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Fichamento

ANDERSON, Benedict: Comunidades Imaginadas. São Paulo. Cia das Letras,


2008.

Introdução.

(P.26) Benedict Anderson inicia sua obra buscando compreender o por que das
Guerras entre Vietnã, Camboja e China entre1978 e 1979. A primeira guerra
convencional em grande escala entre países socialistas e inegavelmente
revolucionários, que em tese compartilhavam da mesma ideologia.

(P.27) É interessante notar que desde a Segunda Guerra Mundial todas as


revoluções vitoriosas se definiram em termos nacionais – Republica Popular da
China, República Socialista do Vietnã, etc – e, com isso se afirmaram
solidamente em um espaço territorial e social herdado do passado pré-
revolucionário.

(P.28) Hobsbawm afirma que os estados marxistas estão se tornando, nacionais e


nacionalistas. E essa tendência não se restringe apenas ao mundo socialista.
Todos os anos a ONU admite membros novos. E muitas “nações antigas”
consolidadas, veem-se desafiadas por “sub-nacionalismos” em seu próprio
território, que sonham em se tornarem nações.

(P.29) Este livro pretende oferecer, a título de ensaio, algumas ideias para uma
interpretação da anomalia do nacionalismo.

(P.30) O ponto de partida de Anderson é que tanto a nacionalidade (ou condição


nacional), quanto o nacionalismo são produtos culturais específicos.

(P.31) Conceitos e Definições

(P.32) Ele considera dentro de um espírito antropológico a seguinte definição de


nação: uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo
intrinsecamente limitada e ao mesmo tempo soberana.
Ela é imaginada por que mesmo os membros das mais minúsculas das nações
jamais conhecerão, encontraram ou nem sequer ouvirão falar de todos os seus
companheiros (compatriotas) embora todos tenham em mente a imagem viva da
comunhão entre eles. A única coisa que pode dizer que uma nação existe é
quando muitas pessoas se consideram uma nação.

(P.33) Na verdade, qualquer comunidade maior que uma aldeia primordial do


contato face a face é imaginada. Até mesmo ela.

Imagina-se a nação como limitada por que até mesmo a maior delas que agregue
um bilhão de habitantes, possui fronteiras finitas ainda que elásticas. Nenhuma
delas imagina ter a mesma extensão da humanidade. Nem os nacionalistas mais
messiânicos sonham com o dia em que todos os membros da espécie humana se
unirão à sua nação.

(P.34) Imagina-se a nação soberana por que o conceito nasceu na época em que
o Iluminismo e a Revolução estavam destruindo a legitimidade do reino dinástico
hierárquico da ordem divina. Amadurecendo em uma época em que mesmo os
adeptos mais fervorosos de qualquer religião se depararam com o pluralismo de
religiões no mundo. Notando então que a única maneira de serem livres é serem
soberanas sobre um pedaço determinado de terra.

E por último ela é imaginada como uma comunidade por que independente da
desigualdade e da exploração que possam existir dentro dela, a nação sempre é
concebida como uma profunda camaradagem horizontal. No fundo foi essa
fraternidade que tornou possível, nestes últimos dois séculos, que tantos milhões
de pessoas matassem e morressem por essas criações imaginárias e limitadas.

Essas mortes nos levam a pensar no problema central posto pelo nacionalismo: o
que faz com que parcas criações imaginativas de pouco mais de dois séculos
gerem sacrifícios tão descomunais? A resposta está nas raízes culturais do
nacionalismo.

(P.35) Cap. 1: Raízes Culturais.


Não existem símbolos mais impressionantes da cultura moderna do nacionalismo
do que os cenotáfios e o túmulo do soldado desconhecido. Contudo, estes
túmulos vazios estão carregados de imagens nacionais espectrais.

(P.36) Se o nacionalismo se importa tanto com a morte e a imortalidade, isso


sugere sua grande afinidade com os imaginários religiosos. Com isso vale a pena
começar a avaliar as raízes do nacionalismo pela morte, o último elemento de
uma série de fatalidades. A morte, assim como a herança genética pessoal, nosso
sexo, a época em que viemos, nossas capacidades físicas, língua-materna, etc são
fatores contingentes e inelutáveis.

(P.37) O grande mérito das religiões (fora seu papel na legitimação do sistema de
dominação e exploração) é a sua preocupação com o homem no universo. Ela
tenta explicar o por que. A religião se interessa pelos vínculos entre os mortos e
os ainda não nascidos.

(P.38) O século XVIII na Europa marca o amanhecer do nacionalismo e o


anoitecer do pensamento religioso. A religião declinou, mas o sofrimento que ela
ajudava a apaziguar não desapareceu.

Admite-se que os estados nacionais são “novos” e “históricos”, ao passo que as


nações ao qual elas dão expressão política sempre assomam de um passado
imemorável, seguindo a um futuro ilimitado. É a magia do nacionalismo que
transforma o acaso em destino.

(P.39) Anderson não está sugerindo que o nacionalismo tenha substituído a


religião. O que ele está fazendo é alinhando o nacionalismo não a ideologias
políticas conscientemente adotadas, mas a sistemas culturais. Religião e
nacionalismo foram estruturados de forma a serem incontestáveis.

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