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SISMOLOGIA
Sismos: são movimentos vibratórios, bruscos da crosta terrestre provocados pela súbita
libertação de energia em zonas instáveis da Terra.
Sismologia: é o estudo dos fenómenos relacionados com a ocorrência de sismos.
Macrossismos: sismos sentidos pela população.
Microssismos: sismos que não causam danos significativos ou são impercetíveis.
Abalos premonitórios ou preliminares: são pequenos abalos que antecedem o sismo principal e
constituem um alerta.
Réplicas: são abalos de menor intensidade que se seguem ao abalo principal.
Sismos vulcânicos
São provocados por fortes pressões que um vulcão
experimenta antes de uma erupção e por movimentos de
massas magmáticas.
Sismos tectónicos
São devidos a movimentos tectónicos resultantes de
forças:
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Parâmetros de caracterização sísmica
Falha: é um acidente tectónico em que a rutura das rochas é
acompanhada da deslocação dos blocos. Ex.: Falha de Sto André
(Califórnia, EUA).
Ondas de Love
- Propagam-se horizontalmente;
- As partículas do meio vibram perpendicularmente à direção de
propagação da onda.
- Não se propagam na água, tal como as S; 2
- As ondas de Love “atacam” preferencialmente os alicerces dos prédios.
As ondas superficiais resultam de interferências de ondas do tipo P e do tipo S.
- Possuem velocidades inferiores às apresentadas pelas ondas P e ondas S.
- Propagam-se à superfície ou próximo dela, pelo que são as responsáveis pelos deslocamentos mais
pronunciados das partículas do solo.
- São ondas de grande amplitude.
- São responsáveis pela maior parte das destruições quando ocorre um terramoto.
Sismograma: é o gráfico obtido pelo sismógrafo, através do qual se pode observar características
das ondas sísmicas.
Carta de Isossistas: é um mapa de uma região que mostra a variação de intensidade do abalo
sísmico em diferentes locais.
Isossistas: são linhas curvas, fechadas, com forma irregular; ligam os locais com igual intensidade
sísmica; estão distribuídas em volta do epicentro.
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* Escala de Richter
- tem 9 graus;
- avalia a magnitude de um sismo (energia libertada durante um sismo);
- é mais exata (baseia-se nos sismogramas).
Magnitude de um sismo
é uma grandeza relacionada com a energia libertada no foco sísmico. Só cerca de 20% a 30%
dessa energia é propagada sob a forma de ondas, sendo a restante dissipada sob a forma de
calor;
pode ser medida numa escala quantitativa – Escala de Richter (escala logarítmica);
é calculada a partir do logaritmo de amplitude máxima, registada num sismograma por um
sismógrafo-padrão colocado a 100 km do epicentro;
M- magnitude
A- amplitude máxima das ondas sísmicas
T- período
Y- fator de correção (profundidade do foco; tipo de onda sísmica; distância epicentral)
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Como determinar o epicentro de um sismo?
- Para determinar o epicentro de um sismo, traça-se sobre uma carta uma circunferência com centro
na estação respetiva e raio igual à distância epicentral, convertida na escala da carta.
- A posição será definida recorrendo a dados de três estações. O ponto de interseção das três
circunferências deve corresponder ao epicentro.
Se houver dados fornecidos por mais do que três estações, estes servem para:
- confirmar a determinação feita, se ela estiver correta, todas as circunferências devem intersectar-se
na zona epicentral;
- se o foco sísmico é profundo, esta técnica permite apenas delimitar uma zona epicentral (as
circunferências não se intersetam num ponto).
As áreas de grande atividade sísmica coincidem com zonas instáveis da Terra que ficam geralmente
nas fronteiras de placas litosféricas.
95% dos sismos do Globo ocorrem em falhas localizadas junto às fronteiras/limites sismos
interplacas.
5% dos sismos têm origem em falhas ativas localizadas no interior das placas sismos
intraplacas.
- Limites divergentes
- ocorrem ao longo das cristas oceânicas onde há alastramento do fundo oceânico.
- são sismos de foco sísmico pouco profundo (menos de 70 km).
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SISMICIDADE EM PORTUGAL
- Portugal está localizado numa zona relativamente instável, sendo um país de risco sísmico
moderado.
- A ocorrência de sismos relaciona-se com o contexto tectónico do país.
- Portugal situa-se numa zona de transição entre uma região intraplaca e uma região de limites de
placas (Fronteira de placas Açores - Gibraltar).
Zonas portuguesas de maior instabilidade sísmica:
Sismicidade interplacas
– na zona de contacto entre a placa euro-asiática e a placa africana (Banco de Goringe);
- Açores (localiza-se na dorsal médio-atlântica, na zona de junção de 3 placas – ponto triplo –
em que há um misto de limite de placa divergente e de limite transformante com grande atividade
sísmica).
Sismicidade intraplacas
- é gerada em falhas existentes no interior do território português.
- as zonas de maior risco sísmico compreendem a área Metropolitana de Lisboa, o Algarve e
a Península de Setúbal.
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MINIMIZAÇÃO DE RISCOS SÍSMICOS – PREVISÃO E PREVENÇÃO
Os dados da sismologia sugerem que o modelo de uma Terra homogénea e uniforme não é
sustentável.
Admite-se que a constituição e as propriedades físicas dos materiais terrestres variam com a
profundidade, condicionando a velocidade das ondas P e S.
A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a rigidez dos materiais e diminui proporcionalmente
à sua densidade.
A densidade dos materiais terrestres aumenta com a profundidade nas zonas de passagem do
manto para o núcleo externo verifica-se um aumento brusco da densidade.
As ondas sísmicas, no seu percurso através da Terra, podem experimentar desvios ou podem
mesmo ser absorvidas.
Quando uma onda sísmica encontra uma superfície de separação entre materiais com
características diferentes, pode refletir-se ou refratar-se, tal como acontece com a luz.
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Superfícies de descontinuidade – são superfícies, no interior da Terra, que separam materiais com
diferentes composições e propriedades, o que provoca fenómenos de reflexão e refração das ondas
sísmicas. Nessas superfícies, o comportamento (direção e velocidade) das ondas sísmicas P e S
varia bruscamente.
O trajeto e velocidade das ondas P e S pelo interior da geosfera permite identificar as seguintes
superfícies de descontinuidade:
Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho
Descontinuidade de Gutenberg
Descontinuidade de Wiechert/ Lemann
Descontinuidade de Gutenberg
- Localiza-se a 2900 km de profundidade.
- Separa o manto (sólido e rochoso) do núcleo externo (líquido e metálico).
- As ondas S deixam de se propagar e a velocidade de propagação das ondas P reduz-se
drasticamente.
- As ondas P e S diretas não são registadas por qualquer sismógrafo. Essa zona situa-se entre os
103º (cerca de 11400 km) e os 143º a partir do epicentro – zona de sombra sísmica.
- Para além dos 143º já são registadas ondas P, mas não ondas S.
Depois da zona de sombra, apenas as ondas P são registadas e com uma velocidade média inferior à
que seria esperada.
Gutenberg interpretou estes dados associando a ausência de ondas sísmicas na zona de sombra ao
desvio que as ondas P sofrem na sua trajetória ao penetrar numa zona com características físicas e químicas
muito diferentes.
- Nas estações sismográficas situadas
a menos de 103º (11 459 km) do
epicentro, são registadas ondas P e S
diretas.
Estudos posteriores levados a cabo pela dinamarquesa Inge Lehmann puseram em evidência a
existência de um núcleo interno.
A partir de registos sismográficos, concluiu-se que uma parte das ondas P que penetram até às regiões
mais internas da Terra são refletidas a 5155 km, enquanto outras sofrem, a partir daí, um aumento da sua
velocidade.
Tendo em conta que a velocidade das ondas P é maior em meios sólidos do que em meios líquidos, é de
supor a existência de um núcleo interno no estado sólido. À fronteira entre o núcleo externo (fluido) e o
núcleo interno (sólido) dá-se o nome de descontinuidade de Lehmann.