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Copyright Cop 2010 by Center for the Stu { the Great Ide edigao brasileira © 2015 E Realizagé Titulo original: How to Think about the Gre From the Gu ters Cvlization ‘dson Manoel de Oliveira Fill Realizagoes Renata Goncalves Celia Maria Cassis Reservados todos os diceitos desta obra. Proibida toda e qualquer teprodugi desta edigio por qualquer meio ot fo letronica ou mectnica, fotacsia, aravagio ou qualquer outro meio de reproducao, sem permissio expressa do edit Daves InTERACIONAS eC rescue (CaP Cisne 2 SP, es 1 sebea5 grad i ler editade por Ma Til J: Hew to think about the west ide rat books of we SAN p7¥ens-9039- 14 1 déa(Flesoa) 2. Filosoka 3, Pensamento 1 Weismann, Max. Titulo. HL Sei E Realizagoes Editora, Livearia ¢ Distribuidora Lid Rua Franga Pinto, 498 So Paulo SP - 0401600 Caixa Postal. 45321 - 04010.970 - Telefax: (5511) $572 $303 atendimentof@erealizacoes.com br - www erelizacocs.com b Este ito fi reimpresso pela Edits Loyola em novembre de 2015. Ox spos sa da fama Faeield LHe W aw “sobre | letir sobre a grand em ¢ mal, Com o tempo nem compreene plemas que eles | am. Né merar rapidamente aly aneiras come Por exemplo, em ¢ nia, falamos sobre bens. Fre quentemente, dizemos bens ¢ scrvigos, Por bens 1 econdmicos nds queremos dizer commodities aquilo que as pessoas compram ¢ vendem coisas nés dizemos que tém vale cm aqui outro sentido, d y que possui valor, Nos falamos de bens como algo que tem valor de uso pu de troca. Em politica bom governo. Aqui, 0 sentide da pak muitas vezes possui conotagio de justiga que uma boa socied cela que € justa, € € justo, Depois, em éti muitas vezes para exprimir 0 cardter de um homem, Falamos de um homem bom, falamos de um homem levando uma vida correta Mas aqui hé dois pontos adicionais que valem a atengao. As vezes, quando falamos de um homem bom, temos em mente que ele € um homem feliz. As vezes, ainda, colocamos a um pouco diferente, no fato de que ele € um homem virtuoso ou, de maneira ainda mais estrita, um homem honra do, E isso imediatamente chama nossa atencao para o possivel deslocamento ou mudanga no sentido, aquela diferenga de tonalidade no sentido quando jem e mal, de um lado, e certo e errado, do outro lado, nao sao exata mente sindnimos. Por exemplo, aplicamos certo ¢ errado apenas para atos humanos. Falamos em atos certos ou atos errados, ¢ nao falamos de coisas certas ou coisas erradas, a0 passo que usamos as palavras hem ¢ mal para tudo no universo, Qualquer coisa sobre a qual podemos falar podemos dizer que é be Isso nos traz ao terceiro ou quarto principal uso do termo ban, como ele é do na metafisica, em que tudo no mundo é referido como bom. F aqui a palavra bom tem sentido de perfeigao, Algumas coisas sto melhores do que outras porque so mais perfeitas em scu ser ou cm sua realidade, Aqui as gradagées de bondade sao igua s gradacdes de perfeigao, Ha toda uma escala desde as coisas menos perfeitas no universo, as co com menos ser ou realidade, atomos e moléculas, passando pela escala dos organismos vivos, 1 MORAL E MAL M¢ Nesta discuss, quero passar todo nosso tempo sobre bem € mal tratando, -08 como eles sao discutidos em ética — 0 bem moral eo mal moral. O gran de problema, aquele que julgo ser digno de nosso tempo, é a questio sobre nossos julgamentos referentes ao bem € ao mal. Q € bom, quando chamamos algo de mau; esse julgamento que fazemos é uma expressio de sabedoria da nossa parte ou apenas uma opiniao pessoal Hé duas respostas a esta questo, que represe mn duas visdes extremadas, De um lado, ha a resposta que famlet nos € que Montaigne também nos dé —com frases muito parecidas, eles dizem: "Nao ha nada bom ou ruim, mas > pensamento torna-o assim". Fo que eles querem dizer é que tudo & mera opiniao. Voce pode pensar que algo é bom, € eu posso pensar que é mau; € s6 © pensamento que faz algo bom ou maw A visio oposta sustenta que podemos ter sabedoria sobre o que € bom e mau, € que é até possivel, que a sabedoria é tao precisa, termos uma ciéncia da ética da mesma maneira que temos uma ciéncia da fisica. Podemos ter uma ciéncia da ética que nos dé um conhecimento com contornos nitidos sobre 0 que € bom para o homem buscar, ¢ o que € bom para o homem faze A disputa entre aqueles que dizem que nao ha nada bom ou mau, que ape nas 0 pensamento os torna assim, e aqueles que pensam que hé uma ciéncia d ética € a questao central sobre a objetividade ou subjetividade desses valores fundamentais: bem € mal Eu gostaria de, ao prosseguirmos com a consideracao do problema da objetividade ou subjetividade do bem ¢ do mal, estender a consideracao para a questio da objetividade ou subjetividade de nossas concepgées de habitos humanos, Ambos os problemas, os restritos ¢ 0 mais amplo s to sobre a felicidade, penso cu, sao sérios ¢ importantes, problemas significa ivos 0 bastante. Porque assim como individuos tomam uma ou outra posigso no que diz respeito & objctividade ou subjetividade do bem ¢ do mal, eles tm posturas diferentes perante a vida, eles agem de mancira diferente, ¢ eles jul gam scus companheiros de maneira diferente O que queremos dizer quando dizemos que algo é bom? Qual se posta completa a essa pergunta? Lima coisa é certa: tudo que chamamos de bom consideramos desejével. O bom € 0 desejével; 0 desejavel € o bom. O bom € 0 objeto dos nossos desejos. Tanto é assim que é de fato uma verdade evidente dizermos que busca mos 0 que € bom. Qualquer coisa que buscamos buscamos porque € boa, ¢ nao ha nada neste mundo que buscarfamos se bom nao fosse. Alguém quase poderia dizer que, a rigor, todos os homens procuram 0 que & bom. Isso é algo que’ Sécrates disse muitos, muitos séculos atrés. Ele disse: ‘Nenhum homem jamais busca, almeja ou persegue aquilo que ele con: nocive ou prejudicial para ele proprio, mas, antes, ele busca aquilo que considera proveitoso ou em seu beneficio APARENTEMENTE BOM E REALMENTE BOM Voce me pergunte: “E aquelas pessoas neuréticas, que parecem quere ser machucadas ou prejudicadas®", Nao hd problema, neste sentido, pois sua pré- pria neurose, sua patologia, faz com que aquilo que consideramos dor oy dano seja para eles algo prazeroso € vantajoso. Lo 0, quando eles buscam algo, po: mais que pareca anormal, cles buscam algo que julgam ser prazeroso ou vantajo. so, Mas vor pode perguntar: "Sera que de vez en mn quando as pessoas nao buscam aquilo q ie julgam vantajoso, mas que na verdade € algo prejudicial? Elas nunca cometem erros sobre aquilo que procuram?’. Aqui, naturalmente, enfrentamos uma questo muito complicada, que nos leva & primeira consideracio que pode mos fazer sobre a distingao— uma distingao importantissima — sobre o bem real ¢ © bem aparente. Deixem-me ver se consigo fazer essa distingao Suponha que vocé diz que alguma coisa ¢ apenas aparestemente boa ou é um bem, parente, se € isso que as pessoas supdem que seja vantajoso ou em seu beneficio, algo que elas de fato desejam, Vamos chamar algo de realmente bom, nao ape nas aparentemente bom, se é algo que de fato é vantajoso ou em seu beneficio, algo que as pessoas deveriam desejar mesmo que nao o desejem. Quando vocé distingio dessa maneira, vocé é obrigado a voltar & minha declaracio sobre aquilo que é bom ser t imbém desejével. Porque se o bom é 0 desejavel, como po demos chamar algo de bom, se os homens deveriam desejé-lo, mas nao o fazem? A resposta a esta questao depende de uma resposta para uma questio ainda mais profunda, aquela colocada por Espinosa, hé muitos séculos: Dizemos que algo € bom porque desejamos isto, ou desejamos algo porque é bom? Faz toda a diferenga do mundo vocé dizer que simplesmente chamamos algo de bom porque o de amos ~ isso enfatiza primeiro 0 desejo — ou voce di wie desejamos algo porque ele é bom. Quando voce responde a esta questo de uma maneira ou de outra realmente esté tomando partido nessa fundamental entre a objetividade ¢ a subjetividas e do bem e do mal Vamos olhar de modo mais aproximado os dois lados da discussio. Hé 0 lado que diz que o bem & simplesmente aquilo que na verdade desejamos. F ada porque satisfaz nossos descjos. E, sendo este 6 caso, 0 bem ¢ inteiramente relativo aos nossos desejos. Aquilo que é bom para voce ¢ © que satisfaz scus desejos, ¢ aquilo que é bom para mim é que satisfaz meus jos, € ndo ha nenhuma distingao entre o bem real € © bem aparente, Esta € posigio costumciramente chamada de hedonismo, a posigao que identifica > prazeroso, identifica o que satisfaz meus desejos, com o bem. Tudo o que me agrada € bom, tudo o que o agrada € bom, Aquilo que me agrada pode evidentemente, ser algo completamente diferente daquilo que Ihe agrada. Deixem-me ler trés afirmages sobre essa posigio, que julgo valer a pena serem ouvidas. Espinosa diz: "Os termos b € mal nao indicam nada de posi tivo nas coisas consideradas em si mesmas. Uma coisa pode ao mesmo tempo ser boa e ma ou indiferente dependendo da pessoa que julga. O bom é mera mente aquilo que individuos julgam como «til a eles, aquilo que Ihes satisfaz Pr bom, assim como esse prazer € a aparéncia ou a sensacao do mal”. E Locke diz: "0 q ou agrada”. E Hobbes é meramente a aparéncia ow a sensacao do tem aptidao p produzir prazer em nés é 0 que chamamos de bom. E © que tem aptidao para produzir dor oO ro grande escritor, John Stuart Mill, em seu ensaio sobre o utilitarismo também identifica 0 agradavel com o be n, aquilo que nos satisfaz como bem. Mas Mill levanta outra questo. Ele reunta: Seriam todos os prazeres do mesmo tipo ou existiria Prazeres maiores ¢ prazeres menores? E sera que nao deveriamos estar preocupados com pessoas com qualidades maiores € me nores, uma pessoa instrufda ¢ uma pessoa nao instruida? E, se assim for, nao se introduziria neste momento na ordem dos prazeres algum outro critério além do prazer em si de falar sobre o melhor ¢ 0 pior? Por exemplo, Mill diré: “E melhor ser um humano insatisfeito do que um porco satisfeito. E melhor ser um Sécrates insatisfeito que um tolo satisfeito E isso soa como se nio pudéssemos nos agarrar completamente a simples afir magio de que o bem € qualquer coisa que agrade porque isso nao nos daria uma forma de disti iguir entre © ser humano ¢ o porco ou Sécrates ¢ 0 tolo. O lado oposto, aquele que sustenta a objetividade do bem e do mal, insiste istincgdo que eu comecei a sugerir a voces entre o bom real ¢ 6 bom apa rente. Neste caso, tal distingdo é usada da seguinte maneira: o que realmente bom € 0 objetivamente bom, O realmente bom é algo sobre o qual tenho conhecimento. O aparentemente bom é algo sobre o qual eu formo uma me ppinido pessoal. Além disso, a distingao entre o realmente bom e 0 aparente mente bom segue assim: 0 aparentemente bom, que é simplesmente uma ex pressao de nossos julgamentos pessoais ou opinides, & 0 objeto de meu desejo consciente. O que cu conscientemente desejo de tempos em tempos € aquilo que me parece bom, enquanto o realmente bom que eu posso saber que é bom, ¢ o qual é bom mesmo quando eu nao 0 desejo conscientemente, é algo que € 0 objeto de meu desejo natural, ao contrario de meu desejo consciente. O que é esta distincao entre desejo consciente ¢ desejo natural? Bem, meus desejos conscientes so urgéncias particulares que posso ter a qualquer mo: mento. Eu posso querer ter uma caneta-tinteiro de determinado tipo, querer ter um carro maior ~ esses sd0 desejos conscientes. Desejos naturais sao as urgéncias, devo dizer, as tendéncias, o apetite que é construido em minha natureza humana. Por exemplo, eu tenho fome como meu apetite natural portanto a comida é algo realmente bom porque ela me satisfaz. Eu tenho uma mente que procura conhecer, portanto conhecimento é algo realmente bom orque satisfaz meu desejo natural de saber, Eu tenho uma natureza social que sede por amizades na sociedade, ¢, portanto, amigos sio coisas realmente boas porque eles satisfa n meu desejo natural por companhia. E se eu deseio essas coisas conscientemente ou nao, elas sio naturalmente boas param: Um avarento que procura somente 0 ouro esté, portanto, procurando aquilo jue nao € realmente vantajoso para si, € estd se frustrando porque ele ndo procura conscientemente por essas coisas necessirias para ele para satisfazer seus desejos naturais e preencher sua capacidade natural, Se compreendermos isso, entdo veremos que o realmente bom, por corresponder as coi satis! nossos desejos naturais, os desejos que sao constantes a natureza humana, deve ser 0 mesmo para todos os seres humanos em qualquer lugar ¢ m qualquer ponto na linha do tempo. de acordo com essa visio que eu acabei de descrever, o realmente bom é > que um homem deseja naturalmente € 0 que ele conscientemente deveria descjar Portanto, podem-se medir seus desejos consc entes como senda bons ou maus de acordo com a conformidade ou nao conformidade deles com seus desejos naturais ou, em outras palavras, com as coisas que ele deveria deseja Existe outro problema que devemos encarar em relagao a bem ¢ mal — éa questao sobre o bem supremo. Qual € 0 bem supremo na vida humana, ou 0 adigao da discussao ética como que € as vezes chamado na t a bari que s nifica bem maior em latim, eas vezes simplesmente significa o objetivo final, o fim, a meta final de toda procura humana’ Quando consideramos 0 summum Bonu, ou 0 objetivo final, ou a finalidade da vida humana, devemos comegar a considerar 0 bem como um meio ecomo um fim. Procuramos algumas coisas nao por clas mesmas, mas como un digao para conseguirmos outra coisa ~ neste caso, elas s30 meios. Acho que a maioria das pessoas reconhece que 0 dinheiro nao uma finalidade, mas um meio. Queremos dinheiro para as coisas que podemos comprar com ele, bens e servigos. Nao queremos o dinheiro pelo dinheiro. Qu bem dela, mas porque a satide € uma condigdo para boas atividades. Somos ca. zes de fazer coisas que queremos fazer quando nos encontramos saudaveis ¢ no quando estamos doentes, Entao, a questao surge; O que € isso que é, em tiltima andlise, bom em si mesmo, que procuramos por seu prdprio bem e nao em prol de nada além disso, enquanto todas as coisas que buscamos é em prol disso? Este é um en. \dos possuem de felicidade. Todos, creio eu, usam a palavra felicidade para dar nome aquilo que buscam em prol de si mesmo ¢ nao em prol de nada além daquilo, Agora, eu os desafiaria a tentar completar a Por qué? Por que vocé quer ser feliz? A tinica resposta que po emos dar para a perg nta € "porque sim’, “porque quero ser feliz”. Nao existe um “porqué para a fclicidade, exceto ela mesma. Queremos ser felizes porque a felicidade Existe um acordo em relacao a isso, aliés, na histdria do pi ropeu. Novamente, se eu olhar para os grande livros, posso ler para vocés uma série de afirmagdes clissicas que indicam 0 quao ampla é a concordancia sobre a concepgao de felicidade como sendo o objetivo final que todo homem bus: Aristételes diz: "Nés chamamos de final sem qualificagao aquele bem que Felicidade, esta acima de qualquer outra coisa or essa razio nds nos decid mos sempre por ela ¢ nunca em prol de outra coisa Entao, séculos depois, Pascal diz: "O homem descja ser feliz ¢ apenas ser feliz ¢ nao consegue nao desejar isso, ¢ deseja a felicidade em prol de si mes mo’, EJohn Locke diz: ‘O qu afinal move nossos desejos? (...) Felicidade’, ele le ¢ apenas cla. Ela € o prazer maximo devido ao homem’ E Stuart Mill di finalmente, mais tarde na linha do tempo, avancando em séculos, John da além dela » 56 desejam a Felicidade, mas nunca desejam Eisso nao é dificil de demonstrar, penso eu, porque se examinarmos o que que remos dizer por felicidade, creio que veremos que o significado contém essa nota esse insight fundamentais: que um homem ¢ feliz se cle estiver em uma condigao que possa ser descrita como desejoso de nada mais. A felicidade & 0 estado que nio deixa nada mais ser desejado, nada pode ser somado a ela, nenhum bem adi cional pode enriquecé-la. Esta é razao pela qual John Stuart Mill as vezes se refere a cla como a soma de todas as satisfagdes. E se ela é a soma de todas as satistagées, claramente ¢ um bem maximo; nao existe nada além dela que tenhamos de buscar. Enquanto soma de toda a satisfacao, ela ¢ o bem completo, o bem total, ¢ todos (0 outros bens so partes dela, Pode-se dizer que todos os outros bens so apenas parciais, enquanto a felicidade ¢ o bem completo, Sendo a felicidade todas as coisas boas, as partes sio como meios em nossa missao de buscar a felicidade como um odo final parte que completamos, cada parte que obtemos significa que estamos mais préximos do objeto de nossa busea, o bem total, que é a felicidade A nessa discussdo: seria a felicidade algo que € objetivo ou seria ela subjetiva’ ora, novamente, encaramos o mesmo problema que enfrentamos antes ia ela igual para todos os homens ou cada homem buscaria a felicidade ¢ forma diferente, procurando-a de acordo com seus préprios desejos e seus proprios 057 Esta é uma questio muito importante, porque néla re side toda a validagio da cigncia da ética, desde que a ética esteja preocupada com a felicidade. Sera o contetido da felicidade o mesmo para todas as pessoas ou cle variaria de um individuo para outro’ Aqui, mais uma vez, encaramos a posicao do relativista, do subjetivista, que diz que para um individuo sua felicidade sera o que ele achar que é, Cada pessoa ve sua felicidade de modo diferente da dos outros e a julga de acordo com seu préprio temperamento ¢ scus préprios desejos. Por exemplo, John Locke di Jirecao a felicidade, ainda ‘Apesar de todos os desejos do homem tenderem en wwidos pelos mesmos objetivos. Os homens escolhem coi sim cles nao sio mi «as diferentes ¢, ainda assim, todos escolhem corretamente’. Locke discute aqui com 0s filsofos antigos, 05 quais, em sua opiniao, tentaram em vao definir 0 snati bon ou a Felicidade de forma que todos os homens concordassem com busca para si consiste em ter aquelas coisas que pr E“essas coisas”, diz Locke, 'sio coisas diferentes para homens diferentes! A visto, oposta aqui se baseia mais uma vez na distingao entre o realmente bom eo aparentemente bom. A felicidade real €a felicidade que a pessoa deve buscar, E essa felicidade & a mesma para todos os seres humanos. A felicidade aparente é a felicidade que as pessoas buscam de fato, ¢ ela varia de pessoa cer: "No que consiste a felicidade real2”. E para pessoa. Mas vocé pode n esponderia: “Jd que a felicidade é uma totalidade de coisas boas, a soma de coisas boas, a felicidade real deve consistir da soma de todas as coisas boas ez pense: Vocé poderia responder a esta questo? Vocé po leria dizer quais sio todos os bens reais? Acho que posso, Se cu olhar para 5 naturais, acho que todos os bens a natureza humana € cons as quatro classes preponderantes, Pri jue constituem a felicidade entram nes todos os bens eco: meiro, bens externos, as coisas que chamamos de riquez ndo, bens némicos ¢ servigos que empregamas, todas as mercadorias. Seg corpéreos, coisas como a satide, os prazeres fisicos ¢ 0 descanso. Terceiro, os natureza social, nossas amigos ca sociedade na qual vivemos. E finalmente, quarto, os bens que sio especialmente da alma: conhecimento, verdade, sabedoria ¢ as virtudes morais. Isso corresponde a todos os nossos desejos naturais, 0 homem feliz € o homem que possuii todos sabedo! esses bens, alguma riqueza, sadide, algum prazer, amigos, socied ser, ¢ as virtudes, Mas entre esses bens existe uma dist ica. Nas trés primeiras cate gorias, existe um elemento de sorte em todos esses bens. Tenha cu riquezas, tenha eu satide, amigos na sociedade, isso nao depende intciramente de mim, mas de alguns acidentes externos, entio isso em graus de variacao significa que esses bens so bens de sorte. Posso perdé-los em circunstancias pelas quais nao serei culpado. Posso, ainda, falhar em obté-los sem que isso seja minha culpa Os bens na quarta categoria sio os tinicos bens que esto inteiramente sob meu controle, inteiramente dentro do alcance das minhas forgas de escolha ¢ agac portanto, esses so bens que sio especificamente morais, sobre os quais a posse de todos esses outros bens depende. Essa € a visdo que enxerga a felicidade, ot a busca pela felicidade, como algo amplamente dependente da quantidade de conhecimento e virtude que possuimos, porque da quantidade de conhecimen: 1 € virtude que possuimos depende nossa busca € 0 ganho desses outros bens Eu nao poderia encerrar essa discussao sem lhes falar da critica & teoria da felicidade que acabei de expor a vacés. Essa critica vem dos estoicos, no mun do antigo, ¢ do grande fildsofo alemao da moral Immanuel Kant, no mundo moderne. Os estoicos dizem que todos os bens nas trés primeiras categorias, bens que eu chamei de bens de sorte, bens nos auais hé elementos do acaso, sao indiferentes, que eles no so nem bons nem maus. Os estoicos também dizem que a tinica coisa realmente boa no mundo inteiro é a boa vonta préprio homem. E isso consiste em obedecer a lei € cumprir seus deveres. Marco Aurélio, 0 imperador romano, que era estoico, diz: "Nés deveriamos julgar apenas aquelas coisas que podem ser boas ou mas através de nosso estorco, Supde que um homem te mate, te corte em pedagos our te ofenda, o que essas coi sas podem fazer para impedir que tua mente permaneca pura, sabia, s6bria, justa Agora, Immanuel Kant elabora um pouco sobre © ponto de vista estoicc Ele aponta que a felicidade pode ser considerada 0 summin ou como 0 bem supremo, mas que a conduta moral nao € conduzida para ser envolvida em procuré-la como um fim. A conduta moral é conduzida de forma que ela envolva a realizacio dos deveres. Ele concorda com os estoicos que apenas 0 realmente bom no universo é uma boa vontade humana, que € uma vontade obediente. Mas Kant continua a dizer que, entretanto, deveriamos estar fa ndo nosso dever, ¢, embora a tinica coisa importante seja ter uma boa ou justa vontade, a felicidade entra na vida humana da seguinte forma: "Nao esta certo’, ele d homens buscarem a felicidade ou quererem ser felizes; a0 invés disso, eles deveriam desejar conduzir suas vidas como se merecessem scr felizes". E este € um tipo bem diferente de afirmacio.

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