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11/05/2018 Associação judaica colhe assinaturas em favor de Bolsonaro, denunciado por racismo - Sputnik Brasil

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Associação judaica colhe


assinaturas em favor de
Bolsonaro, denunciado por
racismo
BRASIL 11:18 18.04.2018

https://br.sputniknews.com/brasil/2018041811020566-abaixo-assinado-judeus-bolsonaro-racismo/ 1/8
11/05/2018 Associação judaica colhe assinaturas em favor de Bolsonaro, denunciado por racismo - Sputnik Brasil

Mais de 7.600 assinaturas já foram colhidas por um abaixo-assinado em


favor do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato às eleições
presidenciais de outubro e que foi denunciado na semana passada pelo
crime de racismo pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A campanha foi lançada pela Associação Sionista Brasil-Israel (ASBI) em favor de "um
grande amigo dos judeus de Israel". De acordo com a entidade, a denúncia apresentada
pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é "pan etária" e estaria integrada ao
"golpe do marxismo cultural em andamento".

"Logo, nós, judeus, que padecemos o Holocausto, que fomos sempre


vítimas de racismo e preconceito, queremos deixar patente, de forma
expressa e inequívoca, o nosso apoio ao deputado e presidenciável Jair
Bolsonaro, de modo que jamais compactuaríamos com ele se racista fosse",
escreveu o grupo.

Acompanhado de um manifesto, o
abaixo-assinado queixa-se do
"politicamente correto" e do "marxismo
cultural", este nada mais do que "uma
forma de promover os ideais marxistas
sem o discurso revolucionário direto,
mas inseminando-o na mentalidade
vigente de forma a perseguir, patrulhar,
WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
condenar, polarizar como hediondo, vil,
Facebook retira do ar páginas de
fascista, en m, 'uma pessoa horrível',
apoiadores de Bolsonaro com mais de
todo aquele que ouse declarar-se 900 mil curtidas
contrário ao socialismo ou a alguns
padrões do 'bom-mocismo'".

"Vive-se a cultura da hipocrisia pela qual camu a-se toda iniciativa política
com as cores aceitável que embuça o inaceitável, quando, atrás de ímpetos
supostamente democráticos se abrem as portas para solapar as bases
libertárias da própria civilização ocidental", continuou o manifesto, que dá
o braço a torcer apenas ao reconhecer que as palavras do deputado foram
“rudes e inadequadas”.

Xenofobia

Na denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF), Dodge a rmou que a conduta
de Bolsonaro durante uma palestra em 3 de abril de 2017, no Clube Hebraica do Rio de
Janeiro, "se alinha ao regime de escravidão" ao comparar os negros quilombolas brasileiros

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a animais.

"Jair Bolsonaro tratou com total menoscabo os integrantes de


comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao
utilizar a palavra 'arroba'. Esta manifestação, inaceitável, alinha-se ao
regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera
mercadoria, e à ideia de desigualdade entre seres humanos, o que é
absolutamente refutado pela Constituição brasileira e por todos os
Tratados e Convenções Internacionais de que o Brasil é signatário, que
a rmam a igualdade entre seres humanos como direito humano universal
e protegido", justi cou a procuradora.

Além da condenação, a procuradoria pede que o deputado seja obrigado a pagar de R$ 400
mil por danos morais coletivos. "Estas manifestações feitas pelo acusado, de incitação a
comportamento e sentimento xenofóbico, reforça atitudes de violência e discriminação
que são vedadas pela Constituição e pela lei penal", continuou Dodge.

Da sua parte, Bolsonaro queixou-se que "se faz brincadeira hoje em dia, tudo é ódio, tudo é
preconceito". "Se eu chamo você de quatro olhos, de gordo, não estou ofendendo os
gordos do Brasil. Eles querem fazer o que na Alemanha já existe: tipi car o crime de ódio.
Para mim pode ser, e pra você pode não ser. Tanta coisa importante para o Brasil, para o
Judiciário se debruçar e vai car em cima de uma brincadeira dessa", disse ao jornal O
Estado de S. Paulo.

Naquela ocasião no Clube Hebraica do Rio, Bolsonaro disse para uma plateia lotada que
quilombolas não "serviam nem para procriar".

"Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que
mudar isso daí. […] Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá
pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele
serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles", declarou o
parlamentar.

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11/05/2018 Associação judaica colhe assinaturas em favor de Bolsonaro, denunciado por racismo - Sputnik Brasil

Afrodescendentes de quilombos 'não servem nem para procriar', diz Bolsonar…

O ministro Marco Aurélio Mello será o relator do caso no STF. Ele é membro da Primeira
Turma da Corte, que deverá analisar a denúncia, junto com os ministros Alexandre de
Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Por ora, não há previsão para a
acusação ser julgada.

Bolsonaro já é réu em outras duas ações que tramitam no Supremo – ambas relatadas por
Fux –, uma por apologia ao crime e injúria dizendo respeito ao episódio com a deputada
federal Maria do Rosário (PT-RS), e outra pelo mesmo episódio, por incitação ao crime de
estupro, denúncia esta oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF).

#NãoEmNossoNome

Desde a palestra no Clube Hebraica do Rio, a comunidade judaica no Brasil se mostrou


bastante dividida quanto ao apoio dado a Bolsonaro. Ao contrário Associação Sionista
Brasil-Israel, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) rechaçou qualquer preferência pelo
ex-capitão do Exército pelos judeus que vivem em solo brasileiro.

"[Lamentamos a] atitude de alguns de seus membros, que pretendem identi car a


comunidade com um ou outro candidato", informou o comunicado, endossado pelo ex-
presidente da Conib entre 2009 e 2014, Claudio Lottenberg, em uma entrevista à revista
Piauí.

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11/05/2018 Associação judaica colhe assinaturas em favor de Bolsonaro, denunciado por racismo - Sputnik Brasil

"Eu, membro de uma comunidade e tendo sido presidente da Conib, nunca


recebi delegação para me posicionar partidariamente […]. A comunidade é
absolutamente plural, inclusive há vários judeus em diversos partidos,
como [Alberto] Goldman, no PSDB e Jacques Wagner, no PT", declarou.

A opinião foi compartilhada pelo


presidente do Conselho Geral das
entidades ligadas à Federação Israelita do
Rio Grande do Sul, ex-vice da Conib e ex-
presidente da Federação Israelita gaúcha,
Henry Chmelnitsky, à mesma publicação.

"Em toda minha vida, nunca vi © FOTO: DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL


uma reunião com mais de 10 Bolsonaro diz que deseja ver Alexandre
judeus, em que 9 fossem a favor Frota como ministro da Cultura (VÍDEO)
da direita. Ele [Bolsonaro] não
representa a média da
comunidade, que sempre
transitou pela diversidade e nunca teve lideranças ligadas aos extremos
[…]. A comunidade judaica nunca pode apoiar quem segrega. Por princípio,
porque pagou com a carne a segregação", contou.

A divisão judaica em torno do nome de Bolsonaro chegou a render uma hashtag –


#NãoEmNossoNome –, uma forma de protesto contra o espaço dado pela Hebraica no ano
passado. A motivação era de que o parlamentar "tinha ideias fascistas como as que
causaram o Holocausto", conforme relembrou o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Já a ASBI possui outra visão. "Nós da ASBI, Associação Sionista Brasil-Israel, erguemo-nos
contra esta con guração que imprimiu graves extravios à comunidade judaica, que assim
se mostrou dividida e surda, em parte, à voz de um homem que tem se mostrado o seu
maior amigo, enquanto partidos de esquerda e outros amiúde con nam com ideias
classi cáveis como antissemitas".

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