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Projeto de Iniciação Científica/Tecnológica

Gravação de Matrizes de Hologramas em Fotorresinas,


Para Reconstrução com Luz Branca

Aluno: Fabrício Oliveira de Carvalho


Orientadora: Lucila Helena Deliesposte Cescato
Introdução

A propriedade mais interessante (ou popular) dos hologramas é sua habilidade de gravar e
reconstruir imagens tridimensionais. O holograma mais usual é o do tipo “Leith & Upatnieks” [1],
também conhecido como holograma de transmissão.
Neste tipo de holograma, a reconstrução é feita com a mesma onda utilizada como referência
para a gravação do holograma. Desta forma, ele só pode ser observado utilizando-se uma fonte laser
de mesmo comprimento de onda (ou muito próximo) ao utilizado para a gravação do holograma, o
que limita o uso e a disponibilidade destes tipos de hologramas, porque as fontes de luz mais
comuns são fontes de luz branca.
Para que um holograma possa ser reconstruído com luz branca é necessário limitar o
espectro da luz incidente a uma estreita faixa, de forma a evitar que haja uma superposição de
hologramas angularmente separados, para cada uma das cores que compõe a luz branca que ilumina
o holograma.
Para realizar esta limitação espectral existem basicamente duas alternativas distintas,
conhecidas como:

1) Holograma tipo “Lipmann”, ou “Denysiuk” [2] – Neste tipo de holograma, a seletividade de


Bragg do próprio holograma (gravado num material em volume) é utilizada para limitar a
reconstrução a uma estreita faixa de comprimentos de onda da luz incidente. A montagem
para gravação deste tipo de holograma é bastante simples, entretanto, ela requer o uso de
materiais fotossensíveis que modulem o índice de refração no seu volume. Entre os
materiais que têm esta propriedade estão as gelatinas dicromatadas, os filmes fotográficos
branqueados (bleached) e novos tipos de polímeros como os fabricados pela empresa
Dupont [3]. Destes 3 tipos de materiais, o polímero da Dupont tem se destacado como o
mais eficiente, entretanto ele é fornecido com exclusividade a empresas coligadas à Dupont
para fabricação de hologramas.

2) Holograma tipo “Rainbow” ou “Benton” [4] – Este tipo de holograma é feito, superpondo-se
à gravação do holograma do objeto, a gravação do holograma de uma fenda, com orientação
e largura apropriadas. Desta forma, é a fenda quem realiza a limitação da faixa espectral de
reconstrução para cada ângulo de observação, impedindo o embaralhamento das ondas
reconstruídas. Este processo foi proposto em 1969 pelo Dr. Stephen Benton [5]. E tem sido
largamente empregado na indústria.

O primeiro método produz hologramas mais luminosos e com maior profundidade,


entretanto, como o holograma é gravado no volume do material e sua fabricação precisa ser feita
individualmente, expondo-se o material fotossensível ao padrão de interferência produzido por um
laser potente. O segundo método, apesar de gerar hologramas menos eficientes, pode ser utilizado
para gravação de hologramas em relevo. Desta forma, a informação microscópica gravada em
relevo, pode ser replicada, utilizando-se processos de moldagem e a partir de uma matriz pode se
fabricar centenas ou até milhares de cópias.

Além destes dois tipos tradicionais de hologramas, diversas variações e novos métodos têm
sido propostos nos últimos anos para gravação de hologramas em relevo que possam ser
reconstruídos com luz branca [6][7].
Objetivos

O objetivo deste projeto de iniciação científica/tecnológica é a gravação de matrizes de


hologramas em relevo, que possam ser reconstruídos com luz branca, e que possam ser utilizados
em processos de replicação.
Como material fotossensível serão utilizadas fotorresinas positivas comerciais da série AZ.
Para gravação dos hologramas será construída uma montagem holográfica dedicada
utilizando um laser de Argônio assim como serão analisadas e testadas diferentes configurações e
processos descritos na literatura visando à obtenção dos melhores hologramas.

Metodologia

Primeiramente o aluno montará um interferômetro numa mesa óptica disponível no


laboratório. Um esquema básico da montagem proposta está mostrado na Figura 1. Este
interferômetro também contará com um sistema de correção ativa das perturbações de fase [8] para
garantir que durante as exposições não haja movimento do padrão de interferência. Isto será feito
utilizando-se um espelho suportado por cristais piezo-elétricos colocado num dos braços do
interferômetro. Uma vez construída a montagem, serão realizados diversos testes e, para isto, o
aluno contará com o auxílio do estudante de doutorado Edson José de Carvalho.
Inicialmente esta será utilizada para realizar gravação de redes de difração em relevo nas
fotorresinas. Estas redes já são gravadas de forma rotineira no nosso laboratório utilizando um
interferômetro estabilizado e automatizado (que se constitui na montagem principal do laboratório
[9]). Estes testes têm como objetivo estudar a estabilidade da montagem construída, e encontrar as
condições de exposição para obtenção de hologramas eficientes. Numa segunda etapa serão
gravados hologramas clássicos do tipo “Leith & Upatnieks” (ou hologramas de transmissão)
também em fotorresinas, que são reconstruídos apenas com laser.
A terceira etapa é a gravação de holograma para serem reconstruídos com luz branca. Para
isto será feito um levantamento bibliográfico das diferentes técnicas propostas na literatura que
possam ser empregadas para gravação de hologramas em relevo. Destas técnicas, a que será testada
primeiramente, por ser a mais simples, será a de projeção da imagem do objeto diretamente sobre o
filme holográfico utilizando uma lente [7]. Nesta etapa, além das fotorresinas (que precisam ser
expostas na linha 458 nm do laser de Argônio), serão feitas também exposições em emulsões
fotográficas (da Agfa 8E 56 HD2), disponíveis no laboratório, utilizando as linhas 488 ou 514 nm
do laser de Argônio.
Os testes das diferentes configurações para gerar hologramas que possam ser reconstruídos
com luz branca serão feitos em placas holográficas, utilizando um laser (Spectra-Physics modelo
165). Este laser está aguardando a importação de um tubo novo de reposição e atualmente só opera,
com energia suficiente para gravação, nas linhas do verde (488 e 514 nm). Estes testes serão feitos
em placas, utilizando este laser para não comprometer os demais trabalhos desenvolvidos no
laboratório, porque atualmente dispomos de um único laser em condições de operar na linha 458
nm, que se encontra fixado na montagem principal [9], e cujo feixe será desviado para a montagem
de exposição de hologramas (na outra mesa) para exposição de filmes de fotorresina.
Uma vez encontrada a melhor montagem/processo para ser obter bons hologramas para
reconstrução em luz branca em emulsões fotográficas, a mesma montagem será alimentada com
laser de Ar operando em 458nm para obtenção dos hologramas em fotorresina (feixe emergente na
Figura 1).
1
12
1
m
458n
Linha 5
2 1
4 9
8
10

4 7 1
3 1 6

Linha 488 / 514 nm


1

11
1 Espelhos planos
2 Beam-splitter
3 pzt- piezzo elétrico
4 filtros espaciais
5 Lente colimadora
6 Íris
7 Objeto
8 Lente para projeção do objeto sobre a placa de gravação
9 Suporte para gravação
10 detector
11 Caixa de acrílico para atenuar influências do meio
12 Espelho plano móvel

Figura 1. Esquema da montagem a ser construída, com a possibilidade de operar com dois lasers:
um na mesma mesa (operando nas linhas 488nm ou 514nm) e outro vindo de outra mesa (458nm).
Este trabalho de Iniciação está relacionado com o projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP
2002/02849-9 (Estudo e Desenvolvimento de Processos de Replicação de Elementos Ópticos
Difrativos), atualmente em andamento no Laboratório de Óptica (IFGW/Unicamp). Com os
recursos deste projeto foram comprados equipamentos e estão sendo realizados testes de replicação
de estruturas em relevo por prensagem (hot embossing). Se os resultados deste projeto de Iniciação
forem satisfatórios, os hologramas obtidos poderão ser replicados em poliéster metalizado
utilizando-se a prensa e os processos desenvolvidos no projeto FAPESP.

Além do fato deste projeto de iniciação estar articulado com outros projetos em andamento
no laboratório, é importante destacar que o candidato já realizou, no último semestre, um estágio no
grupo equivalente à disciplina F-530 – Instrumentação. O objetivo deste projeto de instrumentação
também era a gravação de hologramas para serem reconstruídos com luz branca, porém apenas em
placas holográficas, utilizando um laser de He-Ne e uma montagem existente no Laboratório de
Ensino de Óptica (LF-22) do IFGW [10]. Além de ter desenvolvido com bastante sucesso seu
projeto, o aluno tem, desde então, participado ativamente dos trabalhos que vêm sendo
desenvolvidos no laboratório de pesquisa no nosso grupo, demonstrando ser bastante habilidoso no
laboratório. Ele aprendeu com facilidade diversas técnicas de alinhamento e processos
demonstrando bastante independência, além de compreender os fenômenos que estão ocorrendo.

Cronograma

O cronograma a ser seguido durante o andamento do projeto de iniciação científica está


apresentado na tabela 1. De acordo com este, será possível a conclusão do projeto no prazo
requisitado para a duração da bolsa.

TABELA 1: Cronograma a ser seguido durante o andamento do projeto de iniciação científica


1o 2o 3o 4o
Atividade
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre

Montagem do interferômetro e testes de


X X
estabilização da montagem.

Testes de gravações de grades de difração e


X X
de hologramas do tipo Leith & Upatnieks.

Levantamento bibliográfico. X X X

Testes de gravações de hologramas para


reprodução com luz branca em emulsões X X X
fotográficas.
Gravação de Hologramas para reprodução
X
com luz branca em fotorresinas.
Bibliografia

[1] Leith, E. N.; and J. Upatnieks: Wavefronts and Communication Theory, J. Opt. Soc. Am.,
52:1123 (1962)

[2] Denisyuk, Y. N.: Manifestation of Optical properties of an Object en Wave Field of Radiation in
Scatters, Doklady Akademii Nauk SSSR, 144 (6): 1275-& (1962)

[3] http://www1.dupont.com/NASApp/dupontglobal/corp/products/products.jsp?nodeID=453

[4] Benton, S. A.: Hologram Reconstructions With Extended Incoherent Sources, Journal of the
Optical Society of America, 59(11):1545-& (1969)

[5] http://web.media.mit.edu/~sab/

[6] Chen, H.; and Yu, F.T.S.: One-step Rainbowl Hologram, Optical Letters, 2(4):85-87 (1978)

[7] Maripov, A.: Slittless and Lensless Rainbowl Holography, Journal of Optics-Nouvelle Revue d
Optique, 25(4):131-133 jul-aug (1994)

[8] 4. SELF-STABILIZED REAL-TIME HOLOGRAPHIC RECORDING -L. Cescato and J.


Frejlich, Chapter 2 of Three-Dimensional Holographic Imaging (ISBN:0-471-35894-0) edited by
Chung Kuo, Meng Hua Tsai, published by John Wiley & Sons (January 2002).

[9] www.ifi.unicamp.br~cescato

[10] www.ifi.unicamp.br/~accosta

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