1% 0,0% 0,0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ação penal Total

73
Relatório Supremo em ação 2017

9 Repercussão Geral
A Emenda Constitucional n. 45/2004 incluiu um novo requisito de admissibilidade ao Recurso Extraordinário,
exigindo a “repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso”, a qual pode ser negada mediante o
voto de dois terços dos ministros da Corte.
O instituto da repercussão geral foi regulamentado pelo Código de Processo Civil e pelo Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal entre os anos de 2006 e 2007, estando em prática, portanto, há dez anos.
Com a repercussão geral, o acesso ao Supremo Tribunal Federal por via recursal fica condicionado à demonstração
de relevância econômica, política, social ou jurídica da questão versada no Recurso Extraordinário que, ademais,
tem o condão de sobrestar o andamento dos demais processos que estejam em tramitação, sobre a mesma matéria
constitucional, no próprio Supremo Tribunal Federal e nos tribunais inferiores.
No caso de não reconhecimento do requisito pelo STF, os tribunais ficam autorizados a inadmitir liminarmente
todos os feitos sucessivos aos considerados como paradigmas da discussão submetida ao Supremo. De modo
análogo, reconhecida a repercussão geral da matéria, a decisão de mérito pode ser desde logo aplicada aos Recursos
Extraordinários que a repliquem, potencializando o efeito multiplicador do pronunciamento do Supremo Tribunal
Federal.

9.1 Os Temas de Repercussão Geral


Desde a regulamentação do instituto, o Supremo Tribunal Federal já apreciou a repercussão geral de 943 temas
dos quais 633 (67,1%) tiveram a repercussão geral da matéria reconhecida (Gráfico 42).
O Gráfico 43 mostra que 56% dos processos com repercussão geral reconhecida já tiveram o mérito julgado, em
contrapartida 44% ainda aguardam o julgamento do Supremo.

Gráfico 42 – Percentual de processos de Gráfico 43 – Situação dos processos com repercussão


repercussão geral, entre temas reconhecidos ou não geral reconhecida

32,9%
42,7% 44,1%

67,1%

5,4% 7,9%

Sim Não Mérito não julgado Mérito julgado


Acórdão de mérito publicado Trânsito em Julgado

74
em ação

É importante destacar que dos 354 temas julgados, na grande maioria dos casos (254), a Corte se defrontou
com novas discussões constitucionais ou mesmo com a necessidade de revisitar sua jurisprudência para superar
o entendimento até então dominante (overrruling). Em outros 99 temas, o STF reconheceu a repercussão geral da
matéria para reafirmar sua jurisprudência e emprestar aos precedentes a força vinculante e o potencial replicador
previstos no Código de Processo Civil de 2015 com as alterações promovidas pela Lei n. 13.256, de 2016.
O Supremo Tribunal Federal negou a existência de repercussão geral em outros 308 casos: em 266 oportunidades
reputou a matéria como infraconstitucional e em 42, como irrelevantes.
Somente em 2016, dos 89.959 processos ingressados no STF, 83,25% foram Recursos Extraordinários, o que dá
a dimensão da carga de trabalho empregada para a análise da admissibilidade de tais recursos e, por consequência,
sua filtragem pelo mecanismo da repercussão geral.

9.2 Tempo de Tramitação dos Temas


Para analisar o tempo de tramitação dos temas de repercussão geral é necessário considerar tanto aqueles que já
tiveram a tese firmada por decisão transitada em julgado quanto os que permanecem pendentes de decisão de mérito.
A apresentação do tempo de tramitação dos temas que já tiveram decisões de mérito definitivas em contraste
com os que permanecem pendentes visa evitar diagnósticos distorcidos. É que, se há uma tendência de priorização
dos temas mais recentes, encontra-se baixo tempo médio de trâmite dos temas cujo mérito já foi decidido, ao passo
que a maior demora se verificaria no tempo médio de tramitação dos temas pendentes.
Por outro lado, se o Supremo se dedicasse aos temas mais antigos, o impacto seria sentido na redução do tempo
médio de tramitação dos temas pendentes, compensado por um tempo mais alto de tramitação entre os temas já
decididos definitivamente.
O contraste entre uma situação e outra é apresentado abaixo (Gráfico 44)14, no qual estão demonstrados, lado a
lado, por faixa de tempo, os temas cujo mérito já foi decidido e aqueles que ainda não tiveram o mérito julgado em
definitivo. Importante esclarecer que, com relação a estes últimos, o tempo de tramitação foi calculado a partir da
decisão que apreciou a preliminar de repercussão geral até o dia 6 de junho de 2017.
Verifica-se que dos temas já julgados, a maioria (54,12%) demorou menos de um ano do reconhecimento da
repercussão geral da matéria até o trânsito em julgado da decisão de mérito. Por outro lado, os temas ainda não
decididos tendem a permanecer pendentes por períodos mais longos, tanto assim que 20% deles demoraram de
cinco a seis anos do reconhecimento da repercussão geral à fixação da tese. (Gráfico 44)

14 Como o trânsito em julgado das decisões de mérito é demarcado com um movimento processual (848 – Trânsito em julgado) específico ao passo que a data
do julgamento do mérito do Tema pode, eventualmente, se confundir com a data da decisão de reconhecimento da repercussão geral, optou-se pela data do
trânsito em julgado da decisão de mérito para a análise do tempo de tramitação dos Temas.

75
Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 44 – Tempo de Tramitação dos Temas de Repercussão Geral

De 9 a 10 anos 16 (4,3%)

De 8 a 9 anos 1 (0,2%) 18 (4,8%)

De 7 a 8 anos 10 (1,8%) 30 (8%)

De 6 a 7 anos 30 (5,3%) 53 (14,1%)


Tempo de tramitação

De 5 a 6 anos 34 (6%) 75 (20%)

De 4 a 5 anos 27 (4,8%) 39 (10,4%)

De 3 a 4 anos 64 (11,3%) 35 (9,3%)

De 2 a 3 anos 46 (8,1%) 36 (9,6%)

De 1 a 2 anos 48 (8,5%) 40 (10,7%)

Menos de 1 ano 308 (54,2%) 33 (8,8%)

Com Trânsito em Julgado Sem Trânsito em Julgado

9.3 Processos sobrestados nas instâncias inferiores


Uma das características marcantes da repercussão geral é o poder de gerar o sobrestamento de todos os
processos tramitando no Poder Judiciário que versem acerca da mesma questão15.
Um dos primeiros aspectos a serem observados é a quantidade de processos sobrestados por tema.
Os temas que envolvem questões relativas aos expurgos inflacionários gerados por planos econômicos das
décadas de 1980 e 1990 (temas 264, 265, 284 e 285) são aqueles que somam a maior quantidade de processos
sobrestados aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal. São 656.541 processos suspensos em todo o País
(Gráfico 45).
O tema 503, que trata da possibilidade de conversão de aposentadoria proporcional em aposentadoria integral
por meio do que se convencionou chamar de desaposentação ainda soma mais de cem mil processos no Brasil. O
Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso Extraordinário n. 661.256 em 27 de outubro de 2016, porém, em razão
da não publicação do acórdão, muitos tribunais não têm, ainda, aplicado a tese firmada pela Suprema Corte.
Percebe-se, ainda, na lista apresentada abaixo (Gráfico 45), a predominância de temas que têm por característica
a presença do Estado no polo passivo das relações jurídico processuais, como é o caso dos temas 810, 246, 96 e 6,
os quais, somados, vinculam 164.123 processos.

15 Código de Processo Civil, art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitu-
cional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
(...)
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

76
em ação

Gráfico 45 - Os 10 temas com maior quantidade de processos sobrestados


Tema 264: Expurgos inflacionários e Planos
econômicos 322.499

Tema 265: Correção monetária, expurgos inflacioná-


164.869
rios e Planos econômicos

Tema 285: Expurgos inflacionários e Plano Collor II 106.572

Tema 503: Desaposentação e conversão da


101.319
aposentadoria
Tema 810: Juros e correção monetária de condena-
68.819
ções contra a Fazenda Pública

Tema 284: Expurgos inflacionários e Plano Collor I 62.601

Tema 246: Terceirização de mão de obra e


Administração Pública 50.712

Tema 96: Juros de Mora e Precatórios 25.168

Tema 6: Fornecimento de medicamento e dever do


Estado 19.424

Tema 163: Verbas trabalhistas e incidência de


contribuição previdenciária 19.424

A pesquisa acerca de onde se encontram os processos sobrestados em razão dos temas mais relevantes revela
que os temas de repercussão geral tendem a afetar mais diretamente a jurisdição nas Justiças Federal e Estadual.
Destaca-se, nesse particular, o tema 503, cujos processos sobrestados encontram-se, quase integralmente, na
Justiça Federal (em virtude do INSS, uma autarquia federal, ser o demandado por excelência em questões relativas
ao instituto da desaposentação). E o tema 246, cujos processos encontram-se no Tribunal Superior do Trabalho –
uma vez que o tema refere-se à responsabilidade trabalhista da Administração Pública pelos encargos decorrentes
de contratação de mão de obra terceirizada, matéria tipicamente da competência da Justiça do Trabalho no período
posterior à EC n. 45, de 2004.
Gráfico 46 – Percentual de processos sobrestados segundo o ramo de Justiça

Tema 264: Expurgos inflacionários e Planos econômicos 20,3% 79,7%

Tema 265: Correção monetária, expurgos inflacionários e Planos econômicos 52,1% 47,9%

Tema 285: Expurgos inflacionários e Plano Collor II 60,0% 40,0%

Tema 503: Desaposentação e conversão da aposentadoria 99,9%

Tema 810: Juros e correção monetária de condenações contra a Fazenda Pública 68,9% 31,1%

Tema 284: Expurgos inflacionários e Plano Collor I 87,9% 12,1%

Tema 246: Terceirização de mão de obra e Administração Pública 99,9%

Tema 96: Juros de Mora e Precatórios 77,1% 22,8%

Tema 6: Fornecimento de medicamento e dever do Estado 38,8% 61,2%

Tema 163: Verbas trabalhistas e incidência de contribuição previdenciária 87,7% 12,3%

Superiores Federal Estadual Trabalho

77
Relatório Supremo em ação 2017

Tabela 5 – Descrição dos cinco temas com maior número de processos sobrestados

Tema /
Ordem Processo Descrição
Paradigma
Agravo de instrumento interposto contra decisão que inadmitiu recurso
extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal,
Tema: 264
1º o direito, ou não, a diferenças de correção monetária de depósitos em caderne-
RE/626307
tas de poupança, por alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos
econômicos denominados Bresser e Verão.
Agravo de instrumento interposto contra decisão que inadmitiu recurso
extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal,
Tema: 265
2º o direito, ou não, a diferenças de correção monetária de depósitos em cader-
RE/591797
netas de poupança, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano
econômico denominado Collor I.
Agravo de instrumento interposto contra decisão que inadmitiu recurso
extraordinário em que se discute, o direito, ou não, a diferenças de correção
Tema: 285
3º monetária de depósitos em cadernetas de poupança, não bloqueados pelo Banco
RE/632212
Central do Brasil, por alegados expurgos inflacionários decorrentes do plano
econômico denominado Collor II.
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 5º, caput e XXXVI,
40, 194, 195, caput e §5º, e 201, §1º, da Constituição Federal, a possibilidade, ou
Tema: 503 não, de reconhecer validade jurídica ao instituto da desaposentação, por meio do

RE/661256 qual seria permitida a conversão da aposentadoria proporcional em aposenta-
doria integral, pela renúncia ao primeiro benefício e cômputo das contribuições
recolhidas posteriormente à primeira jubilação.
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 102, caput, l, e
195, § 5º, da Constituição Federal, a validade, ou não, da correção monetária e
Tema: 810 dos juros moratórios incidentes sobre condenações impostas à Fazenda Pública

RE/870947 segundo os índices oficiais de remuneração básica da caderneta de poupança
(Taxa Referencial – TR), conforme determina o art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997, com
a redação dada pela Lei n. 11.960/2009.

O Banco Nacional de Demandas Repetitivas e Precedentes Obrigatórios dispõe de dados referentes ao julgamento
de processos sobrestados julgados desde outubro de 2016. Assim, as informações referem-se aos processos que
foram julgados em todos os tribunais nesse período.
A grande maioria das decisões refere-se ao tema de repercussão geral5 que trata da incorporação de uma diferença
de 11,98% na remuneração de servidores públicos em razão de equívocos na conversão de Cruzeiro Real para a URV,
e que, embora tenha sido julgado em 26 de setembro de 2013, foi objeto de Embargos de Declaração cujo acórdão
foi publicado no dia 22 de fevereiro de 2016. Desse universo, 5.177 processos foram julgados pelo Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo.

78
em ação

Gráfico 47 - Os 10 temas de maior impacto em virtude de julgamento de mérito

Tema 5: Compensação de 11,98% e Conversão da URV 5.186

Tema 660: Devido Processo legal e aplicação da


1.574
legislação infraconstitucional

Tema 152: Renúncia genérica e PDV 1.423

Tema 810: Juros e correção monetária de 951


condenações contra a Fazenda Pública

Tema 848: Ação Civil Pública e limites da coisa julgada 789

Tema 339: Fundamentação de Decisões Judiciais 662

Tema 715: Decisão em ação coletiva e limites territoriais 411

Tema 913: Reestruturação remuneratória de


390
servidores públicos

Tema 264: Expurgos inflacionários e Planos


295
econômicos
Tema 503: Desaposentação e conversão
286
da aposentadoria

Tabela 6 – Descrição dos cinco temas com mérito julgado que tiveram maior impacto no sobrestamento
Tema /
Ordem Processo Descrição
Paradigma
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 5º, XXXVI; 37, XIV; e
Tema: 5 169, § 1º, I e II, da Constituição Federal, o direito, ou não, à compensação da diferença

RE/561836 de 11,98%, resultante da conversão em URV dos valores expressos em cruzeiros reais,
com o reajuste ocorrido na data-base subsequente.
Agravo de decisão que inadmitiu recurso extraordinário em que se discute, à luz
do art. 5º, II e LV, da Constituição Federal, o cerceamento de defesa da parte ora
Tema: 660
2º agravante decorrente da ausência de intimação, para que se manifestasse acerca dos
ARE/748371
cálculos relativos à purgação da mora na alienação fiduciária, requerida, nos termos
do art. 3º, § 2º, do Decreto-Lei n. 911/1969, pelo devedor fiduciante.

Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 5º, XXXVI; e 7º, XXVI,
Tema: 152 da Constituição Federal, a validade, ou não, de renúncia genérica a direitos contida

RE/590415 em termo de adesão ao Programa de Desligamento Incentivado – PDI, com chancela
sindical e previsto em norma de acordo coletivo.
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 102, caput, l, e 195, §
5º, da Constituição Federal, a validade, ou não, da correção monetária e dos juros
Tema:810 moratórios incidentes sobre condenações impostas à Fazenda Pública segundo os

RE/590415 índices oficiais de remuneração básica da caderneta de poupança (Taxa Referencial
– TR), conforme determina o art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997, com a redação dada pela
Lei n. 11.960/2009.
Recurso extraordinário em que se discutem, à luz do art. 5º, XXI, da Constituição
Tema:848
5º Federal, os limites subjetivos de sentença condenatória genérica transitada em jul-
ARE/901963
gado proferida nos autos de ação civil pública ajuizada por associação.
79
Relatório Supremo em ação 2017

O Gráfico 48 apresenta o ritmo de julgamento de processos que estavam sobrestados mês a mês desde outubro
de 2016, marco inicial da base de dados.
Há uma curva descendente no ritmo de julgamentos no período referente ao recesso judiciário e datas
comemorativas de início do ano, com um pico de produtividade relativamente atípico no mês de abril. Qualifica-se
como atípico porque, no referido mês, dos 3.356 processos julgados, nada menos do que 2.649 feitos estavam
vinculados ao tema 5 e foram decididos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Gráfico 48 - Série histórica da quantidade de processos julgados
4.000

3.500 3.356
Quantidade de processos julgados

3.000
2.561
2.500

2.000 1.861
1.746
1.436
1.500 1.195
1.202
1.004
1.000

500

-
out.16 nov.16 dez.16 jan.17 fev.17 mar.17 abr.17 maio.17

80
em ação

10 Considerações Finais
A primeira edição do relatório Supremo em Ação aplicou às informações disponíveis acerca das atividades do
Supremo Tribunal Federal uma nova forma de sistematização e visualização, abarcando dados sobre litigiosidade,
recursos humanos, despesas e receitas, retratando as principais tendências na atuação do Tribunal nos últimos oito
anos, entre 2009 e 2016.
Os dados aqui apresentados permitiram constatar o vultuoso volume de trabalho a que o Supremo está submetido.
No período analisado, que vai de 1º/01/2009 a 31/12/2016, tramitaram no STF 723.579 processos, o que constitui
uma média de 65.780 processos por ministro. Isso implica dizer que, considerada a quantidade de dias úteis nesses
oito anos, cada ministro teve que lidar, em média, com 32,4 processos por dia.
Observou-se ao longo do tempo uma tendência de crescimento da demanda ao STF, passando de 63.732
processos novos, em 2009, para 89.959, em 2016, com um pico de 93.557 processos novos em 2015. Ocorreu uma
redução no estoque do Supremo nesse mesmo período, de 100.699 processos pendentes, em 2009, para 57.437
processos, em 2016, com o montante mais baixo verificado em 2015, num total de 53.457 pendentes.
Ao longo da série histórica verificou-se uma tendência de queda, acumulando uma queda de 17 pontos percentuais
nesses oito anos. A taxa de congestionamento caiu de 57,2% em 2009, para 40% em 2016.
Importante notar que algumas classes processuais apresentam taxas de congestionamento mais elevadas, como é
o caso das ações de controle concentrado. Esse aspecto revela uma atuação sobretudo da Corte nas tarefas próprias
de um tribunal de instrução ou revisão.
Foi constatada também uma tendência de redução da duração dos processos ao longo do tempo. Em 2016, os
processos solucionados duraram, em média, oito meses. Entre 2009 e 2011, a duração média era mais do dobro do
observado em 2016 (de um ano e três meses a um ano e meio). Apenas 5% dos processos decididos tiveram duração
acima de cinco anos.
Em 2016, os processos pendentes encontram-se, no acervo do STF, em média, há dois anos e três meses. Apesar
de o tempo médio do acervo ser elevado, é notória a tendência de redução nos últimos anos. O ano de 2016 foi o
primeiro na série histórica em que o tempo médio do estoque foi inferior a três anos. Existem 2.539 processos em
tramitação há mais de uma década, sendo a metade (50%) constituída por Recursos Extraordinários e 28% por casos
de Controle Concentrado (ADC, ADI, ADO, ADPF).
Houve uma redução de 43%, entre 2009 e 2016, no estoque processual do Supremo Tribunal Federal.
Quanto às classes processuais, nota-se um predomínio histórico das espécies recursais. Só em 2016 os agravos
em recurso extraordinário representaram 71,1% do total de processos novos no Tribunal. As classes AI (Agravo de
Instrumento), ARE (Agravo em Recurso Extraordinário), RE (Recurso Extraordinário), HC (Habeas Corpus) e Rcl
(Reclamação) foram as mais numerosas, somando 96,6% do total dos processos novos.
A competência penal do STF não se limita aos processos penais de competência originária, mas inclui outras
classes originárias e recursais que veiculam matéria penal, correspondendo a 13% do total de casos novos recebidos
no último ano, predominando os habeas corpus e os Recursos Extraordinários.
O Supremo Tribunal Federal apresenta, no período histórico considerado, percentual crescente de decisões
que reconhecem a prescrição da pretensão punitiva nas ações penais de sua competência. Atendo-se aos anos
de 2015 e 2016, constata-se que a média de decisões que declararam a extinção da punibilidade pela ocorrência
da prescrição em relação ao total de decisões terminativas no STF foi de 13,1%, ao passo que nas ações penais de
competência originária dos tribunais de 2º grau de jurisdição essa taxa foi de 13,7% e nos órgãos jurisdicionais de
1º grau de jurisdição, o índice de prescrições foi de 22,1%.

81
Relatório Supremo em ação 2017

Considerando a atuação do STF em sua totalidade, somente em 2016 foram proferidas 117.426 decisões, sendo
que 95.276 delas foram terminativas (81%). A proporção de decisões monocráticas no período compreendido entre
2009 e 2016 variou pouco, ficando entre 84% e 89%, sendo predominante em matéria recursal e menos recorrente
nas ações de controle concentrado e nos recursos ordinários. Nas decisões terminativas, 98,8% foram monocráticas.
Dos assuntos mais frequentes em discussão no Supremo Tribunal Federal, 48.893 (54,35%) processos tratavam de
matérias de Direito Administrativo e outras matérias de Direito Público e 27.641 (30,73%) eram referentes a matérias
de Direito Processual Civil e do Trabalho, compondo a grande maioria dos feitos.
Quanto à repercussão geral, importa destacar que o Supremo Tribunal Federal já apreciou nada menos do que
943 temas dos quais 633 tiveram a repercussão geral reconhecida e 354 já tiveram o mérito decidido pela Corte,
deixando um conjunto de 279 temas pendentes de apreciação de mérito.
Os temas que envolvem questões relativas aos expurgos inflacionários gerados por planos econômicos das
décadas de 1980 e 1990 (temas 264, 265, 284 e 285) são aqueles que somam a maior quantidade de processos
sobrestados aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal. São 656.541 processos suspensos no País aguardando
o pronunciamento final e vinculante da Corte Suprema.
Este Relatório é um esforço de contribuir para a transparência e aproximação do Supremo com a sociedade
brasileira, visando o aprimoramento da democracia.

82
em ação

83
Relatório Supremo em ação 2017

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Processos novos por classe e ano de autuação 43


Tabela 2 – Processos baixados por classe e ano da baixa 45
Tabela 3 – Estoque por classe e ano 47
Tabela 4 – Indicadores de litigiosidade dos processos penais em 2016, segundo a competência
constitucional 70
Tabela 5 – Descrição dos cinco temas com maior número de processos sobrestados 78
Tabela 6 – Descrição dos cinco temas com mérito julgado que tiveram maior impacto no
sobrestamento 79

84
em ação

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Série histórica das despesas 32


Gráfico 2 – Série histórica da execução orçamentária 33
Gráfico 3 – Despesas com recursos humanos 33
Gráfico 4 – Série histórica dos cargos de servidores efetivos 34
Gráfico 5 – Série histórica das receitas 34
Gráfico 6 – Série histórica de casos novos, casos baixados e estoque 35
Gráfico 7 – Série histórica da taxa de congestionamento e do índice de atendimento à demanda 36
Gráfico 8 – Série histórica do Índice de Produtividade dos Servidores da área Judiciária (IPS-Jud)
37
Gráfico 9 – Série histórica do Índice de Produtividade dos Ministros (IPM) 37
Gráfico 10 – Decisões terminativas e não terminativas 38
Gráfico 11 – Decisões não terminativas por categoria 38
Gráfico 12 – Decisões colegiadas x monocráticas 39
Gráfico 13 – Decisões colegiadas x monocráticas segundo o tipo de decisão 39
Gráfico 14 – Origem das decisões colegiadas 40
Gráfico 15 – Origem das decisões monocráticas entre presidência e vice-presidência e decisões dos
demais ministros 40
Gráfico 16 – Processos novos por classe 41
Gráfico 17 – Processos baixados por classe 44
Gráfico 18 – Processos pendentes (estoque) por classe 46
Gráfico 19 – Processos novos por ramo do Direito 48
Gráfico 20 – Processos novos pelos 15 assuntos mais frequentes 49
Gráfico 21 – Processos novos eletrônicos x físicos 50
Gráfico 22 – Estoque de processos eletrônicos x físicos 50
Gráfico 23 – Dez maiores litigantes - polo ativo 51
Gráfico 24 – Dez maiores litigantes - polo passivo 51
Gráfico 25 – Processos novos, baixados e estoque por competência 54
Gráfico 26 – Decisões monocráticas, de acordo com as competências constitucionais 55
Gráfico 27 – Taxa de congestionamento por competência 57
Gráfico 28 – Índice de atendimento à demanda por competência 58
Gráfico 29 – Série histórica do tempo médio de tramitação dos processos no Supremo Tribunal
Federal 61
Gráfico 30 – Idade dos processos que tramitaram em 2016 no Supremo Tribunal Federal 62
Gráfico 31 – Curva de sobrevivência do tempo de tramitação dos processos 62
Gráfico 32 – Idade dos processos que tramitaram em 2016 segundo a competência constitucional
63
Gráfico 33 – Série histórica do tempo médio dos processos baixados de 2009-2016 e dos processos
pendentes em 2016, segundo a competência constitucional 66
Gráfico 34 - Curvas de sobrevivência segundo a competência constitucional 67
Gráfico 35 – Série histórica do número de processos penais novos, baixados e pendentes 68
Gráfico 36 – Número de processos penais novos segundo a classe processual 69
Gráfico 37 – Taxa de congestionamento e índice de atendimento à demanda dos processos penais
69
Gráfico 38 – Série histórica das decisões terminativas e não terminativas em matéria penal 71
Gráfico 39 – Série histórica dos índices de extinção da punibilidade e de prescrição nas ações penais
originárias 72
Gráfico 40 – Índices de Extinção da Punibilidade e de Prescrição apurados no biênio 2015 a 2016,
referentes às ações penais com origem no 1º grau, no 2º grau e no STF 73
Gráfico 41 – Índice de extinção da punibilidade penal segundo as classes processuais 73
Gráfico 42 – Percentual de processos de repercussão geral, entre temas reconhecidos ou não 74
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Relatório Supremo em ação 2017

Gráfico 43 – Situação dos processos com repercussão geral reconhecida 74


Gráfico 44 – Tempo de Tramitação dos Temas de Repercussão Geral 76
Gráfico 45 - Os 10 temas com maior quantidade de processos sobrestados 77
Gráfico 46 – Percentual de processos sobrestados segundo o ramo de Justiça 77
Gráfico 47 - Os 10 temas de maior impacto em virtude de julgamento de mérito 79
Gráfico 48 - Série histórica da quantidade de processos julgados 80

86
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluxo de análise dos dados 12


Figura 2 – Competências constitucionais do Supremo Tribunal Federal 52
Figura 3 - Mapa dos casos novos por origem e competência 59
Departamento de Pesquisas Judiciárias
Conselho Nacional de Justiça
www.cnj.jus.br

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