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1
CRITÉRIOS (OU REGIMES) DE CAPITALIZAÇÃO
DOS JUROS
REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
É o regime segundo o qual os juros produzidos no final de cada período, têm
sempre como base de cálculo o Capital Inicial empregado
Exemplo: Um investidor aplica $ 500,00 a juros compostos durante seis meses à taxa
de 4% ao mês:
4
FÓRMULAS DE JUROS SIMPLES
O valor dos juros é calculado a partir da seguinte
expressão:
J=Pxixn
J = valor dos juros expresso em unidades monetárias
P = valor ou quantidade de dinheiro
i = taxa de juros (do inglês, interest rate, taxa de juros)
n = prazo
F = P (1 + i x n)
5
JUROS SIMPLES
• EXEMPLO
Um capital de $ 80.000,00 é aplicado à taxa de 2,5% ao mês
durante um trimestre. Qual o valor dos juros acumulados neste
período?
P = $ 80.000
i = 2,5% ao mês (0,025)
n = 3 meses
J=?
J=Pxixn
J = $ 80.000,00 x 0,025 x 3
J = $ 6.000,00
6
JUROS SIMPLES
• EXEMPLO
Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de
6% ao mês durante nove meses. Ao final deste período, calculou em $
270.000,00 o total dos juros incorridos na operação. Determinar o valor do
empréstimo.
P=?
i = 6% ao mês (0,06)
n = 9 meses
J = 270.000,00
J
P=
i×n
270.000,00 270.000,00
P= = = $500.000,00
0,06 × 9 0,54
7
JUROS SIMPLES
EXEMPLO
Um capital de $ 40.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 11
meses, produzindo um rendimento financeiro de $ 9.680,00. Apurar a
taxa de juros oferecida por esta operação.
P = $ 40.000,00
i=?
n = 11 meses
J = $ 9.680,00
J
i=
P×n
9.680,00 9.680,00
P= = = 0,022 ou 2,2% ao mês
40.000,00 ×11 440.000,00
8
JUROS SIMPLES
EXEMPLO
Uma aplicação de $ 250.000,00, rendendo uma taxa de juros de
1,8% ao mês produz, ao final de determinado período, juros no
valor de $ 27.000,00. Calcular o prazo da aplicação.
P = $ 250.000,00
i = 1,8% ao mês (0,018)
n= ?
J = $ 27.000,00
J
n=
P×i
27.000,00 27.000,00
P= = = 6 meses
250.000,00×,0,018 4.500,00
9
JUROS SIMPLES
EXEMPLO
i = 469,80 / 3480,00 x 5
10
JUROS SIMPLES
EXEMPLO
J = 100,00 x 0,10 x 2
J = 20,00
11
JUROS SIMPLES
EXEMPLO
n = 4 meses
12
JUROS COMPOSTOS
13
Juros Compostos
• O regime de juros compostos considera que os
juros formados em cada período são
acrescidos ao capital, formando, assim, o
montante (capital + juros) do período.
• Este montante, por sua vez, passará a render
juros no período seguinte formando um novo
montante.
• E assim por diante.
14
SIMBOLOGIA
• VP = Valor presente (PV = Present Value)
• VF = Valor futuro (FV = Future Value)
• i = taxa de juros
• n = período de tempo
15
FÓRMULAS DE JUROS COMPOSTOS
1
FV = PV (1 + i)n e PV = FV x[ n]
(1 + i)
onde
(1 + i)n = fator de capitalização (ou de valor futuro)
[1 / (1 + i)n]= fator de descapitalização (ou de valor
presente
16
EXEMPLO
1 Se uma pessoa deseja obter $ 27.500,00 dentro de um
ano, quanto deverá ela depositar hoje numa alternativa
de poupança que rende 1,7% de juros compostos ao
mês?
FV = $ 27.500,00
n = 1 ano (12 meses)
CALCULADORA HP 12C
i = 1,7% a.m. f CLEAR FIN
FV 27500 CHS FV
PV =
PV = ? 12 n
(1+ i)n 1,7 i
pressione PV
27.500,00 27.500,00
PV = =
(1 + 0,017)12
(1,017)12
27.500,00
PV = = 22.463,70
1,224197 17
SOLUÇÃO COM EXCEL
18
EXEMPLO
2 Qual o valor de resgate de uma aplicação de $ 12.000,00 em
um título pelo prazo de 8 meses à taxa de juros composta de
3,5% ao mês?
PV = $ 12.000,00
n = 8 meses
i = 3,5% a.m.
FV = ?
FV = PV (1 + i)n CALCULADORA
HP 12C
FV = 12.000,00 x (1 + 0,035)8 f CLEAR FIN
12000 CHS PV
FV = 12.000,00 x 1,316809 8n
FV = $ 15.801,71 3,5 i
pressione FV
19
USANDO O EXCEL
20
EXEMPLO
3. Determinar a taxa mensal composta de juros de uma
aplicação de $ 40.000,00 que produz um montante de $
43.894,63 ao final de um quadrimestre. 1
PV = $ 40.000,00 43.894,63 4
FV = $ 43.894,63 i= −1
n = 4 meses 40.000,00
i=? i = 1,0235 – 1 => 0,0235
FV = PV (1 + i)n i = 2,35%
FV CALCULADORA HP 12C
= (1+ i)n f CLEAR FIN
PV 40000 CHS PV
43.894,63 FV
4n
pressione i
21
USANDO O EXCEL
22
EXEMPLO
4. Uma aplicação de $ 22.000,00 efetuada em certa
data produz, à taxa composta de juros de 2,4% ao
mês, um montante de $ 26.596,40 em certa data
futura. Calcular o prazo da operação.
PV = $ 22.000,00 Aplicando-se logaritmos, tem-se:
FV = $ 26.596,40
i = 2,4% a. m. log 1,208927 = n x log 1,024
n=?
FV = PV (1 + i)n log1,208927 0,082400
n= = = 8meses
FV log1,024 0,010300
= (1+ i) n
PV CALCULADORA HP 12C
26.596,40 f CLEAR FIN
= (1,024)n 22000 CHS PV
22.000,00 26596,40 FV
i = 2,4
pressione n
1,208927 = (1,024)n
23
Logaritmo na HP 12C
25
VALOR PRESENTE DE UM FLUXO DE
CAIXA
• CALCULAR O VALOR PRESENTE DE DUAS ALTERNATIVAS
POSSÍVEIS PARA A AQUISIÇÃO DE UM EQUIPAMENTO
• Custo do Dinheiro: 3% ao mês.
• Fornecedor A (valor total do equipamento = $ 6.500,00)
30% no pedido
30% na entrega (após 6 meses)
Saldo em 4 parcelas iguais a partir do 7º mês
• Fornecedor B (valor total do equipamento = $ 6.700,00)
20% no pedido
40% na entrega (após 6 meses)
40% 120 dias após a entrega
26
FLUXOS DE CAIXA
FORN. A FORN. B
0 1.950 1.340
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 1.950 2.680
7 650 0
8 650 0
9 650 0
10 650 2.680
TOTAL 6.500 6.700
27
VALOR PRESENTE
VP = 5.606,55
2680 2680
VP( B ) = 1340 + +
(1 + 0,03) (1 + 0,03)10
6
VP = 5.578,60
28
VALOR FUTURO DOS FLUXOS DE CAIXA
VF( A) = 1950× (1+ 0,03)10 +1950× (1+ 0,03)4 + 650× (1+ 0,03)3 + 650× (1+ 0,03)2 + 650
VF = 7.534,74
29
VALOR PRESENTE LÍQUIDO
• O VPL (Valor Presente Líquido) ou o NPV (Net
Present Value) é a diferença entre o valor
descontado do fluxo de caixa para a data do
investimento inicial (I.I.) e o valor do
investimento inicial de um projeto.
30
Valor presente líquido
31
Valor presente líquido
• O VPL pode ser calculado por meio da
seguinte equação:
FC1 FC 2 FC 3 FCn
VPL = − I .I . + + + + ... +
(1 + k ) 1
(1 + k ) 2
(1 + k ) 3
(1 + k ) n
32
Valor presente líquido
• Para exemplificar, consideremos que a empresa Rio Grande S.A.
decidirá, com base no VPL, entre dois projetos mutuamente
excludentes, A e B, cujos fluxos de caixa são apresentados no
quadro a seguir. O custo de capital para esses projetos é de 18% ao
ano.
Ano Projeto A PROJETO B
R$ R$
0 -140.000 -180.000
1 40.000 50.000
2 40.000 55.000
3 45.000 60.000
4 45.000 65.000
5 50.000 70.000
6 60.000 70.000 33
Valor presente líquido
• Calculando o VPL de cada projeto:
40.000 40.000 45.000 45.000 50.000 60.000
VPLA = −140.000 + + + + + +
(1 + 0,18)1 (1 + 0,18) 2 (1 + 0,18) 3 (1 + 0,18) 4 (1 + 0,18) 5 (1 + 0,18) 6
= – 140.000 + 157.306
= R$ 17.306,00
= – 180.000 + 208.445
= R$ 28.445,00
40
TIRM
• Para calcular a TIRM, inicialmente, os valores de cada
fluxo de caixa (exceto do ano zero) devem ser
capitalizados para a data final do projeto, empregando
seu custo de capital.
• Feito isso, o próximo passo é encontrar a taxa de
desconto que iguala esse montante capitalizado com o
valor do investimento inicial.
• Para exemplificar, consideremos os projetos P e Q da
empresa Rio Grande S.A., para os quais a empresa tem
um custo de capital de 18% e cujas TIRs são 25,75% e
20,76%, respectivamente.
• Os fluxos de caixa são:
41
TIRM
42
Para o projeto P, capitalizando seus fluxos de caixa a 18%,
temos um montante de R$ 548.931,00 ao final do quinto
ano. 60.000 70.000 80.000 90.000 100.000
0 1 2 3 4 5
-200.000 100.000
106.200
111.392
115.012
116.327
200.000 548.931
VPL = –200.000 + 200.000
VPL = 0
1
FV = PV (1 + i)n 548.931 5
i= −1
FV
= (1+ i)n 200.000
PV i = 22,38% 43
Para o projeto Q, capitalizando seus fluxos de caixa a 18%,
temos um montante de R$ 608.108,00 ao final do quinto
ano. 85.000 85.000 85.000 85.000 85.000
0 1 2 3 4 5
-250.000 85.000
100.300
118.354
139.658
164.796
250.000 608.108
VPL = –250.000 + 250.000
VPL = 0
1
FV = PV (1 + i)n 608.108 5
i= −1
FV
= (1+ i)n 250.000
PV i = 19,46% 44
Exercícios
1. Descreva a principal diferença entre juros
simples e juros compostos.
45
3. Uma empresa que produz transdutores de pressão elétrica
amplificada está tentando decidir qual das máquinas
apresentadas a seguir deve comprar. Compare-as, com base em
seus valores atuais, utilizando uma taxa de juros de 15% ao ano.
Transdutor: qualquer dispositivo capaz de transformar um tipo de sinal em
outro tipo, com o objetivo de transformar uma forma de energia em outra.
Pede-se:
1. Calcule a TIR destes projetos
2. Calcule o VPL considerando 12% a Taxa Mínima de Atratividade
3. Calcule o VPL considerando 16% a Taxa Mínima de Atratividade
50
Exemplo de um projeto de
investimento
• Capital de Giro: R$ 8.000,00 correspondentes ao
incremento de estoque de bobinas de aço galvanizado e do
investimento em contas a receber. Este valor será
financiado com capital dos proprietários, cujo custo de
oportunidade é de 10% ao ano.
• Horizonte temporal do projeto: 8 anos.
• Produção estimada em 42.000 metros lineares, sendo
3.000 metros lineares no primeiro ano; 4.000 metros
lineares no segundo ano, 5.000 metros lineares no terceiro
e, 6.000 metros lineares do quarto ao oitavo ano.
• Preço de Venda: R$ 15,50 o metro linear de calha. Sobre
este valor incide 17% de ICMS.
51
Exemplo de um projeto de
investimento
• Custos de Produção:
• Matéria-prima (Bobina de aço galvanizado): Preço CIF de R$
6.000,00 por tonelada. Neste valor inclui 17% de ICMS. Cada
tonelada propicia a fabricação de 1.000 metros lineares de calha.
• Energia Elétrica: Estimado o custo de R$ 500,00, para cada duas
toneladas de chapas consumidas.
• Mão de obra: contratação de um funcionário com salário de R$
13.200,00 anuais. Os encargos sociais e trabalhistas da empresa
representam 80% dos salários.
• A depreciação será calculada com base na quantidade produzida.
Cálculo da depreciação anual: [(Valor do Ativo – Valor Residual) ÷
Produção Estimada durante o horizonte temporal do projeto] x
Produção Anual Estimada
• Manutenção da Máquina: R$ 800,00 anuais, a partir do 4º ano.
52
Exemplo de um projeto de
investimento
• Despesas comerciais: compreende as comissões sobre
vendas. A Fábrica de Calhas V. Grande estima pagar 7,5% da
receita líquida em comissões aos representantes
comerciais.
• Ao final do 8º ano a máquina será substituída. A receita
líquida de venda é estimada em R$ 10.000,00. Não haverá
gastos com remoção.
• Imposto de Renda: a empresa é tributada pelo lucro real.
Para fins de tributação, a depreciação desta máquina se
enquadra na Referência NCM 8462 da Instrução Normativa
SRF nº 162, cujo prazo de vida útil é de 10 anos. Neste caso
a taxa anual de depreciação desta máquina é de 10%.
53
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Demanda (metros
lineares) 3.000 4.000 5.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000
Receita Bruta 46.500,00 62.000,00 77.500,00 93.000,00 93.000,00 93.000,00 93.000,00 93.000,00
(-) ICMS -7.905,00 -10.540,00 -13.175,00 -15.810,00 -15.810,00 -15.810,00 -15.810,00 -15.810,00
Receita Líquida 38.595,00 51.460,00 64.325,00 77.190,00 77.190,00 77.190,00 77.190,00 77.190,00
54
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
INVESTIMENTO INICIAL
Aquisição da máquina 34.860,00
Capital de giro 8.000,00
Total 42.860,00
55
CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTR. SOCIAL
Lucro Antes da C.S. e do I.R. -7.965,54 -1.887,32 4.190,90 9.957,16 10.445,20 10.933,24 11.421,28 11.909,32
(+) Depreciação Qtd. Prod. 1.775,71 2.367,62 2.959,52 3.551,43 3.551,43 3.551,43 3.551,43 3.551,43
(-) Depreciação Linear -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00 -3.486,00
Lucro Real -9.675,83 -3.005,70 3.664,43 10.022,59 10.510,63 10.998,67 11.486,71 11.974,75
Ganho de Capital 3.028,00
Base de Cálculo da C.S. e I.R. -9.675,83 -3.005,70 3.664,43 10.022,59 10.510,63 10.998,67 11.486,71 15.002,75
Imposto de Renda (15%) -1.451,37 -450,86 549,66 1.503,39 1.576,59 1.649,80 1.723,01 2.250,41
Imposto de Renda (10%) -967,58 -300,57 366,44 1.002,26 1.051,06 1.099,87 1.148,67 1.500,28
Contribuição Social (9%) -870,82 -270,51 329,80 902,03 945,96 989,88 1.033,80 1.350,25
56
CÁLCULO DO GANHO DE CAPITAL
57
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa dos Proprietários
58
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa dos Proprietários
59
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa dos Proprietários
61
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa da Empresa
Fluxo de Caixa Operacional -1.289,51 3.112,77 7.515,05 11.389,34 11.389,34 11.389,34 11.389,34 20.359,82
62
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa da Empresa
63
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
INVESTIMENTO
INICIAL
Aquisição da máquina 34.860,00
Capital de giro 8.000,00
Total 42.860,00
64
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa da Empresa
• Para se determinar o Valor Presente Líquido deste fluxo de caixa,
o mesmo deve ser descontado por uma taxa que reflita o Custo
Médio Ponderado de Capital (CMPC), próprio e de terceiros, que
financiam o projeto.
• O custo do capital próprio foi estabelecido em 10% e o custo do
capital de terceiros corresponde à taxa de juros incidente sobre o
financiamento.
• Como a Fábrica de Calhas V. Grande é tributada pelo lucro real,
os juros pagos são deduzidos da base de cálculo do Imposto de
Renda e da Contribuição Social da empresa. Assim, o custo do
capital de terceiros é calculado da seguinte maneira:
• Custo do capital de terceiros (juros) = 7% ao ano
• Alíquota do Imposto de Renda mais Contribuição Social = 34%
• Custo do capital de terceiros após o efeito fiscal = 7% x (1 –
34%) = 4,62% 65
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR) do Fluxo de Caixa da Empresa
• Conhecendo o custo do capital próprio e do capital
de terceiros, formulamos a equação do Custo
Médio Ponderado de Capital:
CMPC = 8.000,00 ×10% + 34.860,00 × 4,62%
8.000,00 +34.860,00 8.000,00 + 34.860,00
CMPC = 5,63%
68
Projeto Alfa Projeto Beta
R$ R$
Aquisição e instalação de máquinas novas dos projetos 60.000,00 80.000,00
Receita líquida de venda de ativos antigos 20.000,00 30.000,00
Investimento adicional em capital de giro 5.000,00 8.000,00
Receitas operacionais
Depreciação inclusa nos custos e despesas operacionais de cada ano 6.000,00 8.000,00
69
Fluxo de caixa residual 15.000,00 20.000,00
O que são Finanças Corporativas?
Toda decisão tomada por uma empresa tem
implicações financeiras e qualquer decisão que
afete suas finanças é uma decisão sobre
finanças corporativas.
70
O que são Finanças Corporativas?
• Nenhuma empresa progride com uma gestão
financeira deficiente.
– Vendas deficitárias
– Concessão de crédito sem critérios
– Cobrança deficiente
– Investimentos sem critérios
– Endividamento exagerado
– Etc.
• Gradualmente, tais problemas inviabilizam a
empresa
71
Função Financeira de uma Empresa
• Estágio Inicial de uma Empresa
72
Função Financeira de uma Empresa
• Estágio: de pequena para média
73
Função Financeira de uma Empresa
• Estágio: de média para grande
74
Função Financeira de uma Empresa
a. Aplicação de recursos: investimentos em ativos circulantes e não
circulantes – fluxo de caixa, taxa de desconto, uso de técnicas de
avaliação de projetos etc. (DECISÕES DE INVESTIMENTOS)
Quais projetos de investimentos de longo prazo devem ser
aprovados? ; Qual o montante de Capital Circulante Líquido ideal?
Balanço Patrimonial
Financiamentos
Investimentos
Ativos Passivos
Decisões de
Decisões de
Circulantes Circulantes
Passivos
Ativos Circulantes
Não Circulantes Patrimônio Líquido
76
O ADMINISTRADOR FINANCEIRO
• A administração financeira de uma empresa é
exercida por pessoas que podem ter diferentes
denominações, como: vice-presidente de finanças,
diretor financeiro, controller e gerente financeiro.
Presidente
Controladoria Tesouraria
Auditoria Caixa 77
O ADMINISTRADOR FINANCEIRO
Desempenha diversas tarefas financeiras. Entre
elas:
Planejamento e orçamentos;
Concessão de crédito a clientes;
Avaliação de projetos de investimentos;
Administração de caixa;
Captação de fundos para financiar as
operações da empresa etc.
78
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
79
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
• As empresas são constituídas para atingirem
objetivos almejados por seus idealizadores.
• Em geral, os objetivos de uma empresa são
relacionados
– A maximização dos resultados
– Maior participação no mercado
– Maximização das vendas
– Etc.
80
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
• Os gestores podem dar atenção à apenas um desses objetivos e
realizar esforços para alcançá-lo.
– Importante salientar que há uma interdependência entre eles, uma
vez que a maximização das vendas pode levar a maior participação
no mercado e, por consequência, maiores lucros com impacto
positivo na riqueza dos proprietários, distribuindo dividendos ou
não.
• Entretanto, as ações dos gestores podem ser desenvolvidas
visando obter esses resultados, o mais rápido possível, isto é, no
curto prazo.
• No entanto, uma empresa, quando constituída, tem como
pressuposto manter-se ativa por período de tempo
indeterminado.
• Neste contexto pode haver conflito entre o resultado
proporcionado por decisões visando alcançá-lo no curto prazo e
a perspectiva de manter-se em atividade por período longo de
tempo. 81
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
• Analisemos o objetivo de maximizar a riqueza
dos proprietários.
• Admitidos que uma pessoa possuísse R$
100.000,00 aplicados no mercado financeiro, com
remuneração líquida anual correspondente a
10%.
• Tal investidor identifica uma oportunidade para
empreender um negócio próprio e decide
redirecionar este montante de recursos na
constituição da Empresa RKW.
82
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
• Neste caso, a remuneração da aplicação no
mercado financeiro que o empreendedor abre
mão é considerada como sendo o custo de
oportunidade do novo negócio.
• Os ganhos neste novo negócio podem ocorrer:
– Pela geração de lucros proporcionados pela RKW
– Pela valorização do próprio negócio
– Ou pela combinação de ambos
83
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
• Caso esse empreendedor mantivesse seus
recursos aplicados no mercado financeiro,
após um ano, seu capital atingiria o montante
de R$ 110.000,00.
• Agora, para que sua riqueza não seja reduzida,
ao final de um ano o valor da empresa
somado ao lucro líquido gerado deverá
totalizar no mínimo, R$ 110.000,00.
• Consideremos duas situações após um ano:
84
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
Situação um
85
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
Situação dois
88
OBJETIVO DE UMA EMPRESA
SITUAÇÃO A SITUAÇÃO B
Ativo Passivo Ativo Passivo
P. N. C. 0 P. N. C. 15.000
P. L. 35.000 P. L. 20.000
Estratégia
Visão
o
Valores
Missão
90
Separação entre a propriedade e a
gestão
Os proprietários desligam-se da gestão da empresa. A
empresa passa a ser administrada por gestores
contratados
91
Conflitos de agência
Viagens Carros
Possibilidade de os administradores
colocarem seus objetivos pessoais à frente
dos objetivos da empresa.
92
Minimização dos conflitos
Aquisição hostil
Mecanismos Mercado de trabalho
Externos
Disclosure e monitoramento por
agentes externos
Conselho de Administração
Sistema de Remuneração
Mecanismos Planos de Incentivos
Internos
Opções de compra de ações
Estrutura de Propriedade
93
EXERCÍCIOS
1. João e José estão interessados em comprar ações da Empresa
SBC S.A., um importante fabricante de equipamentos
automotivos. João levantou alguns dados a partir das últimas
DREs da empresa, conforme apresentado a seguir:
VALORES EM R$
MILHÕES
Ano Ano 2 Ano 3
1
Receita líquida 100 85 75
(–) Custo dos produtos vendidos (70) (58) (51)
Lucro bruto 30 27 24
(–) Despesas administrativas (5) (4) (3)
(–) Despesas de vendas (10) (5) (1)
Lucro antes do IR 15 18 20
(–) Imposto de renda (5) (6) (7)
Lucro líquido 10 12 13
95
Com base nessas informações, pede-se:
• a. Qual é o objetivo primordial que a SBC deve
perseguir? Por quê?
• b. A empresa parece apresentar algum conflito de
interesse entre proprietários e gestores? Explique.
• c. Avalie a abordagem da empresa em relação ao
controle dos gastos com campanhas de
marketing. Por que incorrer nessas despesas é de
interesse dos proprietários da empresa, apesar de
seu impacto negativo nos lucros, no curto prazo?
• d. Quais são as recomendações específicas que
você poderia dar à empresa?
96
Exercícios
2. Ações tomadas para maximizar os lucros
atuais podem diminuir os lucros futuros e vice-
versa. Comentar.
3. Diferencie decisões de financiamentos de
decisões de investimentos. Detalhe sua
explicação.
4. Por que ocorrem conflitos entre os
administradores e os proprietários de uma
empresa? Quais objetivos de cada um deles?
97
Exercícios
5 Pesquise na WEB (em sites confiáveis) os
principais motivos que levam empresas à
falência.
6. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) o que
são acionistas minoritários e majoritários.
Também, pesquise se há conflitos entre eles.
98
DEPRECIAÇÃO
• A depreciação inclusa no CPV e nas Despesas
Administrativas e Comerciais (constantes na
DRE) não representam desembolso de caixa e,
portanto, constituem sobras de caixa.
99
LEASING
(ARRENDAMENTO MERCANTIL)
São dois tipos básicos de Arrendamento Mercantil:
• a) Financeiro – quando a empresa que utiliza o ativo
arrendado em suas operações assume todos os riscos e
benefícios inerentes à propriedade.
– Os bens objetos dessa modalidade de arrendamento são
registrados no Ativo Imobilizado (portanto, sujeitos a
depreciação);
• b) Operacional – quando os riscos e benefícios inerentes à
propriedade dos bens arrendados não são transferidos
integralmente ao arrendatário.
– Os pagamentos referentes a essa modalidade de
arrendamento são reconhecidos como despesas durante o
prazo contratual. (Ver Resolução CFC nº 1.304/10 que
aprova a NBC TG 06 – Operações de Arrendamento
Mercantil).
100
Aplicações de Recursos
• Fundos temporariamente ociosos costumam
ser aplicados em Títulos Negociáveis de curto
prazo com o propósito de obtenção de
retorno, sem sacrificar a liquidez.
101
Exercícios
1. É importante para o administrador financeiro conhecer
as fontes de financiamento disponíveis no mercado?
2. Descrever a respeito das fontes de recursos utilizadas
pela administração financeira para financiar projetos de
investimentos.
– Tais recursos são abundantes ou não?
– Todas as empresas têm acessos às mesmas fontes?
3. O valor correspondente a depreciação corresponde a
um excedente de caixa e, por isso, pode ser utilizado para
financiar projetos de investimentos, total ou
parcialmente?
102
Exercícios
4. Conceitue arrendamento mercantil.
104
Esta aula tem o propósito de:
• Apresentar os principais indicadores
econômicos e financeiros extraídos das
demonstrações financeiras.
• Discutir como esses indicadores são
empregados na análise do desempenho de
uma empresa.
105
Instrumental de Análise
• Como instrumental de análise, são aplicadas
as técnicas denominas Análise Horizontal,
Análise Vertical e os Índices Econômicos-
Financeiros.
106
Procedimentos Preliminares
Antes de se iniciar a análise de balanços, é necessário ler
o parecer da auditoria independente.
• Feito isso, para que a análise seja facilitada, dois
procedimentos preliminares são importantes:
107
DADOS EXTRAÍDOS DAS TRÊS ÚLTIMAS
DEMONSTRAÇÕES PUBLICADAS
31/12/ 31/12/ 31/12/
ATIVO 2009 2010 2011
109
DADOS CORRIGIDOS
31/12/ 31/12/ 31/12/
ATIVO 2009 2010 2011
ATIVO CIRCULANTE 710.536 708.225 805.000
Caixa 33.835 31.950 40.000
Bancos 135.340 159.750 190.000
Aplic.Financeiras 11.278 10.650 15.000
Clientes 360.907 383.400 430.000
(-) Dupl.Descont. 0 -47.925 -50.000
Estoques 169.175 170.400 180.000
110
Procedimentos Preliminares
2. Padronização das demonstrações contábeis.
• As contas do balanço patrimonial e da demonstração
do resultado do exercício devem ser transcritas para
modelos padronizados, a fim de facilitar a análise.
• a) A conta ‘duplicatas descontadas’ é reclassificada
para o ‘passivo circulante’.
• b) O ‘capital social’, no patrimônio líquido, encontra-se
deduzido do ‘capital a integralizar’ e ‘das ações em
tesouraria’ e acrescido das reservas.
• c) As contas retificadoras do ativo não circulante
(‘depreciação’, ‘amortização’ e ‘exaustão acumuladas’)
já estão deduzidas de suas contas principais.
111
BALANÇO PATRIMONIAL PADRONIZADO
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Financeiro Financeiro
• Caixa • Empréstimos
• Bancos • Duplicatas descontadas
• Aplicações financeiras • Dividendos a pagar
• Duplicatas a receber • Impostos a recolher
• Estoques • Duplicatas a pagar
• Impostos, taxas e contribuições a
ATIVO NÃO-CIRCULANTE pagar ou a recolher
• Salários a pagar
Realizável a longo prazo • Encargos sociais
Investimentos • Outras obrigações de curto prazo
Imobilizado
Intangível PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
• Financiamentos
• Debêntures
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Capital social
• Reservas de lucros
112
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
PADRONIZADO
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(–) CUSTO OPERACIONAL
Custo das mercadorias vendidas
Custo dos produtos vendidos
Custo dos serviços prestados
(=) LUCRO BRUTO
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas administrativas
Despesas de vendas
Outras despesas operacionais líquidas
(=) LUCRO OPERACIONAL
(–) Despesas Financeiras Líquidas
(+/–) Resultados não Operacionais
(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IMPOSTO DE RENDA
(–) PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA
(=) LUCRO APÓS A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA
(–) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
113
Análise vertical
• A análise vertical consiste em determinar a
representatividade relativa de cada conta em relação
ao grupo de contas a que pertence, para cada DC em
análise.
• Para isso, no BP atribui-se 100% para o Total do Ativo e
100% para o Total do Passivo.
• Na DRE, atribui-se 100% para a Receita Operacional
Líquida.
• Depois, calculam-se os percentuais de participação
relativa utilizando-se a seguinte equação:
Valor da Conta
Percentual de Participação = x100
Total do Grupo de Contas
114
ANÁLISE VERTICAL
BALANÇOS PAT RIMONIAIS (Em $ mil)
TO TAL DO ATIVO 163.300 100 206.600 100 TO TAL PASSIVO 163.300 100 206.600 100
115
ANÁLISE VERTICAL
DEMONST RAÇÕES DE RESULT ADOS (Em $ 1.000)
20X1 AV 20X2 AV
116
Análise Horizontal (AH)
• Os números-índices da Análise Horizontal
evidenciam a evolução de cada conta de uma
série de DCs. Tradicionalmente, estabelece-se
para cada conta do BP e da DRE mais antigo da
série em análise, o número-índice 100. Depois,
calculam-se os números-índices das
demonstrações seguintes utilizando-se a
equação:
PERMANENTE 80.000 100 89.000 111 EXIG. A LO NGO PRAZO 35.700 100 45.000 126
Investimentos 10.000 100 10.000 100
Imobilizado 65.000 100 75.000 115 PATRIMÔ NIO LÍQ UIDO 66.600 100 83.600 126
Diferido 5.000 100 4.000 80 Capital 54.300 100 54.300 100
Lucros/Prejuízos Acumulados 12.300 100 29.300 238
TO TAL DO ATIVO 163.300 100 206.600 127 TO TAL PASSIVO 163.300 100 206.600 127
118
ANÁLISE HORIZONTAL
REC EITA O PERACIO NAL LÍQ UIDA 330.000 100 365.000 111
(–) CUST O OPERACIONAL
Custo dos Produtos Vendidos – CPV (210.000) 100 (250.000) 119
(=) LUCRO BRUTO 120.000 100 115.000 96
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Administrativas (32.000) 100 (35.000) 109
Despesas de Vendas (25.000) 100 (32.000) 128
(=) LUCRO O PERACIO NAL 63.000 100 48.000 76
(–) Despesas Financeiras Líquidas (6.555) 100 (9.000) 137
(+/–) Resultados não Operacionais 0 - 0 -
(=) LUCRO ANTES DA C O NTRIBUIÇ ÃO SO CIAL E DO DO IMPO STO DE RENDA 56.445 100 39.000 69
(–) PROVISÕES PARA A CONT RIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOST O DE RENDA (19.756) 100 (13.650) 69
(=) LUCRO APÓ S A CO NTRIBUIÇ ÃO SO CIAL E O IMPO STO DE RENDA 36.689 100 25.350 69
(–) PART ICIPAÇÕES E CONT RIBUIÇÕES 0 - 0 -
(=) LUCRO O U PREJUÍZO LÍQ UIDO DO EXERCÍC IO 36.689 100 25.350 69
119
Análise por meio de Índices Econômicos-
Financeiros
• Os índices econômicos-financeiros são obtidos
através da relação entre contas ou grupos de contas
das demonstrações financeiras, podendo ser
agrupados de diferentes maneiras, sendo as mais
comuns:
– Índices de liquidez
– Índices de atividades
– Índices de endividamento
– Índices de lucratividade
120
Índices de liquidez
• Estes índices medem a capacidade da empresa em cumprir com suas
obrigações de curto prazo, nas datas de vencimento
Ativo Circulante
Índice de Liquidez Corrente =
Passivo Circulante
Disponibilidades
Índice de Liquidez Imediata =
Passivo Circulante
Ativo Permanente
Imobilização do Patrimônio Líquido = x100
Patrimônio Líquido
123
Índices de Lucratividade
• Estes índices evidenciam a rentabilidade da empresa.
Lucro Líquido
Margem Líquida = x100
Receita Operacional Líquida
Lucro Líquido
Taxa de Retorno sobre o Ativo Total = x100
Ativo Total
Lucro Líquido
Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = x100
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
Lucro por Ação =
quantidade de ações ordinárias
124
RESUMO DOS ÍNDICES ECONÔMICOS E
FINANCEIROS
• Para realizar os cálculos desses índices,
consideramos que:
• Todas as vendas da empresa são efetuadas a
prazo.
• As compras anuais a prazo representam 80% do
custo dos produtos vendidos.
• A empresa possui 100 mil ações ordinárias em
circulação.
• A empresa não distribuiu dividendos em 2001 e
em 2002.
125
AGRUPAMENTO ÍNDICES 20X1 20X2
Liquidez Corrente 1,37 1,51
Geral 0,86 0,96
Imediata 0,24 0,20
Seca 0,85 0,74
Atividades Período médio de cobrança 40 dias 41 dias
Giro das duplicatas a receber 9 vezes 9 vezes
Período médio de pagamentos 45 dias 45 dias
Giro das duplicatas a pagar 8 vezes 8 vezes
Período médio de estocagem 54 dias 86 dias
Giro de estoques 7 vezes 4 vezes
Endividamento Endividamento geral 46,27% 47,13%
Imobilização do patrimônio líquido 111,93% 103,91%
Passivo não circulante/patrimônio líquido 31,79% 32,61%
Lucratividade Margem bruta 36,36% 31,51%
Margem operacional 19,09% 13,15%
Margem líquida 11,12% 6,95%
Taxa de retorno sobre o ativo total 30,14% 18,39%
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido 48,52% 22,50%
Lucro por ação R$ 366,89 R$ 253,50
126
DE POSSE DOS ÍNDICES ...
• Com o quadro geral de indicadores de uma empresa o analista
assume um referencial ou parâmetro de comparação.
• Em sua análise deve considerar as taxas de crescimento da
economia do país e os indicadores relativos ao setor de atividades e
porte da empresa. São itens para verificação:
• Os indicadores de liquidez da empresa estão bons ou não? Como
têm se comportado no período?
• Os indicadores de atividades ou de rotação estão dentro da
normalidade ou não?
• Os indicadores de estrutura de capital da empresa evidenciam se a
empresa é dependente ou não de capital de terceiros?
• Os indicadores de rentabilidade estão abaixo ou acima da média do
setor?
• Os indicadores de lucratividade apresentam-se melhores ou não em
relação a outras empresas do setor? 127
Análise por meio de Índices
Econômicos-Financeiros
• Importante salientar que o mercado realiza o cálculo
dos mesmos indicadores por setor de atividade.
• A FIESP e a SERASA EXPERIAN, em parceria,
disponibilizam no site
http://www.fiesp.com.br/competitividade/fiesp-
serasa.aspx, um conjunto de indicadores econômicos e
financeiros segregados por atividades, conforme a
Classificação Nacional da Atividade Econômica – CNAE,
do IBGE. Aqui, a expressão “mercado” está sendo
utilizada para designar todos os stakeholders (pessoa,
grupo de pessoas ou entidades) que possuem
interesses em uma empresa.
128
Análise por meio de Índices
Econômicos-Financeiros
• Tem-se aí o índice-padrão, o qual representa um referencial
ou parâmetro de comparação.
• É provável que os analistas ao compararem os indicadores de
uma empresa com os do mercado atribuam nível de risco que
os auxiliam a tomarem decisões.
• Por exemplo, uma empresa com um nível de endividamento
elevado pode receber conceitos de crédito ruim.
• Empresas com indicadores de liquidez baixos podem ter
dificuldades em comprar a crédito.
• Do mesmo modo, quando se avalia tais indicadores de um
cliente, deve-se avaliar o risco de vender a prazo.
• Analisando os indicadores dos concorrentes, permite-se
identificar seus pontos fortes e fracos.
129
Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization
O EBITDA é uma medida de avaliação que demonstra o potencial de geração
de caixa dos ativos operacionais (aqueles vinculados à exploração das
atividades-fim da empresa).
Seu cálculo se expressa em sua própria denominação, cuja tradução é ‘lucro
antes dos juros, impostos, depreciação e amortização — Lajida’.
Partindo da demonstração do resultado do exercício padronizada, seu
cálculo é obtido somando-se ao lucro operacional (EBIT — Earnings Before
Interest and Taxes) apenas a amortização e a depreciação. Se partirmos da
demonstração do resultado do exercício não padronizada, teremos:
(Em R$ mil)
20X1 20X2
Lucro operacional 56.445 39.000
(+) Despesas financeiras líquidas 6.555 9.000
(=) EBIT 63.000 48.000
(+) Depreciação, amortização e exaustão 9.000 10.500
(=) EBITDA 72.000 58.500
132
Exercícios
1. Qual a importância do conhecimento contábil para a
administração financeira?
138
Exercícios
11. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) o que significa, do
ponto de vista contábil, o total de passivos ser maior do que o
total de ativos?
139
7ª AULA
140
Esta aula tem o propósito de:
• Discutir que a forma como uma empresa se
financia tem impacto direto no retorno de
seus proprietários.
• Serão apresentados critérios de determinação
dos custos das diferentes fontes de
financiamentos.
141
Estrutura de Capital
• A estrutura de capital de uma empresa
corresponde aos fundos de longo prazo
oriundos de fontes de capitais próprio e de
terceiros.
• No BP (balanço patrimonial), esses fundos
integram as contas que compõem o ‘passivo
não circulante’ e o ‘patrimônio líquido’
142
Estrutura de Capital
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo circulante Passivo circulante
143
Estrutura de Capital
• O modo como uma empresa se financia tem o
potencial de impactar seu valor de mercado e,
consequentemente, maximizar a riqueza dos
proprietários.
• Isso é possível quando uma empresa possui uma
estrutura de capital cujos custos sejam mínimos.
• Reduzindo-se o custo de capital, o retorno dos
projetos em que esses recursos são aplicados
aumenta, e isso eleva sua rentabilidade.
144
Custo de Capital
• O custo de capital é utilizado como parâmetro para as
decisões de aprovação ou reprovação de novos
projetos, uma vez que estes devem proporcionar
retornos superiores aos respectivos custos.
• Assim, o custo de capital representa a taxa mínima de
retorno que novos investimentos devem proporcionar.
• Desse modo, decisões inadequadas de financiamento
elevam o custo de capital, o que torna mais difícil
encontrar projetos viáveis para a empresa.
145
Custo de Capital
• Até um nível de endividamento moderado — o qual sinaliza
para os credores que a empresa tem condições de honrar
seus compromissos —, o custo de capital de terceiros
costuma ser mais barato que o de capital próprio.
• Os juros incidentes sobre o capital de terceiros implica uma
obrigação contratual de pagamentos, ao passo que o
capital próprio possui uma remuneração residual.
• Em geral, atribui-se maior risco ao capital próprio em
comparação ao de terceiros, e isso representa maior custo
para a empresa.
• Assim, os gestores devem aproveitar as vantagens
oferecidas pelo capital de terceiros, enquanto este
permanecer mais barato que o capital próprio.
146
Custo do Capital de Terceiros
• As empresas de porte pequeno costumam ter
dificuldades a fontes de financiamentos
externas.
• As empresas maiores, geralmente de capital
aberto, são capazes de contornar, esse
problema, tendo acesso a fontes de recursos
via sistema BNDES.
147
Custo do Capital de Terceiros
Benefício do imposto de renda (empresas
tributadas pelo lucro real)
Empresa X Empresa Y
Lucro operacional ou LAJIR R$ 500.000,00 R$ 500.000,00
(–) Despesas com juros 40.000,00 0,00
(=) Lucro antes do imposto de renda 460.000,00 500.000,00
(–) IR (40%) 184.000,00 200.000,00
(=) Lucro líquido 276.000,00 300.000,00
149
Custo do Capital de Terceiros
• As despesas com juros, comparando as empresas
X e Y, reduziram em R$ 40 mil o lucro antes do
imposto de renda (Lair) da empresa X e
proporcionou R$ 16 mil a menos no valor do IR.
Nessas condições, as despesas com juros líquidas
totalizam R$ 24 mil para a empresa X, conforme o
seguinte cálculo:
• Despesas com juros líquidas = Despesas com
juros x (1 – Alíquota de IR)
• = R$ 40.000,00 x (1 – 0,40)
• = R$ 24.000,00
150
Custo do Capital de Terceiros
Assim, é possível notar que as despesas com juros
líquidas da empresa X representam uma taxa efetiva de
12% ao ano (R$ 24.000,00/R$ 200.000,00).
Essa taxa corresponde ao custo do empréstimo e pode
ser calculada pela seguinte fórmula:
Ke = J x (1 – IR)
151
Custo das debêntures
Para determinar o custo dessa fonte de financiamento, é
necessário elaborar o fluxo de caixa correspondente. Para
exemplificar, consideremos que a Empresa Rio Pequeno S.A.
tenha emitido debêntures nas seguintes condições:
Valor nominal: R$ 100.000,00
(–) Deságio: (R$ 2.000,00)
(–) Encargos relativos à colocação: (R$ 4.000,00)
(=) Valor líquido recebido: R$ 94.000,00
152
Custo das debêntures
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
R$ R$ R$ R$ R$
Pagamento de juros aos investidores 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00
(–) Benefício do IR (40%) 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00
(=) Despesas com juros líquidas 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00
(+) Pagamento do resgate 100.000,00
(=) Total desembolsado 12.000,00 12.000,00 12.000,00 112.000,00
Valor líquido recebido 94.000,00
153
Custo dos empréstimos e
financiamentos
Para determinar o custo desses recursos é necessário
elaborar o fluxo de caixa correspondente.
Consideremos que a empresa Rio Pequeno S.A. tenha
solicitado um empréstimo ao Banco ABCD S.A.:
Valor nominal do empréstimo: R$ 200.000,00
(–) Taxas e comissões bancárias: (R$ 15.000,00)
(=) Valor líquido recebido: R$ 185.000,00
154
Custo dos empréstimos e
financiamentos
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3
R$ R$ R$ R$
Pagamento de juros 40.000,00 40.000,00 40.000,00
(–) Benefício do IR (40%) 16.000,00 16.000,00 16.000,00
(=) Despesas com juros líquidas 24.000,00 24.000,00 24.000,00
(+) Devolução do principal
(=) Total desembolsado 24.000,00 24.000,00 24.000,00
Valor líquido recebido 185.000,00
155
Custo de capital próprio
• O capital próprio corresponde aos recursos investidos
pelos proprietários da empresa e de lucros retidos.
• Em uma definição bastante simplificada, o custo de capital
próprio deve corresponder à remuneração da melhor
alternativa de investimento dos quais os investidores
abriram mão ao aplicarem seus recursos na empresa.
• Diferentemente do capital de terceiros, para calcular o
custo de capital próprio, deve-se considerar que :
– não há o benefício fiscal do IR, uma vez que os dividendos
correspondem à parcela do lucro remanescente que a
empresa de capital aberto distribui a seus acionistas; e
– os dividendos devem ser tratados em uma perspectiva de
perpetuidade, já que as ações constituem o capital da
empresa.
156
Custo das ações já existentes
• Um modo de se calcular o custo das ações é por meio
do desconto do fluxo de dividendos futuros esperados.
– Outro é através do Modelo de Formação de Preços de Ativos
de Capital - CAPM
• Para isso, emprega-se a expressão simplificada de
Gordon e Shapiro:
Po = preço corrente da ação
D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1
D1 K = taxa de desconto compatível ao risco assumido
K= + g pelos fornecedores de capital próprio.
P0
g = taxa anual esperada de crescimento dos
dividendos das ações
157
Custo das ações já existentes
• Consideremos que as ações ordinárias da
empresa Rio Pequeno S.A. têm sido cotadas a R$
20,00 cada. O dividendo previsto para o próximo
ano é R$ 3,00 por ação e, nos últimos anos, os
dividendos distribuídos têm crescido à taxa média
anual de 3,5%. Assim, temos:
D1 R$ 3,00
Kao = +g⇒ + 3,5%⇒ 0,15 + 0,035= 0,185ou18,5%
P0 R$ 20,00
CMPC = (Wd x Kd) + (We x Ke) + (Wao x Kao) + (Wap x Kap) + (Wlr x Kao)
162
CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital)
163
CMPC da estrutura de capital
constante do balanço patrimonial
Valor Proporção de Custo
contábil cada fonte (K )
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Debêntures R$ 100.000,00 13,33% 14,06%
Empréstimos R$ 200.000,00 26,67% 14,61%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ações ordinárias (25 mil x R$ 12,00 cada) R$ 300.000,00 40,00% 18,50%
Ações preferenciais (15 mil x R$ 10,00 cada) R$ 150.000,00 20,00% 16,50%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ações ordinárias (25 mil x R$ 20,00 cada) R$ 500.000,00 48,78% 18,50%
Ações preferenciais (15 mil x R$ 15,00 cada) R$ 225.000,00 21,95% 16,50%
166
Estrutura ótima de capital
• Uma vez definida essa estrutura de capital, o passo
seguinte é determinar a proporção que cada fonte terá
nessa estrutura de capital, para, então, calcular seu custo
médio ponderado.
• A hipótese de que empresas procuram estruturas ótimas
de capital deve-se ao fato de que, à medida que elas
substituem capital próprio por capital de terceiros e mais
barato, há um declínio no custo médio ponderado de
capital.
– Supõe-se que o valor de mercado de uma empresa é
maximizado quando seu custo de capital é minimizado.
• Em uma estrutura ótima de capital, a administração pode
investir em um número maior de projetos rentáveis a fim
de maximizar o valor da empresa.
167
Estrutura ótima de capital
Simulação do CMPC
Estrutura Capital de terceiros Capital próprio CMPC
R$ Ke R$ K ao
1 100.000 10,0% 900.000 23,0% 21,70%
2 200.000 10,0% 800.000 22,0% 19,60%
3 300.000 11,0% 700.000 21,5% 18,35%
4 400.000 12,5% 600.000 21,5% 17,90%
5 500.000 15,0% 500.000 23,0% 19,00%
6 600.000 18,0% 400.000 26,0% 21,20%
7 700.000 22,0% 300.000 30,0% 24,40%
168
Custo marginal ponderado de capital
(CMgPC)
• Considere uma empresa que planeja realizar
investimentos em novos ativos imobilizados e cujo
administrador financeiro pode escolher as fontes para a
captação dos recursos necessários.
• Nesse caso, cabe a ele definir a combinação que resulte
no menor custo de capital para financiar os projetos.
• O custo que esses novos recursos representa é o CMgPC
(Custo Marginal Ponderado de Capital).
• Ou seja, é o custo total associado aos novos
financiamentos obtido pela empresa.
• Esse custo é relevante nas decisões de investimentos,
uma vez que se espera que a empresa invista em ativos
que proporcionem taxas de retornos acima de seu custo
marginal ponderado de capital. 169
Exercícios
1. Por que o capital próprio precisa ser
remunerado?
2. Que importância tem o capital próprio na
avaliação do risco financeiro de uma empresa?
3. Comente a relação risco versus retorno no
custo de capital da empresa.
4. O que acontece se a empresa super-estimar
ou sub-avaliar o custo de capital em suas
decisões de investimentos?
170
Exercícios
5. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) se há
diferença entre empréstimos e financiamentos.
171
Exercícios
6. A empresa Alpha S.A. necessita adquirir uma nova
máquina e os recursos para isso serão obtidos por meio
da emissão de debêntures com resgate em cinco anos. Os
dados disponíveis para essa emissão, são:
• Valor nominal das debêntures = R$ 300.000,00.
• Remuneração das debêntures = 15% ao ano de juros.
• Encargos relativos à colocação das debêntures = R$
20.000,00.
• Alíquota do Imposto de Renda da empresa = 35%.
Determine o custo das debêntures; para isso, elabore o
fluxo de caixa.
172
Exercícios
7. A Cia. Ribeirão Pires S.A. pretende lançar novas
ações ordinárias a fim de captar recursos que serão
aplicados em um projeto de ampliação. O valor de
emissão dessas novas ações será de R$ 30,00 cada
e estima-se que os gastos com o lançamento seja
10% desse valor. A empresa informa que há
projeções de distribuir R$ 5,00 de dividendos no
próximo ano a essas ações e que espera manter a
taxa de crescimento dos dividendos de suas atuais
ações ordinárias, que tem sido de 4% ao ano, para
os próximos anos. Determine o custo dessas novas
ações.
173
Exercícios
8. A empresa Itapetininga S.A. apresentou em seu BP de 20X6 a seguinte
estrutura de capital:
FONTES DE CAPITAL Valor (R$)
Empréstimos a longo prazo 400.000
Ações ordinárias (100 mil ações a R$ 3,00 cada) 300.000
Ações preferenciais (200 mil ações a R$ 1,50 cada) 300.000
TOTAL 1.000.000
176
Dividendos
• Dividendo é uma distribuição dos lucros
gerados.
• A maioria das empresas possuem uma política
de dividendos.
177
Teoria dos Dividendos
• De maneira geral, há dois destinos para o
lucro gerado por uma empresa:
– ele pode ser distribuído a seus acionistas, no total
ou em parte,
– ou ficar retido na empresa a fim de constituir uma
fonte de financiamento para novos projetos
178
Teoria dos Dividendos
Pesquisas sobre a relevância ou não da distribuição dos
dividendos para afetar na cotação das ações deparam-se
com três teorias:
182
Elementos de uma política de
dividendos
• Oportunidade de Investimentos da empresa
– A distribuição de lucros compete com a
necessidade de capital para financiamento de
projetos
• Em períodos de expansão econômica é provável que as
empresas tenham bons projetos de investimentos, o
que contribui para uma política restritiva de dividendos
• Em períodos de retração, ocorre o oposto.
183
Elementos de uma política de
dividendos
• Oportunidade de Investimentos dos
proprietários
– Ao reter lucros, as empresas sinalizam aos
acionistas que esses recursos serão investidos em
projetos rentáveis, isto é, com VPL (Valor Presente
Líquido) positivo.
– Reter lucros sem a existência de projetos viáveis,
implica em remuneração abaixo do custo de
oportunidade dos proprietários – neste caso, a
empresa deveria distribuir o lucro.
184
Elementos de uma política de
dividendos
• Situação de liquidez e acesso a fonte de recursos
– Uma empresa que apresenta lucro em suas
demonstrações contábeis pode, não necessariamente,
ter recursos disponíveis para a distribuição como
dividendos.
– A retenção de lucros pode não ser a melhor fonte de
recursos para atender a planos de expansão.
– Uma vez que a empresa tem condições de pleitear
recursos externos, seu administrador financeiro deve
avaliar as vantagens e as desvantagens de realizar
novos empréstimos e financiamentos ou de emitir
debêntures.
185
Elementos de uma política de
dividendos
• Controle
– Os acionistas controladores podem influenciar a
formulação das políticas de dividendos das
empresas, quando a política é construída em
função dos interesses desses acionistas e não dos
acionistas minoritários.
186
Elementos de uma política de
dividendos
• Política de dividendos de empresas similares
– A atuação das sociedades anônimas de capital aberto está
constantemente sendo observada por investidores e analistas
de títulos de corretoras e de instituições financeiras.
– Desse modo, os administradores financeiros não podem ficar
indiferentes às políticas de dividendos de empresas do
mesmo setor.
• Mesmo que sua companhia não siga as diretrizes adotadas pelas
demais empresas, o administrador financeiro deve estar consciente
de que o mercado fará avaliações decorrentes dessas comparações.
– Uma política de distribuir sistematicamente dividendos
inferiores em relação a outras empresas do setor pode ser
interpretada pelos analistas de mercados e pelos acionistas
da empresa como administração deficiente.
187
Elementos de uma política de
dividendos
• Taxação do Imposto de Renda
– A incidência de impostos sobre ganhos de capital e
dividendos pode ser diferenciada, e os investidores
tendem a escolher a alternativa que lhes acarrete
menor encargo tributário.
– Outro fator que pode influenciar essa decisão é a
alíquota do IR combinada com a faixa de taxação
pessoal em que os acionistas se encontram.
188
Elementos de uma política de
dividendos
• Outros elementos
– Se a atual estrutura de capital da empresa estiver com grande
carga de dívidas, é possível que haja forte pressão para que
retenha lucros e melhore, com isso, seu índice de
endividamento.
– Assim, a empresa ganharia flexibilidade para obtenção de
novos empréstimos, se houver necessidade.
– Outra situação, a política de dividendos pode ser construída
para maximizar a riqueza do principal acionista, por exemplo,
a retenção de lucros além da necessidade de investimento da
empresa possibilita que esse acionista evite a taxação do IR
sobre dividendos (caso haja tributação).
– Uma outra situação relaciona-se à distribuição de lucro para
sua satisfação pessoal.
189
Tipos de Políticas de Distribuição de
Dividendos
• Dividendos de valor estável. Baseiam-se na
distribuição de dividendos de valores fixos,
independentemente do lucro apurado em
cada período.
• Empresas que adotam essa política aumentam
o dividendo uma vez que os lucros obtidos
tornarem-se confiáveis.
190
Tipos de Políticas de Distribuição de
Dividendos
• Dividendos de taxa estável. Baseiam-se na
distribuição de dividendos em uma porcentagem
constante dos lucros.
• Isso implica dividendos flutuantes para mais ou
para menos, conforme os lucros gerados em cada
período.
• Uma limitação dessa política enfoque é que, se os
lucros caírem, háverá redução dos dividendos –
isso pode ser visto como situação desfavorável,
influenciando o preço das ações.
191
Tipos de Políticas de Distribuição de
Dividendos
• Dividendos regulares mais dividendos
extraordinários.
• Combina as duas políticas anteriores, pois
associa um valor de dividendos fixo mais um
dividendo extraordinário, quando os lucros
assim permitirem.
192
Outras maneiras de remuneração dos
acionistas
• Dividendos em Ações (bonificações)
– Uma empresa, em vez de distribuir dividendos em dinheiro
a seus acionistas, pode distribuir frações de capital, o que é
chamado dividendos em ações.
– Essa prática pode ser utilizada por empresas que não
possuam caixa suficiente para distribuir dividendos, mas
que desejam dar algo a seus acionistas.
– Os dividendos em ações ocorrem por meio da retenção do
lucro e de sua transferência ao capital.
– Com essa transferência, o capital aumenta e leva a
empresa à emissão de novas ações, as quais são
distribuídas aos acionistas, de modo que estes mantenham
a mesma participação relativa no capital da empresa.
– Como consequência, haverá uma redução no valor da ação
da empresa.
193
Outras maneiras de remuneração dos
acionistas
• Recompra de Ações
– A recompra de ações pela própria empresa também
pode ser considerada parte de uma política de
dividendos.
– Isso porque, ao reduzir o número de ações em
circulação no mercado, mantendo o lucro da empresa
inalterado, o dividendo por ação remanescente
aumenta.
– Um efeito dessa decisão é o aumento do preço da
cotação das ações.
– Essas ações recompradas são chamadas ações em
tesouraria e podem ser revendidas quando a empresa
necessitar de dinheiro.
194
Exercícios
195
Exercícios
5. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) como
os acionistas de uma empresa podem se
beneficiar de um pagamento em ações ao invés
do pagamento de dividendos em dinheiro.
196
9ª AULA
198
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
200
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
• A gestão do capital de giro é voltada para as
operações do dia a dia da empresa e, envolve
tanto as contas que formam o ativo circulante
como o passivo circulante.
• Seu enfoque visa, basicamente, dois ciclos, o
operacional e o financeiro ou de caixa.
• Uma boa gestão do capital de giro é voltada à
reduzir o intervalo destes dois ciclos.
201
Ciclo Operacional
Compras
(fornecedores)
Empresa
Industrial
Clientes
Produção
(Vendas)
Estoque (Prod.
Acabados)
202
0 15 30 45
Ciclo Financeiro
Ciclo operacional
203
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
• A administração do capital de giro contempla
as decisões do administrador financeiro em
relação aos ativos e passivos circulantes.
204
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
• Assegurando a liquidez ...
• Contudo ...
206
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE FONTES NÃO
ONEROSAS
PASSIVO NÃO
ATIVO NÃO CIRCULANTE
CIRCULANTE FONTES
PATRIMÔNIO ONEROSAS
LÍQUIDO
207
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE FONTES NÃO
ONEROSAS
208
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
Capital Circulante Líquido e o impacto na Rentabilidade
• O ativo circulante representa investimentos em contas
necessárias às operações correntes.
• Dinheiro em caixa e em conta corrente bancária
representa uma reserva necessária para amortecer
diferenças entre o fluxo de recebimentos e de
pagamentos.
• Os clientes efetuam a quitação das Duplicatas devidas
pelo valor nominal dos títulos correspondentes.
• Os estoques são necessários para manter o ritmo da
produção ou de vendas.
209
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
Capital Circulante Líquido e o impacto na Rentabilidade
• Sobre o ativo circulante há um custo de oportunidade
representado pela remuneração não obtida por manter
recursos aplicados nas contas correspondentes.
• Somam-se ao custo de oportunidade, os gastos para
manter a estrutura de crédito e cobrança, sem contar
com perdas por inadimplência causada pelos clientes
maus pagadores.
• Em relação aos estoques, há gastos relacionados com a
compra e com a estocagem, sem contar as perdas com
itens que ficam obsoletos, que se deterioram ou se
quebram ou mesmo que têm validade limitada etc.
210
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
Capital Circulante Líquido e o impacto na Rentabilidade
• Além de não proporcionar melhorias na liquidez,
saldos elevados nestas contas podem esconder
ineficiências de gestão.
• Por exemplo:
– Manter saldos de caixa acima do mínimo necessário não
proporciona melhorias na liquidez.
– Manter saldo de duplicatas a receber elevado pode
sinalizar ineficiência de cobrança ou, mesmo, a prática
equivocada de uma política de crédito aos clientes.
– Manter saldo de estoque acima do montante considerado
normal não melhora a eficiência da produção e das
vendas.
211
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
Capital Circulante Líquido e o impacto na Rentabilidade
• Logo, o administrador financeiro deve optar por um
montante de CCL que atenda ao binômio segurança e
rentabilidade.
• Para isso, podem adotar diferentes estratégias cujos limites
seriam a Estratégia Agressiva e Estratégia Conservadora de
Gestão do CCL:
– Estratégia Agressiva de Gestão do CCL: neste caso, a empresa
opera com um nível mínimo de CCL de modo a privilegiar a
rentabilidade e não a liquidez.
– Estratégia Conservadora de Gestão do CCL: neste caso, a
empresa opera com um CCL em nível elevado de modo a
privilegiar a liquidez com sacrifícios na rentabilidade.
• Uma estratégia intermediária pode ser desenvolvida de
modo a equilibrar a liquidez com a rentabilidade.
212
Capital de Giro:
Ativos e Passivos Circulantes
Capital Circulante Líquido e o impacto na Rentabilidade
• Assim, quanto maior o valor do CCL, menor é o
risco de liquidez, porém, a rentabilidade da
empresa é reduzida uma vez que esses recursos são
ao mesmo tempo onerosos e carregam um custo de
oportunidade para mantê-los ociosos.
• Em situação oposta, ou seja, que o CCL seja
minimizado aumenta-se o risco de liquidez, ao
mesmo tempo em que o retorno sobre o
investimento aumenta pela redução deste custo de
oportunidade.
213
Administração das disponibilidades
• As disponibilidades são os recursos que a
empresa pode utilizar de imediato para
efetuar os pagamentos das obrigações
imediatas.
– Compõe-se do dinheiro em caixa, em conta
corrente bancária e em aplicações financeiras de
alta liquidez.
214
Administração das disponibilidades
As empresas mantém disponibilidades pelos seguintes motivos:
• Transações. Para pagamentos das obrigações programadas:
duplicatas, salários, impostos etc.
• Reserva. Recursos mantidos por precaução, em virtude de eventuais
erros de previsão, não-recebimento de duplicatas de clientes na data
de vencimento, eventos não programados, como gastos com
manutenção corretiva de máquinas e veículos, etc.
• Especulação. Recursos mantidos em aplicações financeiras com a
intenção de aproveitar oportunidades de negócios, como a
aquisição, por preços abaixo do mercado, de materiais para estoques
ou de bens que serão necessários em um futuro breve.
• Reciprocidade bancária. Para cultivar um bom relacionamento com
os bancos que a empresa opera, na expectativa de obter, com isso,
linhas de crédito, operações de descontos de duplicatas etc.
215
Administração das disponibilidades
• Situação ideal na gestão das disponibilidades seria aquela em que
os valores recebidos pelas vendas à vista e a prazo, ocorressem
em data anterior aos pagamentos.
– Entretanto, muitas empresas realizam a maior parcela das
vendas a prazo e, embora se tenha data prevista para o
recebimento das duplicatas, algumas delas não serão
recebidas e/ou serão recebidas com atraso.
– Isso implica na necessidade de se manter disponibilidades para
fazer frente aos compromissos assumidos.
• Além disso, situações imprevistas como a quebra de máquinas,
visitas a clientes etc., obrigam as empresas a manterem certo
montante de reservas.
216
Administração das disponibilidades
• Para auxiliar na gestão das disponibilidades, os gestores têm no
Fluxo de Caixa poderoso instrumento auxiliar.
• Nele são discriminados todos os recebimentos previstos e todos
os desembolsos previstos por um período de tempo definido.
• Isso permite antever os momentos em que faltará dinheiro ou
haverá sobra de dinheiro.
FLUXO DE CAIXA Dia Dia Dia Dia Semana Semana Semana Mês Mês
1 TOTAL DE RECEBIMENTOS
2 TOTAL DE PAGAMENTOS
3 FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA (1–2)
4 SALDO INICIAL
5 SALDO FINAL (3 + 4)
6 SALDO MÍNIMO DE CAIXA
7a SALDO EXCEDENTE DE CAIXA (5 – 6)
217
7b VALOR A FINANCIAR (5 – 6)
Administração das disponibilidades
• A dificuldade maior na gestão das
disponibilidades reside na determinação do
Saldo Mínimo de Caixa (linha 6).
• Empresas com elevado nível de incerteza
quanto aos recebimentos necessitam manter
saldo de caixa elevado para suportar suas
obrigações.
218
Administração das disponibilidades
• As empresas podem determinar um saldo
mínimo por meio de abordagens subjetivas,
como definir este saldo com base em um
percentual sobre o faturamento.
• Existem várias técnicas de cálculos, entre elas,
– O modelo de Baumol
– O modelo de Miller-Orr
– O modelo do Caixa Mínimo Operacional.
219
Modelo de Baumol
• Por este modelo, o administrador financeiro
determina o montante de recursos
monetários que deve ser mantido em caixa ou
em conta corrente bancária com base no
custo de conversão e no de oportunidade.
• No saldo ideal de caixa e de conta corrente,
tais custos se compensam, ou seja, o custo de
oportunidade iguala-se ao custo de conversão.
220
Custo de manutenção de disponibilidades
SALDO IDEAL DE CAIXA
Ponto de
custo total
mínimo Custo total
Custo de
oportunidade
Custo de
conversão
221
Nível de disponibilidades
Modelo de Baumol
• Consideremos que o administrador financeiro da
Cia. Diadema prevê a necessidade de recursos
para transação no montante de R$ 1,156 milhão
para o ano de 20X6.
• Informações disponíveis indicam que aplicações
em títulos de alta liquidez proporcionam um
rendimento de 10% ao ano e que a cada resgate
de títulos se incorre em custos de R$ 50,00.
• Inicialmente, determinamos o valor de cada
resgate de títulos com a aplicação da seguinte
fórmula:
222
Modelo de Baumol
2 × R$ 50,00 × R$ 1.156.000,00
Resgate =
0,10
Resgate = R$34.000,00
223
Modelo de Baumol
• Uma vez consumido esse valor, um novo
resgate deve ser efetuado, totalizando 34
resgates durante o ano, baseado no seguinte
cálculo:
Necessidade de Recursos
Quantidade de Resgates =
Valor de cada resgate
R$ 1.156.000,00
Quantidade de Resgates =
R$ 34.000,00
Quantidade de Resgates = 34
224
Modelo de Baumol
• Nessas condições, a Cia. Diadema incorreria em
R$ 1.700,00 de custos de conversão (34
conversões a R$ 50,00 cada) e seu custo de
oportunidade ao manter os recursos em caixa
representaria, também, R$ 1.700,00 (R$
17.000,00 de saldo médio de caixa × 10%).
• Caracteriza-se, desse modo, a compensação entre
os custos de conversão e os de oportunidade. A
empresa incorrerá em R$ 3.400,00 de custo total.
225
Modelo de Baumol
Comportamento do Caixa
Saldo de caixa
R$ 34.000,00
Saldo
R$ 17.000,00 médio de
caixa
Tempo
226
Modelo de Miller–Orr
• Enquanto o modelo de Baumol considera que a
empresa utiliza o caixa de maneira uniforme, oscilando
entre o valor dos títulos resgatados e zero, segundo o
modelo de Miller –Orr isso não acontece.
• Nele, considera-se que o saldo de caixa sofre oscilações
diárias, para mais ou para menos, em função do
movimento de entradas e de saídas dos recursos.
• Com o emprego desse modelo, é determinado um
intervalo em que o saldo de caixa deve se situar.
• Esse valor é o ponto de retorno, determinado por meio
da seguinte fórmula:
3 × Custo de Conversão × Variância dos Fluxos Líquidos de Caixa
Ponto de Retorno = 3 +Limite Inferior
4 × Custos de Oportunidade Diário
227
Modelo de Miller–Orr
• Para que o entendimento dessa equação seja
completo, é necessário saber que limite inferior é
um valor mínimo fixado pela empresa, que pode
ser zero ou uma margem mínima de segurança, e
que o custo de oportunidade diário (K) é
calculado com o uso da seguinte fórmula:
1
in
K = 1 + −1
100
228
Modelo de Miller–Orr
• Com variações diárias aleatórias nos saldos de caixa, em
determinado período, podem-se atingir tanto o limite inferior
quanto o limite superior.
• O limite superior é calculado da seguinte maneira:
229
Modelo de Miller–Orr
Saldo de caixa
Limite
superior
Ponto de
retorno
Limite
Tempo
inferior 230
Modelo de Miller–Orr
• Consideremos que a Cia. São Caetano fixou um
limite inferior de saldo de caixa de R$ 5 mil.
• O desvio-padrão dos fluxos líquidos de caixa do
último trimestre foi de R$ 1.250,00 (nesse caso, a
variância foi de R$ 1.562.500,00).
• Seu custo de oportunidade é de 12,6% ao ano e o
custo de conversão de caixa para títulos
negociáveis ou vice-versa é de R$ 45,00.
• O custo de oportunidade diário é obtido da
seguinte maneira:
231
Modelo de Miller–Orr
1
i n
K = 1 + −1 Substituindo esses valores
100
1
nas fórmulas do ponto de
12,6 360 retorno e do limite superior,
K = 1 + −1
100 temos:
K = 0,000330
3 × R$ 45,00 × R$ 1.562.500,00
Ponto de Retorno = 3 +R $ 5.000,00
4 × 0,000330
Ponto de Retorno = R$ 10 426 59
236
Duplicatas a Receber
• Política de concessão de crédito: quanto menos rígida a política,
mais clientes são atraídos.
– A empresa vende mais acarretando aumento da produção.
– Com o aumento da produção se otimiza o uso dos recursos
produtivos, melhora o giro dos estoques e, aumenta o lucro
registrado na DRE.
– Entretanto, tornando menos rígida sua política, clientes de maior
risco são atraídos, o que pode levar ao aumento do montante de
duplicatas a receber em atraso, assim como as perdas com
inadimplência.
– Situações opostas ocorrem com a implementação de uma política
mais rígida de concessão de crédito.
• Política de cobrança: quanto melhor estruturada cobrança, os prazos
de recebimento e as perdas com inadimplências são mantidos em
níveis razoáveis. 237
Estoques
• Os estoques representam uma parcela importante da
composição do capital de giro da maioria das empresas
industriais e comerciais.
• A administração do estoque deve otimizar o
investimento nesse ativo, mantendo-o em níveis
adequados ao atendimento da produção e dos pedidos
dos clientes e minimizando, desse modo, a necessidade
de capital investido, ao mesmo tempo em que reduz os
custos operacionais relacionados aos estoques.
• A gestão dos estoques não fica a cargo do administrador
financeiro, mas cabe a ele, geralmente, estabelecer um
montante de recursos adequado para o investimento
nesse ativo.
238
Estoques
• Custos associados aos estoques
• Entre os custos de reposição, encontram-se:
• Custos de preparação e emissão dos pedidos
• Custos de acompanhamento dos pedidos
• Custos de recebimento e inspeção dos pedidos
• Custos de processamento das contas a pagar
• Já entre os custos de manutenção, estão:
• Custos de armazenagem
• Custos de movimentação do estoque
• Custos de seguros do estoque
• Custos relativos a perdas por obsolescência, deterioração, furtos, quebras,
validade limitada etc.
• Custos de oportunidade do capital investido no estoque
• Além desses custos, há outra categoria: a dos custos relacionados às vendas
perdidas por não haver estoque disponível. Para que isso não ocorra, é
interessante que a empresa mantenha estoques de segurança.
239
Estoques
Custos associados aos estoques
custos de reposição custos de manutenção
• Custos de preparação e • Custos de armazenagem
emissão dos pedidos • Custos de movimentação do
• Custos de estoque
acompanhamento dos • Custos de seguros do estoque
pedidos • Custos relativos a perdas por
• Custos de recebimento e obsolescência, deterioração,
inspeção dos pedidos furtos, quebras, validade
limitada etc.
• Custos de processamento • Custos de oportunidade do
das contas a pagar capital investido no estoque
242
Passivo circulante
Contas a pagar do passivo circulante
• A gestão do passivo circulante deve ter como
ideal o alongamento dos prazos de
pagamentos (situação oposta às contas a
receber, nas quais se devem buscar
mecanismos de receber o mais rápido
possível).
– O alongamento do prazo, não significa efetuar
pagamentos em atraso (o que prejudica a
obtenção de créditos). 243
Passivo circulante
Contas a pagar do passivo circulante
• Idealmente, devem-se aproveitar eventuais
descontos para antecipação de pagamentos
em situações nas quais a empresa possua
excedente momentâneo de caixa aplicado em
títulos de alta liquidez, cuja remuneração seja
inferior a taxa de desconto oferecida.
– O pagamento deve ser realizado no último dia do
período de desconto.
244
Exercícios
1. Discorra sobre os motivos que justificam a presença de
um valor mínimo de caixa nas empresas.
2. Por que uma empresa vende a prazo?
3. Quais os objetivos e consequências para a empresa
que vende a prazo?
4. Sabendo que as instituições bancárias utilizam-se da
prática de reciprocidade para aumentar a rentabilidade
de suas aplicações, como você considera que deva ser o
relacionamento com os bancos na tentativa de minimizar
o custo financeiro de suas operações de financiamento.
245
Exercícios
5. Descreva o que vem a ser ciclo operacional e
de caixa. Como são calculados? Apresente as
principais diferenças entre eles.
6. Como o ciclo operacional e o ciclo de caixa
têm influência nas necessidades de recursos
financeiros na empresa?
7. Descreva como o CCL impacta a liquidez e a
rentabilidade de uma empresa.
246
Exercícios
8. Descreva sobre cada uma das técnicas de
definição de um caixa mínimo.
9. Quais as estratégias básicas para a redução do
saldo de caixa na empresa?
10. Conceitue o crédito. Descreva a influência da
concessão de crédito aos clientes na realização
de vendas.
11. Como o crédito interfere nas necessidades
de capital da empresa?
247
Exercícios
12. Qual o efeito nas vendas quando uma
empresa afrouxa sua política de concessão de
crédito? E, quando torna sua política mais
rígida?
13. O lucro de uma empresa aumenta quando
ela torna menos rígida sua política de crédito?
248
Exercícios
14. Qual o propósito de uma empresa manter
estoques?
15. Descreva sobre os métodos de gestão de
estoques.
16. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) o que
vem a ser desconto de duplicatas.
17. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) o que
vem a ser factoring.
249
Exercícios
18. Pesquise na WEB (em sites confiáveis) o que
vem a ser planejamento tributário e, se o
mesmo influência na gestão financeira de uma
empresa.
250
Exercícios
19. A empresa ABC Ltda está preparando o orçamento de
caixa para o último trimestre de 20X6. Suas vendas são
realizadas somente a crédito, com prazo de 30 dias para
pagamento. Em setembro, a empresa faturou R$ 50 mil, e
para o último trimestre desse ano estão previstos os seguintes
faturamentos: R$ 70 mil em outubro, R$ 90 mil em novembro
e R$ 40 mil em dezembro. Historicamente, 5% dessa receita
não é recebida devido a maus pagadores.
Os desembolsos previstos são: R$ 55 mil em outubro, R$ 65
mil em novembro e R$ 90 mil em dezembro. O saldo de caixa
no final de setembro é de R$ 8 mil e a empresa considera que
deve ser mantido um saldo mínimo de caixa de R$ 5 mil.
Elabore o orçamento de caixa da empresa.
251
Exercícios
20. Utilizando o modelo de Baumol, determine o
custo total de manter dinheiro em caixa com
base nos seguintes dados:
a. Montante de caixa necessário para o período
= R$ 324.000,00
b. Custo de conversão por operação = R$ 50,00
c. Custo de oportunidade de manter dinheiro
em caixa = 10% ao ano
252
Exercícios
21. Utilizando o modelo de Miller-Orr,
determine o ponto de retorno e o limite
superior com base nos seguintes dados:
• Custo de conversão = R$ 25,00
• Variância dos fluxos líquidos diários de caixa =
R$ 152.100,00
• Custo de oportunidade = 9% ao ano
• Limite inferior = R$ 2.500,00
253
10ª AULA
255
Conceitos
LEI 6.404/76 (LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS) E CÓDIGO CIVIL (2002)
• Incorporação
Art. 227 LEI 6404. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades
são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Art. 1.116 CÓDIGO CIVIL. Na incorporação, uma ou várias sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo
todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos.
• Fusão
Art. 228 LEI 6404. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades
para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Art. 1.119 CÓDIGO CIVIL. A fusão determina a extinção das sociedades que se
unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações.
• Cisão
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. 256
Introdução
• EXPANSÃO
• Motivos:
– As companhias que desejam expandir em tamanho, em
participação de mercado, em regiões geográficas, no mesmo
ramo, desejam crescer adquirindo companhias fornecedoras
e/ou compradoras de seus produtos; ou ainda, querem ampliar
sua linha de produtos.
• Sinergia:
– Obtenção de melhores resultados por meio da combinação de
duas companhias do que a soma dos resultados independentes.
Pode ocorrer por aumento das receitas, redução de custos,
ganhos fiscais, uso mais racional de recursos etc.
257
Introdução
• Fusão e Incorporação
258
Introdução
259
Introdução
• Um dos maiores problemas para estes fins é
estabelecer o valor do negócio.
• A determinação do valor de uma empresa é o
primeiro passo para que partes interessadas
iniciem negociações de compra, venda, fusões,
dissoluções etc.
• Além desses propósitos, determinar o quanto
vale uma empresa serve como instrumento de
gestão, ou seja, avaliar a eficiência como os
gestores estão conduzindo a empresa na busca
dos objetivos declarados por seus idealizadores.
260
Métodos usuais de avaliação
• São vários os métodos existentes que podem
ser utilizados para a determinação do valor de
uma empresa.
• Na literatura encontramos os dois mais
utilizados:
– a avaliação por múltiplos de mercado
– avaliação por fluxo de caixa descontado
261
Métodos usuais de avaliação
• O valor calculado tem como propósito servir
de referência para que vendedores e
compradores, em um processo de negociação,
definam o preço pelo qual será feita a
transferência de propriedade da empresa.
262
Avaliação por múltiplos de mercado
• A avaliação por múltiplos de mercado considera
que o valor de uma empresa pode ser
determinado a partir de um indicador de
referência, que consiste em uma variável comum
entre empresas, como fluxos de caixa, potencial
de crescimento, riscos, valor contábil ou receitas.
• Ao avaliar uma empresa por esse método, deve-
se encontrar outra empresa comparável a fim de
se obter múltiplos e aplicá-los às variáveis da
empresa avaliada.
263
Avaliação por múltiplos de mercado
• A ideia central do método é que empresas semelhantes
devem apresentar múltiplos semelhantes.
• Desse modo, a avaliação por múltiplos de mercado pode ser
resumida em:
• Encontrar empresas comparáveis àquela que está
sendo avaliada.
• Definir as variáveis comuns entre elas.
• Obter os múltiplos que serão utilizados, por exemplo:
– Valor da empresa/Lucro líquido
– Valor da empresa/Lucro operacional
– Valor da empresa/EBITDA
– Valor da empresa/Receita operacional
– Valor da empresa/Fluxo de caixa líquido do acionista
– Valor da empresa/Valor patrimonial
264
Avaliação por múltiplos de mercado
çã
á
=
á "X"
çã á "X"
á
çã
á
= á "X"
çã
á "X"
á
265
Avaliação por múltiplos de mercado
• Para ilustrar, considere que se deseja obter o valor da
Empresa Z.
• Para isso, identificou-se como comparável a empresa Y, que
foi recentemente negociada por R$ 5 milhões.
• O lucro líquido representa a variável comum entre essas
empresas e, no último exercício, a empresa Y apresentou
R$ 400 mil de lucro líquido e a empresa Z, R$ 330 mil.
• Com base nesses dados tem-se que o valor da empresa Z
em R$ 4.125.000,00, calculado da seguinte forma:
R$ 5.000.000,00
Valor da Empresa Z = R $ 330.000,00 ×
R$ 400.000,00
267
Fluxo de caixa líquido do acionista
• O fluxo de caixa líquido do acionista (FCLA)
representa o fluxo de caixa remanescente, depois
de realizadas as obrigações financeiras da
empresa relativas aos juros sobre empréstimos e
debêntures, pagamento do principal da dívida
financeira (empréstimos e resgate de
debêntures), bem como desembolsos para
investimentos de capital e variação no capital de
giro.
• Esse montante mostra quanto a empresa possui
de recursos não comprometidos com outros
credores que não os seus acionistas.
268
Fluxo de caixa líquido do acionista
Equação básica:
FC FC FC3 FC n
FCD = 1
+ 2 + + ... +
(1 + K ) (1 + K )
1 2 (1 + K )3 (1 + K )n
269
Fluxo de caixa líquido do acionista
• Desmembramento da equação:
271
Fluxo de caixa líquido do acionista
De maneira esquemática, o fluxo de caixa líquido do
acionista pode ser calculado da seguinte maneira:
• Lucro Líquido
• (+) Depreciações e amortizações
• (=) Fluxo de caixa proveniente das operações
• (–) Investimentos de capital
• (+/–) Variação no capital de giro
• (–) Pagamento do principal da dívida financeira
(empréstimos e resgate de debêntures)
• (+) Novas emissões de dívidas
• (=) Fluxo de caixa líquido do acionista
272
Fluxo de caixa líquido do acionista
Para ilustrar o FCLA, consideremos que a empresa P. Central
S.A. tenha projetado para os próximos quatro anos os
seguintes dados:
• Receitas de R$ 150 mil para 20X1. Para os demais anos do
período, estima-se um crescimento anual de 5%.
• Custos dos produtos vendidos: 40% da receita.
• Despesas administrativas: 5% da receita.
• Despesas de Vendas = 10% da receita.
• Variação no capital de giro: estimado em R$ 790,00 para
20X1, com crescimento anual de 5% para os próximos anos.
• Custo de capital próprio: 15% ao ano.
273
Fluxo de caixa líquido do acionista
DEMONSTRATIVOS DE RESULTADOS PROJETADOS EM R$
20X1 20X2 20X3 20X4
Receita líquida de vendas 150.000 157.500 165.375 173.644
(-) Custo dos produtos vendidos 60.000 63.000 66.150 69.458
(=) Lucro Bruto 90.000 94.500 99.225 104.186
(-) Despesas administrativias 7.500 7.875 8.269 8.682
(-) Despesas de vendas 15.000 15.750 16.538 17.364
(=) Lucro Operacional 67.500 70.875 74.418 78.140
(-) Despesas financeiras com juros 7.150 7.150 7.150 7.150
(=) Lucro Antes do I. R. 60.350 63.725 67.268 70.990
(-) Imposto de renda (alíquota de 35%) 21.123 22.304 23.544 24.847
(=) Lucro Líquido 39.227 41.421 43.724 46.143
274
Fluxo de caixa líquido do acionista
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DO ACIONISTA (PROJETADOS)
Em R$
20X1 20X2 20X3 20X4
Lucro líquido 39.227 41.421 43.724 46.143
(+) Depreciações 5.000 5.250 5.513 5.788
(=) Fluxo de caixa das operações 44.227 46.671 49.237 51.931
(–) Investimentos de capital 6.000 6.000 5.000 5.788
(–) Variação no capital de giro 790 830 871 915
(–) Pagamento do principal da dívida 3.900 3.900 3.900 3.900
(+) Novas emissões de dívidas 3.900 3.900 3.900 3.900
(=) Fluxos de caixa líquidos do acionista 37.437 39.841 43.366 45.228
275
Fluxo de caixa líquido do acionista
• Esses fluxos de caixa compreendem ao
período previsível da projeção.
• Para o período residual, foi considerada uma
taxa de crescimento, g, constante de 2,55% ao
ano, indefinidamente.
• Para obter o FCLA, os fluxos de caixa líquidos
projetados foram descontados à taxa
representativa do custo de capital próprio,
Kao, de 15%. Assim, temos:
276
Fluxo de caixa líquido do acionista
FC 4 × (1 + g )
FC1
FC2 FC3 FC4
FCLA =
K-g
+ + + +
1 (1 + K)2 (1 + K )3 (1 + K )4 + 4
(1 + K ) (1 K )
R$ 45.228× (1 + 0,0255)
R$ 37.437 R$ 39.841 R$ 43.366 R$ 45.228
FCLA= + + + + 0,15- 0,0255
(1 + 1 (1 + 0,15)2 (1 + 0,15)3 (1 + 0,15)4
0,15) (1 + 0,15)4