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Oscar Hernán Jalil Guiteras

Metodologia de Análise Global para o


Desenvolvimento de um Campo de Gás
Natural
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0115617/CA

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica do
Departamento de Engenharia Mecânica do Centro
Técnico Científico da PUC-Rio.

Orientador: Luís Fernando A. Azevedo


Co-orientador: Oswaldo Antune Pedrosa Jr.

Rio de Janeiro
Agosto de 2003
Oscar Hernán Jalil Guiteras

Metodologia de Análise Global para o


Desenvolvimento de um Campo de
Gás Natural

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0115617/CA

Graduação em Engenharia Mecânica da PUC-Rio.


Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Luís Fernando Alzuguir Azevedo


Orientador
PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Prof. Oswaldo Antune Pedrosa Jr.


Co-Orientador
PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Prof. Arthur Martins Barbosa Braga


PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Prof. Marcos Sebastião de Paula Gomes


PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Prof. Ney Augusto Dumont


Coordenador(a) Setorial do Centro
Técnico Científico - PUC-Rio

Rio de Janeiro, 13 de Agosto de 2003


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total
ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do
autor e do orientador.

Oscar Hernán Jalil Guiteras


Graduou-se em Engenharia em Petróleo na Universidade
Autônoma Gabriel Rene Moreno (UAGRM), em Santa Cruz
de la Sierra - Bolívia, em julho de 1997, nesse mesmo ano
realizou estágio na Empresa Petroleira CHACO S.A.,
adquirindo grandes conhecimentos Técnico - Científicos.
Em 1998-2001 trabalhou na Empresa MAXUS BOLIVIA
Inc. como Engenheiro em Produção, desenvolvendo
diversos projetos na área de atuação. No período 2001 –
2003 cursou o Mestrado em Engenharia Mecânica na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-
Rio
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0115617/CA

Ficha Catalográfica
Jalil Guiteras Oscar Hernán

Metodologia de análise global para o


desenvolvimento de um campo de gás natural / Oscar
Hernán Jalil Guiteras; orientador: Luís Fernando A.
Azevedo; co-orientador: Oswaldo Antune Pedrosa Jr. – Rio
de Janeiro : PUC, Departamento de Engenharia Mecânica,
2003.

285 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade


Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Mecânica.

Inclui referências bibliográficas.

1. Engenharia Mecânica – Teses. 2. Produção


de gás natural. 3. Fluxo de gás natural em tubulações
horizontal e vertical. 4. Relação de comportamento do fluxo
de entrada. I. Azevedo, Luís Fernando A. II. Pedrosa Jr.,
Oswaldo Antune. III. Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Mecânica.
III. Título.

CDD: 621
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A meus Pais Oscar e Artemia


A minha tia Elisa
Agradecimentos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0115617/CA

A Deus pela fé, força e perseverança na trajetória de minha vida.

À família Bravo Jalil pelo carinho, apoio e confiança.

Aos professores Luís Fernando A. Azevedo e Oswaldo A. Pedrosa Jr. pelo apoio,
orientação e amizade no desenvolvimento deste trabalho.

Ao Departamento de Engenharia Mecânica da PUC - RIO, pelo apoio dispensado


por todos os professores e funcionários.
Resumo

Jalil Guiteras Oscar Hernán. Metodologia de análise Global para o


desenvolvimento de um campo de gás natural. Rio de Janeiro, 2003. 285p.
Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Mecânica, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Para que ocorra o fluxo de fluidos em um sistema de produção é necessário que a


energia dos fluidos no reservatório seja capaz de superar as perdas de carga nos diversos
componentes do sistema. Os fluidos têm que escoar do reservatório aos separadores na
superfície, passando pelas tubulações de produção dos poços, pelos equipamentos de
cabeça de poço e pelas linhas de surgência. O projeto de um sistema de produção não
deve ser executado considerando independentemente o desempenho do reservatório e o
cálculo do fluxo nas tubulações de produção e nas linhas e equipamentos de superfície.
A avaliação do desempenho de um sistema de produção de gás requer a aplicação de um
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método de análise total que considere simultaneamente o escoamento nos diversos


segmentos do sistema. A análise total de um sistema de produção, pode ser efetuada por
um método gráfico – analítico a ser empregado no desenho de completação de poços de
gás e petróleo com ou sem levantamento artificial. Em termos de conceito de análise
total, um sistema de produção é constituído basicamente pelos elementos: reservatório,
tubo de produção vertical, linhas de fluxo horizontal e separador, incluindo válvulas de
fundo de poço e choke superficiais, onde ocorrem uma certa perda de pressão
relacionada com a vazão. O comportamento de fluxo de cada elemento do sistema total
de produção é representado por uma equação que relaciona a pressão num nó
selecionado e a vazão de produção. O cálculo seqüencial das pressões nos diferentes
nós dos diversos elementos do sistema permite que a vazão de produção do poço seja
determinada. Para calcular a relação da vazão com as mudanças de pressão que ocorrem
durante o transporte do fluido à superfície e conseqüente variação das propriedades
físicas do fluido, efetuou-se uma revisão dos conceitos de engenharia de reservatório,
correlações de fluxo em tubulações verticais, horizontais e restrições. Finalmente,
realizou-se uma análise de sensibilidade da metodologia ao emprego das diferentes
relações de performance de fluxo e dos métodos de cálculo de fluxo em poços e linhas.
Palavras-chave
Produção de Gás Natural; Fluxo de Gás Natural em tubulações horizontal e
vertical; Relação de Comportamento do Fluxo de Entrada.
Abstract

Jalil Guiteras Oscar Hernán. Total Analysis Methodology For The


Development Of A Natural Gas Field. Rio de Janeiro, 2003. 285p.
Master’s Degree Dissertation – Mechanical Engineering Department,
Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro.

For the flow of fluids to occur in a production system, the fluids’ energy in
the reservoir must be capable of overcoming load losses along various system
components. Fluids must flow from the reservoir to the surface separators through
the wells’ tubing, wellhead equipment and flowing lines. The production system
design must not be executed by considering separately the performance of the
reservoir and the flow calculation across the tubing, surface equipment and lines.
The evaluation of a gas production system performance requires applying a total
analysis method that considers the drainage at various system segments
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simultaneously. The total analysis of a production system can be effected through


a graphical-analytical method to be used for the completion design of oil and gas
wells with or without artificial lift. In terms of total analysis concept, a production
system is basically comprised of the following components: reservoir, vertical
tubing, horizontal flow lines and separator, including bottom-hole valves and
surface choke, where some pressure loss occurs in relation to the flow rate. The
flow behavior of each component in a total production system is represented by an
equation that relates the pressure at one selected node and the production flow
rate. The sequential pressure calculation at the different nodes of various system
components allows determining the well’s production flow rate. In order to
calculate the relationship between the flow rate and the pressure changes that
occur during fluid transportation to the surface, with the resulting variation of the
fluid’s physical properties, we reviewed the concepts of reservoir engineering,
flow correlations in vertical and horizontal tubing, and restrictions. Finally, we
proceeded to analyze the methodology’s sensitivity to the use of different flow
performance relations and flow calculation methods in wells and lines.
Key Words
Natural Gas Production; Natural Gas Flow in Pipelines and Tubing; Inflow
Performance Relationship for Gas Wells.
Sumário

1 Introdução 25
1.1 Introdução 25
1.1.1 Historia e previsão do consumo do gás natural no
Mundo 25
1.1.2 História Do gás natural no Brasil 26
1.1.3 Evolução do gás por setores 27
1.1.4 Reservas provadas de gás natural da Pretobras por
região 28
1.1.5 Expectativas para o mercado de gás do Brasil 28
1.1.6 Reservas de gás natural na América do Sul 29
1.1.7 Mercado do gás natural e perspectivas na América
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do Sul 29
1.1.8 Demanda de gás natural na América do Sul 30
1.1.9 Reservas de gás natural na Bolívia 31
1.1.10 Reservas e balanço de gás natural na Bolívia 31
1.1.11 Contratos de risco compartilhado na Bolívia 32
1.1.12 Mercado potencial para o gás naturalda Bolívia 32
1.1.13 Gasoduto Bolívia – Brasil 33
1.2 Objetivos 36
1.3 Conteúdo do trabalho desenvolvido 37

2 Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 39


2.1 Introdução 39
2.2 Diagrama de fases pressão – temperatura 39
2.2.1 Fase envolvente 40
2.2.2 Linhas de qualidade 40
2.2.3 Ponto crítico 40
2.2.4 Ponto cricondentérmico 40
2.2.5 Ponto cricondenbárico 40
2.2.6 Curva ponto de bolha 41
2.2.7 Curva ponto de orvalho 41
2.3 Classificação dos reservatórios 41
2.4 Reservatórios de petróleo 41
2.4.1 Reservatório de petróleo subsaturado 41
2.4.2 Reservatório de petróleo saturado 41
2.4.3 Reservatório de capa de gás 42
2.5 Reservatórios de gás 48
2.5.1 Reservatório de condensação retrógrada de gás 48
2.5.2 Reservatório de condensado perto no ponto crítico 49
2.5.3 Reservatório de gás úmido 50
2.5.4 Reservatório de gás seco 51

3 Análise Reservatório – Poço 53


3.1 Introdução 53
3.1.1 Lei de Darcy 55
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3.1.1.1 Fluxo linear 55


3.1.1.2 Fluxo radial 58
3.2 Regimes de fluxo 61
3.2.1 Fluxo em estado estável 61
3.2.2 Fluxo em estado transiente 65
3.2.3 Fluxo em estado pseudo estável 71
3.3 Dano à formação próxima ao poço 75
3.4 Efeito de turbulência 77
3.5 Relação do comportamento do fluxo de entrada em poços
de gás 79
3.5.1 Tratamento simplificado 79
3.5.1.1 Teste seqüencial 79
3.5.1.2 Teste de fluxo isócrono 83
3.5.1.3 Teste de fluxo isócrono modificado 84
3.5.2 Laminar inercial turbulento 87
3.5.2.1 Forma quadrática – pressão ao quadrado 87
3.5.2.2 Forma quadrática – pressão 90
3.5.2.3 Forma potencial real do gás (pseudopressões) 91
4 Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 92
4.1 Introdução 92
4.2 Equação da energia 93
4.3 Número de Reynolds 97
4.4 Rugosidade relativa 98
4.5 Determinação do fator de atrito 100
4.5.1 Fluxo laminar de fase simples 100
4.5.2 Fluxo turbulento de fase simples 102
4.5.2.1 Tubulações lisas 102
4.5.2.2 Tubulações rugosas 102
4.6 Fluxo de fase simples 103
4.7 Fluxo nos poços de gás 104
4.7.1 Pressão estática de fundo do poço 105
4.7.1.1 Método da temperatura e compressibilidade
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média 105
4.7.1.2 Método cullender e smith 107
4.7.2 Pressão dinâmica de fundo do poço 109
4.7.2.1 Método da temperatura e compressibilidade
média 110
4.7.2.2 Método cullender e smith 111
4.8 Fluxo de gás em linhas de fluxo 115
4.9 Velocidade de erosão 118

5 Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 120


5.1 Introdução 120
5.2 Chokes superficiais 122
5.2.1 Tipo positivo 122
5.2.1 Tipo ajustáveis 122
5.3 Modelos de fluxo 122
5.3.1 Fluxo subcrítico 122
5.3.2 Fluxo crítico 124
5.4 Fluxo de gás através de restrições 125
6 Análise do Sistema de Produção 127
6.1 Introdução 127
6.2 Revisão bibliográfica 130
6.3 aspectos gerais da análise global de um sistema de produção 133
6.3.1 Pressões constantes 134
6.3.2 Análise do sistema no fundo do poço 136
6.3.2.1 Seleção do tamanho do tubo de produção 137
6.3.2.2 Efeito de depleção 139
6.3.3 Análise do sistema na cabeça do poço 139
6.3.4 Análise do sistema no separador 140
6.3.5 Análise do sistema na restrição superficial 147

7 Análise de Aplicação 151


7.1 Introdução 151
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7.2 Dados básicos 151


7.3 Determinação das propriedades do gás natural poço
PUC – X1 153
7.3.1 Peso molecular aparente 154
7.3.2 Densidade 154
7.3.3 Fator compressibilidade Z 155
7.3.3.1 Correlação de Brill & Beggs 155
7.3.3.2 Correlação de Hall – Yarborough 155
7.3.4 Massa específica 156
7.3.5 Fator volume de formação 156
7.3.6 Compressibilidade isotérmica 156
7.3.6.1 Propriedades pseudo críticas 156
7.3.6.2 Correções das propriedades pseudo críticas 157
7.3.6.3 Propriedades pseudo reduzidas 157
7.3.7 viscosidade do gás natural 158
7.3.7.1 Método de Carr, Kobayashi e Burrows 158
7.3.7.2 Método de Lee, Gonzales e Eakin 159
7.4 Análise reservatório – poço 160
7.4.1 Vazão de fluxo mínimo para o levantamento de líquido
contínuo e vazão de erosão 160
7.4.2 Método simplificado 162
7.4.3 Método de pressão 166
7.4.4 Método pseudo pressão 168
7.4.5 Cálculo do AOF através de dados de reservatório 179
7.5 Análise na coluna de produção e linha de fluxo 182
7.5.1 Coluna de produção 182
7.5.1.1 Método da temperatura e compressibilidade
média 182
7.5.1.2 Método cullender e smith 183
7.5.2 Linha de fluxo 187
7.5.2.1 Método da temperatura e compressibilidade
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média 187
7.5.2.2 Weymouth 188
7.5.2.3 Panhandle A e B 190
7.6 Análise do tamanho do choke superficial 200
7.7 Análise do sistema na entrada ao do separador 205
7.8 Análise total do sistema 207

8 Conclusões e Recomendações 210

9 Referências bibliográficas 213

Apêndice A Propriedades do gás natural 215


Apêndice B Pressão de orvalho para gás natural 244
Apêndice C Determinação da Função Pseudo Pressão 245
Apêndice D Interpretação Teste de Formação DST,
Poço PUC – X1 251
Apêndice E Análise Instrumental Cromatografia Gasosa 254
Apêndice F Sistema de Automatização do Sistema Global para
um Poço Gasífero 261
Apêndice G Sistemas e Conversões de Unidades 282
Lista de figuras

Figura 1.1 História e previsão do consumo do gás natural no


mundo 26
Figura 1.2 Evolução do gás natural por setores no Brasil 27
Figura 1.3 Gasoduto Bolívia – Brasil 34
Figura 2.1 Diagrama de fases pressão – temperatura 39
Figura 2.2 Típico diagrama P-T para petróleo negro 43
Figura 2.3 Curva de encolhimento líquido para petróleo negro 43
Figura 2.4 Típico diagrama P-T para petróleo de baixo
encolhimento 45
Figura 2.5 Curva para baixo encolhimento de petróleo 45
Figura 2.6 Típico diagrama P-T para petróleo volátil 46
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Figura 2.7 Curva de encolhimento de líquido para petróleo volátil 46


Figura 2.8 Diagrama de fase esquemático para petróleo próximo ao
ponto crítico 47
Figura 2.9 Curva típica de encolhimento de líquido para petróleo
próximo ao ponto crítico 47
Figura 2.10 Diagrama de fase mostrando as regiões de condensação
retrógrada 49
Figura 2.11 Típico diagrama de fase para um reservatório de gás
condensado próximo ao ponto crítico 50
Figura 2.12 Diagrama de fase para gás úmido 51
Figura 2.13 Diagrama de fase para gás seco 52
Figura 3.1 Curvas IPR típicas 54
Figura 3.2 Geometria para fluxo laminar 57
Figura 3.3 Fluxo radial 59
Figura 3.4 Distribuição radial de pressão em regime estável 62
Figura 3.5 Distribuição radial de pressão em regime pseudo estável 73
Figura 3.6 Queda de pressão adicional devido a dano à formação 75
Figura 3.7 Teste de fluxo convencional 82
Figura 3.8 Esquema para teste de fluxo convencional 82
Figura 3.9 Teste de fluxo isócrono 85
Figura 3.10 Esquema para teste de fluxo isócrono 85
Figura 3.11 Curva de comportamento de fluxo de entrada 86
Figura 3.12 Teste de fluxo isócrono modificado 87
Figura 3.13 Análise gráfica para determinar A e B 89
Figura 4.1 Direções de fluxo na tubulação 92
Figura 4.2 Fluxo de fluido em tubulação inclinada 95
Figura 4.3 Equilíbrio de forças 96
Figura 4.4 Fatores de atrito para qualquer tipo de tubulação
comercial 99
Figura 4.5 Valores da rugosidade relativa e fator de atrito 101
Figura 5.1 Esquema do choke 120
Figura 5.2 Localização do choke 121
Figura 5.3 Porta orifícios tipo positivo 123
Figura 5.4 Chokes positivos 123
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Figura 5.5 Válvula de agulha regulável 124


Figura 6.1 Sistema simples de produção 127
Figura 6.2 Possíveis perdas da pressão em um sistema completo 128
Figura 6.3 Determinação da capacidade de fluxo 135
Figura 6.4 Colocação de vários nós 136
Figura 6.5 Componentes do reservatório 138
Figura 6.6 Condições instáveis por efeito do diâmetro 141
Figura 6.7 Poço restringido pelo sistema de tubulação 141
Figura 6.8 Efeito do tamanho da tubulação 142
Figura 6.9 Efeito da mudança de diâmetro da tubulação sobre a
capacidade do poço 142
Figura 6.10 Previsão das vazões futuras 143
Figura 6.11 Efeito de depleção 143
Figura 6.12 Componentes de separador e linha de fluxo 144
Figura 6.13 Componentes do reservatório e tubulação 144
Figura 6.14 Solução em cabeça do poço 145
Figura 6.15 Nó solução no separador 146
Figura 6.16 Efeitos da pressão no separador 146
Figura 6.17 Nó solução no choke de superfície 148
Figura 6.18 Avaliação do choke de superfície 149
Figura 6.19 Comportamento total do sistema incluindo choke
de superfície 149
Figura 6.20 Comportamento do choke 150
Figura 6.21 Comportamento do sistema para diversos diâmetros
de choke 150
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Lista de tabelas

Tabela 1.1 Reservas provadas de gás natural da Petrobrás 28


Tabela 1.2 Reservas provadas de gás natural na América do Sul 29
Tabela 1.3 Evolução das reservas de gás natural certificadas da
Bolívia 31
Tabela 1.4 Relação de reservas / consumo para os próximos
70 anos 32
Tabela 1.5 Contratos de risco compartilhado na Bolívia. 32
Tabela 1.6 Volumes de contrato compra – venda de gás natural,
Bolívia - Brasil 34
Tabela 1.7 Valores e preços do gás natural, Bolívia - Brasil 35
Tabela 3.1 Unidades da lei de Darcy 56
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Tabela 4.1 Regime de fluxo relacionado com o número de


Reynolds 98
Tabela 4.2 Valores de rugosidade absoluta 100
Tabela 4.3 Valores de C para diversas unidades 117
Tabela 4.4 Valores das constantes ai 118
Tabela 7.1 Parâmetros do reservatório 152
Tabela 7.2 Parâmetros do fluido 152
Tabela 7.3 Dados do teste seqüencial 152
Tabela 7.4 Composição do gás natural, poço PUC - X1 153
Tabela 7.5 Peso molecular aparente 154
Tabela 7.6 Fator Z - Brill & Beggs 155
Tabela 7.7 Fator Z - Hall-Yarborough 155
Tabela 7.8 Resumo dos valores obtidos de Z 155
Tabela 7.9 Massa específica do gás natural - Poço PUC - X1 156
Tabela 7.10 Fator volume de formação 156
Tabela 7.11 Propriedades pseudo críticas da Mistura 157
Tabela 7.12 Viscosidade do gás natural 160
Tabela 7.13 Vazão de fluxo mínima para o levantamento de líquido
contínuo 161
Tabela 7.14 Velocidade e Vazão de Erosão 161
Tabela 7.15 Análise Simplificado 162
Tabela 7.16 Curva do comportamento do reservatório (CCR) 164
Tabela 7.17 Análise da forma quadrática - pressão 166
Tabela 7.18 Curva do comportamento do reservatório (CCR) 168
Tabela 7.19 Cálculo da função pseudo - pressão m(p) 170
Tabela 7.20 Análise pseudo – pressão 172
Tabela 7.21 Curva do comportamento do reservatório (CCR) 175
Tabela 7.22 Resumo dos valores de AOF (teste) 175
Tabela 7.23 Curvas do comportamento do reservatório (CCR),
dados teste 177
Tabela 7.24 Curva do comportamento do reservatório (CCR),
dados do reservatório 180
Tabela 7.25 Valores estimados da pressão na cabeça do poço para
diferentes Diâmetros (método temperatura e
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compressibilidade Média) 183


Tabela 7.26 valores estimados da pressão na cabeça do poço para
diferentes diâmetros (método Cullender e Smith) 185
Tabela 7.27 Valores estimados da pressão na cabeça do poço para
diferentes diâmetros (método temperatura e
compressibilidade Média) 188
Tabela 7.28 Valores estimados da pressão na cabeça do poço para
diferentes diâmetros (método Weymouth) 190
Tabela 7.29 Valores Estimados da Pressão na Cabeça do Poço para
Diferentes Diâmetros (método Panhandle A) 192
Tabela 7.30 Valores estimados da pressão na cabeça do poço para
diferentes diâmetros (método Panhandle B) 192
Tabela 7.31 Capacidade de fluxo para diferentes diâmetros do tubo de
produção (Pwf , método pseudo pressão) 195
Tabela 7.32 Capacidade de fluxo para diferentes diâmetros do tubo de
produção (Pwf , método simplificado) 197
Tabela 7.33 Capacidade de fluxo para diferentes diâmetros do tubo de
produção (Pwf método pressão) 197
Tabela 7.34 Comportamento do choke 200
Tabela 7.35 Valores de vazão e pressão para diferentes diâmetros
de choke 202
Tabela 7.36 Análise do sistema no separador 205
Tabela 7.37 Análise total do sistema 208
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Nomenclatura

A = Área
A = Coeficiente de fluxo laminar, eq.(3.87), (3.95), (3.100)
A = Suma das frações molares de H 2 S + CO2
A = Variável no método Brill & Beggs (Apêndice A)
API = Instituto Americano do Petróleo (American Petroleum
Institute)
º API = Graus API
AOF = Máximo potencial do poço (Absolute Open Flow )
B = Fração molar de H2 S .

B = Coeficiente de fluxo turbulento, eq.(3.87), (3.95), (3.100)


B = Variável no método Brill & Beggs (Apêndice A)
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bbl = Barril
Bcf = Bilhões de metros cúbicos
Bg = Fator volume – formação do gás

Bg = Fator médio volume – formação do gás, avaliada a P

C = Coeficiente, eq.(3.83)
C = Constante , eq.(4.64)
C = Variável no método Brill & Beggs (Apêndice A)
Cd = Coeficiente de descarga

Cg = Compressibilidade do gás

ct = Compressibilidade Isotérmica total

cp = Centipoise
Cp = Calor específico a pressão constante

Cv = Calor específico a volume constante

d = Diâmetro da tubulação
dch = Diâmetro do Choke

D = Coeficiente de fluxo turbulento


D = Variável no método Brill & Beggs (Apêndice A)
DST = Drillsteam Test
E = Fator de eficiência
e = Rugosidade absoluta
F = Coeficiente de fluxo não Darcy
g = Aceleração gravitacional

gc = Constante gravitacional 32.17 lbm ft lb f sec 2

f = Fator de atrito
f' = Fator de atrito Fanning
ºF = Grau Fahrenheit
F = Fator de atrito de Nikuradse
ft = Pé (feet)
h = Entalpia.
h = Espessura do reservatório
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H = Profundidade do poço
I wh = Integral estática avaliada a pwh e Twh

I ms = Integral estática avaliada a pms e T

I ws = Integral estática avaliada a pws e Tws

I tf = Integral de fluxo avaliada a pwh e Twh

I mf = Integral de fluxo avaliada a pmf e Tmf

I wf = Integral de fluxo avaliada a pwf e Twf

IPR = Relação de comportamento do fluxo de entrada (inflow


performance relationship)
in = Polegada (inch)
k = Permeabilidade
kg = Permeabilidade do gás

k = Relação de calores específicos


k = Contador de iterações
K = Variável no método Lee, Gonzalez e Eakin
L = Comprimento
lw = Perda de trabalho, devido à irreversibilidade

log = Logaritmo decimal


m = massa
m = Pendente

m3 = Metros cúbicos
md = Milidarcys
m( p ) = Pseudopressão do gás real desde, 0 até p R

m ( pw ) = Pseudopressão do gás real, desde 0 até p wf

M = peso molecular
Ma = Peso molecular aparente

Mi = Peso molecular do componente i

MD = Profundidade medida (measured depth)


Mscfd = Mil pés cúbicos dia (thousand standart cubic feet day)

MM m 3 d = Milhões de metros cúbicos


n = Exponente, eq.(3.83)
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n = Número de libras-mol
nc = Número de componentes

N Re = Número de Reynolds

psia = Libras por polegada quadrada absoluta (pounds per square


inch absolute)
psi = Libras por polegada quadrada (pounds per square inch )
ppm = Partes por milhão
p = Pressão

P = Pressão média
p1 = Pressão a montante do Choke, eq.(5.1)
p2 = Pressão a jusante do Choke, eq.(5.1)
pc = Pressão crítica

pd = Pressão de orvalho

pr = Pressão reduzida, (Apêndice A)


Ppr = Pressão pseudo-reduzida

Pci = Pressão pseudo-crítica do componente i


Ppc = Pressão pseudo-crítica

psc = Pressão a condições normais, 14,7 psia

Pr = Pressão média do reservatório


Pwfs = Pressão de fluxo nos canhoneados

Pwf = Pressão de fluxo no fundo do poço

pws = Pressão estática no fundo do poço

pms = Pressão estática à profundidade média da tubulação, H / 2

pwh = Pressão de fluxo e estática na cabeça do poço

Pmf = Pressão de fluxo à profundidade média da tubulação, H / 2

pD = Queda de pressão, para um tD


q = Vazão
qe = Vazão de fluxo de erosão
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q sc = Vazão de fluxo de gás a condições de normais

qg = Vazão de fluxo de gás

q g (min ) = Vazão de fluxo mínimo para o levantamento contínuo de

líquidos
qgr = Vazão de fluxo do gás, para um raio r

Q = Transferência de calor.
r = Distância radial
re = Raio de drenagem

rw = Raio do poço

R = Constante universal dos gases


ºR = Grau Rankine
RCG = Relação água - condensado
RWG = Relação água - gás
s = Dano à formação perto do poço
s = Entropia.
scf = Pés cúbicos em condições standard (standard cubic feet)
SBHP = Pressão estática de fundo do poço (static bottom-hole
pressure)
STB = Barris em condições padrão ou standard (stock tank barrels)
t = Tempo
t = Variável no método Yarborough & Hall (Apêndice A)
tD = Tempo sem dimensão
T = Temperatura
T = Temperatura média
Tc = Temperatura crítica

Tci = Temperatura Pseudo-crítica do componente i.

Tsc = Temperatura a condições normais, 60 ºF

Tr = Temperatura do reservatório
Tr = Temperatura reduzida, (Apêndice A)
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T pc = Temperatura pseudo-crítica

T pr = Temperatura pseudo-reduzida

Twh = Temperatura de fluxo e estática na cabeça do poço

Tws = Temperatura estática no fundo do poço

Tmf = Temperatura de fluxo à profundidade média da tubulação, H / 2

TVD = Profundidade vertical verdadeira (true vertical depth)


Tcf = Trilhões de metros cúbicos
U = Energia interna.
u = Velocidade de fluxo
umin = Velocidade mínima

V = Volume
Vc = Volume crítico

Vr = Volume reduzido.
V sc = Volume normal

w = Trabalho desenvolvido pelo fluido.


X = Variável no método Lee, Gonzalez e Eakin
yi = Fração molar do componente i.
Y = Variável no método Lee, Gonzalez e Eakin
Z = Fator de compressibilidade para p e T
Z = Fator de compressibilidade para P , T
Z sc = Fator de compressibilidade a condições normais ≅ 1

Símbolos Gregos
β = Coeficiente turbulento de velocidade
∆ = Decremento
ε = Fator de ajuste das propriedades pseudo críticas
φ = Porosidade

γg = Densidade do gás

µ = Viscosidade
µg = Viscosidade do gás
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µgw = Viscosidade do gás, avaliada a Pwf

µg = Viscosidade média do gás, avaliada a P

ρ = Massa específica
ρar = Massa específica do ar
ρg = Massa específica do gás
ν = Velocidade aparente
τw = Esforço cisalhante

ΨD = Pseudo pressão do gás real, para um tD


Introdução 25

1
Introdução

O desenvolvimento econômico e o advento da sociedade industrial mundial


têm sido acompanhado de um incremento permanente do consumo energético.
O carvão mineral tem perdido espaço de consumo em nível industrial,
enquanto diferentes formas de energia alternativas têm tido maior ou menor grau
de utilização em diferentes regiões do mundo. Contudo, é o petróleo que tem
ocupado o primeiro lugar em consumo mundial há várias décadas.
Por outro lado, a tendência mundial atual é de alta preocupação com a
conservação do meio ambiente, de forma a proporcionar um desenvolvimento
sustentável e não somente o crescimento econômico. Em decorrência disso,
procuram-se combustíveis menos contaminantes que o petróleo, o que tem levado
a um incremento do consumo de gás natural. A tendência do mercado mundial do
gás natural ainda não está plenamente delineada, uma vez que sua utilização mais
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intensa demanda elevados investimentos em transporte e comercialização.


Dessa maneira, as tendências atuais mostram que, embora o consumo de
petróleo vá manter-se em patamares elevados, a participação do gás natural na
matriz energética mundial deverá crescer acentuadamente nas próximas décadas.
1.1.1
História e previsão de consumo do gás natural no mundo

O gás natural é a fonte de energia primária de mais rápido crescimento em


anos recentes (1970 - 1997), atingindo 2,322 trilhões de m3 em 1997, ou seja, um
incremento de 128% neste período. Estima-se que sua utilização dobrará no
período entre 2005 e 2020, atingindo 4,729 trilhões de m3 em 2020, o que
significaria um incremento no consumo de 61%, figura 1.1.
O maior incremento registrado tem sido no campo da geração de
eletricidade. As turbinas de gás de ciclo combinado nas plantas de termoelétricas
constituem um exemplo da alta eficiência técnica e econômica disponível.
Ademais, o gás natural é ambientalmente atrativo, pois emite bem menos
gás sulfídrico e dióxido de carbono que o petróleo e o carvão. Nos países
industrializados, dadas as vantagens econômicas e ambientais, a projeção de
crescimento em seu consumo é a mais alta entre os combustíveis tradicionais.
Para os países em desenvolvimento, espera-se que o gás natural seja utilizado não
Introdução 26

somente para a geração termoelétrica, mas também para uso domiciliar e como
combustível no setor industrial.

Trilhões de metros cúbicos


5,663
História Projeções 4,729

3,964
4,247
3,483
2,945

2,832 2,322 2,322


2,067

1,500
1,416 1,020

0
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1970 1980 1990 1996 1997 2005 2010 2015

Figura 1.1 História e previsão do Consumo do Gás Natural no Mundo

1.1.2
História do gás natural no brasil
A utilização do Gás Natural no Brasil iniciou-se modestamente por volta de
19401, com as descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias
localizadas no Recôncavo Baiano.

A produção do gás natural aumentou muito na década de 80, com a


explotação da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. O
desenvolvimento dessa região petrolífera proporcionou um aumento no uso do gás
natural, elevando em 2,7% sua participação na matriz energética nacional. O
Governo Federal tem como meta elevar a participação do gás natural a 12% até
2010.

A conclusão do Gasoduto Bolívia-Brasil representa um grande avanço no


fornecimento de gás natural no país, com capacidade máxima de transportar até 30
milhões de m³ diariamente. A implantação de 56 usinas do Programa Prioritário
de Termoeletricidade 2000-2003, do Ministério de Minas e Energia, também
contribuirá para o crescimento da oferta de energia, assegurando o fornecimento
Introdução 27

aproximado de 20 mil MW (Mega Watts) a várias regiões do território nacional.


Além disso, existem projetos em estágio avançado para o aproveitamento mais
intenso das reservas de gás natural na Bacia de Solimões, no Estado do
Amazonas.

1.1.3
Evolução do gás natural por setores

Depois de tratado e processado, o gás natural tem grande uso mundial no


setor domiciliar, no comércio, nas indústrias e nos veículos. Na indústria, o gás
natural é utilizado como combustível para o fornecimento de calor, geração de
eletricidade e de força motriz. Como matéria prima, sua utilização ocorre nos
setores químicos, petroquímicos e de fertilizantes, e, finalmente, como redutor
siderúrgico na fabricação de aço. Na área de transportes, é utilizado em ônibus e
automóveis, substituindo o óleo diesel, a gasolina e o álcool. A figura 1.2 ilustra
a participação dos diversos setores no consumo de gás no Brasil.
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Vendas de Gás Natural no Brasil


(Média de 1998)

Automotriz
2,0 %
Petroquímico
7,0 %
Combustível Redutor
80,8 % Siderúrgico
3,4 %

Doméstico
6,8 %

TOTAL = 11.069
Mil m3/dia
Figura 1.2 Evolução do gás natural por setores no Brasil, Fonte: Petrobras
Introdução 28

1.1.4
Reservas provadas de gás natural da Petrobras por região

De acordo com o estudo de atualização das reservas de Gás Natural no


Brasil em Março de 2002, tem-se uma maior reserva no mar do que em terra, o
que pode ser observado na tabela 1.1, expresso em bilhões de pés cúbicos (Bcf).

Tabela 1.1
Reservas provadas de gás natural da Petrobrás

2001 2000 1999 1998 1997


No mar
Bacia de Campos 3644,3 2504,7 3202,3 2942,,6 3132,2
Outras 1214,8 1218,8 1472,9 799,0 897,1
Total no mar 4859,1 3723,5 4675,2 3741,6 4029,3
Em Terra 2026,2 2543,3 2285,6 661,0 1752,9
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Total Brasil 6885,3 6266,8 6860,8 4402,6 5782,2


Fonte: Petrobras

1.1.5
Expectativas para o mercado de gás natural do Brasil

Em junho de 19992, foi colocado em operação o Gasoduto Bolívia-Brasil,


um empreendimento com 3.150 km de extensão e um investimento total de cerca
de US$ 2,15 bilhões. Além de tratar-se de uma importante obra de engenharia,
envolvendo uma complexa estrutura contratual e de alocação de riscos, necessária
à viabilização do seu financiamento, a entrada do Bolívia-Brasil permitiu o início
da materialização da política de crescimento da participação do
gás na matriz energética brasileira, de 3% para 12% até 2010, relação até discreta
se comparada com os 24% de média mundial.
Em junho de 2000, após 12 meses, mais um passo foi dado para a
consolidação desse processo com a entrada em operação da primeira fase do
Gasoduto Uruguaiana - Porto Alegre, um projeto de menor envergadura que o
Bolívia-Brasil, porém com o mesmo grau de importância no tocante ao processo
de integração energética do Cone Sul e à implantação da indústria do gás no país.
Com a participação da Petrobras, em menos de 2 anos o Brasil interligou os
Estados do Sul, Sudeste e Centro - Oeste com os principais centros produtores do
Introdução 29

Cone Sul - as regiões de produção gás da Bolívia e Argentina – compensando a


relativamente baixa disponibilidade de reservas de gás nacional, de 8 Tcf, através
da oferta daqueles países, que totalizam reservas acima de 80 Tcf.
1.1.6
Reservas de gás natural na América do Sul

As reservas provadas na América do Sul mostram que a Venezuela é o


primeiro país (58,3%) nessa matéria e a Bolívia é o segundo, com 20,7%.
Importantes jazidas de gás natural têm sido descobertas em outros países e entre
elas mencionamos a de Camisea, no Peru, considerada a mais importante jazida de
gás daquele país. Descobertas de novas reservas de gás offshore na costa
brasileira em datas recentes devem colocar o país num patamar mais confortável.
Tabela 1.2
Reservas provadas de gás natural na América do Sul (2002)

País Tcf %
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Chile 4,4 1,7


Brasil 8,0 3,2
Peru 13,3 5,3
Argentina 27,4 10,8
Bolívia 52,3 20,7
Venezuela 147,6 58,3
253,2 100,0
Fonte: Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)

1.1.7
Mercado de gás natural e perspectivas na América do Sul

A produção e consumo do gás natural na região foi em torno de 0,08 trilhões


de m3 em 1998. Em 1999, o comércio de gás natural estendeu-se fora da região,
com a exportação proveniente de Trindade e Tobago. Até aquele ano, o único
gasoduto internacional na região operava da Bolívia para a Argentina e da
Argentina para o Chile.
Segundo estimativas, a utilização de gás na região, promovida pela
construção de novos gasodutos, crescerá para 0,4 trilhões de m3 em 2020, com
uma média anual de crescimento de 5,7%.
Introdução 30

Na América do Sul, o mais importante mercado de gás natural é o Brasil,


com uma estimativa de crescimento na demanda de 0.006 trilhões de m3 em 1997
para 0,07 trilhões de m3 no 2020. Por outro lado, têm-se produzido importantes
descobrimentos na Bolívia; porém, problemas econômicos e políticos tem
atrasado sua explotação.
O mercado na América do Sul tem mostrado nos últimos anos um
crescimento no consumo de gás natural. Portanto, é necessária a construção de
uma rede de dutos que tenha como eixo central o gasoduto Santa Cruz de la Sierra
– São Paulo – Porto Alegre, chegando ao Brasil também a partir do norte
argentino, onde a dobradiça será o gasoduto Yacuiba – Santa Cruz de la Sierra.
Esta rede de dutos permitirá a chegada de gás boliviano, argentino ou
peruano (campo Camisea) aos grandes mercados de consumo. O interesse
boliviano é o acesso a importantes mercados, como o mercado brasileiro,
assegurando um grande crescimento em investimentos, exploração e produção
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para o país.
A rede de dutos existentes no Cone Sul é a seguinte:
Gasoduto Rio Grande – Santa Cruz de la Sierra – Buenos Aires
Gasoduto Patagônia – Sul da Argentina – Buenos Aires
Gasoduto interno no Brasil
Gasoduto Santa Cruz de la Sierra – São Paulo
Gasoduto Gasandes La Mora (Argentina) – São Bernardo

Área de Investimento em Exploração e explotação de Hidrocarbonetos


A área de interesse petroleiro é de 61.100.000,00 hectares.
A área total com contratos de risco compartilhado é de 12.427.677,60
hectares.
A área total livre para exploração e explotação é de 48.672.322,40
hectares.
1.1.8
Consumo de gás natural na América do Sul

O total do consumo da Argentina, Chile, Bolívia, Brasil e Uruguai era de


122 MMm3/d no ano 2000; o gás natural é utilizado na geração de energia elétrica,
no setor residencial/comercial/industrial/outros, entre eles a demanda de gás
Introdução 31

natural veicular. Para os próximos anos, as projeções no consumo de gás natural


tendem a incrementar devido a uma evolução no mercado de consumo dos
diversos setores já mencionados. O Brasil, que tem aumentado a demanda de gás
natural de forma significativa desde o começo da operação do gasoduto Bolívia –
Brasil, tem no setor industrial seu maior consumidor e logo que entrarem em
operação as usinas termoelétricas, o consumo será majoritário nesse segmento. O
incremento no consumo nos próximos anos será de 214 MMm3/d no 2005 e 269
MMm3/d no 2010. (Fonte: Repsol YPF).
1.1.9
Reservas de gás natural na Bolívia

Na República da Bolívia, as reservas de Gás Natural incrementaram-se de


forma considerável, tanto que no ano de 1997 as reservas provadas (P1) e as
prováveis (P2) eram de 5,69 Tcf; em janeiro de 2002, essas reservas chegaram a
52,29 Tcf. A evolução anual das reservas de Gás Natural certificadas na Bolívia é
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mostrada na tabela 1.3.


Tabela 1.3
Evolução das reservas de gás natural certificadas da Bolívia P1+P2

1997 1998 1999 2000 2001 2002


Provadas (P1) 3,75 4,16 5,28 18,31 23,84 27,36
Prováveis (P2) 1,94 2,46 3,30 13,90 22,99 24,93
P1+P2 5,69 6,62 8,58 32,31 46,83 52,29
Fonte: Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)

1.1.10
Reservas e balanço de gás natural na Bolívia

A presença de grandes reservas de Gás Natural em diferentes campos na


Bolívia, incluídas as demandas comprometidas, terá um excedente nos próximos
70 anos. Oitenta por cento das Reservas Certificadas não têm Mercado
assegurado. Na tabela 1.4, observa-se a relação entre o consumo comprometido e
as Reservas Certificadas.
Para o excedente das reservas disponíveis da Bolívia, existe um estudo de exportar
gás natural em forma de GNL (Gás Natural Liqüefeito) para o mercado da
Califórnia, a partir de um porto localizado no Pacífico (a decisão da escolha ainda
não foi tomada; Peru e Chile vêm oferecendo grandes vantagens ao governo
Introdução 32

boliviano para serem privilegiados pela escolha). Esse projeto envolve um


investimento de 5 bilhões de dólares, para exportar 40 milhões de m3/dia, e
começaria a operar em 2007.
Tabela 1.4
Relação de reservas / consumo para os próximos 70 anos

Reservas Certificadas Em 01/01/2002 52.3


Demanda Brasil (20 anos) 7.9
Demanda Cuiabá (20 anos) 1.2
Demanda Mercado Interno (20 anos) 1.4
RESERVAS DISPONÍVEIS 41.8
Fonte: Viceministerio da Energia e Hidrocarbonetos da Bolívia

1.1.11
Contratos de risco compartilhado na Bolívia
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As novas leis bolivianas deram curso à modalidade da produção de


hidrocarbonetos mediante contratos de risco compartilhado, que atualmente
chegam a 84 contratos, como pode-se observar na tabela 1.5:
Tabela 1.5
Contratos de risco compartilhado na Bolívia (31/12/2001)

Exploração Explotação
Hectares 6.797.281 289.087
Quilômetros quadrados 67.973 2.890
Área Total de Interesse petroleiro 535.000 km2
Área por Contrato 70.864 km2 = 13,2%
Fonte: Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)

1.1.12
Mercado potencial para o gás natural da Bolívia

O Brasil é um país que atravessa forte carência energética, tendo que


importar a matéria prima para a geração de eletricidade, como é o caso do contrato
de compra e venda de gás natural entre Bolívia e Brasil, ou a própria energia
elétrica. O crescimento do consumo de eletricidade do Brasil é o dobro do seu
Produto Interno Bruto, requerendo anualmente 3750 MW (Mega Watts) de
potência para cobrir a demanda da população. Tal situação faz com que os planos
Introdução 33

de expansão do setor elétrico brasileiro contemplem a integração com os países


vizinhos, especialmente com a Bolívia.
As áreas de interesse para a exportação de energia da Bolívia para o Brasil
são as seguintes:

• A partir do Acre, para o Norte


• A partir de Rondônia para o Nordeste
• A partir de Mato Grosso para o Oeste
• A partir de Mato Grosso do Sul para o Leste
A Bolívia tem grandes possibilidades de exportar eletricidade para o Brasil
através da construção de centrais a gás natural e sistemas de transmissão na
fronteira da Bolívia com o Brasil, que sejam ligados ao sistema inter-conectado do
Sul do Brasil.

1.1.13
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Gasoduto Bolívia – Brasil

O projeto do Gasoduto Bolívia – Brasil foi executado em duas etapas. O


primeiro trecho, de Corumbá (MS) a Guararema (SP), com extensão de 1.418 km
e diâmetro variando de 32” a 24”, entrou em operação em julho de 1999. O
segundo trecho, de Guararema (SP) até Canoas (RS), com extensão de 1.165 km e
diâmetro variando de 24” a 16”, foi inaugurado no final do mês de março de 2000.
Esse gasoduto, com 2.583 km e capacidade de transporte de até 30 milhões de
m3/dia (capacidade do gasoduto em 2007), cruza os estados de Mato Grosso do
Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, disponibilizando gás
natural para que as companhias distribuidoras de cada estado possam atender o
seu mercado consumidor, ver figura 1.3. Os principais consumidores são
refinarias, grandes indústrias e termoelétricas. Atualmente, o gasoduto
movimenta algo em torno de 16 milhões de m3/dia, ainda bem abaixo de sua
capacidade operacional.
O Gasoduto Bolívia – Brasil, cuja extensão total é de 3.150 km e cujo
investimento foi de US$ 2 bilhões, é operado, no lado brasileiro, pela TBG
(Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil S.A.)
Introdução 34

Figura 1.3 Gasoduto Bolívia – Brasil, Fonte : Petrobras


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As tabelas 1.6 e 1.7 apresentam os volumes de venda que foram acordados


no contrato de compra e venda de gás natural com o Brasil.

Tabela 1.6
Volumes de contrato compra e venda de gás natural Bolívia-Brasil

Ano Milhões Milhões


m3/dia Pés3/dia
2000 9.10 321.30
2001 16.30 575.60
2002 20.40 720.40
2003 24.60 868.70
2004 25.70 907.60
2005 30.08 1,062.00
2006 30.08 1,062.00
2007-2019 30.08 1,062.00
Fonte: Petrobras
Introdução 35

Tabela 1.7
Valores e preços do gás natural Bolívia - Brasil

Anos Gestão Total Preço no Rio Valor $US


MMBTU-ano Grande
$us/MMBTU

1 2000 121,263,036 0.95 115,199,884

2 2001 217,207,416 0.95 206,347,045

3 2002 271,842,410 0.95 258,250,290

4 2003 327,809,965 0.96 314,697,567

5 2004 342,468,134 0.96 328,769,409

6 2005 400,834,299 0.97 388,809,270

7 2006 400,834,299 0.98 392,817,613

8 2007 400,834,299 0.98 392,817,613

9 2008 400,834,299 0.99 396,825,956


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10 2009 400,834,299 1.00 400,834,299

11 2010 400,834,299 1.00 400,834,299

12 2011 400,834,299 1.01 404,842,642

13 2012 400,834,299 1.02 408,850,985

14 2013 400,834,299 1.02 408,850,985

15 2014 400,834,299 1.03 412,859,328

16 2015 400,834,299 1.03 412,859,328

17 2016 400,834,299 1.04 416,867,671

18 2017 400,834,299 1.05 420,876,014

19 2018 400,834,299 1.05 420,876,014

20 2019 400,834,299 1.06 424,884,357

Totais 7.293.105.446 7.327.970.568


Fonte: Petrobras
Introdução 36

1.2
Objetivos

Está claramente identificado que o setor energético do Brasil, num futuro


imediato, encontra-se em déficit frente à demanda dos diferentes setores de
consumo.
A participação do gás natural na matriz energética do país, com a
contribuição da importação deste combustível dos países vizinhos, deverá ser
substancialmente aumentada nos próximos anos. Por outro lado, é necessário que
a explotação do gás natural se dê em condições técnicas e econômicas viáveis para
possibilitar sua maior utilização nos diversos setores que demandam gás como
insumo energético. Nesse sentido, é importante orientar o segmento industrial de
extração de gás natural para otimizar os processos de explotação por meio de
técnicas e métodos adequados.
Em virtude dos desafios técnicos e científicos existentes no setor petrolífero,
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o trabalho de dissertação apresentado procura enfocar assuntos relevantes de


Engenharia de petróleo aplicados à extração de gás natural. O aspecto principal
do trabalho diz respeito ao desenvolvimento de uma metodologia de análise do
desempenho hidráulico de um poço de gás natural, conforme descrito em detalhes
nos próximos capítulos.
Devido ao crescente interesse na exploração de campos de gás, por ser uma
fonte de energia mais econômica e limpa com relação ao petróleo, o presente
projeto de pesquisa tem como foco procedimentos e mecanismos para realizar a
análise global deste sistema de gás natural. Essa análise constitui-se em eficiente
ferramenta para projetar o desenvolvimento de um campo de gás natural, bem
como para avaliar o desempenho da produção de gás.

O trabalho de dissertação enfocará uma análise comparativa dos diversos


métodos de cálculo termo-hidráulicos dos componentes de um sistema de
produção de gás natural, bem como uma avaliação da técnica do tratamento
iterativo da análise global.
Introdução 37

1.3
Conteúdo do trabalho desenvolvido

A análise do sistema de produção (mais conhecido como a Análise Total ou


Global), é hoje a técnica de otimização da produção mais popular na indústria
petrolífera, especialmente em poços surgentes de petróleo ou de gás e condensado.
Sem dúvida, é na etapa de surgência do poço que a análise total atinge o seu
máximo aproveitamento. No entanto, nos últimos tempos tem-se intensificado
notavelmente sua aplicação em poços com elevação artificial.

No presente trabalho de dissertação, apresenta-se o desenvolvimento das


metodologias da análise de cada um dos componentes que formam parte de um
sistema completo de produção para um poço surgente de gás natural,
(reservatório, coluna de produção, linha de surgência e separador, incluindo choke
superficial).
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Antes de fazer a análise de cada um dos componentes, apresenta-se no


capítulo 2 uma breve análise dos princípios básicos do comportamento de fases
dos fluidos no reservatório, além de ilustrar o diagrama de fases, classificando os
tipos de reservatórios.

O desenvolvimento matemático das diferentes metodologias para cada um


dos componentes que formam parte de um sistema de produção é discutido nos
capítulos 3, 4 e 5.

No capítulo 3, são apresentados os diferentes métodos que representam o


comportamento do reservatório em função da vazão de produção e da pressão,
Pwf = f (q), gerando assim a curva do comportamento do reservatório – poço.

O gás proveniente do reservatório até o separador é transportado pela coluna


de produção até a superfície e a partir daí escoa pelas linhas de surgência na
superfície até a planta de separação e tratamento de gás natural. No capítulo 4,
apresenta-se o desenvolvimento matemático dos métodos aplicáveis ao
escoamento de gás na coluna de produção e na linha de surgência; as correlações
apresentadas são estudadas por meio da aplicação da equação de conservação da
energia mecânica. É usual admitir-se que o escoamento é monofásico e ocorre
sob regime permanente.
Introdução 38

No sistema de fluxo de um poço, dispositivos de restrição ao fluxo tipo


choke normalmente formam parte do conjunto da árvore de natal, localizado entre
a coluna de produção e a linha de surgência. No capítulo 5, é apresentada uma
análise do fluxo de gás através de chokes, os quais tem como finalidade restringir
a vazão do fluido, permitindo que se obtenha uma produção compatível com as
características do reservatório. Aumentando-se a sua abertura, reduz-se a perda da
pressão do fluido ao atravessá-lo, com conseqüente diminuição da pressão de
fluxo no fundo do poço. Dessa forma, o diferencial de pressão sobre o
reservatório aumenta e o poço produz com vazão mais elevada.

No capítulo 6, são apresentados os fundamentos da técnica de uma análise


global, a qual consiste basicamente em realizar um balanço de pressões em um
ponto determinado do sistema, denominado “nó”.

Finalmente, no capítulo 7, é apresentado um caso real de estudo, fazendo


uma análise comparativa dos diversos métodos de cálculo termo-hidraúlicos dos
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componentes de um sistema de produção de gás natural, bem como uma avaliação


da técnica do tratamento iterativo da análise global.

Na última parte do trabalho encontram-se vários apêndices, os quais são


incluídos para complementar a argumentação da dissertação.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 39

2
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no
Reservatório

2.1
Introdução

Apresenta-se neste capítulo uma breve análise dos princípios básicos do


comportamento de fases dos fluidos no reservatório, além de ilustrar o diagrama
de fases, classificando os tipos de reservatórios.
2.2
Diagrama de fases pressão – temperatura

O comportamento de qualquer mistura de hidrocarbonetos pode ser


representado através de um diagrama de fases3. A figura 2.1 mostra os detalhes
de um diagrama de fases de uma mistura. Esses diagramas são essencialmente
utilizados para:
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Classificar os reservatórios.
Classificar naturalmente o sistema de hidrocarbonetos.
Descrever o comportamento de fases do fluido de reservatório.

Curva dos pontos


de bolha

Região de
Líquido

Curva dos pontos


de orvalho
Figura 3.1 Diagrama de fases pressão – Temperatura

Região
de Gás

Figura 2.1 Diagrama de fases pressão – temperatura


Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 40

O diagrama de fases tem os seguintes elementos:


2.2.1
Fase envolvente

Resulta da união das curvas do ponto de bolha e do ponto de orvalho (linha


BCA), onde o gás e o líquido coexistem em equilíbrio. A envolvente de fases
divide o diagrama em três regiões: a primeira, chamada região de líquidos, está
situada fora da envolvente de fases e à esquerda da isoterma crítica; a segunda,
chamada região de gases, encontra-se fora da envolvente de fases e à direita da
isoterma crítica; a última, encerrada pela envolvente de fases, é conhecida como
região de duas fases; nessa região, encontram-se todas as combinações de
temperatura e pressão onde a mistura de hidrocarbonetos pode permanecer em
duas fases em equilíbrio.
2.2.2
Linhas de qualidade
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As linhas segmentadas dentro do diagrama de fases são chamadas linhas de


qualidade. Elas descrevem as condições de pressão e temperatura para volumes
iguais de líquido. Note que as linhas de qualidade convergem no ponto crítico.
2.2.3
Ponto crítico

É aquele no qual a linha dos pontos de bolha e a dos pontos de orvalho se


juntam, ou mais propriamente, é o ponto onde as propriedades do líquido e do gás
são iguais (ponto C).
2.2.4
Ponto cricondentérmico, Tct

É o ponto de temperatura máxima em que ainda existem duas fases em


equilíbrio (ponto E).
2.2.5
Ponto cricondenbárico Pcb

É o ponto de pressão máxima em que ainda existem duas fases em equilíbrio


(ponto D).
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 41

2.2.6
Curva ponto de bolha

Define-se como a linha que separa a região de fase líquida da região de duas
fases (linha BC).
2.2.7
Curva ponto de orvalho

Define-se como a linha que separa a região de fase vapor da região de duas
fases (linha AC).
2.3
Classificação dos reservatórios

Os diferentes tipos de reservatórios podem ser classificados de acordo com a


localização da pressão e temperatura iniciais do reservatório com respeito à região
de duas fases (gás e petróleo) nos diagramas de fases que relacionam pressão e
temperatura. Portanto, os reservatórios podem ser classificados basicamente em
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dois tipos: reservatórios de petróleo e reservatórios de gás.


2.4
Reservatórios de petróleo

Se a temperatura do reservatório T é menor que a temperatura crítica Tc do


fluido do reservatório, o reservatório é classificado como reservatório de
petróleo3. Dependendo da pressão inicial do reservatório P1 , os reservatórios de

petróleo podem ser subclassificados nas seguintes categorias:


2.4.1
Reservatório de petróleo subsaturado

Se a pressão inicial do reservatório Pi, representada na figura 2.1 pelo ponto

1, é maior que a pressão do ponto de bolha Pb e a temperatura está abaixo da


temperatura crítica do fluido do reservatório.
2.4.2
Reservatório de petróleo saturado

Quando a pressão inicial do reservatório atinge o ponto de bolha do fluido


do reservatório, como mostrado na figura 2.1, ponto 2, o reservatório é chamado
reservatório saturado de petróleo.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 42

2.4.3
Reservatório de capa de gás

Se a pressão inicial do reservatório é menor que a pressão no ponto de bolha


do fluido do reservatório, como indicado no ponto 3 da figura 2.1, o reservatório é
denominado de capa de gás ou reservatório de duas fases, que contém uma zona
de líquido ou de petróleo com uma zona ou capa de gás na parte superior.
Em geral o petróleo é normalmente classificado nos seguintes tipos:

Petróleo negro
Petróleo de baixo encolhimento
Petróleo de alto encolhimento (volátil)
Petróleo próximo ao ponto crítico
• Petróleo negro, um diagrama de fase pressão – temperatura para petróleo
negro é mostrada na figura 2.2, na qual deve-se notar que as linhas de
qualidade são aproximadamente eqüidistantes e caracterizam este diagrama
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de fase de petróleo negro. Seguindo a trajetória da redução da pressão


indicada pela linha vertical EF na figura 2.2, a curva de líquido encolhido,
como mostrado na figura 2.3, prepara-se traçando o percentual de volume
líquido como uma função da pressão. A curva do líquido encolhido
aproxima-se da linha reta, exceto à pressões muito baixas. Quando o petróleo
negro é produzido, normalmente gera uma relação gás – petróleo entre 200 –
700 scf/STB e a densidade do petróleo de 15 – 40 ºAPI. No tanque de
armazenamento o petróleo normalmente é de cor marrom a verde escuro.
• Petróleo de baixo encolhimento, um diagrama de fase pressão – temperatura
para petróleo de baixo encolhimento é mostrado na figura 2.4. O diagrama é
caracterizado pelas linhas de qualidade que estão espaçadas estreitamente
perto da curva do ponto de orvalho. A curva de encolhimento de líquido
mostra-se na figura 2.5; esta figura nos mostra as características de
encolhimentos dessa categoria de petróleo. As outras propriedades desse
tipo de petróleo são:
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 43
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Figura 2.2 Típico diagrama P-T para petróleo negro

Figura 2.3 Curva de encolhimento líquido para petróleo negro


Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 44

Fator volume da formação de petróleo menor que 1,2 bbl/STB


Relação Gás – Petróleo menor que 200 scf/STB
Densidade do petróleo menor que 35 ºAPI
Coloração negra
Recuperação substancial de líquido em condições de separação, como
indicado pelo ponto G sobre 85% da linha de qualidade da figura 2.4
• Petróleo Volátil; o diagrama de fase para petróleo volátil (alto encolhimento)
é dado na figura 2.6. Observe que as linhas de qualidade estão juntas e
estreitas perto do ponto de bolha, e mais amplamente espaçadas a baixas
pressões. Esse tipo de petróleo é normalmente caracterizado por um alto
encolhimento de líquido imediatamente abaixo do ponto de bolha, como
mostrado na figura 2.7. Outras propriedades características desse petróleo
compreendem:
Fator volume da formação menor que 2 bbl/STB
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Relação Gás – Petróleo entre 2000 – 3200 scf/STB


Densidade do petróleo entre 4,5 – 55 ºAPI
Baixa recuperação de líquido em condições de separador, como indicado
no ponto G na figura 2.6
Cor verde a laranja.
• Petróleo próximo ao ponto crítico, se a temperatura do reservatório T está
próxima à temperatura TC do sistema de hidrocarbonetos, como mostrado na
figura 2.8. A mistura de hidrocarbonetos é identificada como petróleo
próximo ao ponto crítico. Pelo fato de que todas as linhas de qualidade
convergem ao ponto crítico, uma queda de pressão isotérmica (como
mostrado na linha vertical EF na figura 2.8) pode encolher o petróleo de
100% do volume de poro de hidrocarbonetos no ponto de bolha a 55% ou
menos a uma pressão de 10 – 50 psi abaixo do ponto de bolha. O
comportamento característico de encolhimento do petróleo próximo ao
ponto crítico é mostrado na figura 2.9. Esse petróleo é caracterizado por um
maior GOR, de mais de 3000 scf/STB, com um fator volume de 2.0
bbl/STB ou mais alto. As composições desse tipo de petróleo são
normalmente caracterizadas por 12.5 a 20 mol% de heptano-plus, 35% ou
mais de etano até hexano e o resto metano.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 45
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Figura 2.4 Típico diagrama P-T para petróleo de baixo encolhimento

Figura 2.5 Curva para baixo encolhimento de petróleo


Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 46
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Figura 2.6 Típico diagrama P-T para petróleo volátil

Figura 2.7 Curva de encolhimento de líquido para petróleo volátil


Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 47
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Figura 2.8 Diagrama de fase esquemático para petróleo próximo ao ponto crítico

Figura 2.9 Curva típica de encolhimento de líquido para petróleo próximo ao


ponto crítico
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 48

2.5
Reservatórios de gás

Se a temperatura do reservatório é maior que a temperatura crítica do fluido


do hidrocarboneto, o reservatório é considerado um reservatório de gás3.
Reservatórios que produzem gás natural podem ser classificados essencialmente
em quatro categorias. São elas:
2.5.1
Reservatórios de condensação retrógrada de gás

Se a temperatura do reservatório T está entre a temperatura crítica TC e


cricondentérmica Tct do fluido do reservatório, o reservatório é classificado como
reservatório de condensação retrógrada. O fluido existe como um gás nas
condições iniciais (pressão e temperatura) do reservatório, como indica o ponto 1
na figura 2.10. Quando ingressa no poço e começa a subir para a superfície, a
pressão e temperatura diminuem e haverá presença de duas fases.
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À medida que o fluido vai sendo produzido, a pressão no interior do


reservatório diminui, enquanto a temperatura permanece constante; em algum
momento o sistema irá se encontrar no ponto 2 sobre a curva do orvalho.
Teoricamente, nesse instante aparecerá a primeira gota de líquido.
A certa altura da vida produtiva da formação, começa a ocorrer uma
condensação de certos componentes da mistura, ou seja, uma parte do gás se
liquefaz, ponto 3.
Com o prosseguimento da produção, a pressão continua a cair, fazendo com
que o gás que já em estado líquido volte ao estado gasoso, ponto 4. Com a
diminuição da pressão, todo o gás liquefeito eventualmente voltará ao seu estado
inicial.
O ponto de interesse da questão é o fato de uma redução de pressão causar a
condensação do gás, quando o esperado é que reduções de pressão causem
vaporizações de líquidos.
Observe que o fenômeno retrógrado acontece no interior da rocha
reservatório. O reservatório de gás retrógrado também é conhecido como
reservatório de gás condensado.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 49
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Figura 2.10 Diagrama de fase mostrando as regiões de condensação retrógrada

2.5.2
Reservatórios de gás condensado próximo ao ponto crítico

Se a temperatura do reservatório está próxima da temperatura crítica, como


mostrado na figura 2.11, a mistura de hidrocarboneto é classificada como
reservatório de gás condensado próximo ao ponto crítico. O comportamento
volumétrico dessa categoria de gás natural é descrito através do declínio
isotérmico da pressão, como mostrado na linha vertical 1 – 3 na figura 2.11.
Todas as linhas de qualidade convergem ao ponto crítico, um aumento de líquido
rápido ocorrerá imediatamente abaixo do ponto de orvalho conforme a pressão é
reduzida no ponto 2. Tal comportamento pode ser justificado pelo fato de que
várias linhas de qualidade são cruzadas muito rapidamente pela redução
isotérmica da pressão.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 50
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Figura 2.11 Típico diagrama de fase para um reservatório de gás condensado


próximo ao ponto crítico

2.5.3
Reservatório de gás úmido

O diagrama de fase correspondente a um reservatório de gás úmido é


apresentado na figura 2.12, onde observa-se que a temperatura do reservatório é
maior que a cricondentérmica da mistura; por tal motivo, nunca haverá duas fases
no reservatório, mas somente a fase gasosa. O reservatório é esgotado
isotermicamente ao longo da linha vertical A – B.
Na figura 2.12, o ponto A, que representa as condições iniciais do
reservatório (pressão e temperatura), vai se deslocando verticalmente durante a
vida produtiva, à medida que são extraídos os hidrocarbonetos e a pressão declina
isotermicamente até uma posição como a do ponto B.
Quando os fluidos levados à superfície entram na região de duas fases,
geram relações gás – petróleo entre 60.000 a 100.000 scf/STB, com densidade do
óleo acima de 60 ºAPI.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 51
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Figura 2.12 Diagrama de fase para gás úmido

2.5.4
Reservatório de gás seco

O último tipo de reservatório analisado é conhecido como reservatório de


gás seco, cujo diagrama de fase apresenta-se na figura 2.13. Em condições de
reservatório, o gás contém principalmente metano, com pequenas quantidades de
etano, propano e gases mais pesados; nas condições da superfície, o gás entra na
região de duas fases durante a explotação do reservatório, portanto, está sempre na
região de estado gasoso. Teoricamente, os reservatórios de gás seco não
produzem líquido na superfície, mas a diferença entre gás seco e úmido é
arbitrária e geralmente um sistema de hidrocarbonetos que produz com relações
gás – petróleo acima de 100.000 scf/STB é considerado de gás seco.
Comportamento Termodinâmico de Fluidos no Reservatório 52
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Figura 2.13 Diagrama de fase para gás seco


Análise Reservatório-Poço 53

3
Análise Reservatório - Poço

3.1
Introdução

Um dos componentes mais importantes do sistema total de poços é a parte


do reservatório ao redor do poço, doravante denominada componente reservatório.
Uma das pressões fixas em algum momento da vida do campo é a pressão média
do reservatório Pr . Ao viajar desde sua localização original no reservatório até o

ponto final de consumo, o gás deve primeiro passar pelo meio poroso ou rocha do
reservatório. Uma certa quantidade de energia é exigida para vencer a resistência
do fluxo através da rocha, que se manifesta numa queda de pressão na direção do
fluxo, para o poço, Pr − Pwf . Esta queda ou diminuição de pressão depende
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principalmente da vazão de fluxo de gás, propriedades da rocha, e propriedades


dos fluidos do reservatório.
O componente reservatório será sempre um componente upstream, e sua
pressão é sempre considerada como dado de entrada. Por outro lado, a pressão
dos canhoneados Pwfs pode ser selecionada algumas vezes. Isso isolará o efeito

da queda de pressão ao longo dos canhoneados ou do equipamento de controle de


areia (gravel pack).
O engenheiro envolvido nas operações de produção de gás deve ser capaz
de prever não só a vazão de produção, mas também quanto gás está originalmente
no reservatório e quanto dele pode ser recuperado economicamente. Isso exige a
capacidade de relacionar o volume de gás existente no reservatório à sua pressão.
O fluxo a partir do reservatório para o poço foi chamado por Gilbert
“Comportamento do fluxo de entrada” (inflow performance) e um esquema de
vazão de produção versus pressão de fluxo do fundo do poço, Pwf = f (q ) é

chamado “Relação de comportamento do fluxo de entrada” (inflow performance


relationship) ou IPR, conhecido também como Curva do Comportamento do
Reservatório. A figura 3.1 permite visualizar as curvas típicas da relação
( Pwf vs q ) . A curva A mostra um índice de produtividade constante à medida
Análise Reservatório-Poço 54

que declina a pressão de fundo; Pwf , este é o caso ideal que se apresenta em poços

petrolíferos, quando a pressão dinâmica, Pwf , é maior que a pressão de bolha.

Quanto às curvas B e C, suas inclinações variam à medida que muda o diferencial


de pressão e a produção cumulativa, e além disso, observa-se que têm o mesmo
comportamento da curva A até que a pressão de fundo caia abaixo da pressão de
bolha. A curva C é uma representação típica dos poços de gás. Para a
construção da curva C, existem diferentes métodos que serão estudados neste
capítulo.
O movimento dos fluidos em meios porosos e permeáveis está regido por
equações baseadas na lei empírica de Henry Darcy4, que tomam diferentes formas
segundo o fluido (gás, petróleo), os tipos de fluxo (linear, radial) e os regimes de
fluxo (estável, semi-estável e transiente).
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Figura 3.1 Curvas IPR típicas


Análise Reservatório-Poço 55

3.1.1
Lei de Darcy

Em 1856, como resultado de estudos experimentais de fluxo de água através


de filtros de areia não consolidada, Henry Darcy deduziu a fórmula que leva seu
nome. A lei estendeu-se, com certas limitações, ao movimento de outros fluidos,
incluindo dois ou mais fluidos não miscíveis, em rochas consolidadas e outros
meios porosos. A lei de Darcy4 enuncia que a velocidade de um fluido
homogêneo num meio poroso é proporcional ao gradiente de pressão e
inversamente proporcional à viscosidade do fluido, ou:
k dp
ν =− eq.(3.1)
µ dx
ν é a velocidade aparente em centímetros por segundo e é igual a q A ,
portanto a lei de Darcy pode ser expressa em termos de vazão de fluxo
volumétrico da seguinte forma:
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kA dp
q = νA = − eq.(3.2)
µ dx

Onde q é a vazão volumétrica de fluxo em centímetros cúbicos por

segundo e A é a área da seção transversal total ou aparente da rocha, em


centímetros quadrados. Em outras palavras, A inclui tanto a área do material
sólido (esqueleto mineral) da rocha como também a área dos canais porosos. A
viscosidade do fluido, µ , expressa-se em centipoises, e o gradiente de pressão,
dp dx , tomado na mesma direção que q e ν , em atmosferas por centímetro, a
constante de proporcionalidade, k , é a permeabilidade da rocha expressa em
darcys. O sinal de menos indica que toma-se o fluxo positivo na direção positiva
de x , a pressão diminui nessa direção e a pendente dp dx é negativa.

3.1.1.1
Fluxo linear

Para o fluxo linear4, a área de fluxo é constante, devendo integrar a equação


de Darcy para obter a queda de pressão que ocorre num comprimento L :
Análise Reservatório-Poço 56

p2
kdp qL
∫ µ
= − ∫ dx
Ao
eq.(3.3)
p1

Se é assumido que k , µ , e q são independentes da pressão ou que podem


ser avaliados com uma pressão média do sistema, a equação virá a ser:

p2
qµ L
∫ dp = − kA ∫ dx eq.(3.4)
p1 0

Integrando, dá:

qu
p 2 − p1 = − L eq.(3.5)
kA
ou
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CkA( p1 − p 2 )
q= eq.(3.6)
µL

onde C é um fator de conversão de unidades. O valor correto para C é 1.0 para


−3
as unidades Darcy e 1.127 x10 para as unidades de campo.

Tabela 3,1
Unidades da lei de Darcy

Variável Símbolo Unidade Darcy Unidade Campo


Vazão de fluxo q cc seg bbl dia
Permeabilidade k darcys md
Área A cm 2 ft 2
Pressão p atm psi
Viscosidade µ cp cp
Comprimento L cm L
Fonte: Production Optimization, Using Nodal Analysis

A geometria do sistema linear é ilustrada na figura 3.2


Análise Reservatório-Poço 57

Figura 3.2 Fluxo laminar

Pode-se observar que a equação 3.5 num esquema de coordenadas


cartesianas de p vs L produzirá uma linha reta de pendente constante,
− qµ kA . Isto é, a variação da pressão com a distância é linear.
Se o fluxo de fluido é compressível num sistema linear isotérmico, isso é
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resultado da expansão por diminuição da pressão; nas zonas de baixa pressão, a


velocidade é maior que nas zonas de alta pressão e consequentemente a gradiente
de pressão aumenta para o lado de baixa pressão.
A expressão que permite determinar a queda de pressão no sistema lineal em
estado contínuo vem a ser:

8.93ZTµL
p12 − p 22 = q sc eq.(3.7)
kA
Onde:

p = psia k = md
o
T = R A = ft 2
µ = cp q sc = scf dia
L = ft
Para fluxo de altas velocidades na qual a turbulência ou fluxo não-Darcy
pode existir, a lei de Darcy4 será modificada para calcular a queda de pressão
causada pela turbulência. Aplicando a correção da turbulência a equação para
fluxo de gás vem a ser:
Análise Reservatório-Poço 58

8.93Zµ g LT 1.247 x10 −10 βZTLγ g


p12 − p 22 = q sc + 2
2
q sc eq.(3.8)
kg A A

onde,

Z = Fator de compressibilidade do gás, obtido a T , p .


o
T = Temperatura de fluxo, R.
γg = Densidade do gás.

q sc = Vazão de fluxo de gás, a 14,7 psia, 60 ºF, scf dia .

µg = Viscosidade do gás, a T , p , cp .

kg = Permeabilidade do gás, md .

2
A = Área de fluxo, ft .

Pode-se obter uma aproximação para o coeficiente de velocidade β através de:


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2.33x1010
β= 1.2
eq.(3.9)
k
onde:
β = ft −1
k = md
3.1.1.2
Fluxo radial

A lei de Darcy4 também pode ser usada para calcular o fluxo dentro do poço
onde o fluido converge em forma radial dentro de um poço relativamente
pequeno. Nesse caso, a área aberta ao fluxo não é constante, portanto, deve ser
incluída na integração da equação 3.2; referindo-se à geometria de fluxo da figura
3.3, pode-se ver que a seleção da área aberta ao fluxo em qualquer raio é:
A = 2π r h eq.(3.10)

Definindo a mudança na pressão com a situação como negativa com


respeito à direção de fluxo, dp dx torna-se − dp dr . Fazendo estas

substituições na equação 3.2 para um fluxo de gás radial, a equação de Darcy


toma a forma:
Análise Reservatório-Poço 59

Figura 3.3 Fluxo radial

0,001127 (2π r h) k dp
q gr = eq.(3.11)
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µg dr

onde:
q gr = Vazão de fluxo do gás, para um raio r, bbl/dia

r = Distância radial, ft
h = Espessura do reservatório, ft
µg = Viscosidade do gás, cp

p = Pressão, psi

0,001127 = Constante de conversão de Darcy para unidades de campo

A vazão de fluxo é normalmente expressa em scf/dia. Referindo-se para o


fluxo de gás a condições normais como q sc , a vazão de gás q gr sob pressão e

temperatura pode converter-se a condições normais, aplicando-se a equação de


estado e a equação da continuidade.

A equação da continuidade é:

ρ1 q1 = ρ 2 q 2 =cons tan te eq.(3.12)

A equação de estado para um gás real é:


Análise Reservatório-Poço 60

pM
ρ= eq.(3.13)
ZRT
Na vazão de fluxo para um gás são normalmente desejadas algumas condições
padrão de pressão e temperatura, p sc e Tsc , usando-se estas condições na

equação 3.12 e combinando as equações 3.12 e 3.13:

ρ q = ρ sc q sc

ou
pM p M
q gr = q sc sc
ZRT Z sc RTsc

5.615 p p sc
q gr = q sc
ZT Z scTsc
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 p sc   Z T 
    q sc = q gr eq.(3.14)
 5. 615 Tsc   p 
onde
p sc = Pressão a condições normais, psia

Tsc = Temperatura a condições normais, ºR

q sc = Vazão de fluxo de gás, a 14,7 psia, 60 ºF, scf dia

q gr = Vazão de fluxo de gás, para um raio r, bbl/dia

p = Pressão para um raio r, psia

T = Temperatura para um raio r, ºR


Z = Fator de compressibilidade para p e T
Z sc = Fator de compressibilidade a condições normais ≅ 1

Combinando as equações 3.11 e 3.14:

 p sc   Z T  0.001127 (2 π r h ) dp
    q sc =
 5.615 Tsc   p  µg dr

Assumindo que Tsc = 520 º R : e p sc = 14.7 psia :


Análise Reservatório-Poço 61

 T q sc  dr  2p 
  = 0.703   dp eq.(3.15)
 
 kh  r  µg Z 

Integrando-se a equação 3.15 desde as condições do poço (rw e pwf) para


qualquer ponto no reservatório (r e p) da:

re  T q sc  dr p
r  2p 
∫   = 0.703 ∫   dp eq.(3.16)
rw  kh  r p wf µ Z
 g 

3.2
Regimes de fluxo

São basicamente de três tipos os regimens de fluxo que devem ser


reconhecidos para descrever o comportamento do fluxo de fluido e a distribuição
da pressão do reservatório como uma função do tempo. Os regimes são:
Fluxo em estado estável (Steady-state flow)
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Fluxo em estado pseudo estável (Pseudosteady-state flow)


Fluxo em estado transiente (Unsteady-state flow)
3.2.1
Fluxo em estado estável

Existe fluxo em estado estável quando não há mudança na densidade em


qualquer ponto do reservatório como uma função do tempo3. Praticamente, isso
também significa que não haverá mudança na pressão em qualquer posição i .
Matematicamente esta condição é expressa como:

 ∂P 
  = 0
 ∂ t i
A figura 3.4 mostra esquematicamente a distribuição radial de pressão em
torno de um poço produtor, em regime permanente.
As condições que propiciam o regime permanente de pressão em
determinadas áreas do reservatório são usualmente atribuídas a:
Influxo natural de água proveniente de um aqüífero capaz de manter a
pressão constante na fronteira externa do reservatório.
Injeção de água em torno do poço produtor de modo a contrabalançar a
retirada de fluidos do reservatório.
Partindo da equação 3.16, dá:
Análise Reservatório-Poço 62

Figura 3.4 Distribuição radial de pressão em regime estável

 2p 
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 T q sc   re  p
r
  dp
  ln  = 0.703 ∫
 k h   rw  pwf µ Z
 g 

p
r  2p 
O termo ∫   dp pode ser desenvolvido para dar:
pwf µ Z
 g 
pr  2p  pr 2 p  pwf  2p 
∫   dp = ∫  dp − ∫   dp
pwf µ Z 0 µ Z  0 µ Z
 g   g   g 
Combinando as duas equações anteriores:

 T q sc   re   pr  2 p  pwf  2p  
  ln  = 0.703 ∫   dp −   dp eq.(3.17)
µ Z 

 k h   wr  µ Z 
  g 
0 0
 g  

2 p (µ g Z ) é chamada potencial real do gás ou pseudo pressão


p
r
A integral ∫
0

real do gás e é normalmente representada por m(p) ou Ψ . Então:

pr 2 p 
m( p ) = Ψ = ∫  dp eq.(3.18)
0 µ Z 
 g 
A equação 3.17 pode se escrita em termos do potencial real do gás para dar:
Análise Reservatório-Poço 63

 T q sc   re 
  ln  = 0.703 (m( p ) − m( p w ))
 kh   rw 
ou
q sc T r
m( p ) = m( p w ) + ln e eq.(3.19)
0.703 k h rw
0.703 k h (m( p ) − m( p w ) )
q sc = eq.(3.20)
 r 
T  ln e 
 rw 
onde,

m( p ) = Pseudo pressão do gás real desde, 0 até p R , psi


2
cp

m( p w ) = Pseudo pressão do gás real, desde 0 até p wf , psi


2
cp
k = Permeabilidade, md
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h = Espessura do reservatório, ft
re = Raio de drenagem, ft

rw = Raio do poço, ft

q sc = Vazão de fluxo de gás, scf/dia

A vazão de gás é comunmente expressa em Mscfd/dia, ou


k h ( m( p ) − m( p w ) )
q sc = eq.(3.21)
 r 
1422 T  ln e 
 rw 
q sc = Vazão de fluxo de gás, Mscf/dia

Para uma média de volume de gás real, a função m(p) é também uma
pseudo pressão média m(p), portanto, a equação 3.21 fica:
k h ( m( p ) − m ( p w ) )
q sc = eq.(3.22)
 r 
1422 T  ln e − 0.5 
 rw 
A vazão de fluxo de gás expressa pelas diferentes equações da lei de Darcy,
equações 3.16 até 3.22, pode ser aproximada retirando-se o termo 2 µ g Z da
Análise Reservatório-Poço 64

integral como uma constante. O fator Z é considerado constante para pressões <
2000 psi, a equação 3.21 pode ser rescrita como:

 
  p  2p 
 kh  ∫r  dp
q sc = eq.(3.23)
  re   pwf µ Z
1422 T ln    g 
  rw  
Integrando,

q sc =
(
k h pr2 − p wf
2
) eq.(3.24)
r 
1422 T µ g Z ln e 
 rw 

Essa equação sugere que a vazão de produção de um poço de gás é


aproximadamente proporcional à diferença das pressões ao quadrado. As
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propriedades µ g e Z são propriedades médias entre pr e p wf . Válida para


aplicações quando a pressão é < 2000 psi.

pr2 + p wf
2
p= eq.(3.25)
2
O termo (p µ g Z ) expresso na equação 3.23 é diretamente proporcional a
(1 µ g B g ), onde B g é o fator volume na formação de gás, (bbl/scf) definido
como:

ZT
B g = 0,00504 eq.(3.26)
p

A equação 3.23 pode ser escrita em termos de B g :


 
   1 
 7.08 x10 −6 k h  pr  dp
qg = ∫ eq. (3.27)
  re   pwf µ B 
 ln    g g 
  rw  

( ) (
Para pressões > 3000 psi, as funções de pressões 2 p µ g Z e 1 µ g B g )
são quase constantes. Tal observação sugere que o termo de pressão (1 µ g B g )

na equação 3.27 pode ser tratado como uma constante e retirado fora da integral,
Análise Reservatório-Poço 65

para produzir a seguinte equação, comunmente chamada método de aproximação


de pressão

7.08 x10 −6 k h ( pr − p wf )
qg = eq.(3.28)
  r 
µ g Bg ln e 
  rw 
As propriedades do gás, µ g , Bg , são avaliadas a uma pressão p , definida
pela seguinte equação:
pr + p wf
p= eq.(3.29)
2
3.2.2
Fluxo em estado transiente

O fluxo transiente é definido como a condição de fluxo do fluido onde a


vazão muda de pressão com respeito ao tempo em qualquer posição no
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reservatório, não é zero ou constante3. Esta definição sugere que a derivada da


pressão com respeito ao tempo é essencialmente uma função de ambos, posição i
e tempo t, isto é:

∂ p
  = f (i, t )
 ∂t 
Para desenvolver a própria função matemática que descreve o fluxo de
fluidos compressíveis no reservatório, as duas equações de gás a seguir devem ser
consideradas:
Equação da massa específica
pM
ρ=
z RT
Equação da compressibilidade do gás
1 1 dz
Cg = −
p z dp
Combinando essas duas equações com a equação diferencial parcial usada
para descrever o fluxo de qualquer fluxo de fluido em uma direção radial no meio
poroso, esta equação é fornecida na página 369, Reservoir Engineering
Handbook, Tarek Ahmed, Handbook 3.
Análise Reservatório-Poço 66

0,006328 ∂  k ∂p  ∂p ∂ρ
 ( ρ r )  = ρ φ c t +φ
r ∂r  µ ∂r  ∂t ∂t
A combinação dessas equações dá:

1 ∂  p ∂p  φ µ ct p ∂p
 r  = eq.(3.30)
r ∂r  µ z ∂r  0.000264k µ z ∂t
Onde,
t = Tempo, hr
k = Permeabilidade, md
−1
ct = Compressibilidade Isotérmica total, psi

φ = Porosidade
Al-Hussainy, Ramey e Crawford5 1966 linearizam a equação básica de fluxo
anterior introduzindo o potencial real de gás, m( p ) , à equação 3.30. A equação

do m( p ) previamente definida.
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p
p
m( p ) = 2 ∫ dp eq.(3.31)
po µZ

Onde po algumas vezes é uma pressão de referência arbitrária (pode ser

zero). A pseudo pressão diferencial ∆ m( p ) , definida como m(p) – m (pw f ), é

a força impulsora no reservatório.


Diferenciando a equação 3.31 com respeito a p, dá:
∂ m( p ) 2 p
= eq.(3.32)
∂p µz
É obtida a seguinte relação:

∂ m( p ) ∂ m( p ) ∂p
= eq.(3.33)
∂r ∂p ∂r
∂ m( p ) ∂ m( p ) ∂p
= eq.(3.34)
∂t ∂p ∂ t
Substituindo a equação 3.32 nas equações 3.33 e 3.34.
∂p µ z ∂m( p )
= eq.(3.35)
∂r 2 p ∂r
Análise Reservatório-Poço 67

e
∂p µ z ∂m( p )
= eq.(3.36)
∂t 2 p ∂t
Combinando as equações 3.35 e 3.36 com a equação 3.30:

∂ 2 m( p ) 1 ∂ m( p ) φ µ ct ∂ m ( p )
+ = eq.(3.37)
∂r 2
r ∂r 0.000264 k ∂ t
A equação 3.37 é a equação radial da difusividade para fluidos
comprimíveis. Esta equação diferencial relaciona o potencial real do gás ao
tempo t e ao raio r. Os autores proporcionaram como solução exata à equação
3.37 que é comumente referida ao método solução m(p). Encontraram-se outras
soluções que aproximam a solução exata. Esses métodos são chamados, métodos
de aproximação pressão ao quadrado e pressão. Em geral, são três formas de
solução matemática para a equação da difusividade.
Método solução m(p), (solução exata)
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Método pressão ao quadrado, (solução de aproximação)


Método pressão, (solução de aproximação)
método solução m(p). Uma solução exata deste método à equação da
difusividade foi proposta por Al-Hussaiy, et al.(1966).

 p  q g Tr     
m( p wf ) = m( p r ) − 57895.3 sc 
kt  − 3.23 eq.(3.38)
 log
   φ µ g ct rw 
2
 Tsc  k h 
Onde,
p wf = Pressão fluente no fundo poço, psi

pr = Pressão do reservatório, psi

qg = Vazão de fluxo de gás, Mscfd

t = Tempo, hr
k = Permeabilidade, md
p sc = Pressão a condições standard, psi

Tsc = Temperatura a condições standard, ºR

Tr = Temperatura do reservatório, ºR
rw = Raio do poço, ft
h = Espessura, ft
Análise Reservatório-Poço 68

µg = Viscosidade do gás a pressão do reservatório, cp

−1
ct = Coeficiente da compressibilidade total a p r , psi

φ = Porosidade

Quando a p sc = 14,7 psia e Tsc = 520 º R , a equação 3.38 reduz-se a:

 1637 q g T     
m( p wf ) = m( p r ) − 
kt  − 3.23 eq.(3.39)
 log
 k h    φ µ g ct rw 
2

A equação 3.39 pode ser escrita equivalentemente em termos de tempo
adimensional, t D , como:

 1637 q g T    4 t D 
m( p wf ) = m( p r ) −   log  eq.(3.40)
 k h   γ 
O tempo t D é definido através da seguinte equação:
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0.000264 k t
tD = eq.(3.41)
φ ( µ g Ct ) i rw2

O parâmetro γ é uma constante dada por:


γ = e 0.5772 = 1.78
A solução à equação da difusividade dada pelas equações 3.39 e 3.40
expressa a pseudo pressão real de gás do fundo do poço como uma função do
tempo, t, de fluxo transiente. A solução, como expresso em termos de m(p)
recomenda-se a expressão matemática por realizar a análise de pressão de poço de
gás, devido à sua aplicabilidade em todos os valores de pressão.
A equação da difusividade de gás radial pode ser expressa em uma forma
sem dimensão em termos de queda da pseudo pressão real de gás sem dimensões
ΨD . A solução é dada por:
 1422 q g T 
m( p wf ) = m( p r ) −  ΨD eq.(3.42)
 k h 
A pseudo pressão real de gás sem dimensões ΨD , pode ser determinada

como uma função de t D , utilizando-se a expressão apropriada:


Análise Reservatório-Poço 69

Para t D < 0.01

tD
ΨD = 2 eq.(3.43)
π

Para t D > 100

ΨD = 0.5[ln(t D ) + 0.80907] eq.(3.44)

Para 0.02 < t D < 100

Ψ D = a1 + a 2 ln (t D ) + a 3 [ln(t D )] + a 4 [ln (t D )] + a 5 t D +
2 3
eq.(3.45)
a 6 (t D ) + a 7 (t D ) + a 8 t D
3 3
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Onde:
a1 = 0.8085064 a5 = 4.7722225 x 10-4

a2 = 0.29302022 a6 = 5.1240532 x 10-7

a3 = 3.5264177 x 10-2 a7 = 2.3033017 x 10-10

a4 = 1.4036304 x 10-3 a8 = 2.6723117 x 10-3

Método pressão ao quadrado, a primeira aproximação para a solução exata


é retirar da pressão o termo dependente (µ Z ) da integral que define m( p wf ) e
m( pr ) , para dar:

m( pr ) − m( p wf ) =
2 pr
∫ p dp eq.(3.46)
µZ pwf

ou

pr2 − p wf
2
m( pr ) − m( p wf ) = eq.(3.47)
µZ
As barras sobre µ e Z representam os valores da viscosidade e o fator de
compressibilidade do gás avaliados a uma pressão p . Essa pressão média é

encontrada pela equação 3.25.


Análise Reservatório-Poço 70

Combinando a equação 3.47 com as equações 3.39, 3.40 ou 3.42 :

 1637 q sc T µ Z    kt  
 − 3.23 eq.(3.48)
2
p wf = pr2 −   log
   φ µ g Ct rw 
2
 kh 
ou

 1637 q sc T µ Z    4 t D 
2
p wf = pr2 −   log  eq.(3.49)
 kh    γ 
ou equivalentemente,

 1422 q sc T µ Z 
2
p wf = pr2 −   ΨD eq.(3.50)
 k h 
A equação 3.50, indica que o produto (µ Z ) é assumido constante para

uma pressão média p . Isto limita de modo eficaz a aplicabilidade do método


pressão ao quadrado para pressões do reservatório < 2000 psi.
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Método Pressão, é o segundo método de aproximação à solução exata do


fluxo radial de gases .
O fator volume de formação do gás B g como expresso na equação 3.26,

em sua forma p/Z, é:

p  T p sc   1 

= 
Z  5.615 Tsc   B g 

A diferença do potencial real do gás é dada por:

m( pr ) − m( p wf ) =
pr 2p
∫ dp
pwf µg Z
Combinando as duas equações anteriores,

 1 
m( pr ) − m( p wf ) =
2 T p sc pr
 dp

5.615Tsc pwf µ B 
 g g 
 1 
O termo da integral,   é aproximadamente constante para pressões >
µ B 
 g g 
3000 psi. Integrando a equação anterior, temos.

m( pr ) − m( p wf ) = ( pr − pwf )
2 T p sc
eq.(3.51)
5.615Tsc µ g Bg
Análise Reservatório-Poço 71

Combinando a equação 3.51 com a equação 3.42.

 141.2 x10 3 q g µ g Bg 
p wf = pr −   pD eq.(3.52)
 kh 
 
onde
qg = Vazão de fluxo, Mscf/dia

k = Permeabilidade, md
Bg = Fator volume de formação, bbl/scf

t = Tempo, hr
pD = Queda de pressão adimensional

tD = Tempo adimensional

As propriedades do gás, µ g , Bg , , são avaliadas a uma pressão p , definida pela


equação 3.29.
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3.2.3
Fluxo em estado pseudo estável

Quando um poço produz a vazão constante de um reservatório com


mecanismo de depleção, o declínio temporal de pressão em qualquer ponto se
mantém constante após um tempo suficientemente longo para que o efeito da
fronteira externa se faça sentir. Diz-se, então, que o escoamento de fluido no
reservatório passa a ocorrer sob regime pseudo estável3.
O regime pseudo estável ou regime pseudo permanente de pressão
usualmente ocorre nas seguintes situações:
Poço produzindo a vazão constante de um pequeno reservatório fechado.
Reservatório drenando de muitos poços, sendo que cada poço na região
central produz de uma área considerada hidraulicamente isolada das
demais.
Para o sistema de geometria radial representado na figura 3.3, a condição de
regime pseudo permanente pode ser expressa por:

 ∂P 
  = cons tan te
 ∂ t i
Análise Reservatório-Poço 72

É importante salientar que essa condição implica que o diferencial de


pressão entre dois pontos também se mantém durante todo o período de
escoamento em regime pseudo permanente.
Uma expressão para o declínio temporal de pressão pode ser obtida através
do seguinte balanço de materiais no reservatório:
q g t= Vc [ p i − p (t )] eq.(3.53)

que estabelece a igualdade entre a produção acumulada num tempo t e a


expansão volumétrica de fluido quando a pressão média do reservatório é p (t ) .

Se admitirmos re >> rw , o volume poroso do reservatório será

V = π re2 h φ . Logo, derivando a equação 3.53 em relação ao tempo, obtemos:


dp
q g = −π re2 h φ c eq.(3.54)
dt
Assim, o declínio temporal de pressão pode ser expresso por:
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∂p q
=− eq.(3.55)
∂t π re h φ c
2

∂p ∂p
Uma vez que, =
∂t ∂t

A figura 3.5 ilustra as distribuições radiais de pressão em diferentes tempos


num reservatório cilíndrico fechado com um poço no centro produzindo a uma
vazão volumétrica constante.
como q g = q sc B g e B g é dado pela equação B g = Z ( p sc p )( T Tsc ) ,

temos que:
p sc T
qg = Z q sc eq.(3.56)
p Tsc
Introduzindo a equação 3.56 em 3.55, obtemos:
∂p q T p sc Z
= − 2sc eq.(3.57)
∂t π re h φ c Tsc p
O declínio temporal da pseudo pressão pode ser obtido se substituirmos a
equação 3.57 na equação 3.34 . Logo, temos que:
Análise Reservatório-Poço 73

rp Raio , r re

Figura 3.5 Distribuição radial de pressão em regime pseudo estável

∂ m( p ) 2 q sc T p sc
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= eq.(3.58)
∂t π re2 h φ µ c Tsc
Em seguida, substituindo a equação 3.58 em 3.37, a seguinte expressão para
a equação da difusividade em regime pseudo permanente pode ser obtida:

1 ∂  ∂ m( p )  2 q T p sc
 r  = − sc eq.(3.59)
r ∂r  ∂r  µ re2 k h Tsc
Note que o segundo membro dessa equação é uma constante.
A equação da difusividade 3.59 pode ser facilmente resolvida para obter-se
[
a diferencial de pseudo pressão m( p r ) − m p wf ( )] se a condição de contorno de
fluxo nulo na fronteira externa for usada:
∂ m( p )
=0 em r = re , q.q.s.t
∂r
Portanto, o diferencial de pseudo pressão resulta em:

q sc T p sc  r r2 
[m( p ) − m( p )]
r wf =  ln − 
π k h Tsc  rw 2 re2 
eq.(3.60)

Na dedução dessa equação foi admitido que re >> rw .

Para r = re , a equação 3.60 pode ser escrita na forma:


Análise Reservatório-Poço 74

 re 1 
[m( p ) − m( p )] = qπ kThTp
r wf
sc sc
 ln −  eq.(3.61)
sc  rw 2 
Usando um procedimento similar ao adotado para o escoamento de gás em
regime permanente, uma equação expressa em termos de média volumétrica da
2 re
pseudo pressão pode ser deduzida se a equação m( p ) = ∫ m( p r )dr
re2 − rw2 rw

for aplicada. Logo, podemos obter:

[m(p ) m(p )] = qπ kTh Tp


r wf
sc sc
ln
re 3
-
rw 4
eq.(3.62)
sc

método solução m(p), a equação 3.62 pode ser rescrita de modo a explicar a
vazão volumétrica de gás no poço:

q sc =
[
k h m( p r ) − m( p wf )]
eq.(3.63)
 r  
1422 T ln e  − 0.75
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  rw  
Método pressão ao quadrado, quando a pressão do reservatório p < 2000 psi, a
solução toma a forma:

q sc =
(
k h p R2 − p wf
2
) eq.(3.64)
 r  
1422 T µ g Z ln e  − 0.75
  rw  
As propriedades do gás Z e µ g são avaliadas pela equação 3.25.
Método pressão, este método é aplicável para p > 3000 psi aplicando o mesmo
conceito que os regimes anteriores, temos a seguinte forma matemática:

7.08 x10 −6 k h ( pr − p wf )
q sc = eq.(3.65)
 r  
µ g Bg ln e  − 0.75
  rw  
As propriedades do gás µ g e Bg são avaliadas pela equação 3.29:
Os seguintes fatores provocam uma queda de pressão adicional que não foi
considerada nos modelos anteriores:
Dano à formação próxima ao poço.
Efeito de turbulência.
Análise Reservatório-Poço 75

3.3
Dano à formação próxima ao poço

A invasão de fluidos na formação produtora durante a perfuração e


completação de poços geralmente provoca efeitos prejudiciais à produção,
concentrados na zona invadida próxima ao poço. O resultado imediato é a
redução da permeabilidade e a conseqüente queda de pressão adicional nessa
zona.
Dissemos que houve um dano à formação e suas principais causas são:
‫־‬ obliteração parcial da zona invadida devido à precipitação de partículas
originalmente em suspensão nos fluidos de perfuração e completação;
‫־‬ obliteração parcial junto ao poço provocada por migração de partículas
oriundas de rochas friáveis;
‫־‬ hidratação e inchamento de argilas presentes na rocha reservatório;
‫־‬ formação de incrustações salinas devido à precipitação de sais inorgânicos
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existentes na água de formação; e


‫־‬ bloqueio de fluxo devido à emulsificação do petróleo.

qp = constante

pe

pr

p p´wf

ppwfw

rw ra re
r

zona danificada

Figura 3.6 Queda de pressão adicional devido a dano à formação

A figura 3.6 ilustra o efeito de dano à formação numa região em torno do


poço caracterizada pelo raio ra da zona danificada.
O dano à formação pode ser parcial ou totalmente removido através de
técnicas especiais de estimulação de poços.
Análise Reservatório-Poço 76

Uma vez atingido o regime permanente ou pseudo pressão, o diferencial de


pressão do poço se mantém constante durante todo o período de produção
subseqüente. Assim podemos estabelecer que:

( pr − pwf ) = ( pr − pwf' ) + ( pwf' − p wf ) eq.(3.66)

onde
p wf = Pressão do poço considerando o efeito de dano à formação.

'
p wf = Pressão do poço sem efeito de dano à formação.

Em termos de pseudo pressão, segue-se imediatamente que:

[m( p ) − m( p )] = [(m( p ) − m( p )) + (m( p ) − m( p ))] eq.(3.67)


r wf r
'
wf
'
wf wf

Uma forma conveniente de se definir o diferencial de pseudo pressão


adicional é dada por:

( )− m( p wf ) =
q sc T pb
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'
m p wf s eq.(3.68)
π k h Tb
onde s é denominado fator de dano à formação.
Logo, admitindo-se regime pseudo permanente, a equação 3.62 fornece o
diferencial de pseudo pressão do primeiro termo do segundo membro da equação
3.67. Então, substituindo essa equação, juntamente com a equação 3.68, em 3.67,
temos que:

 re 3 
[m( p ) − m( p )] = qπ kThTp
r wf
sc sc
 ln − + s  eq.(3.69)
sc  rw 4 
ou
k h (m( pr ) − m( p wf ))
qg = eq.(3.70)
 r  
1422 T ln e  − 0,75 + s 
  rw  
O método de aproximação da pressão ao quadrado, toma a forma:

q sc =
(
k h pr2 − p wf
2
) eq.(3.71)
 r  
1422 T µ g Z ln e  − 0.75 + s 
  rw  
O método de aproximação da pressão, toma a forma:
Análise Reservatório-Poço 77

7.08 x10 −6 k h ( pr − p wf )
qg = eq.(3.72)
 r  
µ g Bg ln e  − 0,75 + s 
  rw  
Se o poço for submetido a uma estimulação para remover o dano à
formação, é possível que a permeabilidade na zona originalmente danificada
venha a aumentar, favorecendo o escoamento de fluido para o poço. Neste caso, a
equação acima continua sendo aplicável, porém o fator de dano s será negativo,
indicando que a pressão no poço será até mesmo maior que a pressão decorrente
do fluxo inteiramente radial num meio poroso. Em linhas gerais, podemos
estabelecer que:
s>0 formação danificada;
s<0 formação estimulada
3.4
Efeito de turbulência
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A velocidade do gás incrementa à medida que se aproxima ao poço


causando fluxo turbulento que chega a um máximo neste ponto e; portanto, afasta-
se do esquema laminar proposto por Darcy, base até agora para a dedução das
equações de fluxo para cada caso. Devido a isso e à força inercial que atua por
efeito das acelerações e desacelerações das partículas, o fluido ao passar pelos
espaços porosos apresenta uma queda de pressão adicional significativa só na
região restritiva de alta pressão diferencial e velocidade de fluxo similar ao efeito
superficial, exceto que esta não é constante, varia diretamente com a vazão.
Referendo-se a uma queda adicional de pseudo pressão de gás real devido a
um fluxo não Darcy como ∆ m( p )não − Darcy , a queda é dada por:

∆ m( p )atual = ∆ m( p )ideal + ∆ m( p )dano + ∆ m( p )não − Darcy eq.(3.73)


Wattenburger e Ramey 19683, propuseram a seguinte expressão para
calcular ∆ m( p )não − Darcy :

 βTγg  2
∆ m( p )não − Darcy = 3.161 x 10 −12  q g eq.(3.74)
µ
 gw h 2
rw

A equação 3.74 pode se expressar numa forma mais conveniente:

∆ m( p )não − Darcy = F q g2 eq.(3.75)


Análise Reservatório-Poço 78

Onde F é chamado coeficiente de fluxo não-Darcy e é dado por:

 βTγg 
F = 3.161 x 10 −12   eq.(3.76)
µ
 gw h 2
r 
w
onde:
qg = Vazão de fluxo de gás, Mscf/dia

µ gw = Viscosidade do gás avaliada a pwf , cp

γg = Densidade do gás

h = Espessura. ft

cp / (Mscfd )
2 2
F = Coeficiente de fluxo não Darcy, psi
−1
β = Coeficiente turbulento de velocidade, ft

O parâmetro turbulento β é determinado pela seguinte equação:

2.33 x10−10
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β = eq.(3.77)
k 1.2

Introduzindo-se a equação 3.69 e 3.74 em 3.73, obtemos a seguinte relação


de performance de fluxo.
k h (m( pr ) − m( p wf ))
qg = eq.(3.78)
 r  
1422 T ln e  − 0,75 + s + D q g 
  rw  
Onde D é o coeficiente de fluxo turbulento, representado pela seguinte
equação:
FKh
D=
1422 T
F é representado pela equação 3.76, portanto, D é:

2.22 x10 −15 γ k


D= β eq.(3.79)
µ rw h
Na região de linearidade do termo ( p µ Z ) , a relação de performance de
fluxo pode ser expressa em termos de diferencial de pressão ao quadrado, como se
segue:
Análise Reservatório-Poço 79

qg =
(
k h p r2 − p wf
2
) eq.(3.80)
 r  
1422 T µ Z ln e  − 0,75 + s + D q g 
  rw  
Na região de horizontalização do termo ( p µ Z ) , a relação de performance
de fluxo pode ser expressa em termos de diferencial de pressão ao quadrado,
como se segue:

7.08 x10 −6 k h ( pr − p wf )
qg = eq.(3.81)
 r  
µ g Bg ln e  − 0,75 + s + D q g 
  rw  

3.5
Relação do comportamento do fluxo de entrada em poços de gás

As equações 3.78, 3.80 e 3.81 são essencialmente relações quadráticas em


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q g , portanto não representam uma expressão explícita para calcular a vazão de


fluxo de gás. Existem dois tratamentos empíricos separados que podem ser
utilizados para representar o problema de fluxo turbulento em poços de gás.
Ambos os tratamentos com níveis de aproximação variantes são diretamente
derivados e formulados de três formas de equações de fluxo semi-estável. Estes
dois tratamentos são chamados:
Tratamento simplificado
Tratamento Laminar – Inercial – Turbulento (LIT)
3.5.1
Tratamento simplificado

3.5.1.1
Teste de fluxo seqüencial

Conhecidos também por testes convencionais de contrapressão


(Conventional Backpressure Tests), neste método é iniciada a produção do poço
numa vazão constante selecionada até que a pressão de fundo fluente se estabilize.
A taxa estável e a pressão de fundo fluente são registradas, e então a taxa é
modificada (normalmente aumentada). Ver figura 3.7. O poço inicia seu fluxo a
uma nova vazão até que o estado pseudo estável seja novamente atingido. A
Análise Reservatório-Poço 80

pressão pode ser medida pelo uso de um medidor de pressão de fundo de poço ou
pelo cálculo dos valores da superfície cuidadosamente medidos.
Este processo é repetido, cada uma das vezes registrando as vazões
estabilizadas e a pressão, para um total de quatro vazões3.
Em 1936 Rawlins e Schellhardt6 apresentaram a seguinte equação:

(
q g = C pr2 − p wf
2
) eq.(3.82)

Esta é a lei de Darcy para um fluido compressível, onde “C” contém todos
os termos diferentes da pressão; a viscosidade do gás, a permeabilidade do fluxo
de gás, a espessura líquida, a temperatura da formação, etc. Rawlins e Schellhardt
descobriram que a equação 3.82 não era responsável pela turbulência
normalmente presente em poços de gás e então modificaram a equação,
acrescentando expoente “n”.

. (
q g = C pr2 − p wf
2
) n
eq.(3.83)
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Onde:
qg = Vazão de fluxo de gás, Mscfd

pr = Pressão média do reservatório, psi

n = Expoente
2
C = Coeficiente, Mscfd psi
O expoente “n” determina a queda de pressão adicional causada pela alta
velocidade de fluxo (turbulência). Dependendo das condições de fluxo, o
expoente n pode variar de 1.0 para um fluxo completamente laminar e 0.5 para um
fluxo completamente turbulento.
O coeficiente C na equação 3.83 é incluído para explicar:
Propriedades da rocha
Propriedades do fluido
Geometria de fluxo do reservatório
Se valores para o coeficiente de fluxo C e expoente n podem ser
determinados, a vazão de fluxo correspondente para qualquer valor de p wf pode

ser calculada e a curva do comportamento do fluxo de entrada pode ser


construída. Um parâmetro normalmente usado para caracterizar ou comparar
poços de gás é a vazão de fluxo que ocorreria se p wf = 0 , este é chamado
Análise Reservatório-Poço 81

Potencial Absoluto a Fluxo Aberto (AOF) o qual é definido como a máxima vazão
que um poço de gás produziria sem contrapressão.
A equação 3.83 é normalmente conhecida por equação back-pressure.
Tomando-se o logarítmico de ambos os lados da equação 3.83, temos:

(
log pr2 − p wf
2 1
) 1
= log q g − log C
n n
eq.(3.84)

A implicação é que um esquema log-log de pr − p wf ( 2 2


) versus q g será
uma linha reta (figura 3.8). A pendente dessa linha é m = 1 n . Como na figura
3.8, um esquema com quatros vazões de fluxos seria aproximadamente uma linha
reta para muitos poços, fornecendo condições de fluxo estabilizado que
prevaleceriam.
Também o valor do expoente n pode ser determinado pela leitura de dois
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valores de vazões com suas correspondentes diferenças do quadrado da pressão da


jazida e de fundo fluente da reta encontrada, para logo substituí-los na seguinte
equação:
log q2 − log q1
n=
log ( pr2 2
− p wf ) 2 2
(
2 − log p r − p wf 1 ) eq.(3.85)

Uma vez determinado o valor do expoente n, o valor C pode ser


determinado usando-se a seguinte equação:
qg
C= eq.(3.86)
(p 2
r
2
− p wf ) n

Seqüência de Teste
1. Feche o poço até que uma pressão estabilizada de fundo de poço seja obtida.
2. Faça o poço fluir a diferentes vazões durante diferentes períodos de tempo;
em cada período o declínio de pressão deve atingir a estabilização.
3. Registre as vazões de produção e as pressões de fluxo estabilizadas.
4. Após o último período de fluxo feche o poço e mantenha-o fechado até que
a pressão do reservatório retorne ao nível de pressão do início do teste.
Análise Reservatório-Poço 82
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Figura 3.7 Teste de fluxo convencional

Figura 3.8 Esquema para Teste de Fluxo Convencional


Análise Reservatório-Poço 83

3.5.1.2
Teste de fluxo isócrono

Em um reservatório de permeabilidade mais baixa, torna-se freqüentemente


impraticável fazer com que o fluxo do poço corra por tempo suficiente para
chegar à estabilização, especialmente se as condições de estado semi-estável são
necessárias a mais de uma vazão. O objetivo do teste isócrono, proposto por
Cullender6,7, é obter dados para estabelecer uma curva de capacidade de entrega
estável sem fazer com que o poço produza fluxo por tempo suficiente para atingir
as condições de estabilidade em cada vazão. O principio é que o raio de
investigação alcançado num determinado tempo em um teste de fluxo é
independente da vazão de fluxo. Portanto, se uma série de testes de fluxo é
executada sobre um poço, cada um pelo mesmo período de tempo (isócrono), o
raio de investigação será o mesmo ao fim de cada teste.
A figura 3.9 fornece uma vazão de fluxo esquemática e diagrama de pressão
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para um teste de fluxo isócrono num poço de gás. Observe que o período de
fechamento do poço após cada período de fluxo deve ser longo suficiente para que
seja alcançada ou pelo menos aproximada a pressão estática do reservatório.
Observe também que é necessário um período de fluxo estabilizado ao fim do
teste.
Considerando-se o método clássico, há duas constantes para determinar:
“C” e “n”. A teoria indica que “C” é uma função do raio de investigação, o que
significa que, se dois períodos de fluxos possuem o mesmo raio de investigação,
eles terão o mesmo “C”. As vazões de que fluxos possuem o mesmo intervalo de
tempo terão o mesmo raio de investigação e, portanto, o mesmo “C”. Para
períodos estáveis de fluxo, o “C” será o “C” estabilizado, que é o que estamos
tentando determinar. Para uma série de períodos de fluxos iguais que não são
longos o suficiente para alcançar a estabilização, os “Cs” de cada teste serão os
mesmos, mas não o “C” estabilizado.
Pelo fato de que “n” relaciona-se à natureza da turbulência em torno do
poço, assume-se que “n” é o mesmo para condições transientes ou condições de
estado pseudo estável. Portanto, após quatro períodos de fluxo isócrono (tempos

( 2
iguais), um esquema de log–log de p r − p wf
2
) vs q g pode ser feito e os pontos

devem permanecer em linha reta com uma pendente de 1 n .


Análise Reservatório-Poço 84

Naqueles períodos, se o poço tem fluido a uma taxa de fluxo até alcançar as
condições de estabilidade, este ponto no esquema log-log pode ser indicado.
Como demostrado na figura 3.10, faça uma linha paralela entre o ponto
estabilizado e os pontos de tempos iguais transientes. Desse modo, “n” é obtido
através do comportamento transiente e “C” através daquele ponto estabilizado.
Uma vez obtidos os valores de “C” e ”n”, tendo além disso a pressão do
reservatório como dado, estimam-se diferentes valores de pressão de fundo fluente
que são substituídos na equação 3.83, encontrando-se para cada uma a vazão
correspondente. Finalmente, os dados tabulados de pressão e vazão permitem
construir um esquema p wf vs q g em coordenadas cartesianas; a curva
resultante é a de Relação do Comportamento de Fluxo de Entrada (IPR), figura
3.11
Seqüência de Teste
1. Mantenha o poço fechado até a estabilização da pressão.
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2. Faça o poço fluir a diferentes vazões durante o mesmo período de tempo; cada
período de fluxo deve ser seguido por um período de poço fechado por tempo
suficientemente longo para se atingir a pressão estabilizada inicial do
reservatório.
3. Registre a vazão de produção e a pressão de fluxo no final de cada período de
fluxo de mesma duração.
4. O último período de fluxo deve ser estendido por tempo suficientemente longo
para que se atinja a estabilização da pressão.
Observe que o lapso dos períodos de fluxos não é importante desde que eles
sejam sempre os mesmos. Observe que os períodos de fechamento não são
necessariamente iguais. Cada período de fechamento dura até que a pressão de
fundo do poço chegue até o nível da pressão estabilizada com o poço fechado.
3.5.1.3
Teste de fluxo isócrono modificado

Aplicado também em formações de baixa permeabilidade. O objetivo dos


testes de fluxo isócrono modificado6 é obter as mesmas informações de um teste
de fluxo isócrono sem passar pelo processo algumas vezes longo de fechamento
do poço.
Análise Reservatório-Poço 85

A variante encontra-se em que o período de fluxo é igual ao período de


fechamento e não requer que se alcance condições estabilizadas de pressão entre
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Figura 3.9 Teste de fluxo isócrono

Figura 3.10 Esquema para teste de fluxo isócrono


Análise Reservatório-Poço 86
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Figura 3.11 Curva de comportamento de fluxo de entrada

cada etapa de fluxo; a figura 3.12 fornece um diagrama esquemático das vazões
de fluxo e pressões resultantes desse tipo de teste.
Os resultados obtidos são representados em forma gráfica de maneira
idêntica à dos isócronos, mas utilizando-se a pressão de fechamento não
estabilizada para calcular a diferença dos quadrados para o ponto de fluxo
seguinte. Da mesma forma que com o teste de fluxo isócrono, a última vazão flui
até alcançar a condição de estabilidade.
Seqüência de Teste
1. Mantenha o poço fechado até a estabilização da pressão.
2. Faça o poço fluir a diferentes vazões durante o mesmo período de tempo; cada
período de fluxo deve ser seguido por um período de poço fechado com a
mesma duração do período de fluxo.
3. Registre a vazão de produção e a pressão de fluxo no final de cada período de
fluxo, bem como a pressão estática no final do período subsequente de poço
fechado.
4. O último período de fluxo deve ser estendido por tempo suficientemente longo
para que se atinja a estabilização de pressão.
Análise Reservatório-Poço 87

Figura 3.12 Teste de fluxo isócrono modificado


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3.5.2
Laminar inercial turbulento (LIT)

As três formas de equações para fluxo semi-estável são apresentadas pelas


equações 3.78, 3.80 e 3.81, e podem ser rearrumadas em forma quadrática com o
propósito de separar os termos laminar e inercial - turbulento compondo as
equações da seguinte maneira:
3.5.2.1
Forma quadrática – pressão ao quadrado

Em 1976 Jones, Blount e Glaze8,9 sugeriram um procedimento de análise


que permite determinar o efeito da turbulência ou não-Darcy que se apresenta na
completação de poços, independente do efeito de dano e fluxo laminar. O
procedimento também avalia o coeficiente de fluxo laminar A e o efeito do dano
se o produto k h é conhecido.

A equação apresentada por Jones, et. al. para fluxo de estado estável
(steady-state flow) incluindo o fator da turbulência é:

pr2 − p wf
2
= A q g + B q g2 eq.(3.87)
Análise Reservatório-Poço 88

1424T µ g Z q  re 
pr2 − p wf
2
=  ln + s .......
kh  rw 
eq.(3.88)
3.161x10 −12 β γ g Z q 2T  1 1 
... +  − 
h2  rw re 
O primeiro termo do lado direito é a queda de pressão de fluxo laminar ou
fluxo Darcy, enquanto o segundo termo dá a queda de pressão adicional devido à
turbulência. O coeficiente de velocidade, β , é obtido na equação 3.77.
Algumas vezes é conveniente estabelecer uma relação entre os dois
parâmetros que indicam o grau de turbulência que ocorre num reservatório de gás.
Esses parâmetros são o coeficiente de velocidade, β , e o coeficiente da
turbulência, D . A equação 3.87 pode ser escrita para fluxo de estado semi-
estável ou pseudo estável como:
1424T µ g Z  0.472re 
pr2 − p wf
2
=  ln + s q.......
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kh  rw 
eq.(3.89)
3.161x10 −12 β γ g Z T
... + 2
q2
rw h
Os termos da equação 3.89 são agrupados em dois coeficientes, da seguinte
maneira:
1424T µ g Z  0.472re 
A=  ln + s  eq.(3.90)
kh  rw 
3.161x10 −12 β γ g Z T
B= eq.(3.91)
rw h 2
Portanto, a equação 3.89, divida por q toma a forma da equação geral proposta
por Jones, Blount e Glaze.

pr2 − p wf
2
= A + Bq eq.(3.92)
q
A = Coeficiente de fluxo laminar
B = Coeficiente de fluxo turbulento
Para determinar os dois coeficientes, existem duas formas: a primeira faz
uso dos testes convencionais com dois ou mais fluxos estabilizados e pelo menos
Análise Reservatório-Poço 89

um fluxo estabilizado em testes de fluxo isócrono. Os dados da vazão e pressão


obtidos na condução destes testes são reproduzidos em coordenadas cartesianas

( 2 2
)
como p r − p wf / q , no eixo das ordenadas e q , no eixo das abscissas, figura

3.13; o diagrama resultante mostra uma linha cujo pendente é o coeficiente B, que
indica o grau de turbulência. Prolongando-se a reta até o eixo das ordenadas, tem-

se o coeficiente laminar A, adotando nesse caso o valor de (p 2


r
2
− p wf)/ q para
uma vazão igual a zero, resultado que mostra a existência ou não de dano à
formação.
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Figura 3.13 Análise gráfica para determinar A e B

O segundo caminho é a simples substituição dos parâmetros, previamente


determinados, nas equações 3.90 e 3.91.
Uma vez determinados os coeficientes A e B procede-se à construção da
curva do comportamento da jazida, IPR, assumindo-se diferentes valores de
pressão de fundo fluente, p wf , um valor de 0 para a pr e avaliando para cada

uma delas a vazão correspondente. Também podemos assumir as vazões de


produção e avaliar para cada uma delas a pressão de fluxo de fundo do poço. As
equações apresentadas são:
Análise Reservatório-Poço 90

(
− A +− A 2 + 4 B pr2 − p wf
2
)
q= eq.(3.93)
2B
p wf = (
pr2 − Aq + B q 2 ) eq.(3.94)

Esse método é recomendado para pressões menores que 2000 psi


3.5.2.2
Forma quadrática – pressão

A pressão de aproximação equação 3.81 , pode se reorganizar e expressar


pela seguinte forma quadrática:

pr − p wf = A q g + B q g2 eq.(3.95)

Onde:

141.2 x10 3 µ g B g   re  
A= ln  − 0,75 + s  eq.(3.96)
kh   rw  
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141.2 x 10 3 µ g B g 
B= D eq.(3.97)
 kh 
O valor do fator ao fluxo turbulento ou inercial D é determinado, como
apresentado na equação 3.79.
(
O termo A q g ) representa a queda de pressão devido ao fluxo laminar.
(
Enquanto que B q g
2
) explica a queda de pressão adicional devido ao fluxo
turbulento. Em uma forma linear a equação 3.95 pode ser expressa como:

pr − p wf
= A + Bq eq.(3.98)
q
O coeficiente laminar e inercial turbulento encontra-se da mesma forma que
o método anterior, fazendo referencia à figura 3.13.
Uma vez determinados os coeficientes A e B a vazão de fluxo de gás pode
ser determinada a qualquer pressão:

(
− A +− A 2 + 4 B pr − p wf )
q= eq.(3.99)
2B
Método recomendado para pressões maiores que 3000 psi.
Análise Reservatório-Poço 91

3.5.2.3
Forma pseudopressão do gás real

A importância de considerar as variações de viscosidade e fator de


compressibilidade com a pressão, em reservatórios muito compactos onde o
gradiente de pressão é raras vezes pequeno, tem levado nos últimos anos à
utilização de um procedimento baseado na definição de pseudo pressão, equação
3.31, obtendo-se assim uma análise mais rigorosa dos fenômenos de fluxo. A
equação 3.78 , pode se reorganizar e expressar pela seguinte forma quadrática:

∆m( p ) = m( pr ) − m( p wf ) = Aq sc + Bq sc2 eq.(3.100)

Os coeficientes A e B indicam também o tipo de fluxo laminar e turbulento


respectivamente; esses coeficientes são obtidos mediante ponderação, utilizando o
conceito dos mínimos quadrados, equações 3.101 e 3.102.
∆ m( p ) 2
∑ ∑ q − ∑ ∆ m( p )∑ q
q
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A= eq.(3.101)
N ∑ q 2 − ∑ q∑ q
∆ m( p )
N ∑ ∆ m( p ) − ∑ ∑q
q
B= eq.(3.102)
N ∑ q 2 − ∑ q∑ q
Uma vez encontrados os coeficientes A e B podemos substituí-los na
equação 3.100, encontrando assim a equação geral para este método,
visualizando o comportamento do influxo, construindo em seguida o mesmo
procedimento descrito pela forma quadrática – pressão ao quadrado e
empregando valores de diferencial de pseudo pressão em lugar do diferencial de
pressão ao quadrado.
Os valores de A e B também podem ser encontrados da seguinte maneira:

 1422 T    re  
A =   ln  − 0,75 + s  eq.(3.103)
 kh    rw  
 1422 T 
B =   D eq.(3.104)
 k h 
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 92

4
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo

4.1
Introdução

O fluxo em tubulações define-se como o movimento de gás livre, mistura de


fluidos ou uma combinação de algum modelo de fluxo em tubulações sob
diferentes condições de operação ao longo da sua viagem.
O gás proveniente do meio poroso passa à etapa de transporte por tubulação
com movimento vertical ou direcional até superfície, onde muda para um
deslocamento horizontal ou inclinado até o separador. Figura 4.1.
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Figura 4.1 Direções de fluxo na tubulação


Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 93

Durante o percurso, o fluido pode ou não passar por acessórios (válvulas,


chokes) antes de ingressar na linha principal que conecta com o separador esses
acessórios interpõem uma resistência ao canal de fluxo provocando uma perda
adicional da energia inicial disponível. O exposto anteriormente pode ser
visualizado na figura 6.2 que permite apreciar as possíveis zonas de maior queda
de pressão num sistema de produção. Também deve somar-se o consumo por
energias cinética, potencial e de atrito, as perdas devido ao choque das partículas
do fluido umas contra outras e com as paredes da tubulação, que os leva a um
repouso momentâneo ou retarda sua velocidade de modo que devam voltar a
acelerar-se.
4.2
Equação da energia

A base teórica para a maioria das equações de fluxo de fluidos é a equação


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geral da energia10, uma expressão para o balanço ou conservação de energia entre


dois pontos num sistema. Considerando um sistema de estado estável, o balanço
de energia pode ser escrito como:

m u12 m g Z1 m u 22 m g Z 2
U 1 + p1V1 + + + Q − w = U 2 + p 2V2 + + eq.(4.1)
2g c gc 2 gc gc
onde
U1 = Energia interna.

pV = Energia de expansão ou compressão.

mu2
= Energia cinética.
2 gc
mgZ
= Energia potencial.
gc
Q = Transferência de calor.

w = Trabalho desenvolvido pelo fluido.

Dividindo a equação 4.1 por m para obter um balanço de energia por


unidade de massa e escrevendo a equação resultante em forma diferencial.

 p  u du g
dU + d   + + dZ + dQ − dw = 0 eq.(4.2)
ρ
  g c g c
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 94

A equação 4.2 pode converter-se num balanço de energia mecânica usando


a seguinte relação termodinâmica:
dp
dh = Tds + eq.(4.3)
ρ
e
 p
dU = dh − d   eq.(4.4)
ρ

ou
dp  p
dU = Tds + − d   eq. (45)
ρ ρ
onde
h = Entalpia.
s = Entropia.
T = Temperatura.
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Substituindo a equação 4.5 na equação 4.2, obtemos:

dp u du g
Tds + + + dZ + dQ − dw = 0 eq.(4.6)
ρ gc gc

Para um processo irreversível, os estados de desigualdade de Clausius9 são:

− dQ
ds ≥ eq. (4.7)
T

Tds = − dQ + d (l w ) eq.(4.8)
onde

lw = Perda de trabalho, devido à irreversibilidade.

Substituindo a equação 4.8 na equação 4.6 temos:

dp u du g
+ + dZ + d (l w ) − dw = 0 eq.(4.9)
ρ gc gc

Se nenhum trabalho for feito em ou pelo fluido, dw = 0 , obtemos:

dp u du g
+ + dZ + d (l w ) = 0 eq.(4.10)
ρ gc gc
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 95

Considere uma tubulação inclinada por onde escoa um fluido em regime


permanente, conforme ilustrado na figura 4.2, já que dZ = dL senθ a equação

da energia torna-se:
dp u du g
+ + dL senθ + d (l w ) = 0 eq.(4.11)
ρ gc gc
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Figura 4.2 Fluxo de fluido em tubulação inclinada

A equação 4.11 pode ser escrita em termos de gradiente de pressão,


multiplicando-se a equação por ρ dL :
dp ρ u du g d (l )
+ + ρ senθ + ρ w = 0 eq.(4.12)
dL g c dL g c dL

Considerando a queda de pressão positiva na direção do fluxo, a equação


4.12 pode ser escrita como:
dp g  dp  ρ u du
= ρ senθ +   + eq.(4.13)
dL g c  dL  f g c dL

Onde o gradiente de pressão devido ao esforço viscoso ou perdas por atrito é


expresso como:
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 96

 dp  d (l w )
  ≡ρ eq.(4.14)
 dL  f dL

Podemos definir um fator de atrito

τw 2τ w g c
f ′= = eq.(4.15)
ρ u 2 / 2g c ρ u2
onde

τw = Esforço cisalhante

ρ u2
= Energia cinética por unidade de volume.
2 gc
A equação 4.15 define a relação entre o esforço cortante sobre a parede e a
energia cinética por unidade de volume, refletindo a importância relativa do
esforço cortante na parede sobre a perda total. O esforço cisalhante sobre a parede
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pode ser avaliado facilmente a partir de um balanço de forças entre as forças de


pressão e as forças viscosas, figura 4.3

  dp  π d 2
 p1 −  p1 − dL dL  4 = τ w (π d )dL eq.(4.16)
  

Figura 4.3 Equilíbrio de forças

Reorganizando a equação 4.16,

d  dp 
τw =   eq.(4.17)
4  dL  f

Substituindo a equação 4.17 na equação 4.15 e resolvendo para o gradiente


de pressão devido ao atrito, obtemos.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 97

 dp  2 f ′ ρ u2
  = eq.(4.18)
 dL  f gc d

Esta é a equação de Fanning9,10 onde f ′ é chamado fator de atrito

Fanning. Em termos do fator de atrito Darcy – Weisbach ou Moody9,10,


f = 4 f ′ , a equação 4.18 toma a seguinte forma:

 dp  f ρ u2
  = eq.(4.19)
 dL  f 2 gc d
onde
u = Velocidade de fluxo, ft sec
2
gc = Constante gravitacional 32.17 lbm ft lb f sec

d = Diâmetro da tubulação, ft

f = Fator de atrito Moody.


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A figura 4.4 é um diagrama de Moody para a obtenção do fator de atrito.

4.3
Número de Reynolds

Reynolds aplicou a análise dimensional ao fenômeno dos fluxos e concluiu


que o regime de fluxo que prevalecerá é uma função do seguinte grupo não
dimensionável conhecido como número de Reynolds, N Re :
O número de Reynolds9 é um parâmetro adimensional utilizado para
distinguir entre um fluxo laminar e turbulento. Define-se como a relação entre o
momento de forças do fluido e as forças viscosas ou de corte.
duρ
N Re = eq.(4.20)
µ
onde
d = Diâmetro da tubulação,

ρ = Massa específica do fluido, lbm ft 3


u = Velocidade do fluido, ft sec

µ = Viscosidade do fluido, lbm ft sec


Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 98

A viscosidade dinâmica do fluido µ , freqüentemente indicada em


centipoises, cp , pode ser convertida em lbm ft sec , utilizando-se o fator de
−4
conversão de 1 cp = 6.7197 x10 lbm ft sec . Assim,
duρ
N Re = 1488 eq.(4.21)
µ

Em termos de vazão de gás, o número de Reynolds para condições bases de


temperatura e pressão pode ser escrito como:
20 q γ g
N Re = eq.(4.22)
µd

Onde q está em Mscfd, µ em cp e d em polegadas.


Tabela 4.1
Regime de fluxo relacionado com o número de Reynolds
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TIPO DE FLUXO N Re
Laminar < 2000
Critico 2000 – 3000
Transição 3000 – 4000
Turbulento > 4000
Fonte: Gas Production Engineering, Sunjay Kumar

4.4
Rugosidade relativa

O atrito sobre o fluxo através de uma tubulação é afetado pela rugosidade na


parede da tubulação. No entanto, a rugosidade da tubulação não é fácil ou
diretamente mensurável. A rugosidade é uma função do material tubular, do
método de manufatura e do meio ambiente ao qual está exposto, portanto, ela não
é uniforme ao longo do comprimento da tubulação.
O efeito da rugosidade, no entanto, não é devido às dimensões absolutas
definidas como a média da altura e diâmetro existentes numa zona de maior
protuberância e distribuição relativamente uniforme, onde os grãos proporcionam
o mesmo comportamento de gradiente de pressão. Na verdade, ele é devido às
dimensões relativas do diâmetro interno da tubulação assim, a rugosidade relativa
é a relação da rugosidade absoluta com o diâmetro interno da tubulação.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 99
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Figura 4.4 Fatores de atrito para qualquer tipo de tubulação comercial. Extraído
de Engineering Data Book – Gas processors Suppliers.

e
rugosidade relativa = eq.(4.23)
d
onde
e = Rugosidade absoluta, ft ou in.
d = Diâmetro interno, ft ou in

Como a rugosidade absoluta não é diretamente mensurável, a seleção da


rugosidade da tubulação é difícil, especialmente quando não se possui os dados
disponíveis, como gradiente de pressão, fator de atrito e número de Reynolds para
fazer uso do digrama de Moody, (ver figura 4.4); nesse caso o valor de 0.0006 é
recomendado para tubulações e dutos. A tabela 4.2 mostra valores típicos de
rugosidade absoluta utilizados em problemas de fluxo de gás natural e a figura
4.5, apresentada por Moody permite obter a rugosidade relativa em função do
diâmetro, material da tubulação e fator de atrito para um fluxo completamente
turbulento.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 100

Tabela 6.2
Valores da rugosidade absoluta

MATERIAL DE TUBULAÇÃO e (in)


Vidro – bronze 0.00006
Tubulação de Poço 0.0006
Alumínio 0.0002
Plástico 0.0002 – 0.0003
Aço Comercial 0.0018
Ferro Preto 0.0048
Ferro Galvanizado 0.006
Ferro Doce 0.0102
Revestimento de Cimento 0.012 – 0.12
Riveted Steel 0.036 – 0.36
Fonte: Gas Production Operations, H. Dale Beggs.
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4.5
Determinação do fator de atrito

Os valores de fluxo normalmente encontram-se entre dois extremos: fluxo


laminar e fluxo turbulento. Dentro desses valores, distinguem-se quatro zonas:
laminar, critica, de transição e totalmente turbulenta. Para cada zona as equações
variam em função do número de Reynolds e da rugosidade (ver figura 4.4).
4.5.1
Fluxo laminar de fase simples

Existe fluxo laminar quando se apresenta um movimento estacionário


permanente em cada ponto da trajetória do fluido, quer dizer, as linhas de corrente
deslizam em forma de capas com velocidades suficientemente baixas para não
causar rodamoinho.
O fator de atrito para fluxo laminar pode ser determinado analiticamente. A
equação de Hagen-Poiseuille para fluxo laminar é:

 dp  32 µ u
  = eq.(4.24)
 dL  f g c d 2

O fator de atrito de Moody9 para fluxo laminar pode ser determinado pela
combinação das equações 4.19 e 4.24 e então combinando-se com a equação
4.20, as expressões são:
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 101
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Figura 4.5 Valores da rugosidade relativa e fator de atrito. Extraído de Engineering


Data Book – Gas Processors Suppliers
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 102

f ρ u 2 32 µ u
= eq.(4.25)
2 gc d gcd 2
e
64
f = eq.(4.26)
N Re

Em sua forma equivalente para o fator de atrito de Fanning:

16
f ′= eq.(4.27)
N Re

4.5.2
Fluxo turbulento de fase simples

Existe um movimento turbulento quando a velocidade meio linear excede a


velocidade crítica e as partículas seguem trajetórias erráticas.
Em estudos experimentais de fluxo turbulento foi demonstrado que o perfil
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da velocidade e o gradiente de pressão são muito sensíveis às características da


parede da tubulação de produção e linhas de surgência, características que podem
ser classificadas como tubulações lisas e tubulações rugosas.
4.5.2.1
Tubulações lisas

As equações que se apresentam são válidas para valores específicos de


número de Reynolds, como a proposta por Drew, Koo e McAdams10 em 1930,
3 6
utilizada para intervalos entre 3 x10 < N Re < 3 x10 .
−0.32
f = 0.0056 + 0.5 N Re eq.(4.28)
10
E a equação apresentada por Blasius , para números de Reynolds maiores que

10 5 em tubulações lisas:
−0.25
f = 0.31N Re eq.(4.29)

4.5.2.2
Tubulações rugosas

Em fluxo turbulento, a rugosidade tem um efeito determinante no fator de


atrito e por conseguinte no gradiente de pressão devido à sua dependência em
relação a rugosidade relativa e ao número de Reynolds. Colebrook e White10
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 103

propuseram em 1939 uma equação aplicável tanto a tubulações lisas como a


tubulações em fluxo de transição e totalmente rugosas nas zonas de fluxo
turbulento. A dificuldade básica é que a equação não é linear e sua solução requer
um procedimento iterativo. Segue abaixo a dita equação:

1  2e 18.7 
= 1.74 − 2 log +  eq.(4.30)
f  d N Re f e 
 

A solução iterativa consiste em estimar um valor inicial de f e . Aconselha-

se utilizar o determinado através da equação de Drew, Koo e McAdams como


primeiro parâmetro. Com esse dado calcula-se o novo valor de fator de atrito f ,

que substituirá o primeiro no caso de que, numericamente, f e f e estejam muito

longe do valor de tolerância considerado normalmente 0.001.


Uma correlação explícita para o fator de atrito foi apresentada por Jain10 em
1976:
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1  e 21.25 
= 1.14 − 2 log +  eq.(4.31)
f  d N Re 
0 . 9

Essa correlação foi comparada com exatidão com a equação de Colebrook.


−6
Jain descobriu que, para valores considerados de rugosidade relativa, entre 10
−2 3 8
e 10 , com números de Reynolds entre 5x10 e 10 , os erros estavam dentro
de + − 1% em comparação à equação de Colebrook. Esta equação é

recomendada para todos os cálculos que requeiram a determinação do fator de


atrito para fluxo turbulento.
4.6
Fluxo de fase simples

Agora que já foi apresentado as equações e procedimentos para avaliar o


fator de atrito em fluxo de fase simples, a equação da gradiente de pressão
derivada anteriormente pode ser desenvolvida mais extensamente. Combinando
as equações 4.13 e 4.19, a equação de gradiente de pressão, é aplicável para
qualquer fluido em qualquer ângulo de inclinação da tubulação, esta vem a ser:

dp g f ρ u 2 ρ u du
= ρ senθ + + eq.(4.32)
dL g c 2 gc d g c dL
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 104

Onde o fator de atrito, f , é uma função do número de Reynolds e da

rugosidade da tubulação. Essa relação é mostrada no diagrama de Moody (figura


4.4 ). A gradiente de total de pressão pode ser considerada composta de três
componentes distintos:
dp  dp   dp   dp 
=  +  +  eq.(4.33)
dL  dL  el  dL  f  dL  ace
Onde:

(dp dL )el = g ρ senθ g c , é o componente relativo à energia potencial ou à


mudança de elevação. É também referido como o componente hidrostático, já que
é o único componente ao qual se aplicará em condições estáticas de fluxo.

(dp dL ) f = f ρ u 2 2 g c d , é o componente relativo às perdas por atrito.

(dp dL )ace = ρ u du g c dL , é o componente relativo à mudança de energia


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cinética.
A equação 4.32 aplica-se para qualquer fluido em estado estável, um fluxo
dimensional para o qual f , ρ , e u podem ser definidos.
A mudança de elevação ou componente hidrostático é zero somente para
fluxo horizontal, aplicada para fluido compressível ou incompressível, fluxo
pseudo estável e transiente nas tubulações vertical ou inclinada. Para fluxo
descendente o seno do ângulo é negativo e a pressão hidrostática incrementa na
direção do fluxo.
A perda de atrito dos componentes aplica-se a qualquer tipo de fluxo em
qualquer ângulo de inclinação da tubulação; isso sempre causa uma queda de
pressão na direção do fluxo.
A mudança de energia cinética ou a aceleração do componente é zero para
área constante, fluxo incompressível. Para qualquer condição de fluxo na qual
ocorra uma mudança de velocidade, como fluxo compressível, a queda de pressão
sucederá uma queda de pressão na direção em que a velocidade aumenta.
4.7
Fluxo nos poços de gás

Vários métodos estão disponíveis para calcular a queda de pressão estática e


fluente em poços de gás. O método mais utilizado é o de Cullender e Smith.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 105

Todos os métodos se iniciam com a equação 4.32, com modificações para a


geometria de fluxo. Na maioria dos casos, o gradiente aceleração é ignorado. É
freqüentemente necessário calcular a pressão estática de fundo do poço em um
poço de gás; tal procedimento deverá ser apresentado primeiro.
4.7.1
Pressão estática de fundo do poço

Para cálculos de engenharia de reservatórios e produção, a pressão estática


ou shut in de fundo do poço, p ws , é freqüentemente exigida. Em muitos casos

pode ser difícil ou caro obter a p ws com medidores de pressão pendurados por

uma equipe ou fio em frente à formação produtora. Dessa forma, foram


desenvolvidas técnicas para calcular SBHP ao considerar-se como um caso
especial da equação geral de fluxo vertical (equação 4.32); as técnicas de
determinação partem das seguintes premissas.
Ângulo de inclinação de 90º , portanto senθ = 1
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Velocidade de fluxo é zero.


Tomando essas considerações e combinando a equação 4.32 dos gases perfeitos
obtém-se:

dp g ρ g
= eq.(4.34)
dL gc
onde
pM
ρg =
ZRT
Combinando esta com a equação 4.34,

dp g M dh
= eq.(4.35)
p gc Z RT

4.7.1.1
Método da temperatura e compressibilidade média9,10

Se Z é avaliado à pressão e temperatura média, a integração da equação 4.35,


pws H
dp gM
∫ =
p gc R Z T
∫ dH
pwh 0
a qual
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 106

 gM H 
p ws = p wh EXP   eq.(4.36)
 gc R Z T 

Esta equação se sustenta para qualquer jogo consistente de unidades. Para


as unidades convencionais de campo,
[(
p ws = p wh EXP 0.01875 γ g H / (T Z ) ) ] eq.(4.37)
onde
p ws = Pressão estática de fundo do poço, psia .

p wh = Pressão na cabeça do poço, psia .

γg = Densidade do gás (ar = 1)

H = Profundidade do poço, ft .

T = Temperatura média na tubulação, ºR


Z = Fator de compressibilidade, avaliado às condições
médias de pressão e temperatura p = ( p ws + p wh ) 2
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A estimativa de Z faz o cálculo iterativo; para esse método propõe a


seguinte solução cujas etapas são:
*
1) Estimar o valor inicial da pressão estática de fundo p ws . A seguinte
igualdade proporciona um dado aproximado real:

(
p *ws = p wh 1 + 2.5 x10 −5 H ) eq.(4.38)
*
2) Com p ws e p wh obter a pressão e temperatura média.
3) Determinar a pressão e temperatura pseudo críticas.
4) Calcular a pressão e temperatura pseudo reduzidas, para logo encontrar o
valor do fator de compressibilidade por média de correlações ou gráficos.
5) Fazendo uso da equação 4.38 valorizar a pressão de fundo estática, p ws ,
*
repetir o procedimento desde a etapa 2, onde a nova pressão p ws será a

última p ws obtida. A iteração continuará até que a diferença absoluta


*
entre p ws e p ws seja de 0.001 como margem de erro.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 107

4.7.1.2
Método de Cullender e Smith9,10

Este método considera as variações do fator de compressibilidade com as


mudanças de pressão e temperatura, assim como as alterações da temperatura com
a profundidade. Da equação 4.35.
H
TZ M
∫ p dp = R ∫ 0.01875 γ g dH eq.(4.39)
0

ZT
I=
p
Integrando o lado direito da equação obtem-se:

pws
∫ Idp = 0.01875 γ g H eq.(4.40)
pwh
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O lado esquerdo de ambas as equações é resolvido mediante métodos


numéricos como expansão por séries, avaliando assim (pT Z ) para algum
número de incremento entre as pressões estáticas de fundo e de superfície.
Cullender e Smith9,10 propõem uma resolução em duas etapas dividindo a
profundidade total do poço em 0, H 2 e H , possibilitando a aplicação tanto em
poços poucos profundos como profundos, com ou sem presença de gases
sulfurosos. A equação resultante da integração é:
pws
2 ∫ Idp =( p m − p wh )(I ms + I wh ) + ( p ws − p ms )(I ws + I ms ) eq.(4.41)
pwh

onde
p wh = Pressão estática à profundidade zero H = 0, psia
p ms = Pressão estática à profundidade média H / 2 , psia

p ws = Pressão estática à profundidade total, H , psia

I wh = Integral estática avaliada a p wh e Twh

I ms = Integral estática avaliada a p ms e T

I ws = Integral estática avaliada a p ws e Tws


Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 108

Separando-se em duas expressões a equação 4.41 e igualando-se cada uma


ao valor de 0.01875 γ g H para finalmente isolar a pressão à profundidade

média e a pressão à profundidade total respectivamente, encontra-se que:


0.01875 γ g H
p ms = p wh + eq.(4.42)
I ms + I ts

0.01875 γ g H
p ws = p ms + eq.(4.43)
I ms + I ws

Conhecendo a temperatura de superfície e de fundo de poço pode-se


determinar a temperatura a qualquer profundidade, utilizando-se a relação:
T f − Ts
Th = T s + h eq.(4.44)
H
onde
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Th = Temperatura a qualquer profundidade, ºR

Tf = Temperatura final, ºR

Ts = Temperatura em superfície, ºR

H = Profundidade final, ft
h = Profundidade à qual quer se avaliar, Th , ft
As seguintes etapas mostram a aplicação dessas equações no cálculo da
pressão estática de fundo de poço.
Etapa A

1. Encontrar o fator de compressibilidade para condições de boca de poço. Com


esse valor, resolver a integral I .
*
2. Estimar um valor inicial de p ms para a profundidade H / 2 fazendo uso da

equação 4.39 e tendo cuidado para que H seja substituído por H / 2


3. Determinar a temperatura média (equação 4.44).
4. Calcular os parâmetros pseudo reduzidos às condições de penetração média e
estabelecer o fator de compressibilidade Z.
5. Com os dados dos pontos 2, 3 e 4 calcular a integral I ms usando I = TZ P
*
onde p = p ms .
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 109

*
6. Determinar p ms empregando a equação 4.42. Se p ms ≈ p ms seguir para a

etapa B, caso contrário, repetir desde o ponto 4 considerando p ms como o

novo valor inicial para o recálculo; tal procedimento continua até que seja
−3
obtida uma diferença de 10 entre as pressões.
Etapa B

1. Determinar o valor inicial da pressão estática, p ms , aplicando a equação

4.38. Substituir previamente p wh por p ms e H por H 2 em lugar de H;


considera-se que a análise da etapa B parte da profundidade final da etapa A,
ou seja, da profundidade média do poço.
*
2. Obter Z à p ws e T f .

3. Encontrar I ws .
*
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4. Recalcular p ws como os resultados dos pontos 2 e 3. Se p ws ≈ p ws , o


procedimento finaliza, obtendo-se assim a pressão estática de fundo
procurada; caso contrario, repetir até encontrar dois p ws próximos.

4.7.2
Pressão dinâmica de fundo do poço

O poço é posto em produção e uma força conhecida como pressão de fundo


fluente impulsiona o fluido até a superfície. Se a energia é suficiente para vencer
a resistência encontrada durante a trajetória do fluxo, diz-se que o poço flui por
surgência natural; caso seja insuficiente, o poço é submetido a métodos de
recuperação ou levantamento artificial e obtém assim a pressão adequada para
elevar o fluido.
A produção depende de:
Areia de formação
Perfurações
Sarta de produção
Restrições em boca de poço (chokes) e tubulações de produção (válvulas
de fundo).
Facilidade de separação.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 110

A pressão de dinâmica de fundo de poço de gás, é a soma da pressão de


cabeça com a pressão exercida pelo peso da coluna de gás, desprezando-se a
variação de energia cinética (velocidade ≠ 0 ), a equação 4.32 de conservação da
energia mecânica pode ser rescrita na forma:

dp g fρ u 2
= ρ cos θ + eq.(4.45)
dL g c 2g c d
4.7.2.1
Método da temperatura e compressibilidade média9,10

Substituindo-se a expressão para a massa específica do gás em termos de


p , T , e Z na equação 4.45, resulta:

dp pM f u2
= (cos θ + eq.(4.46)
dL ZRT 2 gc d
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A integração da equação 4.46 assume uma temperatura média na sarta de


fluxo e, avaliando Z às condições médias de pressão e temperatura, obtemos:

2 2
25 γ g q 2 T Z f (MD ) ( EXP (S ) − 1)
p wf = p wh EXP( S ) + eq.(4.47)
S d5
Onde
p wf = Pressão dinâmica de fundo de poço, psia

p wh = Pressão de cabeça, psia

S= 0,0375 γ g (TVD ) T Z
MD = Profundidade medida, ft

TVD = Profundidade vertical verdadeira, ft

T = Temperatura média, ºR [(Twf + Twh 2 )]


Z = Fator de compressibilidade média.
f = Fator de atrito, f ( N Re , e d ) (Jain ou Colebrook)

q = Vazão de gás MMscfd.

d = Diâmetro da tubulação, polegadas


Para uma melhor compreensão da aplicação do método, o procedimento é
dividido em duas etapas principais. A primeiro permitirá apreciar o cálculo do
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 111

fator de atrito e a segunda o cálculo da pressão dinâmica de fundo, tomando como


parâmetro variável o fator de compressibilidade.
Etapa A
1. Determinar o número de Reynolds, (equação 4.21- 4.22).
2. Encontrar a rugosidade (Tabela 4.2 ou figura 4.4).
3. Estimar um valor inicial de fator de atrito.
4. Fazendo uso das equações de Jain ou Colebrook calcular o fator de atrito.
5. Se os valores dos pontos 3 e 4 forem iguais ou aproximadamente iguais
utilizar o valor encontrado na etapa B, casso contrario, repetir até encontrar
valores aproximados.
Etapa B
*
1. Calcular S estimando um valor de Z (aconselha-se como primeiro valor
interativo 0.9 por encontrar-se dentro do valor que normalmente obtém-se
em gás seco).
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2. Encontrar a pressão dinâmica de fundo de poço com a equação 4.47.


3. (
Calcular a pressão média, p = p wf + p wh ) 2.
4. Com a temperatura e pressão média, encontrar o fator de compressibilidade
média.
*
5. Se o valor absoluto de Z − Z Z ≤ 0.001 , a pressão dinâmica de fundo

de poço encontrada em 2 estará correta, casso contrario, repetir o


procedimento assumindo outro valor de Z.
4.7.2.2
Método de Cullender e Smith

A derivação do método de Cullender e Smith9,10 para poços fluentes começa


com a equação 4.46. As seguintes substituições são feitas para a velocidade:
q
u=
A

p sc T Z
q = q sc
Tsc p Z sc

A qual dá:
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 112

2 2
dp pM cos θ MTZ p sc f q sc
= +
dL ZRT R pTsc2 2 g c d A 2
ou
p dp M  p  
2
=   cos θ + C 
ZT dh R  ZT  
onde
2 2
8 p sc q sc f
C=
Tsc2 g c π 2 d 5

Que é constante para uma vazão de fluxo em um diâmetro particular da


tubulação. Separando as variáveis dá:
p
pwf dp MD
ZT M
∫ 2
=
R
∫ dL eq.(4.48)
ptf  p  0
  cos θ + C
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 ZT 

É aplicável para qualquer conjunto consistente de unidades. Substituindo


em unidades de campo e integrando o lado direito da equação 4.48 dá:
p
pwf dp
ZT = 18,75 γ g MD
∫ 2
eq.(4.49)
ptf  p  TVD
0,001   + F2
 ZT  MD
onde
2
2 0,667 f q sc
F = eq.(4.50)
d5
e
TVD
= cos θ eq.(4.51)
MD
Para abreviar a escrita da equação 4.49 e dividindo o comprimento total do
poço em duas seções, H 2 .

Acima de H 2 a equação simplifica-se à seguinte expressão:

( )(
18,75 γ g (MD ) = p mf − p tf I mf + I tf ) eq.(4.52)

Abaixo de H 2 até a profundidade total do poço é:


Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 113

(
18,75 γ g (MD ) = p wf − p mf I wf + I mf )( ) eq.(4.53)

onde
p
I= ZT eq.(4.54)
2
 p  TVD
0,001   + F2
 TZ  MD

A equação 4.50 pode ser simplificada utilizando a equação do fator de atrito


de Nikuradse para fluxo turbulento totalmente desenvolvido, isto é:
0,10796 q
F= d < 4,277 in. eq.(4.55)
d 2,612

0,10337 q
F= d > 4,277 in. eq.(4.56)
d 2,582
Aplicando a regra de Simpson para obter um resultado da pressão mais
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exato, teremos:
( p wf − p tf )
18,75 γ g (MD ) * 2 =
3
(I tf + 4 I mf + I wf ) eq.(4.57)

O seguinte procedimento é recomendado:


1. Determinar o valor do lado esquerdo da equação 4.52 acima de H 2 .
2
2. Determinar F da equação 4.55 ou 4.56.
3. Determinar I tf da equação 4.54 e condições cabeça do poço.

4. Assumir I mf = I tf para condições médias da profundidade do poço ou no

ponto médio do tubo de produção


5. Determinar p mf da equação 4.52.

6. Utilizando o valor de p mf determinado no passo 5 e a temperatura média

aritmética Tmf determinar o valor de I mf da equação 4.54.

7. Recalcular p mf de equação 4.52. Se este valor recalculado for menor que

1 psi do p mf calculado no passo 5, repita os passos 6 e 7 até que o critério

anterior esteja satisfeito.


8. Assuma I wf = I mf para as condições de fundo do tubo de produção.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 114

9. Repita os passos de 5 a 7, utilizando a equação 4.52 abaixo de H 2 do tubo

de produção e obtenha o valor da pressão do fundo de poço, p wf .

10. Aplicando a regra de Simpson, comforme expressada pela equação 4.57


obtemos um valor da pressão de fundo de poço mais exato.
Os métodos descritos anteriormente (temperatura e compressibilidade
média, Cullender e Smith), são aplicáveis somente para gás seco, isto é, um fluido
com uma densidade constante. Esses métodos têm sido utilizados para poços que
produzem quantidades pequenas de líquido junto com o gás, fazendo-se um ajuste
na densidade do gás. A densidade da mistura pode ser estimada por:
γ g + 4591γ l R
γm = eq.(4.58)
1 + 1123 R
Onde:
γm = Densidade da Mistura (ar = 1)
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γg = Densidade do gás (ar = 1)

γl = Densidade do líquido (água = 1)

R = Razão de produção gás – líquido, scf / STB


Se a razão gás–líquido é menor que 10000, o que corresponde a uma carga
de líquido acima de 100 bbls/MMscf, ou se a vazão é menor que o requerido para
manter a descarga do líquido, as correlações de duas fases devem ser utilizadas
para poços de gás.
O método que leva em conta os efeitos de líquidos em poços de gás foi
desenvolvido por Gray, (Vertical Flow Correlation in Gas Wells, User Manual,
API 14 –B SSSV Computer Program).
A precisão do método Gray foi expressa para questionar se:

Velocidade do fluxo, um > 50 ft sec

Diâmetro da tubulação, d > 3,5 in


Razão gás - condensado > 50 bbl MMscf
Razão gás - água > 5 bbl MMscf

Na prática, o método Gray foi criado para dar bons resultados para em poços
de condições fora dessa gama de valores.
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 115

Uma equação para estimar a mínima vazão de produção de gás requerida


para manter um poço descarregado quando se está produzindo água ou
condensado foi apresentada por Turner4.
A vazão mínima para um diâmetro de tubulação particular e pressão na
cabeça do poço é calculada por:
3,06 umin A pwh
q g (min ) = eq.(4.59)
TZ
Onde,

q g (min ) = Vazão de fluxo mínimo para o levantamentocontínuo

de líquidos, MMscfd
umin = Velocidade mínima, ft sec

A = Área da tubulação, ft 2
pwh = Pressão de fluxo na cabeça do poço, psia
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T = Temperatura de fluxo na superfície, º R


Z = Fator de compressibilidade do gás a T , pwh

Foram propostas duas equações para umin , considerando-se o líquido como


água ou condensado.
5,3 ( ρ L − 0,00279 pwh )0, 25
umin (água ) = eq.(4.60)
(0,00279 pwh )0,5

4,03 (ρ L − 0,00279 pwh )0, 25


umin (condensado ) = eq.(4.61)
(0,00279 pwh )0,5
4.8
Fluxo de gás em linhas de fluxo4

A linha que conecta a boca do poço ao o separador adquire maior


importância quando possui um comprimento considerável ( 500 pés ou mais) onde
a queda de pressão seja relevante para determinar a capacidade produtiva do poço.
Os fatores básicos envolvidos num fluxo horizontal são os mesmos que se
aplicaram ao fluxo vertical. Em ambos os sistemas a queda de pressão é a soma
das perdas por atrito e energia potencial. A principal diferença encontra-se nas
considerações do balanço de energia em função da tubulação.
Para propósitos práticos, num poço puramente gasífero, o fato de
considerarmos uma linha de fluxo completamente horizontal permite suprimir os
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 116

componentes de elevação e aceleração da equação da energia 4.13, reduzindo-a à


seguinte forma:
dp  dp 
= 
dL  dL  f

Substituindo-se a equação 4.19 por essa expressão obtemos:

2
 dp  f ρ u PM f u 2
 = = eq.(4.62)
 dL  2 g c d Z R T 2 g c d

Na maioria dos casos, a temperatura, T, é presumida constante e o fator de


compressibilidade, Z, é avaliado à pressão média da linha. Isso requer uma
solução iterativa caso uma das pressões seja desconhecida. A integração da
equação 4.62 para uma distância, L, entre a pressão a montante (upstream), p1 e
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a pressão a jusante (dowstream), p 2 , resulta em:

25γ g q 2 T Z f L
p12 − p 22 = eq.(4.63)
5
d
onde
p = Pressão, psia

γg = Densidade do gás

T = Temperatura média, ºR
q = Vazão do gás, MMscfd (14.7 psia, 60ºF)

Z = Fator de compressibilidade às condições de T e p

L = Comprimento da linha, ft.


d = Diâmetro interno, inches
f = Fator de atrito, f ( N Re , e d )

O fator de atrito pode ser determinado pela equação de Jain 4.31 ou pelo
diagrama de Moody (figura 4.4).
A equação 4.63 foi derivada utilizando as condições base ou standard 14.7
psia e 60ºF. Pode-se colocar em uma forma mais geral, deixando as condições
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 117

padrão na equação como variáveis. É freqüentemente vantajoso expressar a


equação 4.63 em termos de vazão de fluxo, isto é:
0 .5
CT  p12 − p 22 
q= b   d 2.5 eq.(4.64)
pb γ g f T Z L 

O valor de C depende das unidades utilizadas na equação. Na tabela 4.3


estão os valores de C para várias combinações de unidades.
Um fator chamado eficiência é usado algumas vezes na equação 4.64 para
justificar o fato de que as tubulações freqüentemente entregam menos gás que o
calculado. O fator de eficiência normalmente varia entre 0.7 e 0.92 e é
normalmente obtido a partir da experiência.
Tabela 4.3
Valores de C para diversas unidades

p T d L q C
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psia ºR in. Mi scfd 77,54


psia ºR in. ft scfd 5634
-3
psia ºR in. ft MMscfd 5,634 x 10
6
psia ºK m M m3 d 1,149 x 10

Fonte: Gas Production Operations, H. Dale Beggs

Se a queda da pressão ou vazão de fluxo é desconhecida, a solução é


iterativa. Se o diâmetro é desconhecido, a solução também seria iterativa já que o
diâmetro é necessário para avaliar o fator de atrito. Esse fato incitou os
pesquisadores a substituir uma equação especifica para f na equação geral de fluxo
de modo a fazer a solução para qualquer q ou d não iterativa. O fator de atrito
especificado é dependente do diâmetro ou número de Reynolds e não da
rugosidade da tubulação. As expressões incorporadas na equação 4.64 para f em
várias das mais populares equações nas linhas de surgência são listadas abaixo:
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 118

Equação f

0,085
Panhandle A
0,147
N Re
0,015
Panhandle B
0,183
N Re
0,032
Weymouth
1
d 3
Utilizando essas relações para o fator de atrito na equação 4.64, a forma
geral da equação de fluxo das linhas de surgência é:
a2 a3 a4
T   p12 − p 22   1 
q = a1 E  b      d a5 eq.(4.65)
 pb  T Z L γ g 
   

Onde E é o fator de eficiência e os valores das constantes a i usadas nas


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varias equações são tabulados, na tabela 4.4


Tabela 4.4
Valores das constantes ai
Equação a1 a2 a3 a4 a5
Panhandle A 435,87 1,0788 0,5394 0,4604 2,618
Panhandle B 737,00 1,0200 0,5100 0,4900 2,530
Weymouth 433,50 1,0000 0,5000 0,5000 2,667
Fonte: Gas Production Operations, H. Dale Beggs

As unidades usadas na equação 4.65 são:

q = Vazão de gás, scfd medido a Tb , p b ,

T = Temperatura, ºR
p = Pressão, psia

L = Comprimento da linha, miles


d = Diâmetro interno, inches
4.9
Velocidade de Erosão

A velocidade de erosão ocorre quando o fluxo de fluido através de uma


tubulação trafega a velocidades altas. Isso é especialmente verdade para altas
Análise da Coluna de Produção e Linha de Fluxo 119

capacidades de fluxo, onde a velocidade in-situ pode exceder 60 a 70 pés/seg. A


erosão não é um problema para poços de petróleo, mesmo que alguns poços de
alta razão gás–líquido possam estar sujeitos a ela.
A velocidade em que a erosão começa a ocorrer não pode ser determinada
exatamente e, se algumas partículas sólidas, como areia, estão no fluido, a erosão
pode ocorrer a velocidades relativamente baixas. Tem-se relacionado a velocidade
em que a erosão pode ocorrer à massa específica do fluido pela seguinte equação:
C
ue = eq.(4.66)
ρ 0 ,5
Onde
ue = Velocidade de erosão, ft sec

ρ = Massa específico do fluido, lbm ft 3 = ρ L λL + ρ g (1 − λL )

C = Valor entre 75 e 100


Uma boa média do valor de C foi estabelecida em, aproximadamente 100.
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Se C é igual a 100 e a equação de estado do gás é utilizada para expressar a massa


específica, a equação 4.66 torna-se:
100
ue = 0, 5
eq.(4.67)
 29 p γ g 
 
 Z RT 
Onde, p, T e Z são as condições em que a velocidade deverá ser determinada.
A equação pode ser expressada em termos de vazão de fluxo de gás a
condições padrão.
 p 
qe = 1,86 x105 A   eq.(4.68)
 ZTγg 
 
Onde
qe = Vazão de fluxo de erosão, Mscfd

A = Área da tubulação, ft 2
p = Pressão mais baixa na tubulação, psia
T = Temperatura no ponto onde a pressão é determinada, ºR
Z = Fator de compressibilidade do gás a p, T
γg = Densidade do gás
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 120

5
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes

5.1
Introdução

A vazão de fluxo de quase todos os poços fluentes é controlada por um


choke na cabeça do poço, um dispositivo que impõe uma restrição à linha de
fluxo11, figura 5.1. Os chokes normalmente fazem parte do conjunto da árvore de
surgência, ou seja, entre a tubulação de produção e a linha de descarga, figura 5.2.
No estudo de poços, é necessário conhecer o funcionamento do choke que é
utilizado para controlar a vazão de produção e assegurar sua estabilidade.

q
d2 p2
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d1
p1

Figura 5.1 Esquema do choke

Os chokes consistem em placas de metal com um pequeno orifício para


permitir o fluxo; são os dispositivos de restrição mais comuns, usados para causar
uma queda de pressão ou reduzir a vazão de fluxo. São capazes de causar grandes
quedas de pressão: um gás que entre em um choke a 5000 psia pode sair a 2000
psia ou menos. Os chokes têm, portanto, várias aplicações como dispositivos de
controle na indústria de petróleo e gás. A seguir algumas das aplicações para os
quais os chokes de superfícies podem ser utilizados são para:
Manter uma vazão de fluxo permissível na cabeça poço.
Controlar a vazão de produção.
Proteger as equipes de superfície.
Controlar e prevenir problemas de arejamento ao proporcionar suficiente
contra pressão na formação produtora.
Permitir a obtenção de informações para calcular o índice de produtividade
em qualquer etapa da vida produtiva de um poço.
Prevenir a coning de gás e água.
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 121
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Figura 5.2 Localização do choke


Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 122

5.2
Chokes superficiais

Existem diferentes tipos de chokes superficiais os quais encontram-se


localizados no cabeçal do poço e nas linhas de fluxo.
A função principal do choke superficial é a de estrangular o fluxo para
proporcionar estabilidade nas instalações superficiais. Os chokes superficiais têm
sido. projetados para permitir fácil acesso.
Os chokes superficiais podem ser classificados conforme seu desenho:

‫־‬ Tipo positivo


‫־‬ Tipo ajustável
5.2.1
Tipo positivo

É composto de um corpo ou caixa em cujo interior se pode instalar ou trocar


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manualmente diferentes diâmetros de orifícios, esse tipo de choke está


representado nas figuras 5.3 e 5.4. Na maioria dos casos, é utilizado o choke de
orifício positivo em função de sua simplicidade e baixo custo.
5.2.2
Tipo ajustável

É similar ao choke positivo, com exceção de que, para ajustar o diâmetro de


abertura do orifício de fluxo, há uma varinha fina com graduações visíveis que
indicam o diâmetro efetivo do orifício. A figura 5.5 mostra as partes do choke do
tipo ajustável.
5.3
Modelos de fluxo

O fluxo através de chokes em geral podem ser de dois tipos: Subcrítico12 e


Crítico12.
5.3.1
Fluxo subcrítico

O fluxo é chamado subcrítico quando a velocidade do gás através das


restrições é menor do que a velocidade do som no gás, e a vazão depende tanto da
pressão a montante como da pressão a jusante. Os chokes sub-superficiais são
normalmente projetados para permitir o fluxo subcrítico.
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 123

9
8

Item Descrição 7 6
1 Corpo bridado 5
2 Junta
4
3 Orifício
4 Tampão de descarga
5 Junta do tampão
3
6 Tampão de descarga
2
7 Porca
8 Braçadeira circular 1
9 Tampão de descarga
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Figura 5.3 Porta orifícios tipo positivo

Figura 5.4 Chokes positivos


Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 124

3
Item Descrição
1 Orifício
2
2 Indicador
3 Trava do
Volante
Fluxo
4 Volante

1
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Fluxo

Figura 5.5 Válvula de agulha regulável

5.3.2
Fluxo crítico
O fluxo é chamado crítico quando a velocidade do gás através das restrições
é igual à velocidade do som ( perto de 1100 ft/sec para o ar) no gás. A velocidade
máxima na qual um efeito de pressão ou uma perturbação pode ser propagada
através de um gás não pode exceder a velocidade do som no gás. Assim, uma vez
que a velocidade do som seja alcançada, um aumento ainda maior na diferencial
de pressão não aumentará a pressão na garganta do Choke. Portanto, a vazão de
fluxo não pode exceder a vazão de fluxo crítico conseguido quando a razão de
pressão a jusante P2 e a montante P1 chega a um valor crítico, ainda que esta
pressão seja decrescida. Ao contrário do fluxo subcrítico, a vazão de fluxo em
fluxo crítico depende somente da pressão a montante, porque as perturbações de
pressão que trafegam na velocidade do som implicam que uma perturbação de
pressão na extremidade a jusante não terá efeito algum sobre a pressão a montante
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 125

ou sobre a vazão de fluxo. Os chokes de superfície são normalmente projetados


para fornecer um fluxo crítico.
5.4
Fluxo de gás através de restrições

A equação geral para fluxo através de restrições pode ser obtida


combinando-se a equação de Bernoulli com a equação de estado. As perdas
irreversíveis ou perdas de atrito são explicadas por um coeficiente de descarga,
que depende do tipo de restrição. A seguinte equação é válida somente no regime
subcrítico até o fluxo crítico, quando a máxima velocidade de fluxo (igual à
velocidade de som) é atingida.

0, 5
 (k +1) k  
k  p 2 
2k
2  1  p2 
q sc = 974,61C d p1 d ch    −    eq.(5.1)
 γ g T1 k − 1  p1   p1   
  
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onde
q sc = Vazão de fluxo de gás, Mscfd ( a 14,7 psia e 520ºR).

d ch = Diâmetro do Choke, in.

p1 = Pressão a montante do Choke, psia.

p2 = Pressão a jusante do Choke, psia

T1 = Temperatura de entrada (upstream), ºR.

Cd = Coeficiente de descarga que depende da relação de

diâmetros da tubulação e da restrição, do número


de Reynold e a geometria do dispositivo, geralmente
considera-se 0,865.
k = Relação de calores específicos (c p )
c v , sem
dimensão.
γg = Densidade do gás (para o ar=1)

Se a razão de pressão na qual o fluxo crítico ocorre é representada por


( p2 p1 )c , então, através do cálculo elementar, pode ser demostrado que:
Análise do Fluxo de Gás Através de Chokes 126

k (k −1)
 p2   2 
  =   eq.(5.2)
p
 1 c  k + 1 

O fluxo é subcrítico para ( p2 p1 )> ( p 2 p1 )c e crítico para


( p2 p1 )≤ ( p 2 p1 )c , se a razão da pressão de operação é menor que a razão de
pressão crítica, a razão de pressão da equação 5.1 deve ser substituída pela razão
de pressão crítica, pois a razão de fluxo máxima através do choke é aquela que
corresponde ao fluxo crítico.
O valor de k normalmente é assumido como uma constante. k ≅ 1.293 para
uma gravidade de 0.63. Geralmente, o valor de k utilizado entre 1.25 e 1.31,
implicando a partir do relacionamento representado pela equação 5.2 que o fluxo
é crítico quando a razão de pressão está na região de 0.5549 (para k = 1.25) a
0.5439 (para k = 1.31). O fluxo é considerado crítico quando a razão de pressão é
menor ou igual a 0.55, o que implica que k esteja a 1.275 aproximadamente.
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Substituindo-se ( p 2 p1 )c = 0.55 , e k=1.275 na equação 5.1, resulta:

2
456.71C d p1 d ch
q sc = eq.(5.3)
(γ g T1 )0.5
onde

q sc = Vazão de fluxo de gás, Mscfd ( a 14,7 psia e 520ºR).

d ch = Diâmetro do Choke, in.

p1 = Pressão a montante do Choke, psia.

T1 = Temperatura de entrada (ou upstream), ºR.

Cd = Coeficiente de descarga, 0.865

γg = Densidade do gás (para o ar=1)

A máxima vazão de fluxo de gás ocorre quando o fluxo é crítico. Para


qualquer valor da razão de pressão abaixo do valor crítico.
Análise do Sistema de Produção 127

6
Análise do Sistema de Produção

6.1.
Introdução

A razão para perfurar e completar um poço de produção é tirar ou


transportar o petróleo ou gás de sua posição original no reservatório até o tanque
de armazenamento, no caso do petróleo, ou linha de venda, para o gás.
Para que ocorra o fluxo de fluidos num sistema de produção, é necessário
que a energia dos fluidos no reservatório seja capaz de superar as perdas de carga
nos diversos componentes do sistema. Os fluidos têm de escoar do reservatório
para os separadores na superfície, passando pelas tubulações de produção dos
poços, pelos equipamentos de cabeça de poço e pelas linhas de surgência.
A figura 6.1 mostra um sistema de produção simples. Este sistema consiste
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em três fases:

Separador
Linha para
Vendas de Gás
Pressão de Fluxo
na Cabeça do Poço Tanque de
Armazenagem

Fluxo Inclinado
Fluxo Horizontal

Vertical

Tubulação Inclinada

Figura 6.1 Sistema simples de produção


Análise do Sistema de Produção 128

1. Fluxo através do meio poroso


2. Fluxo através da tubulação vertical ou direcional
3. Fluxo através da tubulação horizontal
A figura 6.2 mostra um sistema de produção complexo, ilustrando um
número dos componentes onde ocorrem perdas de pressão que vão desde o
reservatório até o separador. Inicializando do reservatório, são eles:
∆p1 = pr − pwfs = Perda de pressão em meios porosos

∆p2 = pwfs − pwf = Perda de pressão através dos conhoneados

∆p3 = pUR − pDR = Perda de pressão através das restrições

∆p4 = pUSV − pDSV = Perda de pressão através da válvula de

segurança de subsuperfície
∆p5 = pwh − pDSC = Perda de pressão através de chokes
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superficiais
∆p6 = pDSC − pSEP = Perda de pressão em linhas de fluxo

∆p7 = pwf − pwh = Perda de pressão total na tubulação de

produção
∆p8 = pwh − pSEP = Perda de pressão total em linhas de fluxo

∆P8 = Pwh-PSep Compressor Pvendas


Pwh ∆P6 = PDSC-PSep Gás
Separador de
Psep Líquido Tanque de
∆P5 = Pwh-PDSC Armazenagem

∆P4 = PUSV-PDSV
∆P1 = PR-Pwfs = Perdas em Meios Porosos
∆P2 = Pwfs-Pwf = Perdas através dos canhoneados
∆P3 = PUR-PDR = Perdas através da restrição na tubulação
∆P7 = Pwf-Pwh ∆P4 = PUSV-PDSV = Perdas através da válvula de segurança
Restrição de de subsuperfície
Fundo Poço
∆P5 = Pwh-PDSC = Perdas através de choke superficial
∆P3 = PUR-PDR ∆P6 = PDSC-PSep = Perdas em linha de fluxo
∆P7 = Pwf-Pwh = Perda total na coluna de produção
∆P8 = Pwh-PSep = Perda total na linha de fluxo

∆P2 = Pwfs-Pwf ∆P1 = PR-Pwfs

Figura 6.2 Possíveis perdas da pressão em um sistema completo


Análise do Sistema de Produção 129

Em determinado tempo, a perda total de pressão num sistema é a pressão


inicial (pressão média do reservatório) menos a pressão final do fluido (pressão do
(
separador), Pr − Psep . ) A análise das figuras mencionadas indica que esta

queda de pressão é a soma das perdas de pressão em cada componente do sistema.


Uma vez que a queda de pressão através de algum componente varia com a
vazão de produção, a vazão pode ser controlada pelo componente selecionado,
sendo, portanto, muito importante a seleção e dimensionamento dos componentes
individuais no estudo de um poço específico. Por outro lado, a interseção entre os
componentes faz com que uma variação na queda de pressão de um deles possa
modificar o comportamento dos outros, em conseqüência da compressibilidade do
fluído, e da própria interconexão dos componentes.
Embora todos os componentes de uma configuração específica possam
independentemente ser analisados, o desenho final não pode ser separado em dois
subsistemas. Deve, portanto, ser analisado como uma unidade, posto que a
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quantidade de gás fluente do reservatório para o poço depende da queda de


pressão no sistema de tubulação.
Experiências passadas mostraram que foi gasta uma grande quantidade de
dinheiro para estimular a formação, quando a capacidade de produção do poço era
na verdade restrita porque a tubulação ou a linha de fluxo eram extremamente
pequenas. Outro exemplo de erro no projeto do poço é instalar tubulações de
grande diâmetro. Em poços onde é esperado inicialmente uma vazão de produção
muito alta, as tubulações de produção de maior diâmetro podem causar acúmulos
de líquido no fundo do poço devido à segregação gravitacional. Assim, a vazão
de produção acabará sendo reduzida, necessitando-se introduzir prematuramente
equipamentos de elevação artificial. Sem dúvida, tal prática resultaria em perdas
econômicas.
A inter-relação entre a vazão e a pressão é aproveitada pela Análise Total
para resolver muitos problemas apresentados pela excessiva resistência ao fluxo e
grandes variações na vazão durante a vida produtiva de um poço, na etapa de
surgência natural ou na de levantamento artificial. Neste trabalho, estudaremos a
etapa de surgência natural.
Cabe destacar que a análise total aqui mencionada considera o regime
permanente de fluxo em todos os componentes do sistema. No entanto, como a
Análise do Sistema de Produção 130

pressão do reservatório geralmente decresce com o tempo, a aplicação do método


em pauta implicará na consideração de uma sucessão de regimes permanentes a
cada tempo.
6.2
Revisão bibliográfica

Em 1979, Joe Mach, Eduardo Proaño, Kermit E. Brown13 apresentaram um


sistema de análise global para avaliar efetivamente um sistema completo de
produção. Foram considerados todos os componentes, iniciando com a pressão do
reservatório e finalizando no separador. Isso inclui o fluxo através de meio
poroso, o fluxo através das perfurações e completações, o fluxo através da sarta de
produção com passagem por uma possível restrição no fundo do poço e válvula de
segurança, o fluxo na linha de fluxo horizontal, com passagem através de um
choke superficial e seguindo para o separador.
Várias posições ou componentes são selecionados como nós e as quedas de
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pressão são convergidas para aquele ponto a partir de ambas as direções. Os nós
podem ser efetivamente selecionados de modo a demonstrar melhor o efeito da
capacidade de influxo, perfurações, restrições, válvulas de segurança, chokes
superficiais, sarta de produção, linhas de fluxo e pressão do separador.
As correlações apropriadas de fluxo multifásico e equações para restrições,
chokes, etc. devem ser incorporadas à solução.
Um meio efetivo de analisar um poço existente, fazendo modificações
recomendadas ou planejando propriamente para um novo poço pode ser
alcançados pelo análise de um sistema nodal. Tal procedimento oferece um meio
de otimizar economicamente os poços em produção.
Em 1985, Kermit E. Brown, James F. Lea14, partindo do mesmo conceito de
otimização do sistema global, desenvolveram os seguintes conceitos:
1. Determinar a vazão de fluxo na qual um poço de gás ou petróleo existente
produzirá, considerando-se a geometria do furo do poço e as limitações de
completação (primeiro pelo fluxo natural).
2. Determinar sob quais condições de fluxo (que podem estar relacionadas
com o tempo) um poço será carregado ou morrerá.
3. Selecionar o momento mais econômico para a instalação de elevação
artificial e assistir na seleção de um método de elevação otimizado.
Análise do Sistema de Produção 131

4. Otimizar o sistema para produzir a vazão de fluxo objetiva de modo mais


econômico.
5. Verificar cada componente do sistema do poço para determinar se está
restringindo desnecessariamente a vazão de fluxo.
6. Permitir o reconhecimento rápido de formas de aumentar as vazões de
produção, pela Gerência de Operação e pessoal de engenharia
A análise global é uma excelente ferramenta para otimizar a vazão de fluxo
objetiva, tanto para poços de petróleo quanto para poços de gás. Um conceito
errado muito comum é afirmar que há freqüentemente dados insuficientes para se
utilizar essa análise. Isso é verdadeiro em alguns casos, mas muitas melhorias
assombrosas foram obtidas com poucos dados novos. O uso da análise total
também incitou a obtenção de dados adicionais pela testagem apropriada de vários
poços.
Outra declaração comum é de haver demasiados erros envolvidos na
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tubulação de fluxo multifásico ou nas correlações de linha de fluxo, fórmulas de


completação, etc., para obter resultados significativos. Por causa desses possíveis
erros, algumas vezes é difícil obter um gráfico total previsível para fazer a
interseção exatamente na mesma vazão de produção do poço atual. Mesmo que as
condições correntes não possam ser obtidas exatamente, no entanto, a análise
pode mostrar um percentual de melhoria na produção com uma modificação, por
exemplo, na pressão da cabeça do poço. Os possíveis aumentos previstos com
freqüência são bastantes precisos, mesmo sem uma correspondência exata com as
vazões de fluxo existentes.
A análise total alterou completamente as filosofias de perfuração nos EEUU
e encorajou a perfuração de densidade maior e o uso de completações de poço
aberto, quando possível. Um dos mais importantes aspectos da análise total é que
oferece aos engenheiros e gerentes uma ferramenta para reconhecer rapidamente
os componentes que restringem as vazões de produção.
Embora isso não seja discutido neste documento, a análise global é utilizada
para otimizar todos os métodos de elevação artificial. As previsões das vazões,
juntamente com os requerimentos de potência para todos os métodos de elevação
podem ser previstas, permitindo assim a seleção mais fácil dos métodos de
elevação artificial.
Análise do Sistema de Produção 132

A análise global, no entanto, não deve ser utilizada indiscriminadamente


sem o reconhecimento do significado de todos os gráficos e de cada relação. Os
engenheiros devem ser treinados e compreender as premissas que foram utilizadas
para desenvolver os vários modelos matemáticos e descrever os componentes do
poço. Também é necessário reconhecer um erro evidente e utilizar o julgamento
prático. As experiências em diferentes áreas de operação podem indicar a
precisão a ser esperada de várias correlações utilizadas na análise total de modelos
de poços.
Em 1987, por R.M Frear Jr., and J.P. Yu and J.R. Blair15, a análise total é
uma abordagem da análise do sistema que pode ser utilizado para otimizar um
sistema de produção, como um poço de gás ou petróleo. Cada componente em
um poço de um sistema de produção é incluído e analisado de modo a adquirir a
vazão mais desejável com maior retorno econômico. O sistema começa com o
reservatório e prossegue até o separador. Para efetivamente otimizar o sistema,
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cada componente deve ser avaliado separadamente em relação a todo o sistema de


produção. O efeito de modificação de qualquer dos componentes pode ser muito
importante e é capaz de ser exposto graficamente. No sistema analítico, um nó é
preparado para uma corrente de fluxo de entrada (inflow) e fluxo de saída
(outflow). Todos os componentes upstream do nó compreendem a seção de
influxo, enquanto a seção de fluxo de saída consiste de todos os componentes
downstream do nó.
A otimização da produção de poços de gás pela análise de sistema total
contribuiu para os métodos de gas-lift, desenhos de estimulação e
dimensionamento de tubulação, etc. Embora esta técnica analítica tenha sido
proposta por Gilbert em 1954 com abordagem gráfica, ela tem sido utilizada nos
EEUU. Duas razões contribuíram para que este método de análise fosse
introduzido na indústria petrolífera, o avanço da tecnologia em métodos de
medição e as aplicações computadorizadas, que permitem a medição precisa e
cálculos rápidos de algoritmos complexos fornecendo dados facilmente
compreensíveis.
Para os autores deste documento, a análise total é ilustrada através de dois
casos de estudo, em cálculos manuais e aplicação computadorizada.
Uma aplicação computadorizada é necessária para uso da análise total, uma
vez que cálculos iterativos são requeridos para todos os projetos de otimização
Análise do Sistema de Produção 133

perfuração, tamanho de tubulação, tamanho do choke superficial e elevação


artificial. Os cálculos manuais somente são usados como ilustração e para
explicar a fórmula para os cálculos.
Os microcomputadores estão se tornando comuns na maioria dos
operadores pequenos ou independentes, pois a era dos computadores começa a
inserir-se em suas operações de negócios; são também usados para otimização de
operações de produção.
A técnica da análise global provou ser um método poderoso para projetar e
otimizar um sistema de produção. Essa técnica pode também ser utilizada para
detectar e analisar o problema. Com o uso de microcomputadores, a técnica da
análise global se tornará muito popular. De fato, o potencial total dessa técnica
precisa ser explorado para todos os poços de produção. Seja em um poço novo ou
antigo, a análise global fornece um meio de otimizar a produção futura. Como
perfurar mais profundo, multi completação, desvio de poço e poço de
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armazenamento. Como a técnica permite mapear curvas de performance


diferentes no mesmo gráfico, as previsões podem ser feitas sobre os efeitos de
modificar e revisar qualquer sistema de produção como alternar o programa de
produção na mesma tubulação (pipeline).
Desde que a análise global foi proposta em 1954 por Gilbert16, em 1964
Nind17 retoma o conceito, nos anos 80 K. Brown18 e D. Beggs4 levam sua difusão
ao máximo, e seus métodos de solução têm sido essencialmente mantidos, o que
pode ser observado nas diferentes aplicações apresentadas anteriormente por
diferentes pesquisadores em diferentes épocas. A análise global tem contribuído
para melhorar as técnicas de completação, produção e recuperação em muitos
poços. O avanço ou desenvolvimento da tecnologia da computação permitiu fazer
cálculos exatos e rápidos de algoritmos complexos. Em outras palavras, o avanço
da tecnologia com novos equipamentos permitiu o desenvolvimento e a aplicação
de novos recursos técnicos, tornando essa técnica de análise muito popular a partir
da década de 90 com o aparecimento de softwares comerciais.
6.3
Aspectos gerais da análise global de um sistema de produção

A análise global é um procedimento de análise de um sistema de produção


que requer:
Análise do Sistema de Produção 134

Primeiro, a colocação dos nós, que podem encontrar-se em diferentes partes


do poço. Segundo, a geração do gráfico total, pressão no nó versus vazão como
uma ferramenta visual para determinar o parâmetro dominante do poço. Essas
curvas geradas independentemente para cada segmento são interceptadas em um
ponto que indica a capacidade produtiva do sistema para um arranjo particular de
componentes, ver figura 6.3. A análise da figura mostra que a curva de fluxo de
entrada (inflow) representa as pressões a montante (upstream) do nó e a curva de
fluxo de saída (outflow) representa as pressões a jusante (dowstream) do nó.
Um nó é qualquer ponto no sistema onde haja interesse em se definir uma
pressão de referência de um componente determinado. Relações matemáticas
entre pressão e vazão podem ser desenvolvidas para nós contíguos.
A figura 6.4 mostra os nós funcionais utilizados com mais freqüência.
Todos os componentes upstream do nó compreendem a seção de fluxo de
entrada (inflow), enquanto a seção de fluxo de saída (outflow) agrupa todos os
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componentes dowstream.
Uma vez selecionado o nó, as seguintes relações expressam sua pressão:
Entrada (Inflow) ao nó:

Pr − ∆P(componentes a montante ) = Pnó eq.(6.1)

Pr = Pressão média do reservatório, psia

Saída (Outflow) do nó

Psep + ∆P (componentes a jusante ) = Pnó eq.(6.2)

Psep = Pressão do separador, psia

Essas relações devem cumprir dois requisitos:

1) A vazão que ingressa no nó deve ser a mesma que sai (regime


permanente).
2) Somente deve existir uma pressão no nó.
6.3.1
Pressões constantes

O nó 1 representa a pressão do separador, usualmente regulada em um


valor constante. A pressão do nó 1A é usualmente constante e igual à pressão de
Análise do Sistema de Produção 135

linha para venda ou pressão de descarga do compressor. A pressão no nó 1B é


usualmente a pressão atmosférica (14,7 psia). Para o restante de nossa discussão,
( )
presume-se que a pressão do separador Psep é constante para qualquer vazão de

fluxo, e será referente ao nó 1. Embora a pressão do reservatório decresça durante


a vida produtiva do campo, em cada etapa de cálculo da análise total essa pressão
referida ao nó 8 será considerada constante. A pressão na saída do sistema é
normalmente a pressão do separador, mas se o poço é controlado através de um
choke na superfície a pressão fixa de saída pode ser a pressão da cabeça do poço
(Pwh ) .
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Saída do nó
(outflow)
Pressão do nó

Entrada ao nó
(inflow)

Vazão estável
de operação

Vazão, q

Figura 6.3 Determinação da capacidade de fluxo


Análise do Sistema de Produção 136

Compressor 1A
2
3

1B

4
Nó Localização
1 Separador
2 Choke de superfície
3 Cabeça de poço
4 Válvula de segurança
5 5 Restrição de fundo
6 Fundo do poço
7 Canhoneados
8 Reservatório
1A Compressor a jusante
7 8 1B Tanque de armazenagem
6
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Figura 6.4 Localização de vários nós

6.3.2
Análise do sistema no fundo do poço

Um dos pontos habitualmente selecionados como nó solução para a análise


de um sistema de produção simples ou complexo é o nó 6 (ver figura 6.4),
colocado no fundo do poço, e no centro do intervalo perfurado. Isso permite
isolar o reservatório do sistema de tubulações, dando a possibilidade de estudar
dois efeitos. A mudança de diâmetro da tubulação mantêm os parâmetros do
reservatório constantes e o fenômeno de depleção do reservatório. A figura 6.5
mostra os componentes do reservatório.
A expressão do fluxo de entrada e de saída é, respectivamente:
Entrada (Inflow) ao nó:

Pwf = Pr − ∆Pres eq.(6.3)

Pwf = Pressão de fundo do poço, psia

∆Pres = Queda de pressão no reservatório, psia


Análise do Sistema de Produção 137

Saída (Outflow) do nó

Pwf = Pwh + ∆Ptub eq.(6.4)

Pwh = Pressão na cabeça do poço, psia

∆Ptub = Queda de pressão na tubulação, psia

6.3.2.1
Seleção do tamanho do tubo de produção

Um dos mais importantes componentes no sistema de produção é o tubo de


produção (tubing string). Cerca de 80% da perda total de pressão num poço de
petróleo pode ocorrer pela movimentação dos fluidos desde o fundo do poço até a
superfície. Um problema comum nos projetos de completação é selecionar um
tamanho de tubo de produção baseado em critérios totalmente irrelevantes, como
por exemplo o tamanho disponível ou o tamanho que foi instalado no passado. A
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seleção do tamanho do tubo de produção deve ser feita antes que o poço seja
perfurado, porque o tamanho do tubo de produção indicará o tamanho do casing
que por sua vez indicará o tamanho do poço. Não é possível fazer isso em um
poço exploratório por falta de dados do reservatório, mas depois que o primeiro
poço tiver sido perfurado, os dados estarão suficientemente disponíveis para
planejar outros poços no mesmo campo.
A seleção também pode ser feita utilizando-se características de um
reservatório, que podem então ser refinadas à medida que mais dados se tornem
disponíveis.
À medida que a área do fluxo aumenta, a velocidade diminui, criando
excessivo deslizamento, portanto, a condição de fluxo é instável e ineficiente;
somando-se a acumulação do líquido no fundo do poço, haverá encharcamento de
líquido, o que poderia ocasionar o afogamento ou morte do poço. Uma situação
análoga apresenta-se em poços de baixa produtividade e diâmetros grandes de
tubulação, figura 6.6. Por outro lado, tubos de produção muito pequenos
restringirão a vazão de produção por causa da perda excessiva de atrito, figura 6.7
Um problema comum que ocorre na completação de poços de grande
capacidade é instalar tubos de produção muito grandes para manter a segurança.
Análise do Sistema de Produção 138

Isso com freqüência resulta numa vida fluente menor para os poços, à medida que
a pressão do reservatório decresce e os poços começam a ficar encharcados.
A resposta da capacidade de produção com a variação da área de fluxo
quando a pressão de fundo fluente é a pressão do nó está ilustrada nas figuras 6.8

Canhoneados
Perforation

Fluxo Pe

Pwf
pr

através de meio poroso


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Cimento

Casing

Figura 6.5 Componentes do reservatório

e 6.9. Ambas indicam que para um diâmetro d 2 maior que d 1 , a vazão q 2

ascende em uma certa porcentagem com respeito à vazão q1 , estando portanto o


poço restringido pelo comportamento de fluxo de saída (outflow). A severidade
da restrição dependerá da porcentagem de acréscimo da vazão com a mudança de
tamanho da sarta. Se para um d 2 〉 d1 a vazão q 2 é aproximadamente igual à

vazão q1 a recuperação do fluido não justificará o custo do investimento

efetuado com a mudança.


Análise do Sistema de Produção 139

6.3.2.2
Efeito de Depleção

Ao isolar o componente do reservatório a partir do sistema de tubulação, a


diminuição da capacidade produtiva com a queda de pressão do reservatório ao
longo do tempo, é observada imediatamente construindo a curva do
comportamento de fluxo de entrada (inflow) para diferentes pressões estáticas.
Uma diferente curva do comportamento de fluxo de saída (outflow) tem de ser
preparada para cada curva inflow, pois a razão gás-líquido e os cortes de água
estão mudando, figura 6.10.
A interseção das curvas inflow e outflow para as mesmas condições de PR

dá a capacidade de produção para essas condições.


Manter a produção numa vazão constante implica uma diminuição da
pressão de fundo, à medida que a pressão do reservatório declina. Existem duas
formas para conseguir isso, a primeira, instalando-se um compressor para reduzir
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a pressão do separador; a segunda, instalando-se uma linha de fluxo e tubulação


de maior diâmetro para minorar a queda de pressão no sistema de tubulações. A
figura 6.11 mostra como a redução de pressão do separador ou de pressão de
cabeça ajuda a manter a capacidade produtiva conforme ocorre o esgotamento,
posto que para baixas pressões e médias na tubulação, o volume de gás
incrementa diminuindo a retenção de líquido em caso de condensação excessiva,
havendo assim queda de pressão hidrostática.
6.3.3
Análise do sistema na cabeça do poço

Com o posicionamento do nó solução (nó 3), a linha de fluxo é isolada


facilitando as análises da sua mudança de diâmetro e da queda de pressão no
conduto.
Novamente, o sistema total é dividido em dois componentes, constituindo o
separador e a linha de fluxo um componente, e o reservatório e a sarta de
tubulações um segundo componente. A figura 6.12 mostra o primeiro
componente. Pode-se observar que começa como a pressão de separação para
encontrar a pressão de cabeça necessária para mover a vazão de fluxo presumido
através da linha de fluxo ao separador. A figura 6.13 mostra o segundo
componente, que, com a pressão do reservatório, assume uma vazão que procede
Análise do Sistema de Produção 140

para o centro do poço para obter a pressão de fundo, fazendo uso de uma equação
de construção de IPR; com a pressão encontrada, continua em direção ao topo da
sarta de tubulações para encontrar a pressão de cabeça requerida para uma série de
vazões.
As pressões no nó para este caso estão fornecidas a seguir:

Entrada (Inflow) ao nó:

Pwh = Pr − ∆Pres − ∆Ptub eq.(6.5)

Saída (Outflow) do nó

Pwh = Psep + ∆Plf eq.(6.6)

∆Plf = Queda de pressão na linha de fluxo, psia

Procedimento de cálculo:
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Assumir vários valores de q sc , e determinar o correspondente Pwf

dos métodos de inflow performance.


Determinar a pressão da cabeça do poço, Pwh correspondente para

cada q sc e Pwf determinada no passo 1.

Traçar um gráfico Pwh vs q sc .

Utilizando uma pressão fixa do separador e as equações nas tubulações


de fluxo, calcular Pwh para várias vazões de fluxo assumidas.

Traçar um gráfico Pwh vs q sc no mesmo gráfico do passo 3. A

interseção dá somente o valor de Pwh e q sc para um diâmetro de

linha que irá satisfazer ambos os subsistemas. Ver figura 6.14


6.3.4
Análise do sistema no separador

Ao dividir o sistema com o compressor, os dois subsistemas consistem em:


(1) o separador e (2) o reservatório, tubulação e linha de fluxo. Ver figura 6.15. A
solução é obtida fazendo o gráfico Psep
vs
q sc , como Psep calculado pela

relação:
Análise do Sistema de Produção 141

Psep = Pr − ∆Pres − ∆Ptub − ∆Plf eq.(6.7)

Procedimento de cálculo:

Começar com a pressão do reservatório para calcular a pressão de


fundo correspondente a cada vazão assumida

Determinar a pressão de cabeça para cada Pwf e q sc do passo 1,

fazendo uso de uma correlação de fluxo vertical.

Região
Vazão
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Instável

D para Q máximo
Diâmetro

Figura 6.6 Condição instável por efeito do diâmetro

PR Fluxo de Saída
Pressão (Pwf)

Fluxo de entrada

Psep

Vazão
Figura 6.7 Poço Restringido pelo sistema de tubulação
Análise do Sistema de Produção 142

PR
d1 d2 maior que d1

d2

Pwf

q
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Figura 6.8 Efeito do tamanho da tubulação

d1< d2< d3
d1 q1< q2< q3

d2
d3
Pwf

q1 q2 q3
q

Figura 6.9 Efeito da mudança de diâmetro da tubulação sobre a


capacidade do poço
Análise do Sistema de Produção 143

PR1

PR2
Pressão (Pwf)

PR3
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Qmax Qmax Qmax


Vazão (q)
Figura 6.10 Previsão das vazões futuras

Pwh1
Pressão (Pwf)

Pwh2

Vazão (q)
Figura 6.11 Efeito de depleção
Análise do Sistema de Produção 144

Encontrar Pwh
Separador

Linha de venda
Ponto de partida

Linha de fluxo

Figura 6.12 Componentes de separador e


linha de fluxo
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Encontrar Pwh

Módulo de tubulação

Módulo de reservatório

Figura 6.13 Componentes do reservatório e tubulação


Análise do Sistema de Produção 145

IPR + Comportamento em tubulação

D1
Linha de fluxo
Pressão (Pwf)

D2
Linha de Fluxo

Vazão (q)
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Figura 6.14 Solução na cabeça do poço

Com a pressão de cabeça do passo 2, estabelecer a pressão do


separador, Psep respectiva e permissível para cada vazão.

Traçar um gráfico Psep vs q sc e determinar q sc para vários

valores de Psep . Figura 6.16.

O incremento ou redução da pressão do separador está ligado a análise do


comportamento do sistema de tubulação e em particular da linha de fluxo.
Diminuir a pressão do separador para lograr um incremento considerável na vazão
em poços de alta produtividade é muitas vezes um critério errôneo, posto que ao
efetuar esta operação poderia perder a produção ou não se lograr mudança
alguma. A razão para isto é que, a linha de fluxo ou a sarta de tubulação está
ocasionando a restrição.
Em poços com baixa produtividade, o componente restritivo pode ser o
mesmo reservatório e uma mudança na pressão do separador terá um efeito
insignificante sobre a vazão, porque quedas de pressões adicionais oferecem
pequenos incrementos na produção.
Análise do Sistema de Produção 146

Pressão do
separador

L
Finalizar
aqui

H d
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Figura 6.15 Nó solução no separador

Curva do comportamento do sistema


desde PR até Psep
Pressão (Psep)

Vazão (q)

Figura 6.16 Efeitos da pressão no separador


Análise do Sistema de Produção 147

6.3.5
Análise do sistema na restrição superficial

Referindo-se à figura 6.17 para uma descrição física do poço com um choke
de superfície instalado. Mantendo-se os mesmos nós tal como na figura 6.4.
Posto que o choke de cabeça está usualmente representado pelo nó 2, nesse
sentido, este nó é selecionado para resolver o problema e determinar as vazões
possíveis para diferentes diâmetros de choke.
A solução é dividida em duas partes. A primeira segue exatamente o
procedimento descrito na seção 6.3.3. Neste caso, o desempenho da curva
vertical e IPR representará a pressão upstream do nó 2, Pwh e o desempenho da

curva do segmento horizontal, a pressão dowstream do nó 2 PD . Assim que

tenhamos considerado que não existe queda de pressão do nó, daí a vazão que
prediz de onde a pressão upstream é igual à pressão dowstream (Pwh = PD ) , ver
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0115617/CA

figura 6.18. Porém, sabemos que o choke cria uma queda de pressão no nó
funcional 2 para cada vazão. Na segunda parte, deve-se focar a atenção na queda
de pressão, ∆P , para então fazer um gráfico, ∆P vs q , criado com base nos

cálculos do desempenho do choke.


A queda de pressão para diferentes vazões, é obtida arbitrariamente a
partir da figura 6.18 e faz um gráfico ∆P vs q . Ver figura 6.19.
Para diferentes diâmetros de choke, calcule a pressão de cabeça
assumindo várias vazões.
Tabule esses dados numa tabela, incluindo também os valores da
queda de pressão entre a pressão de cabeça requerida para mover a
vazão assumido através do choke e a pressão dowstream necessária
para mover o fluido ao separador
As ∆P tabuladas são plasmadas em coordenadas cartesianas para
mostrar o comportamento do choke, ver figura 6.20, e superpostos à
figura 6.19 para produzir a figura 6.21 que mostra o comportamento
total do sistema para diferentes diâmetros de choke.
As curvas de comportamento do sistema indicam a ∆P requerida para
várias vazões levando-se em conta o sistema completo desde a jazida ao
separador.
Análise do Sistema de Produção 148

∆P Choke

Linha de venda

∆P choke = Pwh – PD
Pwh = Pressão de cabeça
PD = Pressão necessária para
mover o fluido para o separador
H
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Figura 6.17 Nó solução no choke de superfície

As curvas de desempenho do choke revelam a ∆P criada para um conjunto


de vazões, considerando-se diferentes tamanhos de chokes.
Os pontos de interseção das ∆P criadas e requeridas representam as
soluções possíveis. Por exemplo, a vazão obtida através da configuração de um
poço sem restrições cairá numa certa porcentagem com a instalação de um choke
de cabeça de um diâmetro particular.
Análise do Sistema de Produção 149

A montante do nó 2

A jusante do nó 2
Pressão (Pwh)

Dp3
Dp1

Dp2

Dp4
Pwh = Pd

Vazão (q)

Figura 6.18 Avaliação do choke de superfície


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Dp disponível na cabeça do poço


Queda de Pressão (Dp)

Vazão (q)
Figura 6.19 Comportamento total do sistema incluindo
choke de superfície
Análise do Sistema de Produção 150

D1< D2< D3< D4


D1 D2

Queda de Pressão (Dp)


D3

D4

Vazão (q)

Figura 6.20 Comportamento do choke


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D1 D1< D2< D3< D4


D2
Queda de Pressão (Dp)

Comportamento do choke

D3

D4

Comportamento do Sistema

Vazão (q)
Figura 6.21 Comportamento do sistema para diversos
diâmetros de choke
Análise de Aplicação 151

7
ANÁLISE DE APLICAÇÃO

7.1
Introdução

Em primeiro lugar, deixa-se estabelecido que a análise matemática a seguir


considera métodos tanto gráficos quanto analíticos, com o propósito de chegar a
um valor uniforme nas variáveis a ser determinadas. Fica estabelecido que a
seleção dos métodos obedece a um procedimento ágil para o cálculo da
engenharia de um poço com as características apresentadas na presente tese.
Particularmente, em campos de gás natural, o projeto de um sistema de
produção não deve ser executado considerando independentemente o desempenho
do reservatório e o cálculo do fluxo nas tubulações de produção e nas linhas e
equipamentos de superfície. A avaliação do desempenho de um sistema de
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produção de gás requer a aplicação de um método de análise global que considere


simultaneamente o escoamento nos diversos segmentos do sistema.

Neste trabalho de tese, foi feita uma análise global para o Poço PUC – X1,
reservatório ROBORE III, ( ver Apêndice D e E ), para o qual foi desenvolvido um
SISTEMA AUTOMATIZADO, (aplicando todos os métodos apresentados nos
capítulos anteriores), utilizando a ferramenta “Excel 2002, Visual Basic
Applications”, (Apêndice F).

De acordo com o método de cálculo desenvolvido, primeiramente


determinam-se as propriedades do gás natural apresentadas no apêndice A, para
então fazer-se a análise global de todo o sistema, aplicando os métodos
apresentados nos capítulos 3 , 4 e 5.

7.2
Dados Básicos

Os dados a utilizar para determinar as propriedades do gás natural e o


desenvolvimento da análise global de todo o sistema foram registrados no Anexo
D e E , são os seguintes:
Análise de Aplicação 152

Tabela 7.1
Parâmetros Do Reservatório
Parâmetros Unidades Valor
Permeabilidade k md 1,234
Capacidade de Fluxo kh md-ft 76,5
Dano s 17,8
Pressão Reservatório Pr psia 10477
Temp. Reservatório Tr ºF 270
Espessura do Reservatório ht pés 62
Porosidade φ 0,07
Saturação água Sw 0,45
Saturação gás Sg 0,55
Compressibilidade Ct psi^-1 2,7 e-5

Tabela 7.2
parâmetros do fluido
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Parâmetros Unidades Valor

Densidade Gás dg 0,63


Densidade Condensado API ºAPI 59
Relação Cond – Gás RCG STB/MMscf 16,0
Salinidade água ppm 700

Tabela 7.3
Dados do Teste Seqüencial
Tempo CK P.Surg. Pet Gás RGP ºAPI Água Salin Press.
Hrs n/64” PSI BPD MMPCD PC/BBL BPD PPM Cl- fundo

12 12 5950 72 4,817 66903 58,6 6 700 7815


12 16 4380 88 6,296 71545 58,6 11 700 6009
12 20 3350 98 7,337 74867 58,2 17 700 4865
12 24 2460 109 8,080 74128 58,2 17 700 3978
Análise de Aplicação 153

Tabela 7.4
Composição do Gás Natural, Poço PUC – X1

Componente Formula Fração Molar


Metano CH 4 90,74

Etano C2 H 6 3,77

Propano C3 H 8 1,15

Iso-Butano iC4 H10 0,19

Butano Normal nC4 H10 0,27

Iso-Pentano iC5 H12 0,12

Pentano Normal nC5 H12 0,09

Hexano C 6 H 14 0,18

Heptano + C7 H16 + 0,1


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Nitrogênio N2 0,01

Dióxido de Carbono CO 2 3,38

Gás Sulfídrico H 2S 0,0

7.3
Determinação das propriedades do Gás Natural do Poço PUC – X1

Seguindo todos os procedimentos de cálculos fornecidos no apêndice A,


determinam-se todas as propriedades do Gás Natural do Poço PUC – X1
reservatório ROBORE III. Estas propriedades são:
Peso Molecular Aparente
Densidade
Fator Z
Massa Específica
Fator Volume de Formação
Compressibilidade Isotérmica
Viscosidade
Análise de Aplicação 154

7.3.1
Peso Molecular Aparente, M a

Tabela 7.5
Peso Molecular Aparente
Comp. Yi (1) Yi Mi (2) YiMi (3)
%
C1 90,7400 0,9074 16,043 14,557
C2 3,7700 0,0377 30,070 1,134
C3 1,1500 0,0115 44,097 0,507
iC4 0,1900 0,0019 58,123 0,110
nC4 0,2700 0,0027 58,123 0,157
iC5 0,1200 0,0012 72,150 0,087
nC5 0,0900 0,0009 72,150 0,065
C6 0,1800 0,0018 86,177 0,155
C7+ 0,1000 0,0010 114,231 0,114
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N2 0,0100 0,0001 28,013 0,003


CO2 3,3800 0,0338 44,010 1,488
H2S 0,0000 0,0000 34,080 0,000
Soma 100,000 1,000 18,377
(1) Tabela 7.4, (2) Tabela A.2, (3) Elaboração própria

Aplicando-se a equação A.3 página 217,o peso molecular da mistura gasosa


é:
M a = 18,377 lbm lb − mol

7.3.2
Densidade

Aplicando-se a equação A.7, página 218, o valor da densidade é

γ g = 18,377 28,97 = 0,634


Análise de Aplicação 155

7.3.3
Fator compressibilidade Z

As correlações a ser utilizadas para a obtenção do fator Z são:


‫־‬ Brill & Beggs
‫־‬ Hall - Yarborough

7.3.3.1
Correlações de Brill & Beggs

Fazendo uso da equação A.26, página 229, procede-se na determinação do valor


de Z:
Tabela 7.6
Fator Z – Brill & Beggs
A 0,6305
B 7,2577
C 0,0341
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D 1,1635
Z 1,467

7.3.3.2
Correlações de Hall-Yarborough

Mediante a equação A.33, página 232, obtém-se o valor de Z de:

Tabela 7.7
Fator Z –Hall-Yarborough

Número de Iterações 5
Z 1,418

Conforme esperado, os resultados da aplicação de ambos os métodos são


próximos, como pode ser visto na tabela seguinte.
Tabela 7.8
Resumo dos valores obtidos de Z
Método de Cálculo Valores de Z
(*)
Brill & Beggs 1,467

Hall-Yarborough 1,418

* Elaboração própria
Análise de Aplicação 156

7.3.4
Massa Específica

Aplicando-se a equação A.5, página 218, para gases reais, para cada valor
de Z determinado pelos diferentes métodos propostos, a tabela 7.9 mostra os
valores da massa específica.
Tabela 7.9
Massa Específica do Gás Natural- Poço PUC – X1
Método de Z Z(1) Pr (2) Tr (2) M(3) R(4) ρ g (5)
Psia ºR Lbm/lb-mol psia ft 3 lb − mol º R
lb ft 3
Brill & Beggs 1,467 10477 730 18,377 10,73 16,755

Hall-Yarborough 1,418 10477 730 18,377 10,73 17,334

(1) Tabela 7.8 , (2) Tabela 7.1, (3) Tabela 7.5, (4) Tabela A.1, (5) Elaboração própria.

7.3.5
Fator Volume de Formação, B g
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Para cada método de cálculo do fator Z mostrado na tabela 7.8 tem-se um


valor de fator volume de formação, o qual é determinado através das equações
A.41, A.42, A.43 e A.44 para diferentes unidades, páginas 234, 235.

Tabela 7.10
Fator Volume de Formação
Método de Z Z(1) p r (2) Tr (2) B g (3) Bg (3) B g (3) B g (3)
Psia ºR 3
ft /scf bbls/scf scf/ft 3
scf/bbls

Brill & Beggs 1,467 10477 730 0,00289 0,00052 345,839 1941,000

Hall-Yarborough 1,418 10477 730 0,00280 0,00050 357,789 2008,073

(1) Tabela 7.8 , (2) Tabela 7.1 , (3) Elaboração própria

7.3.6
Compressibilidade Isotérmica

7.3.6.1
Propriedades pseudo criticas

Utilizando-se as equações A.13 e A.14, página 224 e 225, obtém-se


resultados das propriedades pseudo críticas mostrados na tabela 7.11.
Análise de Aplicação 157

Tabela 7.11
Propriedades Pseudo Críticas da Mistura
Comp yi (1) yi Pci yi Pci Tci (2) yi Tci
% (2) (3) ºR (3)
psia

C1 90,7400 0,9074 666,4 604,691 343,00 311,238


C2 3,7700 0,0377 706,5 26,635 549,59 20,720
C3 1,1500 0,0115 616,0 7,084 665,73 7,656
iC4 0,1900 0,0019 527,9 1,003 734,13 1,395
nC4 0,2700 0,0027 550,6 1,487 765,29 2,066
iC5 0,1200 0,0012 490,4 0,588 828,77 0,995
nC5 0,0900 0,0009 488,6 0,440 845,47 0,761
C6 0,1800 0,0018 436,9 0,786 913,27 1,644
C7+ 0,1000 0,0010 360,7 0,361 1023,89 1,024
N2 0,0100 0,0001 493,1 0,049 227,36 0,023
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CO2 3,3800 0,0338 1071 36,200 547,58 18,508


H2S 0,0000 0,0000 1300 0,000 672,12 0,000
SOMA 1,0000 679,324 366,030
(1) Tabela 7.1 (2) Tabela A.2, (3) Elaboração própria

7.3.6.2
Correções das propriedades pseudo críticas

Devido à presença de gases não hidrocarbonetos, deve-se fazer uma


correção das propriedades pseudo críticas aplicando-se a equação A.19, página
228, obtém-se o valor de ajuste para então aplicar as equações A.20 e A.21 para
obter os valores de temperatura e pressão pseudo críticas ajustadas.
‫־‬ Fator de ajuste ε = 5,160
‫־‬ Pressão pseudo crítica ajustada: p ′pc = 669,748 psia
‫־‬ ′ = 360,869 º R
Temperatura pseudo critica ajustada: T pr

7.3.6.3
Propriedades pseudo reduzidas

Fazendo uso das equações A.24 e A.25, página 229 obtém-se os valores de
pressão e temperatura pseudo reduzidas.
‫־‬ Pressão Pseudo reduzida Ppr = 15,643
Análise de Aplicação 158

‫־‬ Temperatura Pseudo reduzida T pr = 2,023


A compressibilidade do Gás Natural é resolvida utilizando-se a aproximação
(∂ Z ∂ p r )T , equação A.49, página 236, dando valores de 50 psia acima e 50
r
psia abaixo da pressão do reservatório, apresentados a seguir.

Pr (Psia) p pr Z
10427 15,569 1,462

10477 15,643 1,467

10527 15,718 1,472

A compressibilidade relativa é:

1 1  1,462 − 1,472 
Cr = −  
15,643 1,467  15,569 − 15,718 
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C r = 0,01818

Então, o valor da compressibilidade do gás é:

0,01818
C= = 2,714 x 10 −5 psi −1
669,748

7.3.7
Viscosidade do Gás Natural

A viscosidade do gás natural será determinada pelo uso dos métodos


apresentados, que são:

7.3.7.1
Método de Carr, Kobayashi e Burrows

Etapa 1 Viscosidade do gás à pressão atmosférica


Análise de Aplicação 159

A partir da figura A.8, página 241 determinamos a viscosidade do gás à


pressão atmosférica, (1 atm.) para um peso molecular de 18,377 e uma
temperatura do reservatório de 270ºF.

µ 1 = 0,0138 cp

Etapa 2 Correções pela presença de N 2 , CO 2 e H 2 S .

A partir da mesma figura obtemos, valores de:

N 2 (0,01 % ) = 0,00001
CO 2 (3,38 % ) = 0,0002
H 2 S (0,0 % ) = 0,00000

Com a equação A.50, página 237, determinamos o valor da viscosidade do gás


corrigida.
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µ 1 corr = 0,01401 cp

Etapa 3 Pressão e temperatura pseudo reduzidas

‫־‬ Pressão pseudo reduzida: p pr = 15,643


‫־‬ Temperatura pseudo reduzida: T pr = 2,023

Etapa 4 Relação µ µ1

Tal relação é obtida a partir da figura A.10, página 243, o valor encontrado é:

µ µ 1 = 2,43

Etapa 5 Valor da viscosidade

Fazendo uso da equação A.51, página 236, o valor da viscosidade do gás natural
é:

µ = 0,034 cp

7.3.7.2
Método de Lee, Gonzalez e Eakin

O valor da viscosidade, é determinado com o uso da equação A.52, página


238.
Análise de Aplicação 160

Tabela 7.12
Viscosidade do Gás Natural
Método Z ρ g (1) K X Y µ (2)
gr/cm3 cp

Brill & Beggs 0,269 149,555 5,034 1,393 0,0335


Hall-Yaborough 0,278 149,555 5,034 1,393 0,0348
(1) Tabela 7.9 dividido entre 62,4 (2) Elaboração própria

7.4
Análise reservatório - poço

Foi determinado o Potencial Absoluto, (AOF) para o poço em estudo


aplicando-se os métodos propostos no capítulo 3, são eles:
Simplificado
Laminar Inercial Turbulento (LIT)
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o Pressão
o Pseudo Pressão
Na determinação do AOF e da Curva do Comportamento do Reservatório,
IPR, para visualizar a relação ( Pwf vs q ) , utilizaram-se os dados do teste

seqüencial, tabela 7,3 e os dados do reservatório apresentados na tabela 7.1.


Inicialmente far-se-á uma análise do teste para validar os resultados dos
períodos de fluxo, identificando as vazões mínimas para o levantamento de
líquido contínuo e a velocidade de erosão.
7.4.1
Vazão de fluxo mínimo para o levantamento de líquido contínuo e
vazão de erosão

É necessário verificar as vazões mínimas de arrasto de fluido no fundo do


poço devido à produção de líquido e segregação gravitacional, que causa uma
acumulação de líquido no fundo, dando resultados errados, já que há tampões de
líquido incrementando a pressão de fluxo no fundo, dando uma interpretação
errada do potencial.
De acordo com o anteriormente mencionado, foi confeccionada uma tabela
onde encontram-se as vazões mínimas de produção, tanto para o arrasto de
condensado como também da água. Fazendo uso da equação 4.59, página 115.
Análise de Aplicação 161

Tabela 7.13
Vazão de fluxo mínima para o levantamento de líquido continuo
Período Vazão Choke Pres Vel Vel Vazão Vazão
DeFluxo De Gás Ck/64” Surg Gás/Água Gás/Conde Min.G/A Min.G/C
(1) MMscfd (1) (1) Psia (1) Pé/seg (2) Pé/seg (2) MMscfd (2) MMscfd (2)
Fluxo 1 4,817 12 5950 3,38 2,22 2,35 1,54
Fluxo 2 6,296 16 4380 4,04 2,69 2,43 1,63
Fluxo 3 7,337 20 3350 4,68 3,15 2,40 1,62
Fluxo 4 8,080 24 2460 5,52 3,75 2,17 1,47
G/A = Gás – Água , G/C = Gás – Condensado , (1) Tabela 7.3 , (2) Elaboração Própria

Na tabela anterior, os resultados de vazões de fluxo mínima tanto para gás –


água e gás – condensado, onde podemos concluir que os quatro fluxos do teste são
apropriados para a aplicação da análise global, quer dizer que cumprem com as
vazões mínimas de arrasto tanto de condensado como de água.
A vazão de erosão indica a máxima vazão de fluxo que se deve ter para não
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erosionar o sistema tubular na qual ocorreria problemas no sistema sub-superficial


e superficial.
Para cada período de fluxo, aplicando as equações 4.67 e 4.68, página 119,
a velocidade e vazão de erosão são:

Tabela 7.14
Velocidade e Vazão de Erosão
Velocidade de erosão Vazão de erosão
pé/seg (1) MMscfd (1)
22,93 15,89
24,58 14,82
26,67 13,66
30,45 11,97
(1) Elaboração própria

Observa-se na tabela 7.14 que o teste em análise não resultou em problemas


de erosão tubular.
Análise de Aplicação 162

7.4.2
Método simplificado

Seguindo o procedimento de cálculo no capítulo 3, item 3.5.1, obtemos o


valor de AOF. Com os dados da tabela 7.3, determina-se o valor da diferencial de
pressão (Dp^2) mostrado na tabela 7.15, para então determinar o valor do
exponente “n”, fazendo uso da equação 3.85, página 81. Portanto o valor
encontrado de n é:

n = 0.7836
Tabela 7.15
Análise Simplificado
Período Choke Duração Pressão Pressão Vazão Vazão Dp^2
de Fluxo Ck/64” Hr Psia fechamento MMscfd Mscfd MMpsia^2
(1) (1) (1) (1) Psia, (1) (1) (2) (2)
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Estática 8 38 10477 10477 0,000 0,000 0,000


inicial

fluxo 1 12 12 7815 10463 4,817 4817 48,400

fluxo 2 16 12 6009 10463 6,296 6296 73,366

fluxo 3 20 12 4865 10463 7,337 7337 85,806

fluxo 4 24 12 3978 10463 8,080 8080 93,650

(1) Tabela 7.3 (2) Elaboração Própria.

A partir da tabela anterior, considerando-se os valores de vazão (q) e


diferencial de pressão (Dp^2) é possível determinar o potencial máximo do poço

(AOF), apresentado no gráfico 7.1. Gráfico logarítmico, p R − p wf( 2 2


) versus q g
A equação 3.86, página 81 para uma vazão de 8080 Mscfd e um
DP^2 = 93,650 MMpsia^2 psia, proporciona um resultado de C .

C = 0.004579 MPCD / psia 2


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Análise de Aplicação 163

Gráfico 7.1
Esquema para Teste de Fluxo Convencional

1000
Dp^2 MM psia^2

Pr = 109.8 MMpsia^2

100

10

AOF = 9150 Mscfd


1
100 1000 10000 100000
Vazão Mscf/d
Análise de Aplicação 164

A equação que representa o potencial absoluto do poço, equação 3.83,


página 80, é a seguinte:

(
qsc = 0,004579 PR2 − Pwf2 )0,7836

Se o poço tem na superfície uma contrapressão de 14.7 psia , seu potencial


absoluto tem um valor quantitativo igual a:

AOF = 9,150 MMscfd

O gráfico 7.2 mostra a curva do comportamento atual do reservatório


gerada com base em diferentes valores estimados de vazão, fornecendo sua
correspondente pressão de fundo do poço para o coeficiente “C” e exponente “n”
encontrados anteriormente. As vazões assumidas estão no seguinte intervalo
0 ≤ Q sc ≤ AOF ; foi adotado um incremento da vazão assumida do 10% do
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valor do AOF.

Tabela 7.16
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
Método Simplificado
Vazão Gás Assumida Pressão de fundo do poço
Qsc (Mscfd) Pwf (psia)
(1) (2)

0,00 10477,00
915,07 10195,84
1830,14 9782,16
2745,22 9281,75
3660,29 8699,16
4575,36 8027,70
5490,43 7250,60
6405,51 6335,37
7320,58 5215,44
8235,65 3716,10
9150,72 0,00
(1) Vazão Assumida (incremento do 10% ao valor do AOF) (2) Elaboração Própria
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Análise de Aplicação 165

Gráfico 7.2
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
12000
Pr
10000

8000
Pwf(psia)

6000

4000

2000

0 AOF
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Qsc(Mscfd)
Análise de Aplicação 166

7.4.3
Método de pressão

Este método é recomendado para reservatórios que estejam na região de alta


pressão (> 3000 psi), como explicado na página 64. Isso justifica a escolha deste
método de determinação do Potencial Absoluto. O procedimento de cálculo
deste método apresenta-se na página 90, e inicia-se a partir da seguinte tabela.
Tabela 7.17
Análise Pressão
Período de Choke Duração Pressão Pressão de Vazão DP DP/q
Fluxo Ck/64 Hr Psia fechamento Mscfd Psia Psia/Mscfd
(1) (1) (1) (1) Psia (1) (1) (2) (2)

fluxo 1 12 12 7815 10463 4817 2648 0,550


fluxo 2 16 12 6009 10463 6296 4454 0,707
fluxo 3 20 12 4865 10463 7337 5598 0,763
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fluxo 4 24 12 3978 10463 8080 6485 0,803


(1) Tabela 7.3 (2) Elaboração Própria.

Com base na tabela 7.17, determina-se o gráfico 7.3, onde podemos obter
os valores dos coeficientes turbulento B e laminar A.
Segundo o gráfico 7.3, o valor da pendente que representa ao coeficiente de
fluxo turbulento, “B” é:
2
B = 8 x 10 −5 psia Mscfd
Interceptando-se a reta do gráfico 7.3 com o eixo das ordenadas, é possível
obter o coeficiente de fluxo laminar, “A”, cujo valor é:

A = 0,1937 psia Mscfd


Com os coeficientes A e B encontrados nos passos anteriores foi obtida a
seguinte equação geral:

PR − Pwf = 0,1937 q + 0,00008 q 2

Resolvendo essa equação para uma pressão de fundo poço 0 psi, o valor do
AOF é:
AOF = 10,297 MMscfd
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Análise de Aplicação 167

Gráfico 7.3
Análise Gráfico para determinar os coeficientes A e B
1
DP/Qsc (psia/Mscfd)

0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Qsc (Mscfd) y = 8E-05x + 0,1937
Análise de Aplicação 168

Fazendo uso da equação 3.99, página 90 deve-se assumir diferentes valores


da vazão e determinar as diferentes pressões de fundo do poço; a tabela 7.18
mostra os diferentes valores de pressão do fundo para diferentes valores
assumidos da vazão. Esta tabela nos permite determinar o gráfico 7.4, que mostra
o comportamento da IPR.

Tabela 7.18
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
Método Pressão
Vazão Gás Assumida Pressão de fundo do poço
Qsc (Mscfd) Pwf (psia)
(1) (2)
0,000 10477,00
1029,712 10192,72
2059,423 9738,79
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3089,135 9115,21
4118,847 8321,99
5148,558 7359,11
6178,270 6226,59
7207,982 4924,41
8237,693 3452,59
9267,405 1811,12
10297,116 0,00
(1) Vazão assumida, (10% de incremento do valor do AOF) (2) Elaboração Própria.

7.4.4
Método pseudo pressão

A função pseudo pressão para gás real é definida como a função, m(p)
expressa na equação 3.31, página 66, a metodologia de calculo é apresentada no
Apêndice C.

Através o método de cálculo de integração numérica apresentado no


apêndice C, determina-se o valor de m(p), tabela 7.19 e seu gráfico
correspondente, gráfico 7.5.
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Análise de Aplicação 169

Gráfico 7.4
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)

12000
Pr
10000

8000
Pwf(psia)

6000

4000

2000

0
AOF
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Qsc(Mscfd)
Análise de Aplicação 170

Tabela 719
Cálculo da Função Pseudo – Pressão m(P)
Press As FATOR VIS.GAS P/ZU ∆m(p) m(p) m(p)
PSI COMP."Z" cp psi^2/cp psi^2/cp MMpsi^2/cp
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)
0,00 1,000 0,015 0 0 0 0
1047,70 0,957 0,016 69211 72512494 72512494 73
2095,40 0,934 0,018 127725 206330383 278842877 279
3143,10 0,938 0,020 168464 310317645 589160522 589
3978,00 0,961 0,022 188290 297854044 887014567 887
4190,80 0,970 0,023 191882 80900698 967915265 968
4865,00 1,005 0,024 200279 264394870 1232310135 1232
5238,50 1,027 0,025 203390 150770140 1383080275 1383
6009,00 1,080 0,027 207436 316541530 1699621805 1700
6286,20 1,101 0,027 208324 115248836 1814870641 1815
7333,90 1,185 0,029 209991 438269134 2253139775 2253
7815,00 1,225 0,030 210161 202135343 2455275117 2455
8381,60 1,274 0,031 210066 238100651 2693375769 2693
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9429,30 1,367 0,033 209353 439424990 3132800759 3133


10463,00 1,461 0,034 208270 431696810 3564497568 3564
10463,00 1,461 0,034 208270 0 3564497568 3564
10463,00 1,461 0,034 208270 0 3564497568 3564
10463,00 1,461 0,034 208270 0 3564497568 3564
10477,00 1,462 0,034 208254 5831334 3570328903 3570
(1): Press. Assumida, incluindo os dados de pressão do teste, tabela 7,3, (2): Z calculado pelo
método Brill & Beggs, (3): µ obtido pelo método Lee, Gonzalez e Eakin, (4): (1)/(2)* (3), (5):
equação C.2, Apêndice C, (6): valor acumulado de (5), (7): (6)/1E6

Com os valores de pseudo pressão, m(p) encontrados na tabela 7.19 para as


pressões de abertura e fechamento do fluxo, elabora-se a tabela 7.20. Com base
nesta tabela e aplicando mínimos quadrados, foram encontrados os valores dos
coeficientes laminar “A” e turbulento “B”, equações 3.101 e 3.102, página 91;
também foram determinados esses coeficientes a través do gráfico 7.6, que está
em função da tabela 7.20.
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Análise de Aplicação 171

Gráfico 7.5
Pseudo Pressão Real do Gás

4000

3500
y = 1E-05x2 + 0,2232x - 145,44
3000
m(p) MM psia^2/cp

2500

2000

1500

1000

500

0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Pressure, psia
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Análise de Aplicação 172

Tabela 7.20
Análise Pseudo Pressão
Pressão de
Período de Choque Dura Pressão fecham. Vazão m(p) fluxo m(p) fecha ∆M(p) ∆M(p)/q q^2 ∆M(p) - bq^2
fluxo CK/64" hr psia psia MMscfd MMpsi^2/cp MMpsi^2/cp MMpsia^2/cp psia^2/scfdcp x10^12
Fluxo 1 12 12 7815 10463 4,817 2455,275 3564,498 1109,222 230,272 23,203 390,532
Fluxo 2 16 12 6009 10463 6,296 1699,622 3564,498 1864,876 296,200 39,640 637,103
Fluxo 3 20 12 4865 10463 7,337 1232,310 3564,498 2332,187 317,867 53,832 664,842
Fluxo 4 24 12 3978 10463 8,08 887,015 3564,498 2677,483 331,372 65,286 655,343
somatória 26,530 7983,768 1175,711 181,96 2347,820
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Análise de Aplicação 173

Gráfico 7.6
Análise Gráfico para determinar os coeficientes A e B
400
D m(p)/Qsc (psia^2/cp/scfd)

350

300

250
B
200

150

100
A
50

0
0 3 6 9 12 15
Qsc (MMscfd) y = 30,973x + 88,497
Análise de Aplicação 174

Segundo a tabela 7.20 e o gráfico 7.6, o valor da pendente que representa o


coeficiente de fluxo turbulento “B” é:

B = 30,973 MMpsia 2 / cp / MMscfd 2

Interceptando a reta do mesmo gráfico com o eixo das ordenadas, obtém-se


o coeficiente de fluxo laminar “A”, cujo valor é:

A = 88,497 MMpsia 2 / cp / MMscfd

Com os coeficientes A e B encontrados nos passos anteriores e substitui-os


na equação 3.100, página 91 obtemos a seguinte equação geral:
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m( p R ) − m( p wf ) = 88,497 q + 30,973 q 2

Resolver esta equação assumindo diferentes valores de vazão, determinando


( )
os valores de pseudo pressão, m p wf , para assim construir o gráfico que

representa a curva do comportamento baseado no método pseudo pressão, gráfico


7.7 . Com esses valores de pseudo pressão, m p wf ( ) ir à tabela 7.19 e determinar
( )
os valores das pressões de fundo do poço p wf , (interpolar se necessário), ver

tabela 7.21. Da mesma maneira que o método anterior, fazendo uso da equação
(
geral, substituindo valores de pseudo pressão para um valor de m p wf = 0 , o )
valor do AOF, é:

AOF = 9,402 MMscfd


Análise de Aplicação 175

Tabela 7.21
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
método pseudo pressão
Vazão Gás (Assum) Pseudo pressão Pressão fundo poço
Qsc (MMscfd) m (pwf) MMpsia^2/cp Tabela ou gráfico m(p), psia
(1) (2) (3)
0,00 3570 10477
940,25 3460 10212
1880,49 3294 9816
2820,74 3074 9290
3760,98 2799 8634
4701,23 2470 7849
5641,48 2085 6933
6581,72 1646 5879
7521,97 1152 4661
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8462,22 603 3183


9402,46 0 0
(1) Vazão Assumida (2) Tabela 7.19 (3) Elaboração Própria

O valor do AOF para os métodos apresentados anteriormente observa-se na


seguinte tabela;
Tabela 7.22
Resumo dos valores de AOF(Teste)
Tipo de Análise Coeficientes de AOF
Cálculo MMscfd
Simplificado n = 0,784 9,150
C = 0,0046
Pressão A = 0,1937 10,297
B = 0,00008
Pseudo Pressão A = 88,497 9,402
B = 30,973
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Análise de Aplicação 176

Gráfico 7.7
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
12000
Pr
10000

8000
Pwf (psia)

6000

4000

2000

0
AOF
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000

Qsc(Mscfd)
Análise de Aplicação 177

Aplicando-se um resumo também das curvas IPR de cada um dos métodos,


apresentado no gráfico 7.8.

Tabela 7.23
Curva de Comportamento do Reservatório (CCR)
Vazão Gás Pressão fundo Vazão Gás Pressão Vazão Gás Pressão
Assum psia Assum Fundo psia Assum Fundo
MMscfd MMscfd psia MMscfd psia
Simplificado Pressão Pseudo
Press.
0,00 10477 0,00 10477 0,00 10477
915,07 10196 1029,71 10193 940,25 10212
1830,14 9782 2059,42 9739 1880,49 9816
2745,22 9282 3089,13 9115 2820,74 9290
3660,29 8699 4118,85 8322 3760,98 8634
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4575,36 8028 5148,56 7359 4701,23 7849


5490,43 7251 6178,27 6227 5641,48 6933
6405,51 6335 7207,98 4924 6581,72 5879
7320,58 5215 8237,69 3453 7521,97 4661
8235,65 3716 9267,40 1811 8462,22 3183
9150,72 0 10297,12 0,00 9402,46 0,00
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Análise de Aplicação 178

Gráfico 7.8
Resumo das Curvas de Comportamento do Reservatório

12000

Pr
10000

8000
Pwf (psia)

6000

4000

2000

0
0 2000 4000 6000 8000 AOF 10000 12000

Qsc (Mscfd)
Simplificado Pseudo-Pressão Pressão
Análise de Aplicação 179

7.4.5
Cálculo do AOF através de dados de reservatório

O método pressão aplica-se à equação 3.95, página 90, para determinar os


valores da vazão para cada valor assumido de pressão de fluxo do poço para obter
os valores da vazão, primeiramente devemos determinar os coeficientes laminar A
e turbulento B, para cada valor assumido da pressão de fluxo do poço; para obter
os valores desses coeficientes aplicam-se as equações 3.96 e 3.97, página 90. A
equação 3.95 tem a forma quadrática, portanto, para obter o valor da vazão para
cada pressão assumida, faz-se uso da equação 3.99, página 90. Para uma
p wf = 0 psi , obtém-se o valor do potencial absoluto, que é:

AOF = 11,81 MMscfd


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para resolver o método pseudo pressão, aplica-se a equação 3.100, página


91, da mesma forma que o método anterior determinamos o coeficiente laminar A
e turbulento B, aplicando as equações 3.103 e 3.104, página 91. Então
determinamos o valor do m(p) para cada valor da pressão assumida seguindo o
mesmo método de cálculo na tabela 7.19; com todos esses dados prontos,
procede-se à determinação do valor da vazão. O AOF é determinado para uma
p wf = 0 psi e o valor do potencial é:

AOF = 10,12 MMscfd

Seguindo a forma de cálculo de cada um dos métodos, obtém-se os


seguintes valores de vazão para cada valor assumido de pressão de fluxo do poço,
tabela 7.24; com esses dados obtém-se as curvas IPR, gráfico 7.9.
Análise de Aplicação 180

Tabela 7.24
Curva do Comportamento do Reservatório (CCR)

Pressão Fundo Vazão Gás Vazão Gás


Psia (1) MMscfd MMscfd
Pressão (2) Pseudo Press.(2)
10477 0,00 0,00
9429 1,25 1,25
8382 2,50 2,50
7334 3,74 3,75
6286 4,98 4,99
5239 6,21 6,21
4191 7,42 7,38
3143 8,61 8,45
2095 9,75 9,33
1048 10,83 9,91
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0 11,81 10,12
(1) Press. Assumida (2) Elaboração Própria

Fazendo uma análise do comportamento do fluxo reservatório - poço, tanto


com dados do teste, tabela 7.23, gráfico 7.8, quanto com dados do reservatório,
tabela 7.24, gráfico 7.9, vemos que o comportamento do poço é o mesmo para
baixas vazões, qualquer que seja o método a utilizar. Quando o poço produz com
altas vazões, há diferença no seu comportamento de um método para outro.
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Análise de Aplicação 181

Gráfico 7.9
Resumo das Curva de Comportamento do Reservatóriio
(Dados Reservatório)
12000
Pr
10000

8000
Pwf (psia)

6000

4000

2000

0 AOF
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
Qsc (MMscfd)
Pressão ao Quadrado Pseudo Pressão
Análise de Aplicação 182

7.5
Análise na coluna de produção e linha de fluxo

A análise é feita na cabeça do poço como nó solução (nó 3, figura 6,4); o


sistema é dividido em dois componentes, constituindo o reservatório e o tubo de
produção como um componente, e o separador e a linha de surgência como um
segundo componente. O procedimento de cálculo para esta análise é apresentado
na página 140.
7.5.1
Coluna de produção

O primeiro componente, com a pressão do reservatório, assume uma vazão


que procede para o centro do poço de modo a obter a pressão de fluxo do poço
(métodos apresentados no item 7.4, simplificado, pressão e pseudo pressão); com
a pressão encontrada no fundo continua-se em direção ao topo da coluna de
produção para encontrar a pressão na cabeça do poço. Neste componente os
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métodos para determinar a pressão na cabeça são:


Temperatura e Compressibilidade Média
Cullender e Smith
Os dados principais utilizados pelos métodos mencionados na determinação
da pressão na cabeça são :
Temperatura na Cabeça do Poço Twh 545 ºR

Comprimento da Tubulação H 14331,4 ft.


Diâmetro Interno da Tubulação di 1,995- 2,445- 3,00- 3,5 in.

Espessura da Tubulação e 0,0006 in.

7.5.1.1
Temperatura e compressibilidade média

Para o desenvolvimento deste método, fazemos uso das vazões assumidas e


( )
das pressões de fluxo do poço p wf ; utilizamos a equação 4.47, página 110,

seguindo o procedimento de cálculo na página 111.


A tabela 7.25 resume as vazões assumidas, pressões no fundo determinadas
pelo método pseudo pressão, e a pressão na cabeça encontrada por este método de
Análise de Aplicação 183

cálculo, sensibilizando o diâmetro da tubulação para diferentes valores em


polegadas.

Tabela 7.25
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
(método temperatura e compressibilidade média)

Vazão Gás Pressão fundo Pressão Pressão Pressão Pressão


q sc poço, p wf Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd Psia (1) p wh p wh p wh p wh


(1) Psia (2) Psia (2) Psia (2) Psia (2)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
0,00 10477 8555 8555 8555 8555
0,94 10212 8304 8307 8309 8309
1,88 9816 7924 7937 7941 7943
2,82 9290 7416 7444 7454 7458
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3,76 8634 6784 6834 6852 6858


4,70 7849 6028 6109 6138 6147
5,64 6933 5149 5271 5316 5329
6,58 5879 4146 4327 4392 4412
7,52 4661 2993 3271 3368 3397
8,46 3183 1454 2030 2203 2253
9,40 0 0 0 0 0
(1) Tabela 7.23 (2) Elaboração própria.

O gráfico 7.10 apresenta as curvas do comportamento na tubulação vertical,


para o método de temperatura e compressibilidade média.
7.5.1.2
Método Cullender e Smith

Da mesma forma que o método anterior, para o desenvolvimento do método


faz-se uso das vazões assumidas e as pressões de fluxo do poço ( p wf )
determinadas pelo método pseudo pressão.
Para a solução deste método, utiliza-se a equação 4.52, página 112 e
equação 4.53 página 113, seguindo o procedimento de cálculo na página 113.
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Análise de Aplicação 184

Gráfico 7.10
Curva de Comportamento na Tubulação Vertical (CCT)
Temperatura e Compressibilidade Média

10000
Pressão Cabeça, psia

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10

Vazão, MMscfd
Press. Temp. Média - 1,995" Press. Temp. Média - 2,445"
Press. Temp. Média - 3" Press. Temp. Média - 3,5"
Análise de Aplicação 185

A tabela 7.26 resume as vazões assumidas, pressões no fundo determinadas


pelo método pseudo pressão e a pressão na cabeça encontrada por este método de
cálculo, sensibilizando o diâmetro da tubulação para diferentes valores em
polegadas.

Tabela 7.26
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
(Método Cullender & Smith
Vazão Gás Pressão fundo Pressão Pressão Pressão Pressão
q sc poço, Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd p wf p wh p wh p wh p wh
(1) Psia (1) Psia (2) Psia (2) Psia (2) Psia (2)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
0,00 10477 8557 8557 8557 8557
0,94 10212 8306 8309 8310 8310
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1,88 9816 7926 7937 7941 7942


2,82 9290 7417 7444 7453 7456
3,76 8634 6784 6832 6849 6854
4,70 7849 6027 6106 6133 6141
5,64 6933 5147 5267 5308 5320
6,58 5879 4145 4321 4382 4400
7,52 4661 2999 3266 3356 3382
8,46 3183 1510 2045 2201 2244
9,40 0 0 0 0 0
(2) Tabela 7.23 (2) Elaboração própria.

O gráfico 7.11 apresenta as curvas do comportamento na tubulação vertical,


pelo método de Cullender e Smith.
Fazendo uma comparação dos resultados obtidos nas tabelas 7.25 e 7.26 e
as pressões na cabeça do poço pelos dois métodos para os diferentes diâmetros de
tubulação, observa-se que a diferença no valor da pressão não é muito
significativa. Portanto, o método escolhido não faz nenhuma diferença no valor
da pressão na cabeça do poço. Para continuar a análise nos outros componentes o
valor da pressão na cabeça do poço neste trabalho será aquele encontrado pelo
método Cullender e Smith.
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Análise de Aplicação 186

Gráfico 7.11
Curva de Comportamento na Tubulação Vertical (CCT)
Cullender e Smith

10000
Pressão Cabeça, psia

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10

Vazão, MMscfd

Cullender e Smith - 1,995" Cullender e Smith - 2,445"


Cullender e Smith - 3" Cullender e Smith - 3,5"
Análise de Aplicação 187

7.5.2
Linha de fluxo

O segundo componente começa com a pressão de separação para encontrar


a pressão na cabeça necessária de modo a mover a vazão de fluxo assumida
através da linha de fluxo até o separador. Neste componente, os métodos para
determinar a pressão na cabeça são:
Temperatura e Compressibilidade Média
Weymouth
Panhandle A
Panhandle B

Cada um desses métodos tem o seu procedimento de cálculo apresentado no


capítulo 4, item 4.8.
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Os dados principais utilizados pelos métodos mencionados na determinação


da pressão na cabeça são :

Pressão no Separador = 1500 psia


Comprimento da Linha = 1000 ft
Diâmetro da Linha = 1,995- 2,445- 3,00- 3,5 in.
Fator Eficiência = 0,92
Pressão Base = 14,7 psia
Temperatura Base = 520 ºR

7.5.2.1
Temperatura e compressibilidade média

A análise feita na linha de fluxo serve para determinar a pressão na cabeça,


para este método, utiliza-se a equação 4.64, página 117. A tabela 7.27 mostra os
valores da pressão na cabeça do poço para os diferentes diâmetros de linha.
Construiu-se a curva do comportamento na linha de fluxo para cada um dos
diâmetros, gráfico 7.12
Análise de Aplicação 188

Tabela 7.27
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
temperatura e compressibilidade média
Vazão Gás Pressão Sep Pressão Pressão Pressão Pressão
q sc p sep Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd Psia (2)


p wh p wh p wh p wh
(1) Psia (3) Psia (3) Psia (3) Psia (3)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
0,00 1500 1500 1500 1500 1500
0,94 1500 1501 1500 1500 1500
1,88 1500 1504 1501 1501 1500
2,82 1500 1509 1503 1501 1501
3,76 1500 1515 1505 1502 1501
4,70 1500 1523 1509 1503 1501
5,64 1500 1533 1512 1504 1502
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6,58 1500 1545 1517 1506 1503


7,52 1500 1558 1522 1508 1504
8,46 1500 1573 1527 1510 1505
9,40 1500 1589 1533 1512 1506
(1) Tabela 7.23 (2) Pressão Separação (3) Elaboração própria

Os métodos de Weymouth, Panhandle A e Panhandle B, utilizam a equação


4.65, página 118, que varia em função de uma variável que depende do
pesquisador, os valores das variáveis são apresentados na tabela 4.4, página 118.
7.5.2.2
Weymouth

Utilizando-se este método, foram encontrados os seguintes valores de


pressão na cabeça do poço, partindo de uma vazão assumida e da pressão do
separador. Sensibilizando-se o diâmetro na linha, obtém-se os seguintes valores
de pressão, tabela 7.28, gráfico 7.13.
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Análise de Aplicação 189

Gráfico 7.12
Curva de Comportamento na Linha de Fluxo (CCL)
Temperatura e Compressibilidade Média
1600
1590
Pressão Cabeça, psia

1580
1570
1560
1550
1540
1530
1520
1510
1500
1490
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vazão, MMscfd

Press e Temp - 2,445" Press e Temp - 3,00" Press e Temp - 1,995" Press e Temp - 3,5"
Análise de Aplicação 190

Tabela 7.28
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
Weymounth
Vazão Gás Pressão Sep Pressão Pressão Pressão Pressão
q sc p sep Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd Psia (2)


p wh p wh p wh p wh
(1) Psia (3) Psia (3) Psia (3) Psia (3)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
0,00 1500 1500 1500 1500 1500
0,94 1500 1502 1501 1500 1500
1,88 1500 1507 1502 1501 1500
2,82 1500 1516 1506 1502 1501
3,76 1500 1529 1510 1503 1501
4,70 1500 1545 1515 1505 1502
5,64 1500 1564 1522 1507 1503
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6,58 1500 1587 1530 1510 1504


7,52 1500 1612 1539 1513 1506
8,46 1500 1640 1549 1517 1507
9,40 1500 1671 1561 1521 1509
(1) Tabela 7.23 (2) Pressão Separação (3) Elaboração própria

7.5.2.3
Panhandle A e B

Utilizando-se estes métodos foram encontrados os seguintes valores de


pressão na cabeça do poço, partindo de uma vazão assumida e da pressão do
separador. Sensibilizando-se o diâmetro na linha, obtém-se os seguintes valores
de pressão, tabela 7.29 e 7.30, gráfico 7.14 e 7.15.
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Análise de Aplicação 191

Gráfico 7.13
Curva de Comportamento na Linha de Fluxo (CCL)
Weymouth
1680

1660

1640
Pressão Cabeça, psia

1620

1600

1580

1560

1540

1520

1500

1480
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vazão, MMscfd
Weymoth - 2,445" Weymoth - 3,00" Weymoth - 3,5" Weymoth -1,995"
Análise de Aplicação 192

Tabela 7.29
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
Panhandle A
Vazão Gás Pressão Sep Pressão Pressão Pressão Pressão
q sc p sep Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd Psia (2)


p wh p wh p wh p wh
(1) Psia (3) Psia (3) Psia (3) Psia (3)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
0,00 1500 1500 1500 1500 1500
0,94 1500 1501 1500 1500 1500
1,88 1500 1503 1501 1500 1500
2,82 1500 1507 1502 1501 1500
3,76 1500 1511 1504 1502 1501
4,70 1500 1517 1506 1502 1501
5,64 1500 1524 1509 1503 1502
6,58 1500 1532 1512 1504 1502
7,52 1500 1540 1515 1506 1503
8,46 1500 1550 1519 1507 1503
9,40 1500 1560 1523 1508 1504
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(1) Tabela 7.23 (2) Pressão Separação (3) Elaboração própria

Tabela 7.30
Valores estimados da pressão na cabeça do poço para diferentes diâmetros
Panhandle B
Vazão Gás Pressão Sep Pressão Pressão Pressão Pressão
q sc p sep Cabeça cabeça cabeça cabeça

MMscfd Psia (2)


p wh p wh p wh p wh
(1) Psia (3) Psia (3) Psia (3) Psia (3)
1,995” 2,445” 3,00” 3,500”
1500 1500 1500 1500 1500
0,94 1500 1501 1500 1500 1500
1,88 1500 1502 1501 1500 1500
2,82 1500 1505 1502 1501 1500
3,76 1500 1509 1503 1501 1501
4,70 1500 1515 1505 1502 1501
5,64 1500 1521 1508 1503 1501
6,58 1500 1528 1510 1504 1502
7,52 1500 1537 1513 1505 1502
8,46 1500 1546 1517 1506 1503
9,40 1500 1556 1521 1508 1504
(1) Tabela 7.23 (2) Pressão Separação (3) Elaboração própria
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Análise de Aplicação 193

Gráfico 7.14
Curva de Comportamento na Linha de Fluxo (CCL)
Panhandle A
1570

1560
Pressão Cabeça, psia

1550

1540

1530

1520

1510

1500

1490
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vazão, MMscfd

Press e Temp - 2,445" Press e Temp - 3,00" Press e Temp - 1,995" Press e Temp - 3,5"
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Análise de Aplicação 194

Gráfico 7.15
Curva de Comportamento na Linha de Fluxo (CCL)
Panhandle B
1560

1550
Pressão Cabeça, psia

1540

1530

1520

1510

1500

1490
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vazão, MMscfd

Press e Temp - 2,445" Press e Temp - 3,00"


Press e Temp - 1,995" Press e Temp - 3,5"
Análise de Aplicação 195

Fazendo-se uma comparação das tabelas 7.27, 7.28, 7.29 e 7.30 de pressões
na cabeça pelos quatro métodos para os diferentes diâmetros de tubulação,
observa-se que a diferença no valor da pressão não é muito significativa. Por
conseguinte, o valor da pressão na cabeça do poço neste trabalho será aquele
encontrado pelo método temperatura e compressibilidade média, por ser
considerado o método geral. Com os métodos escolhidos em cada um dos
componentes, Cullender e Smith no caso do primeiro componente e temperatura e
compressibilidade média no caso do segundo componente, procede-se à
elaboração de um gráfico que determine a capacidade de fluxo para os diferentes
diâmetros sensibilizados, gráfico 7.16. No gráfico 7.16, pode-se observar que a
Curva do Comportamento da Linha de Surgência não mostra uma queda
significativa na pressão para os diferentes valores de vazão, portanto, a otimização
que se pode realizar nesse caso é dependente ao custo da tubulação. Porém
fazendo-se uma análise detalhada da queda de pressão na tabela 7.27, verifica-se
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que a partir do diâmetro de 3.00”, a queda de pressão é muito mínima, por tanto, o
diâmetro interno da Linha de Surgência escolhido na otimização será de 3.00”. A
influência da mudança de diâmetro da tubulação de produção do poço PUC – X1
é observada no gráfico 7.16; as capacidades de fluxo lidas são apresentadas na
tabela 7.31.
Tabela 7.31
Capacidade de fluxo para diferentes diâmetros do tubo de produção
(Pwf método pseudo pressão)
Linha de Fluxo Tubo de Produção Vazão Gás Pressão
Diâmetro Interno, in. Diâmetro Interno, in. MMscfd Psia
(1) (2) (3) (3)
3 1,995 8,45 1510
3 2,445 8,70 1510
3 3,000 8,75 1510
3 3,500 8,75 1510
(1) Diâmetro Linha de Fluxo (2) Diâmetro Interno sensibilizados tubo de Produção (3) Gráfico 7.16

Através da análise da tabela 7.31, verifica-se que não há diferenças


significativas na capacidade de fluxo de um diâmetro para outro, portanto a
otimização do Tubo de Produção depende do custo e não do incremento na vazão
de produção. Neste trabalho, foi selecionado um diâmetro interno de 2.445”, que
fornece uma capacidade de produção de 8,70 MMscfd e uma pressão de cabeça de
1510 psia, valores sem restrição na linha de fluxo.
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Análise de Aplicação 196

Gráfico 7.16
Efeito do Tamanho da Tubulação
10000
Pressão Cabeça, psia

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10
Vazão, MMscfd
CCL. Press e Temp Média - 3,00" CCT.Cullender e Smith-1,995"
CCT. Cullender e Smith-2,445" CCT. Cullender e Smith-3,00"
CCT. Cullender e Smith-3,500"
Análise de Aplicação 197

O mesmo procedimento da análise anterior foi realizado para determinar o


tamanho do diâmetro do tubo de produção, utilizando-se as pressões de fundo do
poço determinadas pelos métodos simplificado, (tabela 7,32 , gráfico 7,17) e
pressão, (tabela 7,33 , gráfico 7,18).
Tabela 7.32
Capacidade de Fluxo para diferentes diâmetros do Tubo de Produção
(Pwf método simplificado)
Linha de Fluxo Tubo de Produção Vazão Gás Pressão
Diâmetro Interno, in. Diâmetro Interno, in. MMscfd Psia
(1) (2) (3) (3)
3 1,995 8,50 1510
3 2,445 8,60 1510
3 3,000 8,63 1510
3 3,500 8,63 1510
(1) Diâmetro Linha de Fluxo (2) Diâmetro Interno sensibilizados tubo de Produção (3) Gráfico 7.17
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Tabela 7.33
Capacidade de Fluxo para diferentes diâmetros do Tubo de Produção
(Pwf método pressão)
Linha de Fluxo Tubo de Produção Vazão Gás Pressão
Diâmetro Interno, in. Diâmetro Interno, in. MMscfd Psia
(1) (2) (3) (3)
3 1,995 8,40 1510
3 2,445 8,70 1510
3 3,000 8,90 1510
3 3,500 9,00 1510
(1) Diâmetro Linha de Fluxo (2) Diâmetro Interno sensibilizados tubo de Produção (3) Gráfica 7.18

Ao comparar as tabelas 7.31 , 7.32 e 7.33, observa-se que os valores da


capacidade de produção do poço PUC – X1 para os diferentes métodos de
comportamento reservatório – poço (simplificado, pressão e pseudo pressão)
sofrem uma pequena diferença em seu valor. Portanto, recomenda-se o método da
análise pseudo pressões para determinar as pressões de fluxo do poço, p wf , pois

esse método considera o potencial de um gás real m(p), incorporando assim as


variações da viscosidade e o fator Z que ocorrem com as mudanças de pressão.
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Análise de Aplicação 198

Gráfico 7.17
Efeito do Tamanho da Tubulação
10000
Pressão Cabeça, psia

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10

Vazão, MMscfd
CCL. Press e Temp Média - 3,00" CCT.Cullender e Smith-1,995"
CCT. Cullender e Smith-2,445" CCT. Cullender e Smith-3,00"
CCT. Cullender e Smith-3,500"
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Análise de Aplicação 199

Gráfico 7.18
Efeito do Tamanho da Tubulação
10000
Pressão Cabeça,psia

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10 12

Vazão, MMscfd

CCL. Press e Temp Média - 3,00" CCT.Cullender e Smith-1,995"


CCT. Cullender e Smith-2,445" CCT. Cullender e Smith-3,00"
CCT. Cullender e Smith-3,500"
Análise de Aplicação 200

7.6
Análise do tamanho do choke na superfície

O choke, de acordo com a figura 2.4, está representado pelo nó 2; para fazer
esta análise, posicionamo-nos no nó 3 para determinar as vazões possíveis na
superfície para diferentes diâmetros de choke. A solução é dividida em duas
partes.
A primeira segue exatamente igual ao primeiro componente do item 7.5
(diâmetro interno do tubo de produção 2,445”) e a segunda determina os valores
de pressão na cabeça para diferentes diâmetros de choke, esta análise parte dos
valores de pressão determinados no item 7.5 referente ao segundo componente
(diâmetro interno da linha de fluxo 3,00”).
A Curva do Comportamento do Choke (CCK), (tabela 7.34, gráfico 7.19)
para os diferentes diâmetros de teste do poço, utiliza a equação 5.1, página 125,
obtendo curvas similares às da figura 6.20 página 150.
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Os dados principais são:


Relação de Calores específicos , k = 1,25
Diâmetro do Choke , Ck 64" = 12 – 16 – 20 – 24

Coeficiente de Descarga , Cd = 0,86


Tabela 7.34
Comportamento do Choke
Vazão Gás Pressão Cabeça
MMscfd (1) Psia (2)
12/64” 16/64” 20/64” 24/64”
0,00 1500 1500 1500 1500
0,94 1500 1500 1500 1500
1,88 2520 1501 1501 1501
2,81 3780 2126 1501 1501
3,75 5040 2835 1814 1502
4,69 6300 3544 2268 1575
5,63 7560 4253 2722 1890
6,56 8820 4961 3175 2205
7,50 10080 5670 3629 2520
8,44 11341 6379 4083 2835
9,38 12601 7088 4536 3150
(1) Tabela 7.23 (2) Elaboração Própria
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Análise de Aplicação 201

Gráfico 7.19
Comportamento do Choke

14000

12000
Pressão Cabeça, psia

10000

8000

6000

4000

2000

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vazão, MMscfd
Choke - 12/64" Choke - 16/64" Choke - 20/64" Choke - 24/64"
Análise de Aplicação 202

Determinadas as Curvas do Comportamento do Choke (CCK), analisa-se o


comportamento do sistema, gráfico 7.20, obtendo os seguintes resultados de
pressão na cabeça e vazão de produção, tabela 7.35. Esta tabela resume as quedas
de pressão para os quatro diâmetros diferentes de choke considerados, além das
vazões de gás e condensado.
Tabela 7.35
Valores de vazão e pressão para diferentes valores de choke

Choke Vazão Gás Vazão Cond Pressão Pressão


n/64” MMscfd (1) BPD (2) Cabeça Fundo
Psia (1) Psia (1)
12 4,50 72,00 6200 7900
16 6,20 99,20 4750 6200
20 7,35 117,60 3580 4850
24 8,10 129,60 2800 3950
(1) Gráfica 7.20 (2) 16,0* vazão de gás
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Com os valores obtidos na tabela 7.35, que seriam os valores de produção


estimados para este poço, segundo a análise global realizada, comparam-se os
valores estimados com os valores obtidos no teste de produção, tabela 7,3, sem
observar diferença significativa nos valores de vazão de gás e condensado, além
das pressões de cabeça e fundo do poço, portanto, podemos afirmar que as
Curvas do Comportamento de cada um dos sistemas de nossa análise representam
valores corretos e representativos.
Fazendo uma análise de sensibilidade ao diâmetro do choke, gráfico 8.21,
determina-se que a partir de um choke de 34/64” não há mais influência do choke
na produção do poço, obtendo-se uma capacidade de produção máxima do poço
PUC – X1, de 8,75 MMscfd, valor muito próximo ao determinado na página 195,
o qual nos dá segurança na interpretação de nossa análise.
A otimização do diâmetro do choke depende muito das necessidades de
produção, ou seja, se há mercado para a venda deve-se produzir ao máximo, caso
contrário deve-se ajustar a produção a um diâmetro de choke que não ultrapasse o
permitido na queima de gás. É preciso muito cuidado nessa escolha, na
diferencial de pressão, esta deve ser menor que a pressão de colapso da areia
produtora a qual é determinada através de registros especiais que fazem um estudo
da mecânica da rocha. Nesse sentido o choke escolhido para a produção do poço.
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Análise de Aplicação 203

Gráfico 7.20
Comportamento do Sistema para diversos Diâmetros de Choke
Pressão Cabeça, psia 16000

12000

8000

4000

0
0 2 4 6 8 10

Vazão, MMscfd

Choke - 12/64" Choke - 16/64" Choke - 20/64"


Choke - 24/64" CCT Cullender e Smith - 2,445" CCR, Pseudo Pressão
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Análise de Aplicação 204

Gráfico 7.21
Diâmetro de Choke Máximo que Influencia na Prudoção
12000
Pressão Cabeça, psia

8000

4000

0
0 2 4 6 8 10
Vazão, MMscfd
Choke - 32/64" Choke - 34/64"
Choke - 36/64" CCT Cullender e Smith - 2,445"
Análise de Aplicação 205

PUC – X1 é de 24/64”, obtendo-se uma maior produção de gás e condensado,


além de ter uma menor queda na diferencial de pressão.

7.7
Análise do sistema na entrada ao separador

O sistema divide-se em dois subsistemas: o primeiro é o separador e o


segundo é o reservatório, tubo de produção, choke e linha de fluxo, conforme
esquematizado na figura 6.15, página 146. O procedimento de cálculo explica-se
no capítulo 6, página 141.
A tabela 7.36, apresenta valores de pressão em cada um dos componentes
do sistema de produção até chegar ao separador, tais valores foram obtidos com os
diâmetros otimizados anteriormente, (Tubo de Produção 2,445”, Choke = 24/64” ,
Linha de fluxo 3,00” ). Então obtém-se o gráfico 7.22, similar à figura 6.16,
página 146.
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Tabela 7.36
Análise do Sistema na Entrada ao Separador
Vazão Gás Pressão Fundo Pressão Pressão Pressão
q sc poço Cabeça Choke Separador

MMscfd (1) p wf p wh pC k p sep


Psia (1) Psia (2) Psia (3) Psia (3)

0,00 10477 8630 8630 8630


0,94 10208 8378 8376 8376
1,88 9812 8006 7995 7995
2,81 9288 7514 7488 7488
3,75 8637 6906 6856 6855
4,69 7859 6185 6096 6095
5,63 6949 5351 5202 5200
6,56 5903 4411 4154 4152
7,50 4689 3356 2858 2854
8,44 3207 2115 695 671
9,38 0 0 0 0
(1) Tabela 7.23, (2) Tabela 7.26, (3) Elaboração própria
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Análise de Aplicação 206

Gráfico 7.22
Comportamento do Sistema desde PR até Psep
10000
Pressão na Entrada do Separador,

8000

6000
psia

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10
Vazão, MMscfd
Pressão na entrada do Separador Pressão de Separador- 1500 psia
Análise de Aplicação 207

Com a curva encontrada no gráfico 7.22, pode-se determinar vazões para


diferentes valores de pressão de separação. A pressão de separação é otimizada
de acordo com a pressão de planta .
7.8
Análise total do sistema

Com o resultado do exposto no presente estudo e com base em um poço em


explotação de gás natural denominado PUC – X1 e dados fornecidos nas tabelas
7.1, 7.2, 7,3 e 7.4, explica-se a teoria em capítulos anteriores com o objetivo de
validar o comportamento do poço mencionado.
Para tal temos procedido à determinação de diferentes propriedades e
variáveis com base em metodologias padrão de análise que regem o
comportamento da explotação de um poço de gás natural.
Como resultado da análise matemática e gráfica obtém-se os diferentes
valores otimizados do nosso sistema:
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Pressão Média do Reservatório : pr = 10477 psia


Diâmetro Interno do Tubo de Produção: di = 2,445 pol.
Diâmetro do Choke : n 64" = 24

Diâmetro Interno da Linha de Fluxo : di = 3,00 pol.


Pressão de Separação : p sep = 1500 psia

Obtidos esses valores, procede-se à determinação dos valores otimizados de


produção do poço em estudo. Gerando a tabela 7.37, considerando o nó solução
na saída do choke.
Com os valores da tabela 7.37, procede-se à determinação do gráfico 7.23,
de onde obtemos os valores otimizados do poço PUC – X1.

Vazão de gás : qg = 8.1 MMscfd

Pressão de choke : pc k = 1510 psia

Pressão na cabeça : p wh = 2600 psia

Pressão de fluxo do poço : p wf = 3900 psia


Análise de Aplicação 208

Tabela 7.37
Análise total do sistema
Vazão Gás Pressão Fundo Pressão Pressão Pressão
q sc poço Cabeça Choke Choke1

MMscfd (1) p wf p wh pC k p sep


Psia (1) Psia (1) Psia (1) Psia (3)

0,00 10477 8630 8630 1500


0,94 10208 8378 8376 1500
1,88 9812 8006 7995 1501
2,81 9288 7514 7488 1501
3,75 8637 6906 6856 1502
4,69 7859 6185 6096 1503
5,63 6949 5351 5202 1504
6,56 5903 4411 4154 1506
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7,50 4689 3356 2858 1508


8,44 3207 2115 695 1510
9,38 0 0 0 1512
(1) Tabela 7.36, (2) Elaboração própria
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Análise de Aplicação 209

Gráfico 7.23
Análise Total do Sistema

12000

10000

8000
Pressão, psi

6000

4000

2000

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vazão, MMscfd
Pwf Pwh Pck(upstream) Pck(dowstream)
Conclusões e Recomendações 210

8
Conclusões e Recomendações

Conclusões
A análise global é definida como a segmentação de um sistema de
produção em pontos ou nós, que têm um comportamento particular para
ser analisado dentro do sistema, sendo seu objetivo principal o de
otimizar a produção, variando os diferentes componentes do poço para
produzir vazão ótima.
Utilizando-se o sistema de análise global, muitos problemas de
produção vinculados à perda de pressão são melhorados de forma
eficiente.
A análise global do sistema de produção permite um desenho
apropriado de completação do poço, selecionando o ótimo diâmetro de
tubo de produção, linha de fluxo e diâmetro de choke de superfície,
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assim como a densidade da carga dos canhoneados (balas/pé).


A decisão de levar a cabo ou não um trabalho de estimulação em um
poço com baixa produtividade pode ser tomada depois de efetuado um
estudo em detalhe do reservatório, utilizando o conceito global.
A localização do nó depende do sistema que se deseja estudar e da
necessidade de enfatizar melhor o efeito das mudança de características
do componente selecionado.
Pode-se realizar várias mudanças e melhoras depois de uma boa
interpretação dos gráficos, ao permitirmos determinar o parâmetro
dominante do poço.
Se os valores da vazão e pressão obtidos ao interceptar as curvas do
comportamento a montante e a jusante do nó são iguais ou muito
próximos aos registrados durante o teste, a análise pode prosseguir, já
que isso confirma que as curvas obtidas representam o sistema do
reservatório.
Pela análise feita no comportamento reservatório-poço, vemos que, o
comportamento do poço é o mesmo para baixas vazões, qualquer que
seja o método a utilizar. Quando o poço produz com altas vazões, há
diferença no comportamento de um método para outro.
Conclusões e Recomendações 211

Para a análise do comportamento reservatório-poço, recomenda-se o


método de análise pseudo pressão, pois esse método considera o
potencial de um gás real m(p), incorporando assim as variações da
viscosidade e o fator Z que ocorrem com as mudanças da pressão.
A análise no comportamento na coluna de produção, aplicando os
métodos propostos para a análise desse componente, não representam
diferença significativa na queda de pressão, portanto, dizemos que se
pode utilizar qualquer um deles.
A queda de pressão em linhas de fluxo desde a boca do poço até o
separador é pouco significativa, pelo que a análise nesta parte do
sistema pode ser omitida, considerando-se um valor constante de
pressão de cabeça.
A seleção de parâmetros tais como diâmetro do tubo de produção e
linha de fluxo está relacionada ao aspecto econômico e à
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disponibilidade do material a utilizar.


Quando a vazão de produção é controlada por um choke superficial, seu
diâmetro depende muito das necessidades de produção, tendo sempre
presente o valor da pressão de colapso da areia produtora para não criar
uma contra-pressão maior.

Recomendações

É recomendável verificar todos os pontos existentes num sistema,


analisando seu comportamento para otimizar o sistema de produção.
Os testes de produção, por serem uma ferramenta importante na análise
do sistema de reservatório, devem proporcionar dados confiáveis
que ajudem em uma boa avaliação do poço.
É necessário efetuar uma boa limpeza do poço, para evitar perdas
desnecessárias de pressão nas cercanias do mesmo.
A inter-relação entre os nós ou componentes do sistema deve ser
tomada em forma seqüencial e ordenada para obter resultados
positivos na análise global e por conseguinte uma máxima
otimização do sistema.
Conclusões e Recomendações 212

Neste tipo de trabalho, a utilização de um sistema computadorizado para


realizar a modelagem do comportamento do reservatório e sua posterior
interpretação é muito útil.
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213

9
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Volume 4 Production Optimization of Oil and Gas Wells by Nodal
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Pontifícia Universidade Católica, 2002

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Data Book , Volume 2, Tenth Edition, 1987
23
DOUG BOONE & JOE CLEGG, Petroleum Engineering “Tool Kit” ,
Programs for Spreadshee,Software, , 1997
215

APÊNDICE A
Propriedades Do Gás Natural

Na análise do comportamento total de um sistema de produção é muito


importante o conhecimento da composição e das propriedades físico-químicas do
fluido que será produzido para que se possa aplicar o método adequado na
otimização do poço.

A.1
Gás natural

É uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, presentes na forma natural nas


estruturas subterrâneas19. O gás natural consiste principalmente de metano (80%)
e proporções significativas de etano, propano, butano, pentano e pequenas
quantidades de hexano, heptano e frações mais pesadas. Esta mistura de
hidrocarbonetos gasosos apresentam algumas impurezas, principalmente de:
nitrogênio ( N 2 ) , dióxido de carbono (CO2 ) e gás sulfídrico (H 2 S ) .
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A.1.1
Composição do gás natural

Composição típica:

‫־‬ Metano (CH 4 ) usualmente > 80%

‫־‬ etano (C 2 H 6 ) 2 a 10 %

‫־‬ outros hidrocarbonetos:

propano (C3 H 8 ) , isobutano (i − C 4 H 10 ) , butano normal

(n − C 4 H 10 ) , isopentano (i − C 5 H 12 ) , pentano normal

(n − C5 H 12 ) , hexano (C 6 H 14 ) , frações mais pesadas (C 7 H 16+ );


‫־‬ hidrocarbonetos cíclicos e aromáticos: ocasionalmente podem ocorrer em
pequenas proporções;

‫־‬ Impurezas comuns: nitrogênio ( N 2 ) , dióxido de carbono (CO 2 ) e gás

sulfídrico (H 2 S )
216

A.2
Lei dos gases ideais

Um gás ideal9 é um fluido em que:


O volume ocupado pelas moléculas é pequeno em relação ao volume
ocupado pelo fluido total.

As colisões intermoleculares são inteiramente elásticas, não ocorrendo


portanto perda de energia na colisão.

Não tem forças atrativas ou repulsivas entre as moléculas.


A lei dos gases ideais é representada como segue:

pV = nRT eq.(A.1)

onde
p = Pressão absoluta, psia
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V = Volume, ft3
T = Temperatura absoluta, ºR
n = Número de libras-mol, onde 1 lb-mol é o peso
molecular do gás (lb)
R = Constante universal dos gases, para as unidades de
cima tem o valor de:

(14.7 psia )(379.4 ft 3 )


= 10.73 psia ft 3 lb − mol º R
(1lb − mol )(520º R )

Os valores da Constante do gás R em diferentes unidades, mostramos na


tabela A.1.
O número de lb-mol de um gás é igual à massa de gás dividido por o peso
molecular do gás, a lei ideal do gás pode ser expressada como:

m
pV = RT eq.(A.2)
M
onde
m = massa do gás, lb
M = peso molecular do gás, lbm lb − mol
217

TABELA A.1
Valores da Constante do Gás, R

Unidades R
atm, cc g − mole, º K 82.06

BTU lb − mole,º R 1.987

psia, cu ft lb − mole, º R 10.73

lb sq ft abs, cu ft lb − mole, º R 1544

atm, cu ft lb − mole, º R 0.730

mm Hg , liters g − mole, º K 62.37

in. Hg , cu ft lb − mole, º R 21.85

cal g − mole, º K 1.987

kPa, m 3 kg − mole, º K 8.314


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J kg − mole, º K 8314

Fonte: Gas Production Operations,1985

A.2.1
Peso molecular aparente

Uma mistura gasosa comporta-se como se fosse um gás puro com um peso
molecular9 definido. Este peso molecular é conhecido como um peso molecular
aparente e é definido como:

M a = ∑ yi M i eq.(A.3)
onde

Ma = Peso molecular aparente da mistura.

yi = Fração molar do componente i.

Mi = Peso molecular do componente i.

O peso molecular de cada componente i pode ser encontrado na tabela A.2.


218

A.2.2
Densidade do gás

A densidade do gás9, por definição, é a relação entre as massas específicas


do gás e do ar, ambas medidas nas mesmas condições de pressão e temperatura1,
isto é:
ρg
γg = eq.(A.4)
ρ ar

Admitindo-se o comportamento de gás ideal, na equação A.1, o número de


moles n é a relação entre a massa de gás m e a sua massa molecular M, equação
A.2. A massa específica é definida como, a relação entre a massa e o volume, ou
seja:
m pM
ρg = = eq.(A.5)
V RT
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E a massa específica do ar é:
p sc 28.97
ρ ar = eq.(A.6)
RT
Portanto, a densidade de um gás é:

p sc M
ρ gas RT M
γg = = = eq.(A.7)
ρ ar p sc 28.97 28.97
RT
onde
γg = Densidade do gás

M = Peso Molecular, lbm lb − mol

p sc = Pressão a condições normais, psia

28.97 = Peso Molecular do ar


219

A.2.3
Volume normal

Em muitos cálculos de gás natural, é conveniente a medição do volume


ocupado por 1 lb-mol de gás numa pressão e temperatura de referência. Estas
condições de referência são normalmente 14.7 psia e 60ºF3, comunmente referidas
a condições normais. O volume normal é definido como o volume de gás
ocupado por 1 lb-mol de gás nas condições normais. aplicando as condições de
acima na equação A.1, o volume normal é:

(1) R Tsc (1)(10.73)(520) = 379.4 scf


Vsc = = lb − mol eq.(A.8)
p sc 14.7
onde
Vsc = Volume normal, scf lb − mol
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scf = Pé cubico normal

Tsc = Temperatura normal, ºR

p sc = Pressão normal, psia

A.3
Gases reais

Na prática os gases não se comportam de acordo com a lei definida pela


equação A.1 para as pressões e temperaturas de trabalho. O comportamento do
gás natural se desvia bastante do ideal quando submetido às elevadas pressões e
temperaturas dos reservatórios de petróleo. Para expressar de forma mais real a
relação entre as variáveis p, V e T, um fator de correção, denominado fator de
compressibilidade de gás, Z, é introduzido na equação A.1:

pV = ZnRT eq.(A.9)
Onde, para um gás ideal Z = 1.

O fator de compressibilidade varia com a mudança de temperatura e pressão


na composição do gás. Este deve ser determinado experimentalmente. Os
resultados na determinação experimental do fator de compressibilidade são
normalmente dados graficamente e normalmente tomam a forma na figura A.1.
220

TABELA A. 2
Propriedades Físicas de Hidrocarbonetos

Ponto de Ebulição ºF, 14.696 psia

Pressão de vapor, 100ºF, psia


Peso Molecular, lbm /lb mole

Temperatura Crítica, ºF

Volume Crítico, cu ft/lb


Pressão Critica, psia
Componente

Formula

1 Methane CH 4 16.043 -258.73 (5000) 666.4 -116.67 0.0988


2 Ethane C2 H 6 30.070 -127.49 (800) 706.5 89.92 0.0783

3 Propane C3 H 8 44.097 -43.75 188.64 616.0 206.06 0.0727


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4 Isobutane C4 H10 58.123 10.78 72.581 527.9 274.46 0.0714


5 n-Butane C4 H10 58.123 31.08 51.706 550.6 305.62 0.0703
6 Isopentane C5 H12 72.150 82.12 20.445 490.4 369.10 0.0679
7 n-Pentane C5 H12 72.150 96.92 15.574 488.6 385.8 0.0675
8 Neopentane C5 H12 72.150 49.10 36.69 464.0 321.13 0.0673
9 n-Hexane C 6 H 14 86.177 155.72 4.9597 436.9 453.6 0.0688

10 2-Methylpentane C 6 H 14 86.177 140.47 6.769 436.6 435.83 0.0682

11 3-Methylpentane C 6 H 14 86.177 145.89 6.103 453.1 448.4 0.0682

12 Neohexane C 6 H 14 86.177 121.52 9.859 446.8 420.13 0.0667

13 2,3-Dimethylbutane C 6 H 14 86.177 136.36 7.406 453.5 440.29 0.0665

14 n-Heptane C7 H16 100.204 209.16 1.620 396.8 512.7 0.0691


15 2-Methylhexane C7 H16 100.204 194.09 2.272 396.5 495.00 0.0673
16 3-Methylhexane C7 H16 100.204 197.33 2.131 408.1 503.80 0.0646
17 3-Ethylpentane C7 H16 100.204 200.25 2.013 419.3 513.39 0.0665
18 2,2-Dimethylpentane C7 H16 100.204 174.54 3.494 402.2 477.23 0.0665
19 2,4-Dimethylpentane C7 H16 100.204 176.89 3.293 396.9 475.95 0.0668
20 3,3-Dimethylpentane C7 H16 100.204 186.91 2.774 427.2 505.87 0.0662
221

TABELA A.2
Propriedades Físicas de Hidrocarbonetos (Continuação)

Ponto de Ebulição ºF, 14.696 psia

Pressão de Vapor, 100ºF, psia


Peso Molecular, , lbm /lb mole

Temperatura Crítica ºF

Volume Crítico, cu ft/lb


Pressão Crítica ,psia
Componente

Formula

21 Triptane C7 H16 100.204 177.58 3.375 428.4 496.44 0.0636


22 n-Octane C8 H18 114.231 258.21 0.5369 360.7 564.22 0.0690
23 Diisobutyl C8 H18 114.231 228.39 1.102 360.6 530.44 0.0676
24 Isooctane C8 H18 114.231 210.63 1.709 372.4 519.46 0.0656
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25 n-Nonane C9 H 20 128.258 303.47 0.1795 331.8 610.68 0.0684


26 n-Decane C10 H 22 142.285 345.48 0.0608 305.2 652.0 0.0679

27 Cyclopentane C5 H10 70.134 120.65 9.915 653.8 461.2 0.0594


28 Methylcyclopentane C6 H12 84.161 161.25 4.503 548.9 499.35 0.0607
29 Cyclohexane C6 H12 84.161 177.29 3.266 590.8 536.6 0.0586
30 Methylcyclohexane C7 H14 98.188 213.68 1.609 503.5 570.27 0.0600
31 Ethene (Ethylene) C2 H 4 28.054 - -------- 731.0 48.54 0.0746
154.73
32 Propene (Propylene) C3 H 6 42.081 -53.84 227.7 668.6 197.17 0.0689
33 1-Butene (Butylene) C4 H 8 56.108 20.79 62.10 583.5 295.48 0.0685
34 Cis-2-Butene C4 H 8 56.108 38.69 45.95 612.1 324.37 0.0668
35 Trans-2-Butene C4 H 8 56.108 33.58 49.89 587.4 311.86 0.0679
36 Isobutene C4 H 8 56.108 19.59 63.02 580.2 292.55 0.0682
37 1-Pentene C 5 H 10 70.134 85.93 19.12 511.8 376.93 0.0676

38 1,2-Butadiene C4 H 6 54.092 51.53 36.53 (653) (340) (0.065


39 1,3-Butadiene C4 H 6 54.092 24.06 59.46 627.5 305 0.0654
40 Isoprene C5 H 8 68.119 93.31 16.68 (558) (412) (0.065
41 Acetylene C2 H 2 26.038 - -------- 890.4 95.34 0.0695
120.49
42 Benzene C6 H 6 78.114 176.18 3.225 710.4 552.22 0.0531
43 Toluene C7 H 8 92.141 231.13 1.033 595.5 605.57 0.0550
44 Ethylbenzene C8 H10 106.167 277.16 0.3716 523.0 651.29 0.0565
45 o-Xylene C8 H10 106.167 291.97 0.2643 541.6 674.92 0.0557
222

TABELA A.2
Propriedades Físicas de Hidrocarbonetos (Continuação)

Ponto de Ebulição ºF, 14.696 psia

Pressão de Vapor, 100ºF, psia


Peso Molecular, , lbm /lb mole

Temperatura Crítica, ºF

Volume Crítico, cu ft/lb


Pressão Crítica, psia
Componente

Formula

46 m-Xylene C8 H10 106.167 282.41 0.3265 512.9 651.02 0.0567


47 p-Xylene C8 H10 106.167 281.07 0.3424 509.2 649.54 0.0570
48 Styrene C8 H 8 104.152 293.25 0.2582 587.8 703 0.0534
49 Isopropylbenzene C9 H12 120.194 306.34 0.1884 465.4 676.3 0.0572
50 Methyl alcohol C H4 O 32.042 148.44 4.629 1174 463.08 0.0590
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51 Ethyl alcohol C2 H 6O 46.069 172.90 2.312 890.1 465.39 0.0581


52 Carbon monoxide CO 28.010 -312.68 -------- 507.5 -220.43 0.0532
53 Carbon dioxide CO 2 44.010 -109.257 -------- 1071 87.91 0.0344

54 Hydrogen sulfide H2S 34.08 -76.497 394.59 1300 212.45 0.0461

55 Sulfur dioxide SO2 64.06 14.11 85.46 1143 315.8 0.0305

56 Ammonia NH 3 17.0305 -27.99 211.9 1646 270.2 0.0681

57 Air N 2 + O2 28.9625 -317.8 -------- 546.9 -221.31 0.0517


58 Hydrogen H2 2.0159 -422.955 -------- 188.1 -399.9 0.5165

59 Oxygen O2 31.9988 -297.332 -------- 731.4 -181.43 0.0367

60 Nitrogen N2 28.0134 -320.451 -------- 493.1 -232.51 0.0510

61 Chlorine Cl2 70.906 -29.13 157.3 1157 290.75 0.0280

62 Water 18.0153 212.000 0.9501 3198.8 705.16 0.0497


H 2O
63 Helium He 4.0026 -452.09 -------- 32.99 -450.31 0.2300
64 Hydrogen H Cl 36.461 -121.27 906.71 1205 124.77 0.0356
Chloride
Fonte: Engineering Data Book – Gas Processors Suppliers Association,1987
223
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Figura A.1 Gráfico típico do fator de compressibilidade como uma função de


pressão a temperatura constante. Extraído de Gas Production
Operation – H. Dale Beggs, 1985

A.3.1
Método de obtenção de Z

O aparecimento do teorema dos estados correspondentes, desenvolvido por


Van der Waals10 (1873), possibilitou a criação de ábacos universais para a
obtenção do fator de compressibilidade Z. Segundo esse teorema, todos os gases
exibem o mesmo comportamento quando submetidos às mesmas condições de
pressão, temperatura e volume reduzidos. O termo reduzido traduz a razão entre a
variável e o seu valor crítico:
p
pr = eq.(A.10)
pc

T
Tr = eq.(A.11)
Tc

V
Vr = eq.(A.12)
Vc
224

onde

pr = Pressão reduzida.

Tr = Temperatura reduzida.

Vr = Volume reduzido.

pc = Pressão crítica.

Tc = Temperatura crítica.

Vc = Volume crítico.

O teorema dos estados correspondentes não é perfeito, mas quando aplicado


a gases com estruturas químicas similares (por exemplo: hidrocarbonetos
parafínicos) oferece um método de correlação com precisão satisfatória para
trabalhos de engenharia.
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A.3.1.1
Correlações de Standing e Katz

A correlação de Standing e Katz19,20 fornece valores de Z em função de


pressões e temperaturas reduzidas e foi desenvolvida com base em dados
experimentais para gases naturais sem impurezas. Sua aplicabilidade para gases
ácidos requer o uso de fatores de correção para a presença de CO 2 e H 2 S .

O procedimento para a determinação de Z segue os seguintes passos:


Passo 1 - Determine as propriedades pseudo-críticas
a. Composição conhecida
‫־‬ Da Tabela A-2 determinar Peso Molecular, pressão e
temperatura pseudo-críticas para cada componente.
‫־‬ Obter Massa molecular aparente (M a ) da mistura, equação
A.3

‫־‬ Obter as coordenadas pseudo-críticas. Estas podem ser


calculadas através da média ponderada das coordenadas críticas
de cada componente com sua fração molar na mistura:

nc
PPc = ∑ y i p ci eq.(A.13)
i =1
225

nc
T Pc = ∑ y i Tci eq.(A.14)
i =1

onde

Pci = Pressão Pseudo-crítica do componente i.

Tci = Temperatura Pseudo-crítica do componente i.

yi = Fração molar do componente i.

nc = Número de componentes.

b. Composição desconhecida

‫־‬ Com a densidade do gás conhecida, usar a figura A.2, onde a


pressão e temperatura pseudo-críticas são dadas1. Ou através
das seguintes correlações apresentadas por Standing (1981):
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Ppc = 677 − 15,0γ g − 37,5γ g2 eq.(A.15)

T pc = 168 + 325γ g − 12,5γ g2 eq.(A.16)

Estas equações estão limitadas pelo conteúdo de impurezas presentes na


mistura gasosa, os maiores percentuais são de 3% H 2 S e 5% N 2 , ou um
conteúdo total de impurezas de 7%.
Para contornar este obstáculo as propriedades obtidas podem ser corrigidas.
Uma alternativa ao uso da figura A.2 para o cálculo das propriedades pseudo-
críticas de misturas gasosas de hidrocarbonetos quando existe a presença de
contaminantes, é o uso da figura A.3.
226
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Figura A.2 Correlações para as coordenadas pseudo-críticas. Extraída de


Previsão de Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto
José Rosa, Renato de Souza Carvalho, 2002.
227
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Figura A.3 Propriedades pseudo-críticas do gás natural. Extraída de Previsão de


Comportamento de reservatórios de Petróleo – Adalberto José Rosa,
Renato de Souza Carvalho, 2002
228

Para gás natural seco, e:

Ppc = 706 − 51,7γ g − 11,1γ g2 eq.(A.17)

T pc = 187 + 330γ g − 71,5γ g2 eq.(A.18)

Passo 2 - Correções das propriedades pseudo-críticas

‫־‬ Devido a presença de gases não hidrocarbonetos, utilizando o fator


de correção de Wichert e Aziz dado por:

( ) (
ε = 120 A0,9 − A1,6 + 15 B 0,5 − B 4,0 ) eq.(A.19)

onde

ε = Fator de ajuste das propriedades pseudo críticas

A = Suma das frações molares de H 2 S + CO2 .


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B = Fração molar de H 2 S .

‫־‬ Calcule a temperatura pseudo-crítica ajustada pela seguinte


expressão:

T ´Pc = TPc − ε eq.(A.20)

‫־‬ E a pressão pseudo-crítica ajustada por meio de:

´ PPcT ´Pc
P Pc = eq.(A.21)
TPc + B(1 − B )ε

O parâmetro ε pode ser também obtido na figura A.4


Passo 3 - Fator de compressibilidade, Z

O fator de compressibilidade, Z, da mistura gasosa é obtido da carta de


Standing & Katz, figura A.5 em função das coordenadas pseudo-reduzidas, ou
sejam:

p
pPr = eq.(A.22)
pPc
229

T
T pr = eq.(A.23)
TP c

Ou, se houver presença de contaminantes:

p
pPr = eq.(A.24)
p ′P c

T
T pr = eq.(A.25)
TP′ c

A.3.1.2
Correlações de Brill & Beggs

Uma modificação das equações publicadas por Brill & Beggs20 (1974)
fornece valores do fator Z com precisão suficiente para a maioria dos cálculos de
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engenharia:

1− A D
Z = A+ + C p Pr eq.(A.26)
exp B

onde

A = 1.39(T pr − 0.92) 0.5 − 0.36T pr − 0.101 eq.(A.27)

 0.066 
( )
B = 0.62 − 0.23T pr p pr + 
 T pr − 0.86
− 0.037  p 2pr +

0.32
p 6 eq.(A.28)
9(T pr −1) pr
  10

C = 0.132 − 0.32 log T pr eq.(A.29)

( 2
D = anti log 0.3106 − 0.49T pr + 0.182 4T pr ) eq.(A.30)
230
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Figura A.4 Fator de ajuste da temperatura pseudo-crítica, ºF. Extraída de Previsão


de Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto José
Rosa, Renato de Souza Carvalho, 2002
231
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Figura A.5 Fator de compressibilidade Z para gases naturais. Extraída de


Previsão do Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto
José Rosa, Renato de Souza Carvalho, 2002
232

A.3.1.3
Correlações de Dranchuk, Purvis e Robinson

Esse método se baseia na equação de estado desenvolvida por Benedict,


Webb and Rubin10 para representar o comportamento de hidrocarbonetos leves.
Utilizando essa equação, contendo oito constantes características de cada
substância, Dranchuk et al19. obtiveram uma equação explícita da seguinte forma:

 A2 A3   A5  2 ρr5

Z = 1 + A1 + + ρ +  A4 +  ρ r + A5 A6 +
 T 3 r T T
 r T r   r  r
eq.(A.31)

(1 + A ρ )EXP(− A ρ )
2
A7 ρ r 2 2
3 8 r 8 r
Tr

onde
Pr
ρ r = 0,27 eq.(A.32)
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ZTr

e as constantes de correlação são dadas por:

A1 = 0,31506237 A5 = -0,61232032

A2 = -1,04670990 A6 = -0,10488813

A3 = -0,57832729 A7 = 0,68157001

A4 = 0,53530771 A8 = 0,68446549

A.3.1.4
Correlações de Hall-Yarborough

A equação de Hall-Yarborough19,20, desenvolvida usando a equação de


estado de Starling–Carnahan:

2
0,06125PPr t e −1, 2(1−t )
Z= eq.(A.33)
Y

onde
PPr = Pressão pseudo-reduzida.

t = Reciproco, da temperatura reduzida (TPc T )


233

Y = Densidade reduzida com a qual pode ser obtida como a


solução da equação.

F K
= −0,06125 PPr t e −1, 2 (1−t )2
+
Y +Y2 +Y3 −Y4
( )
− 14,76 t − 9,76t 2 + 4,58t 3 Y 2
(1 − Y ) 3

( )
+ 90,7t − 242,2t 2 + 42,4t 3 Y (2,18+ 2,82t ) = 0 eq.( A.34)

Essa equação não linear pode ser convenientemente resolvida usando a


técnica simples de iteração de Newton-Raphson. Os passos são:
K
1. Tomar uma estimativa inicial de Y , onde K é um contador de iteração.

Y 1 = 0,001
2. Substitua esse valor na equação A.34 a menos que o valor correto de Y
tenha que ser inicialmente selecionado, na equação A.34 seria um valor
K
muito pequeno, valor de F diferente de zero.
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3. Utilizando a primeira série de expansão de Taylor , uma melhor


estimativa de Y pode ser determinada pela equação:

FK
Y K +1 = Y K − K
eq.(A.35)
dF dY

Onde a expressão geral para dF dK pode ser obtida como a derivada da


equação A.34

dF 1 + 4Y + 4Y 2 − 4Y 3 + Y 4
dY
=
(1 − Y )4
− 29 ,52t − (
19,52 t 2
+ 9 ,16 t 3
Y
eq.(A.36)
)
( )
+ (2,18 + 2,82t ) 90,7t − 242,2t 2 + 42,4t 3 Y (1,18 + 2,82t )

4. Iterar, usando a equação A.34 e A.35 até que haja convergência dentro de
K
uma aproximação satisfatória. F ≈ 0.
5. Substitua esse valor correto de Y na equação A.33, para determinar valor
de Z.
A.4
Fator volume de formação do gás natural

O fator de formação do gás natural21, relaciona o volume do gás avaliado


nas condições do reservatório e o volume do mesmo medido nas condições
234

básicas de separação na superfície, p sc e Tsc . Geralmente, expressa-se em pés


cúbicos ou barris de volume no reservatório por pé cúbico de gás às condições
normais, ou seus recíprocos, em pés cúbicos às condições normais por pé cúbico
ou barril de volume no reservatório.
V p,T
Bg = eq.(A.37)
V sc

De acordo com a equação de estado dos gases reais, equação A.9, o volume
de uma determinada massa de gás m, equivalente a um número de moles, n, é
dada em condições de reservatório, por:
ZnRT
V= eq.(A.38)
p

onde T e p são a temperatura e a pressão do reservatório. Nas condições


normais essa mesma massa de gás ocupa o volume:
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Z sc nRTsc
V= eq.(A.39)
p sc

O fator volume-formação, na equação A.37, é:

ZnRT
p
Bg =
Z sc nRTsc
p sc

ZTp sc vol
Bg = eq.(A.40)
Z sc Tsc p std vol
Utilizando, Tsc = 520º R , p sc = 14.7 psia e Z sc = 1, a equação A.40 fica:

ZT (14.7) ZT 3
Bg = = 0.0283 ft scf eq.(A.41)
1(520) p

ZT
B g = 0.00504 bbls scf eq.(A.42)
p
235

p
B g = 35.35 scf ft 3 eq.(A.43)
ZT

p
B g = 198.4 scf bbls eq.(A.44)
ZT
A.5
Compressibilidade isotérmica do gás natural

A compressibilidade isotérmica9 do gás natural, é definida como a mudança


em volume, por unidade de volume, para uma unidade de mudança em pressão à
temperatura constante.

1  ∂V 
C=−   eq.(A.45)
V  ∂ p  T

A compressibilidade é requerida em muitas equações de reservatórios de


fluxo de gás e pode ser avaliada da seguinte maneira:
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A.5.1
Compressibilidade para um gás ideal

nRT
V=
p
e
 ∂V  nRT
  = −
 ∂ p T p2
portanto
 p  nRT 
Cg = −  −
 nRT  p 2 

1
Cg = eq.(A.46)
p

A.5.2
Compressibilidade para um gás real

nRTZ
V= e
p
236

 ∂V   1 ∂Z Z 
  = nRT  − portanto
 ∂ p T  p ∂ p p 2
 

 p   1 ∂Z
 Z 
Cg = −  nRT −  ou
 nRTZ    p ∂ p 2 
p 

1 1 ∂Z
Cg = − eq.(A.47)
p Z ∂p
A avaliação do C g para gases reais requer que se determine como o fator Z

varia com a pressão, à pressão e temperatura de interesse. Porque a maioria dos


gráficos e equações que determinam Z estão como uma função da pressão e
temperatura reduzida. A compressibilidade reduzida tem sido definida como:
C r = C g p c . Esta pode ser expressada como uma função de p r num valor fixo
de Tr por:
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1 1  ∂Z 
Cr = −   eq.(A.48)
pr Z  ∂ pr  Tr

Valores de (∂ Z ∂ p r )T podem ser obtidos da pendente de uma curva


r

constante de Tr da figura A.5 ao fator Z de interesse. Valores de C r Tr como

uma função de p r e Tr tem sido apresentados graficamente por Mattar, et al.


nas figuras A.6 e A.7. A mudança de Z com p pode também ser calculada
utilizando uma expressão analítica calculando o fator Z a pressões ligeiramente
acima e abaixo da pressão de interesse.

 ∂Z   Z − Z2 
  =  1  eq.(A.49)
 ∂ pr p
 Tr  r1 − p r 2  Tr

A.6
Viscosidade do gás natural

A viscosidade3,9,20 absoluta de um gás natural varia com a composição e


com as condições de pressão e temperatura:
µ = f ( p, T , composição )
237

Normalmente é expressada em centipoises ou poises, mas pode ser


convertida para outras unidades:

1 poise = 100 centipoise = 6.72 x 10 − 2 lbm ft − sec


= 2.09 x 10 −3 lbf − sec ft 2 = 0.1 kg m − sec

A.6.1
Determinação da viscosidade através do método de Carr, Kobayashi
e Burrows

É a relação mais amplamente utilizada na indústria de petróleo.

Passo 1 - Determine a viscosidade do gás à pressão atmosférica utilizando a


figura A.8
µ 1 = f (M , T )
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O peso molecular M leva em consideração a influência da composição


do gás na determinação da viscosidade µ1 .
Passo 2 - Faça correções para a presença de N 2 , CO 2 e H 2 S .

(µ1 )cor = µ1 + correção H 2 S + correção CO2 + correção N 2 eq.(A.50)

Passo 3 - Calcule a pressão e temperatura pseudo-reduzidas: p r e Tr .

Passo 4 - Obtenha a relação µ µ1 em função de p r e Tr , utilizando os


gráficos das figuras A.9 e A.10.
Passo 5 - Determine a viscosidade do gás por meio de:

µ
µ =   × (µ1 )corr eq.(A.51)
 µ1 

A.6.2
Determinação da viscosidade através do método de Lee, Gonzalez e
Eakin

A viscosidade do gás pode ser obtida por meio de:


238

( )
µ = 10− 4 K EXP Xρ Y eq.(A.52)
onde

K=
(9,4 + 0,02M )T 1,5 ; X = 3,5 +
986
+ 0,01M ;
209 + 19M + T T

Y = 2,4 − 0,2 X

Nestas equações as unidades empregadas são: T = º R , µ g = cp ,

M = peso molecular , ρ g = gr cm 3 .
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239
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Figura A.6 Variação de CrTr com a pressão e temperatura reduzida. Extraída de


Engineering Data Book – Gas Processors Suppliers Association, 1987.
(1,05 < = Tr < = 1,4 ; 0,2 < = Pr < = 15,0)
240
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Figura A.7 Variação de CrTr com a pressão e temperatura reduzida. Extraída de


Engineering Data Book – Gas Processors Suppliers Association, 1987.
(1,4 < = Tr < = 3,0 ; 0,2 < = Pr < = 15,0)
241
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Figura A.8 Viscosidade do gás natural a pressão de 1 atm. Extraída de Previsão


de Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto José
Rosa, Renato de Souza Carvalho
242
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Figura A.9 Razão de viscosidade de gás natural. Extraído de Previsão de


Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto José Rosa,
Renato de Souza Carvalho
243
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Figura A.10 Razão de viscosidade do gás natural. Extraído de Previsão de


Comportamento de Reservatórios de Petróleo – Adalberto José Rosa,
Renato de Souza Carvalho
244

APÊNDICE B
Pressão de Orvalho para Gás Natural

A pressão de orvalho é estimada com a utilização da correlação gerada por


Nemeth e Kennedy23 (1967) como uma função da composição e da temperatura6.
Pode ser estimada pela seguinte correlação:
A[0,2 * %N2 + CO2 + %H2S + 0,4 * %Meth+ %Eth+ 2(%prop+ %IBut+ %N 

[ ] 
pd = exp− %But + %IPen+ %NPen+ %NHex ] + B * DenC7 + C * %Meth %C7+ + 0,2 ) +
 
D *T′ + E * L + F * L2 + G * L3 + H * M + I * M 2 + J * M 3 + K 
Onde:
A = − 2,0623054 x10− 2
B = 6,6259728

C = − 4,4670559 x10−3

D = 1,0448346 x10− 4
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E = 3,2673714 x10− 2

F = − 3,6453277 x10−3

G = 7,4299951x10−5
H = -0,11381195

I = 6,2476497 x10− 4

J = − 1,0716866 x10−6
K = 10,746622

L = (C )(MWC )
+
7
+
7

M = MWC (DenC
+
7
+
7 )
+ 0,0001

 0,6882 * % NHep + 0,7068 * % NOct + 


DenC7+ =   %C7+
 0,7217 * % NNon + 0,7342 * % NDec 

MWC7+ =
100,2 * % NHep + 114,2 * % NOct + 128,3 * % NNon + 
  %C7+
142,3 * % NDec 
+
%C7 = % NHep + % NOct + % NNon + % NDec
C7+ = %C7+ 100
245

APÊNDICE C
Determinação da Função Pseudo Pressão

Como mencionado no capítulo 3, a equação da difusividade será resolvida


em termos de pseudo pressão. É preciso desenvolver métodos de obtenção de
m(p) em função da pressão.
C.1
Método de integração numérica

Observamos na equação 3.31 que a definição de pseudo pressão envolve a


avaliação de uma integral com um limite inferior de p o e um limite superior p ,

a pressão de interesse. Esta p o é uma pressão base baixa arbitrária; o valor que
está freqüentemente no limite de 0 a 200 psia depende das necessidades e desejos
do analista.
A proximidade normal é para avaliar numericamente a integral da equação
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3.33. Para o gás específico considerado, uma tabela é desenvolvida de µ e z


versus p para pressões da pressão base à máxima pressão do sistema, que é
normalmente a pressão inicial do reservatório. O incremento da pressão está
normalmente no limite de 50 a 200 psi para cálculos manuais, ou no limite de 10 a
25 para cálculos com computador. Para pressões baixas, um pequeno incremento
pode ser escolhido. Logo, para cada pressão, o valor p µ z é calculado. Nesse
ponto, a integral é avaliada em cada pressão, utilizando-se uma integração
numérica como a regra de Simpson ou a regra Trapezoidal. Dessa maneira, um
gráfico ou uma tabela de m( p ) versus p é desenvolvido para um gás
particular à temperatura do reservatório.
Para utilizar a regra trapezoidal, a integral da equação 3.31 é representada
como uma soma de integrais com cada uma das integrais estando acima de cada
incremento na pressão.
p n
p p
2 ∫ dp = ∑ 2 ∫ µ z dp (C.1)
po
µz i =1 ∆pi
246

Onde tem “n” incrementos de pressão até a pressão “p”, e ∫ representa a


∆pi

integral acima da pressão de incremento “i”. Cada integral dentro da soma do


lado direito da equação C.1 é aproximada como:

p  p   p  
2 ∫ dp ≈ 2   +   [∆p ] / 2 (C.2)
∆pi
µz  µ z  i −1  µ z  i 

onde ( p µ z )i −1 e ( p µ z )i representa os valores iniciais e finais de ( p µ z ) ,


respectivamente, do incremento de pressão “i”. ∆p é o incremento de pressão.

O valor do pseudo potencial real dos gases m( p ) para pressões intermédias


pode ser encontrado por interpolação ou através do gráfico C.1, valor encontrado
para a pressão desejada. O inverso, para converter valores do pseudo potencial
real dos gases para a pressão, é mais fácil pelo recurso gráfico de
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m( p ) versus p.
C.2
Método da pseudo pressão reduzida

A pressão reduzida pode ser definida como:

pr
pr
m( p ) r = ∫ (µ µ ) Z dp r (C.3)
0 1

onde p r = p p c , sendo p c é a pressão crítica do gás, e µ1 é a


viscosidade absoluta do gás à pressão atmosférica. A pressão de referência foi

especificada como sendo nula p = 0 . ( *


)
Assim, utilizando a equação de definição de m( p ) , equação 3.31, e a equação
C.3, podemos concluir que:
pr
pr
m( p ) r = ∫ (µ µ ) Z dp r
0 1

p
p
m( p ) = 2 ∫ dp
0 µ Z
247

Portanto,
2 p c2
m( p ) = m( p ) r (C.4)
µ1

Empregando a equação de Dranchuk et al. para o cálculo do fator de


compressibilidade e o método de Carr et al. para a determinação da viscosidade
absoluta de gases naturais, a tabela C.1 pôde ser construída por integração
numérica da equação C.3 para fornecer valores de m( p )r a diferentes pressões

reduzidas p r .
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Figura C.1 Pseudo Pressão Real do Gás, como uma função da Pressão atual
248

TABELA C.1

Integral da Pseudo Pressão Reduzida m(p)r como uma Função de Tr Pr


PRESSÃO pr
pr
PSEUDO- VALORES DE m( p )r = ∫ (µ µ ) Z dp r PARA TEMPERATURA
REDUZIDA 0 1

PSEUDO-REDUZIDA Tr DE
Pr 1.05 1.15 1.30 1.50 1.75 2.00 2.50 3.00
0.10 0.0051 0.0051 0.0051 0.0050 0.0050 0.0050 0.0050 0.0050
0.20 0.0208 0.0206 0.0204 0.0202 0.0201 0.0201 0.0200 0.0200
0.30 0.0475 0.0467 0.0461 0.0456 0.0453 0.0452 0.0451 0.0450
0.40 0.0856 0.0839 0.0824 0.0813 0.0807 0.0803 0.0801 0.0800
0.50 0.1335 0.1322 0.1293 0.1272 0.1261 0.1254 0.1250 0.1249
0.60 0.1980 0.1921 0.1869 0.1833 0.1814 0.1803 0.1798 0.1797
0.70 0.2733 0.2637 0.2556 0.2498 0.2468 0.2452 0.2445 0.2443
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0.80 0.3620 0.3474 0.3355 0.3266 0.3222 0.3198 0.3189 0.3187


0.90 0.4638 0.4437 0.4262 0.4134 0.4073 0.4039 0.4030 0.4029
1.00 0.5780 0.5529 0.5276 0.5095 0.5019 0.4974 0.4968 0.4967
1.10 0.7053 0.6746 0.6400 0.6154 0.6059 0.6003 0.6004 0.6003
1.20 0.8523 0.8083 0.7638 0.7314 0.7192 0.7131 0.7136 0.7134
1.30 1.0318 0.9539 0.8983 0.8574 0.8416 0.8356 0.8362 0.8360
1.40 1.2392 1.1114 1.0431 0.9930 0.9732 0.9676 0.9681 0.9680
1.50 1.4482 1.2807 1.1978 1.1381 1.1142 1.1091 1.1091 1.1095
1.60 1.6468 1.4616 1.3620 1.2923 1.2645 1.2599 1.2592 1.2602
1.70 1.8359 1.6516 1.5356 1.4557 1.4240 1.4199 1.4183 1.4203
1.80 2.0176 1.8476 1.7182 1.6280 1.5923 1.5887 1.5862 1.5895
1.90 2.1926 2.0472 1.9090 1.8089 1.7695 1.7663 1.7632 1.7679
2.00 2.3619 2.2476 2.1068 1.9982 1.9553 1.9526 1.9492 1.9554
2.10 2.5272 2.4499 2.3109 2.1954 2.1495 2.1472 2.1442 2.1319
2.20 2.6899 2.6546 2.5206 2.3999 2.3519 2.3499 2.3479 2.3575
2.30 2.8500 2.8603 2.7354 2.6116 2.5823 2.5805 2.5802 2.5721
2.40 3.0074 3.0658 2.9549 2.8302 2.7806 2.7788 2.7811 2.7956
2.50 3.1622 3.2701 3.1786 3.0554 3.0067 3.0048 3.0105 3.0280
249

PRESSÃO pr
pr
PSEUDO- VALORES DE m( p )r = ∫ (µ µ ) Z dp r PARA TEMPERATURA
REDUZIDA 0 1

PSEUDO-REDUZIDA Tr DE
Pr 1.05 1.15 1.30 1.50 1.75 2.00 2.50 3.00
2.60 3.3143 3.4726 3.4060 3.2872 3.2403 3.2383 3.2482 3.2691
2.70 3.4638 3.6727 3.6367 3.5251 3.4813 3.4792 3.4942 3.5191
2.80 3.6108 3.8701 3.8700 3.7690 3.7297 3.7272 3.7483 3.7776
2.90 3.7553 4.0846 4.1056 4.0185 3.9851 3.9824 4.0106 4.0449
3.00 3.8974 4.2560 4.3429 4.2735 4.2474 4.2444 4.2809 4.3206
3.25 4.2456 4.7260 4.9417 4.9303 4.9299 4.9296 4.9903 5.0465
3.50 4.5859 5.1857 5.5444 5.6102 5.6466 5.6563 5.7459 5.8235
3.75 4.9183 5.6338 6.1461 6.3089 6.3944 6.4224 6.5462 6.6503
4.00 5.2430 6.0700 6.7434 7.0228 7.1705 7.2259 7.3894 7.5257
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4.25 5.5622 6.4973 7.3356 7.7491 7.9723 8.0629 8.2745 8.4484


4.50 5.8776 6.9181 7.9228 8.4853 8.7933 8.9296 8.2004 9.4168
4.75 6.1892 7.3324 8.5032 9.2289 9.6339 9.8239 10.1654 10.4297
5.00 6.4970 7.7399 9.0758 9.9772 10.4907 10.7437 11.1682 11.4859
5.25 6.8011 8.1404 9.6400 10.7263 11.3616 11.6870 12.2073 12.5841
5.50 7.1014 8.5345 10.1951 11.4803 12.2446 12.6520 13.2811 13.2232
5.75 7.3980 8.9218 10.7409 12.2318 13.1379 13.6368 14.3883 14.9020
6.00 7.6909 9.3025 11.2773 12.9815 14.0397 14.6399 15.5274 16.1193
6.25 7.9809 9.6780 11.8066 13.7293 14.9488 15.6988 16.6956 17.3731
6.50 8.2688 10.049 12.3311 14.4749 15.8643 16.6915 17.8901 18.6617
6.75 8.5546 10.417 12.8504 15.2177 16.7846 17.7366 19.1096 19.9841
7.00 8.8383 10.781 13.3644 15.9669 17.7087 18.7927 20.3527 21.3390
7.25 9.1198 11.140 13.8730 16.6917 18.6356 19.8589 21.6184 22.7253
7.50 9.3992 11.496 14.3760 17.4219 19.5644 20.9337 22.9053 24.1421
7.75 9.6764 11.847 14.8735 18.1471 20.4942 22.0163 24.2124 25.5883
8.00 9.9516 12.195 15.3655 18.8669 21.4242 23.1057 25.5386 27.0627
8.25 10.225 12.540 15.8527 19.5824 22.3551 24.2007 26.8821 28.5650
8.50 10.497 12.883 16.3358 20.2946 23.2874 25.3004 28.2415 30.0944
250

PRESSÃO pr
pr
PSEUDO- VALORES DE m( p )r = ∫ (µ µ ) Z dp r PARA TEMPERATURA
REDUZIDA 0 1

PSEUDO-REDUZIDA Tr DE

Pr
1.05 1.15 1.30 1.50 1.75 2.00 2.50 3.00
8.75 10.768 13.2231 16.815 21.0033 24.2205 26.4040 29.6156 31.6903
9.00 11.037 13.5614 17.2901 21.7081 25.1539 27.5107 31.0037 33.2314
9.25 11.305 13.8976 17.7612 22.4090 26.0869 28.6200 32.4048 34.8371
9.50 11.572 14.2315 18.2283 23.1057 27.0192 29.7311 33.8182 36.4666
9.75 11.837 14.5632 18.6914 23.7981 27.9502 30.8437 35.2431 38.1191
10.00 12.101 14.8926 19.1505 24.4860 28.8797 31.9570 36.6786 39.7937
10.50 12.626 15.5473 20.0604 25.8522 30.7359 34.1873 39.5759 43.1956
11.00 13.148 16.1969 20.9615 27.2075 32.5885 36.4211 42.5019 46.6559
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11.50 13.666 16.8412 21.8537 28.5508 34.4882 38.6554 45.4518 50.1691


12.00 14.182 17.4804 22.7367 29.8815 36.2740 40.8873 48.4215 53.7299
12.50 14.694 18.1145 23.6105 31.1992 38.1035 43.1147 51.4073 57.3337
13.00 15.203 18.7435 24.4750 32.5036 39.9223 45.3355 54.4059 60.9761
13.50 15.708 19.3673 25.3303 33.7943 41.7295 47.5481 57.4142 64.6533
14.00 16.210 19.9859 26.1763 35.0712 43.5240 49.7510 60.4295 68.3305
14.50 16.709 20.5993 27.0132 36.3344 45.3055 51.9431 63.4490 72.0941
15.00 17.204 21.2076 27.8409 37.5837 47.0731 54.1231 66.4718 75.8571
251

APÊNDICE D
Interpretação Teste de Formação DST, Poço PUC – X1

D.1
Antecedentes

De 8 a 17 de abril de 2003, foi feito um teste de formação DST em linha de


5” no poço PUC – X1; os trechos provados foram de 4350 a 4355 mts. e de 4359
a 4368 mts do arenito Robore III.
Para registrar os dados de pressão, baixaram-se dois registradores eletrônicos, o
superior colocado a uma profundidade de 4322.03 mts e o inferior a 4324,33 mts.
O desenvolvimento do teste foi o seguinte:

Teste Tempo
Fluxo 1 10 min
Estática 1 60 min
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Fluxo 2 24 horas
Estática 2 48.5 horas
Fluxo 3 90.5 horas

D.2
Desenvolvimento do teste

O desenvolvimento e os resultados do teste foram os seguintes:


Fluxo 1 (10 min), reação imediata de forte intensidade, com choke 16/64”, com
evacuação de fluido de completação.
Estática 1, (60 min), Espaço anular estático.
Fluxo 2 (24 horas), reação imediata de forte intensidade, com evacuação de fluido
de completação, choke 16/64”. Aos 15 minutos do segundo fluxo, presença de
gás na fossa, chama de cor amarelo-laranja. Durante as últimas 19 horas de fluxo,
a quantificação da vazão deu os seguintes resultados:
252

Tempo Ck P. Surg Condens Gás RGP ºAPI


Hrs n/64” Psi BPD MMpcd PC/BBL
19 16 4250 104 6,268 60269 59

Estática 2 (48,5 horas), espaço anular estático. Pressão acumulada em superfície


3300 psi.
Fluxo 3 (90,5 horas), durante o terceiro fluxo, efetuou-se a seguinte quantificação
de vazões, com o fim de determinar o Potencial Absoluto de Fluxo no poço:

Tempo CK P.Surg. Pet Gás RGP ºAPI Água Salin Press.


Hrs n/64” PSI BPD MMPCD PC/BBL BPD PPM Cl- fundo
PSI
12 12 5950 72 4,817 66903 58,6 6 700 7815
12 16 4380 88 6,296 71545 58,6 11 700 6009
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12 20 3350 98 7,337 74867 58,2 17 700 4865


12 24 2460 109 8,080 74128 58,2 17 700 3978
38 16 4500 89 6,281 70573 59,5 10 700 6188

Os parâmetros do reservatório determinados mediante a interpretação foram:

Parâmetros Unidades Valor


Permeabilidade k md 1,234
Capacidade de Fluxo kh md-ft 76,5
Dano s 17,8
Armazenagem Cs bbl/psi 2,92 e-4
Pressão Reservatório Pr psia 10477
Temp. Reservatório Tr ºF 270
Espessura do Reservatório ht pés 62
Porosidade φ 0,07
Saturação água Sw 0,45
Saturação gás Sg 0,54
Compressibilidade Ct psi^-1 2,64 e-5
253

Os parâmetros do fluido
Parâmetros Unidades Valor
Densidade Gás Dg 0,63
Densidade Condensado API ºAPI 59
Relação Cond – Gás RCG STB/MMscf 16,6
Relação água – Gás RWG STB/MMscf 0,00
Salinidade água Ppm 0,00

Os parâmetros de Separador são:


Pressão Separação: 1500 psia
Temperatura Separação: 85 ºF
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254

APÊNDICE E
Análise Instrumental Cromatografia Gasosa

E.1
Introdução

A técnica mais comum para saber o que contém o gás natural é a da análise
cromatográfica. Os cromatógrafos são equipamentos compostos de colunas
construídas com aço inoxidável ou plástico, cheias de substâncias que atraem
individualmente cada um dos componentes em função de sua composição.
Assim, à medida que o gás avança dentro do tubo, cada componente adere à
superfície da sustância utilizada como recheio e permanece retida por um
determinado período. Isso permite que os diferentes componentes que integram a
mostra gradualmente se separem. À saída do tubo existe um detetor encarregado
de registrar o momento em que passou um componente puro.
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O analista (pessoa encarregada de operar os equipamentos) encarrega-se de


que o usuário do conhecimento receba o relatório de maneira apropriada. De sua
interpretação posterior virá o bom uso dos projetos existentes ou a prevenção
necessária para que as instalações sejam capazes de manejar os fluídos tal como o
previu o projetista. Com as análises feitas no laboratório os diversos integrantes
da amostra vão sendo identificados . Quando já se tem ensaiado o uso da
ferramenta, o processo torna-se rotineiro e o analista identifica com segurança a
composição de cada uma das amostras que chegam ao laboratório.
Portanto, é necessário que existam esses equipamentos nas plantas de
processamento de gás natural. Os profissionais experientes trabalham com a
segurança exigida quando as circunstâncias os obrigam. Assim, garante-se não
somente a operabilidade eficiente da instalação, mas, além disso, o operador pode
se antecipar com as correções necessárias antes que o problema seja evidente.
Quando as plantas de gasolina natural não dispunham dos cromatógrafos em
linha, o operador dava-se conta da mudança da composição quando após doze
horas e seria necessário outro meio dia para estabilizar a torre. De fato, a
produção sairia das especificações. Agora, a cada vinte minutos, é possível ter a
análise da composição que está chegando e, no caso da mudança do produto,
produzir-se-iam as ações imediatas que fossem necessárias para corrigir os
desvios.
255

E.2
Obtenção da composição molecular do gás para o poço PUC – X1

Para a obtenção da composição molecular do gás, inicialmente toma-se uma


amostra em uma ponte de medição de transferência do carregador ao
transportador; tal amostra é transportada até o laboratório para sua respectiva
análise. Ver figura E.1
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Figura E.1 Cilindro para obter amostra de gás

Para realizar a análise, deve-se contar com um gerador de hidrogênio e


também com um cromatógrafo.
O cromatógrafo utilizado nesta análise foi um VARIAN 3300/3400, as
figuras E.2 e E.3 mostram em detalhes todas as partes do aparelho.
O seguinte procedimento foi feito no laboratório para obter a fração molar
do gás para o poço PUC – X1:
1. Acesso do gerador de hidrogênio (gas carrier), utilizado como gás de
transporte. Quando o gás alcança uma pressão de 65 psi mediante uma
conexão de tubing até o cromatógrafo, figura E.4, a pressão é regulada
por válvulas reguladoras de pressão a 40 psi, para proceder ao acesso do
cromatógrafo.
256

FIGURA E2

Detector Cover

Opening For Autosampler

Gas Inlets

Main Power
Fan Exhaust Switch

Detector Analog Out


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Transformer Fuse

Heaters Fuse
Carrier Gas Filter

Power Out
120 Vac

Power Out
240 Vac
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FIGURA E3
Printed Circuit Boards
Connector Cam

Battery Back-up Switch

Battery Back-up Switch

Pneumatics Cabinet
Injector
Inject Switch
Pneumatics Front Panel

Printer / Plotter Detector


Display

Keyboard

Main Door Normally Covered by:


High voltage Cover
Column Oven Door
257
258
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Figura E.4 Gerador de Hidrogênio

2. Uma vez alcançada a pressão, procede-se à calibragem e então espera-se


um tempo aproximado de 10 a 14 horas para que o equipamento
estabilize e possa proceder à realização das análises correspondentes.
3. Deve-se ter muito cuidado para que não falte água destilada desionizada
no gerador de hidrogênio e a Sílica Gel esteja seca e de cor azulada.
4. Conecta-se o cilindro à amostra de gás numa válvula reguladora (regula
a 20 psi), figura E.5, deixando sair o gás do cilindro para tirar todo o ar
possível que tenha restado no momento em que a conexão foi feita com
cilindro (aproximado 1 min); proceder à injeção até os detetores.
259

Figura E.5 Conexão do cilindro com amostra


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5. Uma vez obtida a amostra representativa, procede-se ao início do processo


de análise, pressionando “start”.
6. O processo tem duração de aproximadamente 22 min para fornecer um
resultado final, medido em % molar. Figura E.6

Figura E.6 Obtenção de Resultados.


260

Os valores obtidos são os seguintes:

TABELA E.2
Composição do Gás Natural, Poço PUC – X1

Componente Formula Fração Molar


Metano CH 4 90,74

Etano C2 H 6 3,77

Propano C3 H 8 1,15

Iso-Butano iC4 H10 0,19

Butano Normal nC4 H10 0,27

Iso-Pentano iC5 H12 0,12

Pentano Normal nC5 H12 0,09


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Hexano C 6 H 14 0,18

Heptano + C7 H16 + 0,1

Nitrogênio N2 0,01

Dióxido de Carbono CO 2 3,38

Gás Sulfídrico H 2S 0,0

Fonte: Elaboração Própria


261

APÊNDICE F
Sistema De Automatização Do Sistema Global De Um Poço Gás

O Microsoft Excel é uma ferramenta poderosa para analisar e apresentar


informações. Um dos pontos fortes do Excel sempre foi sua linguagem de macro.
Desde que o Excel apareceu pela primeira vez, sempre teve a linguagem de macro
mais abrangente e flexível do que qualquer outro programa de planilha eletrônica.

Quando se começa a escrever macros no Excel, é preciso aprender duas


habilidades diferentes. A primeira é aprender a trabalhar com o Visual Basic for
Applications (VBA). A segunda é aprender a controlar o Excel. Quanto mais se
conhecer sobre o Excel como aplicativo de planilha eletrônica, mais eficaz será o
desenvolvimento de macros que controlam o Excel.

Para a implementação deste projeto, utilizou-se a ferramenta Excel XP


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(2002). Ao executar esta aplicação desde o entorno gráfico da planilha eletrônica


de Excel, projeta-se a interface principal com opções iterativas, tais como
(reservatório, coluna de produção, choke, coluna horizontal) Figura F.1.
. Figura F.1 Formulário Principal

Figura F1 Formulário Principal


262

A aplicação concentra-se em duas fases: primeiro, a entrada de dados no


sistema, ingressando as opções antes mencionadas; segundo, a execução dos
métodos de cálculo para a otimização do sistema do poço em estudo.
O ingresso de dados do reservatório realiza-se de maneira automática através
do formulário “Dados do Reservatório”, figura F.2, que interatuam diretamente
com a planilha eletrônica principal; se existem dados já definidos anteriormente,
deve-se cancelar a inserção ou simplesmente não executar a interface mencionada.
Da mesma maneira, procede-se às seguintes interfaces visuais, ingressando
os dados externos ao sistema e devem-se executar todos os formulários de dados
antes de continuar o processo de cálculo para um correto funcionamento. O
acesso a esses formulários realiza-se de forma independente ou aleatória, de
acordo com o critério do usuário. Formulários F.3 , F.4 , F.5 e F.6
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Figura F.2 Formulário Dados do Reservatório


263
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Figura F.3 Formulário Dados do Tubo de Produção

Figura F.4 Formulário Dados da Linha de Surgência


264

Figura F.5 Formulário Dados do Choke


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Figura F.6 Formulário Dados Pressão de Separação

Após definir os dados iniciais, procede-se à segunda fase, ingressando na


opção “continuar” do formulário principal; essa opção refletirá a interface que se
encarrega de inserir os valores correspondentes aos componentes do gás. Figura
F.7

Figura F.7 Formulário Dados Componentes de Gás


265

O seguinte formulário apresenta as duas alternativas para determinar o


Potencial Máximo Do Poço (AOF); cada uma dessas alternativas contêm métodos
correspondentes de cálculo. Figura F.8

Figura F.8 Formulário de Alternativa de escolha

O acesso à região “Dados de Teste” visualiza o formulário que descreve os


3 tipos de teste; o ingresso em qualquer dessas opções maneja o mesmo objeto
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gráfico para o ingresso de dados, que possui algumas modificações de entorno que
identificam cada tipo de teste. Figura F.9

Figura F.9 Formulário Tipo de Teste Poço

Da mesma forma que no formulário de dados de teste, todas as demais


interfaces contêm quadros de textos de entrada de dados que unicamente
permitem continuar com a execução do programa. Figura F.10
266

Figura F.10 Formulário Dados Teste de Fluxo pós Fluxo


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Caso contrário, o sistema emitirá uma mensagem de erro “Inserir Dados”,


para o qual deve-se inserir o registro dos valores de entrada. Figura F.11

Figura F.11 Formulário Quadro de Dialogo Verificação


de Vazão de fluxo e Vazão de erosão

A continuação desse processo de determinar a vazão de fluxo mínima para o


levantamento de líquido contínuo e a vazão de erosão que se mostra
antecipadamente por meio do quadro de diálogo anterior (figura F.10), para então
prosseguir com a planilha eletrônica correspondente e realizar o cálculo, Figura
F.12
267
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Figura F.12 Planilha Eletrônica de Cálculo da Vazão de Fluxo Mínimo e Vazão de Erosão

Seguindo a seqüência do sistema, analisa-se a pressão de orvalho, da mesma


maneira que na planilha eletrónica anterior, utilizando um quadro de diálogo para
sua apresentação, figura F.13, para então prosseguir com a planilha eletrônica
correspondente, figura F.14.

Figura F.13 Formulário Quadro de Diálogo Pressão de Orvalho


268
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Figura F.14 Planilha Eletrônica de Cálculo da Pressão de Orvalho

No seguinte objeto visual, pode-se observar todas as opções de seleção que


fazem referência aos métodos de cálculo do AOF, figura F.15; com a seleção de
cada método, o formulário transfere dados para a planilha eletrônica
correspondente ao método indicado para sua posterior execução, figura F.16 ,
pressionando o botão “gerar dados”.

Figura F.15 Formulário Determinação do IPR e AOF


269

O processo de cálculo encontra-se implementado no editor de código de


cada planilha eletrônica. Após a obtenção dos dados resultantes, prosseguir a
execução, clicando no botão “continuar” .
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Figura F.16 Planilha Eletrônica de Cálculo do AOF (Método Simplificado)

Uma vez executados os distintos métodos de cálculo do AOF para maior


efeito de comparação, pressiona-se o botão “Resumo”, cuja função é relacionar os
dados de enlace direto de cada método anteriormente aplicado a uma planilha
eletrônica devidamente estruturada, figura F.17
270

Figura F.17 Planilha Eletrônica Resumo de Valores de AOF, (Dados do Teste)


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De forma similar, realiza-se o processo de cálculo dos métodos que intervêm


na entrada de dados do Reservatório, projetando uma interface conformada pelos
mesmos métodos anteriores. A seleção de um método, figura F.18, e a aceitação
do mesmo permite orientar a transferência dos parâmetros principais para a
estrutura de dados organizada da planilha eletrônica à qual faz referência, figura
F.19. Esses dados são capturados desde a planilha principal que guarda os valores
iniciais.

Figura F.18 Formulário Determinação AOF e IPR com Dados


Reservatório
271
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Figura F.19 Planilha Eletrônica de Cálculo do AOF, (Método Simplificado)

Sob o mesmo critério, procede-se para gerar os valores resultantes do método a


aplicar. Da mesma forma que o anterior, fazer um resumo dos métodos figura
F.20

Figura F.20 Planilha Eletrônica Resumo de Valores de AOF, (Dados do Reservatório)


272

Ambas alternativas de cálculo, tanto de teste como de reservatório,


compartilham um mesmo formulário de cálculo, (Queda de Pressão na Tubulação
Vertical), figura F.21, uma vez selecionado o método para sua execução situado
no formulário de “Determinação de AOF e IPR”.

Figura F.21 Formulário Queda de Pressão na Tubulação Vertical


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Essas duas opções executadas interagem cada uma com sua respectiva
planilha eletrônica, figura F.22

Figura F.22 Planilha Eletrônica, Queda de Pressão no Tubo Vertical (temperatura e


compressibilidade média)
273

Para obter uma comparação dos dois métodos apresentados com seu
respectivo gráfico, figura F.23, deve-se pressionar “Resumo” no formulário da
figura F.21.
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Figura F.23 Planilha Eletrônica Ressumo de Pressão na Cabeça do Poço.

Posteriormente, selecionar no formulário da figura F.21 a opção de segundo


plano “nó solução cabeça do poço”, ingressando diretamente no sistema de
cálculo da tubulação de surgência (horizontal), que reflete em uma interface os
métodos que determinam a queda de pressão na horizontal, figura F.24. Assim
como todos os métodos anteriores, estes estão também inter-relacionados com
planilhas eletrônicas a partir do mesmo editor de código de cada formulário.
274

Figura F.24 Formulário Queda de Pressão na Linha de Surgência

Cada um dos métodos executados envia automaticamente seus resultados à


planilha eletrônica dedicada à comparação dos métodos, figura F.25.
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Figura F.25 Planilha Eletrônica Queda de Pressão na Linha de Surgência

Comparam-se todos os métodos apresentados e executados no formulário da


figura F.24, clicando em “Resumo” na mesma figura, resultando em uma planilha
eletrônica de comparação dos métodos, figura F.26
275
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Figura F.26 Planilha Eletrônica Resumo de Pressão na Cabeça do Poço (Linha de


Surgência)

Após deduzir os distintos valores resultantes, confirma-se no botão


“Seguinte” no formulário da figura F.24, que permitirá a ativação da planilha
eletrônica dedicada ao cálculo de sensibilidade aos diâmetros do tubo vertical e a
linha de surgência, figura F.27.
Depois de definir os valores dos diferentes diâmetros de tubulação vertical e
horizontal, na figura F.27, executa-se o botão “Gerar Gráfica”, que se reflete
graficamente a projeção das curvas anteriormente sensibilizadas, para então
introduzir os valores ótimos dos diâmetros, que são obtidos pelo usuário desde a
representação gráfica dos dados, figura F.28
276
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Figura F.27 Planilha Eletrônica, Sensibilidade ao Diâmetro, Tubo Vertical e Linha


de Surgência

Figura F.28 Planilha Eletrônica, Representação Gráfica dos Diâmetros Sensibilizados


277

Definidos os valores de diâmetros no passo anterior, calcula-se a pressão


downstream do choke que realiza o cálculo em uma planilha eletrônica que faz
parte do sistema, figura F.29
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Figura F.29 Planilha Eletrônica, Cálculo Pressão A Jusante do Choke

Uma vez determinados, esses valores de pressão são transferidos simultaneamente


à planilha eletrônica orientada à sensibilidade do choke, figura F.30

Figura F.30 Planilha Eletrônica, Sensibilidade ao Choke


278

Se o sistema recebe entrada de dados do reservatório, imediatamente


desdobra um formulário que permitirá o ingresso de valores de perfurações,
figura F.31, clicamos em “aceitar” e passamos a uma planilha eletrônica para
fazer as sensibilidades às perfurações, figura F.32.
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Figura F.31 Formulário Dados das Perfurações

Figura F.32 Planilha Eletrônica, Sensibilidade às perfurações


279

Na planilha eletrônica da figura F.32, clicar em “continuar”, aparecendo


um quadro de diálogo “Nó Solução no Separador”, aceitar.

Figura F.33 Quadro de Diálogo Nó Solução no Separador

Ingressando diretamente na planilha eletrônica. Tanto os resultados de teste


como os de reservatório estão interligados a dita planilha e determinam a pressão
de separação dentro do sistema total, figura F.34.
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Figura F.34 Planilha Eletrônica, Sensibilidade Pressão no Separador

Clique em, “continuar”; aparece o quadro de diálogo “Nó Solução no


Choke”, figura F.35 dando o processo final do sistema, concentra-se no cálculo
dos valores já sensibilizados nos distintos ambientes do programa, determinando
assim os valores de produção otimizados, tais como a vazão de produção, pressão
de fundo, pressão na cabeça, pressão a jusante do choke e a pressão de
separador, 1500 psia para nosso caso de estudo, figura F.36.
280

Figura F.35 Quadro de Diálogo Nó Solução no Choke


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Figura F.36 Planilha Eletrônica, Análise Total Do Sistema de Produção

Os dados formam parte do documento de impressão (planilha eletrônica, figura


F.36) que reflete os dados otimizados e a representação gráfica da “Análise Total
do Sistema”, figura F.37.
281
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Figura F.37 Análise Total do Sistema de Produção


282

APÊNDICE G
Sistemas e Conversões de Unidades

Variáveis e Parâmetros em Diversos Sistemas de Unidades

Variável ou parâmetro SI DARCY PETROBRAS AMERICANO


Comprimento m cm m ft

Massa kg g kg lb
Temperatura absoluta K K K ºR
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Tempo s s h h
Permeabilidade m2 darcy md md
Pressão Pa atm kgf cm 2 psi

Viscosidade Pa.s cp cp cp

Vazão m3 s c m3 s m3 d bbl d

Volume m3 cm 3 m3 bbl
283

Constantes Físicas

Constante Universal dos Gases (R)

Unidade psi . ft 3 lbf ft atm cm 3 cal kg cm 2 . m 3


mol − lb . º R mol − lb º R mol − g . K mol − g . K mol − kg . K

R 10,73 1.545 82,05 1,987 0,08478

ºAPI

141,5
º API = − 131,5
d (60º F )
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ÁGUA

Ponto Triplo Massa específica Gradiente Massa molecular


@ 15,56 ºC @ 15,56 ºC
0,01 ºC 999,014 kg m
3 2
0,0999 kg cm / m 18
32,018 ºF 62,4 lb ft
3 0,4331 psi ft
491,688 ºR 8,34 lb gal
273,16 K 350 lb bbl

AR

Massa específica @ 15,56 ºC Massa molecular média


1,2232 kg m
3 28,97

1,2232 x 10
-3
g cm 3
3
0,076362 lb ft
284

TABELAS DE CONVERSÃO DE UNIDADES

Comprimento

Polegada Pé Jarda Milha Milímetro Metro


(in) (ft) (yard) americana (mm) (m)
(U.S. (mile)
1 0,08333333 0,02777778 1,578283x10-5 25,4 0,0254
12 1 0,3333333 1,893939x10-4 304,8 0,3048
36 3 1 5,681818x10-4 914,4 0,9144
63.360 5.280 1.760 1 1.609.344 1.609,344
0,03937008 3,280840x10-3 1,093613x10-3 6,213712x10-7 1 0.001
39,37008 3,280840 1,093613 6,213712x10-4 1.000 1

Área

Polegada Pé quadrado Jarda Acre Milha quadrada Metro


2 2
quadrada (in ) (ft ) quadrada (acre) (U.S. Square quadrado
2
(square yard) mile) (m )
1 6,94444x10-3 7,71605x10-4 1,59423x10-7 2,490977x10-10 6,4516x10-4
144 1 0,1111111 2,29568x10-5 3,587006x10-8 9,2903x10-2
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1.296 9 1 2,06612x10-4 3,228306x10-7 0,8361274


6.272.640 43.560 4.840 1 0,0015625 4.046,856
4.014.489.600 27.878.400 3.097.600 640 1 2.589.988
1.550,0031 10,76391 1,195990 2,47105x10-4 3,861022x10-7 1

Volume

Polegada Pé cúbico Litro Metro cúbico Galão cúbico Barril


3) 3 3
cúbica (in (ft ) (l) (m ) (U.S.Gallon) (bbl)
1 5,787037x10-4 0,01638706 1,638706x10-5 4,329004x10-3 1,03072x10-4
1.728 1 28,31685 0,02831685 7,480520 0,1781076
61,02374 0,03531467 1 0,001 0,2641720 6,28981x10-3
61.023,74 35,31467 1.000 1 264,1720 6,289810
231,0000 0,1336806 3,785412 0,003785412 1 0,02380952
9.702,001 5,614584 158,9873 0,1589873 42 1

Massa

Onça (ounce) Libra (lb) Quilograma (kg) Tonelada (ton)


1 0,0625 0,02834952 2,834959x10-5
16 1 0,4535924 4,535924x10-4
35,27396 2,204623 1 0,001
35.273,96 2.204,623 1.000 1
285

Pressão

2 2
Kgf/cm kPa Lbf/in (psi) Atmosfera (atm)
1 98,06650 14,22334 0,9678411
0,01019716 1 0,1450377 0,009869233
0,07030695 6,894757 1 0,06804596
1,033227 101,3250 14,69595 1

Permeabilidade

2 2
Milidarcy (md) darcy m cm
1 1x10-3 9,86923x10-16 9,86923x10-12
1.000 1 9,86923x10-13 9,86923x10-9
101.325x1010 101,325x1010 1 104
101,325x109 101,325x106 10-4 1

Viscosidade

2
Centipoise (cp) Pacal-segundo (Pa.s) dina.s/cm
1 1x10-3 1x10-2
1.000 1 10
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100 0,1 1

Temperatura

de para Fórmula
º Fahrenheit Kelvin Tk = (T F + 459,67 ) / 1,8
º Rankine Kelvin Tk = TR 1,8
º Fahrenheit º Rankine T R = T F + 459,67
º Fahrenheit º Celsius TC = (T F − 32) 1,8
º Celsius Kelvin Tk = TC + 273,15

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