Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Se olharmos para a escala planetária e para o que aconteceu nos últimos dois
séculos verificamos três factos importantes. Primeiro, que no último século a maior
parte dos países do mundo teve um crescimento económico substancial, sobretudo
quando comparado com a sua trajectória de séculos anteriores. Os rendimentos reais
cresceram de geração para geração, e estes rendimentos mais elevados permitiram às
pessoas consumir maiores quantidades de bens e serviços que os seus antecessores.
Os níveis mais elevados de consumo permitiram um nível de bem-estar mais elevado.
Segundo, este processo de crescimento sustentado do PIB per capita teve origem num
período relativamente recente se considerarmos a história da humanidade. A maioria
dos economistas localiza na Revolução Industrial o fenómeno que originou o
aparecimento do moderno crescimento. Como veremos, a razão principal deste
fenómeno está na incorporação sistemática do progresso técnico no processo
produtivo - a acumulação de inovações e alterações institucionais que ocorreram
depois daquela Revolução e que se acentuou desde finais do século XIX. O terceiro, é
que apesar deste processo de crescimento ter alastrado aos vários continentes,
permanecem grandes diferenças no rendimento per capita entre os países. Cerca de
dois terços da humanidade continua a viver em países subdesenvolvidos, a pobreza
ainda aflige cerca de 27% da população mundial, concentrando-se nas populações
destes países, embora os progressos na sua redução tenham sido notáveis. Dos 1,3 mil
milhões de pobres, cerca de 0,5 vivem na Ásia do Sul e 0,4 na Ásia do Leste 1. O fosso
entre os países ricos e países pobres, medido pelo rácio entre o rendimento per capita
do mais rico e mais pobre tem-se alargado substancialmente. (O país mais rico é o
Luxemburgo com 35 mil USD de 1996, e o mais pobre a Etiópia com 450, em PPP).
Ora porque é que uns países se tornaram desenvolvidos e outros permanecem
subdesenvolvidos? Ou ainda com maior interesse para nós, como é que países como
Portugal e os Tigres Asiáticos passaram de subdesenvolvidos a desenvolvidos desde
os anos 1960 aos anos 1990 (em 30 anos!), enquanto que outros países que tinham o
mesmo nível de rendimento per capita à partida ficaram para trás.
Page 1 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 2 11/05/2018
O Quadro 2.1. dá-nos o PNB per capita, a população e o PNB total dos 40
países mais ricos do mundo, e o Quadro 2.2. os mesmos indicadores dos mais pobres
do mundo.
D:\Desenv\Ricos96.xls
Pobres98.xls
Por outro lado, o Quadro 2.3. dá-nos os países de maior sucesso em termos de
crescimento do PIB per capita nos últimos anos.
D:\Desenv\Paises-sucesso.xls
Page 2 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 3 11/05/2018
4
Alguns importantes economistas desta escola são Douglas North e R. Feiwel.
Page 3 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 4 11/05/2018
Depende
Invenções
Inovações
Transferência de tecnologia
Page 4 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 5 11/05/2018
5
O economista que lançou a teoria neo-clássica do crescimento foi Robert Solow.
6
A teoria do desenvolvimento aparece nos anos 1950 e 1960 quando os economistas se começam a preocupar
como desenvolver os biliões de seres humanos que vivem na pobreza nos países subdesenvolvidos. Alguns
economistas proeminentes que lançaram as bases desta teoria foram Arthur Lewis, que recebeu o prémio Nobel, e
Chenery no Banco Mundial.
Page 5 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 6 11/05/2018
No seu famoso artigo de 1961, Nicholas Kaldor7 afirmava que o teórico deve
começar por estudar quais os factos estilizados que são mais relevantes para a
construção da sua teoria. Para a teoria do crescimento, segundo Kaldor, tendo estes
sido retomados mais tarde por Solow são:
O que está implícito nos factos 1-6 é apenas a acumulação do capital, e o factor
trabalho também entra, mas como o seu crescimento é em geral lento, não
desempenha um papel fundamental na explicação do crescimento. Porém,
modernamente chegou-se à conclusão de que era importante a acumulação de capital
humano. Não é que antes não houvesse essa consciência, mas devido à dificuldade de
7
N. Kaldor (1961), Capital accumulation and economic growth, em F. A. Lutz e D. C. Hague (eds.), The
Theory of Capital, New York: St. Martin´s Press, pp. 177-222.
8
Repare-se que aqui está em flagrante contradição com os ensinamentos marxistas sobre a evolução capitalista.
9
Capital Accumulation in the Theory of Long-run Growth, em R. Barro, Modern Business Cycle Theory, Harvard
Un. Press, 1989
Page 6 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 7 11/05/2018
Mas mais ainda, combinando o facto 8. com o que acabamos de constatar, podemos
dizer que é a iteracção capital humano-evolução da tecnologia-abertura ao exterior
que é o ciclo fundamental explicativo do processo de desenvolvimento de uma nação.
Por outro lado, estudos mais recentes permitem-nos avançar com os seguintes factos
adicionais:
Por fim, a maioria dos dados estatísticos não confirma o facto 5. Ou seja, os dados
demonstram que nos países subdesenvolvidos a proporção recebida pelo trabalho é
menor (sendo também importante os rendimentos da terra), e que nos países
desenvolvidos a proporção do capital é maior.
Page 7 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 8 11/05/2018
A teoria do crescimento tal como concebida por Solow baseia-se numa função
de produção com uma dada tecnologia. Ora, devido à lei dos rendimentos marginais
decrescentes dos factores produtivos (e, sobretudo, do que pode ser reproduzido e
acumulado) o rendimento que se pode obter dessa tecnologia vai tender para a
estagnação. Assim, o fim do processo de crescimento é a estagnação da economia.
Mas como é que então se pode gerar um processo de crescimento sustentado? Por um
lado, pelo crescimento natural da mão-de-obra. Mas como sabemos, este crescimento
nalgumas sociedades está em vias de extinção. Por outro lado, através da alteração da
tecnologia ao longo do tempo - pela introdução do progresso técnico. Mas este surge
de uma forma “ex-machina”, ou seja, de uma forma exógena. Ou, ainda de outra
forma, o seu processo de evolução - do progresso técnico - não é explicado pelo
modelo. Sendo este um fenómeno fundamental para o crescimento como é que não é
explicado pela própria teoria.
A nova teoria do crescimento surge como reacção e procura endogeneizar o
progresso técnico. Ou seja, este passa a ser gerado pelo próprio modelo. Como? De
diferentes maneiras. Para Romer e Lucas pela existência de externalidades no
conhecimento científico e nas descobertas constantes que têm sido feitas de uma
forma mais ou menos aleatória (este caracter de aleatoridade ainda não foi
reconhecido de uma forma fundamental pela teoria, mas é reconhecido pela história
económica). Outras externalidades são as que decorrem do “learning by doing” seja
ao nível da fábrica ou da sociedade, as que resultam do capital físico e as que
resultam do processo de educação e aprendizagem. Aliado à existência de
externalidades podem gerar-se economias de escala que estão fundamentalmente
associadas com os principais processos produtivos industriais (químicos, fabricação
de máquinas, produtos alimentares, têxteis, e tantos outros). Assim, a própria
acumulação de capital físico e humano gera crescimento. A afectação de tempo à
educação e treino, a afectação de recursos à acumulação de capital determinam uma
constelação de parâmetros que permite manter um certo ritmo de crescimento “ab
eternum”.
Page 8 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 9 11/05/2018
de 3,5% ao ano no último século, enquanto que o PIB per capita cresce a cerca de 2%.
Em Portugal o PIB cresce também a cerca de 3,5%, em média desde 1910 a 1996.
Crescimento equilibrado
No caso de um sistema económico com diversas variáveis, estas devem
crescer à mesma taxa para que se verifique a constância dos chamados “grandes
rácios” como a do coeficiente capital/produto. Para que tal se verifique interessa-nos
estudar estruturas de crescimento equilibrado.
Page 9 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 10 11/05/2018
Função de produção
Y F ( K , L)
Y F ( K , L ) F ( K , L )
Page 10 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 11 11/05/2018
Y K
y F ( ,1) f (k )
L L
(c) f' (k) > 0, para um valor de k positivo, o que significa que a economia é
produtiva. Ou seja, que a produtividade marginal do capital (e do trabalho) são
positivas para qualquer k desde que este seja positivo. De facto, pouco interesse teria
representar uma economia em que a produtividade marginal dos factores fosse
negativa, pois significaria simplesmente que não se estavam a empregar os factores
eficientemente. Geometricamente esta propriedade significa que a função de produção
é sempre crescente.
(d) f'' (k) < 0, para um valor de k positivo. Esta propriedade significa que a
função é côncava, ou seja que a função tem a concavidade voltada para baixo. Esta
propriedade é conhecida como a lei dos rendimentos marginais decrescentes. E
significa que para valores de k pequenos a produtividade marginal do capital é
elevada, e à medida que o k cresce a produtividade vai baixando. Geometricamente
sabemos que a produtividade marginal do capital é dada pela inclinação da tangente
num dado ponto. Ora o que esta condição refere é qual o andamento desta inclinação à
medida que o coeficiente de intensidade capitalística sobe. Conforme a Figura 7.1.
mostra, a função de produção tem uma inclinação que baixa à medida que nos
movemos para direita.
K I K
Page 11 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 12 11/05/2018
é de 0,05, ou seja, 5%. O stock de capital também parte de um valor inicial específico:
K ( 0) K 0 .
yci
em que temos uma economia fechada e sem sector estatal. Como sabemos esta
equação pode também escrever-se:
yci
sy i
k i k
que passamos a representar em termos discretos. Agora temos que exigir que o
equilíbrio macro se verifique, o que significa que o investimento tem que ser igual à
poupança:
k sf ( k ) k
Page 12 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 13 11/05/2018
Qual a razão? É que só nos interessam modelos que adiram à realidade. Ora, o que
observamos é que as economias crescem a taxas de crescimento constante, como os
factos estilizados de Kaldor indicam. Não nos interessam modelos que produzam
economias a crescer a taxas sempre crescentes, pois acabavam por tender para
infinito, nem decrescentes, porque acabavam por entrar em colapso (tender para zero).
E se, por exemplo, o PIB crescesse a um ritmo superior ao stock de capital, aquela
variável tendia ser arbitrariamente grande em relação à segunda, pelo que o rácio
entre as duas acabaria também por tender para infinito. Ora, como os factos
10
Como a economia só produz livros, uma hipótese é esta economia vender o equivalente em livros a um país
estrangeiro para comprar 10 computadores.
Page 13 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 14 11/05/2018
Figura 7.1
..\Desenv\solow2.dsf
( n+ ) k
f( k)
sf( k)
k* k
k* k
Figura 7.2
Y K 1/ 2 L1 / 2
y k 1/ 2
Page 14 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 15 11/05/2018
se distribui entre consumo e poupança através da função poupança que tem uma
constante fixa. A amortização é dada pela taxa de depreciação vezes o stock de capital
inicial. Daqui é possível calcular, finalmente, o acréscimo de capital dado pela
equação dinâmica fundamental do capital, que corresponde à última coluna, e nos dá
o acréscimo do coeficiente de intensidade capitalística que é igual ao investimento
total realizado menos as amortizações.
Com estes números podemos passar ao período seguinte, em que o coeficiente
de intensidade capitalística neste período é igual ao do período anterior mais o
acréscimo calculado para o fim desse mesmo período. E o processo de cálculo
recomeça. No quadro seguinte estão reproduzidos os primeiros 5, depois 10, 50 e 100
períodos. Quando é que atingimos o estado estacionário? Quando for nulo o
acréscimo do coeficiente de intensidade capitalística. Ou seja
k sf (k ) k 0
donde
k s
f (k )
k (3,333) 2 11,111
Numa folha de Excel este estádio atinge-se no período 271. O estado estacionário
verifica-se nos cálculos porque a partir daquele período todos os valores se repetem.
Período k y c I dk Vk
Page 15 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 16 11/05/2018
0 sf (k *) k *
ou resolvendo esta equação obtemos 86,9, que é de facto o valor que se obtém quando
nos aproximamos do steady state.
Crescimento populacional
k sf ( k ) (n )k
Toda a análise anterior se mantém agora com a alteração referida, ou seja substituindo
a taxa de amortização pela soma da taxa de amortização e crescimento populacional.
Suponhamos uma economia constituída por 100 trabalhadores, cada um
equipado com um computador e que produzem cada um 10 livros por ano.
Suponhamos ainda que a taxa de amortização dos computadores é de 10% ao ano e
que o crescimento da mão-de-obra é de 5% ao ano. Então, em quantos computadores
a economia tem que investir num ano para poder manter o rácio de computadores por
trabalhador? Primeiro, tem que investir em mais 10 computadores para substituir os
que se gastaram. Segundo, tem que adquirir mais 5 computadores para equipar os
Page 16 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 17 11/05/2018
Porém, ainda não conseguimos fazer subir o nível de vida no nosso modelo.
Repare-se que mesmo com a introdução de crescimento populacional, o que
conseguimos foi que todas as variáveis crescessem à mesma taxa, mas o nível de
rendimento per capita mantém-se constante. Para obtermos crescimento no longo
prazo temos que incorporar o progresso técnico.
Vamos supor que o progresso técnico é todo incorporado no factor trabalho, ou
seja, é “labor augmenting”. Em certo sentido, o que supomos é que o progresso
técnico faz aumentar o trabalho, não em termos quantitativos mas qualitativos. Isto é,
o trabalho vai-se tornando mais eficiente.
Y F ( K , LxE )
11
Nos cálculos de Young para Singapura este autor determinou um forte aumento do número de horas trabalhadas.
Será por isso que os asiáticos têm um maior rendimento per capita? Trabalham mais membros da família e não
reduzem o horário de trabalho – afinal estará aí um dos segredos do chamado milagre asiático! A ética do trabalho
é central ao espírito asiático.
Page 17 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 18 11/05/2018
k sf ( k ) ( n )k
c y i
12
O gráfico anterior agora permanece o mesmo, mas substituímos as variáveis per capita por variáveis
divididas pelo trabalho em unidades de eficiência.
13
Repare-se que se supõe que só os trabalhadores se tornam mais eficientes, o que se chama “progresso
técnico que aumenta o trabalho”. Na prática pode não ser assim. Por exemplo, os computadores
também se podem tornar mais eficientes por causa de novas descobertas. Neste caso o progresso
técnico seria também “aforrador de capital”.
14
Repare-se que nada se diz sobre a situação de partida da economia.
Page 18 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 19 11/05/2018
c* f (k *) (n )k *
pelo que o consumo de uma trajectória de crescimento constante é igual à diferença
entre o PIB de crescimento constante e o investimento necessário para manter a
trajectória de crescimento constante. Esta equação mostra que ao aumentar o stock de
capital aumenta o nível de produção e a longo prazo faz aumentar o consumo. Mas
para aumentar o capital, substituindo o capital depreciado e equipando os novos
trabalhadores, temos que ter maior investimento, o que implica menor consumo.
Existe, pois, um trade-off. O Gráfico 7.2 mostra o consumo de crescimento constante
como a diferença entre as curvas da função de produção e a recta correspondente ao
segundo termo da equação anterior.
Gráfico 7.3
..\Desenv\solow-ouro.dsf
c
( n+ + ) k*
f( k* )
f´ ( k* )
sf( k* )
kouro k
Page 19 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 20 11/05/2018
(n )k * f ´(k*)k * rk *
s
f (k*) f (k*) y
ou seja, a taxa de poupança deve ser igual à proporção do capital no rendimento
nacional, ao longo da trajectória da regra de ouro. No exemplo anterior note-se que o
expoente do capital é a parte do capital no rendimento nacional, o que confirma esta
regra, como se pode ver pela fórmula.
Vejamos agora como uma economia que não está na trajectória correspondente
à regra de ouro se deve aproximar dessa trajectória. Suponhamos primeiro o caso mais
simples, que é aquele em o stock de capital está acima da regra de ouro. Estamos
numa situação de sobrecapitalização, pelo que é necessário reduzir o stock de capital.
Para o reduzir é necessário fazer baixar a taxa de poupança ou, da mesma forma, fazer
subir o nível de consumo. O gráfico seguinte dá-nos a ideia de uma trajectória
possível:
Figura 7.4
ouro2.dsf
Stock capital
PIB
Consumo
o consumo começa por subir acentuadamente e depois vai regredindo por causa de a
taxa de poupança se reduzir e no longo prazo isso implicar um menor nível de
rendimento e consumo. Contudo, este movimento de regressão nunca atinge o nível
Page 20 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 21 11/05/2018
Figura 7.5
ouro3.dsf
Stock capital
PI B
Consumo
Page 21 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 22 11/05/2018
k 2,7 y
k 0,09 y
PMK . x.k 0,35 y
que quere dizer que o stock de capital é cerca de 2,7 vezes o PIB, as amortizações
correspondem a cerca de 9% do PIB, e por último a proporção no rendimento
nacional que beneficia o capital, e que é igual à produtividade marginal do capital
vezes o stock de capital corresponde a 35% do PIB.
Finalmente, a taxa de crescimento da população mais a taxa de crescimento da
produtividade por trabalhador têm sido cerca de 3,5% ao ano nos últimos 60 a 80
anos. Substituindo na segunda relação o stock de capital obtém-se que a taxa de
amortização é de 0,03. E substituindo na terceira relação o stock de capital, a
produtividade marginal do capital vem igual a 13%. Donde que a produtividade
marginal líquida do capital, que é igual a 10% é claramente superior aos 3,5%
correspondentes a n g . Por conseguinte, conclui-se que em Portugal os governos
poderiam aumentar significativamente o consumo por pessoa no longo prazo se
fizessem subir a taxa de poupança e investimento. Mas para isso teriam que ter uma
visão de muito longo prazo, dando às gerações dos nossos filhos, netos, bisnetos, etc.
o mesmo peso que às gerações presentes (que são as únicas que votam).15
15
Evidentemente que o governo teria que adoptar a visão de longo prazo se os votantes também agissem no
interesse da “família perpétua”, ou seja, se ao votarem escolhessem o governo que não só maximizasse o consumo
para si mas para todos os membros da família vindouros. Actuarão os eleitores desta forma?
16
Note-se que esta taxa de crescimento é a taxa de expansão da mão-de-obra. Em economias onde exista um
aumento substancial da taxa de actividade (como tem sido o caso de Singapura ou Portugal), esta taxa pode ser
significativamente superior à taxa de crescimento da população.
Page 22 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 23 11/05/2018
Figura 7.6
log Y
s
2
s
1
t
y
s f
2
s f
1
n+ +
k* k* k
1 2
111aa
22
Page 23 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 24 11/05/2018
Figura 7.7
lo g C
s2
s
1
ts t
Page 24 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 25 11/05/2018
k sf ( k )
kˆ (n )
k k
Figura 7.8
^k,n,,
^
k>0
n + +
^
k< 0
f(k)
s. k
kP0
| |
kR0 k* k
Page 25 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 26 11/05/2018
Modelo de Harrod-Domar
K (t 1) K (t ) I (t ) K (t )
K (t ) K (t ) K (t )
I (t ) S (t ) s * Y (t )
por outro lado, vamos definir o rácio entre o stock de capital e o PIB por coeficiente
capital-produto, . Assim, dividindo o numerador e denominador do primeiro termo
do lado direito pelo PIB, temos
K (t 1) K (t ) s
K (t )
s
Yˆ Kˆ .
Page 26 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 27 11/05/2018
K L
Y min ,
s
n
Y AK
introduzida pelo nosso economista conterrâneo Sérgio Rebelo (por isso alguns
economistas já chamaram a este modelo Sobelo – de Solow mais Rebelo), onde Y é o
output, K é o stock de capital e A é uma constante que mede a quantidade de output
produzida por cada unidade de capital. Note-se que esta função de produção exibe
rendimentos constantes à escala, mas não exibe rendimentos decrescentes no capital –
Page 27 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 28 11/05/2018
K AK K
s sA
K K K
Y F K , (1 e)hL
h ( e)h
K sY K
Page 28 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 29 11/05/2018
Políticas de desenvolvimento
17
Estes aspectos mereceram já vários livros de análise destas situações desde países da Ásia até à Europa,
passando pela América Latina e África. São conhecidas as contribuições de Gurley and Shaw, McKinnon e Anne
Kruger.
Page 29 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 30 11/05/2018
Page 30 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 31 11/05/2018
Page 31 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 32 11/05/2018
Ou seja, uma vez feita a descoberta, a sua utilização pode ser feita por outro indivíduo
ou empresa, sem qualquer custo de investigação. Para proteger o investimento e
esforço feito na investigação é que existe os sistema de patentes e direitos de autor
(copyright). Este sistema cria uma situação de monopólio atribuída legalmente. Para
evitar que este conhecimento seja subtraído ao resto da comunidade científica e que
possa dar origem, pela fertilização cruzada, a novas ideais, a patente para exploração
comercial exclusiva expira passado um período fixo. A empresa que detém a patente
ao obter as rendas acumuladas durante esse período consegue ressarcir-se dos custos
incorridos com a investigação.
No caso dos países menos desenvolvidos o progresso técnico dá-se em grande
parte pela imitação das inovações produzidas nos países mais desenvolvidos. Este
processo também envolve o dispêndio de recursos, seja na compra de licenças,
pagamento de royalties, aquisição de conhecimento e formação profissional sobre o
processo e operação das máquinas, instrumentos e produtos. Este processo de
transferência de tecnologia tem a forma da importação de bens de capital que
incorporam tecnologias mais avançadas, na aquisição de licenças e patentes, no envio
de técnicos nacionais para formação no exterior e no investimento directo estrangeiro,
entre outros.
Page 32 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc
Abel M. Mateus, Macroeconomia Page 33 11/05/2018
Page 33 of 33 /conversion/tmp/scratch/386856890.doc