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sistema digestório

HISTOLOGIA

TÚNICA MUCOSA

É uma membrana mucosa composta por:

1. Uma camada de epitélio em contato direto com o conteúdo do canal alimentar;

2. Uma camada de tecido conjuntivo denominada lâmina própria;

3. Uma camada fina de músculo liso (lâmina muscular da mucosa).

EPITÉLIO
• Epitélio escamoso estratificado não queratinizado: tem uma função protetora
e reveste a boca, faringe, esôfago e canal anal

• Epitélio colunar simples: atua na secreção e absorção, reveste o estômago e


os intestinos.

• Zônulas de oclusão: vedam firmemente as células epiteliais colunares simples


vizinhas uma à outra restringem os extravasamentos intercelulares.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


• Localizadas entre as células epiteliais estão as células exócrinas que secretam
muco e líquidos para o lúmen do canal alimentar, e vários tipos de células
endócrinas, chamadas coletivamente células enteroendócrinas, que secretam
hormônios.

LÂMINA PRÓPRIA
• Composta por tecido conjuntivo areolar contendo muitos vasos sanguíneos e
linfáticos, que são as vias pelas quais os nutrientes absorvidos no canal
alimentar alcançam os outros tecidos do corpo.

• Esta camada apoia o epitélio e liga-o à lâmina muscular da mucosa.

• A lâmina própria também contém a maior parte das células tecido linfoide
associado a mucosa (MALT).

Esses nódulos linfáticos proeminentes contêm células do sistema imunológico que


protegem contra doenças.

• O MALT é encontrado em todo o canal alimentar, especialmente nas tonsilas,


no intestino delgado, no apêndice vermiforme e no intestino grosso.

LÂMINA MUSCULAR DA MUCOSA


• Fina camada de fibras musculares lisas

• Produz múltiplas pequenas pregas na túnica mucosa do estômago e intestino


delgado, que aumentam a área de superfície para a digestão e absorção.

• Os movimentos da lâmina muscular da mucosa asseguram que todas as


células absortivas sejam totalmente expostas ao conteúdo do canal alimentar.

TELA SUBMUCOSA

• Tecido conjuntivo areolar que liga a túnica mucosa à túnica muscular.

• Contém muitos vasos sanguíneos e linfáticos que recebem moléculas dos


alimentos absorvidos.

• Uma extensa rede de neurônios conhecida como plexo submucoso também


está localizada na tela submucosa.

• A tela submucosa também pode conter glândulas e tecidos linfáticos.

TÚNICA MUSCULAR

• A túnica muscular da boca, faringe e partes superior e média do esôfago


contém músculo esquelético que produz a deglutição voluntária.

• O músculo esfíncter externo do ânus é esquelético, possibilitando o controle


voluntário da defecação.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


• No restante do canal alimentar, a túnica muscular consiste em músculo liso,
que geralmente é encontrado em duas lâminas:

o uma camada interna de fibras circulares

o uma camada externa de fibras longitudinais

As contrações involuntárias do músculo liso ajudam a fragmentar os


alimentos, misturá-los às secreções digestórias e leva-los ao longo do canal
alimentar.

• Entre as camadas da túnica muscular está um segundo plexo de neurônios –


o plexo mientérico.

TÚNICA SEROSA

• As partes do canal alimentar que estão suspensas na cavidade abdominal têm


uma camada superficial chamada túnica serosa.

• Membrana serosa composta por tecido conjuntivo areolar e epitélio escamoso


simples (mesotélio)

• A túnica serosa é também chamada peritônio visceral, porque forma uma parte
do peritônio.

O esôfago não tem túnica serosa; em vez disso, apenas uma única camada de tecido
conjunto areolar chamada túnica adventícia forma a camada superficial deste órgão.

PERITÔNIO
• O peritônio é a maior túnica
serosa do corpo. Dividido em:

o Peritônio parietal:
reveste a parede da
cavidade abdominal

o Peritônio visceral:
abrange alguns dos
órgãos da cavidade e
constitui sua túnica
serosa.

• Cavidade peritoneal: o
espaço estreito contendo
líquido seroso lubrificante
que se encontra entre as
partes parietal e visceral.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


OMENTO MAIOR
• Maior prega peritoneal, reveste o colo transverso e as serpentinas do intestino
delgado como um “avental de gordura”.

• O omento maior é uma dupla camada que se dobra sobre si mesma,


fornecendo um total de quatro camadas.

• Dos anexos ao longo do estômago e do duodeno, o omento maior se estende


para baixo anteriormente ao intestino delgado, e então gira e se estende para
cima e se insere ao colo transverso.

• O omento maior normalmente contém muito tecido adiposo.

o Seu conteúdo de tecido


adiposo pode aumentar
muito com o ganho de
peso.

• Os diversos linfonodos do
omento maior fornecem
macrófagos e plasmócitos que
produzem anticorpos que
ajudam no combate e
contenção das infecções do
canal alimentar.

LIGAMENTO FALCIFORME
• Insere o fígado à parede
abdominal anterior e
diafragma. O fígado é o único órgão digestório que está inserido na parede
abdominal anterior.

OMENTO MENOR
• Prega anterior na túnica
serosa do estômago e do
duodeno, e conecta o
estômago e o duodeno ao
fígado.

• É o caminho para os vasos


sanguíneos que chegam ao
fígado e contém a veia porta
do fígado, a artéria hepática
comum e o ducto colédoco,
junto com alguns
linfonodos.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


MESENTÉRIO
• Prega em forma de leque do
peritônio, liga o jejuno e o íleo
do intestino delgado à parede
posterior do abdome.

• Esta é a maior prega


peritoneal, e normalmente
está cheia de gordura, e
contribui bastante para a
abdome volumoso visto em
indivíduos obesos.

• Estende-se da parede
posterior do abdome, circunda
o intestino delgado e, em
seguida, retorna à sua origem,
formando uma estrutura de
dupla camada. Entre as duas camadas estão vasos sanguíneos e linfáticos e
linfonodos.

MESOCOLO
• Duas pregas separadas de
peritônio ligam o colo
transverso (mesocolo
transverso) e colo sigmoide
(mesocolo sigmoide) do intestino
grosso à parede posterior do
abdome.

• O mesocolo também abriga


vasos sanguíneos e linfáticos
para o intestino. Juntos, o
mesentério e o mesocolo
mantêm os intestinos
frouxamente no lugar,
possibilitando o movimento conforme as contrações musculares misturam e
movem os conteúdos luminais ao longo do canal alimentar.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


ANATOMIA

BOCA

A boca, também chamada cavidade oral ou bucal, é formada pelas bochechas,


palatos duro e mole e língua.

BOCHECHAS
Formam as paredes laterais da cavidade oral.

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São recobertas pela pele externamente e por túnica mucosa internamente, que
consiste em epitélio escamoso estratificado não queratinizado.

Os músculos bucinadores e o tecido conjuntivo encontram-se entre a pele e as


túnicas mucosas das bochechas. As partes anteriores das bochechas terminam nos
lábios.

LÁBIOS
• São pregas carnudas que circundam a abertura da boca.

• Eles contêm o músculo orbicular da boca e são recobertos externamente por


pele e internamente por túnica mucosa. A face interna de cada lábio está
ligada à sua gengiva correspondente por uma prega de túnica mucosa na
linha média chamada frênulo do lábio.

• Durante a mastigação, a contração dos músculos bucinadores nas


bochechas e do músculo orbicular da boca nos lábios ajuda a manter os
alimentos entre os dentes superiores e inferiores. Estes músculos também
ajudam na fala.

PALATO MOLE E ÚVULA


• O palato é uma parede ou septo que separa a cavidade oral da cavidade nasal,
e forma o céu da boca. Esta importante estrutura torna possível mastigar e
respirar ao mesmo tempo.

• Pendurada na margem livre do palato mole encontrasse uma estrutura


muscular em formato de dedo chamada úvula.

• Durante a deglutição, o palato mole e a úvula são atraídos superiormente,


fechando a parte nasal da faringe e impedindo que os alimentos e líquidos
ingeridos entrem na cavidade nasal.

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GLÂNDULAS SALIVARES

• Estas glândulas incluem as glândulas labial, bucal e palatina nos lábios,


bochechas e palato, respectivamente, e as glândulas linguais na língua,
todas dando uma pequena contribuição para a saliva.

• No entanto, a maior parte da saliva é secretada pelas glândulas salivares


maiores, que se encontram além da túnica mucosa da boca, em ductos que
levam à cavidade oral.

• Há três pares de glândulas salivares maiores:

o Glândulas parótidas: localizadas inferior e anteriormente às orelhas,


entre a pele e o músculo masseter; secreta saliva na cavidade oral por
meio de um ducto parotídeo, que perfura o músculo bucinador para
se abrir em um vestíbulo oposto ao segundo dente molar maxilar
(superior)

o Glândulas submandibulares: encontradas no assoalho da boca; são


mediais e parcialmente inferiores ao corpo da mandíbula. Seus
ductos, os ductos submandibulares, passam sob a túnica mucosa em

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ambos os lados da linha média do assoalho da boca e entram na
cavidade própria da boca lateralmente ao frênulo da língua.

o Glândulas sublinguais: estão abaixo da língua e superiormente às


glândulas submandibulares. Seus ductos, os ductos sublinguais
menores, se abrem no assoalho da boca na cavidade própria da boca.

FARINGE

• Tubo afunilado que se estende dos cóanos ao esôfago posteriormente e à


laringe anteriormente.

• A faringe é composta por músculo esquelético e revestida por túnica mucosa;

• É dividida em três partes:

o parte nasal da faringe: atua apenas na respiração

o parte oral da faringe: função digestória e respiratória

o parte laríngea da faringe: função digestória e respiratória.

• A comida engolida passa da boca para as partes oral e laríngea da faringe; as


contrações musculares dessas áreas ajudam a impulsionar o alimento para
o esôfago e, em seguida, para o estômago

ESÔFAGO

O esôfago secreta muco e transporta os alimentos para o estômago. Ele não produz
enzimas digestórias nem realiza absorção.

ESTÔMAGO

• O estômago tem quatro


regiões principais: a
cárdia, o fundo gástrico, o
corpo gástrico e a parte
pilórica.

• A cárdia circunda a
abertura do esôfago ao
estômago. A porção
arredondada superior e à
esquerda da cárdia é o
fundo gástrico. Inferior ao
fundo gástrico está a
grande parte central do
estômago, o corpo
gástrico.

• A parte pilórica pode ser dividida em três regiões:

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o Antro Pilórico (primeira região): liga o corpo ao estômago.

o Canal Pilórico (segunda região): leva à terceira região

o Piloro (terceira região): se conecta ao duodeno. O piloro se comunica


com o duodeno do intestino delgado por meio de um esfíncter de
músculo liso chamado músculo esfíncter do piloro.

• Quando o estômago está vazio, a túnica mucosa forma grandes rugas, as pregas
gástricas, que podem ser vistas a olho nu.

• A margem medial côncava do estômago é chamada curvatura menor; a margem


lateral convexa é chamada curvatura maior.

• As células epiteliais se estendem até a lâmina própria, onde formam colunas de


células secretoras chamadas glândulas gástricas. Várias glândulas gástricas se
abrem na base de canais estreitos chamadas criptas gástricas. Secreções de
várias glândulas gástricas fluem para cada cripta gástrica e, em seguida, para
dentro do lúmen do estômago.

• As glândulas gástricas contêm três tipos de células glandulares exócrinas que


secretam seus produtos para o lúmen do estômago: as células mucosas do
colo, as células principais gástricas e as células parietais.

o Células mucosas superficiais e células mucosas do colo: secretam


muco.

o Células parietais: produzem fator intrínseco (necessário para a


absorção de vitamina B12) e ácido clorídrico.

o Células principais gástricas: secretam pepsinogênio e lipase gástrica.

• As secreções das células mucosa, parietal e principal gástrica formam o suco


gástrico, que totaliza 2.000 a 3.000 mℓ/dia.

• Além disso, as glândulas gástricas incluem um tipo de célula enteroendócrina,


a célula secretora de gastrina, que está localizada principalmente no antro
pilórico e secreta o hormônio
gastrina na circulação
sanguínea. Como veremos em
breve, esse hormônio estimula
vários aspectos da atividade
gástrica.

INTESTINO DELGADO

• O intestino delgado é dividido


em três regiões.

• A primeira é o duodeno, a
região mais curta, que é
retroperitoneal. Inicia-se no

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músculo esfíncter do piloro do estômago e tem a forma de um tubo em C.
Estende- 25 cm até que se funde com o jejuno.

• O jejuno é a próxima parte e tem aproximadamente 1 m de comprimento e se


estende até o íleo.

• A última e mais longa região do intestino delgado, o íleo, mede


aproximadamente 2 m e junta-se ao intestino grosso em um esfíncter de
músculo liso chamado óstio ileal.

• A camada epitelial da túnica mucosa do intestino delgado é composta por


epitélio colunar simples que contém muitos tipos de células.

o As células absortivas do epitélio liberam enzimas que digerem o


alimento e contêm microvilosidades que absorvem os nutrientes no
quimo do intestino delgado.

o As células caliciformes também são encontradas no epitélio,


secretando muco.

• A túnica mucosa do intestino delgado contém muitas fendas profundas


revestidas com epitélio glandular. As células que revestem as fendas formam
as glândulas intestinais ou criptas de Lieberkühn, e secretam suco intestinal.

• Além das células absortivas e células caliciformes, as glândulas intestinais


também contêm células de Paneth e células enteroendócrinas.

o As células de Paneth secretam lisozima, uma enzima bactericida, e


são capazes de realizar fagocitose. Estas células podem atuar na
regulação da população microbiana do intestino delgado. São
encontrados três tipos de células enteroendócrinas nas glândulas do
intestino delgado: células S, células CCK e células K, que secretam os
hormônios secretina, colecistocinina (CCK) e polipeptídio inibidor
gástrico (PIG), respectivamente.

INTESTINO GROSSO

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• Estruturalmente, as quatro
principais regiões do intestino
grosso são o ceco, o colo, o
reto e o canal anal

• O epitélio contém
principalmente células
absortivas e caliciformes.

o As células
absortivas atuam
principalmente na
absorção de água;

o As células
caliciformes
secretam muco, que
lubrifica a passagem
do conteúdo do colo.

• Tanto as células absortivas quanto as caliciformes estão localizadas em


glândulas intestinais tubulares longas e retas, que se estendem por toda a
espessura da túnica mucosa.

• Nódulos linfáticos solitários são também encontrados na lâmina própria da


mucosa e podem se estender através da lâmina muscular da mucosa até a
tela submucosa. Em comparação com o intestino delgado, a túnica mucosa
do intestino grosso não tem tantas adaptações estruturais que aumentem a
área de superfície. Não há pregas circulares nem vilosidades; no entanto, as
células absortivas apresentam microvilosidades. Por conseguinte, ocorre
muito mais a absorção no intestino delgado do que no intestino grosso.

FISIOLOGIA

SALIVAÇÃO

• Quimicamente, a saliva é composta por 99,5% de água e 0,5% de solutos.


Entre os solutos estão íons, incluindo o sódio, o potássio, o cloreto, o
bicarbonato e o fosfato. Também estão presentes alguns gases dissolvidos e
substâncias orgânicas, incluindo a ureia e ácido úrico, o muco, a
imunoglobulina A, enzima bacteriolítica lisozima e a amilase salivar, uma
enzima digestória que atua sobre o amido.

• A água na saliva fornece um meio para a dissolução de alimentos, de modo


que eles possam ser provados pelos receptores gustativos e de modo que as
reações digestórias possam ter início. Os íons cloreto na saliva ativam a
amilase salivar, uma enzima que inicia a degradação do amido na boca.

• Os íons bicarbonato e fosfato tamponam alimentos ácidos que entram na boca,


de modo que a saliva é apenas ligeiramente ácida (pH entre 6,35 e 6,85). As

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glândulas salivares ajudam a remover moléculas residuais do corpo, que
respondem pela presença de ureia e ácido úrico na saliva.

• O muco lubrifica o alimento para que ele possa ser movimentado facilmente
na boca, modelado em uma bola e deglutido.

• A imunoglobulina A (IgA) impede a ligação de microrganismos, de modo que


eles não são capazes de penetrar o epitélio, e a enzima lisozima mata as
bactérias; no entanto, estas substâncias não estão presentes em quantidades
suficientes para eliminar todas as bactérias da boca.

• A secreção de saliva, a chamada salivação, é controlada pela divisão autônoma


do sistema nervoso.

• Normalmente, a estimulação parassimpática promove a secreção contínua de


uma quantidade moderada de saliva, o que mantém as túnicas mucosas
úmidas e lubrifica os movimentos da língua e dos lábios durante a fala. A
saliva é então engolida e ajuda a umedecer o esôfago. Eventualmente, a maior
parte dos componentes da saliva é reabsorvida, o que impede a perda de
líquidos.

• A estimulação simpática domina durante o estresse, resultando em


ressecamento da boca. Se o corpo fica desidratado, as glândulas salivares
param de secretar saliva para conservar a água; o ressecamento da boca
resultante contribui para a sensação de sede. Beber não só restaura a
homeostasia da água corporal, mas também umedece a boca.

• A sensação e o sabor dos alimentos também são potentes estimuladores das


secreções das glândulas salivares.

• Produtos químicos nos alimentos


estimulam os receptores nas papilas
gustativas, e os impulsos são
transmitidos das papilas gustativas
para dois núcleos salivares no tronco
encefálico (núcleos salivatório
superior e salivatório inferior). Os
impulsos parassimpáticos que
retornam pelas fibras dos nervos
facial (VII) e glossofaríngeo (IX)
estimulam a secreção de saliva. A
saliva continua sendo intensamente
secretada durante algum tempo
depois que o alimento é ingerido; esse
fluxo de saliva lava a boca e dilui e
isola os restos de produtos químicos
irritantes. Cheirar, ver, ouvir ou
pensar em alimentos também p odem
estimular a secreção de saliva.

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DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NA BOCA

• A digestão mecânica na boca resulta da mastigação, em que o alimento é


manipulado pela língua, triturado pelos dentes e misturado com saliva. Como
resultado, a comida é reduzida a uma massa macia flexível, facilmente
engolida, chamada bolo alimentar. As moléculas de alimento começam a se
dissolver na água da saliva, uma atividade importante porque as enzimas
podem reagir com as moléculas do alimento apenas em um meio líquido.

• Duas enzimas, a amilase salivar e a lipase lingual, contribuem para a digestão


química na boca. A amilase salivar, que é secretada pelas glândulas salivares,
inicia a degradação do amido. A função da amilase salivar é começar a
digestão do amido pela fragmentação do amido em moléculas menores. Mesmo
que o alimento normalmente seja deglutido muito rapidamente para que todos
os amidos sejam fragmentados na cavidade oral, a amilase salivar no alimento
ingerido continua agindo sobre os amidos por aproximadamente 1 h, tempo
em que os ácidos do estômago a inativam.

• A saliva contém também lipase lingual, que é secretada pelas glândulas


linguais na língua. Esta enzima torna-se ativa no ambiente ácido do estômago
e, assim, começa a funcionar após o alimento ser deglutido. Ela cliva os
triglicerídios (óleos e gorduras) em ácidos graxos e diglicerídios. Um
diglicerídio consiste em uma molécula de glicerol ligada a dois ácidos graxos.

DEGLUTIÇÃO

A deglutição ocorre em três fases:

1. Fase Voluntária (o bolo alimentar é


passado para a parte oral da
faringe):A deglutição é iniciada
quando o bolo alimentar é forçado
para a parte posterior da cavidade
oral e pelo movimento da língua
para cima e para trás contra o
palato.

2. Fase Faríngea (passagem


involuntária do bolo alimentar pela
faringe até o esôfago): Com a
passagem do bolo alimentar para a
parte oral da faringe, começa a fase
faríngea involuntária da deglutição.
O bolo alimentar estimula os
receptores da parte oral da faringe,
que enviam impulsos para o centro
da deglutição no bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico. Os
impulsos que retornam fazem com que o palato mole e a úvula se movam para
cima para fechar a parte nasal da faringe, o que impede que os alimentos e
líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal. Além disso, a epiglote fecha a

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abertura da laringe, o que impede que o bolo alimentar entre no restante do
trato respiratório. O bolo alimentar se move pelas partes oral e laríngea da
faringe. Quando o esfíncter esofágico superior relaxa, o bolo alimentar se move
para o esôfago

3. Fase esofágica (passagem involuntária do bolo alimentar através do esôfago


até o estômago): começa quando o bolo alimentar entra no esôfago. Durante
esta fase, o peristaltismo, uma progressão de contrações e relaxamentos
coordenados das camadas circular e longitudinal da túnica muscular,
empurra o bolo alimentar para a frente.

a. Na seção do esôfago imediatamente superior ao bolo alimentar, as


fibras musculares circulares se contraem comprimindo a parede
esofágica e comprimindo o bolo alimentar em direção ao estômago.

b. As fibras longitudinais inferiores ao bolo alimentar também se


contraem, o que encurta esta seção inferior e empurra suas paredes
para fora para que possam receber o bolo alimentar. As contrações são
repetidas em ondas que empurram o alimento em direção ao estômago.
Os passos a e b se repetem até que o bolo alimentar alcança os
músculos do esfíncter esofágico inferior.

c. O esfíncter esofágico inferior relaxa e o bolo alimentar se move para o


estômago. O muco produzido pelas glândulas esofágicas lubrifica o bolo
alimentar e reduz o atrito. A passagem do alimento sólido ou
semissólido da boca ao estômago leva de 4 a 8 s; alimentos muito moles
e líquidos passam em apr aproximadamente 1 s.

DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NO ESTÔMAGO

• Poucas ondas peristálticas são observadas na região do fundo gástrico, que


tem principalmente uma função de armazenamento.

1. Em vez disso, a maior parte das ondas começa no corpo gástrico e se


intensifica à medida que alcança o antro pilórico. Cada onda peristáltica
move o conteúdo gástrico do corpo gástrico para baixo para dentro do
antro pilórico, em um processo conhecido como propulsão.

2. O óstio pilórico normalmente permanece quase, mas não completamente,


fechado. Como a maior parte das partículas de alimento no estômago
inicialmente são demasiadamente grandes para passar através do estreito
óstio pilórico, elas são forçadas para trás para o corpo gástrico, em um
processo conhecido como retropulsão.

3. Ocorre então outra rodada de propulsão, movendo as partículas de


alimentos de volta para o antro pilórico. Se as partículas de alimento
continuam sendo demasiadamente grandes para passar através do óstio
pilórico, a retropulsão ocorre novamente e as partículas são comprimidas
de volta para o corpo gástrico. Em seguida, ocorre ainda outra rodada
adicional de propulsão, e o ciclo continua se repetindo.

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4. O resultado líquido destes movimentos é que o conteúdo gástrico é
misturado ao suco gástrico, por fim sendo reduzido a um líquido com
consistência de sopa chamado quimo. Uma vez que as partículas de
alimento no quimo são suficientemente pequenas, elas podem passar
através do óstio pilórico, em um fenômeno conhecido como esvaziamento
gástrico.

5. O esvaziamento gástrico é um processo lento: apenas aproximadamente 3


mℓ de quimo se movem através do óstio pilórico de cada vez. Os alimentos
podem permanecer no fundo gástrico durante aproximadamente 1 h sem
serem misturados ao suco gástrico. Durante este tempo, a digestão pela
amilase salivar das glândulas salivares continua. Logo, no entanto, a ação
de agitação mistura o quimo com o suco gástrico ácido, inativando a
amilase salivar e ativando a lipase lingual produzida pela língua, que
começa a digerir os triglicerídios em ácidos graxos e diglicerídios.

• Embora as células parietais


secretem os íons hidrogênio (H⁺) e
íons cloreto (Cl¯) separadamente
no lúmen do estômago, o efeito
líquido é a secreção de ácido
clorídrico (HCl). As bombas de
prótons alimentadas pela
H⁺K⁺ATPase transportam
ativamente o H+ para o lúmen
enquanto trazem os íons potássio
(K⁺) para dentro da célula. Ao
mesmo tempo, o Cl¯ e o K⁺ se
difundem para fora para o lúmen
através dos canais de Cl¯ e K⁺ da
membrana apical. A enzima
anidrase carbônica, que é
especialmente abundante nas
células parietais, catalisa a
formação de ácido carbônico
(H2CO3) a partir da água
(H2O) e dióxido de carbono
(CO2). Quando o ácido
carbônico se dissocia, ele
fornece uma fonte pronta de
H+ para as bombas de prótons,
mas também produz íons
bicarbonato (HCO3). Conforme
o HCO3¯ se acumula no
citosol, ele sai da célula
parietal na troca por Cl– via
antiportadores Cl¯ HCO3 ¯ na
membrana basolateral
(próxima da lâmina própria). O

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HCO3¯ se difunde nos capilares sanguíneos próximos. Esta “maré alcalina”
de íons bicarbonato entrando na corrente sanguínea após uma refeição pode
ser grande o suficiente para elevar ligeiramente o pH do sangue e deixar a
urina mais alcalina.

• A secreção de HCl pelas células parietais pode ser estimulada por várias
fontes:

o a acetilcolina (ACh) liberada pelos neurônios parassimpáticos;

o a gastrina secretada pelas células secretoras de gastrina

o histamina, que é uma substância parácrina liberada pelos mastócitos


na lâmina própria das proximidades.

• A acetilcolina e a gastrina estimulam as células parietais a secretar mais HCl


na presença de histamina. Em outras palavras, a histamina atua
sinergicamente, melhorando os efeitos da acetilcolina e da gastrina. Os
receptores das três substâncias estão presentes na membrana plasmática das
células parietais. Os receptores de histamina nas células parietais são
chamados receptores H2; eles medeiam respostas diferentes do que os
receptores H1 envolvidos nas respostas alérgicas.

• O líquido fortemente ácido do estômago mata muitos microrganismos dos


alimentos. O HCl desnatura parcialmente as proteínas dos alimentos e
estimula a secreção de hormônios que promovem o fluxo da bile e do suco
pancreático. A digestão enzimática das proteínas também começa no
estômago. A única enzima proteolítica (que digere proteína) no estômago é a
pepsina, que é secretada pelas células principais gástricas. A pepsina rompe
certas ligações peptídicas entre os aminoácidos, fragmentando uma cadeia
proteica de muitos aminoácidos em fragmentos peptídicos menores. A pepsina
é mais efetiva no ambiente ácido do estômago (pH 2); torna-se inativa em um
pH mais alto.

• Outra enzima do estômago é a lipase gástrica, que cliva os triglicerídios


(gorduras e óleos) das moléculas de gordura (como as encontradas no leite)
em ácidos graxos e monoglicerídios. Um monoglicerídio é composto por uma
molécula de glicerol ligada a uma molécula de ácido graxo. Esta enzima, que
tem um papel limitado no estômago adulto, opera melhor a um pH entre 5 e
6. Mais importante do que qualquer lipase lingual ou lipase gástrica é a lipase
pancreática, uma enzima secretada pelo pâncreas para o intestino delgado.
Apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida no estômago,
porque suas células epiteliais são impermeáveis à maior parte dos materiais.
No entanto, as células mucosas do estômago absorvem um pouco de água,
íons e ácidos graxos de cadeia curta, bem como determinados fármacos e
álcool.

• Dentro de 2 a 4 h após a ingestão de uma refeição, o estômago já esvaziou seu


conteúdo para o duodeno. Os alimentos ricos em carboidratos permanecem
menos tempo no estômago; alimentos ricos em proteína permanecem um

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pouco mais, e o esvaziamento é mais lento após uma refeição rica em gordura
contendo grandes quantidades de triglicerídios

DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NO INTESTINO DELGADO

• Os dois tipos de movimentos do intestino delgado – segmentações e um tipo


de peristaltismo chamado complexo mioelétrico migratório – são controlados
principalmente pelo plexo mioentérico.

• As segmentações são contrações localizadas de mistura que ocorrem em


partes do intestino distendido por um quimo volumoso.

• As segmentações misturam o quimo aos sucos digestórios e colocam as


partículas de alimentos em contato com a túnica mucosa para serem
absorvidos; elas não empurram o conteúdo intestinal ao longo do canal
alimentar.

1. Uma segmentação iniciasse com a contração das fibras musculares


circulares de uma parte do intestino delgado, uma ação que comprime
o intestino em segmentos.

2. A seguir, as fibras musculares que circundam o meio de cada segmento


também se contraem, dividindo novamente cada segmento.

3. Por fim, as fibras que se contraíram inicialmente relaxam, e cada


pequeno segmento se une com o pequeno segmento adjacente, de modo
a formar grandes segmentos novamente.

4. Conforme essa sequência de eventos se repete, o quimo patina para


frente e para trás.

5. Depois de a maior parte de uma refeição ter sido absorvida, o que


diminui a distensão da parede do intestino delgado, a segmentação
para e o peristaltismo começa. O tipo de peristaltismo que ocorre no
intestino delgado, denominado complexo mioelétrico migratório (CMM),
iniciasse na parte inferior do estômago e empurra o quimo para a frente
ao longo de um trecho curto do intestino delgado antes de cessar. O
CMM desce lentamente pelo intestino delgado, alcançando o final do
íleo em 90 a 120 min. Em seguida, outro CMM começa no estômago.
Ao todo, o quimo permanece no intestino delgado por 3 a 5 h.

• Na boca, a amilase salivar converte o amido em maltose, maltotriose e


αdextrina. No estômago, a pepsina converte as proteínas em peptídios, e as
lipases lingual e gástrica convertem alguns triglicerídios em ácidos graxos,
diglicerídios e monoglicerídios. Assim, o quimo que entra no intestino delgado
contém carboidratos, proteínas e lipídios parcialmente digeridos. A conclusão
da digestão dos carboidratos, proteínas e lipídios é um esforço coletivo do suco
pancreático, bile e suco intestinal no intestino delgado.

ABSORÇÃO NO INTESTINO DELGADO

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


• Todas as fases químicas e mecânicas da digestão, da boca ao intestino delgado,
são controladas de modo a alterar os alimentos em formas que possam passar
através das células epiteliais absortivas que revestem a túnica mucosa e
entrar nos vasos sanguíneos e linfáticos subjacentes. A passagem destes
nutrientes digeridos do canal alimentar para o sangue ou linfa é chamado
absorção.

• A absorção de materiais ocorre por meio da difusão, difusão facilitada, osmose


e transporte ativo. Aproximadamente 90% de toda a absorção de nutrientes
ocorre no intestino delgado; os outros 10% ocorrem no estômago e no intestino
grosso. Qualquer material não digerido ou não absorvido que sobra no
intestino delgado passa para o intestino grosso.

DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NO INTESTINO GROSSO

• A passagem do quimo do íleo para o ceco é controlada pela ação do óstio ileal.
Normalmente, este óstio permanece parcialmente fechado, de modo que a
passagem do quimo para o ceco geralmente ocorre de modo lento.
Imediatamente após uma refeição, o reflexo gastroileal intensifica o
peristaltismo no íleo e força um eventual quimo em direção ao ceco. O
hormônio gastrina também relaxa o óstio. Sempre que o ceco é distendido, o
grau de contração do óstio ileal se intensifica.

• Os movimentos do colo começam quando substâncias passam pelo óstio ileal.


Como o quimo se move pelo intestino delgado a uma velocidade razoavelmente
constante, o tempo necessário para uma refeição passar para o colo é
determinado pelo tempo de esvaziamento gástrico. Conforme o alimento passa
pelo óstio ileal, enche o ceco e acumula-se no colo ascendente.

• Um movimento característico do intestino grosso é a agitação das saculações


do colo. Neste processo, as saculações do colo permanecem relaxadas e são
distendidas enquanto se enchem. Quando a distensão alcança um
determinado ponto, as paredes se contraem e espremem o conteúdo para a
próxima saculação do colo. O peristaltismo também ocorre, embora em um
ritmo mais lento do que nas partes mais proximais do canal alimentar. Um
último tipo de movimento é o peristaltismo em massa, uma forte onda
peristáltica que começa aproximadamente na metade do colo transverso e leva
rapidamente o conteúdo do colo para o reto. Como os alimentos no estômago
iniciam esse reflexo gastrocólico no colo, o peristaltismo em massa geralmente
ocorre 3 ou 4 vezes/dia, durante ou imediatamente após uma refeição.

• A fase final da digestão ocorre no colo por meio da ação das bactérias que
habitam o lúmen. O muco é secretado pelas glândulas do intestino grosso,
mas não são secretadas enzimas. O quimo é preparado para a eliminação pela
ação de bactérias, que fermentam quaisquer carboidratos restantes e liberam
hidrogênio, dióxido de carbono e gases metano. Estes gases contribuem para
os flatos no colo, denominada flatulência quando é excessiva. As bactérias
também convertem quaisquer proteínas restantes em aminoácidos e
fragmentam os aminoácidos em substâncias mais simples: indol, escatol,
sulfeto de hidrogênio e ácidos graxos. Um pouco de indol e escatol é eliminado

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


nas fezes e contribui para o seu odor; o restante é absorvido e transportado
para o fígado, onde estes compostos são convertidos em compostos menos
tóxicos e excretados na urina.

ABSORÇÃO E FORMAÇÃO DE FEZES NO INTESTINO GROSSO

• O quimo permaneceu no intestino grosso, tornou-se sólido ou semissólido por


causa da absorção de água e agora é chamado fezes. Quimicamente, as fezes
consistem em água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica mucosa do
canal alimentar, bactérias, produtos da decomposição bacteriana, materiais
digeridos e não absorvidos e partes não digeríveis de alimentos.

• Embora 90% de toda a absorção de água ocorra no intestino delgado, o


intestino grosso absorve o suficiente para torna-lo um órgão importante na
manutenção de equilíbrio hídrico do corpo. Dos 0,5 a 1,0 ℓ de água que entra
no intestino grosso, tudo exceto aproximadamente 100 a 200 mℓ normalmente
é absorvido por osmose. O intestino grosso também absorve íons, incluindo
sódio e cloreto, e algumas vitaminas.

REFLEXO DE DEFECAÇÃO

• Os movimentos peristálticos em massa empurram o material fecal do colo


sigmoide para o reto. A distensão resultante da parede retal estimula os
receptores de estiramento, que iniciam um reflexo de defecação que resulta
na defecação, a eliminação das fezes do reto por meio do ânus.

• O reflexo de defecação ocorre do seguinte modo: em resposta à distensão da


parede retal, os receptores enviam impulsos nervosos sensitivos para a
medula espinal sacral. Impulsos motores da medula viajam ao longo dos
nervos parassimpáticos de volta para o colo descendente, colo sigmoide, reto
e ânus. A contração resultante dos músculos longitudinais retais encurta o
reto, aumentando assim a pressão em seu interior. Esta pressão, junto com
contrações voluntárias do diafragma e dos músculos abdominais, além do
estímulo parassimpático, abrem o músculo esfíncter interno do ânus.

• O músculo esfíncter externo do ânus é controlado voluntariamente. Se for


voluntariamente relaxado, a defecação ocorre e as fezes são expelidas através
do ânus; se for voluntariamente contraído, a defecação pode ser adiada.
Contrações voluntárias do diafragma e dos músculos abdominais auxiliam na
defecação ao aumentar a pressão no interior do abdome, que empurra as
paredes do colo sigmoide e do reto para dentro.

• Se a defecação não ocorrer, as fezes voltam para o colo sigmoide até que a
próxima onda de peristaltismo em massa estimule os receptores de
estiramento, novamente produzindo a vontade de defecar.

o A diarreia é um aumento da frequência, do volume e do teor de líquido


das fezes causado por aumento na motilidade e diminuição na absorção
pelos intestinos. Quando o quimo passa muito rapidamente pelo
intestino delgado e as fezes passam muito rapidamente pelo intestino

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grosso, não há tempo suficiente para a absorção. A diarreia frequente
pode resultar em desidratação e desequilíbrio eletrolítico.

o A constipação intestinal se refere à defecação infrequente ou difícil


causada pela diminuição da motilidade do intestino. Como as fezes
permanecem no colo por períodos prolongados, ocorre uma absorção
excessiva de água, e as fezes tornam-se ressecadas e duras.

INERVAÇÃO DO CANAL ALIMENTAR

O canal alimentar é regulado por um conjunto


intrínseco de nervos conhecido como sistema
nervoso entérico e por um conjunto extrínseco
de nervos que fazem parte da divisão autônoma
do sistema nervoso.

SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO

• Os neurônios do SNE são organizados em


dois plexos. Os plexos do SNE consistem
em neurônios motores, interneurônios e
neurônios sensitivos.

o O plexo mioentérico ou plexo de Auerbach: Os neurônios motores


irrigam as camadas musculares lisas longitudinais e circulares da
túnica muscular e por isso controla principalmente a motilidade do
canal alimentar, particularmente a frequência e força de contração da
túnica muscular.

o O plexo submucoso: Os neurônios motores irrigam as células


secretoras do epitélio da túnica mucosa, controlando as secreções dos
órgãos do canal alimentar do plexo submucoso.

• Os interneurônios do SNE interligam os neurônios dos plexos mioentérico e


submucoso.

• Os neurônios sensitivos do SNE irrigam o epitélio da túnica mucosa e contêm


receptores que detectam estímulos no lúmen do canal alimentar. A parede do
canal alimentar contém dois tipos principais de receptores sensitivos: (1)
quimiorreceptores, que respondem a determinados produtos químicos dos
alimentos presentes no lúmen, e (2) mecanorreceptores, como os receptores de
estiramento, que são ativados quando o alimento distende a parede de um
órgão do canal alimentar.

DIVISÃO AUTÔNOMA DO SISTEMA NERVOSO

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


• Embora os neurônios do SNE possam funcionar de modo independente, eles
estão sujeitos à regulação pelos neurônios da divisão autônoma do sistema
nervoso.

• O nervo vago (NC X) fornece fibras parassimpáticas à maioria das partes do


canal alimentar, com exceção da última metade do intestino grosso, que é
suprida pelas fibras parassimpáticas da medula espinal sacral.

• Os nervos parassimpáticos que suprem o canal alimentar formam conexões


neurais com o SNE. Os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos dos
nervos vago e esplênico pélvico fazem sinapse com os neurônios pós-
ganglionares parassimpáticos localizados nos plexos mioentéricos e
submucoso. Alguns dos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, por sua
vez, fazem sinapse com neurônios do SNE; outros inervam diretamente o
músculo liso e glândulas no interior da parede do canal alimentar. Em geral,
a estimulação dos nervos parassimpáticos que inervam o canal alimentar
causa aumento da secreção e motilidade por meio do aumento na atividade
dos neurônios do SNE.

• Os nervos simpáticos que irrigam o canal alimentar emergem das partes


torácica e lombar superior da medula espinal.

• Como os nervos parassimpáticos, estes nervos simpáticos formam conexões


neurais com o SNE. Os neurônios pós-ganglionares simpáticos fazem sinapse
com neurônios localizados no plexo mioentérico e plexo submucoso. Em geral,
os nervos simpáticos que irrigam o canal alimentar causam uma diminuição
na secreção e motilidade GI por meio da inibição dos neurônios do SNE.
Emoções como raiva, medo e ansiedade podem retardar a digestão, porque
estimulam os nervos simpáticos que suprem o canal alimentar.

VIAS REFLEXAS GASTRINTESTINAIS

Muitos neurônios do SNE são componentes das vias reflexas que regulam a secreção
e motilidade em resposta a estímulos presentes no lúmen do canal alimentar. Os
componentes iniciais da via reflexa GI típica são os receptores sensitivos (como os
quimiorreceptores e receptores de estiramento), que estão associados a neurônios
sensitivos do SNE. Os axônios destes neurônios sensitivos podem fazer sinapse com
outros neurônios localizados no SNE, SNC ou SNA, informando estas regiões em
relação à natureza do conteúdo e grau de distensão do canal alimentar. Os neurônios
do SNE, SNC ou SNA posteriormente ativam ou inibem glândulas e músculo liso,
alterando a secreção e motilidade do canal alimentar.

FASES DA DIGESTÃO

As atividades digestórias ocorrem em três fases que se sobrepõem: a fase cefálica,


a fase gástrica e a fase intestinal.

FASE CEFÁLICA
• Durante a fase cefálica da digestão, o olfato, a visão, o pensamento ou o gosto
inicial da comida ativam centros neurais no córtex cerebral, no hipotálamo e

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no tronco encefálico. O tronco encefálico então ativa os nervos: facial (NC VII),
glossofaríngeo (NC IX) e vago (NC X). Os
nervos facial e glossofaríngeo estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva,
enquanto o nervo vago estimula as
glândulas gástricas a secretar suco
gástrico. A finalidade da fase cefálica da
digestão é preparar a boca e o estômago
para o alimento que está prestes a ser
ingerido.

FASE GÁSTRICA
• Quando o alimento chega ao estômago,
começa a fase gástrica da digestão.
Mecanismos neurais e hormonais regulam
esta fase, a fim de promover a secreção e
motilidade gástrica.

REGULAÇÃO NEURAL
O alimento de qualquer tipo distende o estômago e
estimula os receptores de estiramento em suas
paredes. Os quimiorreceptores no estômago
monitoram o pH do quimo no estômago. Quando
as paredes do estômago são distendidas ou o pH
aumenta porque proteínas entraram no estômago
e tamponaram um pouco do seu ácido, os
receptores de estiramento e quimiorreceptores são
ativados, e um ciclo de feedback negativo neural é
acionado. Dos receptores de estiramento e
quimiorreceptores, os impulsos nervosos se
propagam para o plexo submucoso, onde ativam
neurônios parassimpáticos e entéricos. Os
impulsos nervosos resultantes causam ondas de
peristaltismo e continuam estimulando o fluxo de
suco gástrico das glândulas gástricas. As ondas
peristálticas misturam os alimentos com o suco
gástrico; quando as ondas se tornam fortes o
suficiente, uma pequena quantidade de quimo passa pelo esvaziamento gástrico para
o duodeno. O pH do quimo do estômago cai (torna-se mais ácido) e a distensão das
paredes do estômago diminui, porque o quimo passou para o intestino delgado,
suprimindo a secreção de suco gástrico

REGULAÇÃO HORMONAL.
A secreção gástrica durante a fase gástrica também é regulada pelo hormônio
gastrina. A gastrina é liberada pelas células secretoras de gastrina das glândulas
gástricas em resposta a vários estímulos: distensão do estômago pelo quimo,
proteínas parcialmente digeridas no quimo, pH elevado do quimo decorrente dos

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alimentos no estômago, cafeína no quimo gástrico e acetilcolina liberada pelos
neurônios parassimpáticos. Quando é liberada, a gastrina entra na corrente
sanguínea, percorre todo o corpo e, por fim, chega a seus órgãos-alvo no sistema
digestório. A gastrina estimula as glândulas gástricas a secretar grandes
quantidades de suco gástrico. Ela também reforça a contração do esfíncter esofágico
inferior para impedir o refluxo do quimo ácido para o esôfago, aumenta a motilidade
do estômago e relaxa o músculo esfíncter do piloro, que promove o esvaziamento
gástrico. A secreção de gastrina é inibida quando o pH do suco gástrico cai abaixo
de 2,0; é estimulada quando o pH aumenta. Este mecanismo de feedback negativo
ajuda a proporcionar o baixo pH ideal para o funcionamento da pepsina, a matar
microrganismos e a desnaturar proteínas no estômago.

FASE INTESTINAL
A fase intestinal da digestão começa quando o alimento entra no intestino delgado.
Ao contrário dos reflexos iniciados durante as fases cefálica e gástrica, que
estimulam a atividade de secreção e motilidade do estômago, os reflexos que ocorrem
durante a fase intestinal têm efeitos inibitórios que retardam a saída do quimo do
estômago. Isso impede que o duodeno seja sobrecarregado com mais quimo do que
pode suportar. Além disso, as respostas que ocorrem durante a fase intestinal
promovem a digestão continuada dos alimentos que chegaram ao intestino delgado.
Estas atividades da fase intestinal da digestão são reguladas por mecanismos
neurais e hormonais

REGULAÇÃO NEURAL
A distensão do duodeno pela presença de quimo causa o reflexo enterogástrico. Os
receptores de estiramento da parede duodenal enviam impulsos nervosos para o
bulbo, onde inibem o estímulo parassimpático e estimulam os nervos simpáticos que
inervam o estômago. Como resultado, a motilidade gástrica é inibida e há um
aumento na contração do músculo esfíncter do piloro, o que diminui o esvaziamento
gástrico

REGULAÇÃO HORMONAL
A fase intestinal da digestão é mediada por dois hormônios principais secretados pelo
intestino delgado: a colecistocinina e a secretina. A colecistocinina (CCK) é secretada
pelas células CCK das glândulas intestinais no intestino delgado em resposta ao
quimo contendo aminoácidos de proteínas parcialmente digeridas e ácidos graxos de
triglicerídios parcialmente digeridos. A CCK estimula a secreção de suco pancreático,
que é rico em enzimas digestórias. Também provoca a contração da parede da
vesícula biliar, que comprime a bile armazenada na vesícula biliar para o ducto
cístico e ao longo do ducto colédoco. Além disso, a CCK provoca o relaxamento do
esfíncter da ampola hepatopancreática, que possibilita que o suco pancreático e a
bile fluam para o duodeno. A CCK também retarda o esvaziamento gástrico por meio
da promoção da contração do músculo esfíncter do piloro, produz saciedade pela
ativação do hipotálamo no encéfalo, promove o crescimento normal e manutenção
do pâncreas, e incrementa os efeitos da secretina. O quimo ácido que entra no
duodeno estimula a liberação de secretina pelas células S das glândulas intestinais
no intestino delgado. Por sua vez, a secretina estimula o fluxo de suco pancreático

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que é rico em íons bicarbonato (HCO3¯) para tamponar o quimo ácido que entra no
duodeno a partir do estômago. Em adição a este importante efeito, a secretina inibe
a secreção de suco gástrico, promove o crescimento normal e a manutenção do
pâncreas, e incrementa os efeitos da CCK. De modo geral, a secretina causa o
tamponamento do ácido do quimo que chega ao duodeno e diminui a produção de
ácido no estômago.

OUTROS HORMÔNIOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

Além da gastrina, CCK e secretina, pelo menos 10 outros hormônios ditos intestinais
são secretados e têm efeitos sobre o canal alimentar. Eles incluem motilina,
substância P e bombesina, que estimulam a motilidade dos intestinos; o polipeptídio
intestinal vasoativo (PIV), que estimula a secreção de íons e água pelos intestinos e
inibe a secreção de ácido gástrico; o peptídio liberador de gastrina, que estimula a
liberação de gastrina; e a somatostatina, que inibe a liberação de gastrina. Acredita-
se que alguns destes hormônios atuem como hormônios locais (parácrinos); outros
são secretados no sangue ou até mesmo no lúmen do canal alimentar. Os papéis
fisiológicos desses e de outros hormônios intestinais ainda estão sendo pesquisados.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


Metabolismo do
Carboidrato
Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes na natureza. Eles
possuem grande variedade de funções, que incluem o fornecimento de fração
significativa da energia na dieta da maioria dos organismos e a atuação como forma
de armazenamento de energia no corpo e como componentes da membrana celular,
mediando algumas formas de comunicação intercelular. Os carboidratos também
servem como componentes estruturais de muitos organismos, incluindo a parede
celular de bactérias, o exoesqueleto de muitos insetos e as fibras de celulose das
plantas. A fórmula empírica para muitos dos carboidratos mais simples é (CH2O)n,
daí o nome "hidratos de carbono".

CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA DOS CARBOIDRATOS

• Os monossacarídeos (açúcares simples) podem ser classificados de acordo


com o número de átomos de carbono que contêm.

• Os carboidratos com um aldeído como seu grupo funcional mais oxidado são
denominados aldoses, enquanto aqueles com um grupo cetona como seu
grupo funcional mais oxidado são chamados cetoses

• Os monossacarídeos podem se ligar por ligações glicosídicas, criando


estruturas maiores

• Os dissacarídeos contêm duas unidades de monossacarídeos, os


oligossacarídeos contêm de três até cerca de 10 unidades de monossacarídeos
e os polissacarídeos contêm mais de 10 unidades de monossacarídeos,
podendo alcançar centenas de unidades de açúcares em sua estrutura.

DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS

• Os principais sítios de digestão dos carboidratos da dieta são a boca e o lúmen


intestinal. Essa digestão é rápida e é catalisada por enzimas denominadas
glicosídeo-hidrolases (glicosidases) que hidrolisam as ligações glicosídicas.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira


• Há poucos monossacarídeos em dietas de origem mista, animal e vegetal.
Portanto, as enzimas necessárias para a degradação da maioria dos
carboidratos da dieta são principalmente as endoglicosidases, que hidrolisam
oligossacarídeos e polissacarídeos, e as dissacaridases, que hidrolisam tri e
dissacarídios em seus componentes redutores. Glicosidases em geral são
específicas para a estrutura e para a configuração do resíduo glicosila a ser
removido, bem como para o tipo de ligação a ser hidrolisada. Os produtos
finais da digestão de carboidratos são os monossacarídeos glicose, galactose
e frutose, os quais são absorvidos pelas células do intestino delgado.

A DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS INICIA NA BOCA

• Os principais polissacarídeos da dieta são de origem vegetal (amido, composto


de amilose e amilopectina) e animal (glicogênio). Durante a mastigação, a α-
amilase salivar atua brevemente sobre o amido e o glicogênio da dieta, de
maneira aleatória, hidrolisando algumas ligações α1,4

• Tanto a amilopectina quanto o glicogênio são ramificados e, assim, também


contêm ligações α1,6, que a α-amilase não pode hidrolisar. Por isso, os
produtos da digestão resultantes da sua ação contêm uma mistura de
oligossacarídeos não ramificados e ramificados, conhecidos como dextrinas. A
digestão dos carboidratos cessa temporariamente no estômago, porque a
elevada acidez inativa a a-amilase salivar.

A DIGESTÃO SUBSEQUENTE DOS CARBOIDRATOS PELAS ENZIMAS PANCREÁTICAS


OCORRE NO INTESTINO DELGADO

Quando o conteúdo ácido do estômago atinge o intestino delgado, ele é neutralizado


pelo bicarbonato secretado pelo pâncreas, e a α-amilase pancreática continua o
processo de digestão do amido.

DIGESTÃO FINAL DOS CARBOIDRATOS PELAS ENZIMAS SINTETIZADAS PELAS


CÉLULAS MUCOSAS INTESTINAIS

O processo final da digestão ocorre principalmente no epitélio mucoso do jejuno


superior, e inclui a ação de várias dissacaridases. Por exemplo, a isomaltase rompe
a ligação α1,6 da isomaltose, e a maltase hidrolisa a maltose e a malotriose, ambas
produzindo glicose; a sacarase hidrolisa a sacarose, produzindo glicose e frutose, e
a lactase (β-galactosidase) hidrolisa a lactose, produzindo galactose e glicose. Essas
enzimas são secretadas pelo lado luminal da membrana em forma de escova das
células da mucosa intestinal e permanecem associadas a essa membrana.

ABSORÇÃO DOS MONOSSACARÍDEOS PELAS CÉLULAS DA MUCOSA DO INTESTINO

O duodeno e o jejuno superior absorvem a maior parte dos glicídeos da dieta.


Entretanto, diferentes glicídeos são absorvidos por meio de diferentes mecanismos.
Por exemplo, a galactose e a glicose são transportadas para o interior das células

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mucosas por um processo ativo, que requer energia e uma captação concomitante
de íons sódio; a proteína transportadora é o cotransportador de glicose 1 dependente
de sódio (SGLT-1). A absorção de frutose requer um transportador de
monossacarídeo independente de sódio (GLUT-5). Todos os três monossacarídeos são
transportados das células mucosas intestinais para a circulação porta por outro
transportador, o GLUT-2.

Daniela Junqueira Gomes Teixeira

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