Populismo e crise da democracia na Europa (Goffredo Adinolfi)
‘Crise da democracia’: não conseguiu responder a todas as expectativas nela
depositada.
Mas ainda é positiva, pois permite aos cidadãos interferirem na política de
maneira mais incisiva e crítica. Dois pontos que caracterizam o populismo: uma simplificação da realidade política; e o desvalorização intransigente das elites políticas (sobretudo à que está no poder). Democracia é um regime que se baseia na confiança; e abalo na confiança na elite política, haverá crise da democracia. O nosso modelo democrático: representativo liberal; e seria este modelo que estaria em crise. Uma crise não leva necessariamente ao fim do regime, mas na sua redefinição. Movimento Cinco Estrelas na Itália – me pareceu bem similar à experiência do PSOL no Brasil: deputados mais próximos dos anseios da população; deputados que costumam basear suas ações em decisões referendadas em organizações e movimentos sociais; etc. Inclusive quanto aos seus adeptos e simpatizantes: pessoas mais jovens, de maior escolarização e empregadas; e que além disso, são os mais descontentes com as elites de poder. Visão contraditória quanto ao regime democrático: a grande maioria das pessoas prefere a democracia, porém, ao mesmo tempo, tem maior desejo na instituição de uma figura de liderança forte que não estivesse não dependente das instâncias representativas que compõe o regime, tais como, deputados, senadores, etc... Ou seja, uma preferência pela democracia (mais direta), desejosa de ditadura. No fundo isso reflete uma condição de alienação. A abstenção nas votações tende a estar ligado à alienação, são pessoas menos escolarizadas, com menos conscientização política.
Nacionalistas e (a)partidários?As estratégias de movimentação política dos skinheads b
rasileiros (Odilon Neto)
Reflexões quase todas baseadas na experiência paulista – um pouco porto
alegrense, também.
1ª fase (anos 80 e 90) – ‘cooptação’: skinheads e integralismo. Também com
uma aproximação com correntes do neonazismo brasileiro, ou mesmo do nazismo histórico. 2ª fase (90-200) – ‘tentativa de inserção’: Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) e Brigadas Integralistas. 3ª fase (2000-...) – ‘difusão’: caráter difuso+disseminação+estratégia independente. Resistência Nacionalista.
Os Movimentos dos Pobres no Brasil – cooperação em vez de confrontação? (Britta Ba
umgarten)
Tabagiba 2010: em governos de esquerda os movimentos tendem a valorizar a
maior oferta de participação estatal....mas tendem a orientar sua ação por uma disposição menos conflituosa, em uma postura de maior conciliação, evitando a pressão sobre o governo e evitando protestos. (D.).
Movimento anarquista e táctica black-block
Não consideram-se violentos, ou violência o fatos de infringir as regras do
Estado, mas sim, o capitalismo e suas práticas. "Violento é o Estado".
"Eles declaram guerra a nós e nós temos que levar guerra até eles".
"Nós militantes não vivemos na zona de desatre, o Estado é a zona de desastre;
nós vivemos à margem".
Para esses grupos não se trata de crises conjunturais, mas estrutural. Daí sua radicalidade.
Rejeitam o diálogo "civilizado", com vistas a resolução de pequenas questões,
pois isso significa a manutenção do estado de repressão. Os black bloc não são um grupo ou um movimento, são uma táctica, que serve para muitos objetivos, até a defesa de manifestantes de difrentes causas.
Ausência de liderança: grupo difuso de indivíduos, unidos no anonimato,