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Maurel Behling I 2Flavio Jesus Wruck I 3Diego Barbosa Alves Antonio I ' João Luiz Palma Meneguci I ' Bruno Carneiro e Pedreiro
" Roberto Aporecido Cornevalli I ' Luiz Adriono Moio Cordeiro I BJuliono Gil1 9 Austeclinio Lopes de Forias Neto l 'Olineu Alberto Domit
" João Flóvio Veloso Silva

1 Introdução nologia compa tível. no sentido de otimi zar a relação custol


benefício (BALBINO et aL, 20 11 a)
Assim, os agroecossistemas do sécu lo XXI devem ser
o Brasil é um dos países com maior potencial de ex- capazes de maximizar a quantidade de produtos agrícolas
pansão de área para atender a demanda crescente de ali- de elevada qualidade, ao mesmo tempo em que os recur-
mentos e de biocombustíveis (BROWN, 2004). Contudo, a sos do sistema são preservados (MARTHA JR. et aL, 2007)
abertura de novas áreas para expansão da fronteira agrí- Em síntese, os sistema s de produção sustentáveis são
cola é uma opção muito questionada pela sociedade. A in- aqueles manejados de forma a atender às necess idades do
tensificação do uso da terra em áreas já 'antropizadas' é presente; porém sem comprometer a habilidade das gera-
uma das alternativas mais aceitas pelos diferentes agentes ções futura s em satisfazer suas próprias necessidades. E
envolvidos com a questão do desenvolvimento sustentável isso deve ser feito através do manejo ético e responsável
da agricultura. No entanto, é pertinente ressaltar que um da terra, integrando o cresc imento, a provi são e a colhei-
sistema de produção intensificado não deve ser sinônimo ta de diferentes produtos; entretanto, sempre observando
de uso excessivo ou ind iscriminado de recursos produtivos, a conservação do solo, a qualidade da água e do ar; e a
e sim de uso eficiente e racional e com o emprego de tec- preservação do habitat da fauna si lvestre e da pesca tec-

' Pesquisador na área de Sistemas Inteqrados de Produção e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossllvlpastorll. maurel.behllnq@embrapa br I ' Pesqui -
sador na área de Sistemas Aqrossllvipastoris da Embrapa Arroz e Feijão e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossl lvlpastorll,
ftavio.wruck@embrapa.br 1' Analista da área de Transferência de Tecnoloqla e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqro ssllvlpastorll.
dieqo.antonio@embrapa.br 1' Pesquisador da área de Fltotecnia da Embrapa Produtos e Mercado e membro do Grupo Gestor de ILPF da Embrapa Aqrossllvlpastorll.
joaomenequci@hotmail.com I ' Pesquisador na área de Forraqicultura e Pastaqens da Embrapa Aqrossilvlpastorll, bruno.pedrelra@embrapa.br 1' Pesqu isadora na
área de Sistemas Inteqrados de Produção de Leite da Embrapa Aqrossilvipastorll, roberta .carnevalli@embrapa.br 1 'Pesquisador na área de Inteqração Lavoura-
-Pecuária-Floresta da Embrapa Cerrados, luiz.cordeiro@embrapa.br I ' Pesquisadora visitante da Embrapa Aqrossllvipastorll - PhD candidate, Instltute of Land Use
Economics in the Tropics and Subtropics/Universitat Hohenheim/Food Security Center, julianaqll@uol.com.br 1 ' Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da
Embrapa Aqrossilvipastoril, austerfarias@qmall.com I " Chefe Adjunto de Transferência de Tecnoloqla da Embrapa Aqrossilvlpastorll, Ilneu.domlt@qmall.com 1 " Che-
fe Geral da Embrapa Aqrossilvipastoril. joao.veloso@embrapa.br

~ 306 1 Fundação MT - Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014


nicamente correta. No entanto, a sustentabilidade será ve- Portanto, há muita expectativa sobre o potencial dos sis-
rificada apenas se o sistema preconizado for tecnicamente temas de iLPF como alternativa que permita alcançar pro-
eficiente, amb lentalmente adequado, economicamente vi- dutividade e, ao mesmo tempo, conservação. Porém, essa
ável, socialmente justo e aceito pela população (BALBINO capacidade somente será atingida se o manejo de cada um
et aL, 2011a) dos compartimentos solo-planta-animal estiver planejado
Deste modo, o caminho para o produtor rural moderno é para permitir a ocorrência das interações sinérgicas que
Investir na diversificação de culturas na propriedade Com são potencialmente capazes de ocorrer (ANGHINONI et aL,
a volatilidade dos preços, a instabilidade climática e os pro- 2012). Assim, o objetivo deste capítulo é apresentar infor-
blemas de pragas e doenças, o produtor rural precisa ver- mações técnicas sobre os sistemas de integração Lavoura -
ticalizar sua produção para não ficar refém de um produto -Pecuária-Floresta, desde a sua implantação e até as téc-
ou de uma única safra. Nesse contexto, além de verticalizar nicas de manejos que possibilitem o sinergismo entre os
e diversificar a produção, a iLPF é tecnicamente eficiente diferentes componentes do sistema.
e ambienta lmente adequada, pois preconiza: o manejo e
a conservação do solo e da água; o manejo integrado de
2 Definição de iLPF
insetos-praga, doenças e plantas daninhas; o respeito à ca-
pacidade de uso da terra; ao zoneamento climático agríco-
A iLPF é uma estratégia de produção que integra siste-
la; e ao Zoneamento Agroecológico. Além disso, o sistema
mas de produção agrícola, pecuário e f lorestal, em dimen-
também considera práticas redutoras de efeito estufa, tais
são espacial e/ou temporal, buscando efeitos sinérgicos
como: redução da pressão para abertura de novas áreas;
entre os componentes do agroecossistema para a susten-
diminuição da emissão de dióxido de carbono (CO,); seques-
tabilidade da unidade de produção (empresa rural), con-
tro de carbono; estímulo ao cumprimento da legislação am-
templando a sua adequação ambiental, a valorização do
biental, principalmente quanto à regularização das reservas
homem e do capital natural e a viabilidade econômica do
legais (regeneração ou compensação) e das áreas de pre-
sistema de produção (BALBINO et aL, 2011a). A iLPF tem
servação permanente; melhoria dos serviços ambientais;
como grande objetivo a otimização do sistema de uso da
adoção de boas práticas agropecuárias (BPA); e certificação
terra, visando atingir patamares cada vez mais elevados de
da produção e ampliação positiva do balanço energétiCO do
produtividade, qualidade do produto, qualidade ambiental e
sistema de produção.
competitividade; entretanto, sem a necessidade de desma-
O Brasil não é o único país que reconhece o potencial
tar novas áreas de florestas nativas.
dos sistemas de integração A Organização das Nações
A iLPF envolve sistemas produtivos e diversificados de
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO - da sua si-
origem vegetal e/ou animal (produção de grãos, carne, leite,
gla em inglês - Food and Agriculture Organization of the
fibras, agroenergia, produtos madeireiros e não madeirei-
United Nations) conSidera os sistemas iLPF como uma das
ros) realizados para mimetizar os processos fundamentais
vias sustentáveis para atingir o objetivo de alimentar nove
de ciclagem que ocorrem nos ecossistemas naturais, o que
bilhões de pessoas no ano de 2050. A FAO reconhece que a
assegura o reconhecido grau de sustentabilidade desses
estratégia iLPF, associada às boas práticas agropecuárias, é sistemas; os quais devem ser adequadamente planejados
capaz de incrementar a resiliência ambiental pelo aumen-
levando em conta os dife rentes aspectos socioeconôm icos
to da diversidade biológica, através de efetiva e eficiente e ambientais das unidades de produção. Estes sistemas po-
ciclagem e reciclagem de nutrientes (pela melhoria da qua- dem ser adotados por qualquer produtor rural (pecuarista,
lidade do solo); provimento de serviços ecossistêmicos; e agricultor ou silvicultor ), in dependentemente do tamanho
contribuição para adaptação e mitigação das mudanças da sua propriedade
climáticas (ANGHINONI et aL, 2012) Os sistemas de iLPF têm conqu istado espaço dentro das
Nessa nova ótica de sistemas de integração, se concreti- propriedades agrícolas no Brasil, pois permitem produzir ali -
za uma nova oportunidade para a agropecuária brasileira, mentos e madeira para diferentes finalidades (borracha, re-
através da iLPF, que pode ser empregada por qualquer pro- sina, tanino, óleos essenciais, energia , escoras, postes e toras
dutor rural, independentemente do porte da sua proprieda- para serraria) simultaneamente na mesma área, aumentan-
de (pequena, média ou grande). O sistema iLPF possibilita do a eficiência de uso dos fatores de produção (FRANCH INI
a ampliação da inserção social pela melhor distribuição de et aL, 2010; WILKINS, 2008 ; FRANZLUEBBERS, 2007). Nest es
renda e maior geração de empregos, aumento real de ren- sistemas, o com ponente floresta l representa uma poupança
da do produtor rura l e melhoria da imagem da produção para o produtor, uma vez que os custos podem ser menores
agropecuária e dos produtores brasileiros, pois concilia em razão da amortização oriunda das outras atividades as-
atividades produtivas com preservação do meio ambien- sociadas, sejam elas de lavouras ou pastagens.
te, aumento da competitividade do agronegócio brasileiro, Na iLPF são empregadas as Boas Prát icas Agropecuá rias
redução do processo migratório e estímulo à qualificação (BPA) para uso eficiente dos recursos de produção (água , luz,
profissionaL nutrientes e financeiros). Para tal, se aplica o conceito dos

Inteqração lavoura· Pecuária-Floresta I 307 ~


4Cs: colocar o componente certo, na Geração de empregos diretos e componente florestal está presente, de
época certa, no local certo, pelo moti- indiretos. forma que a distância entre os renques
vo certo (adaptado de ROBERTS, 2007). ~ Possibilidade de aplicação em di- de árvores e também entre as árvores
Cada um dos componentes da iLPF versos sistemas e unidades de pro- de cada renque possibilitem as opera-
(lavoura, pecuária e floresta) deve ser dução (grandes, médias ou pequenas ções de manejo agrícola, com maior
conduzido dentro de princípios técnicos propriedades rurais).
rend imento operacional e redução das
que permitam a maximização da produ- ~ Redução da pressão para aber-
manobras desnecessárias dentro dos
tividade sem perder de vista a susten- tura de novas áreas com vegetação
talhões.
tabilidade. nativa e melhoria da imagem pública
Treinamento e acompanhamento
Considerando a crescente demanda dos agricultores, perante a sociedade,
de técnicos (extensionistas/assesso-
por ali mentos, fibras e combustível pela atreladas à conscientização amb ien-
res/consultores) por meio de capaci-
sociedade, o intenso estresse financeiro tal.
global e as crescentes preocupações so- tações contínuas em sistemas de iLPF.
bre os impactos na qualidade da água e Vale ressaltar que há vários grupos
2.2 Limitações para adoção
do ar, a melhoria simultânea da produ- desses profissionais, tanto no país
daiLPF
tividade e da eficiência na utilização dos quanto no Estado de Mato Grosso,
recursos água, luz e nutrientes, incluin- participando de diferentes iniciativas
~ A gestão e o manejo dos sistemas
do a eficiência de utilização do capital e projetos que proporcionam essa ca -
de integração são mais complexos e
investido, é um objetivo essencial para pacitação.
requerem expertise (especialização)
a agropecuária brasileira. Os sistemas
em diferentes áreas técnicas da agro-
de iLPF associados às boas práticas de
pecuária. 2.3 Diferentes modalidades
manejo (SPD, cultivo mínimo e BPA) são
~ Os custos de implantação são re- de sistemas de iLPF
ferramentas essencia is para alcançar
lativamente elevados e o retorno do
esse objetivo.
investimento é gradativo, com retorno Na prática, há quatro modalidades
financeiro inicial menor. de sistemas integrados de produção,
2.1 Benefícios da iLPF as quais podem ser facilmente identi-
Existe limitação à mecanização e
menor rendimento operacional, devi- ficadas e, cada uma delas, é composta
~ Otimização e intensificação da ci- do à restrição ao trânsito de máquinas por um grande número de arranjos e
clagem de nutrientes no solo. imposto pelas árvores em sistemas modelos derivados de diferentes con-
~ Melhoramento da qualidade e con- mal dimensionados. dições econômicas, sociais e culturais
servação das características produti- Falta de capacitação de técnicos de quem as aplica. Assim, dentro do
vas do solo. e de produtores rurais, resu ltando na atual conceito de iLPF, estão contem-
~ Manutenção da biodiversidade e baixa motivação e preparo para ado- pladas: A- integração Lavoura-Pecuária
sustelllabilidade da agropecuária. (agropastoril); B- integração Pecuária-
ção da iLPF
~ Melhoria do bem-estar animal em -Floresta (silvipastoril); C- integração
decorrência do maior con forto térmi- 2.2.1 Como romper as limitações Lavoura-Floresta (silviagrícola); e D-
~ Implantar o sistema de forma gra- integração Lavoura-Pecuária-Floresta
co e melhor amblência.
~ Aumento na produção de grãos, dativa, com módulos menores, para (agrossilvipastoril), (figl,!ra 1)
carne, leite e produtos madeireiros e o ganho de experiência da equipe, e Os sistemas de integração corres-
não madeireiros. antes de ampliar para áreas maiores, pondem à interseção entre os siste-
Aumento da renda líquida do pro- com o objetivo de amortizar os custos mas exclusivos de produção (agricul-
dutor e/ou produ t ores mais capitali- de investimentos paulatinamente. tura, pecuária e silvi cultura) onde, por
zados. ~ Adotar componentes de maior exemplo, o sistema agrossi lvipastoril é
~ Estabilidade econômica com re- aceitação de mercado, bem como a junção dos três sistemas. O sistema
dução de ri scos e incertezas devido à aqueles de maior afinidade com o pro- se torna dinâmico e, em determinadas
diversificação da produção. dutor rural. fases de produção e de implantação,
~ Maior eficiência de uti lização dos Diversificar as culturas componen- são adotadas diferentes estratégias,
recursos (água, luz, nutrientes e capi- tes do sistema de produção visando re- levando em conta os diferentes
tal investido) e ampliação do balanço duzir os riscos da atividade. aspectos socioeconômicos e ambientais
energético. Utilizar todos os recursos disponí- das unidades de produção (figura 1).
~ Maior otimização dos processos e veis, de forma a otim izar a utilização Na verdade, estas diferentes modali-
dos fato res de produção. de máquinas, equipamentos e mão de dades de iLPF não são geralmente ado-
~ Redução da sazonalidade do uso obra disponíveis na propriedade rural. tadas isoladamente, mas sim seguidas
da mão de obra e do êxodo rural. ~ Dimensionar os arranjos, quando o em fases. Por exemplo, existem siste-

~ 308 I Fundação MT - Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014


mas de integração que são inicialmen- desta forma, se caracterizando, como consorciadas com culturas de grãos,
te adotados em uma fase silviagrícola, um todo, em um sistema agrossi lvipas- na safra ou safrinha, ou em suces-
migrando para uma fase silvipastoril e, toril (figura 1). são às culturas produtoras de grãos,
cultivadas em safrinha. Tal condição
possibilita, por exemplo, o estabeleci-
Agricultura Silvicultura Pecuária mento de sistemas que consistem em
uti liza r uma safra de soja (ciclo preco-
ce ou médio) seguida de uma safrinha
de milho ou sorgo (consorciados com
capim) e, na seca (junho-setembro/
outubro), uma "safr inha de boi"
(MARTHA JR. et aI. 2010)

I
Sist ema
I
Sist ema Silvipastoril
São três as modalidades de utilização
da iLP que se destacam: 1- fazendas
de pecuária, em que culturas de grãos
(arroz, soja ou milho) são introduzidas
Silviagrlcola

- -
ou de integração em áreas de pastagens para recuperar
ou de integração
Pecuária-Florest a
Lavoura-Floresta
(i PF)
a produtividade das pastagens; 2- fa-
(iLF)
zendas especializadas em lavouras de
t grãos e que utilizam gramíneas forra-

t ICulturas + Animai s I t geiras para melhorar a cobertura de


solo em sistema de Plantio Direto e, na
entressafra, a utilizam para a produção

Figura 1 - Representação das associ ações entre os componentes dos sistemas de produção que formam as quatro
da forragem a ser usada na alimen-
m odalidades da estr atégia iLPF <adaptado de GARCIA, et aI., 2005) tação de bovinos ("safrinha de boi");
e 3- fazendas que, sistematicamente,
2.3.1 Integração Lavoura-Pecuária orgânica do solo e com a ocorrência adotam a rotação de pastagem/lavou-
(iLP ou Sistema Agropastoril) de insetos e doenças (principalmen- ra par a intensificar o uso da terra e se
A iLP integra os componentes agrí- te aquelas causadas por nematoides), beneficiar do sinergismo entre as duas
cola e pecuário em rotação. consór- (MACHADO, et aL, 2011). atividades. Esses sistemas podem ser
cio ou sucessão, na mesma área e no No sistema iLP, a produção de ali- praticados em parcerias entre "Iavou-
mesmo ano agrícola ou por múltiplos mentos ou de biomassa, para a produ- reiros" e pecuaristas (VILELA, et aL,
anos (BALBINO et aI. 2011a). Quando ção de energia, ocorre pelas mudanças 2006). Nesses casos, a propriedade é
se tem a produção de grãos + forragei- no uso da terra, marcadamente das dividida em partes e, durante determi-
ras + animais em uma mesma área, o áreas de pastagens de baixa produti- nados períodos preestabelecidos, as
foco é a oportunidade de fornecer "no- vidade. Essa alternativa de uso mais áreas de lavoura podem ser utilizadas
vos produtos e serviços" em uma área eficiente da terra é refo rçada pelo como áreas de pecuária e vice-versa.
que antes oferecia somente produtos baixo retorno econômico da pecuária O sistema "Santa Fé" e o sistema
de origem vegetal ou animal isolada- extensiva e da extensa área de pasta- "Barreirão" são exemplos típicos de
mente (figura 1). A iLP é a estratégia gens em degradação (MARTHA JR. et iLP. O primeiro, uti lizado para a for-
de iLPF mais utilizada no Brasil, e prin- aL, 2007). Assim , a oferta de produtos mação de "palhada" para o sistema de
cipalmente na região Centro-Oeste, em agrícolas e de bioenergia aumenta- Plan t io Direto de cu lturas de grãos, se
locais com a presença tanto de lavoura ria (sem, no entanto, promover novos fundamenta na produção consorciada
quanto de pecuária. Essa modalidade desmatamentos), assim como decres- de culturas de grãos (especialmente
tem boa aceitação, principalmente pe- ceriam as áreas de pecuária de baixa milho, sorgo, milheto ou arroz) com
los produtores de soja. produtividade ou degradadas; as quais forragei ras tropicais, pri ncipalmente
A iLP se torna cada vez ma is impor- são, muitas vezes, recuper adas por as do gênero Brochiorio spp., em áre-
tante pela dificuldade dos pecuaristas meio de atividades agrícolas mais efi- as de lavoura onde o solo fo i parcial ou
em investir na reforma de pastagens cientes, como: lavouras de grãos; fi- totalmente corrigido (KLUTHCOUSKI;
e pela complexidade que os agricul- bras; cana-de-açúcar; ou de pecuária AIDAR, 2003). O segundo é utilizado
tores encontram na recuperação do produtiva (MARTHA JR., 2008). para a reforma das pastagens degra-
potencial produtivo das lavouras, prin- Em sistemas de iLP, é preconizado o dadas ou improdutivas e embasado no
cipalmente em razão de problemas re- plantio de qramíneas forrageiras, prin- consórcio arroz-pastaqem (OLIVEIRA e
lacionados com a redução da matéria cipalmente do gênero Brochiorio spp. , YOKOYAMA, 2003).

Integ ração Lavo ura-Pecuária-Ftoresta I 3 09 ~


Diversas espécies de forrageiras po- estratégia de menor complexidade, Na região Sul. principalmente na
dem ser utilizadas como pastagem. Em que agrega valor (como uma poupança zona do Planalto do Pampa Gaúcho,
Mato Grosso, especificamente, e em verde), pode também ser usada para a a iLF é o sistema predominante, com
outras áreas do Centro-Oeste, se des- recuperação das pastagens pelo pecu- cultivo de erva-mate, soja/milho e pas-
taca a utilização da soja, em rotação ou arista. tagem anual de inverno, com aveia-
em sucessão com as espécies forragei- O Paraná é o estado que apresenta -preta, azevém, ervilhaca ou milheto
ras de Brochiorio brizontho (cv Maran- o histórico mais antigo de experiências (BALBI NO et al, 2011 b).
du ou cv Piatã) e Brochiorio ruziziensis, com Sistemas Silvipastoris, onde estes
2.3.4 Integração Lavoura-Pecuária-
respectivamente. Na região Sul do Bra- já fazem parte dos sistemas produtivos
-Floresta (iLPF ou Sistema Agrossil-
sil há o predomínio de consórcios de locais; em particular nas proprieda-
vi pastoril)
culturas de grãos (aveia-branca, milho, des com pecuária de corte. A grevílea
O Sistema Agrossilvipastoril integra
soja ou trigo) em rotação com pasta- e espécies dos gêneros Euco/yptus e
os componentes agrícola, pecuário
gens anuais de inverno (aveia-preta, Corymbio representam a maior parte
e florestal em rotação, consórcio ou
azevém ou ervilhaca) e de verão (mi- da ocorrência de espécies florestais
sucessão, na mesma área (BALBINO
lheto) ou com pastagens perenes com- identificadas nesses sistemas. Tam-
et al, 2011a). A mais complexa das
postas por alfafa, festuca ou pensacola, bém foram observadas associações de
modalidades de integração representa
consorciadas ao trevo-branco, trevo- eucalipto e grevílea com espécies na-
uso intensivo do solo. Quando se tem
-vermelho e/ou cornichão. tivas, como a canafístula (Pe/tophorum
árvores + grãos + forrageiras + ani-
dubium TaubJ, a gurucaia (Poropiptode-
2.3.2 Integração Pecuária-Floresta mais na mesma área, o foco é a opor-
nio rigido), a guabiroba (Compomonesio
(iPF ou Sistema Silvipastoril) tunidade de oferecer "novos produtos
spJ, a aroeira (Schinus terebinthifo/io
O Sistema Silvipastoril se refere à e serviços" em uma área que antes
Raddi) e o ipê-amarelo (Tobebuio sp)
técnica de produção na qual se inte- oferecia somente produtos de origem
(RADOMSKI e RIBASKI, 2009)
gram árvores, forrageiras e os animais vegetal, animal ou silvícola isolada-
Em Mato Grosso, a iPF é indicada
que realizam o pastejo dentro desse mente (figura n Nesta modalidade, as
para áreas inaptas para lavouras de
consórcio (BALBINO et al, 2011a) opções de lavoura amortizam o custo
grãos (soja e milho), com impedimen-
Quando há a integração forrageiras + de implantação dos componentes
animais + árvores, o foco é a oportu- tos devidos à topografia e/ou tipo de
florestal e pecuáriO que, por sua vez,
nidade de oferecer "novos produtos e solo; e também para regiões onde a
geram renda ao médio e longo prazos;
serviços" (feno, carne, leite, madeira, logística seja impeditiva para a agricul-
deste modo equilibrandO a viabilidade
etc) na mesma área onde antes eram tura, ou seja, regiões tradicionalmente
econômica do sistema.
produzidos, isoladamente, apenas os utilizadas para a pecuária
A iLPF é indicada para áreas com
produtos de origem animal ou forra- 2.3.3 Integração Lavoura-Floresta múltiplas aptidões (lavoura, pecuária
geiras (figura n
Especificamente para (iLF ou Sistema Silviagrícola) e silvicultura) e para produtores rurais
o produto animal. a iPF tem efeito po- O Sistema Silviagrícola integra os adeptos aos novos conhecimenlos e
sitivo sobre o desempenho produtivo componentes florestal e agrícola, atra- aos novos desafios e que vislumbram,
e reprodutivo; o qual é dado pela con- vés da consorciação de espécies ar- neste sistema, a possibilidade de au-
dição mais saudável do ambiente pro- bóreas com cultivos agrícolas (anuais mentar o retorno econômico de sua
movido aos animais; e também pelos ou perenes), (BALBINO et al, 2011a). atividade.
ganhos relativos ao bem-estar e con- Quando se tem lavoura e árvores na Neste sistema, a utilização do com-
forto providos aos animais. Esses efei - mesma área, o foco é a oportunidade ponente lavoura pode ser transitória
tos são o resultado da forte redução na de produzir "novos produtos e servi- ou temporária, uma vez que, depen-
temperatura e na radiação solar que ços" em uma área que antes produzia dendo da densidade e/ou do arran-
ocorre sob as árvores; o que reduz a somente grãos (figura n Neste caso, a jo espacial das árvores, e a partir do
intensidade do metabolismo e, conse- lavoura amortiza o custo de implanta- segundo ano, o sombreamento do
quentemente, a quantidade de energia ção do componente florestal componente florestal pode interferir
requerida para manter a temperatura A iLF é indicada para sistemas onde a na produtividade da lavoura e da pas-
corporal (homeotermia). Altas tempe- espéCie florestal utilizada, por exemplo tagem. Entretanto, a utilização de es-
raturas, como as registradas em Mato a seringueira ou pu punha, não permite paçamentos mais amplos entre os ren-
Grosso, podem causar redução da libi- a entrada dos animais de grande porte ques (> 30 metros), o uso de espécies
do e da viabilidade espermática, assim (bovinos, bubalinos e/ou equinos), devi- florestais que possuam copas que per-
como alterar a ovulação, o estro, a con- do aos danos que estes podem causar mitem a transmissão de luz solar para
cepção e a sobrevivência do embrião. ao sistema de produção de produtos o sub-bosque e o uso de práticas de
A arborização das pastagens é sempre utilizados pela indústria de beneficia- manejo como a desrama e o desbaste
recomendada, pois, além de ser uma mento vegetal (borracha, palmito, etc). dos componentes arbóreos, ao longo

~ 310 1 Fu ndação MT - Boletim de Pesquisa de Soja 2013/2014


do seu ciclo, podem viabilizar a utilização de um compo-
nente agrícola (p. ex.: milho e/ou sorgo) por mais tempo no
sistema de inteÇJração.
Há sistemas de inteÇJração nos qua is a agricultura é de-
senvolvida para a produção de volumoso (silagem de milho
ou sorgo) e grãos, que serão utilizados para suplementa-
ção da alimentação das vacas leiteiras no período de seca,
ou então no confinamento de animais para a terminação.
Os animais, geralmente, não devem entrar na área agrí-
cola, mas os seus resíduos, tais como o esterco e a urina,
retornam à lavoura, para reposição de parte dos nutrientes
exportados (MACHADO et aL, 201 n

2.4 Exemplos de sistemas de iLPF

Em Mato Grosso, a iLPF vem ganhando importância atual-


mente. Sendo assim, a seguir são descritos alguns exemplos Figura 3 - Integração lavoura· pecuária com soja na safra e B. ruz;z;ens;s na safri -
nha em sobressemeadura. Fazenda Felicidade - Novo São Joaquim, MT. Fonte/
de sistemas implantados em diferentes locais do Estado, com foto: Marcelo Raphael Volf (24/03/2012)
o objetivo de validar a transferência dessa tecnologia.

Área 1: Fazenda Felicidade - municípiO de Novo Área 2: Fazenda Dom José - municípiO de Cana-
São Joaquim, MT rana, MT
Proprietário: Euclides Facchlnl Proprietário: Claudlr Slgnorlnl

Área com lavoura: 400 ha Área com lavoura: 145 ha.

Estratégia de iLP utilizada: soja, na safra e B. ruziziensis, em Área com pecuária: 30 ha.
sobressemeadura na safri nha (7 kg/ha de sementes puras e Estratégia de iLP utilizada: soja, na safra e B. ruziziensis,
viáveis aplicadas por avião) e com "boi safrinha" na sucessão na safrinha, implantada por semeadura direta (4 kg/ha de
da soja (figuras 2 e 3). sementes puras e viáveis), (figura 4).
Regiões onde o modelo é recomendado: região médio- Regiões onde o modelo é recomendado: região médio
-norte, Va le do Araguaia e demais regiões de lavouras onde a -norte, Vale do Araguaia e demais regiões de lavouras onde
semeadura do milho safrinha não é possível. devido ao menor a semeadura do milho safrinha não é possível. devido ao
período de precipitação. menor período de precipitação.

Figura 2 - Integração lavoura-pecuária com soja na safra e B. ruz;z;ens;s na safri-


nha em sobressemeadura. Fazenda Felicidade - Novo São Joaquim, MT. Fonte/
Figura 4 - Integração Lavoura-pecuária com soja na safra e B. ruziziensis na safri-
foto: Marcelo Raphael Volf (24/03/2012)
nha. Fazenda Dom José - Canarana, MT. Fonte/foto: Júlio César Franchini (2011)

tntegraçào Lavoura-Pecuária-Floresta I 311 ~


Area 3: Fazenda Certeza - município de Querên- Área 4: Fazenda Bacaeri - município de Alta
Cla, MT Floresta, MT
Proprietário: Neurl Norberto Wlnk Proprietário: Bacaeri Florestal Ltda. (Sócio-
-Gerente - Antônio Francisco dos Passos)

Área com lavoura: 1500 ha.


Área com pecuár ia: 180 ha, dos quais 44 ha são utilizados Área com silvicultura: 1500 ha com cultivo de teca (Tec-
no sistema iLP de rotação com a soja; 85 ha com pastos tono grondis U dos quais 1200 ha são adensados e 300 ha
permanentes (áreas inaptas para lavoura) ; e 51 ha com no sistema silvipastoril.
pastos formados na safrinha, através do consórcio milho ou
Área com pecuária 6700 ha de pa stagens utilizadas para
milheto com a forragei ra B. ruziziensis.
recria e engorda de animais, tanto da raça nelore (predo-
Estratég ia de iLP uti lizada: soja semeada nos 1500 ha,
minante) quanto an imais de cruza incerta, comprados de
na safra e pecuária desenvolvid a em 129 ha cu ltivados com
criadores.
B. brizontho (cv Marandu e cv Piatã); e, após a co lheita da
Área com silvipastoril: 300 ha, dos quais 297 ha são culti-
saf rinha , a maior parte do rebanho bovino é deslocado para
vados com teca e três hectares com mogno africano (Khoyo
os past os de safrin ha (formado pelos consó rcios de milho
ivorensis A. ChevJ
ou milheto com B. ruziziensis) ou para o sem iconfinamento
Estratégia de iPF utilizada: consórcio da forrageira B. bri-
visando à terminação, a qual é rea lizada com si lagem de
zontho (cv Marandu) com teca e mogno africano cultivados
milho, colhido na safrinha , e suplementada com minerais
em diferentes configurações, a entrada dos animais (bezer -
(figura 5).
ros) no sistema ocorre aos se is meses após o plantio das
Regiões onde o modelo é recomendado: regiões tra-
árvores (tabelas 1 e 2 e figura 6).
dicionais de lavouras ou em áreas próximas àquelas
trad iciona lmente ut ilizadas pa ra pecuária. Regiões onde o modelo é recomendado: regiões trad i-
cionais de pecuária e com solos de boa ferti lidade, devido à
necessidade de alta fertilidade exigida pelo cultivo da teca
e do mogno africano.

Figura 5 - Consórcio de milho com braquiária, no 5' ano agrlcola do sistema iLP,
que formou pasto de safrinha. Fazenda Certeza - Querência, MT. Fonte/ foto: Flá- Figura 6 - Integração pecuária-floresta com teca e B. brizontho CV. Marandu. Fa-
vio Jesus Wruck (16/ 06/ 2012) zenda Bacaeri - Alta Floresta, MT. Fonte/ foto: Maurel Behling (20/ 03/2011 )

Tabela 1 - Conflquraçoes de distâncias entre renques e percentaqem da area de forraqelras ocupada pelds arvores de tecd na Fazenda Bacaerl,
Alta Floresta MT
I
Configurações (m) Estande Flonestal (arvones ha ) Area Individual (m' arvore ' ) Ocupação da Area Florestal (%)

15 X 5 111 90 13.3
lBX3 185 54 11.1
20 X 2.5 200 50 la

20 X 3 157 50 10
22 X 3 152 55 9.1
15 X 2 222 45 22.2
15 X 4 167 60 10
Fonte: Antônio Francisco dos Passos - Fazenda Bacaeri, Alta Floresta, MT

~ 312 I Fundação MT · Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014


Tabela 2 • PrOjeCdO cJp (('fldf 105 de rpceltas obtidas com teca no slstem3 sllvlpastorll, prevlsao de corte raso com 18 anos na Faz:?nda Bacaerl,
Alta Floresta, MT

Cenários Projetados - Teca no Sistema Slivlpastorll


Item
PeSSimista Conservador Realista Otimista

Custo de Plantio R$ 3.000,00 R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.000,00

Custo de Manutenção R$ 6 .000,00 R$ 4.500,00 R$ 3.600,00 R$ 3.000,00

Custo extração x vendas R$ 4.000,00 R$ 4000,00 R$ 4.000,00 R$ 4000,00


Custo total (R$ ha" ) R$ 13000,00 R$ 10.500,00 R$ 9.100,00 R$ 8.000,00

DAP aos 18 anos (cm) 45 55 65 80

Altura Comercial (m) 5,8 6,8 9,2 11 ,5

Fator de forma 0,55 0,6 0,6 0,65

Árvores ha" (final) 65 70 75 80


Preço da tora (R$ m ' ) R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 700,00 R$ 1.000,00
Produtividade (m' ha" ) 33 67 81 300
Faturamento (R$ ha ' ) R$ 13190,00 R$ 33920,00 R$ 56.900,00 R$ 300000,00

Re sultado (R$ ha" ) R$ 190,00 R$ 23420,00 R$ 47.800,00 R$ 292.000,00

(R$ ha ' ano ') R$ 10.55 R$ 1.301,11 R$ 2.655,55 R$ 16.222,22

Obs.: receitas obtidas com O corte das árvores aos 18 anos sem considerar a receita obtida com a pecuária. Recomenda- se a utilização do cenár io
conservador, ou seja, uma receita de RS 1.30 1, 11 ha ano" com as árvores de teca abatidas aos 18 anos mais a receita anual obtida com a pecuária
no sistema silvipastoril com teca, em média de R$ 270,00 R$ ha·'. A receita anual com a pecuária foi calculada partindo de arrendamento para 1.5
cabeça por hectare, por R$ 15,00 ao mês, pelos 12 meses do ano, mai s ou menos correntes atualmente na região de Alta Floresta, MT. Fonte: Antônio
Francisco dos Passos - Fazenda Bacaeri , Alta Floresta , MT

Estratégia de iLF utilizada: consórcio de seringueira com soja,


Área 5: Fazenda Certeza - município de Querêncla, MT na safra e cultivo de milho ou milheto na safrinha, nos primeiros
ProprletarlO: Neurl Norberto Wlnk cinco anos do sistema. Com os resultados dos dois primeiros anos,
se estima que a lavoura custeará cerca de 70% da implantação e
da condução do cultivo da seringueira no sistema de iLF. A partir
do sexto ano, uma forrageira leguminosa com elevada tolerância
Área com silvicultura: 15 ha com o cultivo de seringuei- ao sombreamento será introduzida nas en trelinhas da seringueira
ra (visando à produção de látex) implantada em junho de visando à prestação de serviços ao sistema (figuras 7 e 8).
2009, no espaçamento de 8,0 m entre os renques x 2,5 m Regiões onde o modelo é recomendado: regiões tradicionais de
entre as plantas. lavouras.

Figura 7 - Consórcio de seringueira com soja no 3' ano agrleola do sistema iLF. Fazenda Certeza-Querência, MT. Fonte/ foto: Maurel Behling (20/02/2012)

Integração Lavoura ·Pecuári a· Floresta I 313 ~


vouras para produção de graníferas (arroz no primeiro ano e soja
Area 5: Fazenda Gamada - munlclplo Nova no segundo e no terceiro ano) nos três primeiros anos agrícolas
CanaiÍ do Norte, MT do sistema. Na safrinha do terceiro ano agrícola, as forrageiras
Proprietário: Mario Wolf Filho B. brizontho (cv Piarã), B. ruziziensis e o Híbrido Convert HO fo-
ram introduzidas em talhões de 5 ha onde, 50 dias depois, foi
iniciado o pastejo rotativo dos bovinos de corte, resultantes do
cruzamento das raças Rúbia Gallega com Nelore (Fl), na fase de
Área com sistema agrossilvipastoril: 70 ha cultivados com eu-
recria (tabelas 9 a 13). Os resultados agroeconômicos obtidos no
calipto, teca , paricá e pau-de-balsa, implantadas em janeiro de terceiro ano agrícola, dentro dos três sístemas íLPF são mostra-
2009, em diferentes configurações (arranjos de iLPF) dos na tabela 3.
Estratégia de iLPF utilizada: consórcio de diferentes espécies Regiões onde o modelo é recomendado: regiões tradicionais
florestais (eucalipto, teca, pau-de-balsa e pinho cuia bano) com la- de lavouras e que estejam próximas às áreas com pecuária

Tabela 3 - Produtividade (sacas ou m' ha l, receita e marqem liquida IR', ha l do Sistema de ILPF, em função da conflquraçao illnhas Simples,
duplas ou trl)lasl no ano aqmola 2010-11 (3" Ano Aqrlcolal Fazenda Gamada, Nova Canaã do Norte - MI, 2011
Componente Marqem
SIStema (árvores ha '/% da area em Receita da ILPF líquida da
Floresta" Lavoura*--*
floresta) ILPF
m] ha 1 R$ ha sacas ha ' R$ ha ' R$ ha ' R$ ha '
1. Eucalipto: linha única
24 720 50,3 (55,9) 1.861,47 2.581,47 1.062,78
(250/10,0)

2. Eucalipto: linhas duplas


28,2 846 39,9 (51,0) 1,477,52 2.323,52 1.070,13
(435/21.7)

3. Eucalipto: linhas triplas


31.5 945 32,3 (46,6) 1.194,87 2.139,87 931,42
(577 /30,7)

4. Soja
58,3 2.157,10 2.157,10 905,49
(O / 0,0)

5. Eucalipto Solteiro
40 1200 1.200,00 503,27
(1666 / 100,0)

* Estimativas realizadas em maio/2011


** Produtividade estimada pelo Proqrama Sis-Eucalipto (Embrapa Floresta) para reqime de manejo visando corte final aos 7 anos. Valor da lenha para
floresta "em pé": 30,00 R$ m '.
*** Valor da soja: 37,00 R$ saca" .

Figura 9 - Consórcio de soja com eucalipto no 2' ano agrfcola do sistema de


Figura 8 - Consórcio de seringueira com soja no 3' ano agrícola do sistema iLF. iLPF. Fazenda Gamada - Nova Canaã do Norte, MT, Fonte/foto: Embrapa Agros-
Fazenda Certeza - Querência, MT, Fonte/foto: Maurel Behling (20/02/2012) silvipastoril (02/12/2010)

~ 314 I Fundação MT · Boletim de Pesquisa de Soja 2013/2014


Figura 13 - Consórcio de pinho cuiabano, na configuração de linha simples, com
B. ruziziensis no 4' ano agrlcola do sistema iLPF sendo pastejada por bovinos
Figura 10 - Consórcio de soja com eucalipto no 2' ano agrícola do sistema de corte (Rúbia Galiega x Nelore) na fase de recria. Fazenda Gamada - Nova
de iLPF. Fazenda Gamada - Nova Canaã do Norte, MT. Fonte/foto: Embrapa Canaã do Norte, MT. Fonte/foto: Embrapa Agrossilvipastoril (11/04/2012)
Agrossilvipastoril (20/02/2011)

Área 7: Fazenda Dona Isablna - municípiO de


Santa Carmem, MT
Proprietário: ACJenor Vicente Pellssa

Área com sistema agrossilvipastoril: 10 ha cultivados com


eucalipto e mogno africano, implantadas em dezembro/201O,
em diferentes configurações.
Estratégia de iLPF utilizada: consórcio de eucalipto (quatro
materiais distintos) e mogno africano com lavouras granífe-
ras (arroz no primeiro ano e feijão caupi e soja no segundo e
no terceiro ano) nos três primeiros anos agrícolas do sistema.
Na safrinha do terceiro ano agrícola foram introduzidas duas
espécies de gramíneas: capim colonião (Ponicum moximum
Figura 11 - Integração lavoura-pecuária-floresta, cruzamento industrial (Rúbia Jacq., cv Massai) e braquiária (B. brizontho, cv Piatã) em con-
Galiega x Nelore), B. ruziziensis e eucalipto nos 3,5 anos do sistema. Fazenda
Gamada - Nova Canaã do Norte, MT. Fonte/foto: Embrapa Agrossilvipastoril sórcio com o milho; com o pastejo de ovinos iniciado aos 30
(30/07/2011) dias após a colheita do milho (figuras 14 e 15).
Regiões onde o modelo é recomendado regiões tradicio-
nais de lavouras e também para a reforma de pastagens de-
gradadas utilizando o cultivo do arroz.

Figura 12 - Consórcio de eucalipto (H13), na configuração de renques triplos,


com B. brizontho cv. Piatã no 4' ano agrlcola do sistema de iLPF sendo paste- Figura 14 - Consórcio de mogno africano (24 x 6 m) com feijão caupi no 2' ano
jada por bovinos de corte na fase de recria. Fazenda Gamada - Nova Canaã do agrlcola do sistema de iLPF. Fazenda Dona Isabina - Santa Carmem, MT. Fonte/
Norte, MT. Fonte/foto: Embrapa Agrossilvipastoril (11/04/2012) foto: Diego Barbosa Alves Antonio (11/04/2012)
contemplem o componente arbóreo (si lviaGrícola, silvi-
pastoril ou aqrossilvipastorill será reconhecida como uma
propriedade que está, seGuramente, utilizando a estraté-
Gia iLPF (BALBINO et aI., 2011a) O que confirma que a
estratéGia iLPF, incontestavelmente , contribui para a sus-
tentabilidade da aGricultura brasileira.
Sendo assim, descrevemos, a seGu ir, alGuns passos bá-
sicos para a implantação da estratéGia iLPF:

Passo 1 - Diagnóstico da propriedade


Antes de se iniciar o projeto, o produtor rural deverá
buscar o apoio de um consul tor técnico, ou um extensio-
nista capacitado para tal, com o fim de levantar a situ -
, ação atual das atividades desenvolvidas na propriedade.
É esse diaGnóstico que irá possibilitar o planejamento e

Figura 15 - Consórcio de mogno africano (24 x 6 m) com soja (BRSMG 8llC) no


o estabelecimento dos objetivos, metas, cronoGrama de
3' ano agrícola do sistema de iLPF. Fazenda Dona Isabina - Santa Carmem, MT. atividades e avaliação dos resultados do sistema de iLPF.
Fonte/foto: Flávio Jesus Wruck (18/01/2013)
Algumas informações que devem ser levantadas nesse
diaGnóstico são as condições edáficas (relevo, textura,
classificação, atributos de fertilidade, vegetação atual,
3 Implantação de Projetos de etc.), as cond ições climáticas (temperatura máxima, mé-
iLPF dia e mínima, pluviosidade, insolação, etc.); a disponibi-
lidade de máquinas e implementos (tratores, arados,
pu lverizadores, semeadoras, colhedoras, etc.); a infraes-
A visão consensual do sistema de iLPF é de ser uma
trutura (cercas, curral, silos, barracão, etc.); o cus to da
estratéGia Gerencial que inteqra sistemas de produção
aGrícola , pecuáría e florestal, em dimensão espacial e/ou mão de obra e recursos financeiros; o interesse do pro-
temporal, buscando os efeitos sinérGicos entre os com- dutor pelo sistema; e o mercado reGional e/ou local para
ponentes do aGroecossistema no sentido de maximizar a a comercialização dos diferentes produtos Gerados pelos
sustentabilidade da unidade de produção, contemplando componentes do sistema.
a sua adequação ambiental e a valorização do capital na- Passo 2 - Planejamento da iLPF dentro da propriedade
tural. Ao final do diaGnóstico, o técnico e o produtor rural
Para a adequação ambiental se torna fundamental o
terão o conjunto de informações necessárias à avaliação
atendimento à legislação ambiental do pa ís, conforme o
dos neGócios desenvolvidos na propriedade, tanto do pon-
estado onde a propriedade esteja localizada. Deste modo,
to de vista técnico quanto do ponto de vista econômico.
em linhas gerais, para que a propriedade adote a estraté-
Assim, munidos dessas informaçôes, estes dois, em con-
Gia iLPF deve estar adequada ao que preconiza o CódiGo
junto, poderão desenvolver o planejamento da proprieda-
Florestal, especialmente, no que diz respeito à Reserva
de de forma a contemplar os novos sistemas produtivos
LeGal (RU e às Áreas de Preservação Permanente (APP)
possíveis de serem executados, tendo como base a iLPF.
e, além disso, aos preceitos impostos pelas boas práticas
aqrícolas, no que tange ao uso e descarte de emba lagens Passo 3 - Projeto técnico
de produtos químicos, controle de erosão e controle dos O projeto técnico é função das características da pro-
resíduos das atividades desenvolvidas, dentre outros. priedade, e é obtido a partir do diaGnóstico feito anterior-
No que diz respeito aos sistemas de produção, por si, foi mente. Nesta etapa, o produtor rural, com a orientação
estabelecido que devem incorporar as modernas práti - do técnico assistente, deverá eleGer o sistema produtivo
cas aGropecuárias, em especial o Sistema Plantio Dire- ou modalidade de iLPF que será adotada na propriedade.
to (SPD), a Fixação BiolóGica do NitroGênio Atmosférico
(FBN), o Sistema de Cultivo Mínimo (para as árvores) e Passo 4 - Implantação, acompanhamento e avaliação
a int egração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) formando do projeto
sistemas de produção com baixa emissão de carbono. Como se trata de uma prática tecnológica ainda em
Resumindo de forma didática, isso significa que: uma fase de in trodução na propriedade, o produtor deverá es-
propriedade que esteja com a sua APP proteGida e a sua tar atento ao cumprimento de todas as etapas previstas
RL averbada e, além disso, faça uso de boas práticas na implantação do sistema de inteGração, conforme pre-
aGropecuárias e produza com base em um conjunto de conizado nos sistemas de produção disponíveis nos cen-
sistemas como SPD, iLP (aqropastorill ou sistemas que tros de referência mencionados ao final desta publicação.

~ 316 I fundação MT - Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/201 4


3.1 Cuidados que devem ser tomados na 3.2.1 Escolha do com ponente agríc ola a ser semeado na
combinação dos diferentes componentes da safra (no caso da soja)
iLPF ~ Utilizar cultivares recomendadas para a região de cultivo.
~ Existência de grande demanda por cultivares de ciclo de
Na elaboração do planejamento de um projeto de iLPF, maturação precoce (principalmente visando diminuir a ne-
deve-se levar em consideração as segu intes informações: cessidade de pulverizações adicionais com fungicidas para o
~ Aspectos relativos ao manejo e ambiência animal (re- controle da ferrugem asiática) e também para per mitir um
banho) segundo cultivo (em safr inha) durante o período chuvoso
Trânsito de máquinas e implementos (rendimento ope- (SOUZA et aL, 2008)
racional). Utilizar cultivares de cic lo precoce que, por sua vez, preci -
~ Conservação da água e do solo com o uso de boas prá- sam apresentar porte adequado (de preferência cultivares de
ticas culturais (SPD, cultivo mínimo e BPA). hábito indeterminado). Uma cultivar de hábito indeterminado
~ Procurar montar arranjos mais simples: pode, inclusive, dobrar o porte atingido no primeiro estádio
plantar renques, em que as árvores são plantadas feno lógico (TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA, 2008).
em faixas compostas por linhas simples ou com múltiplas ~ Utilizar cultivares com maior resistência à chuva na
linhas; co lheita. A resistênc ia dos qrãos de soja às intempéries,
os renques devem ser plantados na direção leste- durante o período de co lheita é uma característica de fun -
-oeste, em áreas de relevo plano, ou em curva de nível. em damental importância para o cultivo desta leguminosa, es-
áreas de relevo acidentado; priorizando sempre a conser- pecialmente para as cultivares de cic lo precoce, quando cul-
vação do solo; tivadas em áreas com altas precipitaçôes pluviométricas no
os arranjos podem ser ajustados de acordo com fim do ciclo de cu ltivo.
a prioridade preestabelecida para os produtos a serem dis-
3.2.2 Esc olha do componente agrícola a ser semeado na
ponibilizados
safrinha (m ilho e sorgo)
No planejamento do sistema de iLPF devem ser consi-
~ É essencial que a variedade ou híbrido cultivado (milho)
derados alguns fatores importantes para a manutenção da
tenha elevada altura de inserção da espiga para permiti r que
sustentabilidade, da produtividade e da adoção da tecno lo-
a colheita ocorra sem interferência das plantas forrage iras
gia pelos produtores: mercado para os produtos a serem
obtidos (madeira, grãos e carne); infraestrutura adequada cultivadas em consórcio (ALVARENGA et aL, 2006).

para o manejo dos animais; proteção e manejo de aguadas Os híbridos simples de milho (precoces ou superpreco -

e subdivisão em piquetes de forma adequada; momento ces) são os mais adequados aos cu ltivos em safrinha . Em al-
de entrada dos animais no sistema (o qual será regulado guns casos especia is, os híbridos duplos e mais tardios são
pela grossura das árvores e altura das plantas forrageiras); recomendados para a semeadura na safrinha, mas com me-
e densidade das árvores e taxa de lotação dos animais e nor uso de tecnologia.
administração do empreendimento Assim, na elaboração ~ Em Mato Grosso, o sorgo é uma alternativa recomenda-
do planejamento de um projeto de iLPF quatro perguntas da para cultivo em safrinha, especialmente em conjun to com
básicas devem ser respondidas: 1- O quê? (qua l raça; qual espécies forragei ras, em substituição ao milho em reg iões
espécie?); 2- Por quê? (finalidade e vantagens); 3- Como de menor duração do período chuvoso ou áreas de menor
implantar? (escolha da área, preparo do solo, arranJos, es- precipitação.
paçamentos, adubação, etc.); e 4- Como manejar? (cuida - 3.2.3 Escolha do componente forrageiro
dos zootécnicos, tratos culturais e silviculturais, proteção
~ Utilizar espécies que sejam tolerantes ao sombreamen to.
florestal. prevenção ao fogo, colheita e corte das árvores,
Alta tolerância : Paspa/um di/atatum, Paspa/um conjugatum,
etc)
Centrosema macrocorpum e Desmodium ovalifolium. Média
tolerância : Brochiaria brizantha, Brochiaria decumbens Stapf,
3.2 Características desejáveis na escolha dos Brochiaria humidico/a, Panicum maximum, Paspa/um plicatu-
componentes da iLPF /um , Paspa/um notatum, Ca/opagonium mucunaides, Centro-
sema pubescens, Pueroria phaseo/aides, Desmodium intortum,
A iLPF é um sistema de produção dinâmico e a escolha dos Neonotonia wightii e Baixa tolerância : Digitaria decumbens,
componentes (arbóreo, aqrícola, forrageiro e animal) deve Cynodon p/ectostachyus, Sty/asanthes guianensis e Macropti-
ser bastante criteriosa, pois os efeitos interativos de con- lium atropurpureum (Adaptado de SHELTO N et aL, 1987 por
vivência aparecem com o tempo e podem ser cumulativos GARCIA et aL, 2005).
(VENTURIM et aI. 2010). Portanto, os componentes a serem Utilizar espécies que sejam adaptadas às cond ições es-
utilizados em sistemas de iLPF devem ter características pecíficas do solo do local de cu ltivo. Solos de baixa fertil-
agronômicas, zootécnicas e silviculturais adequadas ao sis- idade : - as gramíneas: B. decumbens, B. humidic%, Andro-
tema a ser adotado. pogon goyonus (cv Planaltina) e as leguminosas Sty/osonthes

Integ ração Lavoura- Pecuária-Floresta I 31 7 ~


spp. e C%pogonium spp. Áreas com drenagem deficiente : realidade do produtor, o qual pode utilizar animais de pe-
B. humidic%, Pennisetum purpureum (Setárias), Pospo/um on- queno, médio e grande porte (galinhas, ovinos, caprinos e/
trotum (Capim Pojuca) e Digitaria decumbens (Pangola). Áreas ou bovinos). De maneira geral há o predomínio da utilização
encharcadas B. mutico, B. orrecta, o híbrido natural dessas de bovino s na iLPF, dando preferência à utilização de animais
duas espécies (Tangola) e Echinoch/oo po/ystochyo (canarana). precoces obtidos em rebanhos que prezam pelo melhora-
Áreas com declive : B. decumbens, B. brizontho, B. humidic%, mento genético de raças puras ou animais oriundos de cru-
Cynodon docty/on (Tiftons) e Cynodon P/ectastachyus (Estrela zamentos industriais. Assim, recomenda-se:
Africana). Áreas onde a ocorrência de cigarrinha-das-past- ~ Adquirir bezerros e bezerras para recria e engorda, já
agens é muito alta : B. brizontho (cv Marandu e cv Piatã), A. que o Investimento inicial é menor e estas categorias têm
goyonus (cv Planaltina e cv Baeti), P moximum (cv Tanzânia e alto potencial de ganho de peso (MACHADO et aI., 2011a)
cv Massai) Áreas arenosas : Ponicum, Brochiorio, Andropogon • Buscar os incentivos relativos ao "programa de novilho
e 5ty/osonthes. precoce" nos estados onde há essa modalidade, já que nos
• Se o objetivo for apenas produzir palhada, mas sem a fi- sistemas de iLPF há grande disponibilidade de forragem de
nalidade de utilizar a área também para o pastejo, a gramí- boa qualidade e bem distribuída ao longo do ano (MACHADO
nea B. ruziziensis tem sido a mais indicada, devido à facilidade et aI., 2011b)
de seu manejo.
3.2.5 Escolha do componente florestal
• Se o objetivo for manter a forrageira como pastagem
Inicialmente, é importante definir o uso que será dado ao
apenas por períodos curtos e/ou de diferimento e então reas-
componente florestal, se destinado à produção de carvão,
sumir o regime de lavoura, a espécie B. brizontho (cultivares
celulose, postes, mourões, madeira serrada ou produtos
Marandu, Xaraés e/ou Piatã) é a mais indicada.
não madeireiros (borracha, resina, tanino, óleos essenciais,
Nas áreas de pastagens que serão mantidas por longos
sementes, frutos, etcJ
períodos, ou então de exploração máxima no período das
Assim, a esc olha deve levar em consideração algumas ca-
águas, associadas a solos férteis e viabilidade de adubação
racterí stica s importantes:
adicional, as plantas do gênero Ponicum (P moximum - culti-
~ Boa adapta ção da espéci e selecionada à região de cultivo,
vares: Tobiatã, Vencedor, Centenário, Centauro, Aruana, Tan-
principalmente no que diz respeito à tolerância à seca (região
zânia, Mombaça e Massai) são as mais indicadas.
Centro-Oeste), à geada (região Sul) ou ao encharcamento do
• Nas áreas onde há necessidade de diferimento de pasta-
solo.
gens para o período de seca, menor viabilidade de adubação
~ A arquitetura da copa das árvores deve ser favorável ao
e menor fertilidade do solo, as plantas do gênero Brochiorio
sistema (fuste alto e copa pouco densa), permitindo maior
são as mais indicadas.
transmissão de luz ao sub-bosque.
Evitar o uso de forrageiras com hábito de crescimento
~ Facilidade de estabelecimento (produção de mudas, en-
ereto e entouceirado, pois isso pode causar algumas restri-
raizamento de estacas, etcJ
ções ao seu uso em sistema de iLP, devido à formação de
~ Crescimento rápido, deste modo reduzindo o tempo para
touceiras que impedem o bom desempenho das semeadoras
o estabelecimento do sistema silvipastoril. Nesse caso, quan-
e, consequentemente, causam falhas no estande final das
to maior for a taxa de crescimento, mais cedo os an imais
culturas anuais.
poderão ser introduzidos no sistema. Plantas de menores
Em regiões onde há ocorrência da Síndrome da Morte Sú-
dimensões são mais vulneráveis a danos pelos animais, prin-
bita da Brochiorio, como em Mato Grosso, a cv Marandu deve
cipalmente aqueles de grande porte (OLIVEIRA NETO et aI.
ser substituída por outras espécies forrageiras, tais como
2007)
algumas cultivares dos gêneros Ponicum (Aruana, Tanzânia,
Capacidade para enriquecer o ecossistema com nitrogê-
Mombaça, Massai, etc) e/ou Cynodon (Tiftons), além das va-
nio (leguminosas arbóreas) e outros nutrientes.
riedades de B. humidic% (cv BRS Tupi). No estabelecimento
• Ausência de efeitos tóxicos para os animais e de efeitos
de um sistema que envolva pastagens, se recomenda que
alelopáticos sobre as forrageiras.
cada cultivar de forragei ra não ocupe mais do que 4096 da
• Ausência de raízes superficiais expostas, que prejudicam
propriedade. Assim, devem ser utilizadas, pelo menos, três
a acomodação do gado sob a copa da árvore.
cultivares diferentes para compor o "cardápio forrageiro" da
• Ter silvicultura conhecida. No Brasil, o eucalipto tem sido
fazenda. A utilização de duas ou mais espécies de gramíneas
o componente arbóreo mais utilizado para a composição da
forrageiras Juntas no mesmo talhão/área não é recomen-
iLPF, em razão da diversidade de materiais genéticos, boa
dada, pOIS diferentes espécies de gramíneas têm distintas
adaptação às diferentes condições ambientais, elevada taxa
exigências nutricionais e de manejos, o que resulta na má
de crescimento e ciclo de curta duração (quando adequada-
utilização de ambas e, consequentemente, na degradação da
mente manejado), capacidade de rebrotação e possibilidade
pastagem.
de ser manejado para multi produtos (OLIVEIRA NETO et aI.,
3.2.4 Escolha do componente animal 2007)
A escolha do componente animal é definida em função da Ser preferencialmente peren ifólia e que tenha a capa-

~ 318 I Fundação MT - Boletim de Pesquisa de SOJa 20 13/201 4


cidade de produzir alimento que possa ser consum ido pelo mudas das árvores e necessita ser acompanhado constan-
gado (frutos, folhas forrageiras, etc) temente; devendo ser feito, preferencialmente, com isca
Não produzir frutos grandes (mais de 5 em de diâmetro), granulada e a aplicação precisa ser sistematizada no local
que poderiam causar obstrução do esôfago dos animais. de plantio e na vegetação próxima
~ Ausência de caráter invasor, ou seja, de se tornar uma ~ A realização de desramas (podas) e desbastes é
planta daninha (e.g. goiabeira e leucena). fundamental para facilitar a circulação dos animais e ob-
~ Fornecer produtos de maior valor agregado, para que o tenção de madeira de boa qualidade para a serraria.
mercado os absorva com facilidade (madeira para serraria), ~ Na implantação do sistema, a primeira desrama, no
preferencialmente espécies que produzam multi produtos (le- caso do eucalipto, deve ser realizada quando 60% das ár-
nha, carvão e/ou toras para serraria). vores tiverem atingido a grossura de 6 cm na altura 1,3
No caso do Estado de Mato Grosso, no momento, algumas metro do solo (o chamado DAP - diâmetro à altura do pei-
espécies florestais como castanheira (Bertholletio excelso), to), (PORFIR IO-DA-SILVA et ai, 2009). Além disso, nesse
eucalipto, paricá (Schizolobium omozonicum), pau-de-balsa momento, se deve priorizar a utilização de animais jovens,
(Ochromo pyromidole), mogno africano e teca têm desperta- para reduzir o potencial de danos/quebras causados às ár-
do interesse e apresentam grande potencial para cultivo em vores
sistemas de iLPF. A utilização da teca e do mogno africano
é recomendada para áreas com solo profundo, permeável.
com razoável capacidade de retenção de água e de fertilida- 3.4 Estratégias para o consórcio de culturas
de méd ia/alta. anuais com forrageiras

3 .3 Cuidados na introdução e no manejo das


O consórcio de culturas de grãos com forrageiras é
árvores:
adotado para antecipar o estabelecimento das pastagens
e melhorar a cobertura do solo para o Sistema de Plan-
Definir o número de linhas de plantas dentro do renque
tio Direto. Na prática, podem ser adotadas duas estraté-
de árvores em função do produto final que se deseja obter.
gias distintas. A primeira (e a mais utilizada) é o plantio
As árvores que serão destinadas à serraria devem ser cul-
consorciado de milho com braquiária (Brochiorio spp. Sino
tivadas com maior espaçamento entre plantas, o qual deve
Urochloo spp,) ou capim colonião (Ponicum moximum)
ser associado à prática de desrama; já para a produção de
lenha e/ou carvão, as plantas do renque podem ser planta- recomendada para regiões onde o regime pluviométrico
das mais adensadas. No caso de multiprodutos, as árvores permite o cultivo de safrinha (milho ou sorgo). Em algu-
podem ser plantadas de forma mais adensada, realizando mas regiões de Mato Grosso, como em Campo Novo do
as práticas de desbastes e desramas, quando estas árvores Parecis, a safrinha é realizada com a semeadura do giras-
atingem a idade intermediária, com o fim de obter madeira sol em substituição ao milho . A segunda opção é realizar
para serraria no final do ciclo (PORFIRIO-DA-SILVA et ai, a semeadura da forrageira, com o auxílio de avião, sobre
2009). a soja , no estádio de maturação fisiológica (R6 para R7)
Definir a distância entre as faixas/renques de árvores desta cultura. Esta estratégia é recomendada para as re-
em função das máquinas e equipamentos agrícolas dispo- giões onde a semeadura do milho safrinha não é possível.
níveis na propriedade devido ao menor período de precipitação, como no Vale do
~ Demarcar as faixas/renques antes da semeadura da Araguaia. No entanto, há restrições quanto ao momento
lavoura granífera
ideal para a entrada dos animais na pastagem e também
~ As lavouras devem ser semeadas a uma distância entre
quanto à quantidade de sementes a ser utilizada, quando
1 e 1,5 metro de cada lado das faixas/renques de árvores.
a semeadura é realizada por avião; a qual deve ser au-
~ O controle de plantas invasoras deve ser efetuado em
mentada em quantidade equivalente a 1,5 a 2 vezes, em
pré e pós-plantio; pois é possível realizar o controle de gra-
relação à quantidade normalmente recomendada.
míneas por meio de herbicidas seletivos e registrados para
No caso do consórcio de milho com braquiária, se pode
as espécies florestais
~ Cuidados redobrados devem ser tomados na aplicação fazer a semeadura em linhas alternadas, usando a mesma

dos herbicidas nas faixas de lavoura para evitar problemas semeadora utilizada para a semeadura da soja , ajustan-
de deriva e, consequentemente, problemas de fitotoxi- do-a para semear uma linha de milho e outra de braqui-
cidade às árvores. Este problema é recorrente em áreas ária. Para isso, na linha do milho utiliza-se um disco para
de sistemas integrados onde o componente florestal está semear milho, e na linha de braquiária, um disco para
presente. semear sorgo. A adubação deve ser realizada apenas na
~ O controle de formigas cortadeiras deve ser preven- linha do milho; o que diminui a competição por nutrientes
tivo e iniciado, pelo menos, um mês antes do plantio das entre as duas culturas. As sementes da forrageira tam-

Integração lavoura-Pecuária-Floresta I 31 9 ~
bém podem ser misturadas ao adubo, desde que este não minosa com gramíneas forrageiras tropicais.
seja distribuido muito profundo Entretanto, essa mistura A semead ura defasada da forrageira, em relação à
deve ser realizada próximo do momento da semeadura, semeadura da cu ltura de grãos, pode promover redução
devido ao risco de sa li nização das sementes, e a conse- da competição entre os dois componentes do consórcio. A
quente perda de poder germinativo destas. As sementes semeadura da forrageira , entre 10 e 20 dias após a emer-
da forrageira também podem ser distribuídas a lanço,
gência da soja , elim inou a competição; e a produtividade
simultaneamente à semeadura do milho, mas em caixa
da soja não foi comprometida (SILVA et aI., 2005; MACHA-
adicional separada . Porém, se não houver chuva logo após
DO e CECCON, 2010). No entanto, quando a semeadura
a semeadura , a germinação da braquiária pode não acon-
é defasada, por um períOdO superior a três semanas, o
tecer, ou então as plântulas podem ter baixo crescimento
e, consequen t emente, diminuir a qualidade da cobertura desenvolvimento da forrage ira é afetado negativamente,

do solo. A quarta opção é a implantação do consórcio com com consequentes prejuízos à fase de pastagem do siste-
duas operações de semeadura, ou seja , uma operação ma de integração lavoura-pecuária (VILELA et aI., 2006)
para cada espécie, que devem ser realizadas no mesmo Outro ponto relevante é quanto ao monitoramento dos
sentido; entretanto , se deve ter o cuidado para não sobre- animais durante a estação seca. Se for o caso , pode ser
por as linhas da cultura granífera utilizada e, além disso, feita uma redução na taxa de lotação dos an imais na área
estas operações devem ser realizadas com o menor inter- e retirá-los ao final dessa estação; desta forma, manten-
valo de tempo possível. do uma quantidade de forragem para que haja deposição
O consórcio de milho com crotalária (menos divulga- suficiente de palhada para suprir a demanda do Sistema
do que o do o milho com braquiária) vem se mostrando
de Plantio Direto.
uma alternativa muito interessante para algumas regiões,
pois contribui para o controle de nematoides e mantém
a produção de grãos no mesmo nível obtido com o outro 4 Fontes de recursos para a
consórcio. implantação de projetos de iLPF
O consórcio de forrageiras com a soja , embora pos-
sa ser feito, é operacionalmente mais complicado e, em Durante a 15a Conferência das Partes (COP-15) realizada
determinadas situações, pode prejudicar sensivelmente em 2009, em Copenhague, Dinamarca, pela Convenção-
a produtividade de grãos ou de forragem. Nesse tipo de -Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o Bra-
consórcio, os herbicidas são utilizados em subdoses, o que sil assumiu o compromisso voluntário de reduzir as emis-
min im iza o seu uso excessivo, mas reduz a produtivida- sões de gases de efeito estufa (GEE), entre 36,1% e 38,9%
de de grãos; entretanto garante melhor estabelecimento até 2020. Dentre os itens deste compromisso, a agricultura
das forrageiras (VILELA, et aI. , 2006). brasileira protagoniza um papel especial, pOIS possui pro-
O consórcio soja-pastagem tem sido avaliado, porém cessos tecnológicos sustentáveis, como a iLPF e outros, que
os resultados obtidos ainda são inconsistentes. As redu- promovem a mitigação dos efeitos das mudanças climáti-
ções de produtividade da soja quando cultivada em con- cas, por meio da redução das emissões de GEE, sequestro e
sórcio com B. brizontho (cv Marandu) oscilaram entre 1% estoque de carbono na biomassa do solo (FRANCHINI et aI.,
e 74%, em comparação ao cultivo solteiro (KLUTHCOUSKI 2010; SALTON et aI., 2011)
Esses compromissos foram ratificados no artigo nO 12
e AIDAR, 2003). Essa gra nde variação na redução da pro-
da lei que institu i a Política Nacional sobre Mudanças do
duti vidade mostra que, mesmo assim, há possibilidade de
Clima - PNMC (Lei nO 12.187, de 29 de dezembro de 2009)
consórcio da soja com gramíneas forrageiras. As maiores
Consta nesta legislação que o Poder Executivo estabelecerá
produtividades da soja foram obtidas quando a braquiária
planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudan-
foi controlada com subdoses de herbicida.
ças climáticas visando à consolidação de uma economia de
A competição da gramínea foi mínima quando a soja foi
baixo consumo de carbono em vários setores da economia.
consorciada com forrageiras de pequeno porte e de lento Um exemplo é o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão
crescimento inicial, como o Capim Massai (híbrido natural
de Carbono), o qual contempla medidas que promovem a
entre Ponicum moximum x Ponicum infestum) (MACHADO expansão da adoção de tecnologias e sistemas de produção
e CECCON, 2010) Em razão dos altos custos de produção sustentáveis. Muitas das ações no Plano ABC estão previs-
de soja, até mesmo pequenas reduções na produtivida- tas para ser implementadas no período de 2010 até 2020
de podem comprometer a sustentabilidade econômica (BRASIL,2009)
do produtor. A adoção de soja transgênica, res istente ao Em 9 de dezembro de 2010, foi publicado o Decreto n°
herb icida glifosato, é uma alternativa que apresenta po- 7.390, que reg ulamenta os artigos 6°, 11 e 12 da Lei n°
tencial para aumentar o sucesso do consórcio desta legu - 12.187. Para efeito desta regulamentação, no caso especí-

~ 320 I Fundação MT - Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014


fico da agricultura, ficou estabelecido que fosse constituído incluindo a remuneração da instituição financeira cre-
o "Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa denciada.
Emissão de Carbono na Agricultura" (BRASIL, 2010).
4.3.2 Prazo
Entre as ações já adotadas no âmbito governamental,
O prazo para o pagamento do financiamento poderá
deve ser destacada a criação do "Programa ABC, o qual
se estender até 96 meses. com até 36 meses de ca-
se cons titui em uma linha de crédito criada para financiar
rência, quando se tratar de investimentos destinados à
os agricultores que queiram adotar, ou já adotam, sistemas
recuperação de pastagens e à implantação de sistemas
produtivos eficientes, como a iLPF, capazes de contribuir
produtivos de iLP. iLF, iPF ou iLPF, pode ser estendido a
para a mitigação dos GEE. O financiamento de projetos de
até 144 meses. quando o componente florestal estiver
iLPF pode ser realizado com recursos do Programa ABC e/
presente.
ou do Fundo Constitucional (FCO); os quais têm linhas de
crédito criadas pelo Mapa. Os recursos poderão ser obtidos 4 .3.3 Valor financiável
via Banco do Brasil (FCO) e via Banco Nacional de Desenvol- Este valor poderá ser de até um milhão de reais por
vimento Econômico e Social (BNDES) para o Programa ABC cliente/ano-safra.

4.3.4 Limite de financiamento


4.1 Beneficiários O agricultor/pecuarista poderá pleitear até 100% do
valor do investimento.
Podem ser beneficiários destes programas: produtores
rurais; pessoas físicas ou jurídicas; e/ou coopera tivas, in-
clusive para repasse aos cooperados 5 Adoção da iLPF no Brasil e no
Estado de Mato Grosso
4.2 Empreendimentos que podem ser
apoiados
Os sistemas de iLPF vêm sendo adotados em todo o país,
com diferentes combinações para os seus componentes, e
Investimentos destinados a projetos de: está se expandindo tanto pela evolução da pesquisa cientí-
Recuperação de pastagens degradadas fica como pelas ações de Transferência de Tecnologias (TT)
Implantação de sistemas orgânicos de produção agro- e pela fácil e rápida adoção por parte dos produtores rurais.
pecuária. No Brasil ainda não há estatísticas precisas e oficiais re-
~ Implantação e melhoramento de sistemas de Plantio ferentes à adoção da iLPF. Porém, Balbino et aI. (2011a)
Direto "na palha". afirmaram que a estratégia de iLPF, nas suas diferentes
~ Implantação de sistemas de iLP, iLF, iPF ou iLPF, e tam- modalidades. está sendo adotada em diferentes níveis de
bém sistemas agroflorestais. intensidades nos biomas brasileiros e a sua adoção pode
~ Implantação, manutenção e melhoramento do manejo ser estimada em 1,6 milhão de hectares. De modo geral.
de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso a utilização de sistemas de integração ainda é incipiente
industrial ou à produção de carvão vegetal. na maioria das regiões brasileiras; embora na região Cen-
~ Adequação e/ou regularização das propriedades rurais tro-Oeste e na região Sul haja um número significativo de
frente à legislação ambiental. inclusive recuperação da RL propriedades rurais que empregam a iLP. Contudo, a taxa
e da APP, recuperação de áreas degradadas e implantação de aceitação e adoção pelos proprietários rurais, principal-
e melhoramento de planos de manejo florestal sustentável. mente nos últimos cinco anos, tem evidenciado que essa
~ Implantação, manutenção e melhoramento de sistemas estratégia certamente proporcionará avanços na agricul-
de tratamento de dejetos e resíduos, oriundos da produção tura nacional.
animal, para geração de energia e compostagem. Entretanto, outras estimativas informais e não oficiais
~ Implantação, melhoramento e manutenção de florestas mais arrojadas indicam que a área total de iLPF no Brasil
de dendezeiro, prioritariamente em áreas produtivas, po- supera os quatro milhões de hectares, sendo 70% em sis-
rém degradadas. tema agropastoril, 15% em sistema silvipastoril. 10% em
~ Estímulo ao uso de técnicas para a fixação biológica do sistema agrossilvipastoril e somente 5% dessa área em
nitrogênio. sistema silviagrícola e sistemas agroflorestais. Do total da
área cultivada em sistemas de integração, informalmente
4.3 Condições de financiamento se estima que, aproximadamente. 20% estão na região Sul.
20% na região Sudeste, 35% na região Centro-Oeste, 5%
na região Nordeste e 20% na região Norte (figura 16). A
4 .3.1 Taxas de juros estimativa é de que, para os próximos 20 anos, a iLPF possa
A taxa de juros do financiamento será de 5,0% ao ano, ser adotada em mais de 20 milhões de hectares.
35<012' 06" W +
O()o33 , 44" N

Legenda
• URTs
• Limites estaduais do Brasil

+
3()olO' 18" 5
73<022' 46" W o
I
200400
I
Datum: WGS 1984
800Km
I

Figura 16 - Distribuição das unidades de referência tecnoLógica (URT) em sistemas de iLPF no Brasil (BALBINO et aL., 2011c)

o Estado de Mato Grosso possui uma área aproximada de ção Lavoura-Pecuária-Floresta (liqura 17). Do total de proprie-
500 mil hectares com iLPF. Resultados preliminares de uma dades levantadas no estudo, 89% realizam iLP; 5% iPF, 5% iLPF
pesquisa realizada recentemente em parceria com o Instituto e 1% iLF e o tamanho médio das propriedades que fazem in-
Mato-Grossense de Economia Aqropecuária (Imea) apontam teqração é de 3.936 ha, com cerca de 30% da área destinada
que 41 municípios possuem alqum tipo de projeto de Inteqra- para a iLPF.

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Figura 17 - Distribuição dos municípios de Mato Grosso onde há presença de projetos de iLPF em execução (GIL, 2013)

~ 322 I ~
Fundação MT Boletim de Pesquisa de SOJa 2013/2014
Nos trabalhos de formação de agentes multiplicado- site www.cnpgl.embrapa.br/nova/silpf. tem como objetivo a
res contemplados em projetos de TT em iLPF e do Pla- organização e a disponibilização de informações sobre proje-
no ABC, realizados pela Embrapa e parceiros em 2012 tos Agropastoris, Silviagrícolas, Silvipastoris, e Agrossilvipas-
no Estado de Mato Grosso, houve a participação de 593 toris acompanhados pela Embrapa e por suas parceiras, em
assessores/consultores técnicos da iniciativa pública e todo o território nacional, dentro do projeto "Transferência
de Tecnologia para Sistemas de Integração Lavoura-Pecuá-
privada. As atividades foram desenvolvidas por meio de
ria-Floresta".
treinamentos realizados nas regiões dos municípios de
O Sistema é constituído de cinco módulos principais: 1)
Água Boa, Alta Floresta, Cáceres, Campo Novo do Pa-
Registro dos projetos iLPF (Integração Lavoura-Pecuária-Flo-
recis, Barra do Garças, Sinop, Querência e Rondonópo-
resta); 2) Gerenciamento de atividades; 3) Administração do
liso Em Sinop, também houve a realização do Simpósio
sistema; 4) Pesquisa; 5) Mapeamento geográfico.
de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (lo
O Sistema de Informação iLPF possui 185 projetos de iLPF
Encontro sobre iLPF - Mato Grosso e Goiás, de 29 a 31 cadastrados, sendo a maioria (49%) na região Sul. A região
de outubro de 2012) com a parceria do Mapa, CNPq, com menor participação é a região Norte, com apenas 10%
UFMT e Unemat. A partir de 2013 está prevista a con- dos projetos (figura 16).
solidação desse traba lho com a definição de um grupo
5.1.3 Boletim eletrônico "Integração"
de técn icos (50 a 100 técnicos) que serão capaCitados
O boletim eletrôn ico "Integração", que pode ser acessa-
e reciclados, de uma forma contínua, nas tecnologias
do pelo site boletimilpfcnpms.embrapa.br, é editado há dois
contempladas no Plano ABC, especialmente iLPF. Serão
anos pela equipe do Núcleo de Comunicação Organizacional
realizados de dois a três treinamentos/ano, nos quais
da Embrapa Milho e Sorgo, com a colaboração de jornalistas
serão abordados temas teóricos e práticos; inclusive de várias Unidades da Embrapa, e contém artigos, reporta-
sobre a elaboração e implantação de projetos técnicos. gens, informações sobre eventos e cursos, e é enviado men-
salmente para o e-mail (correio eletrônico) de mais de 11 mil
5.1 Fontes de informações sobre iLPF pessoas.

5,1.4 Website iLPF


A informação deve circular entre cientistas, geradores de Hospedado na Embrapa Milho e Sorgo, o website iLPF (ilpf
conhecimentos e de tecnologias, formuladores e implemen- cnpms.embrapa.br) tem contribuído para a divulgação das
tadores de políticas, prestadores de serviços especializados principais ações do projeto Vídeos, publicações, eventos, no-
e também entre os usuários finais das recomendações téc- tícias e um link para um banco de dados com mapas conso-
nicas. A seguir é apresentada a relação dos principais meios lidados de unidades demonstrativas permitem que técnicos
de veiculação de informações sobre iLPF: e produtores tenham acesso às informações e experiências
sobre o sistema iLPF, realizadas em todas as regiões e esta-
5,1.1 Marco Referencial em iLPF dos do país. De janeiro a novembro de 2011,15.200 páginas
A publicação do "Marco Referencial em Integração La- do site foram visitadas por 3.562 pessoas. Em 2012, o site foi
voura-Pecuária-Floresta (iLPF)" tem por objetivo contribuir incrementado com uma série de vídeos técnicos e de expe-
para o estabelecimento e também para a difusão das ba- riências de sucesso do sistema iLPF realizadas em todos os
ses conceituais de uma estratégia de produção sustentável biomas brasileiros.
para a agricultura brasileira. O documento, além de con-
5,1.5 Grupos de pesquisa sobre iLPF
ceitos, trata da definição dos tipos de sistemas produtivos
Há diferentes grupos de ensino e pesquisa, espalhados
de origem vegetal e animal envolvidos na iLPF, bem como
pelo Brasil, em universidades ou instituições de pesquisa de-
dos seus benefícios. Apresenta também o potencial de uti-
dicadas à iLPF, como, por exemplo: Epamig, Esalq-USP, Fun-
lização e o estado da arte desses sistemas no contexto dos
dação MS, Fundação MT. IAC, lapar, UEPG, UFG, UFLA, UFMT.
diferentes biomas brasileiros (BALBINO et aI., 2011a).
UFPR, UFRGS, UFV, Unemat, Unesp, Unoeste, Embrapa Acre,
O Marco Referencial em iLPF foi elaborado a partir de
Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Agrobiologia, Embra-
consultas bibliográficas sobre o tema, com a participação
pa Agrossilvipastoril, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa
de especialistas da Embrapa e de outras instituições envol- Arroz e Feijão, Embrapa Cerrados, Embrapa Clima Tempe-
vidas nos diferentes segmentos do agronegócio brasileiro. rado, Embrapa Florestas, Embrapa Gado de Corte, Embrapa
Este documento também já foi discutido em fóruns multi- Gado de Leite, Embrapa Meio Norte, Embrapa Milho e Sorgo,
disciplinares e pluri-institucionais, nos quais a sua relevân- Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Pecuária Sul. Embrapa
cia foi reconhecida, visando orientar a implementação da Rondônia, Embrapa Roraima, Embrapa Soja, Embrapa Trigo,
estratégia de ILPF. dentre outras.
Vários estudos sobre o tema iLPF estão em andamento,
5.1.2 Sistema de Informação iLPF muitos deles conduzidos de forma cooperativa pelas dife-
O Sistema de Informação iLPF, que pode ser acessado no rentes instituições de pesquisa. Por se tratar de um tema

Integração Lavoura-Pecuaria- Floresta I 3 23 ~


complexo, várias linhas de pesquisa vêm sendo contempla- excelente tecnologia, não é uma solução mágica. A viabilida-
das nestes estudos, desde os aspectos agronômicos até os de das tecnologias agropecuárias nos sistemas de produção
de indicadores de sustentabilidade do sistema em ciência do é fortemente influenciada, em curto prazo, pelos termos de
solo; recursos hídricos; sanidade animal e vegeta l; dinâmica troca da região, pois variaçôes substanciais nos preços relati-
de carbono; emissão de gases de efeito estufa; e aspectos vos dos fatores (p.ex. insumos mais valorizados do que os pro-
socioeconômicos. dutos) podem inviabilizar a adoção das tecnologias intensivas
do capitaL Ademais, a adoção de tecno logias ma is intensas
do capita l em larga escala, como os sistemas de iLPF, depen-
6 Considerações finais de de preços minimamente viáveis e, obviamente, de linhas
de crédito adequadas, em termos de volume de recursos e
prazos de pagamento. A adequada capacitação dos asses-
A integração dos sistemas de produção de grãos, pecuária
sores/consultores técnicos, que elaboram e acompanham a
e silvicultura constitui um novo paradigma para a agropecu-
implantação e o desenvolvimento de projetos com iLPF junto
ária brasileira. Esses sistemas têm potencial para aumentar
aos produtores rurais, e a maior capacidade gerencial para a
a produtividade das culturas graníferas, carne, leite e pro-
condução eficiente dos sistemas de produção são igualmente
dutos madeireiros e não madeireiros, mesmo assim conser-
necessárias para o sucesso da tecnologia. Falhas, em qual-
vando os recursos naturais. No Brasil. os resultados obtidos
quer um desses fatores, colocam em risco o sucesso da iLPF
com os sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta
são animadores e expressam melhorias nas propriedades fí-
sicas, químicas e biológicas do solo; sem con tar os ganhos
ambientais e sociais. No entanto, a adoção deste conjunto de
Referências Bibliográficas
tecnologias estratégicas ainda é pequena. Isso se deve, em
parte, à maior complexidade das diferentes modalidades dos ALVARENGA, R. C; COBUCCI, T; KLUTHCOUSKI, J.; WRUCK, F.
sistemas de iLPF e à necessidade de altos investimentos para J.; CRUZ, J. C; NETO, M. M. G. A cultura do milho no integração
a implantação de arranjos que sejam produtivos. Entretanto, lavoura-pecuário. Sete Lagoas, MG: Embrapa Milho e Sorgo,
a amortização desses investimentos é possível. pois há linhas 2006. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 80)
de créd itos específicas para a iLPF, criadas pelo Plano ABC ANGHINONI, L; MORAES, A.; CARVALHO, P C. F; SOUZA, E. D,
com maiores períodos de carência, que possibilitaram o rom- CONTE, O.; LANG, C. R. Benefícios da integração lavoura-pe-
pimento desta barreira. cuária sobre a fertilidade do solo em sistema plantio direto.
A parceria entre produtores de grãos, pecuaristas e si lvi- In: FONSECA, A. F; CAIRES, E. F.; BARTH, G. Fertilidade do solo
cu ltores é umas das alternativas para fomentar o sistema de e nutrição de plantas no sistema plantio direto. AEACG/lnpag
iLPF A parceria contribui para aumentar a área cultivada com Ponta Grossa, 2012.
grãos e com florestas plantadas e também para aumentar a BALBINO, L C; BARCELLOS, A. STONE, L. F (Ed, tecJ Marco
produtividade animal, o que pode ser feito através da melho- referencial: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Reference
ria do potencial produtivo de algumas áreas e/ou a recupe- document: crop-livestock-forestry integration. Brasília, DF:
ração de áreas degradadas ou em processo de degradação, Embrapa,2011a.
sem necessidade de desmatar novas áreas de florestas na- BALBINO, L. c..
CORDEIRO, L. A. M.; PORFíRIO-DA-SILVA. P; MO-
tivas. RAES, A.; MARTíNEZ, G. B.; ALVARENGA. R. C; KICHEL, A. N;
A coexistência de sistemas, muito bem estruturados, de FONTANELI. R. S; SANTOS, H. P; FRANCH INI, J. C; GALERANII,
produção de grãos, carne ou leite e produtos madeireiros e P. R. Evolução tecnológica e arranjos produtivos de sistemas de
não madeireiros é um dos fatores que contribuem, de forma integração lavoura-pecuária-floresta no BrasiL Pesquiso Agro-
determinante, para que o conjunto de tecnologias estratégi- pecuário Brasileira, Brasília, v. 46, n. lO, out. 2011b.
cas denominado iLPF seja adotado para aumentar a produ- BALBINO, L. C; MARTINEZ, G. B.; GALERANI, P R (EdJ Ações
tividade e competitividade da agropecuária brasileira. Dessa de transferência de tecnologia de sistemas de integração lavou-
forma, se visualiza que, em um futuro próximo, a convivência ra-pecuária-~oresta 2007-2011. Brasília, DF: Embrapa; Belém,
susten tável da atividade agrícola, pecuária e silvícola seja a PA: Embrapa Amazônia Oriental; Planaltina, DF: Embrapa Cer-
regra da agropecuária brasileira e não uma exceção. rados, 2011c 52 p
Em uma visão futurista, é importante ter consciência de BRASIL. Decreto no 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Regula-
que será necessário expandir a produção de alimentos, fibras menta os arts. 6°,11 0 e 12 0 da Lei no 12.187, de 29 de dezem-
e biocombustíveis no mundo. Porém, não basta apenas au- bro de 2009, que institui a Políti ca Nacional sobre Mudança
mentar a produção, a qual abrange dimensôes técnico-eco- do Clima - PNMC, e dá outras providências. Diório Oficial [da
nômicas, sociais e ambientais, pois essa expansão da oferta República Federativa do Brasill, Brasília, DF, 9 dez. 2010.
de alimentos deverá ocorrer com respeito aos critérios da BRASIL. Lei no 12187, de 29 de dezembro de 2009 (Lei Ordi-
sustentabi lidade. Assim, evitar o avanço da fronteira agríco- nária). Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima e dá
la sobre florestas nativas, por exemplo, pela substituição das outras providências Diário Oficial [da República Federativa do
pastagens de baixa produtividade (em degradação) por ou- Brasil). Brasília, DF, 29 dez. 2009. Seção Extra, p. 109, Coluna
tros sistemas agrícolas destinados à produção de alimentos, 2.2009.
fibras e energia, utilizando sistemas de iLPF, constitui uma BROWN, LESTER R Outgrowing the Earth. The Food Security
ação primordial para atingir essa meta. Challenge in the Age of Falling Water Tables and Rising Tem-
Por fim, se deve considerar que a iLPF, embora seja uma peratures. New York: WW Norton & Company, 2004. 239 p.

~ 324 I Fundação MT - Boletim de PesqUisa de SOJa 2013/2014


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