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INTRODUÇÃO
Os matais ferrosos são essencialmente ligas do ferro (Fe) com carbono (C) e outros
elementos tais como silício (Si), Fósforo (P) enxofre (K) e outros.
Segundo o teor do carbono, as ligas de ferro-carbono podem ser divididos em aço e
ferro fundido (FF).
Chama-se ao aço uma liga de FeC com o teor de carbono até 2.14% e ao FF
quando a percentagem do teor de carbono é superior a 2.14 mas inferior a 4.5%.
Na vida prática o teor do (C) nos aços não supera 1.4%, enquanto que o FF se situa
nos limites entre 2.5-4.5%.
O FF é obtido nos altos-fornos e o aço é produzido a partir dos lingotes de FF. A
maior parte do FF obtido nos altos-fornos (chamado gusa da primeira fusão) é
destinado a produção do aço e alguma parte da gusa da primeira fusão é utilizada
para produção de blocos.
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Como foi em cima referenciado que para a obtenção do ferro fundido da primeira
fusão são necessários os seguintes materiais: minério de ferro, combustíveis e
fundentes. De seguida iremos tratar esses materiais individualmente
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Magnetita.- Contém ferro em forma de óxido ferroso (Fe3O4). O teor de ferro neste
minério, oscila entre 45-70%. Este minério possui propriedades magnéticas
naturalmente e uma grande densidade e uma cor negra.
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TRITURAÇÃO
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TRITURAÇÃO
5mm<Sinter<50mm
5mm<Pelotas<1 6mm< Minério <40mm
8mm granado
Em detalhe
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O combustível necessário para o trabalho dos altos fornos deve ser; fornecido em
forma de pedaços de um determinado tamanho, possuir uma solidez suficiente,
ser resistente ao desgaste, não formar fagulhas a altas temperaturas, conter uma
quantidade mínima de impurezas que possam se introduzir no metal, produzir
uma pequena quantidade de cinzas durante a queima, possuir um alto poder
calorífico e ser barato. Nos altos fornos o combustível utilizado é principalmente o
coque e o carvão vegetal é usado com menor frequência.
O COQUE é o combustível fundamental para a fusão nos altos fornos. É obtido por
meio de destilação seca do carvão de pedra (chamado Ulha). A produção do
coque é realizada em fornos especiais a temperaturas que variam de 1000-
1100oC
O coque de boa qualidade possui uma cor cinzento-clara um tanto prateado e não
suja as mão, é bastante poroso. O poder calorífico do coque é de cerca de 7.000
a 8.000 Kcal/Kg, a resistência ao esmagamento atinge cerca de 140Kg/cm2, uma
das vantagens do coque é de alem das suas qualidade o seu custo baixo.
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FUNDENTES- São substancias minerais que são introduzidos no alto forno onde
quando fundem-se com as gangas dos minérios e com cinza do combustível
produzem escorias facilmente fusíveis. Quando os minérios contiverem impurezas
de areia, argila, utiliza-se como fundente a calça; quando a composição da ganga
e calcária, podem empregar-se como fundentes substâncias que contem sílica,
quartzo, arenito e quartzito antes da fusão os fundentes são triturados em
pedaços de 30-80mm
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OBTENÇÃO DA GUSA
ALTO-FORNO E SUA CONSTITUIÇÃO
0- Boca do alto forno que por onde se faz o carregamento
1- garganta do alto forno
2- tubo de escape dos gases do alto forno
3- cuba
4- ventre
5- zona de fusão
6- cadinho
7- base do alto forno constituído por tijolos refractário
8- boca de vazamento do ferro fundido
9- boca de vazamento da escória
10-Algarviz, 11- Boca do algarviz
14- Suporte 15- Camisa 16- Revestimento
17- Insuflador do ar 18- Elevador de carga
18- Vagonete de carregamento 21-Funil grande
22-Cone grande 23-Funil pequeno
24- Cone pequeno 25- carga
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OBTENÇÃO DA GUSA
ALTO-FORNO E SUA CONSTITUIÇÃO
é constituída de três partes essenciais: Boca parte superior por onde se faz o
carregamento, a garganta (1), tubo de escape dos gases do alto forno (2), a cuba
(3) o ventre (4) a zona de fusão (5) e o cadinho (6)
O cadinho corresponde á parte do alto-forno onde se acumulam o metal fundido e a
escória, resultantes das reacções que ocorrem no seu interior. O cadinho tem
forma cilíndrica e é construído em chapa grossa de aço, com revestimento
interno de material refractário (tijolos) de natureza sílico-aluminosa ou de blocos
de carbono. Entre a chapa de aço e o revestimento refractário são colocadas
placas rectangulares de ferro fundido (camisa), contendo no seu interior tubos de
água, por onde esta circula, promovendo o resfriamento e proporcionando,
assim, melhor condição do material suportar as
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OBTENÇÃO DA GUSA
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OBTENÇÃO DA GUSA
Para que isto seja possível, é necessário fornecer muito calor, e este é fornecido
pela própria queima do carvão. O ferro, quando atinge o estado líquido, se
acumula no fundo do alto-forno.
Para eliminar a ganga junta-se o fundente, o que nos dá a escória, que por ser
mais leve, se acumula sobre o ferro. Portanto, utilizando o processo de
decantação, separa-se o ferro da escória.
No funcionamento do alto forno tem lugar dois fluxos contínuos de
contracorrente; pela boca do alto forno de cima para baixo Introduz-se a
carga, composta de minério de ferro, coque os fundentes, de baixo para cima
sobem os produtos de combustão do coque e o ar quente.
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OBTENÇÃO DA GUSA
C O2 CO2 97650cal
Durante a combustão do coque a temperatura no alto forno se elevada até cerca
de 1.600-1.700oC e o dióxido do carbono forma entre em reacção com novas
camadas de coque pre-aquecido ao rubro, reduzindo se á monóxido de carbono
segundo a reacção seguinte
OBTENÇÃO DA GUSA
OBTENÇÃO DA GUSA
Como redutor do ferro serve também o carbono sólido que se forma como
resultado da decomposição do “CO” segundo a seguinte reacção:
. A redução do ferro pelo carbono ocorre segundo a seguinte reacção
O carboneto de ferro formado, assim como o carbono sólido dissolvem-se no
ferro esponjoso que a medida que se vai saturando, converte-se em ferro
fundido. No FF também se dissolvem as combinações sulfúricas do minério e
do coque . A dissolução do carbono, silício, manganês, fósforo e do enxofre
no ferro chama-se ferro fundido.
O ferro fundido começa a ser formado na boca do cadinho em forma de gotas
que vão gradualmente caindo para dentro do cadinho A ganga contido no
minério geralmente é bastante refractário e funde-se a altas temperaturas,
para baixar o ponto de fusão da ganga, introduz-se o cálcio na carga que ao
fundir-se forma escória juntamente com a ganga .
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.
A partir de um pátio de sucata, este tipo de matéria-prima se junta a gusa da
primeira fusão e, em proporções adequadas, ambos são adicionados ao forno.
É importante salientar que em função do tipo de forno a usar e da
disponibilidade de matéria-prima, às vezes só a gusa é empregue e outras
vezes apenas é refinada a sucata de aço, cabendo ao ferro-liga um uso mais
restrito, normalmente quando se requer ajuste na proporção especificada.
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FeO C CO Fe 34460cal
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MÉTODO THOMAS
Proposto pelo inglês Thomas em 1873, é aplicado para os ferros ricos em
fósforo. O revestimento básico do conversor thomas consta essencialmente
de dolomite que é um material refractário composto por MgCO3, CaCO3 a
capacidade do conversor Thomas é um pouco maior que o Bessemer por isso
além do metal o conversor é necessariamente carregado também com cal.
Antes de iniciar o processo, o conversor aquecido é carregado com cal em 10-
15% do peso bruto do metal e de seguida se introduz o FF e procede-se á
introdução do a.
Na conversão básica o calor produz-se principalmente não como consequência
da oxidação do silício, como ocorre no processo ácido, mas como
consequência da combustão do fósforo. A oxidação do fósforo vai
acompanhada de uma grande libertação do calor e consequente aumento da
P 5FeO P O 5Fe 46900cal
2temperatura 2 5
O anidrido do fósforo formado (P2O3) une-se com o cal
P2 O 5 4CaO (CaO) 4 P2 O5
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MÉTODO MARTIN
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MÉTODO MARTIN
É composto por um espaço activo (A) onde se da a fusão da mistura de metais
carregada, das portas (1) para se efectuar o carregamento dos materiais, das
cabeças B e B1 que estão ligados por meio de canais aos regeneradores
3,4,5 e 6. Os regeneradores representam em sis espécies de câmaras
munidas de grelhas de tijolos refractários postos em forma de células, com o
objectivo de utilizar o calor excedente do processo de fundição.
O calor no interior do forno é conseguido mediante a queima de um combustível
gasoso ou a óleo que é insuflado em uma das extremidades do forno. Os
gases por sua vez são exalados pela extremidade oposta, não sem antes
passarem por um recuperador, que nada mais é do que um empilhamento de
tijolos na parte inferior do forno. Isto é necessário para que tais gases, de
elevada temperatura, possam ceder calor antes de se dirigirem
às chaminés.
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FORNOS ELÉCTRICOS POR INDUÇÃO- Por indução (sem eléctrodos) o forno funciona
com correntes de uma frequências que variam de 500 a 2000Hz
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Quando a corrente eléctrica é feita passar pelo indutor, excita no metal correntes
parasitas que o aquecem até a sua fusão. Nos fornos de altas frequências
transforma-se misturas de materiais bastante puros e minuciosamente
escolhidos. Devido a alta velocidade do processo o metal tarda a oxidar-se.
No final do processo introduz-se uma pequena quantidade de adições e
desoxidantes. A capacidade dos fornos de alta frequência não ultrapassa 8t.
São usados na produção de aço perfilado e para fusão de alta liga (aços
resistentes a altas temperaturas, aços inoxidáveis e outros)
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Nos fornos de arco de calefacção directo, a fusão dá-se devido ao calor do arco
eléctrico que surge entre os eléctrodos e o banho metálico. Este tipo de fornos
é amplamente usado na fundição de aços e na produção moldadas.
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ferro crómio, ferro volfrâmio, ferro níquel ferro titânio e outros. Nos fornos de
revestimento ácido (tijolos Dinas) (sendo os tijolos magnesita –básico) obtém-
se aços de alta qualidade utilizando o material de carga mais puro em fósforo
e enxofre. Nos fornos básicos se fundem aços de construção com uma
reduzida quantidade de impurezas.
Ver em casa os processos de fusão básico e ácido
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