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Nos últimos anos, tem sido possível no entanto, ser perceptíveis discussões e re-
observar um significativo aumento nas preo- flexões relativas à qualidade, natureza e espe-
cupações relativas à história no âmbito da Edu- cificidades dessa produção. Desde Américo
cação Física brasileira. Depois de anos viven- Neto e Laurentino Bonorino5, passando por
do quase exclusivamente dos estudos do pro- Inezil Penna Marinho e chegando às obras da
fessor Inezil Penna Marinho2, a partir da dé- década de 80/90, não se tem privilegiado dis-
cada de 80 um crescente número de iniciati- cussões que procurem compreender como essa
vas ligadas à História da Educação Física são história tem sido escrita, o que, no meu ponto
destacáveis. Entre outras: a obra do professor de vista, pode estar contribuindo para a cons-
Lino Castellani Filho3 encontra-se entre as trução desordenada da História da Educação
mais lidas na Educação Física brasileira; exis- Física no Brasil, dificultando um salto de qua-
tem dois cursos de pós-graduação stricto sensu lidade dessa produção e minimizando as con-
em Educação Física que possuem linhas de tribuições que pode conceder para o estudo e
pesquisa específicas para discutir a história compreensão da Educação Física brasileira.
(Universidade Gama Filho e Universidade Es-
tadual de Campinas), além de muitos profissi- Em estudos anteriores, tentei, intro-
onais de nossa área cursarem suas pós-gradu- dutoriamente, desenvolver algumas reflexões
ações em universidades que possuem linhas no sentido de encaminhar essas discussões,
dedicadas à História da Educação (como na seja fazendo uso da própria história de nossa
Pontifícia Universidade Católica - São Pau- história6, alertando para a necessidade de pre-
lo); existe um grupo de estudos sobre História encher inúmeras "lacunas históricas"7 ou pro-
do Esporte, Educação Física e Lazer, reconhe- pondo e demonstrando as possibilidades de
cido pelo Conselho Nacional de Pesquisa, fun- alternativas metodológicas8. Aqui, neste estu-
cionando na Universidade Estadual de Cam- do, pretendo aprofundar e sistematizar essas
pinas; além disso já foram realizados três en- reflexões a partir de uma análise do atual mo-
contros nacionais específicos para discutir o mento dos estudos históricos na Educação Fí-
assunto4. sica brasileira. Para isso, faço uso primordial
das coletâneas dos dois primeiros encontros
A esse aumento de preocupações rela- nacionais específicos de história, e também das
tivas à história, refletido diretamente no au- produções na área de História da Educação
mento da produção científica, não parecem, Física, sejam livros, trabalhos apresentados em
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pragmatista ocupou espaço central nos estu- tuação semelhante, no que se refere a sua uti-
dos da área, espaço até mesmo maior que o lidade como justificativa do presente, por
positivismo. Ao proceder uma análise em exemplo, em capítulos introdutórios de alguns
nossa área, parece confirmar-se procedimen- estudos, muitas vezes dedicados a um estudo
to semelhante. E interessante perceber que a histórico. Normalmente desconexos do con-
História foi/é utilizada fundamentalmente a texto central dos estudos, a presença desses
partir de sua utilidade para justificar o pre- capítulos normalmente se dá na tentativa de
sente, a partir de uma compreensão linear de mostrar que o problema levantado nada mais
causa e conseqüência em que o presente nada é que reflexo do passado. Além dessa contro-
mais é que o reflexo e a soma do que ocorreu versa impropriedade teórica, esses capítulos,
no passado. inclusive por não serem o alvo central do es-
tudo, recebem uma atenção menor por parte
Creio ser interessante refletir sobre a do autor, apresentado sem uma reflexão
presença da História na Educação Física historiográfica mais profunda, reproduzindo
brasileira. Na formação profissional, por inclusive os esquemas históricos tradicionais,
exemplo, percebemos a presença de cadeiras normalmente justificada "por ser somente um Na verdade,
ligadas à História da Educação Física desde capítulo introdutório". penso que a
os primeiros currículos e primeiras História da
escolas/cursos de formação'0. Mas qual seria Assim esses capítulos introdutórios não
o sentido dessa cadeira no conjunto de contribuem nem com o entendimento do pro- Educação Física
outras como fisiologia, anatomia, ginástica e blema central do seu estudo, nem com a His- precisa encontrar
desportos? Em geral, na formação profis- tória da Educação Física, contribuindo antes sua definição e
sional em nossa área, as disciplinas encon- para sua desorganização e desorientação. Es- seu espaço,
travam-se divididas em teóricas e práticas, ses capítulos, se não têm sentido no conjunto
da obra e se não merecem uma preocupação abolindo a
podendo também observar-se que as disci-
plinas práticas eram divididas em médicas e maior, podem ser perfeitamente retirados e/ compreensão de
não-médicas11. A cadeira de História da ou utilizados no interior das considerações em que todo
Educação Física era considerada teórica geral. Não há nada que obrigue ou impeça a amontoado de
não-médica, embora, algumas vezes, fosse existência de um capítulo inicial dedicado à datas e fatos,
ministrada por médicos12. história, mas, caso exista, deve receber o mes-
mo cuidado que os outros e partir de uma cui- colocados em
Independente da dicotomização teo- dadosa reflexão teórica historiográfica. qualquer
ria-prática, as disciplinas tinham em comum momento, mesmo
o fato de serem orientadas diretamente para Na verdade, penso que a História da que seja com uma
a formação de um profissional inicialmente Educação Física precisa encontrar sua defini-
pretensa
considerado mais como um técnico do que ção e seu espaço, abolindo a compreensão de
que todo amontoado de datas e fatos, coloca- abordagem
como um professor (Faria Júnior,1987;
Melo, 1995). Assim as disciplinas estavam dos em qualquer momento, mesmo que seja crítica, é história.
preocupadas em dar conhecimentos aplicá- com uma pretensa abordagem crítica, é histó-
veis na prática que tivessem utilidade ope- ria. A História da Educação Física precisa
racional direta. E interessante observar, tam- encontrar uma especificidade e uma qualida-
bém, que um prestígio diferenciado era des- de que a destaque, e isso deve ser preocupa-
tinado às cadeiras, gozando de maior pres- ção central daqueles que estudam mais siste-
tígio as cadeiras teóricas e médicas13. A ca- maticamente a história, construindo exemplos
deira de História da Educação Física ocu- também para aqueles que eventualmente fa-
pava um lugar intermediário, já que, embora zem seu uso.
fosse teórica, era não-médica. Era uma
eminência parda das disciplinas médicas, in- Parto de uma premissa principal: a His-
clusive por ser considerada de "uma utili- tória da Educação Física precisa romper quais-
dade prática menor". Nesse contexto, sua quer fronteiras e resistências, descobrindo seu
utilidade estava exatamente em encontrar lugar no vasto campo de conhecimento da
justificativas para o presente, referendando História. Isto é, a História da Educação Física
os projetos de educação física emergentes. é antes de tudo História, e seu lugar na Educa-
ção Física está em, utilizando os referenciais
Hodiernamente, é possível perceber si- e constructos teóricos da História, ter a Edu-
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cação Física como objeto de estudo. A Histó- Partindo dessa premissa, nesse momen-
ria da Educação Física, no momento que tem to, as preocupações metodológicas/episte-
a Educação Física como objeto de estudo, con- mológicas devem ocupar lugar central nos es-
tribui para as discussões pertinentes a esta, tudos históricos em nossa área. A História tem
mas, para isso, faz uso da História. Penso que caminhado notoriamente e redimensionado
a História da Educação Física seja uma das constantemente seu campo e forma de atua-
especializações da História, se considerado o ção,16 e as possibilidades abertas nesse pro-
aspecto temático'4. cesso parecem ainda não ter sido considera-
das profundamente no âmbito de nossos estu-
Enquanto estudo de um dos temas do dos. Ao orientar nossa produção histórica em
campo de conhecimento da História, um dos consonância com o momento historiográfico
elementos da multiplicidade do real históri- em geral, ampliando nossas possibilidades teó-
co, a História da Educação Física também tem rico-metodológicas, devemos ter cuidado para
Enfim, é a contribuir com a História, não só por apon- que não venhamos a aceitar passivamente as
tar novas possibilidades temáticas, mas com "novas propostas", acreditando que, por si só,
fundamental são suficientes para redimensionar o campo
a utilização de procedimentos metodológicos
que e reflexões; não só contribuindo para a com- de estudo da História da Educação Física no
preocupações preensão da complexidade histórica, como Brasil. Antes devemos estar atentos às possí-
quanto à também com novos procedimentos para efe- veis críticas a essas "novas propostas", fazen-
tivar essa compreensão. Os estudiosos da do um "desconfiado" uso, sempre prontos a
fragmentação da questionar suas reais contribuições17.
Educação Física História da Educação Física não devem des-
conhecer que
não venham a Um exemplo da carência dessas preo-
impedir a No momento, a história do Brasil parece defrontar-se cupações pode ser encontrado na utilização de
História
com um enorme desafio. É preciso encontrar uma so- fontes. Ao analisarmos os trabalhos ligados à
lução para um problema complexo: a produção histó- História da Educação Física nas décadas de
da Educação rica deve aproveitar toda a experiência existente (do
ponto de vista teórico-metodológico, do ponto de vista 80/90, correndo o risco das generalizações,
Física de se do trabalho crítico das fontes, etc.) (Borges, 1993, uma constatação básica parece clara: a utili-
p.82).
desenvolver no zação quase que exclusiva de fontes de natu-
seio da História, A História da Educação Física terá reza idêntica. Nesses estudos, é fácil perceber
também, nesse esforço de delineamento, que que o documento escrito tradicional é o prio-
já que isso não
lidar com os problemas relativos à indefi- ritariamente utilizado, não sendo possível per-
significará o ceber grandes iniciativas no uso de fontes de
nição do campo de conhecimento da Edu-
abandono da
cação Física. Não descartando essas discus- natureza oral, iconográfica, músicas e fontes
Educação sões, nem a contribuição da História para literárias. A utilização de fontes involuntárias
Física, antes o elas, uma solução momentânea estaria em é bem pequena, bem como de fontes primári-
explicitar os limites que vem a considerar as18. A maioria dos estudos vale-se de autores
contrário, a
como Educação Física. Penso que um ca- consagrados na década de 8019. O uso de fon-
potencialização tes anteriores a 1950/1960 não é comum. Mes-
minho seja delimitar o que é interessante
de sua para o estudo da própria definição da Edu- mo em se tratando de uso primordial de fon-
contribuição cação Física e de suas fronteiras móveis tes escritas, não se percebe grande utilização,
como objeto de interesse. Particularmente, por exemplo, de periódicos20.
por exemplo, não penso em dispensar a
priori o esporte e mesmo outras manifesta- Longe de afirmar que tais fontes e re-
ções da cultura corporal15, como o teatro, ferenciais não servem para o estudo da nossa
desde que sua relação se dê no âmbito do história, creio que a utilização de fontes mais
interesse da área de Educação Física. diversas, mais primárias e de outra natureza
podem contribuir para evitar unanimidades ou
Enfim, é fundamental que preocupa- dicotomizações na forma de interpretar nossa
ções quanto à fragmentação da Educação Fí- história, tornando-a de compreensão mais
sica não venham a impedir a História da Edu- múltipla.
cação Física de se desenvolver no seio da His-
tória, já que isso não significará o abandono Também é preciso que estejamos mais
da Educação Física, antes o contrário, a poten- atentos à nossa própria história e às "lacunas"
cialização de sua contribuição. ainda existentes nela. Não podemos deixar de
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NOTAS ________________________________ nal de História do Esporte, Lazer e Educação Fí-
1 sica. Ponta Grossa: UEPG, 1994; MELO, Victor
Neste estudo, o termo História da Educação Físi Andrade, DINI, Patrícia. Novos e antigos documen-
ca quer significar uma área de estudos. Explico isso tos para a História da Educação Física no Brasil:
para que não se confunda com o termo "história da um levantamento na Biblioteca Nacional. Revista
Educação Física", que cunhado com inicial minús Brasileira de Ciências do Esporte, volume 17, nú-
cula, quer significar os acontecimentos ocorridos mero 1, set/95.
nesse corte institucional. 9
2 Exemplifico alguns desses movimentos: a influ
Maiores informações sobre a obra do Prof. Inezil ência do marxismo, os movimentos de redimensio
Penna Marinho e sua contribuição para os estu namento da influência do marxismo sobre uma óti
dos históricos na Educação Física brasileira po ca mais cultural, o movimento da Escola dos
dem ser obtidas em "MELO, Victor Andrade. His Annales em todos os seus momentos e, mais recen
tória da História da Educação Física no Brasil: temente, a História Cultural. Considerando as di
perspectivas e propostas para a década de 90. ferenças, aponto algumas relevâncias desses mo
Revista Brasileira de Ciências do Esporte, volu vimentos: a negação dos limites sacralizados das
me 16, número 2, jan./1995" e "MELO, Victor ciências sociais; a preocupação com uma história
Andrade. O Professor Inezil Penna Marinho e a problema; a preocupação com as repercussões da
História da Educação Física no Brasil. Anais do história no presente; a preocupação com o sujeito;
V Simpósio Paulista de Educação Física, Rio a preocupação com as minorias.
Claro, UNESP, 1995". 10
Maiores informações podem ser obtidas no estu
3
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física do de Melo (1995, op.cit).
no Brasil: a história que não se conta. Campinas: " Maiores informações podem ser obtidas em
Papirus, 1988. "MELO, Victor Andrade. Escola Nacional de Edu-
4
O I Encontro Nacional de História do Esporte, cação Física e Desportos: uma possível história.
Lazer e Educação Física foi realizado em Campi Dissertação de Mestrado. Campinas: UNICAMP,
nas (1993); o segundo encontro foi realizado em 1995."
Ponta Grossa (1994); e o terceiro, em Curitiba 12
Por exemplo, o Dr. Aluísio Aciolli foi o primeiro
(1995). Esse Encontro possui a peculiaridade de professor responsável pela cadeira na Escola Na
publicar todos os trabalhos na íntegra, facilitando, cional de Educação Física e Desportos.
assim, a análise do material produzido. 13
Maiores informações podem ser obtidas no estu
5
Américo Neto foi professor da cadeira "História do de Melo (1995, op.cit).
da Educação Física" na Escola de Educação Física 14
Maiores informações relativas às especializações
de São Paulo desde sua criação, em 1924. da História podem ser obtidas no estudo de Ciro
Laurentino Bonorino foi um dos autores responsá Flamarion Cardoso (1990).
veis pelo primeiro livro publicado sobre o assunto 15
Aqui não vou entrar em discussões maiores so
no Brasil, "Histórico da Educação Física" (1931).
bre o conceito de cultura corporal, termo que ulti
Bonorino foi também um dos precursores e orga
mamente tem sido muito utilizado na Educação
nizadores da Educação Física no Estado do Espíri
Física brasileira, mas penso que deva merecer mai
to Santo
6
ores estudos relativos a sua definição.
Melo (1995, op.cit.). 16
Entre outros, aponto os questionamentos à epis-
~: MELO, Victor Andrade de. Turfe: o 'sport' bra- temologiaracionalista-científica-objetiva, o aban
sileiro do século XIX. In: MEZZADRI, Fernando dono da dimensão macroexplicativa, a possibili
Marinho. Coletânea do III Encontro Nacional de dade de utilização de novos objetos, o surgimento
História do Esporte, Lazer e Educação Física. de novos temas, a recuperação da dimensão subje
Curitiba: UFPR, 1995; MELO, Victor Andrade de. tiva, a relativização do conceito de verdade, a crí
Primórdios da Educação Física escolar: uma revi- tica à tradição marxista ortodoxa, a crítica à
são inicial da literatura. Anais do I Congresso Na- linearidade evolutiva do processo histórico, a uti
cional de Ensino Fundamental, Rio deJaneiro, Co- lização da crítica literária.
légio Pedro II, 1995. s MELO, Victor Andrade. 17
Maiores informações sobre críticas e ressalvas
Arte popular e novas sobre o "novo" podem ser encontradas em Michel
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Zaidan Filho (1989) e Sílvia Petersen (1992). historiador, para os jovens e para o grande público
18 (p.7).
Ver o conceito de fontes voluntárias/involuntárias,
22
bem como primárias/secundárias em Cardoso Segundo Le Goff (op. cit.), a filosofia da história
(op.cit.). ...tendência, nas suas diversas formas, para levar a
19
Os autores mais citados são Lino Castellani Fi explicação histórica à descoberta ou à aplicação de
lho (1988); Carmem Lúcia Soares (1990,1994); uma causa única e original, para substituir o estudo
pelas técnicas científicas de evolução das socieda-
Ademir Gebara (1989) e Mauro Betti (1991). des, sendo essa evolução concebida como abstração
20
A discussão acerca de fontes/documentos na baseada no apriorismo ou num conhecimento muito
Educação física brasileira encontra-se melhor de sumário dos trabalhos científicos (p.19).
senvolvida no estudo de Melo e Dini (1995, O autor, longe de negar a priori a filosofia da his-
op.cit.). Também no estudo de Melo (1994, op.cit.), tória, chama atenção para o fato de que, como não
pode-se encontrar discussões dessa natureza. é histórica, muitas vezes acaba por desvirtuar e
21 ideologizar o conceito de História. Acredita, en-
Peter Burke (1992) resume bem as discussões
que se tem estabelecido no interior da História: tão, que a História deva introduzir, por outras vias
que não a ideologia e respeitando a imprevisi-
A oposição tradicional entre os acontecimentos e as
estruturas está sendo substituída por um interesse por bilidade do futuro, o horizonte do futuro na refle-
seu inter-relacionamento, e alguns historiadores estão xão.
experimentando formas narrativas de análise ou for-
mas analíticas de narrativa (P.30).
UNITERMOS
Também Jacques Le Goff (1990) crê que a crono-
logia... História da Educação Física; Historiografia
...continua sendo um conjunto de referências que sem
dúvida deve ser enriquecido, flexibilizado, moderni- *Victor Andrade de Melo é Mestre em Educação
zado, mas que permanece fundamental para o próprio
Física pela UNICAMP.
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