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Consiste em escoar a água superficial e subterrânea, pois a água devido ao seu poder erosivo
e amolecedor é o principal inimigo das estradas. Ela é causa direta ou uma das causas que
contribuem para a maior parte dos problemas que acontecem nas vias de transportes.
Por exemplo, a inundação de todo o pavimento de ruas, e mesmo dos passeios, é admissível
desde que não seja freqüente.
Este é responsável pelo escoamento final das águas pluviais provenientes do Sistema Inicial
de Drenagem. A rede física do sistema de macro drenagem sempre irá existir, independente da
execução de obras específicas e independente da localização de extensas áreas urbanizadas, pois ela
é constituída pelos principais talvegues que são o escoadouro natural das águas pluviais.
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6. Drenagem Superficial
A drenagem superficial deverá evitar que essa água atinja a estrada, para o que se constroem
canais que a coletam e removem ou, no caso, em que ela cai sobre a pista de rolamento medidas
devem ser tomadas que evitem sua infiltração ou acumulação, o que é feito dando declividades
adequadas ao pavimento e usando revestimentos, praticamente impermeáveis, resguardando sua
segurança e estabilidade.
Bacia Hidrográfica
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Calcular a vazão, em função do tamanho da bacia existem a disponibilidade do projetista
vários métodos que permitem uma estimativa das vazões. Cabe ao projetista analisar aquela mais
apropriada para a região de interesse, levando em consideração, principalmente:
Este método ganhou este nome por ser o primeiro derivado da equação racional. Fornece
bons resultados para áreas de drenagem de até 60 hectares. A hipótese principal do método é que se
uma chuva cair sobre uma superfície impermeável a uma razão constante, o valor da vazão efluente
dessa superfície poderá se igualar ao valor da precipitação. O tempo necessário para atingir este
equilíbrio é chamado de tempo de concentração (tc). O valor tc refere-se ao tempo em que a chuva
que cai no ponto mais distante da seção considerada de uma área de drenagem leva para atingir esta
seção, ou seja, o tempo de concentração mede o tempo que leva para que toda área de drenagem
contribua para o escoamento na seção considerada. A partir dessa suposição, determinamos a vazão
efluente através da fórmula racional:
Q = C ×i× A d
Para áreas compostas de vários tipos de superfície use para C a média ponderada (Cp):
C1A1 + C 2 A 2 + C 3 A 3 + ..... + C n A n
Cp =
A1 + A 2 + A 3 + ..... + A n
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Os valores de C podem ser obtidos de tabelas, que relacionam o valor do coeficiente em
função da natureza da superfície onde ocorre o escoamento. A próxima tabela apresenta valores de
C normalmente utilizados.
V = (fórmula de manning)
η
Q = A . V (equação da continuidade - vazão na seção do conduto)
As valetas de proteção de cortes têm como objetivo interceptar as águas que escorrem pelo
terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte.
Seção Triangular
Seção Retangular
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Seção Trapezoidal
Na escolha do tipo de seção deve-se observar que as seções triangulares criam plano
preferencial de escoamento d'água, por isso são pouco recomendadas para grandes vazões. Por
motivo de facilidade de execução, a seção a adotar nos cortes em rocha deverá ser retangular.
As valetas com forma trapezoidal são mais recomendáveis por apresentarem maior
eficiência hidráulica.
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Em caso de revestimento de concreto este devera ter espessura mínima de 0,08 m e
resistência Fck/15Mpa para 28 dias. Quando do revestimento em pedra, esta devera ser rejuntada
com argamassa de cimento-areia no traço 1:4.
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f) a comparação entre a velocidade de escoamento e a velocidade admissível orientará a
necessidade ou não de alterar o revestimento previsto;
g) verifica-se o regime do fluxo através do cálculo da altura crítica cujas fórmulas a
empregar para as diversas seções são:
seção retangular:
seção trapezoidal:
sendo:
seção triangular:
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Tabela - Folga f para valetas revestidas
Q (m3/s) f (cm)
Até 0,25 10
0,25 - 0,56 13
0,56 - 0,84 14
0,84 - 1,40 15
1,40 - 2,80 18
acima de 2,80 20
Escalonamento de valetas
onde: E = espaçamento, em m;
H = altura da barragem do vertedouro, em m;
α = declividade natural do terreno, em %;
β = declividade desejada para o nível d'água em cada trecho escalonado, em %.
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Acontece na prática, não raro, a necessidade de retirada da água da valeta de proteção de
corte para a sarjeta ou para a caixa coletora de um bueiro de greide, devido às seguintes
particularidades, quando:
nos cortes muito extensos e de pequena declividade o comprimento crítico da valeta for
atingido, o que obrigaria a construção de seção com grandes dimensões;
quando o terreno a montante da valeta apresentar um talvegue secundário bem definido,
ocasionando a concentração de água num único local;
quando o perfil longitudinal da valeta apresentar-se sinuoso com vários pontos baixos,
obrigando, para que haja um escoamento contínuo, a grandes profundidades da valeta.
Nesses casos, o dispositivo de saída d água da valeta de proteção de corte para a plataforma
é comumente denominado descida d'água.
Essas descidas d’água em geral são construídas em degraus, como mostra a figura, ou
através de "rápidos" com anteparos. Assunto a ser visto com mais detalhes no item 0.0.
As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo
terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro. Além disso, têm a finalidade
de receber as águas das sarjetas e valetas de corte, conduzindo-as com segurança ao dispositivo de
transposição de talvegues.
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As seções adotadas podem ser trapezoidais ou retangulares, conforme as figuras.
Seção trapezoidal
Seção retangular
O dimensionamento hidráulico deve ser procedido de acordo com o item 6.2. Cuidado
especial deve ser tomado na fixação da área de contribuição quando a valeta tiver como objetivo,
além da proteção do talude de aterro, a captação das águas provenientes das sarjetas e valetas de
proteção de corte.
A sarjeta de corte tem como objetivo captar as águas que se precipitam sobre a plataforma e
taludes de corte e conduzi-las, longitudinalmente à rodovia, até o ponto de transição entre o corte e
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o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno natural ou para a valeta de aterro, ou
então, para a caixa coletora de um bueiro de greide.
As sarjetas de corte podem ter diversos tipos de seção, dependendo da capacidade de vazão
necessária.
a) Sarjeta triangular: é um tipo bem aceito, pois, além de apresentar uma razoável
capacidade de vazão, conta a seu favor com o importante fato da redução dos riscos de
acidentes.
De acordo com a figura, a sarjeta deve ter do lado do acostamento a declividade de 25%,
ou seja, 1:4 e do lado do talude a declividade deste.
Sarjeta Triangular
Sarjeta trapezoidal
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O meio fio barreira deverá ter aberturas calculadas, em espaçamento conveniente de modo a
permitir a entrada d'água proveniente da pista.
c) Sarjeta retangular: sua opção é quando a seção triangular não atender à vazão para a
descarga de projeto, ou em caso de cortes em rocha pela facilidade de execução.
Usa-se nesse caso também o meio fio de proteção com a mesma finalidade já citada, na
utilização da valeta trapezoidal.
Sarjeta retangular
Neste caso tem-se a vantagem de poder variar sua profundidade ao longo do percurso,
proporcionando uma declividade mais acentuada que o greide da rodovia, aumentando assim sua
capacidade hidráulica.
Quanto ao revestimento das sarjetas de corte, ele é função da velocidade de erosão, tabela a
seguir. Deve -se levar em conta neste caso o aspecto técnico-econômico, isto é, as conseqüências da
erosão e do custo do revestimento.
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Tendo em vista a localização da sarjeta junto ao pé do talude de corte, cuidados especiais
quanto à erosão devem ser levados em conta, pois deslizamentos de talude podem provocar
paralisações no tráfego e conseqüentes prejuízos significativos.
quando o revestimento for de pedra argamassada, o diâmetro máximo deve ser de 0,10m,
rejuntada com argamassa de cimento e areia no traço de 1:4;
quando for de concreto, o revestimento deverá ser dosado racionalmente para uma
resistência mínima à compressão simples Fck = 15 Mpa a 28 dias.
a espessura mínima para a sarjeta de concreto triangular é de 0,08m e para a retangular e
trapezoidal é de 0,10m.
a sarjeta deverá ser moldada no local com formas de metal ou de outro material que
proporcionem bom acabamento,
as formas (guias) serão espaçadas de 3,00m.
a concretagem envolverá um plano executivo, prevendo o lançamento do concreto em lances
alternados.
os segmentos intermediários serão executados após o início do processo de cura dos demais
redundando em juntas “secas”.
a intervalos de 12,0m serão executadas juntas de dilatação preenchidas com argamassa
asfáltica.
quando a sarjeta de concreto moldada no local se situar sobre uma base granular drenante,
antes do lançamento do concreto deverá o local ser forrado com material impermeável que
evite o preenchimento dos vazios da camada drenante pela penetração do concreto.
deverá haver uma perfeita união entre a face da sarjeta de concreto e o pavimento do
acostamento, evitando-se penetração d´água na sua junção.
Para o cálculo da descarga de projeto, calcula-se a contribuição por metro linear da rodovia
pela aplicação da fórmula racional, de vez que as áreas de contribuição,sendo pequenas, estão
dentro do limite de aplicabilidade desse método.
A fórmula básica é:
Q = C × i × Ad
onde: Q = descarga por metro linear da rodovia (m3/s/m);
C = coeficiente médio de escoamento superficial (adimensional), sendo a área de
contribuição formada por superfície de diferentes coeficientes de escoamento
adota-se a média ponderada de seus valores, usando-se como peso as respectivas
larguras dos implúvios.
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Excetuam-se os casos em que se torna necessária a construção de descidas com
deságüe diretamente na sarjeta de corte.
V =
η
(equação de Manning) (equação da continuidade), do que resulta,
Fixada a seção prévia da sarjeta, passa-se à determinação do seu comprimento crítico para as
diversas declividades do greide correspondente aos cortes existentes.
Q = C × i × Ad
Igualando-se as equações e
e considerando à área de implúvio A = L x d (área do retângulo de contribuição), tem-se:
1 2 1
C ×i×L×d = × A×R 3 × I 2
η
2 1
A×R 3 ×I 2
d=
C× i × L× η
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Na equação anterior, os valores de A, R e n são conhecidos de acordo com a sarjeta
projetada; os valores de C, i e L, são conhecidos, função da chuva de projeto, do tipo de
revestimento da pista e das características geométricas da rodovia, ficando I, declividade
longitudinal da sarjeta, como única variável ao longo do trecho estudado.
Pode-se assim elaborar a curva d = f (I) que permite determinar o comprimento crítico da
sarjeta função da sua declividade longitudinal.
Curva d = f(I)
Quando em um determinado trecho houver grande variação dos valores do implúvio, não é
recomendada a adoção de uma altura média de corte, e sim seus valores individuais, podendo-se
estabelecer um sistema que dê diretamente os comprimentos críticos baseados em eixos
coordenados, tendo nas abscissas as larguras do implúvio e nas ordenadas os comprimentos críticos.
Dessa forma, determina-se uma curva para cada declividade, passando o gráfico a constituir-se de
uma família de curvas, assumindo a seguinte forma:
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6.6 Sarjetas de Aterro
A sarjeta de aterro tem como objetivo captar as águas precipitadas sobre a plataforma, de
modo a impedir que provoquem erosões na borda do acostamento e/ou no talude do
aterro, conduzindo-as ao local de deságüe seguro.
Um tipo de sarjeta de aterro muito usado atualmente nas rodovias federais, estaduais,
interseções e trechos urbanos é o meio-fio-sarjeta conjugados.
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Meio-fio-sarjeta conjugados
As sarjetas em solo são indicadas apenas para rodovias secundárias, de pequena importância
econômica, ou durante período curto de utilização, podendo também ser construídas para
funcionamento temporário durante o tempo de execução da rodovia.
Entende-se por comprimento crítico da sarjeta a distância máxima acima da qual sua vazão
admissível é inferior à descarga de projeto, exigindo, portanto, uma descida d água.
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Para se chegar ao comprimento da reta de maior declive, cumpre observar:
para que CA seja uma curva de nível, Cota A = Cota C - mas, Cota A = B x L, considerando
a Cota de B como referência (0,000). O comprimento y da reta CB será:
Cota C – Cota B = α × y ou α × y = Cota C
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Substituindo a equação em
Como a espessura do fluxo é pequena em relação ã largura, toma-se o raio hidráulico igual ao
tirante d'água em conseqüência A = l x R.
ou seja:
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