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Apresentamos o texto e formato do projeto que terá que ser desenvolvido para realização
da obra para disciplina Atelier II. Seguimos o roteiro que geralmente é utilizado para
inscrição de projetos artísticos, em editais estaduais e federais, da área.
PROJETO - FORMATO
OBJETIVO
<descrever as finalidades ou fins da obra>
JUSTIFICATIVA
<falar da importância do tema e conceito/obra>
CRONOGRAMA
ATIVIDADES DATAS
Pré-produção 24 ABRIL
Pré-produção 26 ABRIL
Exposição 21 JUNHO
a.1 - Introdução
O projeto “1111111 – um depois do outro” visa a realização de uma exposição instalativa interativa de
vídeo/mídia digital interativa, realizada com o apoio de uma tecnologia de software e hardware da informática
e da computação, durante um mês, em espaço público (Museus, ou Centros Culturais ou Casas de Cultura, a
ser acertado no período devido.
Os vídeo-artistas e os autores do projeto (Pedro Parente e Cristiana Parente) trazem um conjunto teórico
dramatúrgico, que geram três situações de experiência e vivência corpóreo-espacial-coletiva. Estas três
experiências estão entituladas da seguinte forma: Instalação 1 – “Entre na Fila”; Instalação 2 – “Sinta-se
nela”; Instalação 3 – “Mas conheça bem a sua vez”.
Todas estas três instalações capturam as imagens, de forma e momentos diversos, do inter-ator (público), e
a partir destas imagens capturadas em tempo real, o vídeo artista (autores-criadores) geram um série de
imagens videográficas (virtuais – corpos virtuais) que serão projetadas, instantâneamente, em tempo real, em
cada espaço/instalação.
O detalhamento inicial destas instalações estão no “Anexo II – Descritivo técnico e reflexivo da obra”.
Durante todo o processo de desenvolvimento e finalização da obra, e montagem serão feitas documentações
em texto e imagem em blog a ser construído, com o endereçamento do título da obra.
Além do desenvolvimento da criação e montagem da obra, os autores realizarão treinamento e curso, junto à
Vila das Artes, abordando o uso do software Corisco, e a temática sobre sistemas/softwares interativos e a
arte digital computacional, pelos dois autores. O período da realização desta ação também será acerta no
momento adequado durante o período de realização do projeto, junto à Coordenação do LMI da Vila das
Artes. O programa deste treinamento e curso será acertado com a mesma coordenação.
A obra “1111111 – um depois do outro”, para nós, os autores, vem trazer algumas reflexões que temos
pesquisado e refletido (com diversas experiências visuais e táteis pelo movimento corporal, como a noção de
tempo, espaço, corpo objeto e corpo subjetivado.
Estas noções de tempo e espaço que tanto a física, matemática, como outros campos do conhecimento da
ciência, da filosofia e da arte tem discutido e re-elaborado a partir das rupturas conceituais realizadas sobre a
noção carteziana e newtoniana do mundo e do que construímos e observamos dele e de nós, que estamos
nele e/ou somos ele próprio.
Os novos conceitos do sistema de como as coisas funcionam ou podem funcionar, propostas pela teoria da
relatividade e da física quântica, e bem como as novas descobertas da neurociências cognitivas, e dos
processos perceptórios trouxeram uma argamassa densa, para discussões e experiências no campo das
narrativas seja na literatura, nas artes visuais, nas artes digitais, nas artes perfomáticas, e no cinema. A
narrativas dita não-narrativas, ou disnarrativas ou narrativas não lineares.
Além das narrativas, que sofreram a partir do pós-guerra, e vem sofrendo grandes transformações, a noção
de corpo com as novas idéias de peso, massa, tempo, espaço e ainda com todas as tecnologias geradas no
século XX e XXI, e o imenso mundo das mídias de massa, quase que “explodiu” de tantas perguntas e
possibilidades.
Trazemos em síntese, algumas destes conceitos, que não cabe aqui discuti-los – em suas definições, mas
apropria-los, tomar a idéia e experiência no campo da imagem virtual. Inserimos alguns destes conceitos que
estamos trabalhando e que originou esta obra, no final do “Anexo II – Descritivo técnico e reflexivo da obra”.
A referência em que nos encontramos é muito importante para que possamos ter uma identidade única. O
conceito de FILA, uma ordenação social do ser humano nos leva a pensar se estamos todos indo na mesma
direção ou não ? A fila anda ?
O Paradoxo de Zeno traduz a sensação de que o infinito está entre a nossa posição atual e o final da fila.
Sempre existindo um numero matemático fracionário que indica o local exato dentro do todo a ser percorrido.
Instalação 1 - Esta obra tenta passar a sensação na primeira instalação, como uma visão psicanalítica, no
qual o inter-ator se verá de fora, considerando sua relação com os demais na fila.
Instalação 2 – Logo em seguida o mesmo inter-ator se embriagará de imagens, já numa visão própria, com
os demais participantes da fila virtual. Ressaltaremos neste momento a sua impotência na codição de
participar de uma fila. Vitoria do social sobre o individuo.
Instalação 3 – E por ultimo, o inter-ator se verá como individuo único, em demasias de imagens
normalmente não vistas no cotidiano, mas que sendo ele o único objeto desta imagem, será recolocado na
sua condição de unicidade.
Lembramos neste momento da Alegoria da Caverna (Platão -> Sócrates) que sabiamente elevou a filosofia
em ciência, e que nos traz a importante verdade de que temos que alcançar a luz para que possamos nos
identificar. Temos que nos conhecer coletivamente, nossas relações com os outros e depois individualmente,
e desta forma estaremos mais esclarecido de quem somos nós.
Para esta obra “1111111 – um depois do outro” a qual este projeto apresenta, utilizaremos os seguintes recursos
tecnológicos:
Software Corisco: sistema desenvolvido em Delphi, que utiliza imagens capturadas a partir de webcams,
executada na plataforma Windows, que fora desenvolvido durante o ano de julho/2009 a julho/2010 pelo
autor vídeo-artista Pedro parente/Anima informática, em Fortaleza-CE. E, a partir deste sistema licenciado
pelo próprio autor, os vídeo-artistas desenvolverão a obra objeto deste projeto. A Anima informática cederá
para os autores deste projeto, de forma gratuita, para realização do mesmo. O software Corisco possibilita
esta reorganização de imagens capturadas em tempo, e sintaxe pretendida pelos autores, semelhante, por
exemplo ao Isadora, software muito utilizando no mundo inteiro por artistas da arte digital interativa ou arte-
tecnológica.
Computadores (3 unidades) e um conjunto de diversas webcams diferentes.
Projetores de multimídia e telas de monitor de TV de plasma ou LCD.
Som ambiente originado pelos computadores usados na instalação ligadas a pequenas caixas de som
amplificadas.
Serão utilizados sistemas de cabeamento especial, seja de USB, REDE – cabos paralelos ou sistema de
transmissão WIFI.
Os autores deste projeto, Pedro Parente (proponente) e Cristiana Parente, atuam no campo do vídeo arte,
vídeo instalações, arte interativa, desde a década de 80 (Sec XX), bem como no campo das artes
performáticas (dança e teatro) como iluminadores e cenógrafos.
Originados de campos diversos, Pedro Parente é formado em Ciência da Computação e atua no campo da
Computação desde 1985, e Cristiana Parente é formada em Comunicação Social e atua no campo do
audiovisual (cinema e vídeo) e das artes visuais desde 1979. Atualmente Cristiana Parente é professora no
Curso de Cinema e Audiovisual da UFC, e desenvolve pesquisas no campo das artes digitais e interativas,
sendo parte do grupo poéticas contemporâneas do curso e Pedro Parente também vem sendo vídeo-artista-
instalativo e cenógrafo-iluminador, como ainda desenvolve trabalho profissional de analista de sistema no
campo da informática administrativa e da informática para o campo da Arte Digital, inclusive programando.
A partir do ano de 2007, como membros do grupo de Pesquisa G1000, que teve o objetivo de desenvolver
dispositivos e pesquisas no campo da multimídia e mídia interativa, desenvolveu-se, de forma coletiva, uma
séria de dispositivos que foram utilizados para pesquisa acadêmica, no campo da captura de movimento, e
ainda no campo artístico por diversos artistas como Bruno Galvão, Armand Manicatti, Wladimir Magalhães,
entre outros artistas.
Estas experiências foram conectadas com as artes performáticas, por exemplo, no espetáculo KAIROS,
apresentado em Fortaleza, entre junho e agosto de 2010, pela CIA de Dança Independente e a dupla dos
autores em questão.
Ambos colaboram no processo criativo, e conceitual deste projeto, construindo um diálogo entre os campos
da computação gráfica, do cinema, e das poéticas contemporâneas. Ambos também participam na solução
tecnológica do projeto, com o apoio do produtor cenotécnico Leonardo Porto Carrero, que tem vasta
experiência em montagens de exposições artísticas da arte contemporânea.
A equipe deste projeto contará com os autores do projeto, já citados acima, e ainda do apoios de técnicos
como: produtor cenotécnico (Leonardo Porto Carrero), um diretor de arte (a ser contatado no processo de
fechamento da criação e implementação da exposição), e assistentes como marceneiros, pessoal de apoio
elétrico e lógico, entre outros. O total de pessoas envolvidas será aproximadamente de 7 pessoas.
É importante ressaltar que esta obra não será possível sem a participação colaborativa-criativa do público
visitante da exposição, já que são co-autores, no processo da obra acontecer, como inter-atores, a partir de
suas provocações e experiências corporais com a obra-instalação.
Neste projeto, acreditamos estar realizando algumas ações que são relevantes no campo da Arte digital, e
que estas ações provocarão junto a sociedade, uma maior reflexão sobre o campo, que ainda é muito
desconhecido localmente, e ainda sobre a relação da obra colaborativa, aberta, interativa, dialógica.
Esta obra que apresentamos vem trazer algumas questões importantes ao público que preferimos nominar
como inter-ator, e um público que participa, e reflete, que gera novas questões importante na sociedade
contemporânea a partir da obra contemporânea.
Acreditamos também que o projeto “1111111 – um depois do outro” vem discutir o corpo-maquínico,
imagético, a percepção e provocar a subjevitação do sujeito de que fala Deleuza, trazendo assim o virtual
como algo que traz novas possibilidades de reais.
Investimos também na idéia de que no nosso estado possa, no futuro breve, ser referencia na criação de
obras interativas digitais, a nível nacional, e que este projeto que nos colocamos a realizar seja um das
sementes deste movimento, incentivando a criação e uso de softwares autorais no campo da arte digital.
Este projeto de instalação, junto com sua obra conceitual, traz em sua razão de ser a possibilidade do uso de
uma nova ferramenta (Corisco), desenvolvida no próprio estado do Ceará e com baixo custo na sua
utilização.
O público que participar da instalação terá sua ótica renovada diante das obras possíveis a serem feitas,
como também os estudantes, pesquisadores e educadores da Vila das Artes terão uma maior consciência do
que será possível se criar neste novo mundo interativo tecnológico.
O objetivo geral do projeto é possibilitar ao publico uma experimentação diferente, gerando sensações
quanto ao aspecto de individualidade e sociabilidade virtual.
No advento do uso de um ambiente interativo, culturalmente teremos uma formação maior do publico para
esta nova modalidade de arte (Cultura Digital), elevando assim o consumo deste novo tipo de obra no estado
do Ceará.
No âmbito mais especifico, desejamos com a realização deste projeto, trocar experiências, discutir as
possibilidades junto à classe artística das mais variadas áreas (Cultura Digital, Dança, Teatro e etc...),
sempre ressaltando que toda a condição tecnológica utilizado para o evento foi totalmente desenvolvida em
nossa terra.