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17/10/2016 Lima

Online Brazilian Journal of Nursing, Vol 8, No 3 (2009)

Correlation between the number of setted up hypertenses in hiperdia program and the enlargement of family’s

health strategy: descriptive study

Correlação entre o número de hipertensos cadastrados no programa hiperdia e a ampliação da estratégia de

saúde da família: estudo descritivo 

Ellen Tamira Alves de Lima1 , Isabelle Gouveia Muniz2, Rafaela Ferreira Santos 3, Simone Maria Muniz da Silva Bezerra4, Carla
Campos Muniz Medeiros5, Inacia Sátiro Xavier de França 6   

1 Universidade de Pernambuco,PE,Brasil; 2 Universidade Estadual da Paraíba, PB, Brasil; 3 Universidade Estadual da Paraíba, PB, Brasil; 4
Universidade de Pernambuco, PE,Brasil; 5 Universidade Estadual da Paraíba, PB, Brasil; 6 Universidade Estadual da Paraíba, PB, Brasil.

Abstract. To correlate the number of setted up hypertenses in Hiperdia Program and the enlargement of Family’s Health Strategy from 2000 to 2008.
Ecological study of the type time series, of quantitative approach. There were used data of the number of set up hypertenses in the Hiperdia Program
and the number of family health teams from 2000 to 2008, available by the Health Ministry by Internet (www.datasus.gov.br). There were built two
linear printers of variables evolution along the years selected and when the averages of growth of the parameters chosen for comparison and
discussion were calculated. The correlation was calculated by the coefficient of Spearman. The evolution number of setted up hypertenses in Hiperdia
Program presented standard of linear growth with exception in 2007 who presented decrease. The number of family health teams already presented
linear growth during the whole period. The coefficient of Spearman demonstrated strong correlation between the enlargement of the Family’s Health
Strategy and the increase of the number of setted up hypertenses in Hiperdia Program. The incentive to the enlargement of Family’s Health Strategy
covering seems provide a bigger attention to health for hypertense population.

Keywords: Hypertension; Public Health; Family Health.

Resumo. Correlacionar o número de hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia e a ampliação da estratégia de saúde da família em Pernambuco
de 2000 a 2008. Estudo ecológico do tipo séries temporais, de abordagem quantitativa. Foram utilizados os dados do número de hipertensos
cadastrados no Programa Hiperdia e do número de equipes de saúde da família dos anos de 2000 a 2008, disponibilizados pelo Ministério da Saúde
pela Internet (www.datasus.gov.br). Foram construídos dois gráficos lineares de evolução das variáveis ao longo dos anos selecionados e calculadas
as médias de crescimento dos parâmetros escolhidos para comparação e discussão. A correlação foi calculada pelo coeficiente de Spearman. A
evolução do número de hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia apresentou padrão de crescimento linear com exceção do ano de 2007 que
apresentou decréscimo. Já o número de equipes de saúde da família apresentou crescimento linear durante todo o período. O coeficiente de Spearman
demonstrou forte correlação entre a ampliação da estratégia de saúde da família e o aumento do número de hipertensos cadastrados no Programa
Hiperdia. O incentivo à ampliação da cobertura da estratégia de saúde da família parece proporcionar uma maior atenção à saúde da população
hipertensa.

Palavras­chave: Hipertensão; Saúde Pública; Saúde da família. 

Introdução 

A compreensão da magnitude da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) pode ser obtida por meio da observação dos insumos relativos à
morbidade e mortalidade dela decorrentes, como também pelo número de hospitalizações ocasionadas pela mesma(1,2).

No Brasil, dados recentes demonstram prevalências de HAS entre 31,6% e 36,5%, em algumas cidades brasileiras. A taxa de mortalidade ficou
em torno dos 27,4% em 2003. Foram registradas 1.266.870 internações por doenças cardiovasculares de Janeiro de 2008 a Fevereiro de 2009, dentre
as quais a HAS constituiu uma das causas principais(2­4).

Atualmente, um dos grandes desafios apontados para a prevenção e o tratamento da HAS constitui­se na sua detecção que deve ser precoce e
concomitante com a abordagem dos fatores de risco para seu desenvolvimento(2,5).

No Brasil, O Ministério da Saúde ressalta a importância da identificação precoce dos casos de hipertensão associada ao estabelecimento do
vínculo entre os portadores e as Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Nas UBS, a equipe é elemento essencial nas estratégias de controle da HAS, visto que executa o cadastramento e acompanhamento dos
hipertensos em seu território de atuação. A operacionalização desse cadastro/acompanhamento é realizada mediante o sistema informatizado
SISHIPERDIA, o qual é de responsabilidade e utilização dos municípios. Esta atribuição faz parte da Estratégia de Saúde da Família (ESF), e é
resultante da vigência da Portaria Conjunta 02/2002 que prevê o estabelecido na Norma Operacional Básica de Assistência à Saúde (NOAS) em seu
Capítulo I, item 1.2(6­8).

Na tentativa de contribuir com o aumento do vínculo desses usuários com a ESF, o Ministério da Saúde, em uso de suas atribuições, elaborou,
em 2001, o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus (PRAHD) que, no estabelecimento de suas diretrizes,
prima pela atualização dos profissionais da rede básica, pela garantia do diagnóstico em cadastramento do paciente às unidades de saúde para
tratamento e acompanhamento(9).

Em 2007, estudo que avaliou a implantação da atenção à HAS pelas equipes das UBS de Recife­PE, demonstrou um grau de implantação
insatisfatório, resultando em “fragilidades” na atenção ao hipertenso, revelando uma desarticulação entre as ações preconizadas e as realizadas pela
USF(10).

A comprovação de uma correlação positiva entre o número de hipertensos cadastrados e a ampliação da estratégia saúde da família pode
fornecer subsídios aos gestores acerca da importância do aumento de investimentos na atenção básica, pois, com um maior número de equipes, a
área de cobertura populacional aumenta, podendo incluir novos hipertensos no programa de atenção; equipes mais qualificadas podem resultar em
uma atenção de melhor qualidade ao hipertenso, assegurando uma atenção integral à saúde desse grupo. Há necessidade de investir no
desenvolvimento de estudos que aproximem, cada vez mais, a atenção prestada pelas equipes à realidade local de cada grupo. Disso pode resultar a
redução da morbi­mortalidade por essa doença, minimizando os riscos e os eventos cardiovasculares, melhorando a qualidade de vida dos
hipertensos.

Face ao exposto, esse estudo justifica­se pela HAS tratar­se de um problema de saúde pública e pelo papel da atenção básica no seu controle,
visto esta ser a porta de entrada para o sistema de saúde vigente. Procurou­se correlacionar a evolução do número de hipertensos cadastrados no
Programa Hiperdia à ampliação da Estratégia de Saúde da Família em Pernambuco no período 2000­2008. Descrever a evolução do número de

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hipertensos cadastrados em Pernambuco no Programa Hiperdia nos anos de 2000 a 2008. Discutir a influência do Plano de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e ao Diabetes no estado de Pernambuco durante o período de 2000 a 2008. 

Metodologia 

Trata­se de um estudo descritivo, longitudinal, retrospectivo, do tipo séries temporais, cuja unidade de análise foi o estado de Pernambuco.
Foram utilizados os dados do número de hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia e do número de equipes de saúde da família dos anos de 2000
a 2008.

O estudo foi realizado com dados secundários provenientes dos diversos sistemas de informação de abrangência nacional, disponibilizados pelo
Ministério da Saúde pela internet (www.datasus.gov.br, http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/abnumeros/historico_2000.pdf e
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?siab/cnv/SIABSpe.def). Foram utilizados os seguintes sistemas de informação: Sistema de Informação de
Atenção Básica (SIAB), Censo 2000 e estimativas populacionais provenientes do IBGE.

As variáveis analisadas foram o número de hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia tomando como base o mês de Dezembro de cada
ano e o número de equipes de saúde da família atuantes nesses anos. Para encontrar esses dados no site do Datasus, foi seguido o percurso:
Informações de Saúde ­ Assistência à saúde ­ Atenção Básica­Saúde da Família­desde 1998 ­ Situação de saúde – Abrangência geográfica:
Pernambuco – Conteúdo: Hipertensos cadastrados – Período Disponível: Dezembro de 2000 a 2008. Os dados de cobertura populacional foram obtidos
do consolidado anual do SIAB, disponível no site http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/abnumeros.

Os dados foram utilizados para construção de dois gráficos lineares de evolução das variáveis ao longo dos anos selecionados. Foram
calculadas as médias de crescimento dos parâmetros escolhidos para comparação e discussão. A correlação entre as variáveis foi calculada pelo
coeficiente de Spearman. Utilizando­se a Tabela de Valores Críticos do Coeficiente de Correlação de Spearman, considerando estatisticamente
significante um p=0,01, para uma amostra de 09 anos, o coeficiente mínimo para refutar a hipótese de ausência de associação é de 0,833. O
coeficiente de correlação de Spearman (rs) mede o grau de associação entre duas variáveis numéricas. Este coeficiente varia de ­1 a 1, quanto mais
próximo estiver de 1 ou ­1, mais forte é a associação, quanto mais próximo estiver de zero, mais fraca é a relação entre as duas variáveis. O
coeficiente negativo expressa uma relação inversa entre as duas variáveis. 

Resultados

No intervalo proposto para o estudo, pode­se verificar uma curva linear ascendente no que se refere ao número de hipertensos cadastrados no
Programa Hiperdia, entre 2000 e 2006. Já de 2006 a 2007, nota­se discreta diminuição desse cadastramento. Entre 2007 e 2008 retorna a ascender,
fechando 2008 com 530.783 cadastrados. De acordo com o exposto no gráfico 01, verificou­se que o número de hipertensos cadastrados no Programa
Hiperdia no Estado cresceu 178.8%. 

Gráfico 01: Evolução do número de hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia dos anos de 2000 a 2008 em Pernambuco.

No que concerne ao número de equipes de saúde da família implantadas em Pernambuco (gráfico 02), a linha, que foi ascendente, demonstrou
crescimento de 128.5%, contudo, quando comparado com o índice nacional, 224.6% para o mesmo período, o crescimento estadual mostrou­se menos
relevante.

Observou­se forte correlação entre o aumento do número de equipes de saúde da família e o aumento do número de hipertensos cadastrados
no Programa Hiperdia (p=0,01).

Gráfico 02: Evolução do número de equipes de saúde da família dos anos de 2000 a 2008 em Pernambuco.

No Gráfico 03, constam informações sobre a cobertura da estratégia de saúde da família em todos os Estados da Federação. Essa, no estado de
Pernambuco era de 35,1% em 2000. Em 2008 subiu para 68%.

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Gráfico 03: Cobertura da população nacional pela Estratégia de Saúde da Família em 2000 e em 2008.

Fonte: SIAB: Sistema de Informação da Atenção Básica

           SCNES: Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde

Análise dos dados

No Brasil, a HAS é uma das principais causas de mortalidade na faixa etária de 30 a 69 anos, respondendo por 65% do total de óbitos,
atingindo a população adulta em plena fase produtiva. Entretanto, cerca de 60% a 80% dos casos podem ser tratados no âmbito de atenção básica, de
modo a se evitar o aparecimento e a progressão das complicações, reduzir o número das internações hospitalares decorrentes desse agravo, bem
como a mortalidade por doenças cardiovasculares(7).

Em 2000, o Brasil preocupou­se com a prevalência da hipertensão arterial e do diabetes mellitus e buscou combater esses agravos tornando a
atenção básica mais organizada, eficaz e eficiente por meio da instituição do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes
Mellitus no Brasil(9), contribuindo com o desenvolvimento, no período 2000­2003, de campanhas de esclarecimento e prevenção da doença
hipertensiva e suas complicações junto à população para a detecção desses agravos. Assim é que nesse estudo observou­se que nesse espaço
temporal ocorreu a elevação do número de indivíduos identificados como hipertensos que foi da seguinte ordem: 190.358; 264.978 e 311.495,
respectivamente, para os anos 2000, 2001 e 2002. 

A partir de 2003, com a continuidade do Plano implantou­se a ampliação de uma política de atenção integral associada a várias outras políticas,
a exemplo da Política de Promoção da Saúde, da Política N\acional de Alimentação e Nutrição e de Combate ao sedentarismo, da Política Nacional de
Informação em Saúde e da Política de Assistência Farmacêutica. Também implantou­se a ampliação da Estratégia Saúde da Família(11). Essa nova
ordem possibilitou o maior impacto do combate à Hipertensão Arterial de modo que, nos anos 2003; 2004; 2005 e 2006 ocorreu, respectivamente, o
aumento da identificação de hipertensos da seguinte ordem: 357.407; 440.376; 483.204 e 546.894(4).

No concernente ao decréscimo desse cadastramento no ano 2007, dentre as possibilidades para a explicação desse fenômeno, destaca­se que,
em 2006, era de senso comum que o Programa Saúde da Família havia crescido de forma desigual e que havia rotatividade das equipes,
principalmente de médicos, que colocavam em risco o vínculo e a qualidade nos cuidados de usuários do SUS. Além de que, o grau de implantação era
insatisfatório e marcado pela inadequação da área física, deficiência de insumos, inadequada qualificação profissional na atenção ao hipertenso e um
insipiente uso da informação para o planejamento das ações. Outrossim,  a ausência de coordenação geral do programa de hipertensão no nível
central e a insipiência das coordenações nos Distritos Sanitários contribuíam com o baixo desempenho encontrado, sinalizando uma importante
fragilidade na atenção ao hipertenso(10).

O ano 2006, também, coincidiu com o concurso público realizado em muitas cidades brasileiras objetivando a regulamentação da situação
trabalhista dos profissionais atuantes no PSF, que até essa data não eram concursados. Foram contratados novos profissionais, dentre eles muitos
recém­formados, necessitando de capacitação para o serviço.

A ocorrência dessas situações intervenientes corrobora com relato de outros autores(12) acerca de que os usuários precisam de assistência com
a qual se sintam seguros e motivados para comparecerem às consultas de acompanhamento(12).

Foi preciso ampliar a cobertura graças ao implemento do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus no
Brasil, agora apoiado pela Portaria GM/MS/Nº 648, de 2006(13), em que o governo adotou o Programa Saúde da Família como estratégia fundamental
para a organização do SUS, de acordo com os princípios desse sistema. E pela Portaria GM/MS/403, de 2006(11), que aprovou uma relação de 30
indicadores para a atenção básica para serem pactuados nos três níveis de gestão do SUS, de modo a embasar as metas visando à melhoria no
desempenho dos serviços de atenção básica e na situação de saúde da população, a serem alcançados por municípios e estados.

Com o aumento do número de equipes de saúde da família, o número de cadastramentos voltou a crescer, conforme demonstrado no ano 2008
que, conforme o Hiperdia, foram identificados, 530.783 indivíduos hipertensos, sobrepondo­se aos 485.776 indivíduos cadastrados em 2007(4). É
mister destacar que, em 2000, Pernambuco contava com 779 unidades da Estratégia Saúde da Família e, em 2008, esse número cresceu para 1780,
conforme demonstrado no Gráfico 2, o que corresponde ao avanço de 35,1% para 68% da cobertura.

Para expandir e consolidar a ESF o Ministério da Saúde celebrou um Acordo de Empréstimo com o BIRD, por meio da transferência de recursos
financeiros fundo­a­fundo, com o objetivo de apoiar a expansão da cobertura, consolidação e qualificação dessa estratégia nos municípios brasileiros
com população acima de 100 mil habitantes(14).

O Gráfico 03 demonstra a cobertura da população nacional pela Estratégia de Saúde da Família em 2000 e em 2008. Da comparação entre os
índices da cobertura nesses dois anos obtivemos que, no período estudado, a expansão da ESF em Pernambuco foi de 93.73%, enquanto que a
expansão nacional aumentou 184.5%, ou seja, Pernambuco atingiu um pouco mais que a metade da média dos outros Estados. Ao mesmo tempo, o
Gráfico 01 aponta que o número de hipertensos cadastrados nesse Estado cresceu 178.8%.

Com base nesses dados, a averiguação da correlação positiva e da significância estatística detectadas neste estudo foi relevante dado que elas
apontam maior desempenho das equipes de saúde da família no que se refere à identificação dos casos de hipertensão e ao estabelecimento do

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vínculo hipertenso­UBS e, portanto, em parte, refletem a assertividade da política nacional de atenção a hipertensão arterial.

Em um outro estudo realizado em uma unidade de saúde da família, o autor demonstra a importância do efeito exercido pelas equipes das UBS
no controle da hipertensão arterial. Dessa forma, pode­se verificar a relevância do compromisso do Ministério da Saúde quando prioriza a expansão e
qualificação da atenção básica(15­16).   

Entretanto, apesar da vigência da Portaria 02/2002, bem como da ampliação e qualificação da ESF, dados apontam falhas no vínculo entre
atenção básica e os portadores de doenças crônicas não transmissíveis como a HAS e DM no país. Essas falhas resultam na quebra na integralidade
das ações em saúde e nas metas propostas pela atenção básica(17, 9).

À luz desses informes, convém ressaltar que, para além da correlação e da significância estatística observada nesse estudo, detectou­se uma
lacuna no que diz respeito ao fato dos autores não poderem afirmar que o aumento do número de cadastrados no Hiperdia significa maior eficiência e
eficácia das ações de saúde. Resta, pois, averiguar se os serviços oferecidos nas UBS pernambucanas vêm contribuindo, também, com a redução da
morbi­mortalidade por esse agravo e com a melhoria da qualidade de vida dos hipertensos, por meio de estratégias e ações centradas na
integralidade da assistência.

Em consonância com o Ministério da Saúde, a criação do Programa Hiperdia promove a aplicação de estratégias de saúde pública, melhorando
a qualidade de vida dos hipertensos e reduz o custo social. O programa cadastra e acompanha esses indivíduos, além de fornecer os medicamentos
prescritos, e possibilita a definição do perfil epidemiológico dessa população(18). Significa dizer que a implementação de políticas apropriadas e
programas educativos retardam o desenvolvimento da doença ao contribuir com o controle da pressão arterial(19), com a promoção da saúde nas
faixas etárias mais expostas ao risco de adoecer, e com o aumento da sobrevivência da população.

Segundo o Ministério da Saúde, “o Hiperdia é um sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos captados no Plano
Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde,
gerando informações para os gestores locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da saúde”(19).

Nesse contexto, o enfermeiro pode contribuir com a redução das taxas de morbidade e mortalidade devido à hipertensão arterial agregando
qualidade às ações de promoção da saúde que visem à redução do peso corporal, a adoção de uma dieta hipossódica, hipolipídica, rica em frutas e
verduras, da prática cotidiana de exercícios físicos. E orientando todos os pacientes acerca dos riscos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas e
tabaco. E por meio de orientações aos pacientes hipertensos sobre como tomar os medicamentos padronizados no programa e manter a continuidade
do tratamento, de modo a controlar os níveis pressóricos mantendo os seus valores de PAS < 140 mmHg e PAD < 90 mmHg.  

Para além da elaboração de programa de educação em saúde para o hipertenso e da coordenação de grupos de hipertensos, o enfermeiro
precisa desenvolver ações que envolvam a família no atendimento ao parente portador desse agravo, fazer consulta de enfermagem no domicílio a
hipertensos e levantar os determinantes sociais que comprometem a saúde desses usuários, a exemplo dos riscos biológicos, físicos, químicos e
econômicos(20).   

Considerações finais 

Com base no Hiperdia é possível estabelecer o perfil epidemiológico de uma população dada, planejar e desenvolver ações de saúde pública
objetivando à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social.

Em Pernambuco existe uma forte correlação positiva entre o número de hipertensos cadastrados e ampliação da Estratégia de Saúde da
Família, graças à adoção, pelo governo brasileiro, do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, do Programa
Saúde da Família como uma estratégia fundamental para a organização do SUS e da pactuação nos três níveis de gestão do SUS. Dessa forma, o
incentivo à ampliação da cobertura da ESF tem proporcionado a elevação dos índices de cadastramentos e uma maior atenção à saúde da população
hipertensa no Estado.

A cobertura desse plano é propiciada pelo  Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) que fornece
as informações para o Ministério da Saúde, os gerentes locais, os gestores das secretarias estaduais e municipais de saúde, acerca do número de
casos e da distribuição dos medicamentos prescritos.

A ampliação da cobertura populacional e o grande contingente de hipertensos criam novas demandas e desafios para a atenção básica. A
comprovação de uma correlação positiva entre número de equipes de saúde da família e hipertensos cadastrados aponta a necessidade de avaliar a
qualidade da atenção prestada a essa clientela. 

Conclui­se que a hipertensão arterial é uma enfermidade crônica, sem possibilidade de cura, mas, passível de prevenção e controle. E os
profissionais de enfermagem podem ajudar os hipertensos nesse controle exercitando ações voltadas para a informação, atendimento da demanda,
observação dos casos suspeitos e gerenciamento daqueles diagnosticados.

Recomenda­se a realização de novos estudos que contribuam com  o desenvolvimento de ações visando a promoção da saúde e o implemento
de medidas adequadas de vigilância à saúde pelas ESF, com a melhoria da qualidade de vida da população e com a redução do impacto
socioeconômico desencadeado por este agravo. 

Referências

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20. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de Organização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.
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Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2001. 

Contribuição dos autores: Ellen Tamira Alves de Lima ­ Desenvolvimento metodológico do projeto,a análise e interpretação dos dados; Isabelle
Gouveia Muniz – Coleta e na análise dos dados; Rafaela Ferreira Santos Coleta e na análise dos dados; Simone Maria Muniz da Silva Bezerra –
participação na análise dos dados e reflexão crítica; Carla Campos Muniz Medeiros ­ participação na análise dos dados e reflexão crítica; Inacia Sátiro
Xavier de França – Orientação no desenvolvimento metodológico do projeto, análise e interpretação dos dados e reflexão crítica.

http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/rt/printerFriendly/2542/560 5/5

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