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LIÇÃO 2

OS ATRIBUTOS DE DEUS EM OBADIAS

INTRODUÇÃO

Quando nos acercamos da Bíblia devemos nos lembrar de que ela foi escrita para
que conheçamos acerca de Deus e do Seu Filho Jesus Cristo. Oséias fala de forma
marcante e apropriada sobre o assunto quando faz, pelo menos, duas referências sobre o
assunto. A primeira quanto ele, escreve no seu livro aquilo que Deus lhe falou. Ele diz:
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu,
sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas
sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me
esquecerei de teus filhos”. Apesar de o texto falar sobre muitas verdades, o nosso
interesse mais direto é mostrar que por conta da indolência dos sacerdotes – mesmo
sendo o ensino sua prioridade1 – o povo de Deus não conhecia ao Senhor como deveria
conhecer, bem como não conhecia a Sua Lei, e por isso, o povo estava sendo destruído.
A segunda referências que encontramos no livro a respeito do assunto encontra-
se em Oséias 6.3: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva,
será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”.
Nesse contexto o profeta está chamando o povo ao arrependimento como é claramente
visto no verso 1.
Jeremias também nos fala a respeito da necessidade e a glória de se conhecer ao
Senhor. Assim diz Jeremias 9.24: “Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer
e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque
destas coisas me agrado, diz o SENHOR”.
Assim podemos afirmar duas coisas quanto ao conhecimento de Deus em todas
as Escrituras:
1. É que a falta do conhecimento dos atributos de Deus gera inexoravelmente a
destruição e à fraqueza do povo de Deus. O povo que não conhece o Deus a quem serve
facilmente será enganado e destruído. Essa é a razão de Daniel dizer com tanta firmeza,
num contexto de apostasia e de grande tribulação para o povo de Deus: “Aos violadores
da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará

1
WOOD, Leon, J. Hosea. In: The Expositors Bible Commentary. Grand Rapids, Michigan, Zondervan,
1985.
forte e ativo”. Perceba aqui a ênfase. Alguns violariam a aliança que o povo eleito de
Israel tinha com Deus, sendo aliciado e pervertido por Ântíoco Epifânio, um tipo do
Anticristo que ainda haverá de surgir. Mas, ele não poderia perverter “o povo que
conhece o seu Deus”. Por qual razão? Porque esse “o povo que conhece ao Seu Deus se
tornará forte e ativo”. Assim, comparando esse texto com o primeiro texto citado acima
de Oséias, podemos dizer que o povo que conhece o seu Deus não será destruído, por
isso: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”.
2. A segunda conclusão à qual podemos chegar é que o conhecimento de Deus
não apenas nos livra da destruição e da apostasia, mas também é do agrado do Senhor
como diz Jeremias. Ele sente prazer em que seus filhos o conheçam, de forma, que isso
também deve animar o cristão a buscar esse conhecimento de Deus.
J. I. Packer, com sua sabedoria nos diz que ao buscarmos esse conhecimento
devemos ser inundados por um espírito de humildade para não os exaltarmos acima
daqueles que não têm e/ou não buscam esse conhecimento.
Além disso, ele continua, o nosso conhecimento sobre Deus, deve transformar-
se em conhecimento de Deus. O que deve nos levar a um sentimento sincero de louvor,
adoração e submissão a Deus. Como filhos de Deus devemos buscar conhecê-lo melhor
a cada dia, e isto ao máximo. Mas, assim como o salmista, o nosso conhecimento sobre
Deus e Sua Palavra deve nos levar à prática. (Sl 119. 12, 18, 97, 103, 125). A sua busca
de conhecimento tinha a finalidade de não pecar contra Deus (Sl 119. 1, 2 e 5).
O conhecimento de Deus não é um fim em si mesmo, mas um meio prático de

avançarmos na nossa vida de santidade e devoção.Procurar referência e


colocar no devido lugar. ISSO ESTÁ NO PRIMEIRO
CAPÍTULO.
Assim, creio ser importante nesse curso que possamos entender quais os
atributos de Deus que encontramos no livro de Obadias. É claro que não falaremos de
todos os atributos de Deus nesse curso, mas apenas dos que aparecem mais claramente
no texto, a saber, a soberania, a ira e o juízo, a santidade e amor de Deus, esse último
aplicado especificamente à sua igreja2. Mas antes falemos um pouco sobre a revelação
pactual de Deus em Obadias.

2
O Mints tem um curso específico sobre teontologia, que é o estudo do ser de Deus e seus atributos. Fale
com o seu coordenador sobre o assunto.
2.1. A revelação do Deus pactual em Obadias

Quando Obadias diz: “Assim diz o Senhor Deus...” (v. 1) Ele está usando o
nome pactual do Deus Iahweh, que é traduzido na Bíblia em português como Senhor.
Gleason Archer Jr. diz que “o tetragrama IHWH, o SENHOR, ou Iavé, o nome
pessoal de Deus e sua mais freqüente designação nas Escrituras, com um total de 5 321
ocorrências... no Antigo Testamento3. Mas à frente na mesma obra o autor especifica
que embora haja vários usos para o nome do Senhor, esse vocábulo “conota, porém, a
proximidade de Deus, seu cuidado com o homem e a revelação de sua aliança
redentora”4.
A doutrina do Pacto é sem dúvida uma importante doutrina para entendermos
toda a Bíblia. Julian Zugg nos dá algumas razões para estudarmos o pacto. Primeiro, ele
diz: “a estrutura dos pactos explica a maneira que toda a Bíblia foi escrita”5. Segundo
porque Jesus explicou a sua morte como o cumprimento da profecia de Jeremias, como
um pacto. Terceiro, porque a teologia do pacto explica o significado da Ceia do Senhor
e do Batismo. Quarto, porque Deus se relaciona com seu povo através do pacto6.
A Confissão de Fé de Westminster no seu Capítulo VII, artigo 1°. Nos explica
isso: “Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas
racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderiam usufruir nada dele,
como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da
parte de Deus, a qual foi ele servido expressar por meio de um pacto”7.
Podemos dizer, de forma resumida, que encontramos nas Escrituras, seis pactos
que podem ser categorizados em dois aspectos. O primeiro pacto é chamado de pacto
das obras8. Esse foi o pacto feito com Adão. O segundo pacto é o pacto da graça que
engloba os pactos com Noé, Abraão, Moisés, Davi e Cristo. Cada pacto tem as suas
características e adiciona algo ao pacto anterior, ou talvez fosse melhor dizer que labora

3
ARCHER, Gleason L. Jr. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida
Nova, 1998, pg. 345.
4
Ibidem. Pg. 348.
5
Essa também é a posição de Palmer Robertson. Ver ROBERTSON, O. Palmer. Cristo dos Pactos. São
Paulo: Cultura Cristã, 2013, pg. 17-52.
6
ZUGG, Julian. Teologia do Pacto. Miami: MINTS, 2016. Material não publicado, pg. 7.
7
Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.65.
8
Alguns teólogos não concordam com a nomenclatura “pacto das obras” e tentam dá a ele outro nome
como “pacto da criação”, ou outros. Porém, essa é a designação que dá a Confissão de Fé de Westminster.
Ver CFW, capítulo VII, artigo II.
sobre o pacto anterior. Para uma visão completa do pacto, ver o curso do MINTS
“Teologia do Pacto”, de Julian Zugg.
De forma que quando Deus se revela a Obadias por meio de uma visão, ele está
usando uma forma pactual para lembrar a seu povo a promessa que foi feita a Abrão em
Gênesis 12.1-3. Especificamente no verso 3 é dito a Abrão: “Abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra”.
O povo de Edom conspirou contra o povo de Deus e se alegrou com a sua
derrota. Em outras palavras, maldisse ao povo eleito do Senhor e agora, Deus o está
amaldiçoando como veremos na discussão do texto. Deus haverá de julgar com braço
forte o povo de Edom e o “julgamento do Senhor para com Edom significará libertação
para o Monte Sião (v. 17)... Por toda a história, a redenção do povo de Deus significa
juízo sobre os seus inimigos”9.

Ilustração Ampliar.
Atos 12. Herodes Agripa I, um edomita, um idumeu., persegue a igreja e foi
comido de bichos.

2.2. A Soberania de Deus em Obadias


O livro de Obadias revela a soberania de Deus sobre toda a criação. De fato,
como explica Steven Lawson, “a Bíblia ensina que nada acontece fora dos propósitos
eternos de Deus – nem mesmo o mal e as tragédias”10.
Isso é bem claro no livro de Obadias. E essa soberania de Deus se revela de
forma específica no povo de Judá, mas também no povo de Edom.

2.2.1. A soberania de Deus sobre Judá


Se estivermos certos em afirmar que esse texto se refere ao período do cativeiro
babilônico como afirma Richard Pratt11, então podemos contemplar essa mesma
doutrina escrita no livro de Daniel.

9
ROBERTSON, O. Palmer. O Cristo dos Profetas. Recife: CLIRE, 2016, pg. 291.
10
LAWSON, Steve J. Fundamentos da Graça: 1400 A.C. – 100 D.C. São José dos Campos: Fiel, 2012, p.
316.
11
PRATT, Richard. Ele nos Deu Profetas. Orlando: IIIM (Third Millenium Ministries, 2011, p. 76 e 78.
Há um curso do MINTS com esse material em parceria com o IIIM. Consulte o seu coordenador. Ainda
sobre a questão da data, veja a primeira lição.
Em Daniel vemos que o propósito do livro é mostrar que Deus reina sobre todos,
mesmo quando parece que as circunstâncias dizem o contrário. Nesse livro essa
soberania é mostrada de forma ampla, quando Daniel afirma que Deus coloca reis e tira
reis, quando muda as estações, etc. (Daniel 4), mas também de forma especifica quando
vemos com riqueza de detalhes que Deus está protegendo o seu povo, num reino pagão,
de inúmeras formas como vemos ele exercendo seu domínio sobre o fogo, sobre
animais, etc.
Mas, o destaque aqui é que em Daniel 1.2, o texto nos diz de forma clara que o
que motivou o cativeiro babilônico não foi a estratégia militares de Nabucodonosor, ou
mesmo a sua fortuna, ou seu poder bélico, ou o treinamento dos seus soldados, sua força
e sabedoria. Nada disso! Daniel diz que Deus em sua soberania entregou o povo de
Israel nas mãos de Nabucodonosor.
Vejamos o texto de Daniel 1.2: “O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim,
rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de
Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus”. (Ênfase
minha).
O cativeiro de Judá, que repetimos, é o contexto de Obadias, não foi uma
situação aleatória ou fruto das maquinações humanas. Ele foi resultado da ação direta e
providencial de Deus sobre o seu povo. “O Senhor entregou... nas suas mãos (de
Nabucodonosor)”, o rei e os utensílios do templo.
Mas, vejamos além dessa inferência o que encontramos no próprio livro de
Obadias o que nos remete à soberania de Deus.
2.2.2. Soberania sobre as nações (Olhar o livro de Pink sobre isso e citá-lo.
É importante igualmente afirmarmos que o Senhor não é apenas soberano sobre
Judá, mas o é também sobre todas as nações.
Há duas menções aqui de Obadias com relação às nações. A primeira é que essa
é uma profecia destinada a Edom como vimos na primeira lição. Uma profecia que traz
o juízo de Deus sobre Edom.
Isso obviamente mostra que o Deus Soberano e Pactual, como ele é chamado no
verso 1, não é apenas um Deus tribal. Ele é um Deus soberano que fala às nações e que
as rege (Salmo 2).
Além disso, o texto nos mostra que a nação de Edom está sob o justo, reto e
severo juízo de Deus. “Eis que te fiz pequeno entre as nações...” (v. 1). “A tua soberba
de enganou..”. É certo que Deus mostrará a Edom a sua ira. Veremos isso em mais
detalhes quando analisarmos o texto propriamente.
A segunda menção é mais abrangente, é uma menção do chamado de Deus às
nações a fim de que obedeçam à sua voz para se levantarem contra Edom numa guerra.
As nações destruíram Edom porque Deus chamou-as para esse fim. Assim diz Obadias
1: “Um mensageiro foi enviado às nações para dizer: “Levantem-se! Vamos atacar
Edom!”. (NVI).

Assim, vemos que nada acontece, nem para Israel nem para as nações em redor
que não seja resultado do agir e trabalhar de Deus. Temos prova sobeja disso em outros
textos das Escrituras. Abrir a madre de mulheres estéreis, o dilúvio, as pragas do Egito,
a abertura do mar vermelho, a determinação de que Jonas vá até Nínive, só para citar
alguns exemplos, apontam para a soberania de Deus.
Podemos certamente descansar em Deus, porque além de soberano, Ele também
é bondoso.
Em conclusão, podemos afirmar como afirma Charles Hodge, depois de analisar
alguns textos bíblicos, na sua maioria nos Salmos e nos profetas que
“...é evidente que: 1. A soberania de Deus é universal. Ela se estende sobre todas
as suas criaturas, das mais elevadas às mais inferiores. 2. Ela é absoluta. Não se podem
pôr limites à sua autoridade, Ele faz seu beneplácito nos exércitos dos céus e entre os
habitantes da terra. 3. Ela é imutável. Não pode ser ignorada nem rejeitada. Ela obriga
todas as criaturas, tão inexoravelmente quanto as leis físicas obrigam o universo
material”.12
Hodge continua e diz que “esta soberania é exercida: ...na designação de cada
individuo em sua posição e sorte. É o Senhor quem fixa os limites de nossa habitação.
Nossos tempos estão em suas mãos. Ele determina quando, onde e sob quais
circunstâncias cada indivíduo de nossa raça deve nascer, viver e morrer. As nações não
menos que os indivíduos, estão assim nas mãos de Deus que lhes designa sua herança
na terra e controla seu destino...”13.

2.3. A Santidade de Deus

12
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2001, pg. 332.
13
O aluno fará bem em ler o livro “Deus é Soberano” de Arthur W. Pink, Editora Fiel. Livro de leitura
simples e muita profundidade.
Outro atributo apresentado no livro de Obadias é a santidade de Deus. Não
podemos passar pelo livro sem falar sobre ele. Deus não é apenas soberano. Deus é
também santo.
Antes de falarmos sobre a santidade de Deus em Obadias, vamos antes de tudo
defini-la. Louis Berkhof define a santidade de Deus “como a perfeição de Deus, em
virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece
o pecado, e exige pureza moral em Suas criaturas.”14 Deus é santo e a sua exigência
para que as Suas criaturas se relacionem com Ele é a santidade.
Deus é separado de tudo quanto contém a mancha do pecado. “No seu sentido
original, Deus é santo porque Ele é totalmente distinto e separado das suas criaturas,
além de ser exaltado sobre elas por causa da sua infinita majestade”15.
Isaías no seu capítulo 6 diz que os querubins clamavam uns aos outros dizendo:
“Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos...” (6. 3).
Essa doutrina solidamente estabelecida é uma doutrina que claramente aparece
em Obadias.
Onde a encontramos? Encontramo-a no fato de que Deus não deixa impune a
nação de Obadias pelo grande mal que fez a Judá.
A questão aqui é que Deus é “tão puro de olhos que não pode contemplar o mal”
(1. 13). Deus na sua santidade odeia o pecado.
Arthur W. Pink nos diz que as pessoas criam um “deus” para si mesmos. “O
"deus" que a imensa maioria dos cristãos professos "ama1' é visto como alguém muito
parecido com um ancião indulgente, que pessoalmente não tem prazer nas loucuras, mas
tolerantemente fecha os olhos para as "indiscrições" da mocidade. Mas a Palavra diz:
“... aborreces a iodos os que praticam a maldade” (Salmo 5:5). E mais: "Deus é um juiz
justo, um Deus que se ira todos os dias" (Salmo 7:11). Mas os homens se recusam a dar
crédito a este Deus e rangem os dentes quando o Seu ódio ao pecado lhes é enfática e
fielmente apresentado. Não, como o homem preso ao pecado jamais teria criado o lago
de fogo no qual seria atormentado para todo o sempre, muito menos haveria a
probabilidade dele inventar um Deus santo”16.

14
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3 ed. São Paulo: Luz Para o Caminho, 1994, p. 76.
15
DORIA, José Santana (organizador). Teontologia: A Doutrina do Ser de Deus. Brasil: MINTS, 2014,
p. 203.
16
PINK, Arthur W. Los Atributos de Dios. Barcelona: El Standard de La Verdad, p. 55-56.
O pecado fere a santidade de Deus. E isso, conseqüentemente acende17 a Sua ira.
Assim, a denúncia do pecado que é feito por Obadias tem como principal mola
propulsora a santidade de Deus.

2.3. A ira de Deus – Seu juízo sobre as nações


É importante destacarmos a questão da ira de Deus sobre as nações. Essa é
desafortunadamente, uma doutrina não muito bem aceita em alguns meios evangélicos,
mas, claramente exposta nas Escrituras tanto do Novo quanto do Antigo Testamento.
Onde então está a santidade de Deus no livro de Obadias? Onde a encontramos?
Encontramo-la na punição de Deus ao pecado de soberba de Edom. Palmer Robertson
diz que o padrão dos profetas para denunciar os pecados das nações não são os dez
mandamentos como acontece quando os profetas estão exercendo seu ministério.
Robertson afirma que “quando enumeram pecados específicos (das nações), os
profetas em geral se referem a três áreas do mau procedimento moral: orgulho, idolatria
e violência”. Mas avançando um pouco mais, Robertson diz que “De maneira ainda
mais impressionante, os maus tratos deles para com o povo de Deus explicam os juízos
de condenação do Senhor contra as nações”18.
Aqui nos lembramos do pecado da nação “parceira” de Edom, a Babilônia. No
capítulo 4 de Daniel, lemos que Nabucodonosor teve um sonho e chamou a Daniel para
interpretá-lo. O sonho referia-se a uma grande árvore onde todos os animais e homens
se aninhavam, mas veio um mensageiro do céu e disse para cortar a árvore. A
interpretação de Daniel é que estava se referindo a Nabucodonosor é que ele seria
“expulso de entre os homens” e sua “morada será com os animais do campo... até que
reconheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Daniel 5.25). Em
seguida o texto nos diz que, depois de doze meses, Nabucodonosor falou soberbamente
sobre ter construido a Babilônia, e o sonho se tornou realidade, passando ele um tempo
com os animais e comendo ervas, acometido por uma doença chamada zoantropia.

17
Embora alguns teólogos não gostem da expressão “acende a sua ira” – porque entendem que a ira de
Deus nunca está dormindo, ou que Deus nunca expressa passividade em qualquer situação – ela aparece
em vários textos na versão em português. Veja-se Êxodo 4.14; 32.10 e 11; Nm 11.1, 10, 33; 12. 9; 22.22 e
27; 25.3; 32.12; Dt 9.8; 11.17; 29.27; 31.17; Js 7.1; 23.16; Jz 2.20; 3.8; 10.7; 14.9; 11.6; 2 Sm 6.7; 12.5; 2
Rs 13.3; 22.13 e 17; 1 Cr 13.10; 2 Cr 25.10 e 15; Jó 42.7; Sl 74.1; 78.21; 106.40; Is 5.25; Jr 15.14;
21.12;Os 8.5; Zc 10.3. Por isso, a palavra é usada no texto.
18
ROBERTSON, O. Palmer. O Cristo dos Profetas. Recife: CLIRE, 2016, pg. 203.
Outros exemplos do pecado da soberba mencionado nos profetas podem ser
encontrados em Isaías 14. 13-14; 29.31; 47.8; Ez 28.2; Zacarias 9.6.
Robertson diz que “...O crime mais freqüentemente enfatizado pelos profetas é
esse pecado do orgulho. As nações do mundo se colocam no lugar de Deus. Esse pecado
específico, que é a fonte de todos os males, traz as nações para debaixo da condenação
do Senhor”19.
Como vemos a ira de Deus é a reação de Deus ao pecado.
O Dr. Martyn Lloyd-Jones a define como “significando ódio ao pecado. Tudo o
que pertence ao domínio das trevas, do pecado e de Satanás é abominável para Deus, e o
que a ira de Deus significa é o conceito de Deus sobre o pecado, o ódio de Deus ao
pecado, e Deus em Sua justiça e em Sua retidão, dando ao pecado o tratamento devido e
punindo o pecado.”20
Esta é a afirmação bíblica: Deus se ira contra o pecado e é por esta razão que os
homens sem Cristo perecerão. Deus não pode suportar o pecado!
O pecado em tela aqui, no livro de Obadias, se relaciona com as duas bases
citadas por Robertson, a saber, o pecado específico do orgulho e os maus tratos ao povo
de Deus.
Os dois pecados são claramente colocados nesse pequeno livro. Vejamos as
referências.
a) Pecado da Soberba
Obadias destaca no verso 3, a soberba do povo de Edom. “A soberba do teu
coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes
no teu coração: Quem me deitará por terra?”.
O juízo de Deus é mostrado em seguida quando Deus mostrará a sua indignação
devastando a nação de Edom, sua morada, e entregando todos os seus bens às nações
(vs. 4-6) a quem ele chamou no verso 1. Ademais Edom é traído pelos seus aliados da
mesma forma como eles traíram o povo de Israel (v. 7), trazendo sobre eles o temor e a
matança (vs. 9-10)21.
Deus fará com que Edom perca todos os seus bens, suas alianças, sua sabedoria,
seu poder militar, e igualmente sua honra. É um tempo de perda total quando Deus
exerce seu juízo sobre Edom.

19
Ibidem, p. 205.
20
LLOYD-JONES, Martin. Romanos – O Evangelho de Deus. São Paulo: PES, 1998, p. 414.
21
LOPES, Hernandes Dias. Obadias e Ageu: Uma mensagem urgente de Deus à igreja contemporânea.
São Paulo: Hagnos, 2014, pp. 39-42.
Devemos nesse ponto lembrar que a ira de Deus não é como a ira dos homens. O
fato de Edom perder tudo o que foi acima citado não quer dizer que Deus é caprichoso e
que sua ira é semelhante à ira dos homens. “A ira dos homens é geralmente cheia de
caprichos, de sentimentos nocivos de vingança; uma emoção irracional, incontrolável,
não raro vaidosa, cheia de malícia, e esmagadora na maioria das vezes, absolutamente
injusta. A ira do Senhor Deus é livre de qualquer uma destas coisas”22. A razão para
afirmarmos isso é simples, a ira de Deus está ligada à santidade de Deus. E esta é livre
de qualquer contaminação de pecado. É uma ira que está ligada a Sua santidade e à Sua
justiça. Deus não perde a calma, não é torna-se irracional, não é vaidoso, nem cheio de
malícia, muito menos injusto.
A ira de Deus sobre Edom, concluímos é santa e justa.
Temos vários exemplos bíblicos em que podemos ver Deus irado e derramando
a sua ira sobre os homens as nações. Deus expulsou Adão e Eva do Éden; fez chover
por 40 dias e 40 noites porque “a terra estava corrompida à vida de Deus” (Gênesis
6.11); fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra por causa do seu pecado
(Gênesis 19.24); fez Nabucodonosor invadir Jerusalém como já vimos (Daniel 1.2). De
forma bem clara o texto de 2 Reis 24.20 nos diz porque Deus entregou a Israel nas mãos
do rei da Babilônia: “Assim sucedeu por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém e
contra Judá...” (ARA).
Vejamos, um exemplo especifico que está registrado em Apocalipse 15.1-4, de
como o povo de Deus reage à ira de Deus. Esse texto nos fala acerca das “sete últimas
pragas” com os quais “se completa a ira de Deus” (v. 1). No verso 2, João vê os servos
de Deus louvando a Deus por causa da sua ira que será derramada sobre os ímpios. E
eles entoavam um cântico que dizia: .”..Grandes e maravilhosas são as tuas obras,
Senhor Deus todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das
nações. Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o teu nome? Pois tu
somente és santo. Todas as nações virão à tua presença e te adorarão, pois os teus atos
de justiça se tornaram manifestos”. Sim, o povo de Deus louva-o por Sua santa e justa
ira. Eles sabem que Deus não faz nada pecaminoso e que a sua ira está em concordância
com a sua santidade.

22
DOS SANTOS, José Aristides, Filho. Justificação Pela Fé. Brasil: MINTS, 2011, p. 42. Nesse curso
do Seminário você terá uma compreensão mais ampla da santidade e da ira de Deus. Ver também o curso
de Teontologia do MINTS, organizado por José Santana Doria.
A soberba de Edom, repetimos é grave pecado contra Deus. Sempre dizemos
que a soberba, o orgulho é a mãe que pariu todos os pecados. E é verdade.
John Stott, diz que “não condiz com Deus fazer qualquer coisa injusta ou
irregularmente, não está dentro do alcance da Sua liberdade ou bondade ou vontade
deixar sem punição o pecador que não devolve a Deus o que tomou.”23
Deus pune o pecado da soberba de Edom.
Embora não esteja no próprio texto de Obadias é importante que nos lembremos
de que a maior e mais completa revelação da ira de Deus podemos ver na cruz do
Calvário. Ali vemos como Deus não pode ver o mal. Era preciso que o pecado fosse
punido. Cristo bebeu o cálice da ira de Deus. Experimentou a ira de Deus contra o
pecado dos homens. E fez isso para que pudéssemos ser justificados e ter acesso a Deus
(Romanos 5.1-2).
b) O pecado dos maus tratos contra o povo de Israel
Robertson diz que “lado a lado com a proeminência do orgulho como a causa do
juízo de Deus sobre as nações, os profetas repetidamente apresentam outra razão. Por
causa da crueldade para com o povo da aliança de Deus, as nações se encontram sob o
juízo de Deus”24.
A segunda base que encontramos para as denúncias dos profetas apresentadas
por Robertson acima, também é claramente apresentada em Obadias. Isso liga esse
ponto ao primeiro sobre o pacto de Deus com Seu povo escolhido.
Aquelas nações que maltrata o povo eleito de Deus estão se colocam sob o
desagrado de Deus porque eles estão maldizendo aqueles a quem Deus abençoou. A
promessa que Deus fez a Abraão foi que “Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
(Gênesis 12.3). Deus promete que amaldiçoaria os que amaldiçoassem o povo da fé.
No salmo 137.7 o salmista pede ao Senhor que se lembre do que os edomitas
fizeram quando Jerusalém foi destruída. A nação de Edom nos diz também Obadias
maltratou grandemente o povo de Deus.
Edom, conforme podemos ver nos versos 11-14, não demonstrou compaixão
para com o povo eleito de Deus. Ao contrário, os versos 12-13 diz que 1. Edom ficou
satisfeito com o que aconteceu com Judá. “...Mas tu não devias ter olhado com prazer
para o dia de teu irmão, o dia da sua calamidade...”; 2. Edom se alegou “...sobre os

23
STOTT, John R. W. A Cruz de Cristo. 6ª reimpressão. São Paulo:Vida, 1999, p. 107.
24
Robertson, 205.
filhos de Judá, no dia da sua ruína...”; 3. Edom falou arrogantemente contra Judá “nem
falado de boca cheia, no dia da angústia”; 4. Edom aproveitou-se da situação, 5. Edom
teve prazer no mal do seu irmão, 6. Edom lançou mão dos bens do irmão, e ainda 7.
exterminou aqueles que escaparam...
Veremos isso com detalhes cada um desses aspectos, na discussao do texto..
Robertson conclui dizendo que é preciso lembrar que o povo de Deus não deve
ser considerado como sendo a mesma coisa que Israel “segundo a carne”. O Israel de
Deus é o povo de Deus espalhado pela terra, judeus e gentios, não apenas em Israel.
“Por isso as nações do mundo devem ser alertadas. Sua reação para com o povo de Deus
espalhado pela terra será a base para seu juízo eterno”25.

Aplicação:
Precisamos orar para que a ira de Deus não recaia sobre a nossa nação.
De forma veloz, o Brasil está cada vez mais se afastando de Deus.
1. O lobby gay. Temos visto no nosso país uma enxurrada de coisas
desagradáveis.
Exposições de crianças a homens nus, como se fosse artes.
Exposições de artes com bestialismo, zoofilia, homessexualismo tanto feminino
como masculino. Paulo nos diz que a ira de Deus se revela contra toda impiedade dos
homens e uma das coisas que ele elenca é o homossexualismo (Romanos 1).
Somos um país onde está sendo pleiteado que as crianças possam fazer cirurgia
de mudança de sexo, sem o consentimentos dos pais, mas lutamos ao mesmo tempo
para que ninguém seja criminalmente penalizado aos 16, porque isso não resolve nada.
Somos um país das cotas. Agora pensasse em cotas para homossexuais, a fim de
incentivar essa abominação. Um favorecimento descabível à agenda gay.
“Artigo 37: Havendo indicação terapêutica por equipe médica e multidisciplinar
de hormonoterapia e de procedimentos complementares não cirúrgicos, a adequação à
identidade de gênero poderá inciar-se a partir dos 14 anos de idade”. Percebem?
Artigo 53: É proibido o oferecimento de tratamento de reversão da orientação
sexual ou identidade de gênero, bem como fazer promessas de cura”.
“Artigo 60: Os profissionais da eduação têm o dever de abordar as questões de
gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual, visando superar toda forma de
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Robertson, p. 208.
discriminação, fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a
eliminação da homofobia e do preconceito”.
Ver o zao de Francisco. Material interessante.

Procurar a PLC 122. Ler exaustivamente.


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