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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA E BIOLOGIA


BACHARELADO EM ENGENHARIA

ELIAS ELI BIERNASKI


GABRIEL CAMARGO BARCHIK
MATHEUS SKORUPSKI DE SANTANA

O USO DA ENERGIA

TRABALHO DE PESQUISA ACADÊMICO

CURITIBA
2018
ELIAS ELI BIERNASKI
GABRIEL CAMARGO BARCHIK
MATHEUS SKORUPSKI DE SANTANA

O USO DA ENERGIA

Trabalho de pesquisa acadêmico apresentado ao


Departamento Acadêmico de Quı́mica e Biologia da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito
da disciplina de Ciências do Ambiente (QB70E).

Orientador: Carlos Eduardo Fortes Gonzalez


Universidade Tecnológica Federal do Paraná

CURITIBA
2018
RESUMO

BIERNASKI, Elias
BARCHIK, Gabriel
SANTANA, Matheus
. O Uso da Energia. 2018. 44 f. Trabalho de pesquisa acadêmico – Bacharelado em Engenharia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2018.

O documento a seguir trata-se de um trabalho acadêmico, realizado no âmbito de estudar


a utilização da energia, no contexto de recursos energéticos (i.e. recursos utilizados pela
humanidade para se tornarem, em algum momento, trabalho útil), abrangindo o estado da arte
do uso da energia, e um estudo acerca do panorama mundial, nacional e regional da energia e
seu uso.

Palavras-chave: Energia. Ambiente. Recursos Energéticos.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Célula de Bagdá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


Figura 2 – Célula de Bagdá operando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 3 – Pilha Voltáica original . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 4 – Exemplo de uma usina maremotriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 5 – Exemplo de uma usina de Energia das Ondas . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 6 – Exemplo de uma usina de Energia de Correntes Marı́tmas . . . . . . . . . 13
Figura 7 – Exemplo de uma usina Eólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 8 – Topologia de um Termoelétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 9 – Atlas Brasileiro de Energia Solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 10 – Comparação da irradiação no território brasileiro durante o ano todo em
comparação com a Alemanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 11 – Gráfico da Matriz Energética Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 12 – Gráfico dos Empreendimentos em Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 13 – Gráfico dos Empreendimentos em Construção . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 14 – Gráfico dos Empreendimentos em Construção não iniciada . . . . . . . . . 25
Figura 15 – Ilustração da Eletrovia Paranaense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 16 – QR code . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Matriz Energética Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22


Tabela 2 – Empreendimentos em Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Tabela 3 – Empreendimentos em Construção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 4 – Empreendimentos em Construção não iniciada . . . . . . . . . . . . . . . 25
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alternating Current, equivalente a CA

AMFORP American and Foreign Power, em português, ”Potência Americana e Estran-


geira”

ANEEL Agencia Nacional de Energia Eletrica

BIG Banco de Informações de Geração

BNDE Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

BTB Back to Back, em português, ”trás a trás”ou ”em sucessão”

CA Corrente Alternada

CBA Companhia Brasileira de Alumı́nio

CBEE Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial

CBGA Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental

CC Corrente Contı́nua

CCAT Corrente Contı́nua de Alta Tensão

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CCON Comitê Coordenador de Operação do Norte/Nordeste

CEEE Companhia Estadual de Energia Elétrica

CEM Companhia Energética Meridional

CEMIG Centrais Elétricas de Minas Gerais (original) ou Companhia Energética de


Minas Gerais (retroacrônimo atual)

CIEN Companhia de Interconexão Energética

CFC Clorofluorocarboneto

CGH Central Geradora Hidrelétrica

CGISE Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor


Elétrico

CGU Central Geradora Undi-elétrica


CH & P Combined Heat & Power, em português: ”Calor e Potência Combinados”

CHESF Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

CNAE Conselho Nacional de Águas e Energia

CNAEE Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica

CNPE Conselho Nacional de Polı́tica Energética

CODI Comitê de Distribuição da Região Sul-Sudeste

COMASE Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico

COPEL Companhia Paranaense de Energia

CPLF Companhia Paulista de Força e Luz

CSN Companhia Siderúrgica Nacional

DC Direct Current, equivalent a CC

DNAE Departamento Nacional de Águas e Energia

DNAEE Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica

EDP Eletricidade de Portugal

EOL Central Geradora Eólica

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FIP Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia

GCOI Grupo Coordenador para Operação Interligada

GCE Gestão da Crise de Energia Elétrica

GCPS Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos

GE General Eletric

GSR Global Status Report, em português, ”Relatório de Status Global”

GTON Grupo Tecnológico Operacional da Região Norte

HCFC Clorodifluorometano

HRSG Heat Recovery Steam Generator, em português, ”Gerador de Vapor por


Recuperação de Calor”
HVDC High Voltage Direct Current, equivalente a CCAT

KEPCO Korea Electric Power Corporation, em português, ”Corporação de Energia


Elétrica da Coreia”

MAE Mercado Atacadista de Energia Elétrica

MME Ministério das Minas e Energia

MG Minas Gerais

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PCH Pequena Central Hidrelétrica

PD Pesquisa e Desenvolvimento

PND Programa Nacional de Desestatização

PPT Programa Prioritário de Termelétricas

PR Paraná

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

QR Quick Response, em português, ”Resposta Rápida”

REN21 Renewable Energy Policy Network for the 21st Century, em português, ”Rede
de Polı́ticas de Energia Renovável para o século XXI”

REVISE Revisão Institucional de Energia Elétrica

RJ Rio de Janeiro

RMC Regiao Metropolitana de Curitiba

ROR Run of River, em português, ”Curso do Rio”

RS Rio Grande do Sul

SC Santa Catarina

SIN Sistema Integrado Nacional

SINTREL Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica

SFE Sociedade Fluminense de Energia

SP São Paulo

SVG Scalable Vector Graphics, em português, ”Vetor Gráfico Escalável”


TO Tocantins

UFV Central Geradora Solar Fotovoltaica

UHE Usina Hidrelétrica

UTE Usina Termelétrica

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

UTN Usina Termonuclear

USP Universidade de São Paulo


LISTA DE SÍMBOLOS

% Por cento
o
C Grau(s) Celsius

m2 Metro(s) quadrado(s)

cm Centı́metro(s)

km Quilometro(s)

kV Quilovolt(s)

MW Megawatt(s)

GW Gigawatt(s)

Hz Hertz

KWh Quilowatt(s)-hora
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 – ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . 3


2.1 Definição de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Tipos (ou formas) de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.3 O Uso da Energia ao Longo da História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.4 Formas de Geração de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 – PANORAMA NACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1 Usos da Energia no paı́s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.1 Um Breve Histórico da Energia no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.1.2 Transmissão e Distribuicão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.1.2.1 Transmissão DC no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2 Regulamentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

4 – PANORAMA REGIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

5 – CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

6 – REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Anexos 43

ANEXO A–SGV da topologia de uma usina termoelétrica . . . . . . . . . . . 44


1

1 INTRODUÇÃO

A energia está presente nos lugares e nas coisas, podendo apresentar-se nas mais
diversas formas, como energia potencial, cinética, gravitacional, elástica, mecânica, elétrica,
hidráulica, entre tantas outras. É a energia que move o mundo, que faz com que tudo poça
acontecer para que possamos viver, sobreviver e prosperar, tendo mais conforto e comodidade.
Antoine Lavoisier afirmou que “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma” e é isso que torna a energia tão importante para o ser humano, pois a partir do
momento em que o homem aprendeu a utilizar a energia para realizar tarefas e descobriu que
um tipo de energia pode transformar-se em outro e que isso torna a evolução tecnológica e do
ser mais rápida, o mundo não parou de passar por constantes transformações, tanto positivas
quanto negativas, não só para os seres humanas, mas para todo o conjunto natural que abrange
os ecossistemas, faunas, flores e nichos ecológicos.
O processo de utilização das energias sempre foi contı́nuo e sempre buscou, por parte
das comunidades, um auxı́lio na realização de trabalhos. A utilização desenfreada de fontes de
energia, que são necessárias para a geração da energia, podem ser separadas em dois grandes
grupos, sendo nomeados como fontes de energia limpas e fontes de energia não limpas ou sujas.
A primeira refere-se a fontes naturais de energia que não agridem o meio ambiente e nem a
saúde do homem, quando utilizadas para a geração de um determinado tipo de energia. Já
a segunda tem compostos e caracterı́sticas que provocam a degradação ambiental, natural e
humana, no processo de sua utilização.
Outro fator importante de ser apresentado com relação as fontes de energia, é que
podemos caracterizá-las em mais dois grupos, que são as renováveis e não renováveis. As fontes
renováveis de energia são aquelas infindáveis, que podem ser utilizadas na quantidade desejada
ao longo do tempo, pois sempre haverá reposição, já as não renováveis, são fontes finitas de
energia, que se utilizadas por longos perı́odos e inconscientemente, acabarão.
Por conta da existência desses grupos de fontes, limpas, sujas, renováveis e não
renováveis é que se passou a estudar e aplicar novas formas de geração de energia, novas fontes
de energia, visando uma compensação econômica, social e ambiental, que sejam benéficas para
toda uma comunidade. Para isso, é necessário conhecer a história da utilização da energia, de
que forma se deu a utilização, quais são as consequências que sua utilização causou e vem
causando ao longo dos tempos, qual é o panorama e quais são suas projeções para o futuro,
tanto a nı́vel mundial, como a nı́vel nacional e regional.

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Objetivos gerais:
Capı́tulo 1. INTRODUÇÃO 2

1. Apresentar um panorama mundial a respeito dos tipos de energia utilizados no


passado e no presente e que afetam o meio ambiente;
2. Relacionar com a situação do Brasil, do Paraná e de Curitiba;
3. Apresentação de tipos de energias limpas e renováveis.
Objetivos Especı́ficos:

1. Definição de energia;
2. Histórico da utilização no mundo;
3. Análise a nı́vel nacional e regional em relação a energia solar fotovoltaica.

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

A seguir, o presente trabalho será apresentado na seguinte forma:


Estado da Arte : Neste capı́tulo, encontram-se informações e fundamentações teóricas acerca
do uso da energia, sua relação para com o ser humano, como é feita a ”geração”(ou,
melhor dizendo, conversão), distribuição, o uso e - talvez o mais importante - o reuso
desta energia.
Há também, informações esparsas sobre o estágio atual e tendências das principais
tecnologias do uso da energia, e um breve histórico acerca do uso da energia pela
humanidade.
Panorama Nacional : Neste capı́tulo, procura-se falar sobre o uso da energia no Brasil,
buscando expor algumas pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos, além de cenários
atuais, passados e futuros, polı́ticas públicas para melhor uso da energia, etc.
Panorama Regional : Neste capı́tulo, o objetivo concentra-se em um enfoque mais regional,
no Estado do Paraná e principalmente em Curitiba e RMC (Região Metropolitana de
Curitiba), acerca do uso da energia.
3

2 ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Definição de Energia

O conceito de energia é, sem dúvida, uma importante discussão filosófica e cientı́fica.
Energia, em grego, significa “trabalho” (do grego enérgeia e do latim energia) e, inicialmente,
foi usado para se referir a muitos dos fenômenos explicados através dos termos: “vis viva” (ou
“força viva”) e “calórico” (BUCUSSI, 2006).
Em fı́sica, uma das possı́veis definições de energia seria como uma a capacidade de
se produzir trabalho, ou ainda, uma propriedade quantitativa, que se transfere, dentro de um
mesmo sistema, de um corpo a outro deste sistema, produzindo efeitos que também geram e
consomem energia - tais como trabalho, vibração e calor; A Segunda Lei da Termodinâmica
impõe limitações para esta capacidade de transferência energética de um sistema, visto que
- conforme citado - a própria tranferência de energia ”consome” energia, confome é melhor
descrito por LEHRMAN (1973).
Mas esta retrodefinição de energia pode ser vaga, uma vez que não gera muitas
conclusões acerca do tema; todavia, é possı́vel compreender energia, desta forma, como uma
propriedade fı́sica de um sistema, que mede sua capacidade de se alterar, ou alterar sistemas
(neste âmbito, não se fala em sistemas isolados) adjacentes à ele - segundo HENRIQUE (1996),
”O conceito de energia emergiu na ciência para dar conta de ’algo’ que ao se transformar
se conserva. A compreensão da transformação foi fundamental para o estabelecimento da
conservação da energia e, portanto, para a emergência do conceito”(p.29).

2.2 Tipos (ou formas) de Energia

A energia pode ser separada principalmente em energia potencial e em energia cinética,


além de combinações das duas em diversas formas.
• Cinética: é a energia associada e um objeto ou sistema que se encontra em movi-
mento, seja qual for a forma deste movimento, dado um certo sistema de referência.
(NUSSENZVEIG, 1981)
• Potencial: é a energia associada a um objeto ou sistema que é produzida por causa da
sua posição no espaço, relativamente a determinados outros objetos do sistema ao qual
este está contido, ou inclusivamente sua carga elétrica, massa ou outro fator.MCCALL,
2010
Destas possı́veis combinações, é interessante que separar algumas mais caracterı́sticas para
serem descritas; Algumas formas de energia, que podem ser mensuradas quantitativamente em
um objeto ou sistema, encontram-se na lista a seguir.
• Mecânica: energia resultante da soma das componentes macroscópicas de energia
cinética e potencial de um corpo ou sistema.(NUSSENZVEIG, 1981)
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

• Elétrica: energia potencial gerada por causa campos elétricos ou inclusive armazenada
nestes campos, sendo causada pela interação eletrofraca (REITZ et al,1982)
• Magnética: energia similar à elétrica, mas acumulada ou gerada pelos campos magnéti-
cos, também causada pela interação eletrofraca (REITZ et al,1982)
• Gravitacional: energia potencial acumulada em um campo gravitacional, ou causada
por ele (NUSSENZVEIG, 1981)
• Quı́mica energia potencial devido à geometria e carga presentes nas ligações quı́micas
(ATKINS, JONES, 2001)
• Nuclear: energia potencial que mantém ligadas as partı́culas fundamentais presentes no
núcleo dos átomos (núcleons), correspondente às reações nucleares, sendo gerada pela
força eletrofraca e pela força nuclear, ou força nuclear forte (REITZ et al,1982)
• Ionização: é a energia potencial necessária para manter ou retirar um elétron da camada
de valência de um átomo (ATKINS, JONES, 2001)
• Cromodinâmica (ou Energia de Ligação Cromodinâmica Quântica): energia pre-
sente nos glúons, que mantém os quarks unidos, causado pela força nuclear forte (LERNER,
1997)
• Elástica: energia potencial armazenada em materiais para se restituirem após uma
deformação (NUSSENZVEIG, 1981)
• Térmica: energia cinética das partı́culas de um sistema mecânico que se caracterizam
pela variação de temperatura (NUSSENZVEIG, 1981)
• Repouso: energia potencial/nuclear devido à massa de repouso - parte da massa de um
sistema ou objeto que não depende das variações de movimento, ou seja, que é igual
independente do referencial defido às transformações de Lorentz (LERNER, 1997)

2.3 O Uso da Energia ao Longo da História

Segundo a CPFL Energia, desde a Pré-História, o homem tem usado a inteligência para
criar mecanismos que reduzam o esforço e aumentem seu conforto. Dominando a técnica do
fogo, melhorou sua alimentação, iluminação e segurança. Inventou a roda e outros mecanismos
que multiplicaram sua força fı́sica e facilitaram o transporte. Descobriu e buscou uma maneira
de usar a força das águas e dos ventos, domesticou animais, usando a força de cavalos e
bois para o trabalho. Para Bisquolo a energia é algo com que convivemos constantemente,
mantemo-nos vivos, requer alimentar-se e extrair energia destes. Historicamente, o homem se
encontra em uma busca constante por formas de energia. A queda das águas para gerar energia
elétrica, a queima de combustı́veis para a geração de movimento e mais um enorme número
de exemplos. Desses todos, é importante observar que em nenhum deles ocorreu criação de
energia, mas sim a sua transformação. Um caso clássico que pode ser citado é o de uma usina
hidrelétrica, onde ocorre a transformação da energia mecânica em energia elétrica.
A Revolução Industrial, conforme definido por Adolphe Blanqui em 1837 em la
révolution industrielle (embora a primeira vez que esta nomenclatura tenha sido aplicada tenha
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5

sido por Louis-Guillaume Otto em 1799, conforme explica CROUZET(1996)) diz respeito à
transição para novos processos manufatureiros, ocorridos entre a década de 1760 e a primeira
metade do século XIX, que incluiu a alteração de uma forma de produção manual (através
de manufaturas de artesanato) a, - em um primeiro momento - a utilização de máquinas
automatizadas a vapor, usando o carvão mineral como fonte de energia motriz (i.e., usada
para movimentação de um corpo). Antes disso, a pouco se entendia a respeito da conversão de
energia - a menos, não em questão de aplicações cotidinas -, e pouquı́ssimos eram os recursos
energéticos utilizados, mas o advento da máquina a vapor, inicialmente em bombas d’água e
depois em navios, locomotivas e outros, foi o pontapé inicial para o crescente desenvolvimento
industrial e tecnológico e a pesquisa acerca de novas formas de converter e utilizar a energia:
“[...] a verdadeira revolução na área foi a criação de Thomas Newcomen em 1712, do chamado
”motor de Newcomen”, que foi o primeiro tipo de motor a vapor a ser amplamente usado. ”
(SANTIAGO, 2012).
O estudo do eletromagnetismo inicia-se rudimentarmente no século VI A.E.C. através
das observações acerca da eletricidade estática feitas pelo filósofo grego Tales de Mileto, que
notou que esfregando/friccionando o pêlo de animais em diversos materiais - principalmente
âmbar - causava a atração mútua entre as duas substâncias utilizadas na experimentação.
Inclusive, quando havia fricção por tempo suficiente, o âmbar não apenas era capaz de
”levantar”objetos pequenos, mas ainda de fazer que houvesse a liberação de uma faı́sca entre
os dois objetos. Em 1936, pesquisas arqueológicas em um sı́tio na na vila de Khujut Rabu
(cidade próxima a Bagdá) encontraram uma série de artefatos datados do século III A.E.C.
que se assemelham (estetica e funcionalmente) a células eletroquı́micas (i.e. um dispositivo
que gera eletricidade a partir de uma reação quı́mica, e.g. pilhas/baterias) consistituı́da de um
pequeno vaso de argila no qual reside um tubo de chapa de cobre, com diâmetro aproximado
de 2,5 cm por 10 cm de comprimento, em que sua base é selada por um disco de cobre e de
seu interior projeta-se uma barra de ferro, aparentemente corroı́da por ácido, com uma tampa
de betume. Segundo DOWNS (2000) e MEYERHOFF (1999), as células ainda têm sua função
sem confirmação arqueológica da real função destas células, mas é provavel que fossem usadas
para eletrodeposição de uma camada de ouro sobre uma camada de prata; fotografias de um
exemplar deste artefato arqueológico podem ser vistas (inclusive em operação) nas figuras 1 e
2. Todavia, de acordo com KIRBY (1990), a criação da primeira célula galvânica é creditada a
Alessandro Volta no ano de 1799 - era constituı́da de uma junção de Zinco de Cobre, de forma
que o potencial eletrostático destes dois materiais era diferente, e a diferença de potencial a
esta junção associada fazia que energia ficasse acumulada na forma de potencial elétrico; a
pilha voltáica desenvolvida por Volta em 1800, conforme o nome sugere, era uma pilha de
células menores de Zinco e Cobre ligadas por um eletrólito (vide figura 3) -, tendo se baseado
nos experimentos relacionados à bioeletricidade e biopotenciais (estes termos não existiam
na época) feitos por Luigi Galvani, que demonstrou que a eletricidade é o meio pelo qual as
terminações e células nervosas passam os sinais para os músculos (um circuito composto de
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6

dois metais e a perna de uma rã era capaz de gerar uma resposta impulsiva na perna desta rã
através de uma descarga elétrica causada pela diferença de potencial entre estes dois metais;
Volta demonstrou em 1974 que quando dois metais estão separados por um pano ou papelão
embebido em solução salina, há condução de corrente elétrica, ou seja transferência de elétrons,
entre estes dois metais) (GUARNIERI, 2014 e KIRBY, 1990).

Figura 1 – Célula de Bagdá

Fonte: MEYERHOFF e DOWNS


Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7

Figura 2 – Célula de Bagdá operando

Fonte: MEYERHOFF e DOWNS

A invenção da pilha voltáica foi muito importante para que pudesse ser armazenada
energia elétrica, mas as máquinas eleétricas até o século XIX ainda eram muito rudimentares,
e baseados na descarga contı́nua de elétrons, até que em 1819, o fı́sico Hans Christian Ørsted
descobriu um efeito defletor de uma corrente elétrica que atravessa um fio sobre uma agulha
suspensa que está magnetizada (MAVER, 1918). Esta descoberta foi muito importante, pois
indicava uma relação ı́ntima entre eletricidade e magnetismo, que foi comprovada dois anos
depois por Ampère, em Exposé des nouvelles découvertes sur l’électricité et le magneétisme
(Apresentação sobre as novas descobertas sobre eletricidade e magnetismo). Graças às descober-
tas de Ampère de posteriormente de Faraday, foi possı́vel que nos próximos anos fossem criadas
máquinas de corrente alternada, que permitiu a eletrificação das fábricas e maquinofatura em
geral no começo do século XIX, tornando viáveis as linhas de produção como as entendemos
hoje, abandonando a máquina a vapor para tal finalidade.(ENGELMAN, 2015).
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 8

Figura 3 – Pilha Voltáica original

Fonte: def.fe.up.pt/eletricidade/corrente

Até meados do século XIX, a Revolução Industrial já havia se expandido na Europa
ocidental e chego em parte da América, a máquina a vapor e a criação da maquinofatura haviam
gerado novas formas de uso de matérias primas e de energia (que concentrava-se antes no uso
da água, dos ventos, etc como forma de mover moinhos e outras máquinas de conversão de
momento), fazendo que assim houvesse uma mudança extremamente rápida na forma de vida
da sociedade ocidental (MUNTONE, 2011), além de que várias descobertas cientı́ficas acerca do
uso da energia haviam sido feitas, de forma que iniciou-se uma nova fase de inovações, processos
e grande industrilização não apenas no restante da Europa, mas também na Ásia, que ficou
conhecida como Segunda Revolução Industrial (conceito inicialmente introduzido por GEDDES,
em 1915 no artigo Cities in evolution: an introduction to the town planning movement and to
the study of civics) ou Revolução Tecnológica (HULL, 1999 e MUNTONE, 2011), que inicia-se
na segunda metade do século XIX e durou até a Grande Guerra (há divergências acerca das
datas onde de fato é o inı́cio e fim da Segunda Revolução Industrial, mas normalmente a data é
dada entre 1850 e 1880 seu inı́cio e seu fim em 1914 (MOKYR, 1998)). A Segunda Revolução
Industrial foi marcada pelo uso de novas tecnologias, especialmente a indústria quı́mica, a
indústria do aço (principalmente fomentada pelo processo de Bessemer - processo industrial de
baixo custo para produção de Aço, criado por Henry Bessemer e patenteado em 1856) - que
permitiu a construção de linhas férreas para a aceleração do transporte, gargalo existente na
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9

primeira fase da Revolução Industrial -, o uso da eletricidade no processo de fabricação fabril,


o inı́cio da exploração do petróleo (que tornou possı́vel a realização do motor a combustão
interna e consequentemente os automóveis), além do surgimento e utilização massivos das
telecomunicações (por exemplo, com o rádio, o telégrafo e o telefone), gerando também
alterações na sociedade de âmbito socioeconômicas que fogem do escopo aqui estudado.
Talvez a marca mais importante que a Segunda Revolução Industrial tenha deixado,
seja a de gerar diversas contribuições cientı́fico-tecnológicas na conversão e uso de energia
- além de, consequentemente na sua demanda - (Smil Vaclav (2005) chama o perı́odo de
1867–1914 de ”A Era da Sinergia”, pois foi a era onde mais inovações foram realizadas em um
curto perı́odo de tempo e com tal incrementação tecnológica e, diferenemente da Primeira
Revolução Industrial, estas inovações, invenções e descobertass tecnológicas foram sempre
respaudadas e baseadas em ciência e engenharia).

2.4 Formas de Geração de Energia

Após a Segunda Fase da Revolução Industrial e da revolução digital, o uso da energia


elétrica, devido à sua maior facilidade de conversão e armazenamento em comparação aos
outros tipos de energia, se torna cada vez mais recorrente e necessária nas nossas vidas,
fazendo com que seja necessário que se procurem cada vez mais, novas formas de se ”gerar
energia”(converter energia, de sua forma natural para energia elétrica, doravante, será tratado
a ideia de ’forma de energia possı́vel à conversão em elétrica’ como simplesmente ’forma de
energia’ para simplificação).
1. Energia Hidráulica ou Aproveitamento da Energia Potencial e Cinética do Mo-
vimento das Águas: Energia Hidráulica é a energia decorrente da queda d’água ou
da corrente d’água, sendo uma das formas mais antigas de conversão de energia, visto
que os moinhos d’água (ou azenhas) são utilizados desde a antiguidade (na Índia, por
exemplo, há registros de sua utilização desde o século IV) para a irrigação e para gerar
potência para operar diversos dispositivos mecânicos, como serrarias, fábricas texteis,
elevadores hidráulicos, moedoras de grãos, martelos de forja, etc. (REYNOLDS, 2002)

a) Hidrelétricas: Uma hidrelétrica é um tipo de usina para conversão de energia, que


converte a energia cinética das correntes de água em energia elétrica; quando a água,
carregando momento e - consequentemente - energia cinética atravessa os geradores
da usina, fazendo que este momento seja convertido em momento angular sobre o
eixo do gerador, excitando as bobinas internas do mesmo e esta força eletromotriz
é tratada, armazenada e distribuı́da. No caso de hidrelétricas convencionais, há um
reservatório ou lago, decorrente da construção de uma barragem; um vertedouro
Ppermite o controle do nı́vel da água do reservatório, principalmente em perı́odos
de cheias, podendo ter ou não comportas. Através do Conduto Forçado, a água é
canalizada para as turbinas, e depois vai para o Canal de Fuga, que é o canal no
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10

qual a água sai após ter movimentado as turbinas - entende-se por turninas, as
estruturas rotativas que possuem pás a serem movimentadas pela força d’água, e
que está acoplada ao eito de um gerador eletromecânico.
Uma forma, menos convencional de hidrelétrica são as Run-Of-River, Curso do Rio,
ou ROR, onde os geradores são instalados em cursos de rios ou córregos, aproveitando
a própria correnteza dos mesmos, sem necessitar da inundação necessária para
construção da hidrelétrica convencional; todavia, como não há o armazenamento
de energia potencial, através do controle do vertedouro e da própria barragem,
Construtivamente, este tipo de usina não é capaz de gerar o mesmo nı́vel de
potência que uma usina convencional é capaz de gerar. É considerado a solução
ideal para rios e córregos que já possuam um fluxo de água grande, para que não
haja a necessidade de inundação (RAGHUNATH, 2009). No final do século XIX,
a energia Hidráulica se tornou uma forma de gerar eletricidade, e começaram a
ser produzidas as primeiras uzinas hidrelétricas. Hoje, constituem 70% da energia
renovável produzida no mundo 16,6% da energia elétrica de toda a energia produzida
no mundo, com expectativa de aumento em 3,1%/ano, segundo dados do GSR2016
(Global Status Report) da REN21 (Renewable Energy Policy Network for the 21st
Century )
A primeira planta de uma hidrelétrica foi desenvolvida por William Armstrong em
1878, e foi usada para energizar uma única lâmpada na casa de campo de Gragside,
na Inglaterra - dados da Association for Industrial Archaeology, Associação de
Arqueologia Industrial, de 1987 -, mas apenas em 1878 a primeira hidrelétrica foi
construı́da junto às Cataratas do Niágara (é importante ressaltar que a usina lá
instalada nesse momento, não é a mesma que hoje está em produção) tendo suas
atividades iniciadas em 1881 (BLALOCK, WOODWORTH, 2008).
No mesmo perı́odo - mais especificamente no ano de 1889, o Brasil construiu
sua primeira hidrelétrica, no municı́pio de Diamantina (Minas Gerais), utilizando
as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha. Essa hidrelétrica
possuı́a 0,5 megawatts (MW) de potência e linha de transmissão de dois quilômetros
de extensão.
Os impactos ambientais ocasionados pela construção de hidrelétricas e PCH’s são
enormes e afetam toda a biodiversidade e a vida da população que vive na região
onde são instalados tais empreendimentos. Mas, um aspecto que é modificado com
a construção de hidrelétricas é a variação climática decorrente da formação de lago
artificial, muito comum após a conclusão da obra (CRUZ et al., 2006).
b) Energia Maremotriz: É a energia gerada através da movimentação das marés. Nos
oceanos, existem desnı́veis no solo abaixo da água. Com a instalação de barragens
e um sistema de geradores é possı́vel gerar energia elétrica, pois como a maré sobe
em determinadas horas do dia, a água é represada durante esse perı́odo em um
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11

reservatório construı́do no oceano, após o vazamento da maré é possı́vel fazer a


liberação da água do reservatório, que movimenta as turbinas. Esse movimento das
turbinas aliado ao sistema de conversão de energia cinética em elétrica, é capaz
de fazer essa geração. A cidade de La Rance, na França, teve a primeira usina de
marémotriz instalada no mundo, em 1966.
A energia de marémotriz é uma energia renovável, pois sua fonte (marés), são
inesgotáveis. Ela pode, e muitas vezes é considerada uma energia limpa, porém sua
instalação gera agressões ao meio ambiente, pois para a construção do reservatório
no oceano ocorre uma intervenção do ser humano no local, assim como impacto
ambiental nos ecossistemas marinhos.
É necessário ter uma situação geográfica favorável, ou seja, presença de marés no
litoral e desnı́vel adequado do solo do oceano, sendo uma alternativa para paı́ses que
possuem dificuldades na geração de energia, embora possua um custo de instalação
elevado e uma eficiência energética reduzida, em comparação com outras fontes.
Atualmente, os paı́ses que mais utilizam este sistema de geração de energia são:
Japão, França, Coreia do Sul, Inglaterra e Estados Unidos (principalmente instaladas
no Havaı́).
Embora tenha uma situação geográfica favorável, principalmente no litoral ma-
ranhense e na ilha de Macapá, o Brasil ainda não produz energia através deste
sistema.
Abaixo, na figura 4, um exemplo de uma usina maremotriz.

Figura 4 – Exemplo de uma usina maremotriz

Fonte: Energia Inteligente UFRJ

c) Energia das Ondas: Paralelamente a energia de marémotriz, a energia de ondas


utiliza dos recursos hı́dricos (oceanos), para a geração de energia elétrica.
Seu funcionamento resume-se, basicamente, em módulos, cada módulo é formado
por um flutuador, um braço mecânico e uma bomba conectada a um circuito de
água doce. A medida que as ondas passam, os flutuadores sobem e descem, o que
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12

aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito
fechado, no qual não há troca de lı́quido com o ambiente, circule em um local de
alta pressão. Essa água que sofre grande pressão vai para um acumulador, que tem
água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica.
As ondas são causadas pelo sopro do vento na superfı́cie do oceano, assim como
pelo movimento das marés. Em alguns locais do mundo, o vento sopra de maneira
constante, havendo a presença de ondas na maior parte do ano. Isso representa um
potencial energético gigantesco. Com a aparelhagem correta para converter esta
energia cinética em eletricidade, pode-se obter uma fonte limpa de energia.
No que diz respeito aos nı́veis de emissão de carbono e outros gases nocivos, seus
impactos são nulos, sendo considerada uma energia limpa. Para que siga funci-
onando, não é necessária a extração de recursos naturais, isso faz deste tipo de
tecnologia, uma opção totalmente renovável.
O custo elevado e os esforços de desenvolvimento tecnológico ainda são incipientes,
havendo dificuldade de aplicação em larga escala. Isso torna a barreira de desenvol-
vimento inicial ainda distante.
Adicionalmente, um local com uma planta energética destas instalada, inutiliza a
área. Isso significa que em uma região onde aproveita-se energia das ondas, não
se pode explorar a pesca, por exemplo. Portanto, embora os impactos ambientais
sejam pequenos, os impactos socioeconômicos são significativos.
Localizada no quebra-mar do Porto de Pecém, a 60km de Fortaleza, a usina de
ondas é a primeira na América Latina responsável pela geração de energia elétrica
por meio do movimento das ondas do mar. Abaixo, na figura 5, um exemplo de
uma usina de geração de energia através das ondas.

Figura 5 – Exemplo de uma usina de Energia das Ondas

Fonte: portaldaenergia.com/energia-das-ondas

d) Energia de Correntes Marı́tmas A energia elétrica é gerada através de um


transformador, que converte a energia de correntes marı́timas. São instalados no
fundo do oceano, em regiões de intensa atividade de correntes marı́timas, estruturas
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13

que contem pás rotatórias, parecidas com as utilizadas para a geração de energia
eólica, que fazem o movimento de giro, o qual gera energia cinética, que é convertida
em elétrica.
Assim como as outras energias apresentadas, em que a fonte é o mar (marémotriz
e das ondas), não há agressão ao meio ambiente pela liberação de gases tóxicos,
ou contaminações, por isso é considerada uma fonte de energia limpa, mas como já
foi ressaltado, esse tipo de utilização gera impactos ambientais nos ecossistemas
marinhos, assim como problemas socioeconômicos (caso haja comunidades nos
locais de instalação) com a proibição da pesca. Abaixo, na figura 6, um exemplo de
uma usina maremotriz.

Figura 6 – Exemplo de uma usina de Energia de Correntes Marı́tmas

Fonte: www.marineturbines.com/SeaGen-Products

2. Energia Eólica: Energia eólica é a energia do movimento (cinética) das correntes de


ar que circulam na atmosfera. A geração de energia elétrica através dos ventos se dá
pela conversão da energia cinética de translação pela energia cinética de rotação através
do emprego de turbinas eólicas, quando o objetivo é gerar eletricidade. É uma energia
abundante, renovável e limpa, sendo, por isso, umas das principais apostas no campo
das fontes renováveis de Energia. Um dos únicos fatores desfavoráveis a sua utilização é
a poluição sonora causada pelo barulho que gera o vento batendo nas pás, assim como o
barulho de sua rotação. Por conta do som desagradável, é necessário a instalação a pelo
menos 200 metros de distância de residências.
Um sistema eólico pode ser utilizado em duas aplicações, sendo os sistemas isolados, que
armazenam a energia em baterias, normalmente utilizados em aplicações residenciais e de
menor escala, a primeira delas e sistemas integrados à rede, que entregam a energia direto
para a rede elétrica, normalmente em maior escala e com fins comerciais, a segunda.
Existe também a aplicação off-shore que é um sistema de produção de energia eólica
instalado no mar, que aproveita os ventos fora da costa e utilizam redes elétricas para
transmitir a energia para o continente.
No Brasil, a primeira turbina de energia eólica foi instalada em Fernando de Noronha, em
Pernambuco, em 1992. Na época, a geração de energia elétrica correspondia a 10% da
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14

energia gerada e consumida na ilha. Isso economizava 70 mil litros de óleo diesel por ano.
Em fevereiro de 2017, o Brasil atingiu 10,8 GW de energia eólica em operação, repre-
sentando 7,1% da matriz elétrica brasileira, atingindo o 9o lugar na geração eólica no
mundo.
Com os parques atualmente em construção, estima-se que até 2020 o paı́s terá aproxima-
damente 600 parques eólicos em operação. Esses parques terão capacidade instalada de
17,9 GW, e representarão em torno de 10% de toda a energia produzida no Brasil.
O crescimento da fonte eólica no Brasil tem sido expressivo, mas se analisarmos seu
potencial, ainda temos muito a explorar. Segundo estudos da Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), o Brasil tem potencial de 300 GW de geração eólica, o que corresponde
a 2,2 vezes a matriz elétrica brasileira.
Abaixo, na figura 7, um exemplo de uma usina eólica.

Figura 7 – Exemplo de uma usina Eólica

Fonte: Energia Inteligente UFRJ

3. Termoelétricas: Termoelétrica é um tipo de Usina que gera eletricidade a partir da


energia térmica. Na maioria das implementações deste tipo de usina, a conversão elétrica
é feita a partir de turbinas movidas por vapor (i.e., o calor da usina é usilizado para gerar
vapor, e este vapor, que graças à sua pressão, carrega muita energia potencial, é liberado
e a energia cinética é usada para girar turbinas). Depois de passar pela turbina, o vapor
é condensado em um condensador e reciclado para onde foi aquecido; isso é conhecido
como ciclo Rankine (WISER,2000).
A maior diferença nos tipos de usinas termoelétricas é devido às diferentes fontes de
calor; o combustı́vel fóssil domina aqui, embora a energia térmica nuclear e a energia
térmica solar também sejam usadas.
Quase todas as usinas de carvão, petróleo, energia nuclear, geotérmica, térmica solar e
de incineração de lixo, bem como muitas usinas de gás natural, são termoelétricas. O
gás natural é frequentemente queimado em turbinas a gás e também em caldeiras. O
calor residual de uma turbina a gás, na forma de gás quente de exaustão pode ser usado
para levar o vapor, passando este gás através de um gerador de vapor de recuperação
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15

de calor (HRSG, Heat Recovery Steam Generator), o vapor é usado para conduzir uma
turbina a vapor em um ciclo combinado planta que melhora a eficiência geral. As usinas
que queimam carvão, óleo combustı́vel ou gás natural são frequentemente chamadas
de usinas de combustı́vel fóssil. Algumas usinas térmicas movidas a biomassa também
apareceram nessa classificação. Usinas térmicas não-nucleares, particularmente usinas
movidas a combustı́veis fósseis, que não usam cogeração (processo de produção e uti-
lização combinada de calor e electricidade, proporcionando o aproveitamento de mais
de 70% da energia térmica proveniente dos combustı́veis utilizados nesse processo - As
usinas de cogeração, frequentemente chamadas de instalações combinadas de calor e
energia (CH & P, Combined Heat & Power), produzem tanto energia elétrica quanto
calor para aquecimento de processo ou aquecimento de ambientes, como vapor e água
quente.) são algumas vezes chamadas de usinas termoelétricas convencionais.
As usinas comerciais costumam ser construı́das em larga escala e projetadas para opera-
ção contı́nua. Praticamente todas as usinas de energia elétrica usam geradores elétricos
trifásicos para produzir energia elétrica de corrente alternada (CA) a uma frequência
de 50 Hz ou 60 Hz (No caso do Brasil usa-se somente 60 Hz). Grandes empresas ou
instituições podem ter suas próprias centrais elétricas para fornecer aquecimento ou
eletricidade às suas instalações, especialmente se o vapor for criado de qualquer maneira
para outros fins. Usinas movidas a vapor eram usadas para alimentar a maioria dos
navios na maior parte do século 20 até recentemente. As usinas de energia a vapor são
atualmente usadas apenas em grandes navios navais.
Conforme Robert Hodson Parsons relata em The Early Days of the Power Station Industry,
os primeiros motores movidos à vapor, desenvolvidos desde o século 18, são usados desde
então para produzir energia mecânica, sendo que foram notavelmente melhorados por
James Watt. Quando as primeiras usinas comerciais desenvolvidas foram instaladas em
1882 na estação de Pearl Street em Nova Iorque e no Viaduto Holborn em Londres. O
desenvolvimento de turbinas a vapor em 1884 fez com que fossem desenvolvidas a partir
de então, máquinas elétricas mais eficientes para serem usadas em usinas/centrais de
geração de energia. Em 1905, as turbninas substituı́ram completamente as máquinas a
vapor pistomáticas. Destes, o maior gerador construı́do foi completado em 1901 para
a ferrovia elevada de Mahattan (Manhattan Elevated Railway), onde cada uma das
dezessete unidades pesava cerca de 500 toneladas e gerava 6000 quilowatts - hoje em
dia, uma usina de termoelétrica que utiliza turbinas a vapor que gere o mesma potência
elétrica não pesa mais do que 20% disso (KLEIN, 2009). A topologia convencional de
uma usina termoelétrica movida a carvão pode ser vista na imagem 8 abaixo:
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16

Figura 8 – Topologia de um Termoelétrica

Fonte: bit.ly/2KhOIng

Onde:
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17

• 1. Torre de resfriamento
• 2. Bomba de água de resfriamento
• 3. Linha de transmissão (trifásica)
• 4. Transformador elevador (trifásico)
• 5. Gerador elétrico (trifásico)
• 6. Turbina a vapor de baixa pressão
• 7. Bomba de condensado
• 8. Condensador de superfı́cie
• 9. Turbina a vapor de pressão intermediária
• 10. Válvula de controle de vapor
• 11. Turbina a vapor de alta pressão
• 12. Desaerador
• 13. Aquecedor de água de alimentação
• 14. Transportador de carvão
• 15. Tremonha de carvão
• 16. Pulverizador de carvão
• 17. Tambor de vapor da caldeira
• 18. Tremonha de cinzas
• 19. Superaquecedor
• 20. Ventilador de tiragem forçada
• 21. Reaquecedor
• 22. Entrada de ar de combustão
• 23. Economizador
• 24. Pré-aquecedor de ar
• 25. Precipitador
• 26. Ventilador de tiragem induzida
• 27. Pilha de gás de combustão
A imagem original, em formato vetorial (svg) pode ser encontrada no link nos anexos.
4. Energia Geotérmica: Segundo o Portal Energia a energia geotérmica é o aproveita-
mento direto de fluidos geotérmicos em centrais a altas temperaturas (maiores que
150 o C), para movimentar uma turbina e produzir energia eléctrica. Energia térmica
conseguida através da perfuração de poços de modo a alcançar os reservatórios, trazendo
para a superfı́cie o vapor da água quente de alta pressão, dirigindo o vapor e água quente
a unidades distintas nas turbinas das centrais geotérmicas, a agua é injetada de volta ao
reservatório onde é reaquecido, preservando o equilı́brio e a sustentabilidade do recurso.
As vantagens são nı́tidas: menor poluição ocupa pouco espaço, funciona 24h/dia. Baixo
custo administrativo, energia praticamente inesgotável. Em suas desvantagens esta o
custo inicial elevado, e os anti-gelificantes usados nas zonas mais frias podem conter
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

CFC e HCFC, ambos destroem a camada de Ozônio.

5. Geração Fotovoltáica: A utilização desse tipo de energia tem se tornado cada vez
mais frequente, não só considerando as energias limpas e renováveis, mas também entre
todos os tipos de geração de energia elétrica. No passado seus custos de instalação e
manutenção encontravam-se muito elevados, sendo muitas vezes preterida em relação aos
outros tipos. Com o passar do tempo as vantagens econômicas da energia solar passaram
a ter muito valor não só por grandes empresas, mas também na média e pequena geração
residencial para consumo próprio.
Basicamente, a geração de energia solar consiste na instalação de painéis fotovoltaicos,
que em sua maioria são constituı́dos por silı́cio. A instalação dos painéis deve ser feita com
a intenção de obter o maior rendimento possı́vel. Para isso é necessário instalá-lo com
determina inclinação, de forma que a incidência dos raios solares seja a máxima possı́vel.
Por isso que em cada lugar a inclinação dos painéis deve coincidir com a latitude do local,
havendo uma incidência perpendicular. Através do efeito fotoelétrico, há uma energia dos
fótons quando ocorre o choque com os elétrons livres da célula fotovoltáica, essa energia
é então convertida em energia elétrica. Outro fator interessante na geração de energia
solar é que além da incidência dos raios solares e a inclinação dos painéis, a temperatura
do ambiente também é fundamental para um maior rendimento, sendo inversamente
proporcional a temperatura ao rendimento, ou seja, quanto menor a temperatura, maior
o rendimento, para uma mesma intensidade luminosa.
Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, que inclusive foi produzido com a participação
de um professor da UTFPR (Gerson Máximo Tiepolo), temos a imagem a seguir, que
ilustra as áreas de maior irradiação solar diária no território brasileiro:
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 19

Figura 9 – Atlas Brasileiro de Energia Solar

Fonte: CBGA

Enquanto essa outra imagem ilustra a irradiação no território brasileiro durante o ano
todo em comparação com a Alemanha (imagem disponı́vel no Congresso Brasileiro de
Gestão Ambiental, 2013):

Figura 10 – Comparação da irradiação no território brasileiro durante o ano todo em comparação


com a Alemanha

Fonte: CBGA
Capı́tulo 2. ESTADO DA ARTE E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20

É possı́vel notar que o litoral paranaense é o que possui a menor incidência no território
nacional, entre 1642 e 1715 KW h/m2 /ano. O curioso disso é que o pais que mais
produz e utiliza a energia solar, no mundo, é a Alemanha, porém a maior incidência de
irradiação em todo o território alemão é de aproximadamente 1300 KW h/m2 /ano, ou
seja, o Brasil tem uma incidência solar muito maior do que o paı́s que mais gera esse
tipo de energia. O litoral paranaense possui a menor incidência média durante o ano,
mas especificamente nos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março, a
região Sul, incluindo o litoral paranaense, possui a sua máxima incidência, sendo uma
das maiores do Brasil nesse perı́odo.
É por isso que a utilização da energia solar no Brasil, que é utilizada em baixı́ssima
escala, deve ser bem melhor aproveitado. As regiões do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste
possuem um potencial para esse tipo de geração de energia enorme.
O Brasil é privilegiado pela abundante radiação solar, onde o sol aparece em média 280
dias por ano, além de ser detentor de uma das maiores reservas de silı́cio no mundo,
material utilizado na fabricação de painéis solares. No entanto, ainda carece de indústrias
nacionais para a produção desses sistemas.
O paı́s possui muito potencial para a geração de energia através da incidência solar tanto
para abastecer residências (produção de pequeno porte, micro industrias, produção e
consumo próprio), quanto para geração de grande porte, grandes redes de distribuição
pelo território nacional, sendo uma alternativa de energia limpa e renovável.
Para a geração de grande porte é necessário investimentos elevados, por conta da alta
tecnologia necessária para um aproveitamento máximo da luz do sol. É possı́vel encon-
trarmos painéis solares que são capazes de seguir a incidência máxima da luz do sol
durante um dia, possuidores de sistemas de seguimento solar de um eixo (Leste-Oeste),
assim como os sistemas seguidores de dois eixos, que são mais caros que o primeiro, mas
que movem-se no sentido Leste-Oeste e Norte-Sul, capazes de obter a maior incidência
solar possı́vel, durante o dia e durante todas as estações do ano.
21

3 PANORAMA NACIONAL

3.1 Usos da Energia no paı́s

Segundo o BIG (Banco de Informações de Geração), o Brasil possui no total 6.707


empreendimentos em operação, totalizando 158.798.566 kW de potência instalada (dado
dinâmico, informações podem estar alteradas após a publicação deste documento).
Está prevista para os próximos anos uma adição de 17.152.466 kW na capacidade de geração
do Paı́s, proveniente dos 205 empreendimentos atualmente em construção e mais 377 em
Empreendimentos com Construção não iniciada.
Desta produção, mais de 60% é proveniente de recursos hı́dricos, cerca de 16% proveniente de
combustı́veis fósseis, 7% Eólica e 8% de biomassa e cerca de 5% da energia que compõe a
Matriz de Energia elétrica nacional é importada (os valores apresentados estão aproximados),
competindo o restante a outras formas de geração, como nuclear, solar, etc).
A tabela e o gráfico abaixo demonstram os dados acima apresentados.
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 22

Tabela 1 – Matriz Energética Nacional


Origem Tipo Fonte Usinas(n) kW (%)
Biomassa Agroindustriais Bagaço da Cana 402 11221135 6,7205
Biomassa Agroindustriais Biogás-AGR 2 948 0,0006
Biomassa Agroindustriais Capim Elefante 2 31700 0,0190
Biomassa Agroindustriais Casca de Arroz 12 45333 0,0272
Biomassa Biocombustı́veis Etanol 1 320 0,0002
Biomassa Biocombustı́veis Óleos vegetais 2 4350 0,0026
Biomassa Floresta Carvão Vegetal 8 43197 0,0259
Biomassa Floresta Biomassa 10 114265 0,0684
Biomassa Floresta Lenha 4 23900 0,0143
Biomassa Floresta Licor Negro 18 2542616 1,5228
Biomassa Floresta Resı́duos Florestais 55 425197 0,2547
Biomassa Resı́duos animais Biogás 14 4481 0,0027
Biomassa Resı́duos sólidos Biogás 19 128851 0,0772
Biomassa Resı́duos sólidos Carvão 1 2700 0,0016
Eólica Cinética do vento Cinética do vento 520 12763343 7,6442
Fóssil Carvão mineral Calor de Processo 2 28400 0,0170
Fóssil Carvão mineral Carvão Mineral 14 3323740 1,9906
Fóssil Carvão mineral Gás de Alto Forno 10 375330 0,2248
Fóssil Gás natural Calor de Processo 1 40000 0,0240
Fóssil Gás natural Gás Natural 165 12953699 7,7582
Fóssil Outros Fósseis Calor de Processo 1 147300 0,0882
Fóssil Petróleo Gás de Alto Forno 1 1200 0,0007
Fóssil Petróleo Gás de Refinaria 6 315560 0,1890
Fóssil Petróleo Óleo Combustı́vel 78 4055967 2,4292
Fóssil Petróleo Óleo Diesel 2158 4722291 2,8283
Fóssil Petróleo Outros 18 1028328 0,6159
Hı́drica Hidrootencial Potencial hidráulico 1321 101299217 60,6696
Nuclear Urânio Urânio 2 1990000 1,1918
Solar Radiação solar Radiação solar 1859 1165146 0,6978
Undi-Elétrica Cinética da água Cinética da água 1 50 0,0000
Importação n/a Paraguai n/a 5650000 3,3838
Importação n/a Argentina n/a 2250000 1,3475
Importação n/a Venezuela n/a 200000 0,1197
Importação n/a Uruguai n/a 70000 0,0419

Fonte: BIG

Em relação aos empreendimentos operantes, em construção e a serem construı́dos,


temos:
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 23

Figura 11 – Gráfico da Matriz Energética Nacional

Fonte: BIG

Tabela 2 – Empreendimentos em Operação


Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) Potência Fiscalizada (kW) %
CGH 672 634.791 637.027 0,4
CGU 1 50 50 0
EOL 520 12.786.139 12.763.343 8,04
PCH 429 5.070.129 5.042.723 3,18
UFV 1.859 1.165.146 1.165.146 0,73
UHE 220 101.883.450 95.619.468 60,21
UTE 3.004 43.329.484 41.580.809 26,18
UTN 2 1.990.000 1.990.000 1,25
Total 6.707 166.859.189 158.798.566 100

Fonte: BIG

Figura 12 – Gráfico dos Empreendimentos em Operação

Fonte: BIG
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 24

Tabela 3 – Empreendimentos em Construção


Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) %
CGH 6 7.648 0,09
EOL 117 2.623.950 30,76
PCH 27 310.180 3,64
UFV 22 618.220 7,25
UHE 6 1.254.100 14,7
UTE 26 2.367.530 27,75
UTN 1 1.350.000 15,82
Total 205 8.531.628 100

Fonte: BIG

Figura 13 – Gráfico dos Empreendimentos em Construção

Fonte: BIG
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 25

Tabela 4 – Empreendimentos em Construção não iniciada


Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) %
CGH 1 1.000 0,01
EOL 91 1.977.110 22,93
PCH 126 1.667.390 19,34
UFV 37 875.291 10,15
UHE 7 694.180 8,05
UTE 115 3.405.867 39,51
Total 377 8.620.838 100

Fonte: BIG

Figura 14 – Gráfico dos Empreendimentos em Construção não iniciada

Fonte: BIG
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 26

Onde:
• CGH Central Geradora Hidrelétrica
• CGU Central Geradora Undi-elétrica
• EOL Central Geradora Eólica
• PCH Pequena Central Hidrelétrica
• UFV Central Geradora Solar Fotovoltaica
• UHE Usina Hidrelétrica
• UTE Usina Termelétrica
• UTN Usina Termonuclear

3.1.1 Um Breve Histórico da Energia no Brasil

Um iniciativa da Eletrobrás (sociedade de economia mista e de capital aberto sob


controle acionário do Governo Federal brasileiro) chamada Memória da Eletricidade desenvolve,
incentiva e apoia projetos de âmbito regional e nacional, nos campos da historiografia, da
história oral, dos sistemas de informação, da memória técnica, do tratamento e referenciação
de documentos históricos, da implantação de unidades culturais e da produção de exposições,
somando seus esforços aos das empresas e órgãos do setor de energia elétrica e buscando
construir elos de aproximação entre o setor e a sociedade em geral. A linha de trabalho da
instituição tem como temática, além do processo geral de implantação e desenvolvimento da
eletricidade no paı́s, o histórico de empresas e órgãos, de empreendimentos e de personalidades
que marcaram a trajetória do setor de energia elétrica, bem como alguns assuntos especı́ficos
e relevantes, cuja análise contribui para a compreensão do papel desempenhado pela energia
elétrica na formação do Brasil contemporâneo. De acordo com o órgão:
1879 Dom Pedro II concedeu a Thomaz Alva Edison o privilégio de introduzir no paı́s aparelhos
e processos de sua invenção destinados à utilização da eletricidade na iluminação pública.
Foi inaugurada na Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II, atual Central do
Brasil, a primeira instalação de iluminação elétrica permanente.

1881 A Diretoria Geral dos Telégrafos instalou, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira
iluminação externa pública do paı́s em trecho da atual Praça da República.
1883 Entrou em operação a primeira usina hidrelétrica no paı́s, localizada no Ribeirão do
Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, na cidade de Diamantina. D. Pedro II inaugurou
na cidade de Campos, o primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do
Brasil e da América do Sul.
1889 Entrou em operação a primeira hidrelétrica de maior porte do Brasil, Marmelos-Zero da
Companhia Mineira de Eletricidade, pertencente ao industrial Bernardo Mascarenhas, em
Juiz de Fora – MG.
1892 Inaugurada, no Rio de Janeiro, pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, a
primeira linha de bondes elétricos instalados em caráter permanente do paı́s.
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 27

1897 inauguração do serviço de iluminação elétrica em Belo Horizonte. Véspera da inauguração


da cidade.
1899 Criada em Toronto (Canadá) a São Paulo Railway, Light and Power Ltd – SP RAILWAY.
1901 entrada em operação da usina hidrelétrica Parnaı́ba (atual Edgard de Souza) pertencente
à São Paulo Light, primeira a utilizar barragem com mais de 15 metros de altura.
1903 Aprovado pelo Congresso Nacional, o primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia
elétrica no paı́s.
1904 Criada em Toronto (Canadá) a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power – RJ
TRAMWAY.
1908 Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Fontes Velha, na época a maior usina do Brasil
e uma das maiores do mundo.
1912 Criada em Toronto (Canadá), a Brazilian Traction, Light and Power Ltd que unificou as
empresas do Grupo Light.
1913 Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Delmiro Gouveia, primeira do Nordeste, cons-
truı́da para aproveitar o potencial da Cachoeira de Paulo Afonso no rio São Francisco.
1921 inaugurada pela GE (General Eletric), na cidade do Rio de Janeiro, a primeira fábrica de
lâmpadas do paı́s.
1927 A American and Foreign Power – AMFORP iniciou suas atividades no paı́s adquirindo o
controle de dezenas de concessionárias que atuavam no interior de São Paulo.
1934 Promulgado pelo presidente Getúlio Vargas o Código de Águas, assegurando ao poder
público a possibilidade de controlar, rigorosamente, as concessionárias de energia elétrica.
1937 O presidente Getúlio Vargas inaugurou no Rio de Janeiro o primeiro trecho eletrificado
da Estrada de Ferro Central do Brasil.
1939 O presidente Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Águas e Energia – CNAE
para sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria
de energia elétrica do paı́s.
1940 Regulamentada a situação das usinas termelétricas do paı́s, mediante sua integração às
disposições do Código de Águas.
1941 Regulamentado o “custo histórico” para efeito do cálculo das tarifas de energia elétrica,
fixando a taxa de remuneração dos investidores em 10
1945 Criada, no Rio de Janeiro, a primeira empresa de eletricidade de âmbito federal, a
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF.
1952 Criação da Centrais Elétricas de Minas Gerais – Cemig, atualmente denominada Compa-
nhia Energética de Minas Gerais S/A – Cemig. Criado o Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico – BNDE para atuar nas áreas de energia e transporte.
1954 Entrou em operação a primeira grande hidrelétrica construı́da no rio São Francisco, a
Usina Hidrelétrica Paulo Afonso I, pertencente à Chesf. Entrou em operação a Usina
Termelétrica Piratininga, a óleo combustı́vel, primeira termelétrica de grande porte do
Brasil.
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 28

1956 Foi criada para administrar o programa energético do estado do Espı́rito Santo, a Escelsa,
empresa posteriormente federalizada e que passou a fazer parte do Grupo Eletrobrás.
1957 Criada a Central Elétrica de Furnas S.A., com o objetivo expresso de aproveitar o
potencial hidrelétrico do rio Grande para solucionar a crise de energia na Região Sudeste.
1960 Como desdobramento da polı́tica desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek,
conhecida como Plano de Metas, foi criado o Ministério das Minas e Energia – MME.
1961 Durante a presidência de Jânio Quadros foi criada a Eletrobrás, constituı́da em 1962
pelo presidente João Goulart para coordenar o setor de energia elétrica brasileiro.
1962 entrada em operação da usina hidrelétrica de Três Marias, pertencente a Centrais
Elétricas de Minas Gerais S/A – Cemig e primeira a ser utilizada para a regularização do
Rio São Francisco.
1963 entrada em operação da maior usina do Brasil na época de sua construção, a usina
hidrelétrica de Furnas, pertencente a Central Elétrica de Furnas – Furnas.
1965 criação sob a sigla DNAE, do Departamento Nacional de Águas e Energia, transformado,
em 1969, em Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE. Adoção do
plano nacional de unificação de frequência em 60 Hz, de acordo com a recomendação do
Conselho Nacional das Águas e Energia Elétrica – CNAEE.
1975 Criados o Comitê de Distribuição da Região Sul-Sudeste – CODI e o Comitê Coordenador
de Operação do Norte/Nordeste – CCON.
1979 Depois de oitenta anos sob o controle estrangeiro, foi nacionalizada a Light Serviços
de Eletricidade S.A. Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Sobradinho, realizando o
aproveitamento múltiplo do maior reservatório do paı́s que regulariza a vazão do rio São
Francisco. Foi autorizada pelo DNAEE a instalação do Sistema Nacional de Supervisão e
Coordenação de Operação – SINSC.
1982 O Ministério das Minas e Energia criou o Grupo Coordenador de Planejamento dos
Sistemas Elétricos – GCPS.
1984 Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Tucuruı́, da Eletronorte, primeira hidrelétrica
de grande porte construı́da na Amazônia. Concluı́da a primeira parte do sistema de
transmissão Norte-Nordeste, permitindo a transferência de energia da bacia amazônica
para a região Nordeste. Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Itaipu, maior hidrelétrica
do mundo com 12.600 MW de capacidade instalada.
1985 Constituı́do o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, com
o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia elétrica. Entrou em operação
a Usina Termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.
1986 entrou em operação o sistema de transmissão Sul-Sudeste, o mais extenso da América
do Sul, transportando energia elétrica da Usina Hidrelétrica Itaipu até a região Sudeste.
1988 Criada a Revisão Institucional de Energia Elétrica – REVISE, embrião das alterações
promovidas no setor de energia elétrica durante a década de 1990. Criado o Comitê
Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico – COMASE.
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 29

1990 O presidente Fernando Collor de Mello sancionou a Lei no 8.031 criando o Programa
Nacional de Desestatização – PND. Criado o Grupo Tecnológico Operacional da Região
Norte – GTON, órgão responsável pelo apoio às atividades dos Sistemas Isolados da
Região Norte e regiões vizinhas. Criado o Sistema Nacional de Transmissão de Energia
Elétrica – SINTREL para viabilizar a competição na geração, distribuição e comercialização
de energia.
1995 As empresa controladas pela Eletrobrás foram incluı́das no Programa Nacional de
Desestatização que orientava a privatização dos segmentos de geração e distribuição.
Realizado o leilão de privatização da Escelsa, inaugurando nova fase do setor de energia
elétrica brasileiro em consonância com a polı́tica de privatização do Governo Federal.
1997 Criada a Eletrobrás Termonuclear S.A. – ELETRONUCLEAR, empresa que passou a ser
a responsável pelos projetos das usinas termonucleares brasileiras, Constituı́do o novo
órgão regulador do setor de energia elétrica sob a denominação de Agência Nacional de
Energia Elétrica – ANEEL.
1998 O Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE foi regulamentado, consolidando a
distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de
energia elétrica. Foram estabelecidas as regras de organização do Operador Nacional do
Sistema Elétrico – ONS, para substituir o Grupo Coordenador para Operação Interligada
– GCOI.
1999 A primeira etapa da Interligação Norte-Sul entrou em operação, representando um passo
fundamental para a integração elétrica do paı́s.
2000 O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou o Programa Prioritário de Termelétricas
visando a implantação no paı́s de diversas usinas a gás natural. Entrou em operação, no
mês de julho, a usina hidrelétrica Itá, na divisa dos municı́pios de Aratiba (RS) e Itá
(SC). A conclusão das obras de aproveitamento foram levadas a termo pela Gerasul, em
parceria com a Itá Energética, consórcio formado pelas empresas Odebrecht Quı́mica,
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Cimentos Itambé. Em março de 2001, a usina
atingiu a capacidade de 1.450 MW. A importação de 1.000 MW de energia da Argentina,
iniciada no mês de julho pela Companhia de Interconexão Energética (Cien), utilizou
novas linhas de 500 kV e uniu as subestações de Rincón e Garabi (Argentina), Santo
Ângelo e Itá (Brasil), constituindo a maior e mais importante compra de energia pelo
Brasil da Argentina. Foi instituı́do, no mês de agosto, pela Lei no 9.478, o Conselho
Nacional de Polı́tica Energética (CNPE). Efetivamente instalado em outubro, o Conselho
assumiu a atribuição de formular e propor ao presidente da República as diretrizes da
polı́tica energética nacional.
2001 Nesse ano, o Brasil vivenciou sua maior crise de energia elétrica, acentuada pelas
condições hidrológicas extremamente desfavoráveis nas regiões Sudeste e Nordeste. Com
a gravidade da situação, o governo federal criou, em maio, a Câmara de Gestão da
Crise de Energia Elétrica (GCE), com o objetivo de “propor e implementar medidas
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 30

de natureza emergencial para compatibilizar a demanda e a oferta de energia elétrica,


de forma a evitar interrupções intempestivas ou imprevistas do suprimento de energia
elétrica”. Em junho, foi implantado o programa de racionamento nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste e Nordeste e, em agosto, em parte da região Norte. Ainda no âmbito da
crise de energia elétrica, no mês de agosto, o governo criou a empresa Comercializadora
Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) para realizar a contratação das térmicas
emergenciais. Entrou em operação, em agosto, a Usina Termelétrica Eletrobold (RJ),
incluı́da no Programa Prioritário de Termelétricas (PPT). A usina foi construı́da pela
Sociedade Fluminense de Energia (SFE), controlada pelo grupo norte-americano Enron,
sendo equipada com oito grupos de geradores a gás natural e totalizando 380 MW de
capacidade instalada. Entrou em operação, em novembro, a Usina Termelétrica Macaé
Merchant, no municı́pio de Macaé (RJ), também incluı́da no PPT. A usina foi construı́da
pela empresa norte-americana El Paso Energy, tendo sido projetada para operar com
vinte turbinas a gás natural, com capacidade total de 928 MW. Entrou em operação, em
dezembro, a primeira unidade da Usina Hidrelétrica Lajeado, na divisa dos municı́pios
de Miracema do Tocantins e Palmas (TO). Construı́da pela Investco, consórcio liderado
pelas empresas Rede Lajeado Energia, do Grupo Rede, e EDP Brasil, controlada pela
Eletricidade de Portugal (EDP), a usina foi projetada para operara com cinco unidades
geradoras, com capacidade total de 900 MW. Em dezembro, terminou o racionamento
na região Norte.
2002 Entrou em operação, em fevereiro, a Usina Hidrelétrica Machadinho, na divisa dos
municı́pios de Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba (SC). Foi construı́da por consórcio
formado pela Gerasul, Celesc, CEEE, Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de
Caldas e grandes empresas privadas consumidoras de energia, como a Alcoa Alumı́nio, a
Companhia Brasileira de Alumı́nio (CBA), a Valesul Alumı́nio, a Companhia de Cimentos
Portland Rio Branco e a Camargo Corrêa Cimentos. Em julho, entrou em operação
a terceira e última unidade geradora da usina, perfazendo o total de 1.140 MW. Em
fevereiro, terminou o racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Entrou
em operação, em maio, a Usina Hidrelétrica Cana Brava, na divisa dos municı́pios
de Cavalcanti e Minaçu (GO), com capacidade de geração de 450 MW, alcançada
quatro meses após a inauguração. A Companhia Energética Meridional (CEM), empresa
constituı́da pela Tractebel, é a empresa responsável pela construção e operação da usina,
e do sistema de transmissão associado. Em junho, foi extinta a Câmara de Gestão da
Crise de Energia Elétrica (GCE), substituı́da pela Câmara de Gestão do Setor Energético
(CGSE), vinculada ao Conselho Nacional de Polı́tica Energética (CNPE). A CGSE foi
encarregada de propor ao CNPE diretrizes para a elaboração da polı́tica do setor de
energia elétrica, além de gerenciar o Programa Estratégico Emergencial para o aumento
da oferta de energia.
2003 O Governo Federal lançou em novembro o programa Luz para todos, objetivando levar,
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 31

até 2008, energia aos 12 milhões de brasileiros que não têm acesso ao serviço. Deste total,
10 milhões estão na área rural. A gestão do programa será compartilhada entre estados,
municı́pios, agentes do setor elétrico e comunidades. Entrou em operação comercial em
novembro a 15a unidade geradora hidráulica da Usina Hidrelétrica Tucuruı́. É a terceira
máquina da segunda etapa, que irá acrescentar mais 375 MW de potência à usina. As
obras irão ampliar a capacidade de geração, de 4.245 MW para 8.370 MW, possibilitando
o atendimento a mais de 40 milhões de pessoas. Tucuruı́ passará a ser a maior hidrelétrica
nacional.
2004 Foi inaugurada em janeiro a PCH Padre Carlos, em Poços de Caldas (MG). A usina tem
capacidade para gerar 7,8 MW e é um reforço no atendimento aos 52 mil consumidores
da área de concessão do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas e
integra um conjunto de cinco pequenas centrais hidrelétricas já em operação na área.
O novo modelo do setor elétrico foi aprovado com a promulgação, em março, das Leis
no 10.847 e no 10.848, que definiram as regras de comercialização de energia elétrica
e criaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) , com a função de subsidiar o
planejamento técnico, econômico e sócio ambiental dos empreendimentos de energia
elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e fontes energéticas renováveis. O novo
modelo definiu a oferta de menor tarifa como critério para participação nas licitações
de empreendimentos, estabeleceu contratos de venda de energia de longo prazo e
condicionou a licitação dos projetos de geração às licenças ambientais prévias. No âmbito
desta nova legislação, foram criados a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e o Comitê de Gestão
Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico (CGISE), a Eletrobrás e suas
controladas foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e a Eletrosul
foi autorizada a retomar a atividade de geração. A empresa mudou sua denominação
para Eletrosul Centrais Elétricas S.A.
2005 Em janeiro, foi inaugurada em Veranópolis (RS) a Usina Hidrelétrica Monte Claro, com
capacidade para gerar 130 MW. A usina integra, junto com as usinas 14 de Julho e
Castro Alves, o Complexo Energético do Rio das Antas, na região Nordeste do estado. A
obra é um dos empreendimentos de geração com entrada em operação prevista para este
ano, sendo 11 hidrelétricas e uma térmica. Com 2.995 MW de capacidade instalada, esse
conjunto de usinas vai aumentar em 4,4O sistema de fornecimento de energia elétrica
no Espı́rito Santo foi reforçado, em março, com a inauguração da Linha de Transmissão
Ouro Preto 2 – Vitória e da ampliação da subestação de Vitória. A obra, realizada em
15 meses, prazo recorde na construção de linhas de transmissão, melhora a qualidade e a
confiabilidade do sistema e reduz a possibilidade de falta de energia elétrica por falhas
nas linhas de transmissão. Com a nova linha de transmissão o Espı́rito Santo deixa de
ser ponta do sistema elétrico e passa a contar com caminhos alternativos de suprimento
de energia. Foram assinados os contratos de concessão para a implantação de 2.747
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 32

quilômetros de 10 novas linhas de transmissão. As obras significarão investimentos de


R$2,06 bilhões e deverão estar concluı́das até 2007. As linhas foram arrematadas, em
leilão realizado em 2004, por 10 empresas brasileira e três espanholas. As concessões
têm duração de 30 anos e a construção dos novos empreendimentos beneficiará 140
municı́pios de 11 estados: Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pará, Paraı́ba, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. A Eletrobrás e a
Korea Electric Power Corporation (Kepco), da Coréia do Sul, assinaram Protocolo de
Intenção para cooperação e formação de parcerias para investimentos conjuntos em
projetos nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil
e na América Latina. A Kepco é uma empresa estatal sul-coreana com atividades similares
às da Eletrobrás. O protocolo prevê a avaliação do uso de todas as opções disponı́veis
de combustı́vel, incluindo o carvão, outros combustı́veis fósseis, energia renovável e,
eventualmente, energia nuclear. Em abril foi inaugurada em Belém (PA) uma usina de
produção de biodiesel do Grupo Agropalma. A unidade tem capacidade para produzir 8
milhões de litros de biodiesel por ano e a empresa utilizará como matéria-prima resı́duos
do processamento de palma. Maior produtora de óleo de palma da América Latina, a
Agropalma domina todo o ciclo de produção e produz quase a totalidade de matéria-prima
vegetal utilizada, cerca de 120 mil toneladas. A primeira usina brasileira de produção
do biodiesel foi inaugurada em março, em Cássia (MG), e o combustı́vel já está sendo
comercializado em Belo Horizonte.
2006 A empresa de Pesquisa Energética (EPE) concluiu em março de 2006, os estudos do
Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica – PDEE 2006-2015, propondo diretrizes,
metas e recomendações para a expansão dos sistemas de geração e transmissão do paı́s
até 2015. O documento foi apresentado como marco da retomada do planejamento do
setor de energia elétrica. O Plano foi o primeiro documento do gênero elaborado pela
EPE e deverá ser atualizado anualmente. Dessa forma, o governo pretende retomar uma
prática consagrada nas décadas de 1980 e 1990 pelo extinto Grupo Coordenador do
Planejamento dos Sistemas Elétricos (GCPS).
2007 Em fevereiro de 2007 foi ativada a primeira turbina da usina hidrelétrica Campos Novos,
marcando o inı́cio da operação comercial do empreendimento. Localizada no rio Canoas,
em Santa Catarina, a usina exigiu a construção da maior barragem do tipo enrocamento
e face de concreto já executada no paı́s, com 202 metros de altura e comprimento de
crista de 592 metros. As outras duas unidades de geração, assim como a primeira, terão,
cada uma, potência máxima instalada de 293,3 MW e devem entrar em funcionamento
ainda este ano. Em 10 de dezembro de 2007, o consórcio Madeira Energia vence o leilão
da usina hidrelétrica Santo Antônio promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel). O consórcio, formado pelas empresas Odebrecht Investimentos em Infraestrutura
Ltda., Construtora Norberto Odebrecht S.A, Andrade Gutierrez Participações S.A.,
Cemig Geração e Transmissão S.A., Furnas Centrais Elétricas S.A. e pelo Fundo de
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 33

Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP), construirá a primeira das duas


usinas do Complexo do Rio Madeira, em Rondônia, que vai fornecer mais de 6.000
megawatts para o sistema interligado nacional, energia suficiente para atender 25 milhões
de pessoas.
2008 A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em 8 de janeiro de 2008,
modelo de contrato de permissão para as cooperativas de eletrificação rural atuarem
como distribuidoras de energia. A permissão será concedida por 20 anos, a partir da
assinatura de contrato, sem direito a prorrogação. Entre as imposições às cooperativas,
está o veto ao desempenho de outras atividades; a mudança da relação com os associados,
que passam a condição de consumidores detentores de direitos e obrigações; o ingresso das
cooperativas como agentes no ambiente regulado; e os estabelecimentos de obrigações
do serviço a ser prestado. Foi publicada no Diário Oficial da União, em 8 de abril de 2008,
a Lei no 11.651, que amplia o campo de atuação da Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
(Eletrobrás). A sanção, concedida sem vetos pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, permite que a holding tenha participações majoritárias em empreendimentos,
além de flexibilizar os negócios e atuação da empresa no exterior.
2009 O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou, em 3 de agosto de 2009, o Plano
Decenal de Expansão de Energia 2008-2017 que, além de consubstanciar as polı́ticas
públicas para o setor emanadas pelo Conselho Nacional de Polı́tica Energética, é utilizada
na elaboração do Programa de Licitações de Usinas e de Linhas de Transmissão. Segundo
o MME, o novo Plano Decenal leva em consideração as contribuições recebidas em
processo de consulta pública, introduzindo ajustes e definindo melhorias para o próximo
ciclo de planejamento. Os governos do Brasil e Paraguai assinaram, em 1o de setembro
de 2009, em Assunção, acordo sobre a venda da energia gerada por Itaipu. O Brasil
triplicará o valor pago ao Paraguai, a tı́tulo de direito de cessão, que passará dos atuais
US$ 120 milhões para US$630 milhões por ano. Além disso, um grupo de trabalho
formado por especialistas dos dois paı́ses deverá analisar a possibilidade de venda da
energia pela estatal paraguaia Ande diretamente às distribuidoras. O grupo vai debater
ainda a possibilidade de venda da energia a outros paı́ses após 2023, quando se encerra
o tratado e o pagamento pela usina, ficou acertado também que Itaipu arcará com
os custos da modernização de uma linha de transmissão entre a usina e Villa Hayes,
ampliando sua capacidade para 500 Kw, o que permitirá que o Paraguai disponha de
mais energia. O governo federal editou, no dia 30 de dezembro de 2009, o Decreto
no 7.058, alterando artigo do Decreto no 93.872, de 1986, e liderando as autarquias
federais, empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações e entidades sob
controle acionário da União para conceder aval, fiança ou garantia de qualquer espécie a
obrigações contraı́da por pessoa fı́sica ou jurı́dica. Com a medida, as empresas estatais do
setor de energia elétrica, que possuam concorrentes privados, passam a poder conceder
garantias financeiras para as operações de suas controladas ou subsidiárias.
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 34

3.1.2 Transmissão e Distribuicão

As usinas de energia elétrica são, geralmente, construı́das longe dos centros consumi-
dores (cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida pelos geradores tem de
viajar por longas distâncias, em um complexo sistema de transmissão.
Ao sair dos geradores, a eletricidade começa a ser transportada através de cabos aéreos, reves-
tidos por camadas isolantes e fixados em grandes torres de metal. Chamamos esse conjunto de
cabos e torres de rede de transmissão. Outros elementos importantes das redes de transmissão
são os isolantes de vidro ou porcelana, que sustentam os cabos e impedem descargas elétricas
durante o trajeto.
No caminho, a eletricidade passa por diversas subestações, onde aparelhos transformadores
aumentam ou diminuem sua voltagem, alterando o que chamamos de tensão elétrica. No
inı́cio do percurso, os transformadores elevam a tensão, evitando a perda excessiva de energia.
uando a eletricidade chega perto dos centros de consumo, as subestações diminuem a tensão
elétrica, para que ela possa chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daı́, os cabos
prosseguem por via aérea ou subterrânea, formando as redes de distribuição.
Depois de percorrer o longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes de
transmissão, a energia elétrica chega em subestações que abaixam a sua tensão, para que possa
ser iniciado o processo de distribuição. Entretanto, apesar de mais baixa, a tensão ainda não é
adequada para o consumo imediato e, por isso, transformadores menores são instalados nos
postes de rua. Eles reduzem ainda mais a voltagem da energia que vai diretamente para as
residências, o comércio, as empresas e indústrias.
As empresas responsáveis pela distribuição também instalam em cada local de consumo um
pequeno aparelho que consegue medir a quantidade de energia por eles utilizada. A medição
é feita por hora e chamamos de horário de pico o momento em que uma localidade utiliza
maior quantidade de energia elétrica. Nos centros urbanos, o horário de pico se dá por volta
das 18 horas, quando escurece e, normalmente, as pessoas chegam do trabalho acendendo as
luzes, ligando os condicionadores de ar e a televisão e tomando banho com a água aquecida
por chuveiros elétricos.
Podemos observar que o consumo de eletricidade varia de acordo com a estação do ano e com
a região do paı́s, dependendo do nı́vel de luminosidade e do clima, entre outros fatores.

3.1.2.1 Transmissão DC no Brasil

Os sistemas de corrente contı́nua em alta tensão (CCAT ou em inglês HVDC) são


uma alternativa para a transmissão de grandes blocos de energia (acima de 1500 MW) a longas
distâncias (acima de 1000 km).
Os sistemas de corrente contı́nua também são utilizados no intercâmbio entre dois sistemas
defasados ou em frequências diferentes (por exemplo, Brasil e Argentina ou Brasil e Paraguai).
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 35

Neste caso são usados sistemas BTB (”back-to-back”), nos quais estações conversoras estão no
mesmo edifı́cio (não há linha de transmissão).
Estudo feito por engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da USP comprovou que a corrente
contı́nua é a alternativa economicamente mais viável para a transmissão de energia elétrica a
longas distâncias.
As conclusões corroboram análise publicada recentemente por pesquisadores dos EUA, que
defenderam a migração do sistema elétrico para corrente contı́nua no tocante às transmissões
de longas distâncias, os chamados linhões.
No estudo brasileiro, a equipe da professora Milana Lima dos Santos analisou também a
viabilidade da transmissão por meia-onda, que não exige a conversão da corrente para consumo,
mas esta apresentou maior custo de implantação, além de desafios técnicos que precisam ser
superados para o seu uso. ”Durante o projeto, foram avaliadas as opções para transmissão a
longa distância, comparando a corrente continua, já usada em parte do sistema de Itaipu, com a
transmissão por meia-onda, fenômeno adotado em todo o mundo na construção de antenas de
telecomunicações e que, apesar de ser estudada desde o inı́cio do século XX, e recomendada para
distâncias superiores a 2.500 quilômetros (km), não é utilizada comercialmente na transmissão
de energia elétrica em nenhum paı́s do mundo,”explica Milana(2015).
Os dados mostraram que a corrente contı́nua é mais vantajosa do que a corrente alternada em
distâncias acima de 1.500 km.
Já a implantação da transmissão por meia-onda teria um custo 27% maior do que a transmissão
por meio de corrente contı́nua. A linha de meia-onda só seria aplicável em distâncias de
aproximadamente 2.500 km, assumindo a frequência de 60 hertz (Hz) usada no Brasil.
Na prática, o uso da corrente contı́nua para transmissões de longa distância já está sendo
implantada no Brasil.
No Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, por exemplo, uma das duas linhas de transmissão
já está concluı́da e em funcionamento, enquanto a outra está na fase de testes. As duas linhas
ligam Porto Velho a Araraquara (São Paulo), com 2.375 km de extensão.
Na Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em construção, também foram projetadas duas linhas de
transmissão por corrente contı́nua. Uma delas ligará a subestação Xingu, no Pará, à subestação
Estreito, em Minas Gerais, percorrendo 2.092 km. A segunda linha irá interligar a subestação
Xingu, no Pará, e a subestação Rio, em Nova Iguaçu (Rio de Janeiro), percorrendo 2.518 km.
”Em todas essas linhas, optou-se pela corrente contı́nua”, aponta a professora da Poli. ”Os
resultados obtidos pelos pesquisadores confirmaram a escolha da EPE e da Aneel. No entanto,
caso o projeto apontasse outra alternativa mais viável em termos econômicos, haveria tempo
de se fazer alterações no projeto de transmissão”
Segundo o site da ITAIPU, O Elo de Corrente Contı́nua tornou-se necessário porque a energia
produzida no setor de 50 Hz de Itaipu não pode se integrar diretamente ao sistema brasileiro,
onde a frequência é 60 Hz. A energia produzida em 50 Hz em corrente alternada é convertida
para corrente contı́nua e escoada até Ibiúna (SP), onde é convertida novamente para corrente
Capı́tulo 3. PANORAMA NACIONAL 36

alternada, mas agora em 60 Hz.


O sistema de transmissão é formado por duas linhas de 600 kV, com extensão de aproxima-
damente 810 km, entre as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiuna (SP). A conversão
CA/CC é feita através de oito conversores em cada subestação, cada dois formando um polo,
que compõem os dois bipolos em 600 kV, sendo transmissão realizada através de quatro linhas,
uma em cada polo. Esse sistema começou a operar em 1984.

3.2 Regulamentação

No Brasil, o órgão que regulamenta os processos relacionados à Geração, Transmissão


e Distribuicão, além de normas relacionadas ao consumo, tarifação e PD(Pesquisa e Desen-
volvimento) na área de eletrotécnica em geral, é a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica.
37

4 PANORAMA REGIONAL

“Curitiba é melhor que a Bahia para geração de energia fotovoltaica. [...] uma das
capitais mais nubladas do Brasil pode superar o estado mais iluminado na geração de eletricidade
a partir da fonte solar. ” (GUADAGNIN, 2016). A afirmação tem sua base principalmente na
disponibilidade de luz na cidade, pois não é necessária luz direta do sol para a geração de
energia, apenas a luminosidade. Na Bahia um sistema de quatro módulos pode suprir uma
demanda de 190 kWh, enquanto em Curitiba supriria 170kWh, porem levando em conta o custo
da energia por kWh da Bahia e do Paraná, conclui-se que a instalação do sistema em Curitiba é
mais vantajosa. Projeto de lei de iniciativa de Bruno Pessuti (PSD), o qual tem como ementa:
Altera dispositivos da Lei 11.268 de 16 de dezembro de 2004 que ”Autoriza o Municı́pio de
Curitiba a conceder o uso do Aterro Sanitário da Caximba para exploração do Biogás”. Tem
como principais objetivos autorizar a utilização do Biogás, mas também a exploração de energia
fotovoltaica e eólica, além da execução de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo –
MDL no local; projeto foi apresentado dia 06 de dezembro de 2017 e segue em tramitação.
Copel inaugura a primeira eletrovia (rede de pontos para recarga de veı́culos elétricos) do paı́s
no dia 27 de março de 2018. Primeiro ponto inaugurado foi em Curitiba no km 3 da BR-277, o
projeto completo contempla oito unidades de recarga na BR-277, cada eletroposto terá 50kVA
de potência, e tem os três tipos de conectores, próprios para atender os modelos de carro
elétrico do mercado. Os pontos de recarga têm espaçamento estratégico para possibilitar a
viagem do litoral a Foz do Iguaçu sem o risco de descarga total do carro.

Figura 15 – Ilustração da Eletrovia Paranaense

Fonte: COPEL
38

5 CONCLUSÃO

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do seminário, da matéria de Ciências Do Ambiente, com tema utilização


de energia, propiciou um conhecimento ao grupo de coisas e situações de extrema importância
e relevância a futura carreira profissional de engenheiros. Foram adquiridos conhecimentos
históricos a respeito da utilização da energia e é muito importante relatar que são esses
conhecimentos que proporcionam uma capacidade de análise da situação que se encontra
o mundo na questão ambiental. Da utilização do carvão à queima do petróleo é possı́vel
entender como todo o processo de avanços tecnológicos se deram por conta da utilização de
fontes de energia, assim como toda a poluição e a degradação ambiental que ocorreu durante
todos os processos de evolução das comunidades. Assim como todo o processo de degradação,
pudemos também relatar e informar a respeito de fontes de energias limpas e renováveis, como
a energia de marémotriz, das ondas, eólica, solar, entre tantas outras que são utilizadas com
o objetivo de produzir energia elétrica a partir de fontes de energia que colaboram com as
questões ambientais, pensando em todo um panorama social e também econômico. Ainda
com relação as energias limpas, podemos tirar conclusões a respeito da utilização desse tipo
de energia no território brasileiro. Muito se falou de energias as quais a fonte provém dos
mares, como marémotriz, das ondas e de correntes marı́timas. Muito interessante pelo fato de
o Brasil possuir um litoral com 7367 Km de oceano, ampliado para 9200 Km se considerarmos
as saliências e reentrâncias, e com tudo isso, mesmo sabendo das caracterı́sticas que são
necessárias para a aplicação dessas formas de energia, pouquı́ssimo é utilizado no paı́s, que
possui muita capacidade de utilização. Analisando o que foi comentado a respeito da energia
eólica, que possui uma utilização bem maior no Brasil em comparação com as hı́dricas, ainda
assim poderia ser de maior valia para a matriz energética brasileira. Pouco se utiliza também,
do grande potencial que ela pode gerar no território nacional. Assim como a solar fotovoltaica,
que também é bastante utilizada, mas muitas vezes menor do que em paı́ses como Alemanha e
Japão, que como informado, possuem um potencial para a instalação desse tipo de energia
muito menor do que o Brasil, porém com uma geração, consumo e venda muitas vezes maior
do que o paı́s canarinho. Todas essas informações são de grande valia para o grupo que realizou
o trabalho, pois como futuros engenheiros, possuı́mos responsabilidades e a ambiental tem que
ser uma de nossas prioridades. A realização do trabalho acadêmico foi muito importante para
nós e gratificante de ser realizado.
39

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Anexos
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ANEXO A – SGV da topologia de uma usina termoelétrica

Figura 16 – QR code

Fonte: O autor

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