Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História– EAD U NIRIO/CEDERJ
AD2 – SEGUNDAA AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA – 2018.1
DISCIPLINA: Estágio Supervisionado I COORDENAÇÃO: Washington Dener
Nome: Viviane Soares Fialho de Araujo
Matrícula: 16216090096 Polo: Duque de Caxias Resenha do texto: “Estágio supervisionado: concepções e práticas em ambientes escolares”, de Irton Milanesi. Publicado em Educar em Revista, n. 46, out-dez 2012. O texto se constitui em um artigo que traz os resultados de uma pesquisa feita com professores de escola pública, do Município de Cáceres (MT), a respeito da significação do estágio supervisionado na formação de docentes. Os pesquisadores elencaram as respostas válidas para a questão “O que é o estágio supervisionado para você?” em cinco diferentes classes, a saber: 1. Estágio: momento de colocar em prática as teorias aprendidas ou da relação teoria e prática; 2. Estágio: período de aprendizagem da realidade escolar; 3. Estágio: período de exercício da prática pedagógica; 4. Estágio: período de aquisição de experiência; 5. Estágio: período de identificação ou não com a profissão. A primeira classe de respostas é a que aparece com maior incidência, com respostas que trazem as duas seguintes concepções veiculadas: 1. dicotomização entre teoria e prática e 2. percepção do estágio como uma práxis pedagógica. O autor avalia que a dicotomia enre teoria e prática é resultado de nossa cultura acadêmica, construída segundo o aporte de legislações educacionais, como o Parecer do Conselho Federal de Educação ou a Lei de Estágio 8859/94. Em relação ao “momento da relação teoria-prática”, outras legislações são responsáveis por esta orientação, como a LDBEN 9394/96 e os Pareceres CNE/CP 9, 21, 27 e 28/2001 e as Resoluções CNE/CP 1 e 2/2002 e 1/2006. O segundo grupo de respostas, que trata o estágio como um período de aprendizagem da realidade escolar, é coerente com a concepção de Tardif (2000), que propõe uma perspectiva ecológica. Este grupo foi desdobrado em 4 subclasses, que identificam o estágio como um período de: 1. contato com a realidade da comunidade escolar, com a profissão e troca de experiências; 2. observação de aspectos da realidade da estrutura física, administrativa e pedagógica; 3. aprendizagem da docência; 4. período de observar a realidade da sala de aula, reavaliação e adaptação de métodos. De acordo com esta visão, corroborada por Tardif, o estágio deve propiciar a “busca contínua por sua formação”. De acordo com o autor do artigo, a visão de estágio compartilhada neste segundo grupo é de que o estágio oportunize a colocação do estudante, fututo professor, “frente a uma determinada realidade de ensino-aprendizagem, em um contexto real de trabalho”. Um total de 12,9% dos professores que responderam à questão “O que é o estágio supervisionado para você?”, o terceiro grupo, a resumiu a um “exercício da prática pedagógica”, segundo o autor. O problema desta concepção, identificado por Milanesi, é que há uma generalização, pois nem sempre determinadas práticas podem ser denominadas como pedagógicas, sobretudo quando a aprendizagem dos alunos de fato não se realiza. Um quarto grupo identifica o estágio como um período de aquisição de “experiências”, necessárias à prática docente, por meio do exercício da prática. De acordo com os informantes, o período é importante, seja para ingresso no mercado de trabalho, seja para a “aplicação” da teoria. De acordo com o autor, é necessário “liberar” os alunos das salas de aula acadêmicas, para que eles possam alçar voos nos locais onde provavelmente atuarão como docentes. Outra conclusão importante a que chega o autor é a verificação de que os estagiários devem ser incentivados à ação-reflexiva e à interação escola-universidade para realizar possibilidades efetivas de intercâmbio entre os atores envolvidos e atuar com atitude de participação e de interação efetivas. Um percentual bem baixo dos professores, 3,23%, o quinto grupo, identificou o estágio como um período de identificação ou não com a profissão docente. Deste modo, segundo o autor, de acordo com esta concepção, é importante que o estágio não seja realizado somente ao final do curso, segundo já preconiza o Parecer CNE/CP 009/2001. A respeito da descrição dos pontos positivos do estágio supervisionado, cinco classes foram sintetizadas pelos pesquisadores, a saber: 1. Compromisso/competência/postura/disposição dos estagiários para o trabalho, o que demonstra que a universidade vem cumprindo sua função formadora. 2. Produção de novos conhecimentos para os professores regentes: esta resposta demonstra abertura para o diálogo entre a cultura acadêmica e a escolar. 3. Troca de experiência e diálogo/interação universidade e escola / envolvimento dos estagiários nas atividades da escola / escola como laboratório de pesquisa para os novos docentes: resposta dada por 14,52% dos informantes, que expressa a necessidade de compreensão da interdisciplinaridade no trabalho docente. 4. Oportunidade de conhecimento da realidade escolar: para o autor demonstra uma visão limitada quanto à aprendizagem da profissão, pois faz-se apologia somente à prática. Verifica- se uma crítica à universidade e a alegação de se valorizar mais a dimensão teórica. 5. Nenhum, respondido por 3,23% das respostas válidas dos professores. De acordo com o autor, não é possível passar por uma experiência sem que se tire dela algum aproveitamento. Tal posicionamento demonstra ceticismo em razão da precariedade do trabalho docente. O artigo deve ser lido por estudantes dos cursos de licenciatura ou de pedagogia no momento em que estiverem refletindo sobre a atividade de estágio, bem como por professores regentes das escolas e das universidades, envolvidos com a formação de docentes.