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LÍNGUA E PRÁTICA GESTUAL

RELATÓRIO DE APRENDIZAGENS

Marta Pateiro, Língua e Prática Gestual

2017/18 – 2º Semestre
Num ciclo de estudos que teve a duração de doze anos e que teve como objetivo a formação do
indivíduo em diferentes campos do desenvolvimento como a formação cívica, a aquisição de
habilidades, conhecimento, entre outros, testámos as nossas emoções e sentimentos. Á parte das
aprendizagens institucionais também crescemos com as conversas de amigos, quando
realizamos outros projetos, quando ligamos a televisão, a internet. Não podemos alterar um
facto: que os contextos não-institucionais também nos formam, também nos fazem crescer, nos
motivam e nos dão ferramentas para uma utilização, em princípio inteligente, pessoal ou
coletiva que nos permite uma empregabilidade, um lugar na sociedade e a nossa adaptação à
mesma e ao mercado de trabalho.

Foi com a perspetiva de entrada no mercado de trabalho que, à semelhança de muitos outros
jovens, optei pela via profissionalizante como uma alternativa à formação académica e de forte
componente teórica em oposição à forte componente técnica e profissional que optei por esta
via, procurando deste modo, obter uma entrada qualificada no mercado de trabalho. Esta minha
escolha foi também relevante para conseguir ultrapassar efetivas dificuldades de aprendizagem.

Doze anos se passaram, doze anos de escolhas (algumas difíceis) que me conduziram onde
estou hoje, ao que sou hoje, com olhos postos no futuro. Num futuro que tomou um rumo
diferente quando me propus pela via profissionalizante, mas que me fez tomar consciência da
importância de ingressar no ensino superior de modo a ir mais além. Uma janela de
oportunidades que antes se encontrava fechada e se tornou redutora para mim mas, que hoje se
encontra aberta e me permite alcançar outros voos.

Um foco de ambição, um desejo de continuar a trabalhar numa área onde o ser diferente não é
uma escolha, uma opção, mas um dado adquirido. Onde posso marcar a minha diferença da
mesma maneira que o fiz durante o meu estágio com o trabalho desenvolvido junto da terceira
idade e todos os outros projetos realizados ao longo do curso profissionalizante junto de faixas
etárias mais jovens. Toda esta experiência fez-me acreditar que apesar de todas as dificuldades
que possa encontrar ao longo do meu percurso enquanto pessoa, estudante, profissional, eu serei
vencedora.

Encontrei o meu papel na sociedade que nos rodeia. Um papel que não passa por ser o principal
ou o secundário, mas que passa sim, por fazer a diferença e trabalhar e desenvolver projetos,
colaborações junto da comunidade surda. Para abrir esta janela de oportunidade concorri ao
ensino superior. Entrei.

Entrei com a expectativa de sedimentar as minhas capacidades, de adquirir novas sensibilidades


sobre a importância da Língua Gestual Portuguesa e a grande necessidade de expandir os
valores da cultura surda. Avancei para o ensino superior contra todas as expectativas, em busca
de um desenvolvimento profissional e de um emprego melhor e por se tratar de uma profissão
estimulante onde as dinâmicas relacionais são fundamentais assim como por se tratar de uma
porta de entrada para novos horizontes culturais.

Procurei e procuro a inclusão como palavra-chave no ensino superior como sempre o fiz ao
longo do meu percurso estudantil e pessoal, mas apercebo-me que ao meu redor a palavra-chave
é integração, apesar de hoje em dia o ensino superior ser mais acessível e cada vez mais
essencial para o desenvolvimento profissional. Mas, a partir do meu caso questiono o carácter
inclusivo da instituição, na medida em que noto a ausência de mecanismos que possibilitem a
permanência das pessoas com necessidades educativas.

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Foi então que - ao longo do primeiro semestre e através das diferentes disciplinas como as
teóricas História e Cultura da Comunidade Surda; Iniciação à Tradução e Interpretação;
Linguística Portuguesa I; e as práticas Língua Gestual; Produção de Conteúdos para a Web e
Oficina Audiovisual - comecei uma nova construção do meu conhecimento e a adquirir
competências comunicativas em ambos os mundos da Língua Gestual Portuguesa (LGP) e da
Língua Portuguesa (LP).

A disciplina de Linguística Portuguesa I foi um abrir de olhos para mim em relação ao


raciocínio linguístico na medida em que me conduziu a questões sobre o funcionamento das
línguas, sobre como ocorre a aprendizagem da linguagem, ou o que significa saber uma língua,
o que me permitiu olhar com novos conceitos para esta área como uma ciência da linguagem.
Esta disciplina foi difícil, pois tive que assimilar muitos conteúdos num primeiro semestre
devido ao fosso existente entre os conteúdos e a exigência do ensino profissional. A disciplina
de História e Cultura da Comunidade Surda permitiu que adquirisse uma maior sensibilidade
face à comunidade surda e deu-me a conhecer a sua evolução ao longo da história e a atualidade
do seu processo educacional. Para que tal acontecesse, foram marcantes as aulas onde foram
explicitadas as grandes mudanças históricas na comunidade surda através da identificação e
problematização dos fatores de diferenciação. Foi igualmente importante, enquanto conteúdo
teórico, a disciplina de Iniciação à Tradução e Interpretação que me permitiu participar na
discussão levantada pela docente em relação ao conceito de tradução, a qual me deu a
compreender o papel do intérprete como mediador. Não fosse a tradução uma atividade muito
antiga na medida em que foi a forma que os homens encontraram para poderem comunicar. O
que me possibilitou aprender que não há atividade linguística sem tradução e que o próprio
indivíduo que está a aprender qualquer língua tem de necessariamente passar por esse processo.
O mesmo acontece no mundo dos surdos, no qual a tradução é a maneira de comunicar com os
ouvintes e entre aqueles que não ouvem.

Nas disciplinas de caráter prático começo por destacar a de Língua Gestual (LP), que me fez por
de parte a voz e tirar as mãos dos bolsos e deixar que as mãos “falassem” assim como me
possibilitou perceber que à semelhança de outras línguas, LGP tem uma gramática e um
dicionário próprio. O que desconhecia. Também de caráter prático, frequentei as disciplinas de
Produção de Conteúdos para a Web e Oficina Audiovisual. A primeira permitiu-me reforçar a
certeza do poder da tecnologia enquanto ferramenta de aprendizagem, a partir da exploração de
instrumentos informáticos adequados à construção de conteúdos para publicação on line e da
planificação e construção de protótipos para a web. Por fim, em Oficina Audiovisual, foi-nos
dado a conhecer a utilização de diferentes meios de comunicação o que fez com que ganhasse
uma maior autonomia na comunicação e interação com os outros. Mas acima de tudo forneceu-
me as ferramentas necessárias para desenvolver no futuro projetos audiovisuais no campo da
tradução e interpretação da língua gestual portuguesa.

Por vezes, ao longo deste semestre que passou, senti um confronto interno causado pela
necessidade de exposição pessoal a que não estava habituada e, acima de tudo, fez-me perceber
que pouco sabia sobre LGP. Ao mesmo tempo, nas avaliações e aulas práticas não existe por
vezes o “reconfortante” ruído dos colegas ou um olhar condescendente. Ficamos vulneráveis e é
então que tomo consciência da necessidade do gesto e ganho uma maior sensibilidade em
relação aos pequenos, aos grandes gestos que constroem o nosso dia-a-dia.

módulo, pretende-se, de forma breve, clarificar alguns “

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