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1 – Do Autor

Nasceu em Udine em 15 de maio de 1879 e morreu em Roma no ano de 1965.


Autêntico e profundo jurista, que consagrou toda a sua vida ao estudo dos problemas do
Direito e do processo, sendo ele um dos principais inspiradores do Código de Processo
Civil italiano. A primeira instrução foi em Veneza e em 1900 se graduou na
Universidade de Pádua. No ano seguinte começa a dar os primeiros passos forenses e
em 1903 inicia sua vida científica com um artigo sobre o tema dos acidentes de trabalho
escrito para Riv di Diritto Commerciale. Durante este período ocupou o cargo de
professor em diversas universidades italianas.
Desde 1912 a 1915 ensina Direito Mercantil e em menos de um ano escreve sua
Prova civil que lhe facilita o acesso a cadeira de Direito Processual Civil da
Universidade de Pádua, onde começa a elaborar seus livros fundamentais ao seu
monumental sistema.
Como escritor sua obra é prodigiosa. Desde seus primeiros estudos de Direito e
Processo existe uma vasta produção jurídica de livros e artigos, frutos de uma constante
meditação e uma reflexão sobre si mesmo. Seu projeto de Código Processual Civil foi
considerado como o maior esforço teórico e sentido realístico na ordem e nas formas
dos ensaios.
Francesco Carnelutti foi um dos discípulos de Giuseppe Chiovenda, e sua
principal contribuição foi a criação da teoria da lide como centro do sistema processual,
deixando de lado o estudo da ação e de suas condições, mais tarde chegando a renunciar
o conceito de interesse de agir como condição de ação, sendo sua monografia “La
Prova civile” o estudo mais importante sobre o tema.
Este doutrinador era um eterno insatisfeito, criticando muitas vezes seus próprios
conceitos, e principalmente travou acirradas discussões com Liebman e Ascarelli;
escreveu ainda comovente despedida desculpando-se por seu temperamento. Carnelutti
também se manifestou sobre o direito processual penal, fazendo abordagens filosóficas
de temas do processo em geral e de teoria geral do direito; tinha uma força criadora,
uma densidade de pensamento e um constante sentido contraditório que abriu para a
ciência processual horizontes renovadores.
2 – Obra e da época
A obra As misérias do processo penal foi escrito em 1957 e chama atenção já
pelo seu título onde o autor não só reflete a maneira como era a ciência processual penal
da época como também manifesta a vontade de uma transformação urgente. O livro fala
também do papel de cada operador do Direito: juiz, advogados e Ministério Público,
assim como do acusado, refletindo sobre a dificuldade e humilhação do advogado, o
papel da imprensa e sua influência nos processos; trata também do drama vivido pelo
réu.
A época em que foi escrito o livro é o período pós-guerra. Nesse período o
mundo passa por profundas transformações econômicas e sócio-humanitárias, com a
criação da ONU e a assinatura da Declaração dos Direitos Humanos, os princípios que
norteiam o Direito preocupam-se com a o valor da vida, como os princípios da
dignidade humana presente nas Constituições dos Estados.
No Brasil o Código Penal vigente na data da publicação da obra é de 1940 e do
Código de Processo Penal é de 1941 e é na década de 50 que o Brasil começa a se
modernizar com a chegada da televisão ocorrendo uma efervescência cultural não
somente aqui como no mundo. O país atravessa também profundas transformações no
cenário político e econômico, a migração do campo para a cidade, a chegada de
Juscelino a presidência prometendo o desenvolvimento do país prometendo governar 50
anos em 5, e a criação de Brasília. Essas mudanças nos padrões sócio-culturais,
consequentemente trazem uma mudança no pensamento jurídico-penal.
A realidade social de marginalização de determinados segmentos sociais das
grandes cidades permitiu o desenvolvimento de teorias em que as camadas mais pobres
eram consideradas mais propensas ao crime, já que suas condições de vida as
impeliriam para tal. Um dos aspectos considerados nessas teorias era o fato dos
migrantes rurais estarem “invadindo” as cidades e ameaçado a ordem nas mesmas.
Carnelutti juntamente com outros doutrinadores iniciam a fase instrumentista do
processo, a preocupação com o fim a que se dá o processo, a quem se destina, seus
resultados, como dinamizar o acesso, são uma das preocupações desta fase que segue
nos dias de hoje.
Capítulo 1
A primeira impressão de Justiça, observado na sua infância é o traje usado pelos
operadores do Direito, a toga, parece à primeira impressão desnecessária para a função
que irão cumprir. Conclui mais tarde que a toga seria uma espécie de divisa entre as
autoridades, digam-se, os operadores da justiça, das pessoas sobre as quais a justiça é
exercida. Verificou ainda, que a toga seria um uniforme e percebeu a contradição desse
conceito com o anterior. Seriam conceitos antagônicos, mas complementares, pois da
mesma forma que a toga é utilizada para distinguir as autoridades dos leigos, serve
também para unir as autoridades entre si. Essa união é bastante visível quando se pensa
na união dos juízes formando um colegiado, quando se faz necessário, para julgar as
causas mais graves. Portanto a toga utilizada pelos juízes além de ser um símbolo de
autoridade representa a união entre si.
A toga usada pelo juiz dá caráter de autoridade e quando usada por acusadores e
defensores dá um significado de que estão a serviço desta autoridade, parecendo haver
uma divisão mas na verdade estão unidos em busca da justiça, como expressa
Carnelutti:
“Em conjunto esses homens com toga dão ao processo – e especialmente ao processo
penal – uma aparência solene.” (p. 21).
Porém, infelizmente a solenidade é desprezada pelos operadores do direito que
não respeitam a disciplina necessária causando prejuízo à civilização. O enfoque dado
pela imprensa distorce o verdadeiro objetivo da publicidade do processo penal. A
publicidade deveria ser utilizada com objetivos educativos e como forma de controle
popular sobre o modo de operar a Justiça. Ao contrário, ela é utilizada em um motivo de
desordem que só poderá ser reprimida pelos juízes. Para a nossa infelicidade, raramente
essa atitude de reprimir é adotada pelos juízes o que acaba gerando uma escola de
incivilização.

Capítulo 2
Ao contrário dos homens de toga apresentam-se os homens na jaula, estes o mais
pobre de todos aqueles privados de sua liberdade. Ele relata uma experiência que lhe
abriu o caminho da salvação. Aconteceu quando num determinado momento de sua vida
ele estava defendendo um homicida que tinha matado dois homens, de forma
premeditada, atirando pelas costas. Defendia ainda seu irmão acusado de instigá-lo a
matar. Na oportunidade que teve, disse ao homicida que para ele não haveria esperança.
E ouviu com espanto o homicida dizer que não perdesse tempo com o seu caso, pois ele
já era um homem perdido. Pediu apenas, que salvasse seu irmão que tinha nove filhos.
Carnelutti viu naquele homem em raio de amor que lhe fez esquecer até o seu terrível
destino. Dessa lição, Carnelutti extraiu que não se pode dividir os homens em bons e em
maus. Tudo isso vai depender de estarmos ou não iluminados de amor. É preciso tratar o
delinqüente como homem, antes de o tratar como um animal, para descobrir nele uma
vaga chama de esperança, que a pena, ao invés de destruir, deveria cultivar.

Capítulo 3
O encarcerado é um necessitado, e o que ele busca no advogado, além da
prestação de seus serviços, é uma amizade, porque muitas vezes ele sente que todos
estão contra ele e somente o jurista pode socorrê-lo, sendo a necessidade de um amigo o
que mais ele procura pois encontra-se na solidão. É aí que percebemos a nobreza e a
dificuldade do advogado quando se coloca ao lado do seu cliente para defender o que
lhe restou de dignidade. A sociedade, nem mesmo os juristas entendem e acabam
recriminando a postura do patrono. O advogado muitas vezes é submetido à
humilhação, apesar de também vestir a toga e de colaborar com a administração da
Justiça. Sua posição é embaixo, ele compartilha com o acusado a necessidade de pedir e
de ser julgado. Assim como o acusado, ele também se sujeita ao juiz. Mas a nobreza da
profissão supera esses obstáculos. A possibilidade de trazer esperança, conforto e
confiança ao acusado é o que engrandece a profissão.

http://segundojuridico.blogspot.com/2010/03/resenha-do-livro-as-miserias-do.html
http://www.webartigos.com/articles/19587/1/Resenha-da-obra-As-Miserias-do-
Processo-Penal-de-Francesco-Carnelutti/pagina1.html

http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/6367.pdf
http://direitofirb2006.blogspot.com/2010/05/as-miserias-do-processo-penal.html

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