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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
EMC5110 – LABORATÓRIO EM PROPRIEDADES MECÂNICAS

Laboratório em Propriedades
Mecânicas
Relatório 3 – Ensaio de Impacto

Carol Hinckel Simões


Ygor Póvoa Guimarães

Florianópolis,
Maio - 2018
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Sumário
Introdução 3

Ensaio de Impacto Charpy 3

Ensaio e Diagrama TTDF 3

Corpo de Prova 5

Propriedades do Material Obtidas no Ensaio de Impacto 6

Influência da Temperatura no Ensaio de Impacto 6

Mecanismo de alteração da curva TTDF 7

Fatores que Influem na temperatura de transição 7

Transição dúctil-frágil em Materiais poliméricos e Cerâmicos 7

Aspectos Macroscópicos das fraturas (frágil e dúctil) 8

Curva com os dados de Energia de Impacto em função da Temperatura 10

Determinar a temperatura de transição dúctil-frágil conforme as cinco (05)


metodologias disponíveis. 11

Bibliografia 11
2

Lista de figuras
3

Introdução
A utilização dos materiais em qualquer projeto deve vir junto com um
conhecimento anterior de como este mesmo material se comporta em diversas
situações. Muitas vezes ao utilizar materiais frágeis não é tão claro o entendimento de
quando poderá ocorrer uma fatura, por isso é importante, justamente em aplicações
onde se utilizam materiais frágeis, saber quando ocorre a fragilização dos materiais.
O ensaio de tração não consegue explicitar todas as propriedades de um material,
principalmente em relação à carregamentos dinâmicos. O conhecido comportamento
ou dúctil ou frágil é influenciado por diversos fatores, como velocidade do ensaio,
temperatura, presença de concentradores de tensão e condições ambientais, para
citar alguns. Buscando avaliar se um material é adequado para condições mais
severas são realizados os ensaios de impacto, buscando avaliar diretamente a
capacidade de um material absorver energia, ou seja, sua tenacidade, de modo que
possamos enxergar quando ocorre, ou se ocorre, uma fragilização do material,
mostrada por uma faixa de transição dúctil-frágil, de acordo com a temperatura.
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Ensaio de impacto Charpy

Ensaio e diagrama TTDF

O ensaio de impacto é um dos ensaios mais usados para ensaio de fratura


frágil em metais, porém seu princípio pode de ser ​usado para polímeros, materiais
cerâmicos e compostos. ​Foi desenvolvido por volta de 1900 por SB Russell e Georges
Charpy e se tornou conhecido como teste Charpy, devido às contribuições técnicas e
esforços de normalização realizadas por esse último. ​O principal parâmetro
encontrado é a Energia de Impacto ​e com esse é possível avaliar a ​resistência e
sensibilidade ao entalhe de materiais. O teste pode ser realizado em temperatura
ambiente ou em temperaturas mais baixas para testar a fragilidade do material em
baixa temperatura.

O ensaio de Impacto consiste submeter um corpo de prova, com um entalhe


inicial, padronizado por normas, a uma flexão causada por um impacto por um martelo
pendular que permite determinar a energia de impacto utilizada na deformação e
ruptura do corpo de prova quando o martelo cai, essa energia de impacto é a medida
da diferença entre a altura inicial do pêndulo h e a altura máxima atingida após a
ruptura do corpo de prova h', que também pode ser observada no mostrador pelo
ponteiro. Quanto menor for a energia absorvida, mais frágil será o comportamento do
material àquela solicitação dinâmica.

A frente também irá ser mostrado mais sobre alguns dos fatores que
influenciam no teste de impacto e na TTDF, dentre eles pode-se citar:

● A velocidade no Impacto;
● As dimensões do corpo de prova;
● A Extração dos corpos de prova do material a testar;
● Temperatura;
● Fatores metalúrgicos.

A principal vantagem do ensaio de impacto Charpy é a simplicidade e o baixo


custo e o tamanho reduzido do corpo de prova e por isso é freqüentemente, usado
para fins de controle de qualidade e de aprovação de materiais.
5

Máquina de Ensaio de Impacto Charpy (fonte:infosolda)

Com os resultados obtidos por diversos ensaios a temperaturas diferentes e


diferentes materiais é possível construir um diagrama relacionando a temperatura do
corpo de prova e a energia absorvida, como vemos a seguir:

Diagrama Temperatura x Energia Absorvida (fonte:cimm.com)

Deste podemos observar que quanto maiores as temperaturas do material


durante o ensaio, eles tendem a apresentar um comportamento cada vez mais dúctil,
6

ou seja, absorve maior energia de impacto e que com a diminuição da temperatura há


um aumento da fragilidade do material. Possibilitando a análise de como o material irá
se comportar (dúctil ou frágil) quando exposto a diferentes temperaturas.

Corpo de prova
No ensaio de impacto o corpo de prova é bi-apoiado como uma viga simples,
com um entalhe central sendo posicionado de forma que o entalhe fique na face
oposta à face de impacto. O posicionamento do entalhe é tal que o impacto ocorre na
região de maior tensão - a seção transversal média (centro) do corpo de prova. Como
pode-se ver na figura a seguir:

Região de Impacto (fonte: cimm.com)

Os corpos de prova podem ser de diferentes tipos e dimensões dos


entalhes. As normas aplicadas a este ensaio DIN, ISO, ASTM, ABNT, especificam os
tipos e dimensões e todos devem possuir algum tipo de entalhe em sua zona central
com a função concentrar as tensões naquela região onde ocorrerá a fratura. Essa
característica de um material dúctil em comportar-se como um material frágil devido à
trinca propagada, é denominada de sensibilidade ao entalhe. Caso o material ensaiado
não rompa, se faz necessário produzir um corpo de prova com um entalhe maior e
mais profundo, que concentrará ainda mais as tensões promovendo o rompimento do
mesmo.
7

Pela norma americana E23 os corpos de prova são divididos em três grupos: A,
B e C. Todos possuindo as mesmas dimensões, e com entalhe executado no ponto
médio do comprimento e pode ter 3 diferentes formas: em V, em forma de fechadura e
em U invertido, que correspondem aos grupos A, B e C respectivamente, como vemos
a seguir.

Tipos de Corpo de Prova (fonte: cimm.com)

Os entalhes mais profundos ou agudos, do tipo Charpy A, são indicados para


teste de materiais mais dúcteis ou quando as velocidades no teste são menores. As
duas condições favorecem a ruptura frágil. Para ferros fundidos e metais fundidos sob
pressão, o corpo de prova não necessita de entalhe.

Propriedades do material obtidas no ensaio de impacto


A propriedade medida pelo ensaio é a tenacidade, ou seja, a energia absorvida
até a ruptura, porém este valor obtido não serve como parâmetro de projeto. Também
é possível analisar o tipo de fratura ocorrida, seja pela análise da superfície de fratura
ou pela análise dos valores obtidos, uma vez que materiais dúcteis possuem maior
capacidade de absorção de energia.
A informação mais útil porém é a temperatura de transição dúctil-frágil (TTDF),
obtida ao serem realizados vários ensaios com os mesmos parâmetros, todavia com
temperaturas diferentes, que mostra o momento em que há a transição de
8

comportamento dúctil-frágil e em que temperatura ou faixa de temperaturas isto


ocorre. Tal informação é muito importante pois nos mostra em que temperaturas
começaremos a ter falhas catastróficas, sem nenhum aviso prévio.
A partir da estrutura cristalina do material é possível classificá-los em materiais
que possuem ou não possuem temperatura de transição dúctil-frágil. Materiais que
apresentam estrutura cristalina CFC (cúbica de face centrada) e HC (hexagonal
compacta) juntamente com metais de alta resistência não apresentam TTDF. Materiais
com estrutura cristalina CCC (cúbica de corpo centrado) e metais de baixa e média
resistência apresentam TTDF.

Influência da Temperatura no Ensaio de Impacto


Através do ensaio de impacto, é possível observar que a temperatura influencia
muito na tenacidade e na resistência de alguns materiais ao choque, obtendo-se, uma
estrutura frágil em baixas temperaturas e uma estrutura mais dúctil em temperatura
ambiente, isso ocorre ao contrário do que ocorre na resistência à tração, que não é
afetada por essa característica.

Os efeitos da temperatura no teste de impacto são maiores para materiais de


baixa resistência. Quanto mais alta a resistência do material, menor a sua
sensibilidade aos efeitos da temperatura, podendo até mesmo não existir uma
temperatura de transição.

Para um dado tipo de teste e cada metal específico, existe uma temperatura
crítica, abaixo da qual a fratura é frágil, com baixa absorção de energia. Acima de uma
temperatura crítica a fratura é dúctil, com absorção de energia muitas vezes maior do
que a do comportamento frágil, como já visto no diagrama TTDF. E como será
discorrido mais a frente, se verá que estas temperaturas críticas possuem um campo
denominado campo de temperatura de transição, ou intervalo de transição dúctil-frágil
onde o comportamento da fratura pode ser mista.

A diferença de comportamento a diferentes temperaturas entre alguns aços


pode ser observada na figura a seguir, para aços de baixa (a), média (b) e alta (c)
resistência.
9

Diferença de comportamento x Temperatura entre aços (fonte: cimm.com)

Dessa maneira, pode-se determinar o material a ser empregado em diversas


temperaturas para sua determinada função.

Mecanismo de alteração da curva TTDF


A curva de temperatura de transição dúctil-frágil é fortemente influenciada pela
resistência do material ensaiado, que é modificada através de tratamentos térmicos,
pelo tipo de entalhe aplicado aos corpos de prova, pelo tamanho dos corpos de prova,
entre outros fatores.

Quanto mais endurecido for o aço, há uma tendência de diminuição da faixa de


transição e um deslocamento dela para a direita, fazendo com que a ruptura seja
predominantemente frágil para uma gama maior de temperaturas.

O entalhe do tipo B provoca uma queda mais brusca na região de transição


para materiais de baixa resistência em comparação com o entalhe do tipo A. Essa
variação de comportamento faz com que as análises sejam feitas somente em ensaios
de corpos de prova com o mesmo entalhe.

Já o tamanho do corpo de prova, em especial a medida da seção transversal,


tem influência direta na quantidade de energia absorvida e no valor da temperatura de
transição. A diminuição da seção transversal provoca um deslocamento da faixa de
10

temperatura de transição para a esquerda, ou seja, diminui-se o valor da temperatura


de transição.

Fatores que influem na temperatura de transição


Alguns dos fatores que influenciam a temperatura de transição são:

● Tratamento térmico - Aços-carbono e de baixa liga são menos sujeitos à


influência da temperatura quando submetidos a tratamento térmico que
aumenta sua resistência;
● Tamanho de grãos - Grãos maiores tendem a elevar a temperatura de
transição, de modo a produzir fratura frágil em temperaturas mais próximas à
temperatura ambiente, enquanto grãos mais finos abaixam a temperatura de
transição;
● Encruamento - Materiais encruados, tendem a apresentar maior temperatura
de transição;
● Impurezas - A presença de impurezas, que fragilizam a estrutura do material,
tende a elevar a temperatura de transição;
● Elementos de liga - A adição de certos elementos de liga, como o níquel, por
exemplo, tende a melhorar a resistência ao impacto, mesmo a temperaturas
mais baixas; ·
● Processos de fabricação - Um mesmo aço, produzido por processos diferentes,
possuirá temperaturas de transição diferentes;
● Retirada do corpo de prova - A forma de retirada dos corpos de prova interfere
na posição das fibras do material.

Transição dúctil-frágil em materiais poliméricos e


cerâmicos
A maioria dos polímeros e cerâmicos apresentam transição dúctil-frágil que é
geralmente abaixo da ambiente. Os polímeros e os materiais cerâmicos, apresentam
modos distintos de falha em função da temperatura. Materiais cerâmicos e poliméricos,
que apresentam grande dependência da temperatura, em baixas temperaturas a
fratura é frágil (por clivagem) e em altas temperaturas a ruptura é dúctil
(comportamento tenaz). Existe portanto uma transição no comportamento da fratura de
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frágil para dúctil com o aumento de temperatura. Genericamente pode ser dito que
para estes a transição ocorre para valores entre 50 e 70% da temperatura absoluta de
fusão.

Variação no comportamento da fratura com a temperatura (fonte: slide


player)

Aspectos macroscópicos das fraturas (frágil e dúctil)


Após o ensaio de Impacto pode-se observar qual o comportamento da fratura
ocorrida no corpo de prova através dos aspectos macroscópicos das fraturas frágil e
dúctil. Conforme pode-se ver nas figuras de Ensaio Charpy em Aço 1020 a diferentes
temperaturas também pode-se observar que a temperatura influencia sim como o
material irá fraturar. Podem ocorrer três tipos de fratura: dúctil, frágil e mista, que são
determinadas de acordo com o valor da energia absorvida ou com o aspecto da na
região da fratura.

Através das figuras dadas juntamente com o roteiro, pode-se observar que em
fraturas dúcteis, como na figura Charpy Aço 1020 100°C o aspecto macroscópico da
fratura é mais fosco, opaco e de aparência mais fibrosa, quando a fratura é frágil o
aspecto da fratura fica mais brilhoso e granular como vê-se na figura Charpy Aço
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1020 -100°C e quando a fratura é do tipo mista, ou seja, ocorre na região de transição
dúctil frágil a fratura possui um aspecto brilhoso internamente e fosco externamente
como observa-se nas figuras Charpy Aço 1020 0°C e Charpy Aço 1020 25°C. Em um
ensaio Charpy em um aço 1020 sabe-se que a região de temperatura de transição é
de aproximadamente -75°C a 25°C como pode-se ver na figura Diagrama Temperatura
x Energia Absorvida de materiais com diferente porcentagem de carbono o que
confere com os aspectos macroscópicos a diferentes temperaturas obtido no ensaio.

Charpy Aço 1020 -100°C ​(fratura frágil)

Charpy Aço 1020 0°C ​(fratura mista)


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Charpy Aço 1020 25°C ​(fratura mista)

Charpy Aço 1020 100°C ​(fratura dúctil)

Curva com os dados de energia de impacto em função da


temperatura

Com os dados de Energia de Impacto e Temperatura fornecidos no roteiro e


dispostos na tabela a seguir, além de saber que o martelo utilizado tem 18,75 kg e seu
braço tem 850 mm, seria possível calcular a carga máxima do ensaio, pois para isso
necessita-se apenas dessas duas variáveis e do ângulo inicial (𝛼) do martelo. A
fórmula para a carga máxima do ensaio é:

E= m.g.h.(1−cos𝛼)

Logo, E = 18,750.9,81.0,850.(1-cos𝛼) =156,347.(1-cos𝛼)J


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Considerando o ângulo inicial como sendo 160º tem-se

E = 156,347.(1-cos160º) = 303,26J

Já com um ângulo inicial de 100º teria

E = 156,347.(1-cos100º) = 183,50J

Além disso pode-se construir um diagrama TTDF para o aço 1020 avaliado no
ensaio.

Temperatura (°C) Energia de Impacto (J)


100 89,3
75 88,6
50 87,6
25 85,4
0 82,9
-25 78,9
-50 73,1
-65 66
-75 59,3
-85 47,9
-100 34,3
-125 29,3
-150 27,1
-175 25
Tabela de dados fornecidos no roteiro.
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Curva Energia de Impacto [J] x Temperatura [°C]

Figura X - Diagrama Temperatura x Energia Absorvida de materiais com


diferente porcentagem de carbono
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Determinar a temperatura de transição dúctil-frágil conforme as


cinco metodologias disponíveis.

Os critérios utilizados para definição das regiões de transição são:

1- Utilizar temperatura do patamar superior; T1 = 0°C

2- Temperatura em que a fratura é metade dúctil e metade fibrosa; T2 =


-57,5°C

3- Fazer média entre patamares superior e inferior; T3 = -62,5°C

4- Definir quantidade de energia mínima a ser absorvida pelo material como


dúctil e obter temperatura correspondente (utilizamos 50 J, embora para materiais de
baixa resistência 20J seja mais adequado); T4 = -83,2°C

5- Temperatura na qual a fratura é totalmente cristalina. T5 = -110°C

É importante lembrar que embora a expressão temperatura de transição


dúctil-frágil (TTDF) presuma a existência de um único valor de temperatura, na
verdade o que ocorre é uma transição gradual, em uma faixa de temperaturas, que
para os dados fornecidos, estabelecemos como T5 = -110 °C e T1 = 0 °C.
17

Critérios de temperatura de transição obtidos por ensaio Charpy (fonte:cimm)


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Conclusão
19

Bibliografia
1. CALLISTER, W.D Jr. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução, 7ed.
Editora LTC, Rio de Janeiro 2011.
2. SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. São Paulo: Ed. Edgard
Blücher, 1982
3. http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/ensaios-nao-destrutivos-e-
mecanicos/210-ensaio-mecanico-impacto.html
4. https://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/7379-ensaio-charpy-mede-a-re
sistencia-dos-materiais
5. https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6580-temperatura-de-transicao#.
WvTBcKSUvDc
6. https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6585-fatores-que-influenciam-os-r
esultados-do-teste-de-impacto#.WvXqg6SUvDc
7. https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6571#.WudoCi7wbDc
8. http://essel.com.br/cursos/material/01/EnsaioMateriais/ensa16.pdf
9. http://essel.com.br/cursos/material/01/EnsaioMateriais/ensa17.pdf

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