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Matriz de atividade individual

Módulo: 3 Fórum
Título: A crise do CD
Aluno: Mariana Martins
Disciplina: Introdução a Administração Turma: 39
Introdução

No fim da década de 90 iniciou-se uma das maiores batalhas da indústria fonográfica:


a luta contra a livre troca de arquivos on-line. O grande inimigo das gravadoras eram
sites como Napster e Audiogalaxy que enfrentaram longos processos judiciais. Muitos
deles foram fechados, forçados a cobrar por seus serviços ou disponibilizar apenas
downloads legais. Apesar de terem vencido grandes batalhas, o fato é que as
gravadoras perderam a guerra, a tecnologia evoluiu e o controle tornou-se impossível.
Hoje, o inimigo é coletivo, os usuários baixam arquivos diretamente do computador de
outros usuários através dos programas de torrent e peer-to-peer. A internet, portanto,
ganhou dimensões gigantescas e se tornou um fenômeno social que afeta a indústria
cultural como um todo – um moviemento que não pode ser freado.

“O resultado foi o nascimento de uma nova cultura radicalmente diversificada e


uma ameaça às instituições da cultura existente, da mídia de tendência
dominante às gravadoras.” (ANDERSON, 2009:3)

Os avanços tecnológicos têm possibilitado uma revolução nos padrões de consumo. No


que diz respeito à indústria fonográfica, trabalhar as músicas no rádio e disponibilizar
CDs nas prateleiras das lojas já não é mais suficiente. Para sobreviver, as gravadoras
têm se ajustado à nova realidade, como já dizia o ditado: “se não pode com eles,
junte-se a eles”.

O link com as escolas da administração da segunda metade do século XX, em especial


a Teoria Geral dos Sistemas e a Teoria da Contingência, é evidente. As organizações
são sistemas abertos inseridos em um ambiente no qual se verifica a interação entre
diversos elementos, inclusive tecnológicos. As modificações resultantes desta interação
definem, consequentemente, as estruturas organizacionais.

Entender o mundo que existe ao seu redor evita a perda da capacidade de adaptação
às modificações ambientais, ou seja, a entropia. O que se verifica hoje é um processo
contrário ao que vinha acontecendo na virada do século. As gravadoras finalmente
estão começando a compreender que tentar evitar a proliferação de sites que
disponibilizam músicas gratuitamente é ir contra a realidade da demanda.

Impactos nos recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos

Os efeitos da crise do CD causada pela inabilidade da indústria fonográfica em


acompanhar as mudanças no mercado consumidor têm levado muitas gravadoras a se
reestruturarem a fim de se atualizarem diante da inovação tecnológica.

EMI, Universal, SonyBMG, Warner Music, todas elas têm, de alguma forma, sentido os
impactos da crise em sua estrutura interna. Primeiro, em função da redução de
recursos financeiros e, segundo, pela dificuldade em manter contratos milionários com
os artistas ditos de primeiro time.

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Rumos buscados pela indústria fonográfica

Embora ainda seja inquestionável o poder das gravadoras em ditar quais músicas e
artistas serão populares através de sua veiculação nas mídias de massa, esta
influencia já não reflete mais em vendas de discos.

As gravadoras têm se desdobrado em busca de um novo modelo de negócios que


consiga ser lucrativo, estável, e que afaste as incertezas deste novo cenário. Todavia,
ainda não surgiu um novo modelo de negócios que conduza, satisfatoriamente, aos
objetivos estimados.

A venda de músicas on-line tem se posicionado como uma alternativa bem sucedida
em resposta às demandas do novo consumidor. Constatando ser impossível impedir o
“contrabando” de faixas, a solução encontrada foi legalizar o comércio. Nos Estados
Unidos, o número de downloads legais já ultrapassou as vendas de CDs nas maiores
lojas do gênero.

Outra oportunidade de negócio está nas redes sociais on-line já existentes. As


gravadoras têm se associado a sites de relacionamento como o Facebook e Twitter
para promover vendas de seus artistas. E há ainda os sites que já possuem uma
proposta musical como o MySpace e o Last.fm, para os artistas estar nessas redes
hoje é mais necessário do que ter suas canções tocadas no rádio.

Também tem se mostrado possível englobar, além dos direitos de distribuição das
gravações, outras fontes de receitas provenientes do trabalho dos artistas como, por
exemplo, a venda de ingressos para shows, contratos publicitários, direitos de
imagem, merchandising e comercialização de produtos vinculados aos artistas.

Podemos citar ainda as músicas embutidas em aparelhos de celular e a trilhas de jogos


para videogame baseados em música e de grande sucesso – Guitar Hero, Just Dance!
e Rock Band, por exemplo.

No que concerne a venda de CDs em si, observa-se o aumento de lançamentos de


edições especiais, bem como o de coletâneas de artistas “clássicos” em caixas
luxuosas. Esta é justamente a alternativa proposta por Chris Anderson em seu livro
Grátis: o futuro dos preços, que é a de oferecer o conteúdo mais popular
gratuitamente e, por outro lado, comercializar produtos premium a preços mais
elevados.

Capacidade para dar respostas compatíveis às novas exigências do mercado

O mercado de CDs tem se tornado, senão já o for, restrito ao público que consome
bens de luxo. A música em si já não é mais o motivo pelo qual o consumidor adquire
um CD – o que se compra não é o produto em si, mas sim os seus benefícios.

A nova forma de demanda do mercado consumidor exige que se faça valer o preço
pago. Em outras palavras, buscam-se conteúdos extras, beleza, raridade, significação,
enfim, tudo o que possa agregar status e identidade (exclusividade) ao consumidor.
Por isso, as gravadoras ainda podem continuar lucrando muito com a venda de CDs,
até mais do que antes se seguirem por este caminho.

No entanto, são os novos canais tecnológicos que garantirão o futuro do negócio


fonográfico. Os sobreviventes serão aqueles que conseguirem enxergar as
oportunidades oferecidas pelo ambiente e aproveitá-las de forma eficiente.

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São tantos os negócios que tem surgido e dado certo na internet, a indústria
fonográfica certamente não ficará para traz, aliás, já tem se mostrado capaz de fincar
os pés neste novo modelo de mercado.

Conclusão

“As organizações devem, assim, preocupar-se com a inovação e a flexibilidade,


para se adaptarem às modificações do meio envolvente, pois a sua eficácia não
dependerá só das relações internas formais e informais mas também do
equilíbrio dinâmico que se estabeleça com o ambiente.” (GRILO, 1996)

O poder dado ao consumidor através tecnologia tem modificado a percepção de valor


no século XXI. Se o produto em si é oferecido gratuitamente, é o valor dos
“agregados” que motiva a compra final.

Encontrar um ponto de equilíbrio neste novo ambiente é questão de vida ou morte


para gravadoras. Diante da impossibilidade de travar o avanço da tecnologia, a
indústria fonográfica tem recebido os impactos deste novo cenário e alterado as
características de seu sistema organizacional bem como os seus produtos na busca por
novos rumos que garantam a sua permanência no mercado.

Referências bibliográficas

ANDERSON, Chris. Grátis - O futuro dos preços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

DWECK, Denise. O show tem que continuar. Disponível em:


<http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0917/tecnologia/m0158375.
html>. Acesso em: 13 abr. 2010.

GRILO, Rui Manuel Boleto. A teoria da gestão e a complexidade. In: . Lisboa: [s.n.],
1996. Disponível em: <http://www.manuelgrilo.com/rui/complexidade/>. Acesso em:
13 abr. 2010.

SANCHES, Pedro Alexandre. Caixas sobrevivem à crise do formato CD. Folha de São
Paulo, 16 maio 2004. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u44220.shtml>. Acesso em: 13
abr. 2010.

SANCHES, Pedro Alexandre. Pânico na indústria. Carta Capital, Ministério da Cultura,


26 jan. 2008. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/site/2008/01/26/panico-na-
industria/>. Acesso em: 13 abr. 2010.

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