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Maurel Behling I 2Flavio Jesus Wruck I 3Diego Barbosa Alves Antonio I ' João Luiz Palma Meneguci I ' Bruno Carneiro e Pedreiro
" Roberto Aporecido Cornevalli I ' Luiz Adriono Moio Cordeiro I BJuliono Gil1 9 Austeclinio Lopes de Forias Neto l 'Olineu Alberto Domit
" João Flóvio Veloso Silva
' Pesquisador na área de Sistemas Inteqrados de Produção e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossllvlpastorll. maurel.behllnq@embrapa br I ' Pesqui -
sador na área de Sistemas Aqrossllvipastoris da Embrapa Arroz e Feijão e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossl lvlpastorll,
ftavio.wruck@embrapa.br 1' Analista da área de Transferência de Tecnoloqla e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqro ssllvlpastorll.
dieqo.antonio@embrapa.br 1' Pesquisador da área de Fltotecnia da Embrapa Produtos e Mercado e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossllvlpastorll.
joaomenequci@hotmail.com I ' Pesquisador na área de Forraqicultura e Pastaqens da Embrapa Aqrossilvlpastorll, bruno.pedrelra@embrapa.br 1' Pesqu isadora na
área de Sistemas Inteqrados de Produção de Leite da Embrapa Aqrossilvipastorll, roberta .carnevalli@embrapa.br 1 'Pesquisador na área de Inteqração Lavoura-
-Pecuária-Floresta da Embrapa Cerrados, luiz.cordeiro@embrapa.br I ' Pesquisadora visitante da Embrapa Aqrossllvipastorll - PhD candidate, Instltute of Land Use
Economics in the Tropics and Subtropics/Universitat Hohenheim/Food Security Center, julianaqll@uol.com.br 1 ' Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da
Embrapa Aqrossilvipastoril, austerfarias@qmall.com I " Chefe Adjunto de Transferência de Tecnoloqla da Embrapa Aqrossilvlpastorll, Ilneu.domlt@qmall.com 1 " Che-
fe Geral da Embrapa Aqrossilvipastoril. joao.veloso@embrapa.br
I
Sist ema
I
Sist ema Silvipastoril
São três as modalidades de utilização
da iLP que se destacam: 1- fazendas
de pecuária, em que culturas de grãos
(arroz, soja ou milho) são introduzidas
Silviagrlcola
- -
ou de integração em áreas de pastagens para recuperar
ou de integração
Pecuária-Florest a
Lavoura-Floresta
(i PF)
a produtividade das pastagens; 2- fa-
(iLF)
zendas especializadas em lavouras de
t grãos e que utilizam gramíneas forra-
Figura 1 - Representação das associ ações entre os componentes dos sistemas de produção que formam as quatro
da forragem a ser usada na alimen-
m odalidades da estr atégia iLPF <adaptado de GARCIA, et aI., 2005) tação de bovinos ("safrinha de boi");
e 3- fazendas que, sistematicamente,
2.3.1 Integração Lavoura-Pecuária orgânica do solo e com a ocorrência adotam a rotação de pastagem/lavou-
(iLP ou Sistema Agropastoril) de insetos e doenças (principalmen- ra par a intensificar o uso da terra e se
A iLP integra os componentes agrí- te aquelas causadas por nematoides), beneficiar do sinergismo entre as duas
cola e pecuário em rotação. consór- (MACHADO, et aL, 2011). atividades. Esses sistemas podem ser
cio ou sucessão, na mesma área e no No sistema iLP, a produção de ali- praticados em parcerias entre "Iavou-
mesmo ano agrícola ou por múltiplos mentos ou de biomassa, para a produ- reiros" e pecuaristas (VILELA, et aL,
anos (BALBINO et aI. 2011a). Quando ção de energia, ocorre pelas mudanças 2006). Nesses casos, a propriedade é
se tem a produção de grãos + forragei- no uso da terra, marcadamente das dividida em partes e, durante determi-
ras + animais em uma mesma área, o áreas de pastagens de baixa produti- nados períodos preestabelecidos, as
foco é a oportunidade de fornecer "no- vidade. Essa alternativa de uso mais áreas de lavoura podem ser utilizadas
vos produtos e serviços" em uma área eficiente da terra é refo rçada pelo como áreas de pecuária e vice-versa.
que antes oferecia somente produtos baixo retorno econômico da pecuária O sistema "Santa Fé" e o sistema
de origem vegetal ou animal isolada- extensiva e da extensa área de pasta- "Barreirão" são exemplos típicos de
mente (figura 1). A iLP é a estratégia gens em degradação (MARTHA JR. et iLP. O primeiro, uti lizado para a for-
de iLPF mais utilizada no Brasil, e prin- aL, 2007). Assim , a oferta de produtos mação de "palhada" para o sistema de
cipalmente na região Centro-Oeste, em agrícolas e de bioenergia aumenta- Plan t io Direto de cu lturas de grãos, se
locais com a presença tanto de lavoura ria (sem, no entanto, promover novos fundamenta na produção consorciada
quanto de pecuária. Essa modalidade desmatamentos), assim como decres- de culturas de grãos (especialmente
tem boa aceitação, principalmente pe- ceriam as áreas de pecuária de baixa milho, sorgo, milheto ou arroz) com
los produtores de soja. produtividade ou degradadas; as quais forragei ras tropicais, pri ncipalmente
A iLP se torna cada vez ma is impor- são, muitas vezes, recuper adas por as do gênero Brochiorio spp., em áre-
tante pela dificuldade dos pecuaristas meio de atividades agrícolas mais efi- as de lavoura onde o solo fo i parcial ou
em investir na reforma de pastagens cientes, como: lavouras de grãos; fi- totalmente corrigido (KLUTHCOUSKI;
e pela complexidade que os agricul- bras; cana-de-açúcar; ou de pecuária AIDAR, 2003). O segundo é utilizado
tores encontram na recuperação do produtiva (MARTHA JR., 2008). para a reforma das pastagens degra-
potencial produtivo das lavouras, prin- Em sistemas de iLP, é preconizado o dadas ou improdutivas e embasado no
cipalmente em razão de problemas re- plantio de qramíneas forrageiras, prin- consórcio arroz-pastaqem (OLIVEIRA e
lacionados com a redução da matéria cipalmente do gênero Brochiorio spp. , YOKOYAMA, 2003).
Área 1: Fazenda Felicidade - municípiO de Novo Área 2: Fazenda Dom José - municípiO de Cana-
São Joaquim, MT rana, MT
Proprietário: Euclides Facchlnl Proprietário: Claudlr Slgnorlnl
Estratégia de iLP utilizada: soja, na safra e B. ruziziensis, em Área com pecuária: 30 ha.
sobressemeadura na safri nha (7 kg/ha de sementes puras e Estratégia de iLP utilizada: soja, na safra e B. ruziziensis,
viáveis aplicadas por avião) e com "boi safrinha" na sucessão na safrinha, implantada por semeadura direta (4 kg/ha de
da soja (figuras 2 e 3). sementes puras e viáveis), (figura 4).
Regiões onde o modelo é recomendado: região médio- Regiões onde o modelo é recomendado: região médio
-norte, Va le do Araguaia e demais regiões de lavouras onde a -norte, Vale do Araguaia e demais regiões de lavouras onde
semeadura do milho safrinha não é possível. devido ao menor a semeadura do milho safrinha não é possível. devido ao
período de precipitação. menor período de precipitação.
Figura 5 - Consórcio de milho com braquiária, no 5' ano agrlcola do sistema iLP,
que formou pasto de safrinha. Fazenda Certeza - Querência, MT. Fonte/ foto: Flá- Figura 6 - Integração pecuária-floresta com teca e B. brizontho CV. Marandu. Fa-
vio Jesus Wruck (16/ 06/ 2012) zenda Bacaeri - Alta Floresta, MT. Fonte/ foto: Maurel Behling (20/ 03/2011 )
Tabela 1 - Conflquraçoes de distâncias entre renques e percentaqem da area de forraqelras ocupada pelds arvores de tecd na Fazenda Bacaerl,
Alta Floresta MT
I
Configurações (m) Estande Flonestal (arvones ha ) Area Individual (m' arvore ' ) Ocupação da Area Florestal (%)
15 X 5 111 90 13.3
lBX3 185 54 11.1
20 X 2.5 200 50 la
20 X 3 157 50 10
22 X 3 152 55 9.1
15 X 2 222 45 22.2
15 X 4 167 60 10
Fonte: Antônio Francisco dos Passos - Fazenda Bacaeri, Alta Floresta, MT
Obs.: receitas obtidas com O corte das árvores aos 18 anos sem considerar a receita obtida com a pecuária. Recomenda- se a utilização do cenár io
conservador, ou seja, uma receita de RS 1.30 1, 11 ha ano" com as árvores de teca abatidas aos 18 anos mais a receita anual obtida com a pecuária
no sistema silvipastoril com teca, em média de R$ 270,00 R$ ha·'. A receita anual com a pecuária foi calculada partindo de arrendamento para 1.5
cabeça por hectare, por R$ 15,00 ao mês, pelos 12 meses do ano, mai s ou menos correntes atualmente na região de Alta Floresta, MT. Fonte: Antônio
Francisco dos Passos - Fazenda Bacaeri , Alta Floresta , MT
Figura 7 - Consórcio de seringueira com soja no 3' ano agrleola do sistema iLF. Fazenda Certeza-Querência, MT. Fonte/ foto: Maurel Behling (20/02/2012)
Tabela 3 - Produtividade (sacas ou m' ha l, receita e marqem liquida IR', ha l do Sistema de ILPF, em função da conflquraçao illnhas Simples,
duplas ou trl)lasl no ano aqmola 2010-11 (3" Ano Aqrlcolal Fazenda Gamada, Nova Canaã do Norte - MI, 2011
Componente Marqem
SIStema (árvores ha '/% da area em Receita da ILPF líquida da
Floresta" Lavoura*--*
floresta) ILPF
m] ha 1 R$ ha sacas ha ' R$ ha ' R$ ha ' R$ ha '
1. Eucalipto: linha única
24 720 50,3 (55,9) 1.861,47 2.581,47 1.062,78
(250/10,0)
4. Soja
58,3 2.157,10 2.157,10 905,49
(O / 0,0)
5. Eucalipto Solteiro
40 1200 1.200,00 503,27
(1666 / 100,0)
para o manejo dos animais; proteção e manejo de aguadas Os híbridos simples de milho (precoces ou superpreco -
e subdivisão em piquetes de forma adequada; momento ces) são os mais adequados aos cu ltivos em safrinha . Em al-
de entrada dos animais no sistema (o qual será regulado guns casos especia is, os híbridos duplos e mais tardios são
pela grossura das árvores e altura das plantas forrageiras); recomendados para a semeadura na safrinha, mas com me-
e densidade das árvores e taxa de lotação dos animais e nor uso de tecnologia.
administração do empreendimento Assim, na elaboração ~ Em Mato Grosso, o sorgo é uma alternativa recomenda-
do planejamento de um projeto de iLPF quatro perguntas da para cultivo em safrinha, especialmente em conjun to com
básicas devem ser respondidas: 1- O quê? (qua l raça; qual espécies forragei ras, em substituição ao milho em reg iões
espécie?); 2- Por quê? (finalidade e vantagens); 3- Como de menor duração do período chuvoso ou áreas de menor
implantar? (escolha da área, preparo do solo, arranJos, es- precipitação.
paçamentos, adubação, etc.); e 4- Como manejar? (cuida - 3.2.3 Escolha do componente forrageiro
dos zootécnicos, tratos culturais e silviculturais, proteção
~ Utilizar espécies que sejam tolerantes ao sombreamen to.
florestal. prevenção ao fogo, colheita e corte das árvores,
Alta tolerância : Paspa/um di/atatum, Paspa/um conjugatum,
etc)
Centrosema macrocorpum e Desmodium ovalifolium. Média
tolerância : Brochiaria brizantha, Brochiaria decumbens Stapf,
3.2 Características desejáveis na escolha dos Brochiaria humidico/a, Panicum maximum, Paspa/um plicatu-
componentes da iLPF /um , Paspa/um notatum, Ca/opagonium mucunaides, Centro-
sema pubescens, Pueroria phaseo/aides, Desmodium intortum,
A iLPF é um sistema de produção dinâmico e a escolha dos Neonotonia wightii e Baixa tolerância : Digitaria decumbens,
componentes (arbóreo, aqrícola, forrageiro e animal) deve Cynodon p/ectostachyus, Sty/asanthes guianensis e Macropti-
ser bastante criteriosa, pois os efeitos interativos de con- lium atropurpureum (Adaptado de SHELTO N et aL, 1987 por
vivência aparecem com o tempo e podem ser cumulativos GARCIA et aL, 2005).
(VENTURIM et aI. 2010). Portanto, os componentes a serem Utilizar espécies que sejam adaptadas às cond ições es-
utilizados em sistemas de iLPF devem ter características pecíficas do solo do local de cu ltivo. Solos de baixa fertil-
agronômicas, zootécnicas e silviculturais adequadas ao sis- idade : - as gramíneas: B. decumbens, B. humidic%, Andro-
tema a ser adotado. pogon goyonus (cv Planaltina) e as leguminosas Sty/osonthes
dos herbicidas nas faixas de lavoura para evitar problemas semeadora utilizada para a semeadura da soja , ajustan-
de deriva e, consequentemente, problemas de fitotoxi- do-a para semear uma linha de milho e outra de braqui-
cidade às árvores. Este problema é recorrente em áreas ária. Para isso, na linha do milho utiliza-se um disco para
de sistemas integrados onde o componente florestal está semear milho, e na linha de braquiária, um disco para
presente. semear sorgo. A adubação deve ser realizada apenas na
~ O controle de formigas cortadeiras deve ser preven- linha do milho; o que diminui a competição por nutrientes
tivo e iniciado, pelo menos, um mês antes do plantio das entre as duas culturas. As sementes da forrageira tam-
Integração lavoura-Pecuária-Floresta I 31 9 ~
bém podem ser misturadas ao adubo, desde que este não minosa com gramíneas forrageiras tropicais.
seja distribuido muito profundo Entretanto, essa mistura A semead ura defasada da forrageira, em relação à
deve ser realizada próximo do momento da semeadura, semeadura da cu ltura de grãos, pode promover redução
devido ao risco de sa li nização das sementes, e a conse- da competição entre os dois componentes do consórcio. A
quente perda de poder germinativo destas. As sementes semeadura da forrageira , entre 10 e 20 dias após a emer-
da forrageira também podem ser distribuídas a lanço,
gência da soja , elim inou a competição; e a produtividade
simultaneamente à semeadura do milho, mas em caixa
da soja não foi comprometida (SILVA et aI., 2005; MACHA-
adicional separada . Porém, se não houver chuva logo após
DO e CECCON, 2010). No entanto, quando a semeadura
a semeadura , a germinação da braquiária pode não acon-
é defasada, por um períOdO superior a três semanas, o
tecer, ou então as plântulas podem ter baixo crescimento
e, consequen t emente, diminuir a qualidade da cobertura desenvolvimento da forrage ira é afetado negativamente,
do solo. A quarta opção é a implantação do consórcio com com consequentes prejuízos à fase de pastagem do siste-
duas operações de semeadura, ou seja , uma operação ma de integração lavoura-pecuária (VILELA et aI., 2006)
para cada espécie, que devem ser realizadas no mesmo Outro ponto relevante é quanto ao monitoramento dos
sentido; entretanto , se deve ter o cuidado para não sobre- animais durante a estação seca. Se for o caso , pode ser
por as linhas da cultura granífera utilizada e, além disso, feita uma redução na taxa de lotação dos an imais na área
estas operações devem ser realizadas com o menor inter- e retirá-los ao final dessa estação; desta forma, manten-
valo de tempo possível. do uma quantidade de forragem para que haja deposição
O consórcio de milho com crotalária (menos divulga- suficiente de palhada para suprir a demanda do Sistema
do que o do o milho com braquiária) vem se mostrando
de Plantio Direto.
uma alternativa muito interessante para algumas regiões,
pois contribui para o controle de nematoides e mantém
a produção de grãos no mesmo nível obtido com o outro 4 Fontes de recursos para a
consórcio. implantação de projetos de iLPF
O consórcio de forrageiras com a soja , embora pos-
sa ser feito, é operacionalmente mais complicado e, em Durante a 15a Conferência das Partes (COP-15) realizada
determinadas situações, pode prejudicar sensivelmente em 2009, em Copenhague, Dinamarca, pela Convenção-
a produtividade de grãos ou de forragem. Nesse tipo de -Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o Bra-
consórcio, os herbicidas são utilizados em subdoses, o que sil assumiu o compromisso voluntário de reduzir as emis-
min im iza o seu uso excessivo, mas reduz a produtivida- sões de gases de efeito estufa (GEE), entre 36,1% e 38,9%
de de grãos; entretanto garante melhor estabelecimento até 2020. Dentre os itens deste compromisso, a agricultura
das forrageiras (VILELA, et aI. , 2006). brasileira protagoniza um papel especial, pOIS possui pro-
O consórcio soja-pastagem tem sido avaliado, porém cessos tecnológicos sustentáveis, como a iLPF e outros, que
os resultados obtidos ainda são inconsistentes. As redu- promovem a mitigação dos efeitos das mudanças climáti-
ções de produtividade da soja quando cultivada em con- cas, por meio da redução das emissões de GEE, sequestro e
sórcio com B. brizontho (cv Marandu) oscilaram entre 1% estoque de carbono na biomassa do solo (FRANCHINI et aI.,
e 74%, em comparação ao cultivo solteiro (KLUTHCOUSKI 2010; SALTON et aI., 2011)
Esses compromissos foram ratificados no artigo nO 12
e AIDAR, 2003). Essa gra nde variação na redução da pro-
da lei que institu i a Política Nacional sobre Mudanças do
duti vidade mostra que, mesmo assim, há possibilidade de
Clima - PNMC (Lei nO 12.187, de 29 de dezembro de 2009)
consórcio da soja com gramíneas forrageiras. As maiores
Consta nesta legislação que o Poder Executivo estabelecerá
produtividades da soja foram obtidas quando a braquiária
planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudan-
foi controlada com subdoses de herbicida.
ças climáticas visando à consolidação de uma economia de
A competição da gramínea foi mínima quando a soja foi
baixo consumo de carbono em vários setores da economia.
consorciada com forrageiras de pequeno porte e de lento Um exemplo é o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão
crescimento inicial, como o Capim Massai (híbrido natural
de Carbono), o qual contempla medidas que promovem a
entre Ponicum moximum x Ponicum infestum) (MACHADO expansão da adoção de tecnologias e sistemas de produção
e CECCON, 2010) Em razão dos altos custos de produção sustentáveis. Muitas das ações no Plano ABC estão previs-
de soja, até mesmo pequenas reduções na produtivida- tas para ser implementadas no período de 2010 até 2020
de podem comprometer a sustentabilidade econômica (BRASIL,2009)
do produtor. A adoção de soja transgênica, res istente ao Em 9 de dezembro de 2010, foi publicado o Decreto n°
herb icida glifosato, é uma alternativa que apresenta po- 7.390, que reg ulamenta os artigos 6°, 11 e 12 da Lei n°
tencial para aumentar o sucesso do consórcio desta legu - 12.187. Para efeito desta regulamentação, no caso especí-
Legenda
• URTs
• Limites estaduais do Brasil
+
3()olO' 18" 5
73<022' 46" W o
I
200400
I
Datum: WGS 1984
800Km
I
Figura 16 - Distribuição das unidades de referência tecnoLógica (URT) em sistemas de iLPF no Brasil (BALBINO et aL., 2011c)
o Estado de Mato Grosso possui uma área aproximada de ção Lavoura-Pecuária-Floresta (liqura 17). Do total de proprie-
500 mil hectares com iLPF. Resultados preliminares de uma dades levantadas no estudo, 89% realizam iLP; 5% iPF, 5% iLPF
pesquisa realizada recentemente em parceria com o Instituto e 1% iLF e o tamanho médio das propriedades que fazem in-
Mato-Grossense de Economia Aqropecuária (Imea) apontam teqração é de 3.936 ha, com cerca de 30% da área destinada
que 41 municípios possuem alqum tipo de projeto de Inteqra- para a iLPF.
AltaFtoresta
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1
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Figura 17 - Distribuição dos municípios de Mato Grosso onde há presença de projetos de iLPF em execução (GIL, 2013)
~ 322 I ~
Fundação MT Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014
Nos trabalhos de formação de agentes multiplicado- site www.cnpgl.embrapa.br/nova/silpf. tem como objetivo a
res contemplados em projetos de TT em iLPF e do Pla- organização e a disponibilização de informações sobre proje-
no ABC, realizados pela Embrapa e parceiros em 2012 tos Agropastoris, Silviagrícolas, Silvipastoris, e Agrossilvipas-
no Estado de Mato Grosso, houve a participação de 593 toris acompanhados pela Embrapa e por suas parceiras, em
assessores/consultores técnicos da iniciativa pública e todo o território nacional, dentro do projeto "Transferência
de Tecnologia para Sistemas de Integração Lavoura-Pecuá-
privada. As atividades foram desenvolvidas por meio de
ria-Floresta".
treinamentos realizados nas regiões dos municípios de
O Sistema é constituído de cinco módulos principais: 1)
Água Boa, Alta Floresta, Cáceres, Campo Novo do Pa-
Registro dos projetos iLPF (Integração Lavoura-Pecuária-Flo-
recis, Barra do Garças, Sinop, Querência e Rondonópo-
resta); 2) Gerenciamento de atividades; 3) Administração do
liso Em Sinop, também houve a realização do Simpósio
sistema; 4) Pesquisa; 5) Mapeamento geográfico.
de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (lo
O Sistema de Informação iLPF possui 185 projetos de iLPF
Encontro sobre iLPF - Mato Grosso e Goiás, de 29 a 31 cadastrados, sendo a maioria (49%) na região Sul. A região
de outubro de 2012) com a parceria do Mapa, CNPq, com menor participação é a região Norte, com apenas 10%
UFMT e Unemat. A partir de 2013 está prevista a con- dos projetos (figura 16).
solidação desse traba lho com a definição de um grupo
5.1.3 Boletim eletrônico "Integração"
de técn icos (50 a 100 técnicos) que serão capaCitados
O boletim eletrôn ico "Integração", que pode ser acessa-
e reciclados, de uma forma contínua, nas tecnologias
do pelo site boletimilpfcnpms.embrapa.br, é editado há dois
contempladas no Plano ABC, especialmente iLPF. Serão
anos pela equipe do Núcleo de Comunicação Organizacional
realizados de dois a três treinamentos/ano, nos quais
da Embrapa Milho e Sorgo, com a colaboração de jornalistas
serão abordados temas teóricos e práticos; inclusive de várias Unidades da Embrapa, e contém artigos, reporta-
sobre a elaboração e implantação de projetos técnicos. gens, informações sobre eventos e cursos, e é enviado men-
salmente para o e-mail (correio eletrônico) de mais de 11 mil
5.1 Fontes de informações sobre iLPF pessoas.