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GUIA DE AÇÕES: INICIANTES

GUIA DE AÇÕES:
INICIANTES

Minha primeira ação

CAPÍTULO UM - COMO ESCOLHER A CORRETORA

Nesta primeira etapa do guia, apresentamos o processo de seleção da instituição financeira


que vai levar seu bolso até a Bolsa de Valores

Este é um guia prático para quem deseja conhecer os primeiros passos para investir em ações. Se você che-
gou até aqui, imagino que tenha se familiarizado com o tema Bolsa de Valores em algum lugar. Se ainda não,
preste atenção nas linhas abaixo. Separamos o que você precisa saber entre o pensar em investir em bolsa e
o comprar ações, de fato.

Chama-se Bolsa de Valores o ambiente que serve para negociação de vários contratos financeiros, inclusive
ações de empresas. No Brasil, a BM&FBovespa fica sediada em São Paulo, e opera por meio de um sistema
totalmente eletrônico. Você manda a ordem via internet, ou o assessor da corretora faz isso pra você. A in-
formação chega na Bolsa e, então, o negócio é realizado.

Hoje a Bovespa concentra toda a negociação de ações no Brasil. É uma empresa como qualquer outra, tem
acionistas e precisa entregar lucro. Qual sua função social? Aos investidores que compram e vendem ações,
serve para constituir patrimônio ao longo do tempo. Já as empresas colocam suas ações à disposição para
receber novos sócios e consequentemente levantar dinheiro para novos projetos. Com isso, a empresa toca
investimentos, gerando empregos e girando a roda da economia.

Pronto. Hora de saber como você, investidor, entra na história. Boa leitura.

“Oi gerente, quero comprar ações”

Está decidido. Chegou a hora de romper com a inércia da caderneta de poupança e migrar para opções mais
atrativas de investimento, como as ações de empresas. Sair do amadorismo no trato com o dinheiro e cami-
nhar até a Bolsa de Valores requer a escolha de um intermediador.

Não dá para bater na porta da BM&FBovespa com o bolso cheio e pedir para virar sócio de uma Vale do Rio
Doce. Todo o processo de investimento funciona em quatro braços: corretora e Bolsa. São os dois elementos
cruciais para finalmente aplicar o rico dinheirinho em ações.

Como vimos acima, a BM&FBovespa é dominante no mercado brasileiro. Além de hospedar o ambiente de
negociação das ações, executa a liquidação financeira dos ativos e regula toda a etapa pós-negociação. As

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corretoras de valores, por sua vez, representam a porta de entrada do investimento em ações. Ao contrário
da BM&FBovespa, há bem mais do que só uma instituição por aí.

Estima-se que há cerca de 80 corretoras no Brasil habilitadas a levar nossa grana até a Bolsa. Eis, portanto, a
necessidade de se por em prática uma triagem para escolher a sua.

Segundo pesquisa da própria Bolsa, o banco ainda predomina como canal para investimentos em ações. Qua-
se todas as pessoas consultadas procurariam o gerente do banco caso fossem investir em Bolsa. A instituição
financeira (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) que você tem conta corrente fatalmente possui uma
corretora. Ao optar por utilizar os serviços da corretora na mesma estrutura onde movimenta a conta corren-
te, economiza-se custos com TED. Porém não adianta evitar essa despesa e pagar muito caro com as outras
despesas cobradas pela corretora.

Basicamente as duas principais taxas que o investidor deve ficar atento são a taxa de corretagem e a taxa de
custódia. A primeira se refere ao custo de transação fixado pela corretora. A segunda quer dizer o preço pelo
serviço da corretora de guardar as ações do investidor. Geralmente cobra-se corretagem a cada operação,
enquanto o custo de custódia é mensal.

Quem está entrando no mercado de ações provavelmente está pensando em rentabilidade mais gorda do
que a poupança ou do que os títulos públicos da renda fixa. Por isso a importância de se levar em conta as
taxas inerentes ao processo, sob o risco de ver parte do ganho corroído antes de chegar em suas mãos. Não
existe um valor inicial mínimo para comprar ações na Bolsa. Com menos de R$ 1.000 você consegue adquirir
um lote padrão de papéis de uma empresa no mercado. Porém, dependendo dos valores de taxas envolvi-
das, a transação pode não valer a pena.

A Empiricus defende a bandeira do aprender na prática a investir em ações. Começando justamente com
poucas quantias, ciente de eventuais perdas, para experimentar o primeiro contato com o universo da renda
variável. Nenhum livrotexto conseguirá transmitir a rotina das cotações e as reações perante o comporta-
mento do mercado. E tudo isso é mais fácil do que parece.

Premissas para não se arrepender

Além das corretoras dos bancos, há uma diversidade enorme de corretoras independentes. Difícil identificar
diferenças na oferta de serviços, o melhor é garimpar qualidade. Os sites das corretoras são bem coloridos,
cheios de opções para clicar: “Invista agora!”, “Chegou a hora do seu futuro!”, “Abra sua conta!”. Várias
vezes aparece a opção “Produtos”, que leva para “Ações”. Aqui especificamente focaremos no homebroker,
o sistema de compra e venda de ações pela internet. Há quem prefira realizar as ordens por telefone, con-
versando com o operador. Vai de cada um. Mas atenção aos custos. E não precisa ter medo do homebroker.
Afinal, ele é irmão caçula do internet banking.

A função básica de todo homebroker é o envio de ordens. Exemplo. A investidora Luana quer comprar ações
da empresa Y. Simultaneamente, o investidor Cláudio almeja vender os papéis da Y. Cada uma faz o envio da
ordem para suas respectivas corretoras que, por sua vez, vão encaminhar os pedidos para a Bovespa. Se o
que Luana está disposta a pagar coincidir com o preço que Cláudio topa se desfazer das ações, a negociação
é concretizada. Você faz tudo do computador, sem sair de casa.

O homebroker também serve para auxiliar no monitoramento do mercado. Além de ver em tempo real as
cotações das ações e dos índices de ações, como o famoso Ibovespa, o sistema registra as ordens enviadas,
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discriminando quais foram executadas e quais prosseguem em aberto. Também fica disponível para visuali-
zação 24 horas por dia as ações que detêm em carteira, o saldo financeiro da conta, extratos de operações
realizadas e histórico de posição financeira.

Praticamente duas empresas provedoras de tecnologia fabricam os homebrokers que usamos no Brasil. Isso
quer dizer que aparentemente eles não mudam muito de uma corretora para outra, com exceção às cores
do layout ou disposição das janelas. Conforme a imagem abaixo, no centro aparece o desempenho da ação,
com a cotação e a variação do momento. Logo à esquerda, a janela “Comprar/ Vender” permite que você
programe sua compra, colocando o código da ação, a quantidade de papéis, o preço... E, acima, um “status”
da carteira para saber quais ordens foram executadas.

Conforme abordamos antes, os custos de transação podem corroer parte dos ganhos com venda de ações.
Quem vasculhar os sites das corretoras perceberá que há taxa de corretagem por ordem desde R$ 2,90 até
R$ 30,00. As taxas de custódia variam entre isenção, caso você faça alguma ordem no mês – e, portanto,
dê alguma receita à corretora pelo consumo da banda de internet pela visualização das cotações no home-
broker -, até cerca de R$ 15,00 por mês.

Fique atento porque a tela de negociação não resume o serviço do homebroker. As corretoras também dis-
ponibilizam relatórios de análise, ferramentas de gráficos e atendimento disponível a todo o momento. A
proatividade e qualidade disso tudo varia de corretora para corretora.

Sabemos que custo é importante, e aí não há outra forma se não vasculhar as opções mais interessantes.
Porém estamos falando de um serviço que requer garantia de qualidade e execução. Qual seria a triagem
adequada, portanto, para começar com o pé direito?

Há algum tempo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criou o chamado boletim de atendimento ao
público, um documento que reúne consultas, reclamações e denúncias protocoladas por meio dos diversos
canais de atendimento ao público investidor. Uma espécie de mapa dos principais problemas enfrentados
pelos investidores, citando as instituições que sofreram maior número de reclamações. Infelizmente o rela-
tório mais atualizado se refere ao consolidado de 2012.

Mas vale consultar. No ranking dos assuntos mais reclamados, liderança disparada de “intermediação no
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mercado” – 26,50% das queixas no ano retrasado. E mais da metade dessas queixas ligadas à intermediação
endereçam “negociações com valores mobiliários”. Óbvio também que quem é maior vai ter mais reclama-
ção, então é preciso ponderar isso.

Para acessar o boletim de atendimento ao público, basta entrar no site da CVM e clicar na opção dentro do
item Proteção e Educação ao Investidor.

Além da CVM, a própria BM&FBovespa, como entidade autorreguladora, criou uma forma de mensurar os
avanços de infraestrutura das corretoras. Desenvolveu o chamado Programa de Qualificação Operacional
(PQO), uma certificação que indica aprovação da qualidade dos serviços oferecidos. Quem quiser, eventual-
mente pode dar prioridade para quem exibir esse selo.

Nos últimos cinco anos, em meio ao crescimento de investidores de alta frequência, houve uma maior ne-
cessidade de investimentos em tecnologia por parte das corretoras. Isso porque o investidor de alta frequên-
cia opera por meio de computadores equipados por algoritmos matemáticos capazes de realizar operações
ultrarrápidas no mercado. São várias ordens enviadas em menos de um segundo, provocando um acúmulo
de mensagens processadas pelo sistema da Bolsa. Com isso, a infraestrutura do mercado corre atrás para se
fortalecer, sob olhar atento da BM&FBovespa.

A nós, seres humanos mortais, fica a dica de observar os nomes de corretoras aprovadas no PQO. O comitê
da Bolsa responsável pelas certificações concede cinco selos: Agro Broker, Carrying Broker, Execution Broker,
Retail Broker e Home Broker. Sugerimos atenção às credenciadas nas categorias Execution Broker e Home
Broker no segmento Bovespa.

Para acessar a área do programa no site da BM&FBovespa, clique aqui.

Pronto, com essas informações em mãos, você futuro investidor está apto a escolher com autonomia. Ciente
dos temas abordados aqui, você pode agora por si só entrar em contato nas corretoras que interessar e notar
a atenção dispensada a um futuro cliente.

Se ainda não souber por onde começar, entre nesta seção do site da BM&FBovespa e utilize os filtros de

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busca de corretoras, conforme sua ideia inicial de investimento. A partir dos nomes que surgirem, faça uma
pesquisa aprofundada e tome sua decisão.

Boa sorte!

PS: No capítulo dois desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, ingressaremos na etapa da
abertura de conta, passando pelo trâmite burocrático de documentação e cadastro.

CAPÍTULO DOIS - COMO ABRIR A CONTA

Conheça a etapa burocrática de abertura da conta na corretora e o cadastro de perfil do


investidor neste segundo capítulo da série

Depois de escolhida a corretora que vai conectar seu dinheiro ao universo da Bolsa de Valores, o investidor
se depara com a tarefa de abertura da conta na corretora.

Abrir conta é como abrir conta no banco, certo? Sim, incluindo toda a burocracia.

Faz sentido. Nos últimos anos, as autoridades do mercado de capitais elevaram a régua regulatória sobre
as instituições intermediadoras de valores em sintonia com a maior exigência de infraestrutura tecnológi-
ca para processar ordens no mercado. Este cenário, aliado à recente crise financeira que afastou pessoas
físicas da Bolsa, despertou o setor para a profissionalização - ainda bem.

A médio prazo, há quem espere uma onda de fusões e aquisições envolvendo as atuais cerca de 80 correto-
ras no Brasil habilitadas a levar seu dinheiro até ações de empresas. A BM&FBovespa concorda e monitora
esse prognóstico, ciente do papel das corretoras como força de vendas da Bolsa.

É importante conhecer esse panorama antes de criticar algum zelo burocrático.

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Chega de conversa. Hora de preencher o cadastro e abrir a conta. Boa leitura.

Com lenço, com documento

O site da corretora escolhida para ser a ponte da sua grana ao mercado de ações está aberto na tela do
computador, brilhando na sua frente. E agora?

Em primeiro lugar recomendamos que o futuro investidor, caso ainda não tenha feito, entre em contato
com a corretora, por telefone, para confirmar as informações de custos (taxas de custódia e corretagem) e
algum outro detalhe que despertou a atenção no site.

Geralmente as corretoras não cobram nada de taxa de abertura ou encerramento da conta. E as transfe-
rências de recursos por meio de DOC ou TED também ocorrem sem custo adicional. Só para não perder o
fio da meada, o que estamos preparando para abrir na corretora é uma conta que será usada para comprar
ações - a exemplo de uma conta corrente. Ou seja, um canal que receberá dinheiro da nossa conta no
banco com o objetivo de investir em Bolsa de Valores.

Ciente das informações, o investidor deverá preencher a ficha cadastral (disponível no site da corretora) e
enviá-la devidamente assinada ao endereço da corretora com a seguinte documentação:

- Cópia autenticada do documento de identificação (RG, Carteira Nacional de Habilitação ou carteiras de


órgão de identificação civil).

- Cópia autenticada do CPF (Quando já constar no documento de identificação não é necessário enviar a
cópia deste).

- Cópia simples do comprovante de residência (O comprovante deve estar em seu nome, em nome do côn-
juge ou dos seus pais. O endereço do comprovante deve ser o mesmo informado em seu endereço residen-
cial).

As informações demandadas pela instituição podem variar de uma para outra. Mas normalmente as cor-
retoras precisarão desses dados para iniciar o cadastro. Além disso, os procedimentos para envio de dados
e ficha cadastral nem sempre são iguais. Via de regra a corretora facilitará o processo para abrir uma nova
conta, oferecendo, às vezes, serviço de motoboy para retirada dos documentos. Outras efetuam o processo
via internet, com digitalização das cópias.

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O detalhe é que a cópia de documento deve ser autenticada. Nada que uma fila pequena no cartório perto
do trabalho não resolva. Pronto, agora falta preencher o cadastro.

Conservador ou PPE?

A ficha cadastral começa com perguntas básicas: nome, números de documentos, nome dos pais, endereço
de casa e comercial. Tranquilo. Na sequência solicita-se ao investidor informações a respeito de patrimônio,
tais como rendimento mensal e bens materiais - imóveis, aplicações financeiras.

Depois o cadastro ingressa na fase de definição do perfil. O investidor deverá responder se se enquadra
como “pessoa politicamente exposta”, conforme as características abaixo:

“Declaração obrigatória – pessoa politicamente exposta

Nos termos da Circular no 3.339, de 22/12/2006 do Banco Central do Brasil, foram definidos proce-
dimentos a serem observados pelas instituições financeiras a respeito da movimentação de recursos
pelas chamadas:

(i) Pessoas Politicamente Expostas - PPE


(ii) Pessoas Relacionadas a Pessoas Politicamente Expostas - PPE Relacionado, assim definidas como
“aqueles públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou
em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes,
assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo.”

O questionamento pertence a um esforço do setor financeiro, em nível mundial, para combater fraudes e
lavagem de dinheiro. No caso pretende-se apontar pessoas que podem representar um risco mais elevado
de corrupção por ser titular de cargo político. Quando lançada pelo Banco Central, em 2006, a medida visa-
va maior vigilância dos bancos sobre operações efetuadas por políticos.

PPE ou não, o investidor ainda tem mais informações a prestar. Em especial o chamado formulário de
Análise de Perfil do Investidor (API), mais uma demanda regulatória coerente com as melhores práticas do
mercado financeiro. É o chamado “Suitability”, ou “adequação” no português.

Basicamente, por meio de um questionário, estipula-se um perfil de risco (conservador, moderado ou


arrojado) que permite uma triagem de operações no mercado compatíveis com a tolerância do investidor
a perdas. Se levado a sério é um esforço louvável já que muitos marinheiros de primeira viagem acabam
entrando em ondas arriscadas absolutamente despreparados.

Eis o formulário de cadastro:

“Formulário de Cadastro - Avaliação de Perfil de Investidor

Quais são seus conhecimentos e experiência em investimentos financeiros?

( ) Não entendo o mercado de renda variável, porém tenho interesse em investir em ações, de forma
conservadora.
( ) Já me sinto seguro para tomar decisões de investimentos no mercado à vista.
( ) Já me sinto seguro para tomar decisões de investimentos no mercado à vista e, também, no
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mercado de derivativos - opções, termo e futuro.


( ) Domino o assunto e me sinto seguro para realizar qualquer tipo de operação no mercado de
renda variável.

Qual o objetivo do seu investimento?

( ) Preservação do capital para não perder valor ao longo do tempo, assumindo baixos riscos de
perdas.
( ) Aumento gradual do capital ao longo do tempo, assumindo riscos moderados.
( ) Aumento do capital acima da taxa de retorno média do mercado, mesmo que isso implique em
assumir riscos de perdas elevadas.
( ) Obter no curto prazo retorno elevados e significativamente acima da taxa de retorno média do
mercado, assumindo riscos elevados.

Por quanto tempo você pretende deixar seu dinheiro investido?

( ) Acima de 3 anos
( )Entre 1e 3 anos.
( )Entre 6 meses e 1ano.
( ) Menos de 6 meses.

Caso as suas aplicações em renda variável sofressem uma queda superior a 50%, o que você
faria?

( ) Venderia toda a posição e aplicaria em renda fixa.


( ) Manteria a posição aguardando uma melhora do mercado.
( ) Aumentaria a posição para aproveitar as oportunidades do mercado.
Seu perfil de acordo com este questionário é: (...).”

Após o preenchimento da ficha cadastral é hora de enviar a documentação para a corretora. Independen-
temente da forma (motoboy, internet), o contrato enfatizará que o cliente declara ter conhecimento dos
riscos inerentes ao investimento no mercado de ações, podendo acarretar em perda do capital investido.
E, naturalmente, que o cliente pagará à corretora comissão pelos serviços de intermediação. Fique sempre
atento, portanto, a eventuais mudanças de taxas.

Atualmente, o tempo de envio da documentação até a abertura de conta demora cerca de um dia.

Basta aguardar o e-mail: “Cadastro concluído com sucesso” e receber a senha para finalmente acessar o
homebroker e colocar os dois pés na Bolsa de Valores.

Boa sorte!

PS: No capítulo três desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, conheceremos o funcionamento
do homebroker, dos índices de ações e das chamadas empresas blue chips.

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CAPÍTULO TRÊS - ACESSANDO O HOMEBROKER


Nesta etapa do guia abordaremos o sistema de compra e venda de ações pela internet
mergulhando no Índice Bovespa e suas blue chips

Corretora escolhida, conta aberta. Seu dinheiro se aproxima da Bolsa de Valores. Em breve você poderá ser
sócio de uma grande empresa brasileira, como Ambev, Vale, Itaú, Bradesco, Gerdau...

Para comprar a ação de uma empresa você utilizará os serviços do homebroker, ferramenta lançada em
1999 que permite o envio de ordens ao sistema da Bolsa pela internet. Até então o investidor dependia do
telefone para executar a operação junto a um operador da corretora.

Além da agilidade, a tecnologia concede autonomia. Da sua casa, na praia, na casa de campo, de qualquer
lugar, o investidor sozinho coloca em prática suas convicções para ganhar dinheiro.

De cara tudo isso soa desafiador. Mas não é. Neste capítulo do guia apresentaremos como funciona o ho-
mebroker, e os conceitos envolvendo índices de ações e empresas blue chips.

Mais adiante entraremos nos temas de análises de ações até efetivamente o processo de compra da pri-
meira ação. Um passo de cada vez, sem enrolação.

Boa leitura.

Luz, câmera, ação!

O acesso ao homebroker ocorre por meio do site da corretora. Login e senha, pronto. Bem-vindo à platafor-
ma que conectará seu dinheiro ao universo das ações de empresas.

Variando cor e estilo de layout de corretora para corretora, o homebroker tem uma área para programar
uma ordem de compra ou venda de ações. Isso quer dizer preencher corretamente o código da ação, defi-
nir a quantidade e as condições do negócio, como a que preço deve ser concretizado (abordaremos todo o
processo de compra de uma ação no capítulo cinco desta série).

O sistema também concentra informações da carteira de ações do investidor, a posição financeira, ou seja,
os valores à disposição na conta para comprar ações, além de dados de notas corretagem de operações
anteriores. Após a etapa de cadastro concluído e conta recém-aberta, geralmente as corretoras já liberam
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um “login” e “senha” para acesso ao homebroker, mesmo ainda sem nenhum depósito de dinheiro para
negociar no mercado de ações.

Por fim, há ferramentas que costumam conter um serviço de notícias em tempo real e dispositivos de gráfi-
cos e cotações que podem auxiliar uma tomada de decisão.

Por meio do homebroker, o investidor pode a qualquer momento consultar o status de determinada ação
no mercado. A rede de dados das corretoras é atualizada em tempo real, recebendo informações direta-
mente da BM&FBovespa. Quanto está custando uma ação da Petrobras?

Ao clicar em cotações, não adianta escrever PETROBRAS. No mercado, as ações das empresas listadas são
nomeadas por códigos. No caso de Petrobras, PETR3 e PETR4 representam as ações ordinárias (ON) e prefe-
renciais (PN) da estatal petrolífera (falaremos mais de ONs e PNs).

O quadrado que pula da tela do homebroker mostra uma ação PETR3 valendo R$ 16,98, às 16h34, do pre-
gão da Bovespa. A ação está subindo 1,86% em relação ao fechamento do dia anterior. Entender a dinâmica
é simples. Se a pessoa tivesse um dinheiro na conta da corretora, poderia cadastrar uma ordem interessado
em comprar a ação da Petrobras. A ordem programada no homebroker é transmitida via on-line ao sistema
da corretora, que repassa para a BM&FBovespa.

Em adição ao homebroker, as corretoras também costumam enviar informativos diários aos clientes con-
tendo um resumo de acontecimentos do dia que repercutiram no mercado financeiro, cotações de dólar,
juros, bolsas internacionais e indicadores econômicos do Brasil e do mundo.

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Tais dados não merecem destaque como grande diferencial de serviços. Há de se ponderar a utilidade de
saber o “IPC-S da terceira quadrissemana de agosto” para comprar uma ação. De qualquer maneira, a partir
de agora, convém se atualizar dos principais acontecimentos econômicos para, aos poucos, assimilar o noti-
ciário com viés mais crítico e menos passivo.

Ainda no homebroker, o investidor iniciante deve encontrar referências de análises de ações. Há a aborda-
gem fundamentalista e a técnica... Mas vamos por partes. Afinal, onde entra aí o tal Índice Bovespa falado
todos os dias pelo William Bonner na televisão?

Índices de ações e “blue chips”

O Ibovespa ou Índice Bovespa serve como um termômetro do desempenho do mercado de ações brasilei-
ro. Por que? Ele reúne 71 das ações mais negociadas e representativas de cerca de 400 empresas listadas
na Bolsa. A partir desta amostra, reflete a vontade de investidores de comprar e vender papéis. Quanto
mais gente quer comprar, o índice sobe e quanto mais gente vender, ele cai.

Risco, incerteza, volatilidade, tensão, pessimismo, otimismo, alívio, confiança, desânimo... Esses são ter-
mos usados pela mídia econômica para descrever a evolução da Bolsa baseado no Ibovespa. Todos os dias
o índice sofre uma mudança súbita de humor, alternando decepção e orgulho diante de uma informação
econômica ou uma previsão diferente disso ou daquilo. Esse comportamento errante, meio maníacode-
pressivo, abriga receios e desejos do investidor.

Diversas vezes lemos nos jornais e nos sites de economia: “...as ações da empresa Y caem com investidores
‘zerando posições’...”. Ora, se há alguém vendendo, há alguém comprando. Essas “posições” passaram de
uma mão para outra. Talvez a cabeça que controla uma das mãos esteja com medo de um incidente difícil
de calcular o risco. Enquanto a outra cabeça está ditada pela vontade de obter um ganho enorme rapida-
mente.

É importante entender que índice de ações não representa a Bolsa brasileira como um todo. Há empresas
com menor valor de mercado e menos negociadas que estão fora do Ibovespa e, portanto, distantes dos
holofotes. São as chamadas “small caps” e “mid caps” que, ao longo do tempo, podem se apreciar em Bol-
sa, ganhar relevância em termos de valor de mercado e chegar ao Ibovespa.

Especificamente no Ibovespa, o investidor tende a observar o índice de olho nas ações de empresas reno-
madas, como Ambev, Vale, Itaú e Bradesco. São companhias que estamos acostumados a acompanhar em
nosso dia-a-dia pelo tamanho de suas operações no Brasil.

Essas são as chamadas “blue chips” da Bolsa. No mercado de ações, porém, não há garantia de sucesso
nem mesmo a bordo de uma blue chip. É importante fazer a lição de casa para ter convicção na hora de
aplicar o dinheiro na renda variável. E isso é bem mais simples do que parece.

PS: No capítulo quatro desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, conheceremos as possibilida-
des de análise de ações e como fazer contato com empresas alvo de nosso investimento.

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CAPÍTULO QUATRO - ESCOLHENDO A AÇÃO

Conheceremos nesta etapa do guia as possibilidades de análise de ações e como fazer


contato com empresas alvo de nosso investimento

Entre o aprender a mexer no homebroker e o ato de comprar a primeira ação, há a etapa na qual o inves-
tidor dedicará mais tempo ao longo da jornada na Bolsa de Valores. Definir a estratégia de investimento.
Dentre tantas empresas listadas na Bolsa, eu me tornarei sócio de qual delas?

A parte burocrática para se habilitar a negociar ações está resolvida. Também já entendemos o funciona-
mento do sistema de compra e venda de ações pela internet, inclusive conhecendo o universo de índice de
ações, como o famoso Ibovespa, e as categorias blue chips e small caps.

Estudar uma empresa para saber se vale a pena aplicar seu dinheiro não requer um diploma em Economia
na Universidade Stanford. Um leigo também pode ser bem-sucedido.

Daqui a pouco você se tornará sócio de uma grande companhia brasileira, libertando seu dinheiro das mi-
galhas da poupança para colher crescimento de lucros de empresas ao longo do tempo.

Mas antes de comprar a primeira ação, vamos analisar o mercado.

Boa leitura.

Gráficos e fundamentos

Há quem diga que o êxito no mercado de ações é proporcional à dedicação na análise das empresas. Sob
esse ponto de vista, em tese, quanto mais tempo estudando ações, melhor o resultado das aplicações. Na
prática, o aprendizado fruto de erros e acertos molda o investidor de sucesso.

Como começar? Em primeiro lugar o investidor deve conhecer os dois tipos de análise de ações: a análise
fundamentalista e a análise técnica. Basicamente esta última consiste em aproveitar uma alta da ação no
curto prazo. A partir do gráfico com o histórico da cotação, tenta-se prever tendências futuras do papel. Já
a fundamentalista prega algo mais palpável. Investiga-se a saúde operacional e financeira da empresa para
mensurar sua capacidade de gerar retorno ao longo do tempo.

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Em ambos os casos, o passado traz informação relevante. Mas o futuro é difícil de prever. O que resta é se
esforçar para compreender bem o presente.

É uma tarefa ambiciosa, reproduzida diariamente na interpretação do desempenho dos mercados. Há inte-
rações da Bolsa com diversas questões mundiais. Um conflito na Síria provoca ruídos nas ações de todas as
partes do globo. É a tal da incerteza. O medo de investir sem localizar o risco.

Vamos para as ações. Dentre outras dentro do Ibovespa, a Vale é uma companhia enorme e reconhecida,
que transmite a ideia de boa empresa a qualquer pessoa. Em primeiro lugar, o que ela faz? É importante
saber responder essa pergunta pensando que nossos avós estão perguntando. A Vale retira da natureza o
minério de ferro que serve de insumo para a produção de aço. A análise fundamentalista poderá recomen-
dar compra para a ação da Vale, sob duas premissas: I) otimismo em relação à demanda por commodities
metálicas – leia-se China; II) atual administração vem se esforçando no sentido de ter maior disciplina com
custos. São apenas exemplos.

Mesmo os analistas e economistas reclamam de falta de visibilidade sobre a economia chinesa. Os inves-
tidores acabam reféns da agenda de indicadores internacionais. Isso vale também para Estados Unidos e
Europa. Todos os dias chega um dado novo sobre as potências econômicas, desmentindo ou confirmando
expectativas do além. A variação dos dados para cima e para baixo é enorme.

Se sintetizar a atividade mundial está cada vez mais complexo, convém iniciar a jornada com uma ação
ligada à saúde econômica do Brasil. Pois além dos indicadores diários, a experiência cotidiana enriquece a
análise. Se a cunhada é demitida junto de outros milhares em uma multinacional, o amigo entra em férias
forçadas na montadora que trabalha e o carrinho de supermercado enche menos com a mesma quantidade
de dinheiro do mês passado, é sinal de que a coisa não anda muito bem. Em outras palavras, o investidor
consegue desenvolver uma visão mais autocrítica das projeções.

Do mundo para o Brasil, do Brasil para o Estado de São Paulo, por exemplo. Olhando somente as caracterís-
ticas do estado onde mora e supondo demandas da sociedade, dá para pensar em empresas que tendem
a ser relevantes ao longo do tempo. Por exemplo, uma carteira de ações com Sabesp, Comgás e até mes-
mo uma empresa farmacêutica. São nomes em que a procura não depende tanto de avanço da renda da
população. Afinal, remédio é um bem que você vai precisar de qualquer jeito, diferentemente de uma calça
jeans ou outra coisa que sofreria caso a economia piorasse.

Comprar barato e área de RI

O setor está bem, a economia ajuda e a empresa é excelente. Hora apertar o botão de compra? Ainda não.
Agora é o momento crucial de respeitar a regra elementar de finanças: comprar barato e vender caro. O
investidor deve se preocupar em comprar uma ação barata.

As empresas são pessoas. Basta você reparar na empresa onde trabalha. As decisões e o ritmo dos acon-
tecimentos para o rumo da firma dependem de fatores aleatórios, além dos fundamentos econômicos. Ao
adquirir algo barato, crescem as chances de surpresas positivas, e não o contrário.

Um índice de ações interessante para dar o pontapé inicial é o Índice Brasil Amplo (IBrA), irmão do Iboves-
pa, mas com composição mais abrangente, ponderando liquidez (papéis negociados por muitas mãos). São
mais de 130 ações. Além disso, no homebroker, o investidor pode visualizar o gráfico da cotação nos últi-
mos 12 meses e, assim, ter uma ideia boa sobre a tendência do papel.
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Uma empresa cujas ações caem na faixa de dois dígitos no acumulado do ano talvez esteja passando por
um momento de impopularidade. Quem está empenhado em ganhar dinheiro ao longo do tempo pode
aproveitar esta situação pontual para se posicionar e aguardar a recuperação.

Porém cuidado. Há casos em que o barato merece ficar barato, ou seja, não possui indícios de retomada.
Um filtro de desvalorizações anuais pode trazer, por exemplo, várias empresas incorporadoras de imóveis
dentre as maiores quedas no ano. Antes de entrar com tudo, convém pesquisar um pouco mais. É sabido
que os preços do setor imobiliário estão nas alturas. Se você conhece alguém que está financiando um
imóvel, será que ele está satisfeito com os procedimentos da incorporadora? Se o Banco Central está su-
bindo o juro para contar a inflação, isso deve ter algum efeito negativo em novos financiamentos. E nesta
avalanche de “achos” tem até gente que acha que há uma “bolha imobiliária”. Esses aspectos devem ser
considerados na hora de montar posição.

Olhar só o preço não basta para saber se a ação está barata. É uma visão parcial, de cima para baixo. Assim
como faríamos caso decidíssemos virar sócio do dono da padaria da esquina, precisamos conhecer mais de-
talhes da empresa falando com o dono da padaria.

Por isso a importância de se comunicar com a área de Relações com Investidores das empresas. Pessoas
mais experientes do mercado dizem que os departamentos de RI servem para as empresas se mostrarem
como gostariam e não como são, de fato. Debate à parte, é o local que serve de ponte ao investidor pessoa
física que está começando do zero. Vamos utilizá-lo, portanto.

Em geral os sites de empresas de capital aberto, listadas na BM&FBovespa, possuem uma seção chamada
“Relações com Investidores” ou “Investidores”. Lá dentro há uma aba de “Perfil Corporativo”, com uma
descrição da empresa. Uma outra chama “Governança Corporativa”, contendo informações de composição
acionária da empresa, nomes dos diretores e dos conselheiros. Também há uma aba com comunicados da
empresa ao mercado e “Central de Resultados”.

Normalmente o próprio site disponibiliza uma seção de envio de mensagem para o departamento de Rela-
ções com Investidores. Caso contrário, basta procurar em “Contatos”.

Veja abaixo um exemplo de conversa de e-mail entre um investidor e a área de RI da Vale.

Investidor:

“Caros, bom dia!

Estou iniciando minha vida no mundo dos investimentos. Já estou com conta aberta na corretora e
estou agora na fase de escolher minha primeira ação.Vi que a ação da Vale acumula queda no ano
e estou ponderando se essa é uma boa oportunidade. O que poderiam me dizer?

Obrigado.”

Vale:

“Prezado Sr. Investidor,

Agradecemos seu interesse pela Vale!


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GUIA DE AÇÕES: INICIANTES

Investimentos em ações apresentam riscos, não existindo nenhuma garantia explicita ou implícita
de que o investidor vá obter ganhos ou perdas de parte do capital investido num curto prazo.
Entender isso é fundamental antes de se tomar a decisão de investir em ações, seja quais forem. É
importante lembrar que os movimentos de curto prazo não necessariamente refletem a solidez finan-
ceira da empresa e os fundamentos do seu mercado. Porém, no longo prazo as boas empresas e com
excelentes fundamentos tendem a refletir isso e a trazer mais retornos aos seus acionistas do que as
demais concorrentes. Por sua solidez e capacidade de crescimento, as ações da Vale apresentam boas
perspectivas de retorno para os investidores no longo prazo.

Em 2008-2009 o mundo passou por uma crise e os ativos de todas as empresas tiveram uma redução
enorme. A Vale está, desde então, trabalhando para que o capital da empresa se valorize e retorne
aos níveis anteriores à crise e possa a partir daí, continuar sua história de crescimento. Somos uma
empresa vitoriosa e continuaremos nessa linha; estamos confiantes em nossa recuperação e cresci-
mento.

Esperamos tê-lo como um dos nossos acionistas em breve. Atenciosamente,

VALE”.

Essa conversa ocorreu em 2013 e marcou o início de outros contatos posteriores. A postura do departa-
mento de RI auxilia na tomada de decisão. Um RI que não responde e-mails nem atende telefonemas pode
até representar uma boa empresa, mas talvez falhe na comunicação com o mercado.

Sempre vale enfatizar que erros e acertos fazem parte do processo.

Aprender a investir em Bolsa conserva alguma semelhança com guiar uma bicicleta. Se você não sabe, pa-
rece impossível. E, uma vez que se aprende, jamais se esquece.

PS: No quinto e último capítulo desta série do Minha Primeira Ação, mergulharemos finalmente no proces-
so de compra da primeira ação após a decisão de qual empresa investir.

CAPÍTULO CINCO - COMPRANDO A AÇÃO


Finalmente, neste último capítulo do guia, mergulharemos no processo de compra da
ação de uma empresa na Bolsa de Valores

Se até aqui foi tranquilo, agora não tem segredo. Chegou a hora de conectar o bolso com o universo fas-
cinante da renda variável, fazendo jus à condição de investidor. Antes do primeiro capítulo o mercado de
ações parecia algo distante, reservado a um seleto grupo de pessoas. O preconceito está superado. Seu di-
nheiro encontra-se mais perto do que nunca de uma fração do capital de uma boa empresa brasileira, livre
da mesmice da conta poupança.

A perda da virgindade em Bolsa é um momento único. No capítulo a seguir acompanharemos como foi
efetuada na prática a compra de uma ação, ao fim de 2013. Ao contrário do capítulo anterior, mais teórico,
o objetivo aqui será compreender a execução do processo.

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GUIA DE AÇÕES: INICIANTES

Afinal, este é um guia para aprender a investir dinheiro em Bolsa, e não um relatório com recomendações.
A partir dessas instruções você estará apto a escolher uma corretora, abrir conta, analisar estratégias de
investimento e comprar uma ação. Mas lembre-se: comece com pouco.

Boa leitura.

Começando com 100 ações

Como qualquer outro tipo de aplicação financeira, o investimento em ações carrega riscos de perda do
capital investido. Se é considerado mais arriscado do que a caderneta de poupança, significa que também
tende gerar retornos superiores à média.

Ciente desta relação natural de risco e retorno, o investidor iniciante deve começar a empreitada na Bolsa
com pouco dinheiro. O aprendizado ocorre gradativamente, a partir de erros e acertos comprando e ven-
dendo ações. Não adianta ler um manual de instruções para conseguir andar de bicicleta, é preciso tentar
pedalar sozinho e abandonar as rodinhas ao longo do tempo.

Para entrar em ação, vamos assumir que separamos R$ 5 mil da grana acumulada nos últimos anos para in-
vestir em ações. Como será a primeira vez, começaremos comprando um lote padrão mínimo de 100 ações.
É possível adquirir menos ações do que 100, ou alguma outra quantidade quebrada fora do lote de 100,
porém é mais fácil encontrar pessoas detentoras de lotes de 100 ações do que donas de 55 ou 78
ações, por exemplo. Focaremos, portanto, em lote padrão.

Isso quer dizer que se a ação da Vale (VALE5) aparecer na tela do homebroker valendo, por exemplo, R$
26, precisaríamos disponibilizar R$ 2.600 para adquirir um lote padrão. Assim como se a ação da Petrobras
(PETR4) estivesse cotada em R$ 23, o investimento em um lote padrão atingiria R$ 2.300 para virar sócio da
empresa petrolífera.

Sabemos que o conceito elementar de finanças é comprar barato para vender caro. Consequentemente,
uma empresa que atravessa um momento pontual de baixa popularidade pode se tornar um alvo do inves-
tidor iniciante. E, considerando que temos R$ 5 mil para investir, devemos levar em conta que não convém,
neste primeiro momento, comprar uma ação com preço cotado acima de R$ 30. Isso representaria um
aporte na faixa de R$ 3 mil, ou seja, 60% do capital inicial.

Fim da virgindade

A primeira decisão prática a ser tomada é deixar os R$ 5 mil aptos a comprar ações. Como vimos nos pri-
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GUIA DE AÇÕES: INICIANTES

meiros capítulos, após a escolha da corretora, o investidor abre uma conta na corretora. O dinheiro precisa
ser depositado nesta conta para viabilizar a compra de ações na Bolsa.

Assim que o investidor realiza o cadastro na corretora, ele tem acesso aos dados bancários da instituição
para depositar o dinheiro, eventualmente por meio de TED. Depois, mediante o envio do comprovante do
depósito à corretora, a grana ficará disponível.

Veja abaixo o extrato de um homebroker em operação realizada em setembro de 2013.

Pronto. Podemos agora comprar a primeira ação. O homebroker mostra um saldo de R$ 5.000. Qual ação
comprar? A título ilustrativo, usaremos o exemplo de um negócio realizado também em setembro de 2013.
Um investidor iniciante decidiu iniciar a jornada na Bolsa comprando um lote padrão de 100 ações da fabri-
cante de móveis planejados Unicasa, sob o código UCAS3.

O investidor considerou, na ocasião, três fatores para tomar a decisão: I) uma forma de participar indireta-
mente do setor imobiliário; II) a ação acumulava desvalorização, pois a empresa atravessava um momento
de ajuste com fechamento de lojas e início de nova estratégia com lojas próprias e franquias - ou seja,
comprar algo barato pensando em vender caro no futuro; III) com esse foco no longo prazo, chamou aten-
ção a política de distribuição de dividendos de 25% do lucro, uma vez ao ano - informação checada junto ao
departamento de Relações com Investidores da empresa.

Havia, portanto, perspectiva de ganhar dinheiro tanto por meio da valorização das ações quanto pela distri-
buição de proventos aos acionistas. Trata-se aqui de um dinheiro que as empresas costumam pagar perio-
dicamente aos acionistas, havendo disponibilidade de caixa. O dividendo é oferecido de forma proporcional
ao número de ações do investidor. Neste caso, 100 ações.

A ação da Unicasa havia saído da casa de R$ 15 em maio de 2012 para aproximadamente R$ 6, naquele
setembro de 2013. Era a hora de perder a virgindade em Bolsa.

Homebroker aberto, entra na área dedicada a operações de compra e venda. A oferta precisa ser especi-
ficada para depois ser enviada ao sistema da Bolsa. Coloca-se então a quantidade, um lote padrão de 100
ações, e estipula-se que a compra será feita ao preço atual. Uma UCAS3 valia R$ 6,15.

Clique em “COMPRAR”.

Senhoras e senhores, surge mais um novo investidor do mercado brasileiro. Veja abaixo como foi processa-
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GUIA DE AÇÕES: INICIANTES

da a operação na posição financeira do investidor.

Considerando que a corretora utilizada na ocasião cobrava R$ 7 de taxa de corretagem, nota-se que houve
a incidência de alguns centavos de taxa de liquidação e de emolumento - custos da própria Bolsa. A opera-
ção de compra foi concretizada a R$ 615.

Caso a ação subisse nos meses seguintes e alcançasse o patamar de R$ 8, por exemplo, o investidor poderia
vender os 100 papéis a R$ 800 e conseguir um retorno de 30%.

Disclosure

Elaborado por analistas independentes da Empiricus, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário, não pode ser re-
produzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. O estudo é baseado em infor-
mações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Posto que as opiniões nascem de julgamentos
e estimativas, estão sujeitas a mudanças.

Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As análises,
informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar o debate entre os analistas da Empiricus e os
destinatários. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias.

Informações adicionais sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros aqui abordados
podem ser obtidas mediante solicitação.

Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17o da Instrução CVM no 483/10,
que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas
de forma independente.

* O analista Rodolfo Amstalden é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art.
16, parágrafo único da Instrução ICVM 483/10.

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