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DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios AULA 05 Estatuto da Crian¢a e do Adolescente (parte 01) 1 - ConsideragGes Iniciais. si 3 2 - Disposigdes Preliminares do ECA. 3 2.4 - Doutrina da Protegao Integral ra) 2.2 - Conceito de crianga e de adolescente 4 2.3 - Principios Basilares. 6 - Interpretagao do ECA Ee 2 3 - Direitos Fundamentais . coe ceeeeeentneesenee . coe 10 3.1 - Direito a Vida e a Saude .. . 10 3.2 - Direito a Liberdade, ao Respeito e a Dignidade. 3.3 - Direito & Convivéncia Familiar e Comunitaria, 3.4 - Direito & Educagdo, a Cultura, ao Esporte e ao Lazer. 3.5 - Direito a Profissionalizagao e a Protecdo no Trabalho.. 4- Questées . 4.1 - Questdes sem comentarios. 4.2 = GabaritO.. cess 4.3 - Questdes com comentarios... 5 - Legislagao Destacada e Jurisprudéncia Correlata e 145 6- Resumo Z a. . 151 7 - Consideragdes Finais 156 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios ECA (PARTE 01) - Consideragées | niciais Nessa aula vamos abranger parte importante da matéria. Vamos do art. 1° do ECA, que trata dos conceitos iniciais, até o art. 69, tratando dos direitos especificos assegurados as criangas e adolescentes. © nosso estudo do ECA sera distribuido em 3 aulas, sendo que esta é uma das mais importantes para a prova. Fique atento! Bons estudos a todos! 2 - Disposigées Preliminares do ECA Vamos comecar com os primeiros 6 artigos do ECA. Nesse rol temos, especialmente, a definicao de crianga e adolescente e os principios basilares que informam o ECA. O art. 1° fala sobre 0 que 0 ECA trata. Aqui é facill Art. 1° Esta Lei dispée sobre a prote¢éo integral a crianca e ao adolescente. Que o ECA trata a respeito dos direitos das criancas e dos adolescentes todos sabiamos. Para a prova, entretanto, vocé deve saber que a ideia de “protecdo integral” remete a algo a mais! 2.1 - Doutrina da Protecao Integral © ECA, que substituiu 0 Codigo de Menores, vem justamente no sentido de regulamentar as orientagdes gerais conferidas pela Constituicéo, sendo integralmente constituido a luz da protegdo integral da crianca e do adolescente, estatuidos no art. 227, caput, da CF. Comparando 0 ECA com a legisla¢ao anterior temos: doutrina da situacdo irregular cODIGO DE MENORES. doutrina da protegao integral Afirma a doutrina que, ao superar o Cédigo de Menores, a nova disciplina presente no ECA retrata o conjunto de regras internacionais de protecao a crianca e ao adolescente, notadamente a Convencao sobre os Direitos das Criancas DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios De acordo com a doutrina de Guilherme Nucci": (...) além de todos os direitos assegurados aos adultos, afora todas as garantias colocadas @ disposicéo dos maiores de 18 anos, as criangas e os adolescentes dispordo de um plus, simbolizado pela completa e indisponivel tutela estatal para Ihes afirmar a vida digna e préspera, ao menos durante a fase de seu amadurecimento. Esse fundamento evidencia o reconhecimento de que tanto a crianca como o adolescente sao sujeitos de direitos que recebem tratamento especial devido 4 condicao de pessoa em desenvolvimento. Em frente! 2.2 - Conceito de crianca e de adolescente O art. 2° do ECA estabelece os conceitos de crianga e de adolescente. O ECA nao adota 0 critério psicolégico para distinguir crianga de adolescente, mas critério de idade. Art. 2° Considera-se crianca, para os efeitos desta Lei, a pessoa ATE DOZE ANOS de idade incompletos, e adolescente aquela ENTRE DOZE E DEZOITO ANOS DEIDADE. Paragrafo Unico. Nos casos expressos em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE este Estatuto as pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. CRIANGA ADOLESCENTE +de 0a 12 anos sde 12 a 18 anos incompletos incompletos Assim... Completados 18 anos, 0 adolescente passa a ser um adulto, regido pela legisla¢éo civil, ndo mais merecendo protecao do ECA. Essa é a regral Pergunta-se © ECA podera ser aplicado a maiores de 18 anos? Aqui nés temos uma grande controversia Pela literalidade do ECA, a resposta ao questionamento acima é positiva Conforme o art. 2°, paragrafo unico, “aplica-se excepcionalmente este Estatuto as pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”. Por exemplo, o art. 121, §5°, do ECA, ao disciplinar a medida socioeducativa de internacao prevé a possibilidade de o jovem, ja maior de idade, permanecer custodiado até os 21 anos. Assim, prevé expressamente o ECA, no art. 121: | § 5° A liberacdo sera compulséria aos vinte e um anos de idade. ‘ NUCCI, Guilherme. Estatuto da Crianga e do Adolescente Comentado. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, verséo eletrénica. DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Se determinado adolescente, as vésperas de atingir a maioridade, pratica um ato infracional grave, sujeito 4 medida de internacéo, poderé permanecer, caso seja aplicada a medida pela via judicial, internado para além dos 18 anos. Ao 21, a liberagao seré compulséria. Nesse sentido, esta a doutrina?: Na verdade, 0 parégrafo Gnico continua em vigor e & plenamente vélido. Na apuracéo de ato infracional, por exemplo, ainda que o adolescente tenha alcangado a maioridade, 0 processo judicial se desenvolve no 4mbito da Justica da Infancia e Juventude. Vale dizer, aquele que j4 completou 18 anos ainda esta sujeito 4 imposicao de medidas socioeducativas e de protecdo. A aplicagdo do Estatuto somente cessa quando a pessoa completa 21 anos (art. 121, §5°). No émbito civel, verifica-se que a adogao pode ser pleiteada no ambito da Justica da Infancia e Juventude, mesmo que 0 adotando j4 tenha completado 18 anos, nos casos em que este jé se encontra sob a guarda ou a tutela (art. 40) Esse entendimento é também adotado pelo STJ*: HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANGA E DO ADOLESCENTE. MEDIDA SOCIO- EDUCATIVA. SEMILIBERDADE. MENOR QUE COMPLETARA DEZOITO ANOS. PRETENSAO DE EXTINGAO DA MEDIDA. CONTRARIEDADE LEGAL. ART. 120, § 2°. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. A teor do que dispée 0 art. 104, paragrafo Unico, da Lei 8.069/90, considera-se a idade do menor época da prética do ato infracional. 2. Somente quando 0 reeducando completar 21 anos de idade seré obrigatoriamente liberado, nos termos do art. 121, § 5°, do Estatuto da Crianca e do Adolescente, que ndo foi alterado com a entrada em vigor da Lei 10.406/02. 3. Auséncia de ilegal constrangimento decorrente da manutencéo da medida sécio- educativa imposta a infrator que atingira os 18 anos de idade. 4. Ordem denegada. Didaticamente podemos identificar trés correntes. 1° CORRENTE: aplica-se excepcionalmente o dispositivo, tal como se vislumbra no art. 121, §5°, do ECA 2+ CORRENTE: 0 art. 2°, paragrafo nico, do ECA, foi derrogado pelo Codigo Civil, que prevé a maioridade civil aos 18, momento em que cessam quaisquer possibilidades de aplicacao do ECA O entendimento dessa segunda corrente é bem interessante, na medida em que até 2002, tinhamos a vigéncia do CC/16, que fixava a maioridade civil a partir dos 21 anos de idade. O ECA, por sua vez, foi editado para tutelar menores de 18 anos. Em face disso, durante anos, permaneceu um vacuo em termos de tutela juridica para quem tivesse entre 18 € 21 anos de idade. Assim, a segunda corrente firmou entendimento no sentido de que o 2 BARROS, Guilherme Freire de Melo Barros. Estatuto da Crianca e do Adolescente. 6* edicao, Salvador: Editora JusPodivm, 2012, p. 23. > HC 38.019/Ru, Rel. Ministro HELIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA TURMA, julgado em 19/05/2005, DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios art. 2°, paragrafo Gnico, do ECA, foi editado para atender a essa situagao, excepcionalidade de nao haver norma para atender jovens entre 18 e 21 anos de idade. Com a superveniéncia do CC/02, e a reducao da maioridade civil para os 18 anos, anorma do ECA perdeu sentido, ficando derrogada 3° CORRENTE: 0 art. 2°, paragrafo dnic face do regramento posterior pelo Cé civil para os 18 anos. do ECA, nao se aplica as relacées civis, em jo Civil de 2002, que reduziu a maioridade Essa terceira corrente, a prevalecer nas provas de concurso publico, sugere a distingao entre as esferas civeis e penais. Em relagdo aos aspectos civeis, com a superveniéncia do CC/02, no mais se aplica 0 ECA aos maiores de 18. Contudo, em relacdo aos aspectos infracionais, aplica-se 0 art. 2°, pargrafo Unico, entre cujos exemplos 0 mais claro é 0 art. 121, §5°, do ECA, que prevé liberagao compulséria aos 21 anos de idade. Reforgando! A terceira e ultima corrente - QUE ESTA DE ACORDO COM O STJ — deve ser adotada por nés nas provas objetivas de concurso. 2.3 - Principios Basilares Vimos no inicio que a doutrina da protegao constitui o fundamento do ECA. Eo valor supremo de toda a legislacéo. Soma-se a esse fundamento trés principios fundamentais: PRINCI PIOS BASILARES DO ECA principio da nao ignidade discriminagao Vejamos cada um deles! Principio da prioridade absoluta © principio da prioridade absoluta esta previsto tanto na Constituicao, no art. 227, caput, como no ECA, no art. 1°, caput. absoluta Segundo o referido principio, constitui dever da familia, da sociedade e do Estado em acdo conjunta assegurar a crianca e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito 4 vida, 4 satide, a alimentagao, a educagao, ao lazer, a profissionalizacdo, a cultura, 4 dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivéncia familiar e comunitaria, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligéncia, discriminacdo, exploracao, violéncia, crueldade e opressao DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Em sintese, o principio enuncia que “4 frente dos adultos, esto as criangas e adolescentes"* Em face disso, o art. 4°, do ECA, paragrafo Unico, traz exemplos de como realizar © principio da prioridade absoluta. Vejamos: primazia de receber protecdo e socorre em quaisquer circunstancias. & precedéncia de atendimento nos servicos publicos ou de relevancia publica % preferéncia na formulagao e na execucdo das politicas sociais publicas % destinacdo privilegiada de recursos publicos nas areas relacionadas com a protecdo a infancia e a juventude. Notem que todas as atividades acima declinadas devem ser asseguradas as pessoas em geral. O Estado deve prover a protecdo e o socorro da populacao, bem como deve desenvolver politicas sociais e destinar recursos puiblicos as necessidades das pessoas. Contudo, em relacdo as criangas e aos adolescentes deve conferir absoluta prioridade de tratamento. De acordo com a redacao literal do ECA: Art. 4° E dever da familia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder public assegurar, com absoluta prioridade, a efetivagao dos direitos referentes a vida, a saide, a alimentagao, 4 educagao, ao esporte, ao lazer, 4 profissionalizagao, 4 cultura, 2 dignidade, ao respeito, a liberdade e 4 convivéncia familiar e comunitaria. Paragrafo Unico. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber protecao e socorro em quaisquer circunsténcias; b) precedéncia de atendimento nos servicos publicos ou de relevancia publica; ¢) preferéncia na formulagao e na execugao das politicas sociais publicas; ) destinacso privilegiada de recursos publicos nas areas relacionadas com a protecdo 4 infancia e a juventude. Vejamos, por fim, uma questao que cobrou esse dispositivo: (FCC/ TRT-1* Regido/ Rui 2016) NAO é dever da comunidade e da sociedade em geral assegurar ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito a) @ convivéncia familiar. b) ao esporte. ¢) ao lazer. 4d) a cultura e) ao ensino superior. + NUCCI, Guilherme. Estatuto da Crianga e do Adolescente Comentado. Rio de Janeiro: DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Comentarios Observe como a questao é simples! O art. 4°, em seu caput, traz as garantias conferidas a crianga e ao adolescente com absoluta prioridade. Desta forma, a alternativa E ¢ 0 gabarito da questo, pois ndo revela um direito mencionado no ECA. Note que o dispositive fala em direito a educagao, mas ndo especifica os niveis escolares. Principio da dignidade O referido principio caminha junto com o principio da prioridade absoluta e informa o respeito que se deve ter em relacao aos direitos fundamentais das criangas e adolescentes. Ademais, esse principio é qualificado pela necessidade de minima assisténcia ao menor. Nesse contexto, o art. 3°, do ECA, reforca que criangas e adolescentes gozam de todos os direitos fundamentals inerentes a pessoa humana, com a obrigacéo de que sejam asseguradas oportunidades e facilidades para Ihes propiciar 0 desenvolvimento fisico, moral, espiritual e social, em condigdes de liberdade e de dignidade Veja 0 caput do art. 3° Art. 3° A crianga @ 0 adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerente: pessoa humana, sem prejuizo da protecdo integral de que trata esta Lei, assegurando-se- Ihes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de Ihes facultar © desenvolvimento fisico, mental, moral, espiritual e social, em condigSes de liberdade e de dignidade. Essa regra é relevante, pois destaca a necessidade de se conferir uma protecao especial pelo fato de serem pessoas em desenvolvimento e, portanto, encontrarem-se numa situacao de vulnerabilidade. Em razéo disso, asseguram-se varios direitos. Nesse aspecto, 0 art. 4°, do ECA, reproduz o art. 227, caput, da CF, e prevé os seguintes direitos: Ey alimentacdo educagao, 20 profissionalizagao cultura convivéncia dignidade respeito, & familiar e comunitaria DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Além disso, em respeito a dignidade das criancas e adolescentes, estabelece o art. 5° algumas vedagées importantes, a fim de que eles nao sejam submetidos a negligéncia, a discriminacao, a exploracao, a violéncia, a crueldade e a ‘opressdo. Como forma de evitar tais atos, ha a previsao de crimes e sangGes civis e administrativas para quem violar, por acéo ou omissdo, a dignidade das criangas e adolescentes. Prevé o Estatuto: Art. 5° NENHUMA crianca ou adolescente seré objeto de qualquer forma de negligéncia, discrim inagao, exploracao, violéncia, crueldade e opressao, punido na forma da lei qualquer atentado, por aco ou omissdo, aos seus direitos fundamentais. Principio da nao discriminacéo Cumpre destacar, ainda, que a Lei n° 13.257/2016 acrescentou o paragrafo unico ao art. 3°, do ECA, para prever que os direitos que serdo estudados ao longo do Estatuto sao aplicados a todas as criancas e adolescentes sem qualquer discriminagao. E 0 que traz 0 ECA: Paragrafo Unico. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as criangas @ adolescentes, sem discriminagaéo de nascimento. situacéo familiar, idade sexo. aca. etnia_ou cor, religio_ou_crenca, deficiéncia, condicéo_pessoal_de desenvolvimento e aprendizagem. condigéo econémica. ambiente social, regiéo e local de moradia ou outra n ferenci i i Desse modo, séo vedadas as discriminacées entre os protegidos pelo ECA em Tazo do nascimento, situa¢do familiar, idade, sexo, raca, étnica entre outros. 2.4 - Interpretacao do ECA Confira primeiramente o dispositivo pertinente a esse topico: Art. 6° Na interpretacao desta Lei levar-se-40 em conta os fins socials 2 que ola se dirige, as exigéncias do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condicéo peculiar da crianca _e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Em relacéo a esse dispositive podemos fazer um contraponto com a Lei 4.657/ 1942, Lei de Introduco as normas do Direito Brasileiro (LINDB). O art. 5° da norma prevé que na interpretacéo das normas juridicas em geral devem ser levados em consideragdo os fins sociais e as exigéncias do bem comum. Em relagéo ao ECA, esses dois parametros s4o mantidos e acrescidos a outros, especificos desse ramo juridico. Confira: DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Esses parametros devem, portanto, orientar a hermenéutica do ECA. 3 _- Direitos Fundamentais Em relagao aos Direitos Fundamentais, o ECA distribui o assunto em 5 pontos: direito a liberdade, a0 direito a convivéncia direito a vida e a sade} | fespeito ea dignidade | | familiar e comunitaria direito a profissionalizagao e a prote¢ao no trabalho direito a educaclo, a cultura e ao lazer A fim de tornar nosso estudo dinamico, vamos trazer a legislacéo, destacando os direitos elencados, contudo, sem deixar de abordar as principais normas para a prova. Vamos Ia! 3.1 - Direito 4 Vida e a Saude O assunto direito 4 vida e a satide esta disciplinado entre os arts. 7° e 14 do ECA. 10 od cria DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios ireito a vida e a sade so inerentes a condigao humana. Em relacdo as. ngas e aos adolescentes confere-se um tratamento privilegiado, em razo das. peculiaridades da fase de sua existéncia A efetivacao desses direitos, de acordo com o art. 7°, do ECA, deve ocorrer por intermédio de politicas publicas para o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condigées dignas. Confira a redacao literal: Art. 7° A crianga e 0 adolescente tém direito a protecdo a vida e a sade, mediante a efetivacao de politicas sociais pdblicas que permitam o nascimento @ o desenvolvimento sadio € harmonioso, em condigées dignas de existéncia Nesse contexto, 0 ECA assegura o atendimento a gestagao. Em relaco a esse aspecto, tivemos varias alteracdes promovidas pela Lei n° 13.257/2016. Devido ao fato de serem alteracdes recentes no ECA, vamos dar a devida atengao ao assunto Assim se apresenta o art. 8° na redacao atual: Art. 8 E assequrado a todas as mulheres 0 acesso aos programas e as politicas de sadde_da mulher e de planejamento reprodutive e, as gestantes, nutricéo adequada, acparto eae puerpério ¢ atendimento pré-natal, perinatal atencéo humanizada a aravidez, 2.06s-natal integral no 4mbito do Sistema Unico de Saude. § 12 O atendimento pré-natal sera realizado por profissionais da aten¢éo priméria § 22 Os profissionais de saude de referéncia da gestante garantiréo sua vinculacdo, no Ultimo trimestre da gesta¢ao, ao estabelecimento em que seré realizado 0 parto, garantido o direito de op¢ao da mulher. § 3% Os servicos de sauide onde o parto for realizado asseguraréo 4s mulheres @ aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsdvel e contrarreferéncia na atenc&o priméria, bem como 0 acesso a outros servigos e a grupos de apoio a amamentacéo. § 42 Incumbe ao poder publico proporcionar assisténcia psicolégica a gestante e @ mae, no periodo pré e pés-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequéncias do estado puerperal § 5° A assisténcia referida no § 42 deste artigo devera ser prestada também a gestantes e ides que manifestem interesse em entreaar seus filhos para adocdo, bem como a gestantes @ mées que se encontrem em situagéo de privacao de liberdade. § 68 Agestante e a parturiente tém direito a1 (um) acompanhante de sua preferéncia durante o periodo do pré-natal, do trabalho de parto e do pés-parto imediato. § 72 A gestante deverd receber orientagéo sobre aleitamento materno, alimentagéo complementar saudavel e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criagSo de vinculos afetivos @ de estimular o desenvolvimento integral da crianca. § 82 Agestante tem direito a acompanhamento saudavel durante toda a gestacao e @ parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicacéo de cesariana e outras intervengées cirurgicas por motivos médicos. § 92 A atencéo priméria 4 saude faré a busca ativa da gestante que ndo iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que no comparecer as consultas pés-parto § 10. Incumbe a0 poder publico garantir, 4 gestante e & mulher com filho na primeira infancia que se encontrem sob custédia em unidade de privacéo de liberdade, ambiéncia is do Sistema Unico de Saude para o 1 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios acolhimento do filho, em articulacéo com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da crianga. A Lei n° 13257/2016 recebeu a denominagéo de Marco Legislative da Primeira Infancia, com a fixacao de principios e diretrizes. Mas qual o conceito de primeira infancia? De acordo com a Lei, a primeira infancia compreende o periodo entre os primeiros 6 anos completos ou 72 meses de vida da crianga Assim, a primeira informagao que vocé deve levar para a prova é a seguinte: PRIMEIRA Periodo que abrange os primeiros 6 INFANCIA anos de vida (ou 72 meses) Essa nova lei trouxe diversas alteragdes. Temos alteragdes no ECA, na CLT, na Lei n° 11.770/2008 (Programa Empresa Cidada) e até mesmo no CPP. Para o nosso estudo importa analisar as alteracdes promovidas no ECA! Em relacdo ao ECA e dentro do tépico pertinente ao estudo do direito a vida e a satide nés tivemos uma completa reformulacao dos dispositivos. Para fins de prova, nos interessa algumas informagées especificas. Nota-se um esforco da legislagéo em desenvolver programas e politicas de atendimento adequadas a protecao da gestacao. Lembre-se % A mae tera direito de escolher, nos ultimos 3 MESES da gestacdo, o local onde sera realizado 0 parto % E assegurado a gestante e a parturiente o d periodo que estiver em estabelecimento hospitalar. % O Poder Publico devera atuar a fim de garantir os direitos das gestantes perante a rede publica de sade, atuara também em posicao interventiva nos contratos de emprego, preservara 0 direito das gestantes que estiverem em restri¢ao de liberdade. ito a um acompanhante durante o % Além de promover os direitos das gestantes e parturientes, o Estado devera coibir praticas discriminatérias e violadoras dos direitos das gestantes. O art. 9, ainda dentro do tema da prote¢ao dos direitos das criangas na primeira infancia, reporta-se ao aleitamento materno. De acordo com o dispositivo, cabe ao Poder Publico, juntamente com as empresas, criar condi¢des adequadas as mes durante a fase de lactagao. Confira: Art. 9° © poder publico, as instituigdes e os empregadores propiciaréo condicées adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mes submetidas a medida privativa de liberdade. § 12 Os profissionais das unidades primérias de saude desenvolverao acdes sistematicas, individuais ou colstivas, visando ao planejamento, a implementacéo ¢ 4 avaliacéo de acdes de promogao, protecéo e apoio ao aleitamento materno e a alimentacao complementar saudavel, de forma continua § 28 Os servicos de unidades de terapia intensiva neonatal deverdo dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. 12 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Quanto 4 primeira infancia e as medidas a serem desenvolvidas nos hospitais temos 0 art. 10: Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atencao 4 saude de gestantes, piblicos e particulares, s60 obrigados a: | - manter cegistro das atividades desenvolvidas, através de prontudrios individuais, pelo prazo de dezoito anos; II - identificar 0 recém-nascido mediante o registro de sua impresséo plantar e digital e da impresséo digital da mae, sem prejuizo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente, Ill ~ proceder_@ exames visando ao diagnéstico e terapéutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientacéo aos pais; 'V - fornecer declaracdo de nascimento onde constem necessariamente as intercorréncias do parto @ do desenvolvimento do neonato; V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanéncia junto 4 mae. VI - acompanhar a pratica do processo de amamentacéo, prestando orientacées quanto & técnica adequada, enquanto a mae permanecer na unidade hospitalar, utilizando 0 corpo técnico ja existente. Como vocé deve notar, nao ha como memorizar a maioria desses dispositivos para a prova. Temos que ler essas obrigacdes para que possamos compreendé- los. Como é um tema recente, ha a perspectiva de que possa ser exigido em provas. Assim, a forma mais segura de nao cair em questdes como essa é manter a atengdo a leitura dos dispositivos que s&o autoexplicativos. Dando continuidade, o art. 11, do ECA, prevé: Art. 11. Eassegurado acesso integral as linhas de cuidado voltadas a saide da crianca @ do adolescents, por intermédio do Sistema Unico de Sadde, observado o principio da equidade no acesso a acdes @ servicos para promocao, protecdo e recuperacdo da saude, § 12 A crianga e 0 adolescente com deficiéncia sero atendidos, sem discriminacdo ou Jo, em suas necessidades gerais de sade e especificas de habilitagéo & reabilitacdo. § 22 Incumbe ao poder publico fornecer gratuitamente, aqueles que necessitarem, medicamentos, érteses_ préteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitagéo ou reabilitacao para criancas e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas as suas necessidades especificas § 32 Os profissionais que atuam no cuidado diério ou frequente de criancas na primeira infancia receberao formagéo especifica e permanente para a deteccao de sinais de risco para o desenvolvimento psiquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessario, O ECA prevé atendimento integral a satide da crianga e do adolescente pelo SUS, por intermédio de atendimento especializado, abrangendo: % fornecimento de medicamentos, préteses e recursos % estabelecimentos que permitam a permanéncia dos pais em tempo integral % controle das condigses dos hospitais, notadamente em relacdo as situagSes de tratamento degradante ou desumano. 13 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios © art. 12 do ECA prevé uma regra importante. Caso a crianca ou adolescente necessitarem de internacdo médica, por exemplo, tera direito a permanecer internada acompanhada e ais ou responsavel. Fique atento que essa regra nao se aplica apenas a crianca na primeira infancia (nos primeiros 6 anos de vida), mas a todos os tutelados pelo ECA (ou seja, menores de 18 anos). Confira: Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento a satide, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediarios, deveréo proporcionar condicées para @ permanéncia em tempo integral de um dos pais ou responsavel, nos casos de internagao de crianca ou adolescente. © art. 13 confere um dever as entidades de atendimento a criancas e adolescentes. Caso encontrem crian¢as ou adolescentes em situacao de castigo fisico, tratamento cruel, degradante ou maus tratos, DEVEM comunicar o Conselho Tutelar. Veja: Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmagao de castigo fisico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra crianga ou adolescente serao obrigatoriamente comunicados 20 Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuizo de outras providéncias legais. § 12 As gestantes ou mes que manifestem interesse em entregar seus filhos para ado¢éo seréo obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, @ Justica da Infancia e da Juventude. § 22 Os servicos de sade em suas diferentes portas de entrada, os servigos de assisténcia Social em seu componente especializado, 0 Centro de Referéncia Especializado de Assisténcia Social (Creas) @ os demais érgaos do Sistema de Garantia de Direitos da Crianca @ do Adolescente deverao conferir maxima prioridade ao atendimento das criancas na faixa etaria da primeira infancia com suspeita ou confirmagao de violéncia de qualquer natureza, formulando projeto terapéutico singular que inclua intervencéo em rede e, se necessario, acompanhamento domiciliar. Vamos explorar adiante, com maiores detalhes, a questéo da entrega de filhos para a adocdo. O ECA sofreu algumas mudancas com a Lei 13.509/2017, justamente para agilizar a adocao nesses casos. Contudo, desde ja fique atento & redagao do §1° acima citado. Se uma gravida comparecer a unidade de saiide relatando o desejo de entregar 0 filho para a adogéo, é responsabilidade do estabelecimento (por intermédio da pessoa responsavel ou dirigente) encaminhar a gravida 4 Justica da Infancia e Juventude. A finalidade desse encaminhamento é, primeiramente, de orientar a gravida e, caso confirmado o desejo de entrega, iniciar procedimento para adocao da crianca © quanto antes possivel, com intuito de preservar 0 direito a convivéncia familiar e comunitaria Para encerrar a parte relativa ao direito a vida e a satide, vamos analisar o art. 14, segundo o qual o SUS deve promover programas de assisténcia médica e odontologica a populacao infantil! 14 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Art. 14. 0 Sistema Unico de Saude promovera programas de assisténcia médica e gdontolégica para a prevencéo das enfermidades que ordinariamente afetam a populacso infantil, e campanhas de educacéo sanitaria pare pais, educadores e alunos. § 12 E obrigatéria a vacinacao das criancas nos casos recomendados pelas autoridades sanitarias. § 22 O Sistema Unico de Sadde promoveré a atencéo a sade bucal das criancas e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de culdado direcionadas a mulher e a crianca. § 32 A atencdo odontolégica 4 crianca terd tunc&o educativa protetiva e sera prestada, inicialmente, antes de o bebé nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, @, posteriormente, no sexto eno décimo segundo anos de vida, com orientagdes sobre saude bucal. § 42 A crianca com necessidade de cuidados odontolégicos especiais serd atendida pelo Sistema Unico de Saude. § 5° E obrigatéria a aplicacdo a todas as criangas, nos seus ida, de protocolo ou outro instrumento construido com a finalidade de facilitar a deteccao, em consulta pedidtrica de acompanhamento da crianca, de risco para seu desenvolvimento psiquico. Finalizamos, assim, o primeiro tépico! 3.2 - Direito 4 Liberdade, ao Respeito e 4 Dignidade Vamos estudar, nesse tépico, os arts. 15 a 18-B do ECA. Novamente temos um rol de direitos que séo assegurados em razéo da condicéo de pessoa em desenvolvimento. Vamos iniciar com 0 art. 15, que é enunciativo de varios direitos. Art. 15. A crianga e o adolescente tém direito a liberdade, ao respeito 4 dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento @ como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituicao e nas leis. No que diz respeito a liberdade, assegura-se 0 direito de: ir, vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios brincar, praticar esportes e divertir-se opiniao e expressao crenca e culto religioso participar da vida bussarretagie; auxilio orientagao familiar € participar da vida comunitaria, sem politica discriminagao Esses direitos estao arrolados no art. 16, do ECA: Art. 16. 0 direito a liberdade compreende os seguintes aspectos 1 - ir, vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios, ressalvadas as restrigdes legais; II - opinido e expresséo; 15 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios IV - brinear, praticar esportes e divertir-se; V- participar da vida familiar e comunitéria, sem discriminagao; VI - participar da vida politica, na forma da lei; VII - buscar refuaio, auxilio e orientacdo. Veja, ainda, a redacao dos arts. 17 e 18, do ECA, que também possuem uma redacao enunciativa de direitos, cuja leitura é o suficiente: Art. 17. © direito 20 respeito consiste na Inviolabilidade da integridade fisica, psiquica e moral da crianca e do adolescente, abrangendo a preservacdo da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crencas, dos espacos e objetos pessoais. Art. 18. E dever de todos velar pela dignidade da crianga e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatério ou constrangedor. O ECA trata do direito a educacao de criangas e adolescentes, com destaque para a vedacao ao uso do castigo fisico ou de tratamento cruel ou degradante, em termos de correcao e disciplina. Esse tema esta disciplinado nos arts. 18-A e 18-B do ECA, que foram inseridos no Estatuto pela Lei n° 13.010/2014, denominada de Lei da Palmada. Esse diploma fixou alguns conceitos, os quais devemos conhecer para a nossa prova. CASTIGO Fi SICO: agao de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com 0 uso da forga fisica sobre a adolescente que resulte em: +sofrimento fisico; ou +lesdo TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE: conduta ou forma cruel de tratamento em relac&o a crianca ou ao adolescente que: +ameace gravemente *ridicularize A partir desses conceitos, 0 ECA criou um sistema voltado para orientagao e tratamento de situacées de castigo fisico e tratamento cruel ou degradantes. Primeiramente, leia o art. 18-A e, apés, verifique quais so os “encaminhamentos” determinados pelo ECA quando for constatados tais violagées de direitos: Art. 18-A. A crianga e o adolescente tém o direito de ser educados e culdados SEM o uso de castigo fisico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correcao, disciplina, educagaéo ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da familia 16 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios ampliada, pelos responsaveis, pelos agentes publicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, traté-los, educé-los ou protegé-los. Paragrafo Unico. Para os fins desta Lei, considera-se 1 - castigo fisico: ag&o de natureza disciplinar ou punitive aplicada com o uso da forga fisica sobre a crianca ou 0 adolescente que resulte em: a) sofrimento fisico; ou b) lesdo; II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relacao a crianga ou ao adolescente que: a) humilhe; ou b) ameace gravemente; ou ¢) ridicularize. Caso seja identificada a pratica de algumas das situagdes acima contra criancas ou adolescentes sera determinado: ‘% encaminhamento a programa oficial ou comunitario de protecdo a familia Aqui teremos o encaminhamento dos préprios responsaveis pelas pelo castigo fisico ou pelo tratamento cruel ou degradante. A finalidade é romper com a pratica por intermédio de um processo de conscientizagao. % encaminhamento a tratamento psicolégico ou psiquiatrico Esse encaminhamento poderd ser destinado tanto a crianga/adolescente como aos responsaveis, a depender do caso de contexto das violagdes. ‘ encaminhamento a cursos ou programas de orientacdo Do mesmo modo, aplica-se a vitima e ao agressor % obrigaco de encaminhar a crianca a tratamento especializado Aqui a determinacao ¢ especifica e direcionada a crianga (e também ao adolescente) vitima de castigo fisico ou tratamento cruel ou degradante. © adverténcia Nesse caso, a admoestacdo sera destinada ao agressor. Essas medidas est4o fixadas, por sua vez, no art. 18-B, do ECA: Art. 18-B. Os pais, os integrantes da familia ampliada, os responséveis, os agentes publicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de criangas @ de adolescentes, trata-los, educd-los ou protegé-los que utilizarem castigo fisico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correcéo, disciplina, educacéo ou qualquer outro pretexto estardo sujeitos, sem prejulzo de outras sangdes cabiveis, as Seguintes medidas, que sero aplicadas de acordo com a gravidade do caso: 1 encaminhamento a programa oficial ov comunitério de protegao 4 familia; II - encaminhamento a tratamento psicolégico ou psiquistrico; III - encaminhamento a cursos ou programas de orientaao; IV - obrigag&o de encaminhar a crianga a tratamento especializado; V- adverténcia. 17 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Paragrafo nico. As medidas previstas neste artigo serao aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuizo de outras providéncias legais. Por fim, vejamos uma questo que trata do tema aqui abordado: [(FUNRIO/1F-PA/ 2016) Na educagdo de criangas e adolescentes proibido, segundo 0 ECA: | | = castigos fisicos que resultem em sofrimento fisico ou lesao; : Il tratamento cruel ou degradante, que faga uso da humilhagdo, ameagas graves ou | ridicularizagao; | Il = participagao na vida politica, na forma da lei Marque a alternativa que corresponde a resposta correta. a) Todas esto corretas. b) Todas esto erradas. ©) Il e III esto corretas. 4) Le Ill estao corretas. e) le Il esto corretas. : Comentarios Vamos analisar cada um dos itens. Os itens | € II est&o corretos. De acordo com o art. 18-A, da Lei n° 8.069/90, a crianga e 0 | adolescente tém o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo fisico ou de tratamento | cruel ou degradante. | Oiitem 11 esta incorreto. Com base no art. 16, VI, do ECA, a crianga eo adolescente tem o direito | | de participar da vida politica. i Desse modo, a alternativa E esta correta e € 0 gabarito da questo. 3.3 - Direito 4 Convivéncia Familiar e Comunitaria O direito a convivéncia familiar e comunitaria abrange os arts. 19 a 52 do ECAe trata de uma parte relevante da materia. Arelevancia decorre nao apenas do fato de que o contetdo é mais extenso, mas também em razao dos assuntos que sao estudados nesta parte da materia. Para situa-lo, ao se falar em direito a convivéncia familiar vamos abranger a analise das familias e, principalmente, da questao que envolve a colocacdo de criangas e adolescentes em familias substitutas por intermédio da guarda, tutela e adocao! Portanto, redobre a atencdo. 18 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios Disposicdes Gerais A Lei n° 12.010/2009, conhecida como Lei de Convivéncia Familiar, trouxe diversas alteracdes no ECA, tratando sobre o direito a convivéncia familiar e sobre a adocao. Essa lei parte do principio de que a familia é o lugar natural em que deve permanecer a crianga Assim, a retirada da crianca ou adolescente de sua familia natural ocorrera unicamente em situagées excepcionais, por decisdo judicial devidamente motivada, garantindo-se o contraditério e a ampla defesa. A retirada se da para entidade de acolhimento familiar ou institucional, e deve ter carater provisério e com brevidade. Com o ECA, abandona-se a ideia de acolhimento em abrigo, para se falar em acolhimento institucional. Veja 0 que nos informa o art. 19, caput e §1°, do ECA: Art. 19. E direito da crianca e do adolescente ser criado e educado no seio de sua familia e, excepcionalmente, em familia substituta, assegurada a convivéncia familiar @ comunitéria, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. § 12 Toda crianca ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional teré sua situagéo reavallada, no maximo, a cada 6 (sels) meses, devendo a autoridade judiciéria competente, com base em relatorio elaborado por equipe interprofissional ou ‘multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegracéo familiar ou colocagso em familia substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. A retirada da crianca ou adolescente da familia natural decorre de medida protetiva aplicada pelo juiz, a qual ocorre por meio da emissao de uma guia de acolhimento (individualizada), diante da qual a entidade produzira um plano individualizado de acdes, com a indicagéo das necessidades da crianca e das. acées previstas para viabilizar o retorno da crianca a familia natural e enviara relatérios regulares, no prazo e seis meses, relatando a evolu¢ao do acolhimento. Com base nesses relatérios interdisciplinares, o juiz decide se a crianga deve continuar na entidade, retornar a familia natural ou extensa. Além disso, caso verifique tratar-se de situacéo na qual o retorno é impossivel procedera a colocagao em familia substituta Assim... 19 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios © ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL SERA decide-se pela reintegracao, por intermédio de manutenedo do acolhimento relatérios titucional ou em familia interdisciplinares olhedora) ou colocagéo em familia substituta avaliado a cada seis meses A reintegracdo consiste no retorno da crianga ou do adolescente a familia natural ou extensa. © acolhimento institucional, por sua vez, consiste em deixar as criangas sob o cuidado do Estado, nas unidades institucionais de acolhimento. A permanéncia da crianca e do adolescente em programa de acolhimento institucional nao se prolongara por mais de 18 meses, exceto em caso de comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, por deciséo fundamentada. E 0 que temos no §2°, do ECA’ § 22 A permanéncia da crianga e do adolescente em programa de acolhimento institucional NAO se prolongara por MAIS DE 18 MESES, salvo comprovada necessidade ludiciéria. Fique atento, pois 0 prazo foi reduzido de dois anos para 18 meses. A ideia é evitar, ao maximo, 0 prolongamento do acolhimento institucional, que é prejudicial ao exercicio dos direitos de convivéncia familiar e comunitaria. Para nao confundir os prazos: r REAVALI ACAO DO ACOLHIMENTO INSTI TUCI ONAL a +18 meses (excepcionalmente podera ser superior, se respeitar o interesse da crianga) © acolhimento familiar consiste na colocagéo da crianga ou adolescente em familia acolhedora, que gratuitamente recebe a crianca, podendo obter a sua guarda. Ele é preferivel ao acolhimento institucional pela maior proximidade da 20 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios convivéncia familiar ou comunitaria e que poder ser desenvolvida por entidades governamentais ou nao. Por fim, a colocagéo em familia envolve as modalidades de adogao, que seréo estudadas adiante Ainda em relagéo a convivéncia familiar, em alteragéo recente no ECA, foi conferido o direito de conviver com os pais caso estejam privados de liberdade. Essa convivéncia sera promovida por intermédio de visitas periodicas a serem promovidas por quem detiver a responsabilidade direta pela crianca © §3°, do art. 19, destaca a regra de que a permanéncia da crianca e do adolescente deve ocorrer perante a matéria natural § 3¢ A manutencéo ou a reintearacéo de crianca ou adolescente a sua familia tera preferéncia em relacdo a qualquer outra providéncia, caso em que serd esta incluida em servicos e programas de protecso, apoio e prom ocao, nos term os do § 1° do art. 23, dos incisos |e 1V do caput do art. 101 @ dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei § 42 Seré garantida a convivéncia da crianga e do adolescente com a mée ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periédicas promovidas pelo responsével ou, nas hipdteses de acolhimento institucional, pela entidade responsavel, independentemente de autorizacdo judicial Pela Lei 13.509/2017, tivemos o acréscimo de dois paragrafos ao art. 19: § 5° Seré garantida a convivéncia integral da crianca com a mae adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluido pela Lei n® 13.509, de 2017) § 6° A mae adolescente sera assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluido pela Lei n° 13.509, de 2017) Asitua¢ao retratada aqui é especifica. Muitas adolescentes, ainda na adolescente, tém filhos. Caso estejam acolhidas institucionalmente, aos filhos sera assegurado © direito a convivéncia familiar com a mae durante o periodo do acolhimento Ainda no ambito das novidades, precisamos dar atencdo ao art. 19-A e art. 19- B, que foram acrescidos ao ECA pela Lei 13.509/2017. Vamos comecar com o art. 19-A, caput, §1° e 2° Art. 19-A, A gestante ou mae que manifeste interesse em entregar seu filho para ado¢ao, antes ou logo apés 0 nascimento, seré encaminhada a Justi¢a da Infancia e da Juventude. § 1° Agestante ou mae sera ouvida pela equipe Interprofissional da Justica da Infancia € da Juventude, que apresentaré felatorio a autoridade judicidria, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal. § 2° De posse do relatorio, a autoridade judiciéria poderé determinar o encaminhamento da gestante ou mée, mediante sua expressa concordancia, 4 rede publica de saude e assisténcia social para atendimento especializado. Os dispositivos acima foram criados para facilitar a entrega para adocdo de criangas quando a mae manifesta interesse em entregar o filho para adocao. Assim, quando a mae demonstrar interesse em entregar o filho para ado¢do, haveré encaminhamento da mae para a Vara de Infancia e Juventude para que 21 DIREITOS HUMANOS PARA A PM-DF curso em teoria e exercicios seja acompanhada e ouvida pela equipe técnica auxiliar. Essa equipe, formada por profissionais de diversas areas, elaborara um relatorio que ira subsidiar a decisao judicial de destituigéo do poder familiar. Antes, entretanto, de decidir pela destituicao ¢ necessario buscar por familiares da crianga, que tenham interesse e condigées de cuida-la. Por primeiro, busca- se a possibilidade de deixar a crianga sob os cuidados do pai. Caso nao haja pai registral ou esse também nao tenha interesses ou condigées, serao buscados familiares proximos, como tios, avés etc. De todo modo, como a ordem é simplificar 0 procedimento de colocacéo em familia substituta, a busca pela familia extensa devera ser empreendida pelo prazo de 90 dias, prorrogaveis por mais 90 dias Leia com atencao: § 3° A busce a familia extensa, conforme definida nos termos do parégrafo tinico do art. 25 desta Lei, respeitaré 0 prazo maximo de 90 (noventa) dias, prorrogavel por igual periodo. Averiguada a impossibilidade de colocacdo da crianca rejeitada pela me, sob os cuidados do pai ou sob os cuidados de familiares, o juiz decreta a perda do poder familiar, tal como prevé 0 dispositivo abaixo: § 4° Na hipotese de ndo haver a indicacéo do genitor e de ndo existir outro representante da familia extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciaria competente devera decretar a extingao do poder familiar e determinar a colocac¢ao da crianc¢a sob a guarda provisoria de quem estiver habilitado a adota-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. N&o obstante todo esse procedimento célere que se desenvolve com o intuito de preservar ao maximo o direito a convivéncia familiar e comunitaria, nascido a crianca, a mae sera chamada a ratificar a sua vontade em juizo, em uma audiéncia. § 5° Apés 0 nascimento da crianca, a vontade da mae ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiéncia a que se refere 0 § 10 do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. § 6° Vetado. Para que possamos encerrar o dispositivo, resta estudar 0 §7°. Quanto aos demais, a leitura sera o suficiente. § 7° Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (QUINZE) DIAS para propor a agao de adogao, contado do dia sequinte 4 data do término do estagio de convivéncia. Determinada a decretacao da perda do poder familiar, a crianca sera o quanto breve possivel inserida no convivio com os pretensos adotantes (estagio de convivéncia). A contar do término do estagio de convivéncia, inicia-se o prazo de 15 dias para que o pedido de adocao seja formalizado perante a Vara da Infancia e Juventude Confira os demais dispositivos do art. 19-A, do ECA: § 8° Na hipétese de desisténcia pelos genitores - manifestada em audiéncia ou perante 2 equipe interprofissional - da entrega da crianca apés o nascimento, a crianca sera 22

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