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Num certo país A necessitar-se-á um menor número de horas de trabalho para a obtenção de
um produto que em outro país B. Igualmente devido à diferente dotação de recursos o país B
necessita menos recursos para produzir outro produto. Adam Smith afirma que o país A deve
especializar-se no produto que obtém com menor número de recursos.
Se cada país se especializar no produto que requer menos horas de trabalho e depois
comercializar com os outros países para obter o resto dos produtos, consegue-se um melhor
nível de vida. Portanto, quando os países não comercializam têm que produzir dentro das suas
fronteiras todos os produtos, o que resulta numa produção total menor.
A produção total de produtos com uma mesma quantidade de horas trabalhadas é maior
quando cada país se especializa e depois comercializa. Por isso, o comércio internacional
incrementa o nível de vida dos países.
Teorias relacionadas com o marketing. Estas teorias partem da análise dos consumidores e
do desenvolvimento do marketing nas empresas. Constata-se um aumento na diversidade de
produtos pedidos pelos consumidores e oferecidos pelas empresas. À medida que a economia
se desenvolve observa-se um aumento na variedade de produtos que se comercializa. Cada
vez é mais difícil para um só país cobrir a imensa gama de produtos que se oferecem aos
consumidores.
Recursos humanos. Esta teoria baseia-se nas diferenças na formação dos trabalhadores e nas
diferenças nos custos laborais. Os países que seguem estas teorias especializam-se em certos
produtos dependendo da intensidade da mão-de-obra e dos conhecimentos.
Michel E. Porter analisa a razão pela qual certos países são sede de empresas multinacionais
de êxito. A sua análise parte das empresas, do seu ambiente e dos factores que as levam a
triunfar nos mercados internacionais. Esta análise utiliza o fundamento teórico, desenvolvido
pelo próprio Porter, no seu livro estratégia competitiva, e é um estudo realizado por países e
sectores. As suas investigações analisam os sectores produtivos, suas características e as
forças competitivas.
O estudo investiga os factores que explicam a origem de um país de multinacionais com êxito
nos mercados internacionais. Agrupa os factores explicativos em cinco grupos: os recursos, a
procura, a oferta, as relações no sector, o governo, a gestão empresarial.
1.- Os recursos.
Dentro deste conjunto de factores Porter parte da teoria clássica e considera a influência dos
recursos naturais. A existência abundante de petróleo pode ser um factor positivo para o
desenvolvimento de uma indústria química. A abundância de bosques de madeira pode
favorecer o desenvolvimento de empresas madeireiras e de empresas fabricantes de móveis
de madeira. Por exemplo a empresa sueca Ikea.
A análise de Porter não se fica nos recursos naturais tradicionais mas concede uma grande
importância aos recursos humanos. De especial relevância é o nível de formação e portanto os
conhecimentos e capacidades dos trabalhadores. Assim como o nível de investigação e
desenvolvimento de um país.
2.- A Procura
O tamanho da procura. Os grandes mercados com uma grande procura por um produto
favorecem a aparição de grandes empresas que atendem essa procura. Uma grande
quantidade de consumidores que procuram um certo produto é um factor que incrementa o
crescimento das empresas do sector.
A competição interna. Quando existe uma forte competição, as empresas vêem-se forçadas a
melhorar. Uma grande competição dentro de sector produz uma selecção natural e um
fortalecimento dos sobreviventes.
Por exemplo, os bancos espanhóis primeiro enfrentaram uma grande competição interna. Os
bancos que sobreviverem à intensa competição do mercado interno são os candidatos para o
triunfo noutros mercados.
Lição 3
pois serem ratificados pelos seus parlamentos. As fricções comerciais são canalizadas através
do mecanismo de solução de diferenças da OMC, centrado na interpretação dos acordos e
compromissos.
1.2.1 História
A OMC é sucessora do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio GATT. O sistema foi
criado mediante uma série de negociações ou rondas, celebradas no início do GATT. As
primeiras rondas centraram-se nas reduções de tarifas. Posteriormente as negociações
passaram a incluir questões como o anti dumping e as barreiras não alfandegárias ao livre
comércio. A Ronda Uruguai que teve lugar entre 1986 e 1994 deu lugar ao nascimento da OMC
em 1995.
Princípio do país mais favorecido. A mesma legislação e trato preferente, que um país
concede a outro como nação mais favorecida, deve ser estendido a todos os países do
Tratado.
Não discriminação. Este princípio trata de evitar um trato pior para os produtos de um certo
país.
Como tal, mediante uma série de negociações multilaterais, denominadas rondas, nas quais
participaram um grande número de países foi acordado e ratificado um conjunto de tratados
internacionais com o objectivo de suprimir obstáculos ao comércio internacional.
Mais de 130 países integram a OMC o que representa mais de 90% do comércio
mundial. As decisões são adoptadas pelo conjunto de países membros, normalmente por
consenso. Está prevista a possibilidade de recorrer à votação por maioria, no entanto,
este não é um procedimento utilizado.
Assim sendo, todos os países recebem garantias de um trato equitativo e uniforme para
as suas exportações aos mercados de outros países. Constitui um sistema de comércio
não discriminatório que estabelece os direitos e obrigações dos Estados Membros. O
sistema também oferece uma certa flexibilidade aos países em desenvolvimento para o
cumprimento das normais gerais e dos seus compromissos.
1.2.7 Serviços
Actualmente uma parte substancial das economias está constituída pelos serviços. As
Universidades, os hospitais, os bancos, os transportes, o turismo são actividades que
experiênciaram um importante crescimento.
O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços agrupa os princípios que regem a
abertura dos mercados para os serviços, assim como os compromissos dos Estados para
abrir a competência exterior a estes sectores.
1.2.8 Propriedade Intelectual
A protecção das marcas, as patentes, os direitos de autor e em geral as diferentes formas
de propriedade intelectual, constitui um factor fundamental para favorecer o comércio
internacional. O acordo sobre propriedade intelectual, estabelece normas que regulam o
comércio e a inversão neste campo.
1.2.9 Solução de Diferenças
K) O fomento das exportações como factor que favorece o desenvolvimento por parte de
inúmeros países.
Lição 6
TEMA 2 A Selecção de Mercados
A selecção dos mercados requer uma análise D.A.F.O que detecte as Debilidades e Forças da
própria empresa e as Ameaças e Oportunidades do mercado. Trata-se de realizar uma análise
interna da própria empresa e uma análise externa das características do entorno.
A análise interna, das Forças e Debilidades da própria empresa supõe estudar os objectivos
da empresa assim como os seus recursos e capacidades. Neste estudo trata-se de detectar
que componentes da empresa são mais competitivas e supõe uma vantagem. Também se
estudam os pontos débeis, as carências da empresa da empresa, as áreas ou recursos nos
quais são menos competitivos. Analisar como se adaptam os objectivos, recursos e
capacidades a empresa no mercado é de especial importância.
A) O risco. Uma primeira parte da análise dos mercados internacionais trata de estimar o
risco que representa para nossa empresa vender ou realizar inversões em diferentes países.
Trata-se, portanto, de precisar o risco associado às inversões ou actividades que realizamos
num mercado.
Risco País. A terminologia risco país normalmente designa a avaliação conjunta sobre os
perigos que um determinado país apresenta para os negócios internacionais. Actualmente
algumas empresas utilizam como indicador de risco país o diferencial entre a rentabilidade do
bónus de um país e o bónus ou letras dos tesouros dos Estados Unidos.
Risco Político. Denominamos risco político o risco associado às actuações dos Organismos
Governamentais de um país que afectam negativamente a nossa empresa. As mudanças nas
normas, as mudanças na aplicação das mesmas, as actuações das Administrações Públicas que
resultam prejudiciais para o nosso negócio.
Risco de tipo de câmbio. Se a empresa tem dívidas ou deve cobrar no futuro e esses
compromissos financeiros estão noutra moeda, a empresa pode encontrar-se exposta a sofrer
perdas ocasionadas pela variação no tipo de câmbio.
Cobertura do risco do tipo de câmbio. A cobertura do risco associado ao tipo de câmbio
realiza-se fundamentalmente mediante operações internas e externas de cobertura.
I. Operações internas de cobertura. As operações internas de cobertura consistem em
realizar operações que diminuam o risco associado às variações na cotização das moedas.
Uma transacção numa divisa que supõe um risco de tipo de câmbio pode ser anulado
mediante a realização de uma transacção de sinal contrário. Por exemplo se vendi a um
cliente estrangeiro que me pagará dentro de um ano 100.000 dólares, enquanto que a minha
empresa opera em Euros, a variação na cotização do dólar face ao Euro dentro de um ano
supõe um risco. Se peço um crédito em dólares pela mesma quantidade e para devolver no
mesmo prazo o risco de crédito é de sinal contrário ao anterior pelo que se anulam.
II. Operações de cobertura externa. Para nos cobrirmos podemos empregar opções e
futuros. Ao comprar uma opção temos o direito, não a obrigação, de comprar uma certa
quantidade de divisas a um preço dado num momento do futuro. Pagando uma certa
quantidade pelo direito de compra, podemos exercer o direito de compra no futuro ou perder
a quantidade dada. Por exemplo, se a multinacional Nestlé quer garantir-se a um preço de 50
dólares o saco de café dentro de um ano, compra uma opção sobre café para dentro de ano.
Se dentro de um ano o saco cotiza a 70 dólares, exerce a opção de o comprar a 50, se cotiza a
40 pode desistir de utilizar a opção e comprar o saco a 40 no mercado a contado. Também
podemos utilizar futuros para cobrir o risco de tipo de câmbio. Mediante os contratos de
futuro obrigamo-nos a comprar um certo preço no futuro. Comprando um futuro sobre café
comprometemo-nos a comprar café a um certo preço no futuro.
B) Recursos e capacidades da própria Empresa. Analisamos se a empresa dispõe dos recursos
e capacidades necessários para aceder a um certo mercado, Portanto, trata-se de
perguntarmos se dispomos dos recursos financeiros, humanos, produtivos e os conhecimentos
e tecnologia para competir com êxito num certo mercado. Por exemplo, o presidente da
Acerinox explicava que a empresa adquiriu uma fábrica na África do SUL e que os seus
directores e técnicos estavam ocupados na gestão e modernização da fábrica, pelo que não
previam entrar no mercado asiático a curto prazo.
a) Um primeiro motivo importante é competir nos mercados mais competitivos para aprender
com os melhores. Da mesma forma que os jogadores de ténis procuram jogar contra
adversários fortes para melhorar o seu jogo, as empresas internacionais estão a entrar nos
mercados onde estão os competidores mais agressivos para aprender com eles.
b) Em muitas ocasiões os mercados com maior demanda e mais atractivos são os mais
competitivos.
F) Entorno Legal
Em certas ocasiões os Estados estabelecem uma quantidade máxima de um certo produto que
se pode importar ou exportar e são os denominados contingentes.
A legislação tributária e a legislação sobre inversões são aspectos substanciais que devem
estudar-se de forma detalhada. Inúmeras permissões e trâmites administrativos são
necessários quando se realizam actividades comerciais internacionais.
G) Entorno Cultural
Nos últimos anos diminuíram as barreiras aduaneiras, o que concede maior importância às
diferenças e barreiras culturais. As diferenças culturais podem não ser percebidas numa
análise superficial de um país. Como tal, torna-se necessário um estudo profundo e uma
compreensão exacta das particularidades culturais.
As crenças e valores. Um aspecto substancial para o êxito do marketing em cada país é uma
compreensão profunda das crenças e valores. Por exemplo, certos anúncios que triunfam num
país são um absoluto fracasso noutros porque no conectam com os valores imperativos nesse
mercado. Os anúncios comparativamente muito agressivos e competitivos onde se mencionam
os competidores não são adequados a todos os mercados.
Estética. As cores têm diferentes significados em diferentes culturas. Será preciso analisar o
significado e os sentimentos associados às diferentes cores. Além disso, o consumidor tem em
mente uns códigos de cores diferentes dependendo das diferentes categorias de produtos. Por
exemplo, terá uns certos códigos de cores para os diferentes tipos de leite. Outro aspecto
especialmente relevante é o desenho e, como tal, o aspecto dos produtos. Por exemplo, o
consumidor espanhol gosta de carros vistosos e com muitas luzes.
Lição 7
Uma característica da maior parte do marketing actual é que não se dirige a todo o mercado,
não trata de vender a todas as pessoas. Actualmente as empresas costumam realizar um
marketing segmentado que dirige a sua oferta comercial a certos grupos seleccionados de
pessoas. No marketing internacional é preciso realizar um análise por sectores e estudar não
só o mercado para um produto mas também os diversos segmentos nos quais se divide cada
mercado. Alguns sectores de um país podem ser muito competitivos enquanto que outros
podem permanecer atrasados.
Podemos utilizar uma infinidade de variáveis para realizar a segmentação. Certas variáveis
são utilizadas frequentemente como variáveis de segmentação.
Demográficas. As segmentações mediante variáveis como o sexo, a idade, o estado civil são
algumas das mais utilizadas.
Lição 8
TEMA 4. ESTRATÉGIAS DE MARKETING INTERNACIONAL
As economias de escala. Dependendo da tecnologia que está disponível para cada sector
existem umas certas economias de escala. Entre certas margens ao aumentar a quantidade
produzida diminui o custo por unidade fabricada.
Por exemplo, fabricar a zero com um custo baixo requer uma siderurgia de certo tamanho e
produzir muitos milhares de toneladas ao ano. As novas tecnologias que emprega fornos
eléctricos e produção contínua permite produzir a baixo custo em instalações mais pequenas
mas continua a existir um tamanho óptimo. Ao ter que fabricar em grandes quantidades para
fabricar barato, em muitos casos essa grande oferta requer de um mercado internacional com
uma grande procura para colocar a produção.
Por exemplo, a fabricação de automóveis com baixo custo, requer das fábricas que produzem
200 ou 300 mil veículos ao ano, como a fábrica da Opel em Saragoça. Inclusive o mercado
espanhol de um milhão e meio de automóveis ao ano não é suficiente para vender os 300 mil
automóveis de alguns poucos modelos que produz a Opel em Saragoça, pelo que se requer o
mercado Europeu para vender toda a produção.
A homogeneização dos gostos dos consumidores. Ao igualarem-se os gostos dos
consumidores e os seus comportamentos de compra facilita-se a fabricação e venda dos
mesmos produtos e vários países.
A convergência das legislações. Nos últimos anos produziu-se uma importante liberalização e
harmonização dos mercados em inúmeros países. Também se destaca o melhor tratamento
legal para os produtos e as inversões internacionais.
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Porter considera que as empresas que têm êxito seguem fielmente uma estratégia
competitiva definida.
Estratégia de diferenciação. Esta é a estratégia mais utilizada. A empresa trata de ter uma
vantagem competitiva baseada nas diferenças com as empresas competidoras. A vantagem
competitiva pode proceder da imagem de marca, do produto, do serviço, da localização ou
qualquer outra característica valorizada pelo consumidor.
Líder em custos. Nesta estratégia a empresa é capaz de oferecer os preços mais baixos aos
consumidores. A empresa tem certas vantagens que lhe permitem ter os custos mais baixos do
sector.
Enfoque na segmentação. Trata-se de ser líder numa pequena porção do mercado. Neste
caso a empresa selecciona um segmento de mercado. A alta especialização é uma opção
típica para as empresas medianas e pequenas que não podem competir directamente contra
as grandes. Por exemplo, a empresa Pronovias, é muito mais pequena que o Corte Inglés mas
pode competir no segmento escolhido dos vestidos de noiva com êxito porque se encontra
muito focada.
As empresas podem incrementar as suas vendas vendendo mais aos clientes actuais,
conseguindo novos clientes, novos mercados e com novos produtos. Actualmente recomenda-
se a diversificação concêntrica. Na diversificação concêntrica a empresa entra em novos
negócios relacionados, no entanto, com os seus recursos e capacidades, com o núcleo dos
seus conhecimentos e vantagens competitivas. Por exemplo, a empresa Inditex diversifica-se
através das diferentes cadeias de roupa, cada uma com a sua marca, sua imagem e o seu
posicionamento. Não obstante, este gira em torno do negócio de roupa que conhecem e no
qual dispõem de vantagens competitivas sustentáveis.
Novos mercados. Para as empresas internacionais uma forma típica de crescimento encontra-
se associada a novos mercados. Os novos mercados ampliam as possibilidades de crescimento
da empresa e permitem dividir os custos, como os da investigação e desenvolvimento, por
uma base maior.
Novos produtos. A empresa desenvolve ou compra novos produtos que junta à sua oferta.
Algumas empresas têm uma política de crescimento baseada no lançamento contínuo de
novos produtos nos mercados. A renovação sistemática da carteira de produtos é parte da sua
estratégia como no caso da empresa 3M.
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5. A Empresa Internacional
Não é apenas o aprovisionamento de peças e componentes que pode ser um factor importante
para a internacionalização das empresas. Os diferentes factores como a electricidade podem
ser um aspecto vital na competitividade da empresa. Por exemplo, para a multinacional
espanhola do aço inoxidável Acerinox, uma parte muito importante dos seus custos é a
energia eléctrica. A nova fabrico de África do Sul conta com a vantagem competitiva de um
aprovisionamento perto e barato de níquel e um aparelho de energia eléctrica de baixo custo.
Recursos humanos. Um motivo típico para a instalação noutro país é procurar menores custos
de mão-de-obra. Os salários baixos são um motivo fundamental para a localização de fábricas
em certos países. Este fenómeno é claramente compreensível nos sectores intensivos da mão-
de-obra. Inúmeras empresas espanholas do sector de calçado e têxtil instalaram centros de
produção em Marrocos para aproveitar os menores custos salariais.
Custos de Produção. A diminuição dos custos por economias de escala, economias de alcance
ou mediante a Curva de Aprendizagem, requer a produção em grandes quantidades. Conseguir
essas economias pode requer um amplo mercado internacional para as suas vendas.
Conseguir uma produção óptima é outro factor que impulsiona o comércio internacional. Por
exemplo, se numa refinaria a sua produção óptima é de 80% de gasóleo e 20% de gasolina mas
o mercado nacional procura muito pouco gasóleo, manter a refinaria a trabalhar numa
produção óptima pode requerer exportar parte da produção.
Fiscais. A empresa que conta com várias filiais pode aproveitar mediante a planificação fiscal
internacional, as melhores condições fiscais de cada país. Permite beneficiar-se dos melhores
incentivos e subvenções de cada país. E dentro de umas margens é possível utilizar os preços
de transferências de produtos entre as filiais para diminuir o pagamento total de impostos. A
instalação em países de baixa fiscalidade diminui o custo fiscal total da empresa. Como tal,
mediante a planificação fiscal global é possível conseguir um menor custo fiscal para toda a
organização em conjunto.
5.1.2 Vendas
Um dos motivos para aceder aos mercados internacionais mais frequentes é o crescimento das
vendas. A possibilidade de aceder a mercados mais amplos e, especialmente, a mercados com
alto potencial de crescimento o que impulsiona a internacionalização das empresas.
Vender o produto nos mercados exteriores considerados exigentes ou especializados pode
contribuir para a melhoria da imagem do produto no mercado nacional.
Outro factor que constitui uma vantagem para as empresas internacionais é aceder a
mercados com uma estrutura competitiva do sector que permite uma melhor rentabilidade do
produto. Os mercados com sistemas de distribuição ou com uma menor competência que
possibilitam melhores margens, são especialmente atractivos.
Por outro lado, comercializar o produto em vários mercados internacionais pode permitir
repartir os custos do marketing entre as várias filiais. Por exemplo, se realizamos um anúncio
publicitário que é utilizado em vários países no custo pode ser repartido entre as filiais.
A presença nos mercados internacionais nem sempre se encontra guiada pelo factor custo.
Algumas empresas vão vender ou comprar aos mercados mais exigentes. Neste caso a
motivação fundamental pode não ser a rentabilidade mas a aquisição de conhecimentos.
Os mercados avançados e com grande procura podem ser interessantes inclusive quando são
muito competitivos e os custos dos recursos são elevados.
Como tal, as empresas que estão a estabelecer centros de desenho na Califórnia ou Centros
de Investigação e Desenvolvimento em Silicon Valley normalmente são guiadas pelas
vantagens de acesso à última tecnologia, às empresas e profissionais com melhores
conhecimentos.
5.2 Tipos de Empresas
4. Visão global. As empresas de êxito além de adaptarem-se ao mercado têm uma cultura e
visão global. A visão global permite-lhes obter vantagens competitivas ao coordenar vários
mercados. Por exemplo, certas funções, como parte das compras, podem estar centralizadas
por importantes reduções de custos. Se uma cadeia de supermercados compra para todas as
suas filiais situadas em distintos países Europeus parte dos produtos pode obter importantes
reduções de custos.
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TEMA 6. FORMAS DE ACESSO AOS MERCADOS INTERNACIONAIS
6.1 EXPORTAÇÕES INDIRECTAS
Em certas ocasiões a empresa não se propõe exportar de forma deliberada mas o comprador
estrangeiro vem ao seu mercado doméstico e compra o produto da empresa para exportar.
Outra possibilidade é que uma empresa intermediária do próprio país compre os produtos
para os exportar a mercados exteriores. Desta forma, os produtos chegam aos mercados
internacionais sem a empresa se ter proposta a exportá-los.
Distribuidores
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Selecção de distribuidores
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6.3 SELECÇÃO DE DISTRIBUIDORES ESTRANGEIROS
Para seleccionar um distribuidor temos que considerar a sua solvência financeira e o seu
historial, a quota de mercado nessa categoria de produto, a experiência e conhecimentos, os
produtos da concorrência ou substitutos que vende, o serviço pós-venda e o tratamento que
dará ao nosso produto dentro da sua carteira.
Por outro lado, em certas ocasiões a utilização de distribuidores estrangeiros cria problemas
pelas diferenças nos objectivos, na deficiente gestão da imagem por parte de alguns
distribuidores ou um serviço pós-venda inadequado.
A relação com o distribuidor estrangeiro costuma ser regulada através de um contrato no qual
se especificam as obrigações e direitos de cada parte. De especial relevância é estabelecer
que parte assume os diferentes custos e especificar as possíveis contingências futuras e sua
solução. Desde o princípio devem ser definidas claramente as responsabilidades e pagamentos
que assume cada parte para evitar conflitos. Por exemplo, deve-se definir claramente quem
paga as promoções e a publicidade.
Filial Comercial
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O estabelecimento de uma filial comercial própria supõe um maior custo e por isso um
maior risco.
As filiais próprias facilitam uma gestão integrada e podem facilitar uma melhor gestão
da informação e dos stocks. Inditex proprietária da Zara prefere estabelecer filiais
próprias que lhes permita um melhor controlo e integração.
Lição 17
A empresa que dispõe da rede comercial completa o seu catálogo com um novo
produto, rentabilizando a rede que já está estabelecida. Ao incorporar um novo produto
pode supor pouco custo agregado a este mas sem ingresso interessantes agregados
também. Este sistema é especialmente adequado para empresas pequenas, para as quais
seria muito caro estabelecer as suas próprias redes de comercialização.
O distribuidor corre o perigo de abrir mercados a uma marca que esta, posteriormente,
estabeleça outro sistema de comercialização. Além disto interessa-lhe que o produto
mantenha a qualidade. A empresa que proporciona o produto tem mais interesse em que
o produto seja distribuído de forma eficaz e bem tratado dentro do catálogo num período
de tempo.
6.5.3 A Franquia
Para o franqueado a franquia é um sistema que lhe permite dispor de uma marca, a
formação e os conhecimentos para gerir o negócio mediante a contra-prestação de um
pagamento e sujeitando-se ao controlo do franqueador.
Subcontratação. Neste caso procuramos um fabricante num mercado exterior que possa
trabalhar o produto ou uma parte do mesmo. Na maioria dos casos trata-se de reduzir os
custos de produção aproveitando os baixos custos dos recursos noutros países. Esta
opção pode favorecer o desenvolvimento de empresas rivais e a perda por parte da
empresa das habilidades produtivas.
Licença de produção. Mediante a licença de produção uma empresa cede a outra certos
conhecimentos e tecnologias relacionados com a produção de produtos. As empresas ao
concederem licenças geram rapidamente entradas constantes com pouca inversão. Mas
apresenta importantes inconvenientes derivados da perda de conhecimentos valiosos e a
possibilidade de que o receptor da tecnologia se transforme num concorrente.
A empresa pode empregar qualquer das diferentes formas de acesso aos mercados
internacionais vistas anteriormente. Inclusive é usual que uma mesma empresa utilize à
vez diferentes formas de acesso em mercados diferentes. Por exemplo a empresa Kelme
tem uma fábrica na Rússia, empresas filiais em mercados importantes como Brasil e
utiliza distribuidores em outros mercados.
Por exemplo a empresa Inditex proprietária da Zara prefere estabelecer filiais próprias
para ter um melhor controlo, mas em certos mercados politica ou culturalmente
complicados ou que apresentem certos riscos estabelecem franchises ou acordos com
sócios locais.
Lição 18
O PLANO DE MARKETING INTERNACIONAL
INTRODUÇÃO
O plano de marketing internacional é um documento escrito que deve facilitar a reflexão e a
análise das alternativas e cursos de acção necessários para alcançar os objectivos. É portanto,
uma ferramenta de análise e comunicação para além de um instrumento que guia a acção.
Deve portanto promover a colaboração das diferentes pessoas, departamentos, equipas e
filiais.
Uma característica distintiva do plano de marketing internacional é a necessidade de
coordenar múltiplos mercados de diferentes países. Portanto, o plano deve facilitar a
obtenção de sinergias e vantagens competitivas pela combinação dos diferentes recursos e
mercados nacionais.
O plano de marketing internacional é um instrumento fundamental para coordenar e
combinar adequadamente os esforços nos diversos países.
Outro aspecto fundamental do plano é a necessidade de combinar o curto e o longo prazo. O
êxito nos mercados internacionais costumam requerer a dedicação de recursos e capacidades
durante anos. Por exemplo, consolidar a empresa no mercado chinês, requererá um
planeamento a longo prazo.
Lição 19
7.2 ELEMENTOS DO PLANO DE MARKETING INTERNACIONAL
Análise da Situação
Trata-se de recolher a informação histórica mais relevante referente aos produtos, aos
mercados, aos concorrentes e aos clientes. Analisamos a situação actual da empresa em
relação aos concorrentes e nos diferentes mercados. Trata-se de perguntarmos Onde
estamos? E Como chegámos à situação actual?
Fixar objectivos.
Partimos dos objectivos gerais da empresa para de forma coordenada e coerente chegar aos
objectivos mais específicos de marketing.
Mercados
O plano de marketing geral da empresa especificará que mercados potenciar, que mercados
manter e de que mercados é preciso retirar-se. A decisão de eliminar mercados é uma decisão
crucial para a rentabilidade de muitas empresas. Por exemplo, Telepizza teve êxito em certos
países onde o mercado está em crescimento e a competição é limitada. No entanto, sofreu
perdas importantes noutros países com mercados mais maduros e uma competição intensa.
Telepizza decidiu acertadamente retirar-se de vários mercados.
Políticas.
As políticas são as guias de acção, as normas gerais que delimitam as actuações de marketing.
Neste sentido, diz-se que uma empresa tem certa política de publicidade ou certa política de
preços.
Programação de acções.
Cada acção prevista no plano deve ter um responsável ou deve deduzir-se facilmente a área
responsável. O plano atribuirá pessoas, meios e dinheiro às diferentes acções.
Controlo.
A partir dos atributos o consumidor forma uma IMAGEM do produto no seu cérebro. A imagem
nem sempre coincide com a realidade que a ciência mede. A imagem é uma construção
mental complexa com múltiplos aspectos.
A mente do consumidor sintetiza a imagem dos produtos e coloca umas marcas na relação
com os outros. Quando tem que decidir a compra o consumidor avalia uma lista limitada de
produtos que coloca na sua mente uns em relação aos outros. Esta posição que uma marca
ocupa na mente do consumidor encontra-se também na função de uns poucos atributos do
produto.
Para o marketing "a verdade", o que importa fundamentalmente são as PERCEPÇÕES dos
consumidores. O que o consumidor percebe da nossa marca e a construção mental que realiza
no seu cérebro.
As pistas de qualidade são aspectos tangíveis dos produtos que ajudam o consumidor na hora
de avaliar características que não pode medir ou avaliar facilmente. Por exemplo, o
consumidor não pode comprovar facilmente se a casa-de-banho do seu quarto de hotel tem
ou não microorganismos. Para que o consumidor perceba se realmente está limpo e não
contém bactérias, colocamos uma série de pistas de qualidade como selar a sanita, colocar
utensílios de limpeza, aromas adequados.
Trata-se portanto, que se o quarto está limpo o pareça. A utilização de roupa nas camas dos
hotéis de cores claras serve para reforçar esta imagem. A roupa de cama no só está limpa mas
também parece limpa.
Lição 21
Registáveis internacionalmente.
A marca deve estar disponível para ser utilizada nos mercados potenciais. O ideal é poder
registar um nome que se encontre livre nos principais mercados. Em ocasiões é necessário
comprar uma marca que já se encontra registada com o conseguinte custo associado.
Internacionalizável.
Sem conotações negativas nos diferentes países. Um aspecto fundamental é que a marca se
possa utilizar nos distintos mercados.
Fácil de pronunciar
É interessante que a marca seja fácil de pronunciar para facilitar a difusão mediante
comentários de clientes, empregados de lojas, assessores e outras pessoas que se relacionam
com a marca. E especialmente importante é dispor de uma marca fácil de pronunciar quando
o produto tem que ser pedido a um vendedor. Por exemplo, a marca de Whisky mais vendida
em Espanha é o JB que é mais fácil de pronunciar que muitas marcas concorrentes.
Fácil de recordar. Uma característica fundamental da marca é que seja fácil de recordar. O
consumidor costuma comprar marcas que conhece, para que a comunicação comercial tenha
efeito é necessário que se recorde a marca.
Curta. No é a característica mais importante mas costuma ser preferível uma marca curta. De
especial interesse para os produtos pequenos que se vendem em regime de auto-serviço é ter
uma marca curta para que as letras da etiqueta sejam de maior tamanho.
Evocativa. A característica mais importante das marcas é que sejam evocativas. É o mesmo
que dizer o nome por si só é associado, pelo consumidor, a tributos positivos do produto. A
evocação da marca deve estar relacionada com o posicionamento e a imagem do produto.
Temos duas estratégias de marcas fundamentais, utilizar uma única marca para todos os
países ou empregar marcas múltiplas. Esta marca única pode referir-se a um produto ou pode
ser uma marca única para uma grande variedade de produtos.
Na estratégia de marcas múltiplas utilizamos diferentes marcas nos diferentes países para
um mesmo produto. Podemos utilizar marcas distintas nos diversos mercados nos quais
estamos presentes mas utilizar uma marca para todos os produtos ou empregar diferentes
marcas para cada produto da empresa. Cada produto neste caso leva a sua marca
diferenciada, sua imagem e a sua personalidade.
Uma estratégia de marca intermédia é utilizar uma marca de família. Emprega-se uma marca
para dar garantia e credibilidade a toda a gama e restantes marcas específicas para os
distintos produtos. Como tal, empregamos duas marcas de forma simultânea para cada
produto. Por exemplo, Nestlé é a marca de família e leiteira é a marca específica para o leite
condensado.
Outra estratégia possível é fabricar toda ou parte da produção para marcas de propriedade
de outras empresas fabricantes ou distribuidoras. É este o caso das marcas de distribuidor
que são propriedade de uma cadeia de distribuição mas fabricadas noutras empresas. Por
exemplo, os produtos da marca Continente ou Hipercor que advêm de diferentes fabricantes.
Existem algumas possibilidades de gerir o "made in" visto que podemos evidenciá-lo ou tentar
que passe despercebido. Podemos inclusive promover o sítio onde foi desenhado, ou de onde
vem parte do produto em vez do lugar de fabricação. Por exemplo, certa empresa brasileira
fabricante de equipas de precisão para a indústria petroleira termina a montagem do produto
na Suíça para pôr "made in Suiça" ainda que o produto pudesse ser terminado, de igual modo
no Brasil a menor custo.
Por exemplo, é habitual que os fabricantes Valencianos de calçado utilizem marcas que soam
a italianas. Outro exemplo interessante é a Fábrica da General Motors de Saragoça. A General
Motors podia anunciar os seus carros como os autênticos automóveis americanos, ou como
fabricados em Aragón ou em Espanha, mas orientados pela investigação comercial. Os
primeiros anúncios promoviam a "Opel tecnologia alemã". Opel é a filial da GM na Alemanha.
8.3.4 Garantia
A garantia é uma obrigação legal em inúmeros países. Além disso é um instrumento que pode
contribuir para a melhoria da imagem do produto e contribuir para a melhoria das vendas do
produto.
A garantia pode ser empregue como estratégia para dar credibilidade aos produtos. Por
exemplo, os fabricantes japoneses de electrodomésticos estão a dar muitos mais anos de
garantia para demonstrar a superioridade dos seus produtos.
8.3.5 Serviços agregados
Numa economia moderna a maior parte da produção é constituída pelos serviços. Para a
comercialização de numerosos produtos nos mercados internacionais, uma parte vital é
garantir os serviços pós-venda, as reposições e a assistência técnica.
Como tal, no marketing internacional uma variável de suma importância é decidir sobre os
serviços complementares que se proporcionam em cada mercado. O fabricante de maquinaria
pesada Carterpillar garante em todo o mundo a reposição num prazo mínimo. Isto permite-lhe
cobrar um maior preço que os seus concorrentes asiáticos e manter o êxito das suas vendas.
Lição 22
8.4 PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
A maioria das empresas não comercializa um produto sem uma ampla variedade. Torna-se,
então necessário uma GESTÃO CONJUNTA e activa da gama de produtos. No marketing
internacional é preciso gerir a carteira de produtos internacionais e coordenar os diferentes
mercados para aproveitar possíveis economias e vantagens geradas pela presença em
múltiplos mercados.
3. Colher. Em certos produtos de mercados maduros podemos decidir não investir para desta
forma transformá-los em geradores de recursos financeiros que investimos em outros
produtos.
Lição 23
Etapas do lançamento de novos produtos
Produção de ideias. A empresa deve contar com uma cultura que favoreça a produção e
transmissão das ideias. Assim sendo, contar com um sistema de informação que gira a
produção e comunicação das ideias. As ideias podem proceder de:
Empregados
Fornecedores
Clientes
Competidores/ adversários
A análise do mercado
Filtragem. Muitas das ideias não são viáveis tecnicamente, economicamente, superam os
recursos e capacidades da empresa ou não passam numa primeira análise do mercado.
Teste do Conceito. Define-se o produto que desejamos lançar e analisa-se a sua viabilidade.
Teste de protótipo. Fabrica-se um primeiro modelo que permite realizar provas técnicas, de
produção e de mercado.
Lição 24
TEMA 9 GESTÃO DO PREÇO INTERNACIONAL
O preço é um aspecto fundamental da estratégia de marketing. O preço do produto afecta
a sua imagem e a percepção conjunta da marca. Os consumidores tendem a associar preço e
qualidade, constituindo portanto o preço um indicador de qualidade para muitos clientes.
Desta forma, um baixo preço pode ser associado a baixa qualidade e um preço alto a boa
qualidade do produto.
Por exemplo o mesmo assento num avião pode ser vendido a preço diferente a um executivo
pouco sensível ao preço, a um estudante, por ser ida e volta ou dependendo de onde o
comprou, como o comprou e as restrições do bilhete.
As próprias estratégias competitivas gerem várias marcas de um tipo de produto com preços
muito diferentes. Por exemplo, uma multinacional que fabrica papel higiénico gere três
marcas com três níveis de preços distintos. Uma marca com muito boa imagem e grande apoio
publicitário que se vende muito cara e com grande margem, uma marca de valor com um
preço muito mais barato e que possibilita comprar em maiores quantidades para guardar e
uma marca muito barata para competir com fornecedores locais de menor preço.
Portanto a gestão dos preços numa empresa internacional costuma ser uma gestão de
múltiplos preços que é preciso gerir de forma conjunta. É frequente que um mesmo produto
tenha múltiplos preços no mesmo mercado e igualmente distintos nos diferentes mercados.
Lição 25
9.1 ESTRATÉGIAS INTERNACIONAIS DE PREÇOS
Dispomos de várias estratégias possíveis de preços para introduzir o nosso produto nos
mercados internacionais.
Em Função do ciclo de vida. Diferentes países podem estar em fases distintas do ciclo de
vida de um produto. Por exemplo, enquanto que num país o mercado de telemóveis pode ser
um mercado maduro noutros o mercado encontra-se na sua fase de introdução. As diferentes
fases do ciclo de vida de um produto requerem diferentes estratégias de marketing e
portanto diferentes estratégias de preços.
Por exemplo esta é a estratégia que se segue muito frequentemente no sector da moda.
Primeiro vendem-se os modelos muito caros a um segmento que está disposto a pagar para
serem os primeiros. Posteriormente vão-se introduzindo variantes do produto a menor custo
para outros segmentos populacionais.
Outro exemplo é nos proporcionado pela indústria editorial que vende primeiro os livros como
novidades a alto preço e com capa dura, para em datas posteriores ir lançando versões mais
baratas do livro para segmentos populacionais que compram livros mais baratos.
Crescimento Intensivo
O preço estandardizado de modo estrito é difícil de aplicar pelas diferenças nas tarifas e
impostos assim como os custos de transporte e comercialização. Algumas empresas tratam de
fixar um preço base uniforme ao qual se juntam os custos diferenciais dos diversos mercados.
Os custos do produto variam de forma substancial nos diferentes mercados dependendo dos
custos de: aduaneiras, adaptação do produto e da embalagem, os impostos, os seguros, os
custos associados ao risco do tipo de câmbio e gestão de divisas, os transportes e
armazenamento. Além disto, o sistema de distribuição e as suas margens variam de forma
substancial de um país para outro. Estas importantes variações nos custos de comercialização
do produto em diferentes mercados favorecem uma estratégia de preços adaptados.
Lição 27
9.2 A DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS
Existem múltiplos sistemas para estabelecer os preços. Alguns dos mais empregados são os
seguintes:
Em Função dos Custos. Um dos sistemas mais utilizados na fixação de preços é a partir dos
custos do produto juntando determinadas margens.
Partindo de dados históricos Uma forma usual, ainda que pouco científica de estabelecer os
preços é a partir dos preços do ano anterior e aumentá-los numa certa percentagem.
Por zonas geográficas. Outra possível estratégia de preços consiste em manter preços
diferentes em função da zona onde se vende o produto. Dependendo da competência e das
características dos consumidores de cada zona fixamos um preço diferente. Uma amostra, por
exemplo, destas estratégias de preços é oferecida pelas companhias aéreas que vendem o
mesmo lugar para o mesmo trajecto de avião a preços diferentes caso comprem nos EUA ou
em Madrid.
Lição 28
9.3 MEIOS DE PAGAMENTO
Existe uma amplia variedade de meios de pagamento internacionais. A escolha de um ou
outro meio de pagamento vai ser determinada pelo risco que assumimos e pelo custo.
Dependendo da confiança que temos na outra parte e as circunstâncias relacionadas com
cada transacção podemos empregar um meio ou outro.
É um cheque emitido por um banco contra os seus próprios fundos, a pedido do importador. O
banco responde pelo seu pagamento. Previamente, o importador terá informado o banco
sobre a importância deste. É um meio de pagamento que exige plena confiança no
importador:
Há que assumir que o importador vai efectuar o pagamento, pelo que não será necessário
exigir-lhe garantias adicionais. Este meio de pagamento caracteriza-se pela sua simplicidade
e pelo seu baixo custo. Por motivos de segurança o cheque bancário deve ser sempre
nominativo.
O exportador envia a mercadoria e a documentação necessária para que esta possa ser
recebida pelo importador. O importador, assim que tenha recebido a dita mercadoria, solicita
ao seu banco a emissão de um cheque bancário a favor do exportador que depois lhe entrega.
Poderia acontecer que o importador, assim que tivesse recebido a mercadoria, não
procedesse ao envio do cheque bancário, pelo que o exportador permanece sem dinheiro e
sem mercadoria.
O exportador envia a mercadoria e a documentação necessária para que esta possa ser
recebida pelo importador. O importador, assim que tenha recebido tudo isso, solicita ao seu
banco que pague mediante transferência bancária ao exportador.
Igualmente com o que sucede com o cheque bancário pode, suceder que o importador, assim
que tenha recebido a mercadoria, não solicite ao seu banco o envio da transferência ou se
atrase nesse pedido. Exige um certo nível de confiança no importador, já que o seu nível de
segurança é reduzido.
Remessa Simples
O exportador envia a mercadoria e a documentação necessária para que esta possa ser
recebida pelo importador. Assim sendo, emite um documento financeiro (letra de câmbio ou
pagamento). O banco do exportador envia este documento ao banco do importador, que o
apresenta ao seu cliente para pagamento ou aceitação.
A aceitação é o acto pelo que o importador reconhece que o dito documento financeiro
recolhe uma dívida efectiva que tem com o exportador e compromete-se a fazer o pagamento
na data de vencimento do dito documento.
O importador, assim que tenha recebido a mercadoria, pode-se negar a pagar ou pode aceitar
a letra de câmbio. Portanto, este meio de pagamento também supõe um risco importante.
Antes era o importador que decidia quando solicitar o cheque ou transferência, enquanto que
agora é o exportador que inicia o procedimento com o envio da letra de câmbio.
Trata-se de uma ordem dada pelo importador ao seu banco para que realize uma
transferência a favor do exportador no momento em que o dito banco receba a documentação
acreditadora da mercadoria enviada.
O importador ordena ao seu banco que proceda a uma transferência em favor do exportador
assim que receba a documentação. O exportador envia a mercadoria ao importador, mas não
a documentação acreditadora, porque este não poderá por agora recebê-la. Paralelamente, o
exportador envia a documentação ao seu banco para que a faça seguir ao banco do
importador. O banco do importador revê a documentação recebida e se estiver correcta
procede à transferência.
Remessa documentaria
Exige ter uma certa confiança no importador, já que o nível de garantia que oferece não é
total. Tem um custo elevado.
Com este sistema o exportador garante que não vai entregar a propriedade da mercadoria até
que o importador pague ou aceite a situação.
Pode suceder que o importador aceite a letra de câmbio, mas que chegado o momento do seu
vencimento não proceda ao seu pagamento.
ição 29
Crédito documentário
O crédito documentário é o meio de pagamento que oferece um maior nível de segurança nas
vendas internacionais, assegurando ao exportador a cobrança da sua operação.
O crédito documentário é uma ordem que o importador dá ao seu banco para que proceda ao
pagamento da operação no momento em que o banco do exportador lhe apresenta a
documentação acreditadora de que a mercadoria foi enviada da maneira acordada.
O banco do importador vai pagar se a documentação está em ordem, independentemente de
que nesse momento o importador tenha saldo ou não. Isto é, o banco do importador garante a
operação.
A documentação deve ser muito precisa e incluir todos os documentos que foram
especificados no crédito documentário. Não pode haver nenhum tipo de erro, nem de fundo
nem de forma. Qualquer falha neste sentido pode levar o banco emissor a não proceder ao
pagamento, à espera que os erros sejam corrigidos.
O procedimento começa quando o importador instrui o seu banco para efectuar um crédito
documentário e, posteriormente, comunica o mesmo ao exportador, indicando-lhe a
documentação que deve reemitir. Após este acto, o exportador procede ao envio da
mercadoria ao lugar convencionado e, paralelamente, através do seu banco, reemite ao
banco do importador a documentação acreditadora de que a mercadoria foi enviada nas
condições acordadas. O banco do importador recebe esta documentação, comprova que está
tudo em ordem e procede ao pagamento.
2.- Confirmado:
Neste caso um terceiro banco (normalmente um banco internacional de primeira ordem)
garante o cumprimento do pagamento na suposição de que o banco do importador o faria.
Lição 30
OS INCOTERMS
Os Incoterms são uma série de términos estandardizados que se utilizam nos contratos de
compra e venda internacionais e que servem para determinar os pagamentos que
correspondem a cada parte do contrato.
Trata-se de uns términos criados no marco da Câmara de Comércio Internacional e cuja
validade é internacionalmente reconhecida.
FAS (Free alongside ship; Franco ao longo do navio): o exportador deve entregar a mercadoria
situando-a ao lado do navio e com os trâmites aduaneiros de saída do país já cumpridos. O
custo e risco de embarcar a mercadoria e todos os que se originem a partir desse momento
serão por conta do importador. Este Incoterm só se utiliza quando o transporte é marítimo.
FOB (Free on board; Franco a bordo): neste caso o exportador entrega a mercadoria uma vez
que já está embarcada e com os trâmites aduaneiros de exportação cumpridos. Diferencia-se
do anterior porque os gastos e riscos de embarque são por conta do exportador.
CFR (Cost and freight; Custo e frete): o exportador entrega a mercadoria no porto de destino
convencionado, mas neste caso não só tem que embarcar a mercadoria, mas também acarta
com o gasto da travessia até ao porto de destino. No entanto, o seguro de transporte é por
conta do importador. Este Incoterm utiliza-se unicamente quando o transporte é marítimo.
CIF (Cost, insurance and freight; Custo seguro e frete). O exportador entrega a mercadoria no
porto de destino, mas a diferença do item anterior advém do custo do seguro de transporte.
Se utiliza somente quando o transporte é marítimo.
CPT (Carriage paid to; Transporte pago até ao lugar de destino convencionado): é similar ao
CFR mas neste caso pode -utilizar-se com qualquer tipo de transporte.
CIP (Carriage and insurance paid to; Transporte e seguro pagos até ao destino): é similar à
cláusula CIF mas neste caso pode utilizar-se igualmente com qualquer tipo de transporte.
DES (Delivered ex ship; Entregue sobre o navio): o exportador entrega a mercadoria sobre o
navio, uma vez que este chegou ao porto de destino, mas antes desta ser desembarcada. Os
gastos e riscos da descarga são por conta do importador.
DEQ (Delivere ex quay; Entregado em mola com direitos pagos): o exportador corre com todos
os gastos e riscos até situar a mercadoria no porto de destino e uma vez cumpridos os
trâmites aduaneiros do país importador.
DDV (Delivered duty unpaid; Entrega de direitos não pagos): o exportador deve entregar a
mercadoria no ponto convencionado (fábrica ou armazém do importador), arcando com todos
os gastos e riscos. Somente se deixa por pagar os trâmites da aduaneira do país de destino
que serão por conta do importador.
DDP (Delivered duty paid; Entregue com direitos pagos): é igual que a anterior mas neste
caso o exportador também tramita os direitos de aduaneira do país de destino.