Vous êtes sur la page 1sur 22

SÍNTESE GRAMATICAL

1. A classe do nome (substantivo)


Os nomes são palavras variáveis que designam seres (pessoas, animais ou coisas) ou
ideias (acções, qualidades ou estados). Os nomes podem variar em género, número e grau.

Subclasses:
Quando se aplicam a uma determinado ser, pessoa ou
Nomes próprios entidade. Escrevem-se com letra maiúscula. Exs.: Mário,
Bissau, Rosa.
Quando se aplicam a todos os seres e entidades de uma
Nomes comuns
mesma classe ou espécie. Exs.: mãe, aldeia, pássaro.
Quando designam seres (pessoas, animais, coisas, lugares,
Nomes concretos instituições) pertencentes ao mundo físico. Exs.: mulher,
cão, livro.
Quando designam ideias que não têm existência no mundo
físico: qualidades (exs.: beleza, amizade, cobardia),
Nomes abstractos
acções (exs.: união, colheita, viagem) e estados (exs.:
doença, velhice, satisfação).
Quando, estando no singular, designam um conjunto de
seres vivos ou objectos. Exs.: arquipélago (conjunto de
Nomes colectivos
ilhas), exército (conjunto de soldados), junta (conjunto de
bois).

2. A classe do adjectivo
Os adjectivos são palavras que atribuem características aos substantivos que qualificam,
concordando com eles em género e número (exs.: rico, vermelho, jeitoso).
Geralmente são biformes, isto é, apresentam formas diferentes na flexão em número e/ou
em género, embora haja alguns uniformes (exs.: elegante, fácil, simples).
O grau do adjectivo tem a ver com a intensidade com que o adjectivo designa as
características dos substantivos.

Graus dos adjectivos:


Normal Os portugueses são famosos.
de superioridade Os portugueses são mais famosos do que os
espanhóis.
de igualdade Os portugueses são tão famosos quanto/como
Comparativo
os espanhóis.
de inferioridade Os portugueses são menos famosos do que os
espanhóis.
de superioridade O povo português é o mais
famoso da Europa.
Relativo
de inferioridade O povo português é o menos
famoso da Europa.
Superlativo
analítico O povo português é muito
famoso.
Absoluto
sintético O povo português é
famosíssimo.

Alguns adjectivos têm formas especiais no comparativo e no superlativo:


A professora: Sofia Martinho 1
SÍNTESE GRAMATICAL

Graus Exemplos:
Normal bom mau grande pequeno
Comparativo de superioridade melhor pior maior menor
Relativo o melhor o pior o maior o menor
Superlativo
Absoluto óptimo péssimo máximo mínimo

3. A classe do determinante
Os determinantes são palavras que acompanham os substantivos, precedendo-os e
concordando com eles em género e número. Dividem-se em várias subclasses.
Subclasses:
Determinantes Definidos o, a, os, as
Artigos Indefinidos um, uma, uns, umas
este, esta, estes, estas, esse, essa, esses,
essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, o
Determinantes Demonstrativos outro, a outra, os outros, as outras, o tal, a
tal, os tais, as tais, o mesmo, a mesma, os
mesmos, as mesmas
Variáveis Qual? Quais? Quanto? Quanta? Quantos?
Determinantes
Quantas?
Interrogativos
Invariáveis Que?
Variáveis muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s),
outro(s), outra(s), todo(s), toda(s), tanto(s),
Determinantes tanta(s), algum(ns), alguma(s),
Indefinidos nenhum(ns), nenhuma(s), qualquer,
quaisquer, certo(s), certa(s)
Invariáveis cada
Determinantes Cardinais um, dois, três, vinte...
Numerais Ordinais primeiro, segundo, terceiro, vigésimo...
Um possuidor meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus,
Determinantes tuas, seu, sua, seus, suas
Possessivos Vários possuidores nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa,
vossos, vossas, seu, sua, seus, suas

4. A classe do pronome
Os pronomes são palavras que substituem os nomes. Na maioria dos casos, os pronomes
apresentam a mesma forma que os determinantes. Ex.: Esta casa tem piscina.
(determinante demonstrativo) / Uma casa como esta é muito cara. (pronome
demonstrativo - porque substitui o nome casa, evitando a sua repetição).
Subclasses:
Função sujeito eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas
Função
me, te, o, a, se, nos, vos, os, as, se
complemento directo
Pronomes
me, te, lhe, nos, vos,
Pessoais Função Sem preposição
lhes
complemento
mim, ti, ele, ela, si,
indirecto Com preposição
nós, vós, eles, elas
Pronomes Variáveis este, esta, estes, estas, esse, essa, esses,
Demonstrativo essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, o
s outro, a outra, os outros, as outras, o

A professora: Sofia Martinho 2


SÍNTESE GRAMATICAL

mesmo, a mesma, os mesmos, as mesmas


Invariáveis isto, isso, aquilo
Qual? Quais? Quanto? Quanta? Quantos?
Pronomes Variáveis
Quantas?
Interrogativos
Invariáveis Que? Quem?
muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s),
outro(s), outra(s), todo(s), toda(s), tanto(s),
Pronomes Variáveis tanta(s), algum(ns), alguma(s),
Indefinidos nenhum(ns), nenhuma(s), qualquer,
quaisquer, certo(s), certa(s)
Invariáveis tudo, alguém, ninguém, outrem, nada
quanto, quanta, quantos, quantas, qual,
Pronomes Variáveis
quais
Relativos
Invariáveis que, quem, onde
5. A classe do advérbio
Os advérbios são palavras invariáveis que se juntam a outras (verbos, adjectivos ou
outros advérbios) para lhes modificar o sentido ou exprimir as circunstâncias de uma acção.

Subclasses:
aqui, cá, ali, acolá, lá, dentro, fora, perto, longe,
Advérbios de lugar além, aquém, abaixo, acima, adiante, defronte,
atrás, detrás, algures, etc.
anteontem, ontem, hoje, amanhã, já, agora,
ora, cedo, tarde, logo, sempre, nunca, jamais,
Advérbios de tempo
antes, depois, ainda, então, entretanto,
actualmente, antigamente, etc.
bem, mal, depressa, devagar, assim, aliás,
Advérbios de modo
felizmente, etc.
Advérbios de afirmação sim, certamente
Advérbios de negação não, nem, nunca, jamais, tão-pouco
Advérbios de dúvida talvez, porventura, decerto, acaso
só, senão, somente, apenas, exclusivamente,
Advérbios de exclusão
unicamente
até, mesmo, também, ainda, inclusive,
Advérbios de inclusão
inclusivamente
Advérbios de designação eis
Advérbios de intensidade bastante, tão, tanto, muito, pouco, mais,
/quantidade menos, nada
de lugar Onde? Aonde? Donde?
de tempo Quando?
Advérbios interrogativos
de modo Como?
de causa Porque?

Locuções adverbiais: a locução adverbial funciona como um advérbio. A locução forma-se


com a junção de uma preposição a um substantivo, adjectivo ou advérbio.

Algumas locuções adverbiais:


de afirmação com certeza, por certo, sem dúvida
de lugar à direita, à esquerda, à distância, ao lado, de dentro, de
cima, por fora
de modo à toa, à vontade, ao contrário, às avessas, às claras, com
A professora: Sofia Martinho 3
SÍNTESE GRAMATICAL

gosto
de negação de forma alguma, de modo nenhum
de tempo à noite, à tarde, de dia, de vez em quando, em breve

6. A classe da interjeição
As interjeições são palavras que exprimem de forma condensada e espontânea
sentimentos e emoções. Por vezes, alargam-se em locuções interjectivas, com duas ou
mais palavras. Costumam ser seguidas de um ponto de exclamação, que serve apenas
para acentuar a emoção, não funciona com ponto de fim de frase (daí que se continue a
frase com letra minúscula).

Significação: Interjeições:
Alegria ah!, oh!, viva!
Aviso cuidado!, atenção!
Incitamento avante!, coragem!, vamos!, força!
Aplauso bis!, bem!, bravo!, boa!, viva!
Cansaço uf!, ah!
Chamamento alô!, olá! ó, psiu!, pst!, eh!
Descontentamento mau!
Dor ai!, ui!
Desejo oh!, oxalá!
Despedida adeus!
Dúvida hum!
Espanto/surpresa ah!, ui!, chi!, ih!, credo!
Impaciência hum!, hem!, irra!
Indignação/irritação apre!, irra!,
Medo ui!, ai!
Movimento para cima upa!, arriba!
Pedido de socorro socorro!
Saudação olá!, oi!, viva!
Significação: Locuções interjectivas:
Dor ai de mim!, pobre de mim!, valha-me Deus!
Desejo Deus queira!, quem me dera!, assim seja!
Espanto/surpresa meu Deus!
Irritação ora bolas!, raios o partam!
Pedido de socorro ó da guarda!
Saudação bom dia!, boa noite!, bem haja!
Suspensão alto lá!, para aí!, mãos ao ar!

7. A classe da preposição
As preposições são palavras invariáveis que ligam dois termos (palavras ou conjunto de
palavras) normalmente pertencentes à mesma oração.

Preposições:
a de perante
ante desde por
após durante salvo
até em segundo
com entre sem

A professora: Sofia Martinho 4


SÍNTESE GRAMATICAL

conforme excepto sob


consoante mediante sobre
contra para trás

Além das preposições simples, há um conjunto de expressões compostas por mais do que
uma palavra, sendo uma delas uma preposição: são as locuções prepositivas.
Locuções prepositivas:
abaixo de perto de depois de
por baixo de próximo de através de
acima de ao pé de dentro de
por cima de em vez de para com
ao lado de apesar de fora de
além de a fim de a respeito de
cerca de antes de etc.

Por vezes as preposições aparecem contraídas com determinantes:


a + a(s), o(s) = à(s), ao(s)
a + aquele(s), aquela(s), aquilo = àquele(s), àquela(s), àquilo
de + o(s), a(s) = do(s), da(s)
de + este(s), esta(s), isto = deste(s), desta(s), disto
de + esse(s), essa(s), isso = desse(s), dessa(s), disso
de + aquele(s), aquela(s), aquilo = daquele(s), daquela(s), daquilo
em + o(s), a(s) = no(s), na(s)
em + um(ns), uma(s) = num(ns), numa(s)
em + este(s), esta(s), isto = neste(s), nesta(s), nisto
em + esse(s), essa(s), isso = nesse(s), nessa(s), nisso
em + aquele(s), aquela(s), aquilo = naquele(s), naquela(s), naquilo
por + o(s), a(s) = pelo(s), pela(s)

8. A classe da conjunção
As conjunções são palavras invariáveis que têm por função ligar orações ou partes de
uma mesma oração. As locuções conjuncionais têm função equivalente à das conjunções
e são constituídas por: advérbio + que, preposição + que, particípio + que. Exs.: desde
que..., antes que..., já que..., visto que...

Subclasses:
Algumas conjunções e locuções conjuncionais coordenativas
(ligam duas frases independentes ou palavras com igual função na frase)
Copulativas (servem para ligar) e, nem, não só... mas também
Adversativas (indicam oposição) mas, porém, todavia, contudo
Disjuntivas (indicam alternativa) ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja
Conclusivas (exprimem conclusão) logo, pois, portanto, por conseguinte
Algumas conjunções e locuções conjuncionais subordinativas
(ligam duas frases, uma das quais completa ou determina o sentido da outra)
Temporais (exprimem tempo) quando, apenas, enquanto, antes que, depois que,
desde que, etc.
Causais (exprimem uma causa) porque, pois, como, visto que, já que, pois que,
etc.
Concessivas (indicam que um facto não embora, ainda que, mesmo que, posto que, por
impede a realização de outro) mais que, nem que, etc.
A professora: Sofia Martinho 5
SÍNTESE GRAMATICAL

Condicionais (exprimem uma condição) se, caso, salvo se, desde que, a menos que, a não
ser que, etc.
Finais (designam o fim) para que, a fim que
Consecutivas (indicam a consequência) tal... que, tanto... que, tão... que
Comparativas (estabelecem comparação) mais/menos/maior/menor/melhor/pior do que,
assim como, como se
Integrantes (introduzem uma oração que é que , se
sujeito ou complemento de outra)

9. A deíxis
A deíxis designa o conjunto de palavras ou expressões (expressões deícticas) que têm
como função ‘apontar’ para o contexto situacional. Deste modo, essas palavras ou
expressões, ao serem utilizadas num discurso, adquirem um novo significado, uma vez que
o seu referente depende do contexto. Assinalam o sujeito que enuncia (locutor), o sujeito a
quem se dirige (interlocutor), o tempo e o espaço da enunciação. A própria palavra deíxis,
pelo seu sentido etimológico, está associada ao gesto de “apontar”.

Os deícticos inserem-se em diversas categorias gramaticais, adquirindo sentido pleno


apenas no contexto em que se emitem. Assim, pertencem à categoria dos deícticos:
- os pronomes pessoais;
- os pronomes e determinantes possessivos;
- os pronomes e determinantes demonstrativos;
- os artigos;
- os advérbios de lugar e de tempo;
- os tempos verbais;
- alguns vocábulos, como ir / vir (movimento de afastamento / aproximação
em relação ao espaço em que se encontra o locutor e interlocutor,
respectivamente).

Os principais tipos de deíxis são:


Deíxis pessoal – indica as pessoas do discurso, permitindo seleccionar os participantes na
interacção comunicativa. Integram este grupo os pronomes pessoais (ex.: tu, me, nós,
etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex.: o meu, o vosso, teu, etc.), sufixos
flexionais de pessoa-número (ex.: falas, falamos, etc.), bem como vocativos.
Deíxis espacial — assinala os elementos espaciais, tendo como ponto de referência o lugar
em que decorre a enunciação, ou seja, evidencia a relação de maior ou menor proximidade
relativamente ao lugar ocupado pelo locutor. Cumprem esta função os advérbios ou
locuções adverbiais de lugar (ex.: aqui, cá, além, acolá, aqui perto, lá de cima, etc.),
os determinantes e pronomes demonstrativos (ex.: este, essa, aquilo, o outra, a
mesma, etc.), bem como alguns verbos que indicam movimento (ex.: ir, partir; chegar;
aproximar-se; afastar-se, entrar, sair, subir, descer, etc.).
Deíxis temporal — localiza factos no tempo, tomando como ponto de referência o “agora”
da enunciação. Desempenham esta função os advérbios, locuções adverbiais ou
expressões de tempo (ex.: amanhã, ontem, na semana passada, no dia seguinte,
etc.) e sufixos flexionais de tempo-modo-aspecto (ex.: falarei; faláveis, etc.).
Deíxis social — assinala a relação hierárquica existente entre os participantes da
interacção discursiva e os papéis por eles assumidos. Servem de suporte a esta função os
elementos linguísticos pertencentes às chamadas formas de tratamento (ex.: o senhor,
vossa excelência, senhor director, etc.).

A professora: Sofia Martinho 6


SÍNTESE GRAMATICAL

10. Coesão e Coerência

Uma das propriedades que distingue um texto de um amontoado de palavras ou frases é o


relacionamento existente entre si. A coerência consiste na relação lógica entre ideias,
situações ou acontecimentos. A coesão trata basicamente das articulações gramaticais
existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de
eventos:
- Coesão lexical: consiste na repetição ou substituição de palavras;
- Coesão frásica: significa que todos os elementos da frase estão ligados entre si (por
exemplo, existe concordância das palavras em género e número);
- Coesão interfrásica: deve-se sobretudo às conjunções, que fazem a ligação entre
frases;
- Coesão temporo-aspectual: consiste na sequência lógica do tempo.

11. A classe do verbo

O QUE SÃO OS VERBOS


Os verbos são palavras variáveis que anunciam acções ou exprimem qualidades ou
estados, situados num tempo determinado. Ex.: A chuva chegou de noite.
A forma verbal chegou indica que a acção se situa no passado. O verbo é o centro da
frase, as restantes palavras agrupam-se à sua volta.

TEMA E RADICAL
Em toda a forma verbal podemos distinguir um tema e um radical. Para obtermos o tema
do verbo, retiramos o r ao infinitivo. Exs.:
VERBO TEMA
Amar ama
Viver vive
Dormir dormi
- a, -e e –i são vogais temáticas. Se as eliminarmos passamos a ter o radical do verbo.
Exs.:
RADICAL VOGAL TEMÁTICA
am a
viv e
dorm i

CONJUGAÇÕES
A conjugação de um verbo é o conjunto de todas as suas formas. Existem três
conjugações:
- Primeira conjugação: é formada por todos os verbos de tema em a. Exs.: cantar,
gostar.
- Segunda conjugação: é formada por todos os verbos de tema em e. Exs.: comer,
ler.
- Terceira conjugação: é formada por todos os verbos de tema em i. Exs.: partir,
construir.
Nota: os verbos terminados em or pertencem à segunda conjugação.

CLASSES DE VERBOS
Existem duas grandes classes de verbos: regulares e irregulares.

A professora: Sofia Martinho 7


SÍNTESE GRAMATICAL

- Verbos regulares: são todos os verbos que mantêm sempre o mesmo radical ao
serem conjugados. Exs.: amar, cantar, trabalhar, correr, escrever, partir.
VERBO AM-AR
Presente Pretérito Perfeito Futuro
am - o am - ei am - arei

- Verbos irregulares: são todos os verbos que não mantêm o mesmo radical em
todas as suas formas. Exs.: dar, estar, dizer, fazer, perder, poder, pôr, ir.
VERBO TRAZ-ER
Presente Pretérito Perfeito Futuro
trag - o troux - e trar - ei
Outras classes de verbos:
- Verbos pronominais: são os que se utilizam acompanhados de um pronome pessoal.
Ex.: A aluna lê-o.
- Verbos pronominais reflexos: são os que se utilizam acompanhados dos pronomes
reflexos me, te, se, nos, vos, se (que coincidem com a pessoa do sujeito). Ex.: Ela
queixou-se do barulho dos colegas.
- Verbos defectivos: verbos cuja conjugação é incompleta, não se empregam todas as
pessoas gramaticais nem todos os tempos. Ex.: verbos chover, miar, cacarejar.
- Verbos principais: verbos de significação plena, nucleares de uma oração.
- Verbos auxiliares: verbos que se conjugam com os verbos principais, ou seja, verbos
que marcam a flexão verbal ao lado do principal; formam “os tempos compostos”, “a voz da
passiva” e “a conjugação perifrástica”.

Os Verbos principais podem ser de tipo:


- Impessoal – verbo que só se usa na 3ª pessoa do singular e não tem sujeito ou grupo
nominal. Ex.: Em Dezembro, nevou muito.
- Intransitivo – verbo principal que selecciona um sujeito mas não selecciona
complementos. Ex.: O Miguel sorriu.
- Transitivo directo – verbo principal que selecciona um sujeito e um complemento com a
função sintáctica de complemento directo. Ex.: O Pedro comprou um apartamento.
- Transitivo indirecto – verbo principal que selecciona um sujeito e um complemento com
a função sintáctica de complemento indirecto, de complemento preposicional ou ainda de
complemento adverbial. Exs.: A prenda agradou à Ana./ A Margarida vai a Paris. / A
Margarida vai lá.

O MODO DOS VERBOS


Os modos verbais esclarecem-nos sobre a forma como o falante encara o que diz.
Esta informação depende do modo em que se encontra a forma verbal. Existem cinco
modos:
- Modo indicativo: a acção expressa pelo verbo é encarada como uma realidade. Ex.:
Neste sábado acordei com o barulho da festa dos vizinhos.
- Modo conjuntivo: a acção expressa pelo verbo é encarada como uma possibilidade,
desejo ou dúvida. Ex.: À espera que o quarto de banho fique vago.
- Modo imperativo: a acção expressa pelo verbo é encarada como uma ordem,
conselho ou pedido. Ex.: Vai fechar a porta.
- Modo condicional: a acção expressa pelo verbo é encarada como uma hipótese que
depende de uma condição. Ex.: Se o primo não conhecesse o caminho poderiam
ter-se perdido.

A professora: Sofia Martinho 8


SÍNTESE GRAMATICAL

- Modo infinitivo: indica a acção em abstracto, como uma simples ideia. Ex.: Falar
nem sempre é fácil.

O TEMPO DOS VERBOS


As formas verbais servem, também, para situar a acção num tempo determinado. Para
isso, dividem-se em tempos verbais. Os três tempos verbais principais são:
- Presente: indica que a acção se situa no momento actual. Ex.: Ele está tão grande!
- Futuro: indica que a acção se há-de realizar depois do momento actual. Ex.:
Viajaremos para Bafatá amanhã.
- Pretérito: indica que a acção é anterior ao momento actual. Ex.: Fomos ontem à
escola.

O pretérito pode ser, no modo indicativo, de três tipos:


* Pretérito Imperfeito – designa um facto passado mas apresentado como
inacabado, sugere uma ideia de duração. Ex.: Elas tomavam o chá quando
chegámos.
* Pretérito Perfeito – exprime uma acção totalmente concluída antes do momento
do acto de fala. Ex.: A viagem foi óptima.
* Pretérito Mais-que-perfeito – exprime um facto anterior a outro também
passado. Ex.: Antes de chegares, já ele telefonara duas vezes a
perguntar por ti.

Nota: os tempos dos verbos podem ser simples ou compostos. Os tempos compostos
utilizam como auxiliares os verbos ter ou haver e o verbo principal aparece sempre no
particípio passado. Ex.: Eu tinha ouvido que não havia aulas.

O NÚMERO DOS VERBOS


O verbo está no singular quando se refere a uma pessoa, coisa ou animal. O verbo está
no plural quando se refere a mais de uma pessoa, coisa ou animal.

A PESSOA DOS VERBOS


O verbo apresenta três pessoas: a primeira, a segunda e a terceira.

A VOZ DOS VERBOS


A acção expressa pelo verbo pode ser apresentada de três formas: activa (acção
praticada pelo sujeito), passiva (acção sofrida pelo sujeito) e reflexiva (acção sofrida e
praticada pelo sujeito).

Aspecto verbal
Exprime a maneira como a acção ou o estado transmitido pelo verbo se apresenta no seu
desenvolvimento temporal:
- Valor aspectual perfectivo – a acção dá-se como realizada. Ex.: O João ouviu
música.
- Valor aspectual imperfectivo – a acção não está concluída (pretérito perfeito composto
do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo). Ex.: A Maria leu durante duas horas.
- Valor aspectual habitual – quando um determinado estado de coisas ocorre como
habitual. Ex.: Eu todos os serões leio um capítulo do romance.
- Valor aspectual genérico – quando refere uma pluralidade infinita de situações,
construídas como atemporais e verdadeiras em toda e qualquer situação de enunciação.
Ex.: Dois e dois são quatro.
- Valor aspectual pontual – a acção realiza-se num instante. Ex.: O Carlos caiu.

A professora: Sofia Martinho 9


SÍNTESE GRAMATICAL

- Valor aspectual durativo – acções que se realizam ao longo do tempo. Ex.: O artista
pintava o quadro.

Conjugação perifrástica
A conjugação perifrástica é constituída por um verbo principal no infinitivo ou no gerúndio
e um verbo auxiliar no tempo que se quer conjugar. Os verbos auxiliares da conjugação
perifrástica q se utilizam com mais frequência são: ir, vir, andar, dever, estar, deixar,
ter, haver, começar, -acabar, continuar.

A conjugação perifrástica confere ao verbo determinados sentidos como:


- Necessidade (ter de + infinitivo) – Ex: Tenho de trabalhar.
- Certeza (haver de + infinitivo) – Ex: Hei-de conseguir.
- Intenção ou proximidade de realização (estar para + infinitivo) – Ex: Estou para
partir.
- Realização futura (ir + infinitivo) – Ex: Vou ler.
- Realização prolongada (andar a, estar a + infinitivo ou gerúndio) – Ex: Ando a ler um
livro.
- Realização gradual (ir, vir + gerúndio ou infinitivo) – Ex: Vou lendo calmamente.
- Acontecimento simultâneo (estar a, ir a + infinitivo) – Ex: Ia a sair quando o telefone
tocou.
- Probabilidade ou dever (dever + infinitivo) – Ex: Devo ter esse livro.
- Possibilidade (poder + infinitivo) – Ex: Eles tinham sido avisados que podiam
reprovar.
- Início da realização (começar + infinitivo) – Ex: Nós começámos a correr.
- Momento final da acção (acabar de, deixar de + infinitivo) – Ex.: Eu acabei de fazer o
teste.

12. A Frase

Podemos definir uma frase como um conjunto de palavras que formam uma unidade de
sentido.
Uma frase pode ser constituída apenas por uma oração (estrutura com um só sujeito e um
só predicado - frase simples) ou por duas ou mais orações (frase complexa).

Nota: não identificar frase simples com frase de um só verbo, mas sim de um só predicado,
pois o predicado pode ser expresso por dois ou mais verbos, como é o caso dos tempos
compostos, da voz passiva e da conjugação perifrástica.

Período e Parágrafo

Sistematização

O período

O período é a frase ou conjunto de frases que se encontram entre dois pontos finais Pode conter uma
só oração (frase simples) mas, normalmente contém duas ou mais orações (frase complexa)

A professora: Sofia Martinho 10


SÍNTESE GRAMATICAL

O parágrafo

Quando necessitamos de fazer uma pausa mais longa – porque dentro do mesmo assunto vamos falar
de um outro aspecto, ou pretendemos demarcar uma ideia de outra, ou ainda porque mudamos de
assunto, embora dentro da mesma temática -mudamos de linha, deixando, normalmente, um espaço
em branco.

Estamos a abrir um novo parágrafo

Conectores

São os elementos que contribuem para uma maior coesão textual: conjunções e locuções
conjuncionais, advérbios e locuções adverbiais

Léxico

Sistematização

A principal influência na formação da língua portuguesa e o latim.


Mas se muitos termos chegaram ate nos através do latim clássico, o latim culto, o latim dos
escritores (via erudita), muitos outros chegaram através do latim vulgar, o latim falado
sobretudo por soldados e comerciantes fixados nos territórios conquistados (via popular)

Palavras Convergentes e Divergentes

Exemplo de palavras divergentes

Latim Via popular Via erudita


Cathedra Cadeira Cátedra
Cogitare Cuidar Cogitar
Integru Inteiro Integro
Matre Mãe madre
Oculu Olho Óculo
Superare Sobrar Superar

Exemplo de palavras convergentes:

Rio-nome (do latim rivu)


Rio-verbo rir (do latim rideo)

Evolução Fonética

Fenómenos Fonéticos

1- Queda espiscopu > bispo à aférese (queda de uma letra no início da palavra)
Manu > maÜs > mãos à síncope (queda de uma letra no meio da
palavra)
A professora: Sofia Martinho 11
SÍNTESE GRAMATICAL

Plenum > pleno à apócope (queda de uma letra no fim da palavra)

2- Adição scribere > escrever à prótese (acresenta-se uma letra no início da


palavra)
Humile > humilde à epêntese (acrescenta-se uma letra no
meio da palavra)
Ante_ > antes à paragoge (acresenta-se uma letra no fim da palavra)

3- àferia > feira à metátese (mudança de lugar de um som dentro


Transformação da sílaba ou da palavra)
ou Permatura ànostru > nosto > nosso à assimilação (um som, por
influência de outro q lhe é vizinho, torna-se igual ou
semelhante)
àliliu > lírio à dissimilação (sons iguais ou semelhantes
tornam-se diferentes)
àocto > oito à vocalização (transformação de uma consoante
em vogal)
à sonorização (transformação de uma consoante surda em
sonora)
àlacu > lagu (c > g)
Lupu > lobo (p > b)
Totu > todo (t > d)
àlana > lãa > lã à nasalação (uma vogal oral passa a nasal,
por influência de um som próximo –m e -n)
àluna > lÜa > lua à desnalação (perda da qualidade nasal de
um som, q assim se torna oral)
àCl clamare > chamar palatalização
àFl Cl flamma > chama (passagem de
àPl plumbu > chumbu um grupo de
àNi nh ciconia > cegonha consoantes n
àLi lh filiu > filho palatal a
àDi j hodie > hoje palatal)
àpede > pee > pé à contração-crase (duas vogais iguais
passa, a uma só)
àlege > lee > lei à contracção-sinérese (contracção de duas
vogais num ditongo)

Processos de queda ou supressão

Aférese

Supressão de um fonema no inicio da palavra

Exemplo: ainda > inda / atonitu > tonto

Síncope

Supressão de um fonema no meio da palavra

Exemplo: calidu > caldo / viride > verde


Apócope
A professora: Sofia Martinho 12
SÍNTESE GRAMATICAL

Supressão de um fonema no fim da palavra

Exemplo: Amore > amor / sic > si

Processos de adição

Prótese

Acrescentamento de um fonema no inicio da palavra

Exemplo: lembrar > alembrar / thunu > atum

Epêntese

Acrescentamento de um fonema no interior da palavra

Exemplo: humile > humilde / creo > creio

Paragoge

Acrescentamento de um fonema no final da palavra

Exemplo: flor > flore / ante > antes

Processos de alteração

Assimilação

Fonemas próximos tornam-se iguais (assimilação completa) ou semelhantes (assimilação


incompleta)

Exemplo: Persicu > pêssego / Ipse > esse

Dissimilação

É um processo de certo modo contrário à assimilação. Consiste em evitar dois sons iguais
ou semelhantes na mesma palavra, por isso um deles torna-se diferente ou desaparece

Exemplo: rostru > rosto / liliu > lírio

Nasalação

Um fonema oral torna-se nasal por influência de um fonema nasal

Exemplo: canes > cães / fine > fim

Desnasalação

Consiste na perda da ressonância nasal de algumas vogais

Exemplo: Bona > bõa > boa / cena > cea > ceia
A professora: Sofia Martinho 13
SÍNTESE GRAMATICAL

Vocalização

As consoantes passam a vogais

Exemplo: Multu > muito / octo > oito

Sonorização

As consoantes surdas entre vogais transformam-se nas consoantes sonoras


correspondentes.

Exemplo: amicu > amigo / totu > todo

Palatização

Um som ou grupo de sons torna-se palatal

Exemplo: planu > chão / flama > chama

Metáfese

Consiste em os fonemas mudarem de lugar, dentro da palavra. É um processo muito


importante, que ainda hoje se verifica com a frequência, nomeadamente na linguagem
popular.

Exemplo: semper > sempre / primariu > primeiro

Formação de Palavras

Derivação

Em que existe um radical e um ou mais afixos:

Chuvoso- chuv (radical) oso (sufixo)

Renovar- re (prefixo) nov (radical) ar (sufixo)

Composição

Em que existe mais de um radical ou palavra:

Amor-perfeito- amor (nome) perfeito (adjectivo)

Telecomunicação – tele (radical) comunicação (nome)


Palavras Primitivas e Derivadas

Palavras Primitivas

Chamam-se primitivas as palavras que não são formadas a partir de nenhuma outra

Exemplo: água, fazer, etc

A professora: Sofia Martinho 14


SÍNTESE GRAMATICAL

Palavras Derivadas

Chamam-se derivadas aquelas palavras que se formam a partir de outra – água, fazer – a
qual se juntou um ou vários prefixos ou sufixos:

Exemplo: aguadeiro, aguar, desaguar, desfazer, refazer

Derivação

Existem três processos de derivação propriamente dita:

-por prefixação
-por sufixação
-regressiva

Afixo: São os morfemas derivativos (prefixos e sufixos) que se juntam à palavra primitiva,
acrescentando uma nova tonalidade à significação primitiva

Prefixo:

É o afixo que se junta antes:

Exemplo: desfazer (des+fazer)

Sufixo

É o afixo que se junta depois:

Exemplo: aguar (água+ar)

Exemplos de Sufixos

Parassintese

Quando o prefixo e sufixo se aglutinam ao mesmo tempo ao radical, sem se poder conceber
uma palavra intermédia:

Exemplo: repatriar (re+pat+riar)

Composição

Aglutinação

É uma das formas de ligação de duas palavras primitivas.


Quando da ligação de duas palavras resulta uma palavra nova com apenas uma sílaba
acentuada, a palavra resultante diz-se composta por aglutinação

Exemplo: filho de algo > fidalgo / perna + alta > pernalta

Justaposição

É a outra forma de ligação de duas palavras primitivas.


A professora: Sofia Martinho 15
SÍNTESE GRAMATICAL

Quando as duas palavras mantêm a sua acentuação, dizemos que a nova palavra é
composta por justaposição.

Exemplo: arroz-doce / passatempo

Compostos eruditos

Existem, ainda na nossa língua, muitas palavras formadas por radicais gregos e latinos,
designadas por compostos eruditos.

Exemplo: termo-metro > termómetro

Relações Gráficas e Fonéticas

Homonímia

Quando temos duas palavras graficamente iguais, mas com origem e significados
diferentes, estamos perante palavras homónimas

Exemplo: O rio continuava a correr pelo leito / Rio sempre que ouço uma boa piada

Homofonia

Quando temos duas palavras com significados e grafia diferentes mas foneticamente iguais,
estamos perante palavras homófonas

Exemplo: Quando soar o sinal saímos / O esforço que fizemos fez-nos suar bastante

Homografia

Quando temos duas palavras com significados e pronúncias diferentes mas grafias
idênticas, estamos perante palavras homógrafas.

Exemplo: A PSP policia o bairro de Chelas / Toda a polícia tem farda azul

Paronímia

Quando temos duas palavras com significados diferentes mas foneticamente muito
próximas estamos perante palavras parónimas

Exemplo: Levo quatro livros / o meu quarto é grande

Hiperónimos e Hipónimos

Hiperónimos fruta roupa Vertebrados


Hipónimos Maçã Vestido Crocodilo
Cereja Casaco Tartaruga
Cenoura Luvas Rato
melancia saia Pássaro

Sintaxe

Coordenação e Subordinação
A professora: Sofia Martinho 16
SÍNTESE GRAMATICAL

Sistematização

Quando as palavras se organizam em frases obedecem a regras especificas (de


concordância, de ligação de frases, etc) e assumem determinadas funções (sujeito,
predicado, etc)

Os estudos dessas regras e funções designa-se por sintaxe

Quando a frase é complexa, as orações estão ligadas entre si através de um processo de


coordenação ou de subordinação.

Coordenação

É um processo de ligação de frases independentes que podemos associar de diversas


maneiras.

As frases assumem a designação de coordenadas, as conjunções designam-se por


coordenativas

Conjunções Coordenativas

Copulativas Adversativas Disjuntivas Conclusivas


E Mas Ou Logo
Nem Porém Ora..ora Pois
Não só…mas Todavia Quer…Quer Portanto
também Contudo Seja…seja Por conseguinte
Nem…nem

Conjunções Subordinativas

Temporais Quando, apenas, enquanto, antes


que, depois que, desde que, à
medida que…
Causais Porque, pois, como, visto que, já que,
pois que…
Concessivas Embora, ainda que, mesmo que,
posto que, se bem que, por mais
que, nem que…
Condicionais Se, caso, salvo se, desde que, a
menos que, a não ser que…
Finais Para que, a fim de que
Consecutivas (tal…) que, (tanto…) que, (tão…) que
Comparativas (mais, menos, maior, menor, melhor,
pior) do que, (tal) qual, como, assim
como, bem como, como se…
Integrantes Que, se (quando introduzem 1ª
oração que é sujeito ou complemento
directo da oração anterior)

Fenómenos Fonéticos
A professora: Sofia Martinho 17
SÍNTESE GRAMATICAL

1- Queda espiscopu > bispo  aférese (queda de uma letra no início da palavra)
Manu > maÜs > mãos  síncope (queda de uma letra no meio da
palavra)
Plenum > pleno  apócope (queda de uma letra no fim da palavra)

2- Adição scribere > escrever  prótese (acresenta-se uma letra no início da palavra)
Humile > humilde  epêntese (acrescenta-se uma letra no
meio da palavra)
Ante_ > antes  paragoge (acresenta-se uma letra no fim da palavra)

3- feria > feira  metátese (mudança de lugar de um som dentro


Transformação da sílaba ou da palavra)
ou Permatura nostru > nosto > nosso  assimilação (um som, por influência
de outro q lhe é vizinho, torna-se igual ou semelhante)
liliu > lírio  dissimilação (sons iguais ou semelhantes tornam-
se diferentes)
octo > oito  vocalização (transformação de uma consoante
em vogal)
 sonorização (transformação de uma consoante surda em
sonora)

lacu > lagu (c > g)

Lupu > lobo (p > b)

Totu > todo (t > d)


lana > lãa > lã  nasalação (uma vogal oral passa a nasal, por
influência de um som próximo –m e -n)
luna > lÜa > lua  desnalação (perda da qualidade nasal de um
som, q assim se torna oral)
Cl clamare > chamar palatalização
Fl Cl flamma > chama (passagem de um
Pl plumbu > chumbu grupo de
Ni nh ciconia > cegonha consoantes n
Li lh filiu > filho palatal a palatal)
Di j hodie > hoje
pede > pee > pé  contração-crase (duas vogais iguais passa, a
uma só)
lege > lee > lei  contracção-sinérese (contracção de duas
vogais num ditongo)

ACTO ILOCUTÓRIO
A professora: Sofia Martinho 18
SÍNTESE GRAMATICAL

Acto ilocutório directo - Indicado por uma leitura literal da estrutura gramatical e
semântica.

Exemplo:

Gostas de estudar?

- Estrutura gramatical: frase interrogativa

- Intenção: perguntar

Acto ilocutório indirecto – Indicado pela força ilocutória que o enunciado pode ter, num
contexto particular, dependendo da intenção do locutor.

Exemplo:

Podes ajudar-me a carregar esta caixa?

- Estrutura gramatical: frase interrogativa

- Intenção: pedir

Neste caso o locutor não ficará satisfeito se o alocutário se limitar a responder à


pergunta “Posso!”, não se movendo para o ajudar. Seria directo se o locutor dissesse
“Ajudas-me a carregar esta caixa, por favor”.

SEMÂNTICA LEXICAL

Léxico: Conjunto de palavras existentes na língua de uma comunidade ou de um locutor.

Semântica: Parte da Gramática que se dedica ao estudo das relações dos significados.

A professora: Sofia Martinho 19


SÍNTESE GRAMATICAL

§ Denotação: é o nome que designa o significado normal da palavra, mais usual e corrente.

§ Conotação: Conjunto de significações secundárias que se associam ao sentido fixo de uma


palavra, ao sentido denotativo.

Sentido Denotativo -cor escura ¬ Negro ® Sentido Conotativo - luto, tristeza, morte

§ Monossemia: Caracteriza as palavras que têm apenas 1 significado, as que se utilizam na


linguagem científica, por exemplo. (ex. eutrofização)

§ Polissemia: As palavras possuem vários significados relacionados entre si e só o contexto


permite identificá-los. (ex. estrela)

§ Hiperonímia: As palavras apresentam um sentido mais geral em relação a outras de significado


mais restrito – os hipónimos.

§ Hiponímia: Palavras de significado mais restrito em relação aos hiperonómios.

Hiperónimo Hipónimo
Árvore Macieira, laranjeira, pessegueiro, eucalipto

§ Holonímia: A palavra remete-se a um todo.

§ Meronímia: A palavra refere-se a uma parte da holonímia.

Holonímia Meronímia
Carro Porta, volante, pedais, pneus

§ Sinonímia: Palavras que têm idêntico significado, mas significante diferente. Ex.: contente –
alegre; fiel – leal; habitar – residir …

§ Antonímia: Palavras que se opõem pelo significado. Ex.: amor – ódio; doce – amargo; entrar –
sair; viver – morrer …

§ Homonímia: Palavras homónimas, têm a mesma pronúncia, mesma grafia e diferentes


significados. Ex.: rio (verbo rir) /rio (substantivo); são (verbo ser) /são (substantivo saudável); nós
(substantivo) /nós (1ªpessoa do plural).

§ Homofonia: Palavras homófonas têm igual som mas grafia e significados diferentes. Ex.:
conselho/ concelho; cela/sela; acento/assento…

A professora: Sofia Martinho 20


SÍNTESE GRAMATICAL

§ Homografia: Palavras homógrafas têm grafia idêntica mas significados e sons diferentes. Ex.:
andamos/andámos; fabrica/fábrica; sabia/sábia…

§ Paronímia: Palavras que têm significados diferentes mas aproximam-se pelo som e pela grafia.
Ex.: imigrante/emigrante; cumprimento/comprimento; imergir/emergir …

Campo Lexical: Conjunto de palavras que associadas entre si remetem para um domínio da realidade,
ou apresentam uma determinada noção.

Terra: solo, chão, montanha, planície…

Fogo: calor, brasa, sol…

Ar: Estrela, céu, planeta, sopro…

Praia: Guarda-sol, toalha, areia, conchas…

Campo Semântico: Diferentes significados que essa palavra adquire de acordo com o contexto em
que está integrada.

Estrela: corpo celeste, esquema, actor/actriz, animal marinho, nome próprio.

§ Neologia: Processo de inovação lexical, formam-se novas palavras que remetem a uma nova
realidade, ou as palavras existentes adquirem novos significados.

1. Empréstimos. Ex.: snobe, golfe, futebol, pacemaker…

2. Acronímia: formação de uma palavra a partir da junção de uma ou mais de uma sílaba de várias
palavras. Ex.: Fenprof, Sindetex…

3. Amálgamas: formar uma nova palavra a partir da fusão de duas outras ou mais. Ex.: Informática,
telemóvel, robótica…

4. Abreviação: Substituição de uma palavra por uma parte, que funciona como o sentido pleno
daquela. Ex.: Foto (fotografia), Metro (metropolitano), Prof. (professor) …

5. Siglas: Processo de formação de uma nova palavra pela redução ás iniciais de um conjunto de
palavras. Ex.: ONU, FCP, RTP, TAP

6. Abreviaturas. Ex.: séc.

7. Onomatopeias: criação de palavras a partir da imitação de sons ou movimentos que existem na


natureza. Ex.: Blá-blá, cocorococó, trrrim, zum zum ….

A professora: Sofia Martinho 21


SÍNTESE GRAMATICAL

....................................................................................................................................................................

EXERCÍCIOS
1. Faça corresponder as classes de palavras às respectivas definições.
a. palavra que exprime de forma condensada e espontânea
1. nome
sentimentos e emoções
b. palavra que precede o nome e que o especifica, indicando,
2. adjectivo por exemplo, o número, o género e a quantidade
c. palavra com que designamos ou nomeamos os seres em
3. verbo geral (pessoas, lugares, instituições, objectos, qualidades,
acções, estados,...)
4. determinante d. palavra que exprime acções, processos ou estados, situando-
os no tempo
e. modificador do verbo, do adjectivo, de outros advérbios e da
5. pronome
frase
f. modificador do nome, atribuindo-lhe qualidades e
6. advérbio propriedades
g. palavra que indica a quantidade exacta e o lugar que ocupa
7. numeral numa série
h. palavra que substitui ou remete para um nome, adjectivo,
grupo ou frase
8. interjeição
i. palavra invariável que relaciona duas orações ou dois termos
semelhantes da mesma oração
9. preposição
j. palavra invariável que pode introduzir frases, grupos nominais
e advérbios
10. conjunção

2. Indique a que classes pertencem os seguintes grupos de palavras.


a) calmo, livre, rápida, escolares, cansado ___________________
b) o (livro), estes (livros), nenhum (livro), que (livro)? ___________________
c) caneca, João, liberdade, rebanho, doenças ___________________
d) aqui, ontem, lentamente, talvez, não, muito ___________________
e) ai!, zás!, pimba!, oh! ___________________
f) empurraste, respira, esclarecemos, ilude, serei ___________________
g) dois, quinto, dobro ___________________
h) com, desde, apesar de, atrás de, para, por ___________________
i) nós, o vosso, ninguém, o quê?, cujo ___________________
j) e, mas, quando, embora, se, ou ___________________

A professora: Sofia Martinho 22

Vous aimerez peut-être aussi