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Capítulo 2
Ao contrário dos homens de toga apresentam-se os homens na jaula, estes o mais
pobre de todos aqueles privados de sua liberdade. Ele relata uma experiência que lhe
abriu o caminho da salvação. Aconteceu quando num determinado momento de sua vida
ele estava defendendo um homicida que tinha matado dois homens, de forma
premeditada, atirando pelas costas. Defendia ainda seu irmão acusado de instigá-lo a
matar. Na oportunidade que teve, disse ao homicida que para ele não haveria esperança.
E ouviu com espanto o homicida dizer que não perdesse tempo com o seu caso, pois ele
já era um homem perdido. Pediu apenas, que salvasse seu irmão que tinha nove filhos.
Carnelutti viu naquele homem em raio de amor que lhe fez esquecer até o seu terrível
destino. Dessa lição, Carnelutti extraiu que não se pode dividir os homens em bons e em
maus. Tudo isso vai depender de estarmos ou não iluminados de amor. É preciso tratar o
delinqüente como homem, antes de o tratar como um animal, para descobrir nele uma
vaga chama de esperança, que a pena, ao invés de destruir, deveria cultivar.
Capítulo 3
O encarcerado é um necessitado, e o que ele busca no advogado, além da
prestação de seus serviços, é uma amizade, porque muitas vezes ele sente que todos
estão contra ele e somente o jurista pode socorrê-lo, sendo a necessidade de um amigo o
que mais ele procura pois encontra-se na solidão. É aí que percebemos a nobreza e a
dificuldade do advogado quando se coloca ao lado do seu cliente para defender o que
lhe restou de dignidade. A sociedade, nem mesmo os juristas entendem e acabam
recriminando a postura do patrono. O advogado muitas vezes é submetido à
humilhação, apesar de também vestir a toga e de colaborar com a administração da
Justiça. Sua posição é embaixo, ele compartilha com o acusado a necessidade de pedir e
de ser julgado. Assim como o acusado, ele também se sujeita ao juiz. Mas a nobreza da
profissão supera esses obstáculos. A possibilidade de trazer esperança, conforto e
confiança ao acusado é o que engrandece a profissão.
http://segundojuridico.blogspot.com/2010/03/resenha-do-livro-as-miserias-do.html
http://www.webartigos.com/articles/19587/1/Resenha-da-obra-As-Miserias-do-
Processo-Penal-de-Francesco-Carnelutti/pagina1.html
http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/6367.pdf
http://direitofirb2006.blogspot.com/2010/05/as-miserias-do-processo-penal.html