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DICAS DE REDAÇÃO

A melhor forma de aprender a escrever é... escrevendo.

A solução pode não ser tão simples, mas também não é nenhum “bicho-de-sete-cabeças”, como imaginam alguns.

Para redigir um bom texto, é imprescindível, em primeiro lugar, dominar o assunto e organizar suas idéias.

A grande armadilha que o candidato prepara para si é começar a escrever sem ter traçado um plano, um projeto, um esboço do que será
explorado nas linhas do texto.

Sendo assim, a partir do tema proposto, trace um rascunho das idéias que venham a surgir (o que veio à sua cabeça ao ler o enunciado). Se
for necessário, utilize palavras-chave.

Na redação, é VOCÊ o autor do texto. VOCÊ está com a faca e o queijo na mão. Por isso, deve tomar certos cuidados para apresentar à
banca um texto claro, objetivo e correto.

CONTEÚDO

Delimite o assunto para não se estender em demasia e acabar perdendo o “fio da meada”, o que poderia ser extremamente prejudicial a
você.

Divida o texto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Na introdução, procure apresentar o ponto central da argumentação.

Em seguida, desenvolva o assunto, tomando o cuidado de não se afastar do tema, nem apresentar contradições. Em suma, mantenha a
estrutura lógica do seu texto.

É válido, e extremamente útil, escrever palavras que serão a “linha mestra” de sua redação. Com essa providência, você aborda os principais
aspectos relacionados ao tema.

A conclusão deve encerrar o texto e ser, assim como a introdução, redigida de maneira clara e breve.

O que você deve evitar:

- usar chavões, ditos populares e frases feitas – isso torna o seu texto chato, pobre e repetitivo;

- expor sua opinião pessoal, A NÃO SER QUE ISSO SEJA EXIGIDO PELO EXAMINADOR, como na redação do concurso para o cargo de analista
judiciário do TRT da 4ª Região (cujo tema foi a reserva de vagas para os afrodescendentes). Caso isso aconteça, evite expressões como “eu
acredito”, “eu penso”, pois, afinal de contas, a redação está sendo elaborada por VOCÊ;

- repetir palavras – busque sinônimos ou, se não houver essa possibilidade, modifique toda a estrutura.

O que você deve buscar:

- dar seqüência lógica e progressiva às suas idéias;

- apresentar argumentos consistentes para o tema proposto;

- respeitar as regras gramaticais.

Nada disso vai adiantar se você:

- não tiver domínio sobre o assunto – afinal, é preciso conhecer o tema para desenvolver a redação;

- cometer erros gramaticais – é comum o candidato perder MUITOS pontos por conta de erros de ORTOGRAFIA (na dúvida em relação à
grafia da palavra, substitua-a por outra mais simples – você é o “dono da bola”; não arme uma cilada para si mesmo!), CONCORDÂNCIA
(releia a frase quantas vezes forem necessárias para que não haja nenhum erro de sintaxe de concordância – sujeito x verbo / adjetivo x
substantivo) e PONTUAÇÃO (cuidado, pois vírgula não é orégano, que se espalha a “Deus dará” – siga as regras de pontuação e, na dúvida,
modifique a estrutura oracional).

FORMA
Escreve melhor quem conhece e sabe aplicar as regras de ortografia, sintaxe de concordância, regência, crase, pontuação etc.

Não teríamos condições de esgotar esse ponto em uma única matéria. Para isso, precisamos de um curso inteirinho.

Nosso objetivo aqui é ajudá-lo a elaborar uma ótima prova de redação. Para isso, destacamos os problemas mais freqüentemente
encontrados na construção de um texto.

PROBLEMAS MAIS COMUNS

1 - Frases Fragmentadas

Decorre da pontuação errada de uma frase simples. A fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois pode dificultar a
compreensão.

ERRADO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.

CERTO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.

CERTO: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.

2 - Erros de Paralelismo

Cláudio Moreno e Paulo Guedes nos ensinam, em “Curso Básico de Redação”, que paralelismo sintático consiste em “apresentar idéias
similares numa forma gramatical idêntica”.

Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.

É como se tivéssemos elementos nos dois pratos de uma balança – é preciso mantê-los com a mesma estrutura sintática de forma que haja
um “equilíbrio”.

Vejamos alguns exemplos:

Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.

As orações que completam o sentido da oração principal apresentam estruturas sintáticas diferentes:

- economizar energia – oração reduzida de infinitivo;

- que elaborassem planos de redução de despesas – oração desenvolvida introduzida por uma conjunção integrante.

Para corrigir o período, respeitando-se a estrutura paralela, podemos apresentar duas orações subordinadas:

- reduzidas de infinitivo: “Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos de redução de despesas.

- desenvolvidas, com conjunção: “Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos
para redução de despesas.”

Nessa última forma, é facultado omitir a conjunção que introduz a segunda oração (apresentada entre parênteses).

Mais um problema de correlação: “Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa”.

Em um dos pratos da balança, temos indevidamente “Vossa Senhoria apresenta o projeto”, enquanto que, no outro, “uma alternativa”.

Uma possibilidade de correção seria: “Vossa Senhoria ou apresenta um projeto / ou propõe uma alternativa.”.

3 - Erros de Comparação

A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.

Veja os exemplos.

O salário de um professor é mais baixo do que um médico.

O padrão de comparação está entre “o salário de um professor” e o “médico” (médico baixinho esse, hem?)
Na verdade, o que se queria comparar eram os dois salários: o do professor com o do médico. Para corrigir esse erro de comparação, temos
duas possibilidades:

O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.

Ou substituindo a palavra “salário” pelo pronome demonstrativo correspondente: “o”.

O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.

4 - Ambigüidade

A ambigüidade de uma frase pode gerar problemas de compreensão, levando a um entendimento diferente do que o que pretendia o autor.

Isso ocorre com bastante freqüência ao empregar de modo indevido certos pronomes. Vejamos alguns casos.

CASO 1: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.

Quem seria exonerado: o Ministro ou o secretariado?

Para dirimir essa ambigüidade, a depender da resposta, poderíamos construir:

1 - O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.

Resposta: o exonerado seria o Ministro.

2 - O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste.

O emprego do pronome demonstrativo “deste”, que se refere ao elemento mais próximo, deixa claro que o secretariado seria exonerado, e
não o Ministro (que se encontra mais distante).

CASO 2 - Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.

O que foi objeto de roubo – a mesa ou o gabinete?

Para clarear o texto, podemos lançar mão do pronome relativo “o qual”, que se flexiona em gênero. Assim, usaríamos “o qual” para nos
referirmos a “gabinete” (masculino) e “a qual”, em referência a “mesa” (feminino).

Roubaram a mesa do gabinete no qual / na qual eu costumava trabalhar.

LETRA DE FORMA x LETRA CURSIVA

Muitos candidatos perguntam se podem redigir a redação em letra de forma. A não ser que a banca faça questão de letra cursiva - essa
exigência deve constar do edital ou do caderno de provas - não há nenhum problema, desde que tome o cuidado de diferenciar as letras
maiúsculas das minúsculas e de manter unidas letras que compõem a mesma palavra. Com isso, não há margem para perda de pontos por
problemas de ortografia.

TEMA

Foram temas da prova de redação de alguns dos mais recentes concursos da Fundação Carlos Chagas:

- sistema de cotas para afrodescendentes (TRT 4ª Região);

- Ética – princípios x prática (Analista Judiciário – TRT 6ª Região);

- “Fundamental para a vida, a paz torna-se um bem cada vez mais distante de todos.” (Técnico Judiciário – TRT 6ª Região);

- “A realização de um sonho”, tendo por base uma fotografia em que dois sujeitos em uma carroça puxada por um burro passavam em frente
à Central do Brasil – RJ (Auxiliar Judiciário – TRT 6ª Região);

REDAÇÃO OFICIAL

No concurso do TRT da 20ª Região, o candidato deveria redigir um ofício dirigido a um superior hierárquico de um Poder Público à sua
escolha.

Sobre o assunto (Redação Oficial), indico a leitura do Manual de Redação da Câmara dos Deputados (disponível na internet), item 8.3.

De forma resumida, apresentamos a seguir a definição e a estrutura de alguns documentos, que podem ser objeto de prova.

1) CARTA

É a forma de correspondência emitida por particular ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o MEMORANDO
(correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma
informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual responde.

- ESTRUTURA:

1. Local e data.

2. Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço.

3. Vocativo.

4. Texto.

5. Fecho.

6. Assinatura: nome e, quando necessário, função e cargo.

2) DESPACHO

É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode ter caráter
decisório ou apenas de expediente.

- ESTRUTURA:

1. Nome do órgão principal e secundário.

2. Número do processo.

3. Data.

4. Texto.

5. Assinatura e função ou cargo da autoridade.

3) MEMORANDO

É a correspondência interna empregada entre as unidades administrativas de um órgão, sem restrições hierárquicas e temáticas.

- ESTRUTURA:

1. Título abreviado, em minúsculas, número de ordem e sigla do órgão de origem.

2. Data.

3. Indicação do destinatário, cargo e sigla do órgão de destino.

4. Assunto: síntese do texto (em negrito).

5. Texto com parágrafos numerados a partir do segundo.

6. Fecho: “Respeitosamente” ou “Atenciosamente”, segundo a relação hierárquica entre os órgãos.

4) OFÍCIO

É o documento destinado à comunicação oficial entre órgãos da administração pública e de autoridades para particulares.
- ESTRUTURA:

1. Título abreviado (“Of.”), número de ordem e sigla do órgão de origem.

2. Local e data.

3. Endereçamento: forma de tratamento, cargo ou função seguido do nome do destinatário, instituição quando necessário e endereço.

4. Vocativo: função ou cargo.

5. Assunto: síntese do texto (em negrito).

6. Texto com parágrafos numerados a partir do segundo.

7. Fecho: “Respeitosamente” ou “Atenciosamente”, segundo a relação hierárquica entre o remetente e o destinatário.

5) PARECER

É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para análise e
competente pronunciamento. Visa a fornecer subsídios para tomada de decisão.

- ESTRUTURA:

1. Número de ordem (quando necessário).

2. Número do processo de origem.

3. Ementa (resumo do assunto).

4. Texto, compreendendo:

a) Histórico ou relatório (introdução);

b) Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas);

c) Fecho opinativo (conclusão).

5. Local e data.

6. Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.

CORRELAÇÃO VERBAL

Um dos assuntos mais recorrentes nos últimos concursos públicos tem sido “correlação verbal”, ou seja, a harmonia, sintonia que se
estabelece entre verbos e modos do mesmo período e, de uma forma mais abrangente, de um texto.

Uma incorreta articulação entre os verbos muitas vezes causa mal-estar aos ouvidos.

Imagine-se ouvindo alguém dizer ao seu lado: “O que você espera que eu faço?”... Há algo de errado nisso aí, não é mesmo?

Observe outro exemplo: “Os professores grevistas poderão sofrer retaliações se não voltassem ao trabalho.”.

Entre a locução verbal da primeira oração (verbo auxiliar no futuro do presente do indicativo) e o verbo da segunda (que se apresenta no
pretérito imperfeito do subjuntivo) não houve “sintonia”, pois, enquanto o primeiro indica um fato real (ainda que se perceba uma
possibilidade, fruto do valor do verbo auxiliar modal: eles poderão sofrer), o segundo verbo apresenta valor hipotética, como se fosse uma
suposição (“se não voltassem ao trabalho”).

Duas formas seriam válidas, a depender do contexto:

1) “Os professores grevistas poderiam sofrer retaliações se não voltassem ao trabalho.” – nesse caso, ambas as construções situam-se no
campo da suposição, da hipótese. Nesse caso, o texto poderia mostrar que os professores voltaram às salas de aula. Caso não tivessem feito
isso, estariam sujeitos a retaliações;
2) “Os professores grevistas poderão sofrer retaliações se não voltarem ao trabalho.” – agora, as construções denotam fatos reais. Os
professores estão em greve (fato) e poderão sofrer retaliações por esse motivo (fato) caso não retomem suas atividades. Na última oração,
nota-se o valor condicional do futuro do subjuntivo.
Apresentamos, a seguir, algumas “dobradinhas clássicas”.

Nada de sair por aí decorando! Essa é apenas uma lista exemplificativa, apresentada para que você perceba as formas de articulação verbal.

- PRESENTE DO INDICATIVO + PRESENTE DO SUBJUNTIVO:

“Quero que você me apresente àquele bofe hoje mesmo!”

- PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO + PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO:

“Pedi que me viesse à minha sala.”

- PRESENTE INDICATIVO+ PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO:

“Espero que ele tenha feito boa prova.”

- FUTURO DO PRETÉRITO INDICATIVO+ PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMP.SUBJUNTIVO

“Gostaria que você tivesse vindo à minha festa.”

– FUTURO DO SUBJUNTIVO + FUTURO DO PRESENTE INDICATIVO

“Quando eu passar no vestibular, rasparei a cabeça.”

- PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO + FUT.PRETÉRITO (simples ou composto) DO INDICATIVO:

“Se eu passasse no vestibular, rasparia a cabeça.”

- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO SUBJUNTIVO + FUT.PRETÉRITO COMPOSTO DO INDICATIVO:

“Se eu tivesse passado no vestibular, teria raspado a cabeça.”

Essas são apenas algumas das possibilidades de correlação entre os verbos.

Veja, agora, como esse assunto foi cobrado na prova para o TRE/SP pela Fundação Carlos Chagas (uma das mais recentes).

“Está correta a articulação entre os tempos e modos verbais na frase:

(A) Essa visão triangular, que o autor nos recomenda que retomássemos, consiste em que eram atendidas, simultaneamente, as questões
sociais, morais e econômicas.

(B) Joaquim Nabuco tinha a convicção de que a almejada visão triangular permitisse que tivessem sido plenamente atendidas todas as
necessidades humanas.

(C)) No século XIX, a luta de muitos abolicionistas incluía, entre as metas que perseguiam, a de que viessem a integrar-se os planos da ética,
da economia e do progresso social.

(D) Percebeu-se, já na luta dos abolicionistas do século XIX, que eles incluíssem entre suas metas a integração que deverá haver entre os
planos da ética, da economia e do progresso social.

(E) Era de se espantar que muitos abolicionistas do século XIX, que têm incluído entre suas metas um progresso em vários níveis, já
consideravam o desenvolvimento sob uma ótica mais complexa do que a nossa.”

O gabarito foi a letra “C”.

As formas verbais “incluía” e “perseguiam” estão no mesmo tempo e modo – pretérito imperfeito do indicativo -, enquanto que o verbo
auxiliar “vier”, por apresentar fatos hipotéticos (planos que fazem parte de uma luta), foi conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo.

As demais opções estão incorretas.

a) Os verbos “recomendar” (o autor nos recomenda) e “consistir” (Essa visão triangular ... consiste) estão no presente do indicativo. Assim,
os verbos “retomar” e “ser” devem situar-se, respeitadas as construções, no mesmo aspecto temporal: “Essa visão triangular, que o autor
nos recomenda que retomemos, consiste em que sejam atendidas, simultaneamente, as questões sociais, morais e econômicas.”.

Você percebeu por que o verbo “retomar” está no presente do subjuntivo? Lembrando que o modo subjuntivo situa os fatos no campo das
hipóteses, condições (ou seja, situações sobre as quais não se tem certeza), a forma “retomemos” se justifica por ser uma recomendação do
autor, sem que haja, por parte dos leitores, a obrigação de adotá-la.

b) A relação entre “tinha” e “permitisse” não é apropriada, tendo em vista que a segunda estaria estabelecendo uma idéia não adequada de
suposição ou hipótese, enquanto que a oração principal indica uma circunstância real (“Joaquim Nabuco tinha a convicção”).

O verbo “permitir” deveria ser conjugado no Futuro do Pretérito, por retratar um fato posterior a um fato passado (fato passado: a convicção
que tinha J.Nabuco / fato posterior a esse fato passado: os reflexos da visão triangular: o atendimento de todas as necessidades humanas).

Já, na seqüência, a construção passiva no pretérito mais-que-perfeito composto “tivessem sido atendidas” estabelece uma correta articulação
com o verbo anterior apresentado no Futuro do Pretérito.

Assim, a forma corrigida seria: “Joaquim Nabuco tinha a convicção de que a almejada visão triangular permitiria que tivessem sido
plenamente atendidas todas as necessidades humanas”.

d) Não há justificativa para o emprego da forma “incluíssem”, por não apresentar hipótese, suposição ou qualquer outra circunstância que
exija o modo subjuntivo.

O verbo anterior se encontra no pretérito perfeito do indicativo (“Percebeu-se”), o que leva o verbo da oração subordinada também para o
passado. O fato apresentado nessa oração subordinada (“os abolicionistas incluírem a integração em suas metas”) ocorreu antes do fato
designado na oração principal (“parecer”). Por isso, deve-se conjugar o verbo “incluir” no pretérito mais-que-perfeito (tempo que aponta um
momento passado anterior a outro momento passado): “incluíram” (pret.mais-que-perfeito), equivalente à forma composta “haviam
incluído”. Cuidado para não confundir com o pretérito perfeito, que apresenta a mesma grafia (incluíram).

Na seqüência, por apresentar um fato posterior a um momento passado, o verbo auxiliar da locução verbal DEVER + HAVER deve ser
conjugada no futuro do pretérito do indicativo: “Percebeu-se, já na luta dos abolicionistas do século XIX, que eles incluíram entre suas metas
a integração que deveria haver entre os planos da ética, da economia e do progresso social”.

e) O verbo 'ser', que inicia o período, está no pretérito imperfeito do indicativo (“Era”), mesmo tempo verbal do verbo "considerar"
(“consideravam”). Para destoar, a locução verbal 'ter incluído' foi apresentado no PRESENTE. Para corrigir, devemos conjugar esse verbo
também para o passado de modo que esteja em harmonia com os demais.

É adequada a construção no pretérito mais-que-perfeito composto, por se tratar de fato ocorrido anteriormente a outro fato passado: "Era de
se espantar que muitos abolicionistas do século XIX, que TINHAM INCLUÍDO entre suas metas um progresso em vários níveis, já
consideravam o desenvolvimento sob uma ótica mais complexa do que a nossa."

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal - parte 2

Ainda acerca da distinção entre COMPLEMENTO NOMINAL e ADJUNTO ADNOMINAL (continuação ao Ponto 33), vamos analisar outra questão
elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, na prova para Agente Tributário Estadual de MS.

Versa sobre uma charge do magnífico argentino Angeli (ADORO a Rê Bordosa!).

Infelizmente, meus parcos conhecimentos em Informática me impossibilitaram de reproduzir aqui o quadrinho (esse é um trabalho para o
Super-João...rs...).

Não tem problema nenhum. Se você ainda não leu essa prova, use a sua imaginação a partir de agora...rs....

Ela retrata uma família à mesa, com olhares de medo e apreensão (objeto da questão 19 da prova), em volta de um envelope que representa
o salário-mínimo. Acima, os seguintes dizeres atribuídos ao pai: “Tenho medo de abrir! Vai que evapora!”.

A questão é:

Assinale a alternativa que apresente, respectivamente, a correta função sintática de medo e de abrir no texto II.

(A) adjunto adverbial – objeto indireto

(B) predicativo do sujeito – complemento nominal

(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal

(D) objeto direto – adjunto adnominal

(E) objeto direto – complemento nominal

Atendendo a pedidos, vamos relembrar as funções sintáticas dos termos na oração.

Além dos termos essenciais - sujeito e predicado -, pode haver na oração outros elementos constitutivos: termos integrantes e termos
acessórios.
Os termos integrantes são os complementos: uns se ligam a substantivos, adjetivos ou advérbios (complementos nominais); outros se ligam
a verbos (complementos verbais), para lhes completar o sentido.

Os complementos verbais são: objeto direto, objeto indireto, agente da passiva e os predicativos (do sujeito e do objeto).

O complemento nominal vem normalmente ligado por uma preposição a um substantivo abstrato, um adjetivo ou um advérbio, integrando o
seu sentido ou limitando-o.

Os termos acessórios trazem informações adicionais, porém dispensáveis, à oração. São eles: o adjunto adverbial, o aposto e o adjunto
adnominal.

O adjunto adnominal é um termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja
a função deste na oração.

No Ponto 33, mostramos algumas formas de identificar se o termo ou expressão exerce a função de complemento nominal ou de adjunto
adnominal. Quando o termo regente for um substantivo abstrato, deve-se analisar o valor que o termo regido apresenta em relação àquele.
Se for ativo, a função é de adjunto adnominal (tudo com “a” – substantivo Abstrato com idéia Ativa é Adjunto Adnominal). Se for passivo, é
complemento nominal.

Vamos treinar: amor de mãe x amor à mãe

Em:

1) amor de mãe – a mãe pratica a ação de amar. Por apresentar idéia ativa, a expressão exerce a função de adjunto adnominal;

2) amor à mãe – a mãe recebe o amor. Como o valor é passivo, sua função é complemento nominal.

Hoje, mostraremos mais algumas formas de distinção.

1ª.dica: À exceção da preposição DE (que serve às duas funções), os complementos introduzidos por qualquer outra preposição (a, em, por)
será um complemento nominal (chegada ao espaço, resistência em surgir, dedicação ao povo, amor por alguém).

2ª.dica: Os complementos que vierem sob a forma verbal são complementos nominais por apresentarem essa idéia passiva. Exemplos:

• “osso duro de roer” = a idéia é “duro de ser roído” – idéia passiva -> complemento nominal

• Medo de cair = a idéia é “de sofrer uma queda” – idéia passiva -> complemento nominal

• Essa notícia é difícil de acreditar = a idéia é “difícil de ser acreditada” – idéia passiva -> complemento nominal.

Vamos analisar a questão da prova.

O primeiro elemento não deve ter gerado dúvidas. Trata-se de um complemento verbal direto. Assim, a função exercida por “medo”, em
“tenho medo” é objeto direto.

O segundo elemento liga-se ao primeiro por meio de preposição. O termo regente é medo, um substantivo abstrato. Precisamos definir se a
função do termo regido (“de abrir”) é adjunto adnominal ou complemento nominal.

Para isso, verificaremos o valor da expressão no contexto:

“Tenho medo de abrir! Vai que evapora!”

A idéia é: “Tenho medo de que, sendo aberto, evapore” – idéia passiva (o envelope não vai abrir, mas ser aberto) -> complemento nominal.
O gabarito foi letra E.

Reconheço que a vontade é grande de indicar a idéia ativa. Afinal, a lógica induz que o sujeito vai abrir o envelope, ou seja, praticar a ação.
Essa tendência se justifica pela proximidade com o verbo de “ter” (ter medo – ação praticada pelo sujeito).

Contudo, é preciso fazer a seguinte distinção: o que está relacionado a “abrir” não é o verbo “ter”, mas a idéia da abertura – idéia passiva de
o envelope ser aberto.

DISTINÇÃO ENTRE ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL

7 - As alternativas a seguir desempenham, no texto I, mesma função sintática, à exceção de uma assinale-a
a ) Até hoje, não surgiu nenhum sistema tão capaz DE FAZER A ECONOMIA CRESCER. (ele não indicou a expressão grifada, mas acredito que
tenha sido essa em letras maiúsculas.)
b) Os trabalhadores têm feito conquistas .... visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados A JORNADAS DE
TRABALHO DE 12 HORAS.
c) O individualismo característico dessas confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis À SEDUÇÃO DAS CLASSES
DOMINANTES
d) Tinham a convicção que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação
DAS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO....(idem)
e) Tinham a convicção que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação
das relações de produção e o crescimento DAS FORÇAS PRODUTIVAS.

Gabarito - E

Estão em pauta as seguintes funções sintáticas.

- COMPLEMENTO NOMINAL – função exercida por uma palavra ou uma expressão que complementa um ADJETIVO, um ADVÉRBIO ou um
SUBSTANTIVO ABSTRATO

- ADJUNTO ADNOMINAL – neste caso, a palavra ou a expressão complementa um SUBSTANTIVO CONCRETO ou um SUBSTANTIVO
ABSTRATO

Você deve ter notado que o SUBSTANTIVO ABSTRATO aparece nas duas funções, não é mesmo? Como se diferenciam, então? A partir da
idéia que o complemento apresenta em relação ao termo regente.

Se a idéia for ATIVA, é ADJUNTO ADNOMINAL (bisu: tudo com a letra "A" - substantivo Abstrato com idéia Ativa é Adjunto Adnominal)

Se a idéia for passiva, é complemento nominal (memorize por exclusão em relação ao outro).

A partir de exemplos, tudo fica mais fácil. Veja só:

1) a construção do arquiteto - "Construção" é um substantivo abstrato. Vamos analisar a função do complemento: o arquiteto constrói ou é
construído? Constrói. Então ele pratica a ação. A idéia é ATIVA. Logo, a expressão "do arquiteto" exerce a função sintática de ADJUNTO
ADNOMINAL.

2) a construção do prédio - O prédio constrói ou é construído? É construído. Sofre a ação verbal. Então a idéia é passiva. Logo, sua função
sintática é COMPLEMENTO NOMINAL.

Então, vamos complementar a definição:

- COMPLEMENTO NOMINAL - complementa um ADJETIVO, um ADVÉRBIO ou um SUBSTANTIVO ABSTRATO com idéia PASSIVA.

- ADJUNTO ADNOMINAL - complementa um SUBSTANTIVO CONCRETO ou um SUBSTANTIVO ABSTRATO com idéia ATIVA (tudo
com a letra A)

Voltemos, agora, à questão para analisarmos cada uma das opções:

a) Até hoje, não surgiu nenhum sistema tão capaz DE FAZER CRESCER A ECONOMIA.

CAPAZ é um adjetivo. Logo, "de fazer crescer a economia" exerce a função de complemento nominal.

b) Os trabalhadores têm feito conquistas .... visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados A JORNADAS DE
TRABALHO DE 12 HORAS.

OBRIGADOS é um adjetivo. Logo, "a jornadas de trabalho de 12 horas" é complemento nominal.

c) O individualismo característico dessas confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis À SEDUÇÃO DAS CLASSES
DOMINANTES

VULNERÁVEIS é um adjetivo. Assim, o que está grifado é complemento nominal.

d) Tinham a convicção que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação
DAS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO....
TRANSFORMAÇÃO é um substantivo abstrato (oba! vamos testar nossos conhecimentos!). Temos de analisar se o complemento apresenta
idéia passiva ou ativa. Em "para promover a transformação das relações de produção", o complemento "relações de produção" transformam
ou são transformadas? Elas são transformadas. Então a idéia é passiva. Com idéia passiva, o termo exerce a função de complemento
nominal.

e) Tinham a convicção que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação
das relações de produção e o crescimento DAS FORÇAS PRODUTIVAS.

CRESCIMENTO é também um substantivo abstrato (beleza!).

Em "o crescimento DAS FORÇAS PRODUTIVAS", FORÇAS PRODUTIVAS irão crescer. Assim, a idéia é ATIVA. Então, esse elemento exerce a
função sintática de ADJUNTO ADNOMINAL.

É A ÚNICA QUE SE DIFERENCIA DAS DEMAIS. Esse é o gabarito.

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