Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
O Sistema de Alimentação, como o nome já diz, se destina a fornecer a mistura ar-combustível ao
motor, na pressão e temperatura apropriada.
SISTEMA DE INDUÇÃO
O sistema de indução é o conjunto que admite o ar que irá formar a mistura ar-combustível.
BOCAL DE ADMISSÃO
AQUECEDOR DE AR
O aquecedor de ar, do sistema de indução, tem a finalidade de aquecer o ar que está sendo admitido,
utilizando o calor que provém dos gases de escapamento.
VÁLVULA DE AR QUENTE
COLETOR DE ADMISSÃO
Coletor de admissão, é o componente que distribui a mistura ar-combustível, para cada cilindro do
motor.
SISTEMA DE SUPERALIMENTAÇÃO
No motor comum, não superalimentado, o pistão succiona a mistura ar-combustível, durante a fase
de admissão, o que torna a pressão no tubo de admissão menor que a atmosférica. A medida que a aeronave
sobe, o ar se torna rarefeito e começa a faltar ar para o motor, provocando a sua perda de potência.
MOTOR SUPERALIMENTADO
Os compressores podem ser acionados pelo eixo de manivelas, que através de dispositivos de
engrenagens fazem aumentar ainda mais a sua rotação.
Não podemos deixar de comentar, que existem outros tipos de compressores que aproveitam os
gases soprados pelo escapamento para o seu acionamento. Sua performance é muito boa atingindo
altíssimas rotações, eles são também conhecidos como turbo-compressor ou turbo-ventoinha.
CUIDADOS E PRECAUÇÕES
O motor superalimentado é exigido e operado ao seu limite, portanto se algum deles for ultrapassado,
muitos problemas podem afetar o motor, tais como superaquecimento, pré-ignição, detonação, desgaste
prematuro, entre outros danos. Devido a isso, o piloto tem que estar atento às limitações do motor.
SISTEMA DE FORMAÇÃO DE MISTURA
O sistema de formação de mistura é quem faz a mistura ar-combustível. Basicamente são três os
sistemas de formação de mistura: Carburação, Injeção Direta e Injeção Indireta.
CARBURAÇÃO
INJEÇÃO INDIRETA
No sistema de injeção indireta, o combustível passa inicialmente por uma unidade controladora, que
efetua a dosagem de combustível e o distribui para cada bico injetor, que o pulveriza no fluxo de ar que será
admitido no cilindro. Portanto o cilindro recebe a mistura ar-combustível já formada.
Alguns desses sistemas, não possuem a válvula distribuidora, pois o combustível é injetado e
pulverizado no fluxo de ar do tubo de admissão, antes da ramificação para cada cilindro.
INJEÇÃO DIRETA
No sistema de injeção direta, os cilindros do motor succionam apenas ar, sendo a gasolina injetada e
pulverizada diretamente no cilindro. Portanto a mistura ar-combustível se forma dentro do cilindro.
O carburador serve para controlar a quantidade de ar e dosar a gasolina que irá compor a mistura ar-
combustível.
Na formação dessa mistura, há que ser considerado o regime de funcionamento do motor, ou seja,
marcha lenta, decolagem ou cruzeiro, conforme o desejo do piloto.
A falta ou excesso de gasolina pode provocar a parada do motor, conforme já vimos anteriormente.
Em que pese a sua popularidade, o carburador apresenta algumas restrições, tais como: distribuição
desigual da mistura ar-combustível a cada cilindro e o risco da formação de gelo no tubo de venturi.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A cuba de gasolina, é uma espécie de caixa de água do carburador, (semelhante a que temos em
casa), onde também uma bóia mantém o nível de gasolina constante.
CONTROLE DE POTÊNCIA
A borboleta, é a responsável pelo controle de potência, quando está toda aberta, o motor aspira a
máxima quantidade de ar e ao se fechar, diminui esse fluxo. A borboleta está ligada a manete de aceleração,
onde o piloto comanda a potência desejada no motor.
GIGLÊ
É uma peça que contém um orifício calibrado, que se destina a dosar a quantidade de combustível
que vai para o pulverizador principal. A bitola deste orifício é estabelecida pelo fabricante do motor. Se
diminuir o orifício a mistura torna-se pobre.
MARCHA LENTA
Quando a borboleta está quase fechada, ou seja, na posição de marcha lenta, o fluxo de ar no tubo
de venturi cai muito e a gasolina não consegue mais ser succionada pelo pulverizador principal. É ai que
entra em ação o pulverizador de marcha lenta, valendo-se da sucção formada pela pequena abertura deixada
entre a borboleta, que não chegou a se fechar totalmente, e o tubo.
ACELERAÇÃO
Neste momento, para compensar o atraso, a bomba de aceleração ou válvula de aceleração rápida,
injeta uma quantidade adicional de gasolina, a medida que a borboleta está sendo aberta.
VÁVULA ECONOMIZADORA
A válvula economizadora está sempre fechada, ou seja, proporcionando ao motor uma mistura pobre
(16 por 1). A medida que se deseja enriquecer a mistura, ela vai se abrindo, até atingir o ponto de mistura rica
(10 por 1).
Com a válvula totalmente aberta, se o piloto acionar a manete e abrir toda a borboleta, o motor
disponibilizará potência máxima. Alguns carburadores não tem dispositivo de ajuste da mistura, ficando a
abertura da válvula economizadora por conta de controle automático.
INFLUÊNCIA ATMOSFÉRICA
Quando ocorre a diminuição da densidade do ar, a mistura, que permanece com a mesma quantidade
de combustível, vai se tornando cada vez mais rica.
- Aumento da umidade do ar, que também o torna mais rarefeito, pois começa a ter água no lugar do
ar.
CORRETOR ALTIMÉTRICO
O corretor altimétrico é uma válvula acionada pela manete de mistura, cuja finalidade é corrigir a
mistura ar-combustível para o motor.
Ela diminui a quantidade de combustível, a medida que a altitude aumenta, a fim de evitar que a
mistura vá se tornando muito rica..
Alguns motores são equipados com corretores altimétricos automáticos, que dispensam a intervenção
do piloto.
RESTRIÇÕES DO CARBURADOR
Distribuição da mistura
A gasolina sai do carburador e percorre caminhos mais longos para chegar aos cilindros extremos,
privilegiando assim os cilindros mais próximos, o que resulta numa distribuição desigual da mistura destinada
a cada cilindro.
Em casos extremos, a gasolina pode até retornar ao estado líquido no interior do coletor,
empobrecendo demasiadamente a mistura.
O balanço da aeronave se transmite à gasolina existente na cuba, podendo provocar uma mistura
pouco uniforme, daí a restrição de vôo em determinadas atitudes, como de dorso, por exemplo, quando esses
carburadores simples equipam o motor.
Formação de gelo
A vaporização da gasolina, que ocorre no tubo de venturi, resfria o ar, podendo provocar a
condensação e o congelamento da água constante no ar úmido, provocando os seguintes sintomas:
- Queda da pressão de admissão, que pode ser constatado através do manômetro de admissão; e
CARBURADOR - IMPORTANTE
O Carburador de Injeção funciona em conjunto com uma bomba que fornece a ele o combustível sob
pressão. Cabe a ele, apenas a função de dosar o combustível na proporção correta com o ar admitido ao
motor.
- Não propicia formação de gelo no tubo venturi e tampouco na borboleta, porque o combustível é
injetado depois dela. A eventual formação de finíssimas partículas de gelo são aspiradas pelos cilindros e se
vaporizam;
- Funciona em qualquer posição da aeronave, inclusive em vôo de dorso, pois não há espaços vazios
onde o combustível possa balançar.
Todas estas vantagens se aplicam aos sistemas de injeção direta e indireta de formação de mistura.
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
O Sistema de Combustível se destina a armazenar o combustível e fornecê-lo ao motor.
Para que não se forme vácuo no interior do tanque, ele tem um orifício de ventilação, que possibilita e
entrada de ar em seu interior.
A válvula seletora, permite ao piloto selecionar o tanque a ser utilizado e também serve como válvula
de corte, para interromper o fluxo de combustível ao motor.
É comum se utilizar duas bombas: a bomba principal, que é acionada pelo próprio motor, e a bomba
auxiliar, que normalmente é elétrica.
A auxiliar é utilizada para a partida do motor, a decolagem, e o pouso, e em algumas aeronaves, nos
vôos de grande altitude. Ela é capaz de suprir combustível para o motor, no caso de falha da bomba principal,
e geralmente está localizada no fundo do tanque.
COMPONENTES DO SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
É uma pequena bomba, manual ou elétrica, destinada a injetar um pouco de combustível no tubo de
admissão, a fim de facilitar a partida do motor. Ela também é conhecida como bomba de escórva.
Algumas aeronaves não têm "primer", mas a injeção de combustível pode ser feita através da bomba
de aceleração do carburador, bastando acionar algumas vezes a manete de aceleração do motor, antes da
partida.
A válvula de corte e seletora, permite ao piloto selecionar o tanque a ser utilizado, além de cortar o
combustível para o motor.
Num avião, que tem um tanque em cada asa, o piloto pode, por meio desta válvula, selecionar o
tanque esquerdo, direito ou ambos, além da posição desligado, o que normalmente ocorre, após a parada do
motor, para impedir qualquer saída de combustível dos tanques.
A posição esquerdo ou direito é selecionada, quando aquele lado da aeronave está mais pesado,
visto que, com o consumo do combustível, se estabelece o equilíbrio.
Há uma seletora para cada motor da aeronave e se pode fazer a alimentação cruzada conhecida
como "cross feed", ou seja, alimentar o motor direito com o tanque esquerdo e vice-versa, conforme desejado.
FILTRO
O filtro serve para reter impurezas do combustível, normalmente através de finas telas ou outro
elemento filtrante.
Alguns filtros são transparentes, para se verificar a existência de impurezas ou água. Eles
normalmente estão localizados em pontos de fácil acesso, abaixo do motor e permitem a retirada de
combustível para verificação.
Com os tanques incompletos, pode haver condensação de umidade em seu interior, originando água
no fundo do mesmo, por isso, eles possuem dispositivos de drenagem nos pontos mais baixos, para a
remoção de qualquer resíduo de água.
Além disso, durante o abastecimento, em aeródromos sem bombas adequadas, deve-se utilizar um
funil com péle de camurça curtida, que tem a propriedade de reter a água, deixando passar a gasolina.
Drenar os tanques antes da partida do motor, em especial no primeiro vôo do dia, é indispensável para a
segurança do vôo.
Há vários tipos, alguns bem simples, com a bóia do tanque acoplada a uma haste visível
externamente, e outros mais elaborados, geralmente elétricos, que transmitem sinais indicativos do nível de
combustível no tanque, até um instrumento localizado no painel.
COMBUSTÍVEL
O combustível é essencial para o funcionamento dos motores.
Normalmente, a gasolina é empregada nos motores a pistão e a querosene nos motores a reação,
havendo contudo, algumas exceções, pois há motores a pistão que utilizam combustíveis vegetais, como por
exemplo o álcool.
OBTENÇÃO
Inicialmente surgem os mais voláteis, como o éter, a gasolina de aviação e a gasolina comum; e
posteriormente os menos voláteis, como o querosene o óleo diesel, os óleos lubrificantes e outros
subprodutos.
PROPRIDADES DA GASOLINA
Poder calorífico
Poder calorífico, é a quantidade de calor liberada pela queima de uma determinada massa de
combustível, geralmente usa-se um quilograma ou uma libra. Dos combustíveis líquidos, conhecidos, a
gasolina é um dos que possui maior poder calorífico.
Volatilidade
No motor a pistão, a queima da gasolina pode ocorrer em três situações distintas, uma desejável e
duas não.
Combustão Normal
Na combustão normal, a centelha da vela dá início a queima da mistura, que se propaga dentro do
cilindro, de maneira rápida e uniforme. Para que haja um maior aproveitamento, da energia impulsiva da
queima dos gases, a ignição deve ocorrer no momento apropriado.
Pré-ignição
Na pré-ignição, como o próprio nome sugere, a ignição ocorre prematuramente, embora a combustão
seja normal.
Isso acontece, devido a existência de um ponto quente no interior do cilindro, que pode ser a própria
vela superaquecida, ou uma carbonização, que é uma espécie de borra de carvão incandescente, acumulada
na cabeça do pistão ou na câmara de combustão.
Com a combustão fora de sincronismo com o pistão, a energia impulsiva acaba por prejudicar o
funcionamento do motor que superaquece e tem queda de rendimento.
Detonação
Na detonação, a combustão não ocorre de forma gradual e progressiva, mas sim instantaneamente,
como uma explosão, liberando muita energia térmica em detrimento da potência mecânica.
As causas que a provocam, são: gasolina com baixo poder antidetonante, mistura excessivamente
pobre, temperatura do cilindro elevada, e taxa de compressão elevada.
Em decorrência desses efeitos, o motor produz um ruído característico, chamado batida de pino,
podendo ocorrer danos nas válvulas, no pistão e seus anéis, provocando perda de potência e
superaquecimento, chegando até o ponto da queima do óleo lubrificante, ocasião em que o motor é
inutilizado, ou seja, se funde.
OCTANAGEM DO COMBUSTÍVEL
O octano, é outro hidrocarboneto existente na gasolina, só que muito resistente a detonação. Atribuiu-
se a ele o índice de octano igual a 100.
Teoricamente, o máximo índice de octano de uma gasolina seria 100, mas com a utilização do aditivo
chumbo tetraetila, obtém-se índices octânicos superiores a 100.
COMBUSTÍVEL - Classificação da Gasolina de Aviação
Desta tabela podemos extrair inúmeras informações muito importantes, a respeito da gasolina de
aviação.
Primeiro, a gasolina de aviação é classificada segundo a sua octanagem, como por exemplo: gasolina
80/87 octanas, ou simplesmente gasolina 80. Ela também pode ser identificada pela sua coloração, que é
obtida pela adição de um corante, tornando-a vermelha, azul, verde ou púrpura, conforme o seu tipo.
Os dois índices, 100/130, por exemplo, nos dão outra informação muito útil, o menor, indica o poder
antidetonante da gasolina, sob o efeito de mistura pobre e o maior, o seu poder antidetonante, com mistura
rica.
O motor nunca deve usar gasolina com octanagem abaixo da prevista pelo fabricante, pois ficará
sujeito a detonação, superaquecimento e outros efeitos indesejáveis, contudo, pode usar, numa situação de
emergência, octanagem acima da especificada. Se o uso for muito prolongado ou freqüente, haverá acúmulo
de chumbo nas velas e falha na ignição, bem como corrosão em algumas peças do motor.
FASES OPERACIONAIS DO MOTOR – LEITURA IMPORTANTE
Fases operacionais do motor são as condições em que ele funciona durante a sua operação.
Cuidado para não confundir as fases operacionais com as seis fases de funcionamento, que são:
admissão, compressão, ignição, combustão, expansão e escapamento.
MARCHA LENTA
Na fase operacional de marcha lenta, o motor funciona sem solicitação de esforço algum, com uma
rotação suficiente apenas para não parar. A manete de potência deve estar totalmente puxada para trás e a
da mistura totalmente a frente, ou seja, a mistura deve ser rica, pois parte da gasolina se mistura com os
gases queimados e é perdida pelo tubo de escapamento, devido ao cruzamento de válvulas do motor.
O ajuste da mistura de marcha lenta deve ser feita por um mecânico, com a aeronave no solo.
DECOLAGEM
A temperatura do motor poderá aumentar rapidamente, contudo, essa fase dura pouco, pois logo a
aeronave atinge altura suficiente para que o piloto reduza a potência, evitando assim qualquer dano ao motor.
SUBIDA
Na fase operacional de subida o piloto reduz a rotação do motor ajustando-a para potência máxima
contínua, ou seja, a máxima que o motor pode suportar sem limite de tempo. A mistura ideal para subida é a
moderadamente rica (12:1). Em alguns aviões de baixa performance é desnecessário reduzir a rotação, visto
que o motor não tem torque a ponto de girar a hélice em rotação excessiva durante a subida.
À medida que se for ganhando altura, o ar fica rarefeito, tornando a mistura excessivamente rica,
deve-se então empobrecê-la, puxando aos poucos a manete da mistura. Haverá assim um ligeiro aumento de
rotação e o motor funciona mais suavemente. Quando a rotação começar a cair novamente, o piloto deve
voltar a manete um pouco mais e aí deixá-la, pois está concluída a correção altimétrica da mistura.
CRUZEIRO
Na fase operacional de cruzeiro, depois da subida, que é normalmente a mais longa de todo o vôo
usa-se uma potência reduzida e a mistura pobre de 16:1 para economizar combustível. A manete deve ser
ajustada para a rotação recomendada pelo fabricante para esta fase do vôo. Durante o cruzeiro, olho no
tacômetro, para monitorar a rotação.
ACELERAÇÃO
PARADA
Na fase operacional de parada do motor, a manete da mistura é acionada totalmente para trás,
provocando o corte da mistura, ou seja, interrompendo o fluxo de gasolina que alimenta o motor, fazendo-o
parar. Nos automóveis o motor é desligado pela chave de ignição, cujo procedimento faz com que uma
pequena quantidade de combustível fique nos cilindros, por não terem sido queimados, causando diluição do
óleo lubrificante, o que é indesejável nas aeronaves.
Agora sabemos que o componente responsável pela seleção das fases operacionais do motor é o
carburador, ou o sistema formador de mistura, e elas são acionadas através das manetes de aceleração e da
mistura.