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SUS no município de Breves-PA, com uma abordagem exploratória, envolvendo levantame nto
bibliográfico e entrevistas.
4. ANÁLISE
Analisando os dados apresentados constata-se que dos trinta usuários entrevistados
apenas cinco são homens e vinte e cinco são mulheres, havendo dessa forma uma
predominância de mulheres que utilizam os serviços do SUS. Este fato nos leva a refletir sobre
uma relevante matéria publicada por Sérgio Arouca, a qual nos diz que pesquisa revela que
homens não procuram serviços de saúde em função de três barreiras principais: cultura l,
institucional e médicas. Aqui ressaltamos as duas últimas barreiras, as quais se confirma m,
quando a maioria dos cinco homens entrevistados nos dizem que o seu nível de satisfação em
relação ao atendimento em geral foi regular.
Percebe-se também, por meio dos dados expostos, que das trinta pessoas que utilizara m
o serviço médico do SUS, apenas cinco consultaram especialistas e todos os demais fizera m
consulta com clinico geral. Este fato nos leva a acreditar que há falta de médicos especialis tas
no município de Breves, ainda que o município citado possua, atualmente, o Hospital Regiona l
Público do Marajó e alguns médicos cubanos (no quadro de médicos da Secretaria de Saúde)
em atividade, este pode ser o motivo da maioria das consultas serem com médicos generalis tas,
isto é, o número de especialistas disponíveis, para atender a população deste polo regional, não
consegue atender as demandas reprimidas do mesmo. Este fato é demonstrado pelas repórteres
da Agencia Brasil Aline e Thais, as quais nos dizem, por meio de uma matéria publicada no
ano de 2013, que em várias regiões do Brasil, há muitas reclamações efetuadas, não só por
moradores, mas, em alguns locais também por gestores municipais, sobre a falta de médicos
especialistas.
É perceptível ainda que o serviço de recepção ofertado pelo SUS no município de Breves
apresenta pouca agilidade e muita morosidade, pois os dados nos mostram que dos trinta
usuários entrevistados apenas cinco disseram que o atendimento foi ágil e os vinte cinco
restantes que o atendimento foi bastante lento. Essa questão fica muito evidente quando
pensamos nas disfunções burocráticas que ainda imperam no serviço público brasileiro e como
não poderia ser diferente no serviço público de saúde também ainda se faz bastante presente
este entrave para que este serviço seja mais ágil e eficiente. Neste sentido André Fuentes, nos
diz por meio de uma reportagem publicada na revista veja em 2014 que em levantamento que
mediu a eficiência dos serviços de saúde de 48 países, o Brasil ficou em último lugar. A
Bloomberg, portal americano especializado em economia, atribuiu uma nota para cada país.
Para o cálculo, foram usados critérios de expectativa de vida, média do custo do serviço de
saúde e quanto esse custo representa comparado ao PIB per capita de cada país.
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De acordo com a pesquisa efetuada aqui no município de Breves, dos trinta usuários
ouvidos, por meio das entrevistas, apenas 43% (quarenta e três por cento) disseram que foram
examinados pelo médico (demonstrando com essas falas a postura ética do médico), isto é, a
grande maioria 57% (cinquenta e sete por cento) disse que não foi examinada pelo médico
(demonstrando com estas falas a postura não ética do médico). Este é apenas um dos fatores
observados, no momento das falas, que fere o Código de Ética Médica, pois este documento
aprovado pelo plenário do Conselho Federal de Medicina e publicado no Diário Oficial da
União (Resolução CFM Nº 1931, de 17 de setembro de 2009) que contém as normas éticas que
devem ser seguidas pelos médicos no exercício da profissão, disciplina no capítulo I do referido
código, em seu inciso I que a medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da
coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza e no seu inciso II que
o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir
com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.
Por meio dos dados apresentados, fica explícito que o grau de contentamento, de alcance
de expectativa, quanto aos diversos aspectos avaliados não é satisfatório, pois a maioria dos
usuários avaliou o serviço, de forma geral, como regular e uma significativa parcela destes
usuários consideraram o serviço ofertado péssimo, o que nos remete ao fato de que estamos
distantes de alcançar o nível de excelência nos serviços de saúde ofertados no município de
Breves.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AROUCA, Sergio. Pesquisa revela: homens não procuram serviços de saúde. 2010.
Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portalensp/informe/site/matéria/ detalhe/22251>
Acesso em: 24 de jun de 2015.
BENAZZI, Luciane Eloisa Brandt; FIGUEIREDO, Andréia Cristina Leal; BASSANI, Diego
Garcia. Avaliação do usuário sobre o atendimento oftalmológico oferecido pelo SUS em
um centro urbano no sul do Brasil. 2007 CFM. Código de Ética Médica (2009/2010).
Disponível em: ttp://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9
&Itemid=1 22> Acesso em 24 de abr de 2015.