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OAB 2ª FASE
PROCESSO PENAL
PROF. LETÍCIA
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PROCESSO PENAL OAB
Prof. Letícia Sinatora das Neves 2ª Fase
Sumário
CAPÍTULO I – DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI.......................................................4
CAPÍTULO II – COMENTÁRIOS À LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Lei n. 7.210/84 ....................... 19
CAPÍTULO III - RECURSOS .......................................................................................................... 34
1) AGRAVO EM EXECUÇÃO ............................................................................................................. 34
2) CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO ............................................................................ 46
CAPÍTULO IV – HABEAS CORPUS E RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ....................... 49
1) HABEAS CORPUS (Art. 5º, LXVIII, CF/88) .................................................................................... 49
2) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ................................................................................... 57
CAPÍTULO V - REVISÃO CRIMINAL ............................................................................................. 62
CAPÍTULO VI – EXERCÍCIOS........................................................................................................67
CAPÍTULO VII – EXERCITANDO PEÇAS ....................................................................................... 71
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É o rito procedimento destinado para processar e julgar crimes dolosos contra a vida,
previsto nos artigos 406 a 497 do Código de Processo Penal. A competência constitucional está firmada no artigo
5º, XXXVIII, da Constituição Federal.
O Juiz, ao receber a denúncia, abre prazo para a defesa responder, no prazo de dez
dias.
A defesa poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse à sua defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito),
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário; as exceções são processadas em apartado.
Não esqueça: A base legal da Resposta à Acusação no procedimento do Júri é o artigo 406 do CPP e não o
artigo 396 do CPP.
Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la
em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.
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Nesse sentindo: Nestor Tavora e Rosmar Alencar sustentam: “Entendemos possível a antecipação da absolvição sumária
para momento anterior à audiência de instrução, com esteio no artigo 397 do CPP, aplicado analogicamente com base no
artigo 2º do mesmo Código.” in: Curso de Direito Processual Penal. Editora JusPodivm. 2017. P. 1235.
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Nesse sentido: Lima, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume Único. Editora JusPodivm. 2017. P. 100.
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Vejamos a ementa do julgado:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. NULIDADES.
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. 1. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA APÓS A APRESENTAÇÃO DE
RESPOSTA ESCRITA. INAPLICABILIDADE DA REGRA. 2. CITAÇÃO POR EDITAL. NÃO ESGOTAMENTO
DOS MEIOS PARA CITAR O RECORRENTE. TENTATIVAS INFRUTÍFERAS. PROCESSO E PRAZO PRESCRICIONAL
SUSPENSOS. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. 3. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. RISCO DE
REITERAÇÃO. NECESSIDADE DE GARANTIR A ORDEM PÚBLICA. FUGA. ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI
PENAL. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 4. RECURSO IMPROVIDO.
1. Caso em que não se aplica a regra do art. 397 do CPP. Nos processos que tramitam pelo rito do
Tribunal do Júri, a avaliação acerca da absolvição é regulada pelo art. 415 do Código de Processo
Penal. Precedentes.
5. Recurso ordinário em habeas corpus a que se nega provimento.
(RHC 68.765/ES, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe
28/11/2016).
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Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando
o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. A audiência terá a seguinte ordem:
1°) declarações do ofendido, se possível; 2°) declarações de testemunhas; 3°) interrogatório do acusado; 4°)
debates; 5°) decisão.
Portanto, pode ser necessário adaptar a peça acusatória ao contexto das provas
produzidas. Evitando-se qualquer surpresa ao réu, segue-se o disposto no art. 384 do CPP.
a) pronunciar o réu
b) impronunciá-lo
c) absolvê-lo sumariamente
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Havendo prova, colhida durante a instrução, de que outras pessoas estão envolvidas
na infração penal pela qual está o juiz pronunciando o acusado, é preciso determinar a remessa dos autos ao
Ministério Público para o necessário aditamento.
O Juiz não está adstrito à classificação feita pelo órgão do Ministério Público e o réu
não se defende da definição jurídica do fato, mas, sim, dos fatos imputados.
O defensor nomeado (dativo ou defensor público) e o Ministério Público (art. 420, I).
No mais, se o acusado estiver solto e não for localizado para a intimação pessoal, far-
se-á por edital.
O libelo foi extinto pela nova redação dada pela Lei 11.689/2008.
No entanto, de acordo com este artigo, o legislador os substituiu por duas novas peças
(inominadas). Assim, ao receber os autos, após a preclusão da pronúncia, o presidente do Tribunal do Júri
determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor,
para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo
de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
a) Conceito
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e) Iniciativa do desaforamento
O acusado pode propor por intermédio de seu defensor, mas também diretamente,
por petição sua, afinal no processo penal, há a autodefesa.
O Juiz que preside a instrução pode representar pelo desaforamento, exceto quando
houver excesso de prazo.
O CPP permite que seja determinada a suspensão do julgamento pelo júri até que o
Tribunal possa apreciar o pedido de desaforamento.
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Em primeiro lugar, deve-se frisar que, havendo escusa legítima, adia-se a sessão de
julgamento, sem qualquer outra providência. É preciso que a justificativa seja oferecida ao magistrado até a
abertura da sessão em plenário.
Se não houver motivo razoável, o juiz comunica à OAB, seção local, marcando nova
data para o julgamento. Nesta o réu deverá ser, necessariamente, julgado (§ 1º). Para tanto, pode o réu
apresentar outro defensor constituído, logo após a determinação de adiamento. Não o fazendo, o magistrado
intima a Defensoria Pública para que assuma o patrocínio da defesa, observando o prazo mínimo de 10 dias.
Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia
desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e
seu defensor.
Não o fazendo, deixa de haver a possibilidade de insistência na sua oitiva, caso alguma
delas não compareça à sessão plenária.
É possível que, a despeito da tentativa, falhe a condução coercitiva, razão pela qual
não se pode adiar eternamente a realização do julgamento.
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Caso tenha sido arrolada com o caráter de imprescindibildade, se for intimada e não
comparecer, é cabível o adiamento, como regra, para que possa ser conduzida coercitivamente na sessão
seguinte.
A partir da edição da Lei 11.689/2008, somente se faz o sorteio dos suplentes, caso
não se atinja o quorum mínimo (quinze) e não mais o número legal (vinte e cinco).
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Significa que os jurados não podem conversar entre si, durantes os trabalhos, nem
nos intervalos, a respeito de qualquer aspecto da causa posta em julgamento, especialmente deixando
transparecer sua opinião.
Ex: na sala especial, quando estiverem reunidos em intervalos, o juiz pode não estar
presente, razão pela qual o oficial incumbe-se de fiscalizar a incomunicabilidade.
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A nova sistemática, introduzida pela Lei 11689/2008, impõe que, havida a recusa
peremptória por qualquer das partes, o jurado está automaticamente excluído da formação do Conselho de
Sentença. Anteriormente, seria preciso coincidir a recusa da defesa com a da acusação.
Conforme disposto no art. 468, parágrafo único, quando o jurado for recusado
imotivadamente (recusa peremptória) por qualquer das partes será excluída daquela sessão, prosseguindo-se
o sorteio para a formação do Conselho de Sentença.
O juiz verifica qual é o autor do fato. Será ele julgado em primeiro lugar, como
determina o art. 469, § 2º.
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de coautoria, aplica-se o critério de preferência do art. 429 (presos em primeiro lugar; dentre os presos, os que
estiverem há mais tempo na prisão; em igualdade de condições, os que estiverem há mais tempo pronunciado).
Tão logo sejam instalados os trabalhos, deve a parte interessada em levantar qualquer
causa de impedimento ou suspeição do juiz presidente, do promotor (no caso da defesa arguir) ou de qualquer
funcionário fazê-lo de imediato, apresentando as provas que possuir. Assim, cabe levar testemunhas, se for o
caso, ou documentos para exibição em plenário.
Caso seja arguida contra o jurado, deve ser levantada tão logo seja ele sorteado,
procedendo-se da mesma forma, isto é, com a apresentação imediata das provas.
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Nos termos do § 3º, não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período
em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança
das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
Por unanimidade, o STF decidiu que o uso de algemas deve ser adotado em situações
excepcionalíssimas, pois, do contrário, violam-se importantes princípios constitucionais, dentre eles a dignidade
da pessoa humana.
Ocorre na hipótese de ação privada, em conexão com ação pública, mas com
desmembramento.
Ex: dois crimes são cometidos no mesmo cenário, um deles é doloso contra a vida e
o outro, de ação exclusivamente privada, ocorrendo o julgamento isolado do delito cujo titular da ação é o
ofendido.
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É vedado às partes:
b) a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos
autos com a antecedência mínima 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte, abrangendo a leitura de
jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros,
croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à
apreciação e julgamento dos jurados.
Questionário é o conjunto dos quesitos elaborados pelo juiz presidente, que serão
submetidos à votação pelo Conselho de Sentença, para obtenção do veredicto final.
Nos termos do artigo 483 do CPP, os quesitos serão formulados na seguinte ordem:
O juiz indagará aos jurados se o réu de qualquer modo contribuiu para o cometimento
do delito.
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I) Caso não haja tese de desclassificação do delito doloso contra a vida para outro que não seja, o quesito
seguinte que deve ser inserido perguntará se “o jurado absolve o acusado?”
II) Se houver alegação de tese de desclassificação para delito diverso do doloso contra a vida, a questão
desclassificatória será dirigida aos jurados sempre antes do quesito que indaga se “o jurado absolve o acusado?”.
É o que se extrai do artigo 483, § 4º, do CPP, ao destacar que uma vez sustentada a
desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para
ser respondido após o segundo ou terceiro quesito, conforme o caso.
Da mesma forma, deve ser usado para hipótese de tentativa, nos termos do artigo
483, § 5º, do CPP, que enfatiza que se sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz
formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.
III) O quesito seguinte será em relação à causa de diminuição da pena alegada pela defesa, que somente será
formulado se o acusado, a essa altura, tiver sido condenado pelos jurados.
IV) Por fim, os jurados são inquiridos sobre a existência de circunstâncias qualificadora ou causa de aumento
de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
b) absolvição, caso em que o réu deverá ser posto imediatamente em liberdade, caso esteja preso
c) desclassificação do crime doloso contra a vida para crime não doloso contra a vida, quando o juiz-presidente
terá a competência para julgar os fatos de forma mais ou menos ampla, sendo chamada de desclassificação
própria.
Se, na desclassificação, o Júri indicar o crime que foi cometido, como se dá, por
exemplo, na culpa no homicídio culposo, a desclassificação será imprópria.
Importante!
Aqui o Recurso cabível é APELAÇÃO, nos termos do artigo 593, III, do CPP.
PEÇA:
RECURSO DE APELAÇÃO Lembrar da Súmula 713 do
STF
PAROU!
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Questão 01
Cross Fox foi denunciado por homicídio qualificado. Todavia, após a instrução na 1ª fase restou
devidamente comprovada a inexistência da qualificadora, motivo pelo qual o Juiz de Direito afastou a
qualificadora pronunciando o acusado por homicídio simples. Diante da narrativa, é possível que em
Plenário o Ministério Público sustente a incidência da qualificadora, fundamentando na soberania dos
vereditos? Justifique a sua resposta.
Questão 02
(MP-MS-2011) Tício foi denunciado pela prática de homicídio qualificado pelo motivo torpe (art. 121,
§ 2º, inc. I, Código Penal). A denúncia foi recebida e, no decorrer da instrução processual, a defesa
requereu exame de insanidade mental do acusado (art. 149 e seguintes do Código de Processo Penal).
Ao final do referido incidente, restou devidamente comprovado que Tício, ao tempo da ação, em razão
de doença mental, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se
de acordo com esse entendimento. Nos debates, a defesa apresentou como única tese defensiva a
inimputabilidade de Tício. Lastreado em tal premissa, responda, respectivamente, a seguinte
indagação: Qual decisão deverá ser proferida pelo juiz ao final da primeira fase do procedimento do
júri e qual é o recurso cabível? Justifique
Questão 03
Andriotti, líder local do Movimento dos Sem Terras, foi pronunciado pela prática de homicídio
qualificado tendo como vítima um Fazendeiro chamado João Netto, o qual era muito conhecido na
comunidade por suas benfeitorias à região. O fato ocorreu no município João Gabriel, local conhecido
por constantes conflitos envolvendo terras. Sabe-se que as pessoas da Comarca repercutem o
assunto, sempre se posicionando a respeito do caso, havendo fundadas suspeitas sobre a
imparcialidade do Júri. Desta forma, na condição de advogado de Andriotti, qual seria a medida
adequada para assegurar da melhor maneira os interesses de seu cliente, considerando que o
julgamento foi designado para ocorrer daqui três meses? Justifique a sua resposta.
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Questão 04
Carlitos foi denunciado pela prática de homicídio doloso contra sua esposa, Carmela. Todavia, após a
prova produzida nos autos restou comprovado que a causa mortis foi um ataque cardíaco, ou seja,
uma causa natural, nada tendo haver com Carlitos. Por tal razão, o magistrado da 1ª Vara Criminal
absolveu sumariamente o acusado. A decisão transitou em julgado. Dois meses após, a filha de
Carlitos resolve informar o que ouviu uma conversa de seu pai com um irmão, informando que teria
sido o responsável pela morte de Carmela, tendo ministrado remédio em sua alimentação, gerando a
disfunção que ocasionou a sua morte. Diante dos fatos, é possível reverter essa decisão de absolvição
sumária no júri? Justifique.
Questão 05
Durante os debates orais, o Ministério Público proferiu a leitura de trechos da decisão de pronúncia,
inclusive mencionou que se não estivessem presentes os indícios de autoria e materialidade, os réus
não teriam sido submetidos a julgamento popular por ato do Juiz Presidente. Inobstante, a combativa
defesa ter requerido o encerramento do Júri, o que restou consignado em ata, o magistrado
determinou a continuidade. Ao final, os jurados condenaram o acusado. Diante dos dados trazidos na
questão, o que poderá ser pleiteado na condição de advogado de defesa? Justifique e indique o
recurso e a base legal que respaldam a sua resposta.
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1) Considerações iniciais
A partir da leitura do texto constitucional infere-se que toda e qualquer atuação estatal deverá estar
pautada pelo respeito às formas procedimentais, de forma a atingir os fins de um devido processo. Assim
sendo, tem-se como premissa a exigência de que todas aquelas garantias asseguradas durante o processo de
conhecimento sejam estendidas ao processo de execução criminal, considerando a sua autonomia,
especialmente, após a Constituição Federal de 1988.
De acordo com o artigo 1° da Lei de Execução Penal, o objetivo da lei é efetivar as disposições da
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para harmônica integração social do condenado e
internado.
Durante a execução, deverão ser observados os direitos que são assegurados aos apenados, bem
como os deveres que deverão ser cumpridos (artigo 39 e 41 da Lei n. 7.210/84). A ideia central, que difere
das concepções anteriores, principalmente antes da CF/88, conduz à concepção do apenado/preso ser tratado
como sujeito de direitos e deveres, não mais como mero objeto da administração, ou seja, fantoche a serviço
da ordem e segurança.
Desta forma, sustenta-se que a Execução Penal deverá ser pautada pela observância dos ditames
constitucionais, a fim de implementar os fundamentos do Estado Democrático de Direito, dando ênfase ao
princípio da dignidade da pessoa humana, que jamais poderá ser desprezado.
Por fim, é relevante mencionar que sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na
sentença, em normas legais ou regulamentares, poderá ser suscitado o chamado Excesso ou Desvio de
Execução. Trata-se de um incidente de execução, previsto no artigo 185 da LEP, cuja provocação poderá ser
feita pelo Ministério Público, Conselho Penitenciário, pelo próprio sentenciado ou pelos demais órgãos da
Execução Penal. Salienta-se ainda que a Lei de Execução Penal deverá observar os ditames constitucionais,
uma vez que se trata de legislação anterior à promulgação da Constituição Federal.
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Artigo 3° - São ASSEGURADOS TODOS OS DIREITOS NÃO ATINGIDOS pela sentença (sem qualquer distinção)
– art. 39 e 41, LEP
Artigo 4° - DEVER DO ESTADO - buscar a COOPERAÇÃO da sociedade nas atividades que envolvem a execução
penal.
- Aos condenados pela Justiça Eleitoral e pela Justiça Militar quando recolhidos em estabelecimentos sujeitos
à jurisdição ordinária.
OBS.: Vale destacar que o processo de execução criminal (PEC) tramita junto à Vara de Execução Criminal da
Comarca (VEC), cuja jurisdição pertença o estabelecimento prisional em que o apenado cumpre pena. Nele
constará toda e qualquer informação que gere alguma modificação na pena ou na sua forma de cumprimento 4.
OBS.: Súmula 192 do STJ - Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas
a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à
administração estadual.
Artigo 6° - A classificação será feita por uma Comissão Técnica de Classificação – CTC.
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Registra-se a importância da Súmula 192 do STJ para fins de competência, importante verificar a natureza do
estabelecimento prisional.
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A CTC será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1
psicólogo e 1 assistente social (art. 7°).
O condenado à PPL, em regime fechado, será submetido ao exame criminológico para uma adequada
classificação. Ainda, poderão ser submetidos o condenado à pena privativa de liberdade, em regime
semiaberto (art. 8°).
Atenção!!!!
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319797)
5) Detração Penal
A partir da alteração legislativa provocada pela Lei 12.736/12, tem-se que a detração penal deverá
ser observada, desde logo, na sentença condenatória, conforme previsto no artigo 387 do CPP. Atualmente,
a competência do Juiz da VEC é subsidiária, ou seja, quando não for objeto na sentença, deverá ser observado
pelo Juiz da Vara de Execução. Tal entendimento decorre do artigo 111 da LEP e do artigo 66, III, c, da LEP 5.
5
Art. 111 - Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas,
observada, quando for o caso a detração ou a remição.
6
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. DETRAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR AO FATO DELITUOSO.
IMPOSSIBILIDADE. 1. É assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o condenado
não faz jus à detração penal quando a conduta delituosa pela qual houve a condenação tenha sido praticada
posteriormente ao crime que acarretou a prisão cautelar. 2. Ordem denegada. (HC 109599, Relator(a): Min.
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b) X não poderá reaver este período, buscando resgatá-lo. Por exemplo: X comete um delito de furto simples,
na expectativa de não ficar preso, pois teria direito à detração daquele 1 ano, dito acima, referente a outro
delito. Caso seja condenado, pela prática deste delito, não terá direito à detração anterior, pois geraria uma
conta corrente.
6) Regimes Prisionais
Em regra, o regime a ser cumprido vem estabelecido na sentença penal condenatória ou quando for
aplicada a pena em um acórdão pelo Tribunal, inclui uma das fases da individualização da pena (artigo 59,
III, CP e artigo 110 da LEP). Será determinado conforme as regras contidas no Código Penal (arts. 33, §2° e
59).
Caso sobrevenha nova condenação durante o cumprimento de uma pena, a determinação do regime
será feita através da soma do restante da que está sendo cumprida com a nova condenação (art. 111, §2°).
Na aplicação da pena privativa de liberdade, o Juiz para fixar o regime prisional deverá se orientar pela tabela
contida no artigo 33, §2º, do CP7.
Com relação ao regime prisional é importante verificar as seguintes súmulas do Supremo Tribunal
Federal:
Súmula 719 - A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea.
Súmula 718 - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea
para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.
TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 26/02/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-048 DIVULG 12-03-
2013 PUBLIC 13-03-2013)
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Art. 33, §2º, do CP - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo
o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime
mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
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Súmula 269 - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual
ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
Súmula 440: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Assim sendo, a previsão legal de regime inicial fechado para delitos hediondos, foi relativizada,
devendo ser observado no caso concreto as mesmas regras previstas no artigo 33, §2º, CP para fixação do
regime.
O Regime Disciplinar Diferenciado é uma sanção administrativa, está arrolado no artigo 53 da LEP. É
aplicável aos condenados ou presos provisórios, nacionais ou estrangeiros.
1) prática de fato definido como crime doloso quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina
internas, praticado por preso provisório ou condenado (art. 52, caput, LEP);
2) quando o preso (provisório ou condenado, nacional ou estrangeiro) apresentar alto risco para a ordem
e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52,§1°, LEP);
a) duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma
espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada;
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Atenção!!
A decisão judicial que incluir o preso no RDD será precedida de manifestação do Ministério Público e
da defesa e prolatada no prazo máximo de 15 dias, devendo ser fundamentada.
A LEP adotou o sistema progressivo para o cumprimento da pena, ou seja, a transferência do regime
mais rigoroso para um menos rigoroso mediante a observância de alguns requisitos. O artigo 112 da LEP
dispõe que a progressão:
O artigo 112 da LEP é a regra geral, aplicando-se aos delitos não hediondos ou, excepcionalmente,
aos condenados por delitos hediondos praticados antes da alteração legislativa que sofreu o artigo 2º da Lei
8072/90.
Importante frisar que é permitida a progressão de regime mesmo antes do trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, conforme consta na súmula 716 do STF.
A progressão é por etapa, vejamos a Súmula 491do STJ: "É inadmissível a chamada progressão per
saltum de regime prisional."
A progressão de regime para condenados por crimes hediondos é regulada pela lei 11.464/07 que
alterou a lei 8.072/90, a qual prevê a possibilidade de progressão de regime para condenados por delitos
hediondos desde que haja o cumprimento de 2/5 da pena, se primário, ou de 3/5 da pena, se reincidente.
Quanto à aplicação da Lei 11.464/07, importante destacar que somente é aplicada esta lei para
aqueles apenados que praticarem crimes a partir da sua vigência. Em relação a este ponto, destaca-se a
súmula vinculante n. 26 do STF e a súmula 471 do STJ.
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Caso o delito tenha sido praticado antes do dia 29/03/2007, o lapso temporal a ser aplicado deverá
ser aquele do artigo 112 da LEP, com base no entendimento firmado no julgamento do HC 82959-7/SP pelo
STF.
Condenados por delitos não hediondos Condenados por delitos hediondos e equiparados
Primário ou Reincidente: 1/6 da pena + bom Antes de 29/03/07: Primário ou Reincidente: 1/6 da
comportamento carcerário pena + bom comportamento carcerário – artigo 112
da LEP – Súmula 471, STJ
Importante
a) Súmula Vinculante n. 26, STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame
criminológico.
b) Súmula 439, STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.
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Súmula 534, STJ - A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
* o apenado praticar fato definido como crime doloso ou falta grave (artigo 50 e 51); Nesses caso, antes da
regressão de regime deverá ser ouvido, previamente, o apenado – art. 118, § 2° - audiência de justificativa.
Súmula 526, STJ - O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo
penal instaurado para apuração do fato.
* quando o apenado sofrer condenação, por crime anterior, cuja soma da pena restante com a nova
condenação torne impossível a manutenção do regime (art. 111).
1. (STJ - jurisprudência) Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, no âmbito da execução penal,
é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. (Tese
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC). Precedentes: REsp 1378557/RS, Rel. Ministro MARCO AURELIO
BELLIZZE, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, (recurso repetitivo pendente de publicação); HC
175251/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 12/11/2013, DJe 13/12/2013.
Matéria sumulada em 2015: Súmula 533, STJ - Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito
da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou
defensor público nomeado.
2. (STJ - jurisprudência) Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional para
apuração de falta grave, deve ser adotado o menor lapso prescricional previsto no art. 109 do CP, ou seja, o
de 3 anos para fatos ocorridos após a alteração dada pela Lei n. 12.234, de 5 de maio de 2010, ou o de 2
anos se a falta tiver ocorrido até essa data. Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1248357/MS, Rel. Ministra
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REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 25/11/2013; AgRg no REsp
1414267/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe
25/11/2013;
Atenção!!!
Há mais uma hipótese de regressão de regime prevista no artigo 146 – C, § único, LEP, violar os deveres
relacionados ao monitoramento eletrônico.
OBS.: A jurisprudência tem admitido a chamada regressão cautelar, que dispensa a oitiva prévia do
apenado, passando a exigir somente nos casos de regressão definitiva.
Para cumprir a pena em residência particular o preso deverá estar em regime aberto e se enquadrar
em uma das quatro hipóteses do artigo 117 da LEP, quais sejam:
• condenada gestante.
Atentar para a Súmula Vinculante n. 56 do STF, vejamos: A falta de estabelecimento penal adequado
não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
"3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e
aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se
qualifiquem como 'colônia agrícola, industrial' (regime semiaberto) ou 'casa de albergado ou estabelecimento
adequado' (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas "b" e "c"). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto
de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas,
deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade
eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta
de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao
regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
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domiciliar ao sentenciado." (RE 641320, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em
11.5.2016, DJe de 8.8.2016)
A remição é o computo do período trabalhado ou estudado como tempo de pena cumprida, nos termos
do artigo 128 da LEP.
É possível remir tanto pelo trabalho como pelo estudo, inclusive, cumulando as duas possibilidades.
Todavia, é importante se ater nas regras contidas nos artigos 126 e seguintes da LEP.
Por exemplo, remição por trabalho, somente nos casos de regime fechado e semiaberto, a LEP omitiu
a possibilidade de remição no caso de regime aberto. Os Tribunais superiores entendem que como não há
previsão legal e o trabalho é requisito para ingressar no regime aberto, não há direito a remição neste caso.
Já a remição por estudo, é possível em todos os regimes prisionais, inclusive, na última etapa do
cumprimento de pena, ou seja, quando o apenado estiver em livramento condicional.
12) Trabalho prisional: espécies de Trabalho Prisional: serviço interno e serviço externo
a) Serviço interno (art. 31) qualquer regime poderá trabalhar internamente e a qualquer momento, desde que
existam vagas.
Em relação ao serviço externo, é importante observar que o artigo 37 da LEP atribui ao Diretor do
Estabelecimento Prisional a concessão da autorização, todavia, é importante registrar que há forte
posicionamento doutrinário e de uso prático no cotidiano forense de que o trabalho prisional no âmbito externo
deverá ser autorizado pelo Juiz da VEC (Neste sentido: Sídio Rosa de Mesquita Júnior, Norberto Avena, entre
outros)8.
8
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA. REGIME SEMIABERTO. TRABALHO EXTERNO. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL DE
PROPRIEDADE DE OUTRO CONDENADO BENEFICIÁRIO DO REGIME ABERTO. POSSIBILIDADE.
1. [...]
2. A controvérsia a ser resolvida é unicamente de direito e enseja o pronunciamento a respeito da possibilidade de o
condenado prestar serviços em sociedade empresarial cujo proprietário também fora condenado criminalmente.
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Podem obter permissão de saída, os apenados que cumprem pena em regime fechado, semiaberto e
provisórios, mediante escolta, em duas hipóteses:
Súmula 520, STJ - O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.
Já a saída temporária, sem vigilância, poderá ser concedida a apenados que cumprem pena em regime
semiaberto.
Vale destacar que foi introduzida em 2010 a possibilidade da utilização de monitoramento eletrônico,
no artigo 122, parágrafo único, da LEP (redação dada pela Lei n. 12.258/10).
Em outras palavras, a ausência de vigilância direta não impede que o juiz determine a monitoração
eletrônica. Constitui uma faculdade do Juiz, não uma obrigação legal.
Para obtenção da saída temporária, os apenados em regime aberto, deverão preencher os seguintes
requisitos:
• comportamento adequado;
• cumprimento mínimo de 1/6 para apenado primário e de, no mínimo, ¼ para reincidentes;
Será concedida por período não superior a 7 dias, podendo ser renovadas por mais 4 vezes, logo faz
jus a 35 dias de saída. Com intervalo de 45 dias entre as saídas.
A Lei n. 12.258/10 também inovou ao estabelecer que o juiz imporá condições ao apenado, para
obtenção das saídas temporárias, permitindo que além das previstas em lei outras poderão ser estabelecidas,
vejamos a nova redação do §1º do artigo 124 da LEP:
3. O paciente pretende prestar serviços em uma empresa de estacionamento de automóveis como lavador, microempresa
individual formalmente constituída, cujo proprietário também está cumprindo pena em regime aberto.
4. O fato de o proprietário do estabelecimento, situado na mesma localidade de cumprimento da reprimenda, estar
cumprindo pena em regime aberto não pode servir, por si só, de fundamento à negativa do trabalho externo ao apenado que
cumpre os requisitos objetivo e subjetivo para a concessão do benefício e se encontra em regime semiaberto.
5. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para restabelecer a decisão proferida pelo magistrado de
primeiro grau. (HC 333.144/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe
17/12/2015)
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§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o
gozo do benefício;
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45
(quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.” (NR)
Importante !!!
Artigo 124, § 2º, da LEP (redação dada pela Lei n. 12.258/2010) - Quando se tratar de freqüência a curso
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades discentes.
O monitoramento eletrônico é uma faculdade judicial, pois, de acordo com a lei, poderá ser definido
pelo juiz nos casos definidos em lei, desde que seja necessário. O instituto está previsto a partir do artigo 146-
B, LEP.
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+ 2/3 Condenados por crimes hediondos, tráfico, tortura, terrorismo e tráfico de pessoas se enquadram
nesta hipótese. Ressaltando que em caso de reincidência em delitos dessa natureza não será possível a
concessão de livramento condicional.
1. O crime de associação ao tráfico não é considerado hediondo pelo entendimento do STJ, portanto, todavia
vejamos a manifestação no âmbito do Superior Tribunal de Justiça:
• Conversão da PPL em PRD (art. 180) – PPL não superior a dois anos; condenado em regime aberto;
cumprido pelo menos ¼; antecedentes e personalidade indiquem.
São institutos que extinguem a punibilidade, conforme o artigo 107, II, do CP.
A anistia “é a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se tornam impuníveis por
motivo de utilidade social. O instituto volta-se a fatos, e não a pessoas. Pode ocorrer antes da condenação
definitiva – anistia própria – ou após o trânsito em julgado da condenação – anistia imprópria. Tem a força de
extinguir a ação e a condenação. Primordialmente, destina-se a crimes políticos, embora nada impeça a sua
concessão a crimes comuns.” A anistia somente é concedida através de lei editada pelo Congresso Nacional.
A graça, por sua vez, é “a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a
fatos criminosos. Trata-se de um perdão concedido pelo Presidente da República, dentro de sua avaliação
discricionária, não sujeita a qualquer recurso, deve ser usada com parcimônia. É uma medida de caráter
excepcional, destinada a premiar atos meritórios extraordinários praticados pelo sentenciado no cumprimento
de sua reprimenda ou ainda atender condições pessoais de natureza especial, bem como a corrigir equívocos
na aplicação da pena ou eventuais erros judiciários.” É concedida mediante análise do caso individual.
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De acordo com o artigo 5°, inc. XLIII, não é permitida nem a graça nem a anistia para delitos
considerados hediondos.
Por fim, o indulto também é uma causa extintiva da punibilidade, no entanto é concedido de forma
coletiva, ou seja, tornou-se comum ao final de cada ano a publicação de um Decreto concedendo Indulto para
todos aqueles que preencherem determinadas condições.
No ano de 2007, foi publicado no dia 11 de dezembro o Decreto n. 6.294/07, o qual consta em anexo
para conhecimento.
Assim sendo, qualquer preso que preencher as condições passará a ter direito ao indulto, devendo ser
apenas declarado pelo Juiz da Vara de Execuções.
Destaca-se que no mesmo Decreto há previsão legal para a concessão de Comutação de Pena, porém
esta não se confunde com o Indulto, pois não se trata de extinção da punibilidade, mas sim um abatimento
da pena, desde que haja o preenchimento dos requisitos (ver artigos 2° e 4° do Decreto em anexo – somente
para exemplificar, pois o Decreto não poderá ser objeto de questionamento na prova).
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1) AGRAVO EM EXECUÇÃO
Que indefere o pedido de unificação das penas, com base, por exemplo, na continuidade
delitiva;
1.3) IDENTIFICAÇÃO
PEDIU PRA PARAR
PALAVRA MÁGICA:
PEÇA:
DECISÃO PELO JUÍZO
AGRAVO EM EXECUÇÃO
DA EXECUÇÃO
PAROU!
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1.5) PRAZO
PRAZO
• Interposição: 5 dias
• Razões: 2 dias
1.6) EFEITOS
Assim como no recurso em sentido estrito, o agravo em execução possui efeito
regressivo, uma vez que a interposição do recurso obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar
a questão, mantendo-a ou reformando-a, aplicando-se analogicamente o artigo 589, “caput”, do CPP.
Nos termos do artigo 197 da LEP, o agravo em execução, em regra, não tem efeito
suspensivo. Ou seja, as decisões proferidas em sede de execução penal devem ser, via de regra,
imediatamente executadas.
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A) Requisito objetivo
B) Requisito subjetivo
Além do cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior, exige a lei, para a
transferência para regime menos rigoroso, que o mérito do condenado indique a progressão.
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A partir da edição da Lei 10.792/2003, que suprimiu o parágrafo único do artigo 112,
passou-se a dispensar o exame criminológico, considerando suficiente para a comprovação do requisito
subjetivo a elaboração de atestado de boa conduta carcerária pelo diretor do presídio.
Logo, a regra para se aferir o requisito subjetivo é no sentido de que basta atestado
de boa conduta carcerária expedido pelo Diretor do Presídio, conforme dispõe o artigo 112 da Lei 7210/84.
Em outras palavras, nos termos da Súmula 439 do STJ, o juiz somente poderá
determinar a realização do exame criminológico mediante decisão motivada.
A redação original do artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, previa que os condenados
por crimes hediondos ou equiparados deveriam cumprir a pena integralmente em regime fechado. Ou seja,
os condenados por tais delitos não tinham direito à progressão de regime.
Além disso, o lapso temporal para progressão de regime ao condenado por crimes
hediondos e equiparados passou a ser de 2/5, se primário, e 3/5 se reincidente. Convém registrar que
esses lapsos temporais valem somente para os crimes praticados a partir da entrada em vigor da
Lei 11.464/2007, já que a lei nova não pode retroagir para prejudicar o réu. Para crimes
praticados antes da entrada em vigor da Lei 11.464/2007, o tempo de cumprimento de pena
exigido é de 1/6, aplicando-se, nesse caso, o artigo 112 da LEP.
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II) REQUISITOS
Os requisitos do livramento condicional, de ordem objetiva e subjetiva, encontram-
se no art. 83 do CP.
A) REQUISITOS OBJETIVOS
a) Natureza e quantidade da pena – Art. 83, “caput”, CP
Tal como ocorre com a suspensão condicional, somente a pena privativa de liberdade
pode ser objeto do livramento condicional. Esse instituto somente poderá ser concedido à pena privativa de
liberdade igual ou superior a dois anos (art. 83 do CP). A soma das penas é permitida para atingir esse limite
mínimo, mesmo que tenham sido aplicadas em processos distintos.
Assim também o reincidente, desde que não o seja em crime doloso. Para tanto, é
necessário que apresentem bons antecedentes.
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O art. 84 do CP reza que “as penas que correspondem a infrações diversas devem
somar-se para efeito do livramento”.
1.9) UNIFICAÇÃO
A unificação das penas ocorre, invariavelmente, nas hipóteses de concurso formal
próprio de crimes e crime continuado.
Nesse caso, compete ao juiz da execução criminal promover a unificação das penas,
valendo-se das regras dos artigos 70, primeira parte, e 71, ambos do Código Penal. Ou seja, adotando o
critério da exasperação da pena: aplicar uma das penas, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, com a
elevação da fração prevista nos respectivos artigos.
Ex: Um agente foi condenado em três processos distintos pela prática do delito de
roubo majorado com emprego de arma (art. 157, § 2º, I, CP), sendo-lhe fixada a pena de 05 anos e 04 meses
em relação ao primeiro processo. 06 anos em relação ao segundo processo e 08 anos e 06 meses em relação
ao terceiro processo, totalizando 19 anos e 10 meses. Verificando-se que os crimes preenchem os requisitos
do artigo 71 do Código Penal, ou seja, que são da mesma espécie, praticados num curto intervalo de tempo,
nas mesmas condições de lugar e modo de execução, o juiz da execução criminal poderá unificar as penas,
aplicando o critério da exasperação das penas, previsto no artigo 71. Assim, poderá se valer da pena mais
grave e aumentar de 1/6 a 2/3. Supondo que utilize a menor fração (1/6), a pena unificada ficará em 09 anos
e 11 meses.
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PROCESSO PENAL OAB
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Se, nesse caso, o juiz da execução criminal indeferir pedido de unificação da pena,
caberá agravo em execução, com a adoção da tese do crime continuado, previsto no artigo 71 do Código
Penal.
A) INTERPOSIÇÃO
a) Endereçamento: Juiz da Vara de Execuções Penais.
b) Preâmbulo: nome, capacidade postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art.
197 da Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal), nome da peça (Agravo em execução), frase final
(pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos);
c) juízo de retratação, em analogia ao artigo 589 CPP (importante)
d) parte final (Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, data,
advogado e OAB)
B) RAZÕES
a) Endereçamento:
Tribunal de Justiça
b) identificação: agravante/recorrente, agravado/recorrido, nº processo
c) saudação:
Justiça Estadual: Egrégio Tribunal de Justiça – Colenda Câmara – Eméritos Julgadores – Douta Procuradoria
da Justiça
d) corpo da peça (breve relato, preliminares e mérito)
e) pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico
f) parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB
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Processo nº.....
7 a 10 linhas
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador
infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão das fls.,
interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei 7.210/84 (Lei de
Execução Penal).
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos
termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente
recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado..., para o devido processamento.
Nestes termos,
pede deferimento
Local... e data...
______________________
ADVOGADO...
OAB...
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Processo nº _____________
Colenda Câmara
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
* que indefere o pedido de unificação das penas, com base, por exemplo, na continuidade delitiva;
III) DO PEDIDO
Local... e data...
______________________
ADVOGADO...
OAB...
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Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) de Gabriel, responda aos itens a seguir.
A) Qual o recurso cabível da decisão do magistrado que revogou o benefício do livramento condicional e
determinou o cumprimento da pena restante quando da obtenção do benefício? É cabível juízo de retratação
em tal modalidade recursal? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual argumento deverá ser apresentado pela defesa de Gabriel para combater a decisão do magistrado?
Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação ou transcrição do dispositivo legal
não confere pontuação.
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a uma pena de 07 anos de reclusão. Luan, então, pergunta o nome do advogado do colega de cela, que lhe
fornece a informação. Luan entra em contato pelo telefone indicado e pergunta se algo pode ser feito para
reduzir sua pena, apesar de sua decisão ter transitado em julgado.
Diante dessa situação, responda aos itens a seguir.
A) Qual a tese de direito material que poderia ser suscitada pelo novo advogado em favor de Luan? (Valor:
0,65)
B) A pretensão deverá ser manejada perante qual órgão? (Valor: 0,60)
Sua resposta deve ser fundamentada. A simples citação do dispositivo legal não será pontuada.
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A) Qual foi o recurso interposto pelo Ministério Público contra a decisão do Juiz da Vara de Execuções Penais?
(Valor: 0,50)
B) Está correta a decisão da Corte Estadual, levando-se em conta entendimento jurisprudencial sumulado?
(Valor: 0,75)
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
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2.1) INTRODUÇÃO
Das decisões proferidas pelo Juízo da Execução Penal cabe agravo em execução.
A Lei de Execução Penal não definiu o rito a ser seguido no agravo em execução,
constando, apenas, no seu art. 197, que “Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem
efeito suspensivo”.
Nesse sentido, se não concordar com a decisão proferida, a parte irresignada deverá
apresentar a petição de juntada de agravo em execução no prazo de 05 dias. Após, o juízo a quo fará o primeiro
juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso, intimando-se o recorrente para apresentar, no prazo de 02
dias, as respectivas razões de recurso de agravo em execução, se não apresentadas simultaneamente à
interposição.
2.2) PRAZO
2.3) CONTEÚDO
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7 a 10 linhas
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador
infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes
CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 588 do Código de Processo Penal,
requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação, com posterior
remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça
Nestes termos,
Pede deferimento
Local... e data...
____________________
ADVOGADO...
OAB...
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I) DOS FATOS9
II) DO DIREITO
* Expor argumentos contrários aos invocados nas razões de Agravo em execução
(informados no enunciado da questão), defendo, em síntese, a manutenção da decisão recorrida.
III) DO PEDIDO10
Ante o exposto, requer seja IMPROVIDO o recurso de agravo em execução, MANTENDO-
SE, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos.
2 linhas
Local... e data...
2 linhas
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ADVOGADO...
OAB...
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* Fazer breve relato dos fatos ocorridos, conforme os dados do enunciado (não inventar nada), bem como da
decisão recorrida.
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Requerer o improvimento do recurso de agravo em execução e a manutenção da decisão recorrida. se extrair
do enunciado informações nesse sentido, buscar, ainda, o não conhecimento do recurso (Ex: recurso de agravo
em execução interposto pelo MP de forma intempestiva).
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CONSTITUCIONAL
É o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a
coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.
1.3) ESPÉCIES
b) Habeas corpus preventivo: Se a violência ou coação em sua liberdade de locomoção ainda não ocorreu,
mas há fortes razões para considerar que está na iminência de se configurar, pode-se impetrar habeas corpus
preventivo, buscando o “salvo-conduto”, mediante ordem impeditiva da coação, conforme prevê o artigo 660,
§ 4º, do CPP.
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Falta justa causa para o inquérito policial quando este investiga fato atípico ou
quando já estiver extinta a punibilidade do indiciado.
b) quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei – art. 648, II, do CPP
c) quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo – art. 648, III, do CPP
d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação – art. 648, IV, do CPP
e) quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza – art. 648,
V, do CPP
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1.7) COMPETÊNCIA
O juiz não pode conceder a ordem sobre ato de autoridade judiciária do mesmo
grau.
b) Do Tribunal de Justiça
(...)
a) a concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se por outro
motivo deva ser mantido na prisão.
b) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se
verificou o vício
c) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal,
isto é, haverá o trancamento do inquérito policial ou ação penal.
e) a decisão favorável do habeas corpus pode ser estendida a outros interessados que se encontrem na
situação idêntica à do paciente beneficiado.
B) Preâmbulo: nome e qualificação do impetrante (qualificar, pois se trata de ação - não inventar dados),
fundamento legal (artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88 e art. 648, inciso ...), nome da peça (Habeas
corpus), apontar a autoridade coatora, frase final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos);
C) corpo da peça (Dos fatos e do direito). Abordagem voltada ao constrangimento ilegal à liberdade de
locomoção
D) pedidos: conforme o fundamento invocado: (a) trancamento do inquérito policial; (b) trancamento da ação
penal (se ainda não existir sentença); (c) extinção da punibilidade; (d) nulidade; (e) revogação da preventiva;
(f) relaxamento da prisão em flagrante; (g) liberdade provisória (todos com alvará de soltura)
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7 a 10 linhas
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
III) DO PEDIDO
* extinção da punibilidade
* nulidade
Local... e data...
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ADVOGADO...
OAB...
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WILSON, nacionalidade, estado civil, advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob
o nº...., com endereço profissional ...., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar
HABEAS CORPUS, com pedido liminar, com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88, combinado
com os artigos 647 e artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, contra ato do Juiz Federal
da Seção Judiciária de...., em favor de RAQUEL, nacionalidade, estado civil, RG..., CPF..., pelos fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos
I) DOS FATOS
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto
no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90.
II) DO DIREITO
A paciente foi denunciada pela prática do delito previsto no artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90,
sendo o recebimento da denúncia ratificado pela autoridade coatora. Todavia, o fato praticado por Raquel é
atípico porque não houve o efetivo lançamento definitivo do crédito tributário, nos termos do que dispõe a
Súmula Vinculante nº 24 do STF.
Assim, não há justa causa para ação penal, pois o fato atribuído à paciente é atípico.
III) DO PEDIDO
55
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c) a concessão da ordem de habeas corpus, para o fim de que seja trancada a ação penal, nos
termos do artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal.
Local... e data...
______________________
ADVOGADO...
OAB...
56
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2.1) CONCEITO
Trata-se de recurso destinado a impugnar decisão denegatória de mandado de
segurança, mandado de injunção, habeas data e habeas corpus, decididos em única ou última instância,
interposto no STJ ou STF, conforme a matéria e o tribunal que profere a decisão recorrida.
2.3) IDENTIFICAÇÃO
PEÇA:
PALAVRA MÁGICA:
RECURSO ORDINÁRIO
DENEGATÓRIA DE HC
CONSTITUCIONAL
PAROU!
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A competência para julgar o crime político é da Justiça Federal, nos termos do artigo
109, inciso IV, da CF/88.
Considerando a competência firmada no art. 102, II, “b”, da CF, que não se refere
a decisões de única ou última instância, conclui-se que, tratando-se de crime político, o 2º grau será, sempre,
o STF mediante recurso ordinário.
b) Decisões dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal ou dos Tribunais Federais,
que, em única, denegarem a ordem o mandado de segurança (art. 105, II, “b”, da CF)
Trata-se da hipótese de um determinado Tribunal Estadual ou Federal julgar
mandado de segurança ajuizado em caso de sua competência originária e, ao final, denegar a segurança
pleiteada. Nesse caso, cabe recurso ordinário constitucional para o STJ.
PRAZO
• Regra:
• 05 dias
58
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Nos termos do artigo 30 da Lei 8.038/90, quando for decisão denegatória de habeas
corpus, o prazo será 05 dias para apresentar a petição de interposição do recurso ordinário constitucional, já
acompanhado das razões, conforme Súmula 319 do STF.
O recurso ordinário constitucional para o STF deve ser interposto perante o Tribunal
Superior que proferiu a decisão denegatória do habeas corpus ou mandado de segurança, mediante petição
já acompanhada das respectivas razões. As razões recursais devem ser dirigidas às Turmas do Supremo
Tribunal Federal.
Obs: Na hipótese de recurso ordinário constitucional contra decisão denegatória de mandado de segurança,
o prazo será de 15 dias (art. 33 da Lei 8.038/90).
59
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A) PEÇA DE INTERPOSIÇÃO
7 a 10 linhas
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, vem,
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO
CONSTITUCIONAL, com base no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da CF(se for da competência do STF)
ou no artigo 105, inciso II, “a” da Constituição Federal (se for da competência do STJ), combinado com
os artigos 30 e 32 da Lei nº 8.038/90, requerendo seja o recurso recebido e processado e, ao final, remetido
ao Supremo Tribunal Federal (ou Superior Tribunal de Justiça).
Nestes termos,
Pede deferimento
Local... e data...
____________________
Advogado...
OAB...
60
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Douta Turma
Eminentes Ministros
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
* Os fundamentos de mérito invariavelmente guardam relação com as hipóteses do artigo 648 do CPP.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para o fim de
que seja reformado o acórdão, concedendo-se a ordem de habeas corpus, a fim de que (exemplos...)
* extinção da punibilidade
* nulidade
Local... e data...
______________________
ADVOGADO...
OAB...
61
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1) CONCEITO
É uma ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência
originária dos tribunais, destinada a rever decisão condenatória, com trânsito em julgado,
quando ocorrer uma das hipóteses do artigo 621 do CPP.
Permite-se, portanto, pela revisão criminal, que o condenado possa pedir a qualquer
tempo aos tribunais, nos casos expressos em lei, que reexamine o processo já findo, a fim de ser absolvido
ou beneficiado de alguma forma.
2) IDENTIFICAÇÃO
PALAVRA MÁGICA:
PEÇA:
SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO/
REVISÃO CRIMINAL
PROCESSO FINDO
PAROU!
3) BASE LEGAL
62
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Ex: réu condenado por fato que não constitui crime ou condenação a pena
superior ao limite máximo previsto em lei.
Não basta que seja a prova falha, precária ou insuficiente. Não fundamenta a
revisão, por exemplo, simples falta de fundamentação de laudo pericial.
Com o pedido, o requerente deve apresentar a prova que possua para demonstrar
a falsificação, já que não se permite na revisão a reabertura do processo para a produção de novas provas.
Prova nova é aquela produzida sob o crivo do contraditório, não se admitindo, por
exemplo, depoimentos extrajudiciais. É também aquela que já existia à época da sentença, mas cuja
existência não foi cogitada.
Surgindo novas provas que indiquem que o condenado deveria ser absolvido, ou de
existirem circunstâncias atenuantes ou causas de diminuição de pena não cogitadas, ou não estarem presentes
63
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Há, na hipótese, interesse de agir, pois, além do aspecto moral ínsito à revisão de
uma condenação, pode a decisão condenatória causar gravames ao condenado, não só na esfera civil e
administrativa, como também no campo penal (por exemplo, caracterização da reincidência).
Como demonstra este artigo, trata-se de ação privativa do réu condenado, podendo
ele ser substituído por seu representante legal ou seus sucessores, em rol taxativo – cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. Nucci entende que companheiro(a) também pode.
Portanto, a revisão pode ser pedida pelo próprio réu, independentemente de estar
representado por seu procurador.
A revisão pode ser proposta por procurador legalmente habilitado, não se exigindo
a outorga ao advogado de poderes especiais.
65
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7 a 10 linhas
FULANO DE TAL, nacionalidade, profissão, estado civil, RG... (não inventar dados),
por seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência propor REVISÃO
CRIMINAL, com base 621, inciso ..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO11
III) DO PEDIDO12
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a presente ação de revisão criminal,
a fim de que seja:
a) Alterada a classificação para o crime ..., com base no artigo 626 do Código de Processo Penal; e/ou
d) modificada a pena, a fim de que (Exs: seja afastada a majorante; reconhecida a causa de diminuição da
pena);
e) reconhecido o direito do revisando à indenização, nos termos do artigo 630 do Código de Processo Penal.
Local... e data...
ADVOGADO...
OAB...
11
Os fundamentos de mérito da revisão criminal encontram-se, invariavelmente, no artigo 621 do CPP.
12
Pedidos podem ser extraídos do artigo 626 do CPP: Alteração da classificação do crime, absolvição,
modificação da pena ou nulidade do processo.
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6 EXERCÍCIOS
(Defensor MG/2009 – adaptada - FUMARC) Pajero Full, um jovem advogado, estava exercendo a função de
advogado, perante a 1ª Vara de Família de Canoas, RS, por ocasião da contestação apresentada em processo
de investigação de paternidade, imputou à genitora do investigante a prática de atos sexuais com diversos
homens, afirmando ainda que aquela se dedicava habitualmente à prostituição.
Pajero Full foi informado por seu cliente das atividades exercidas pela genitora do investigante durante as
entrevistas necessárias para elaboração da defesa técnica por ele exercida.
Sentindo-se difamada e injuriada com as alegações de Pajero Full, profundamente indignada a mãe do
investigante ofereceu queixa-crime contra o advogado. A queixa-crime foi distribuída ao juízo da 2ª Vara
Criminal comum daquela cidade, ao entendimento de que aquela causa é de maior complexidade, considerando
o acervo probatório, fugindo, portanto, da competência do juizado especial.
Desta forma, o Juiz da 2ª Vara Criminal de Canoas, RS, após ter restada inexitosa a conciliação, recebeu a
denúncia e determinou a citação do querelado, que sustentou, em sua defesa preliminar, não ser possível a
existência e a continuidade do processo por lhe faltar um dos pressupostos de constituição e desenvolvimento
regular do feito.
O magistrado responsável pelo julgamento indeferiu o pedido formulado na defesa preliminar, dizendo que
deixa para apreciar todas as questões de fato e de direito por ocasião da sentença final.
Elabore a peça processual cabível contra a decisão do magistrado, apontando todos os argumentos jurídicos
para a modificação da decisão hostilizada.
Questões
Questão 01. A Receita Federal identificou que Raquel possivelmente sonegou Imposto sobre a Renda,
causando prejuízo ao erário no valor de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi instaurado, então,
procedimento administrativo, não havendo, até o presente momento, lançamento definitivo do crédito tributário.
Ao mesmo tempo, a Receita Federal expediu ofício informando tais fatos ao Ministério Público Federal, que,
considerando a autonomia das instâncias, ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto
no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Assustada com a ratificação do recebimento da denúncia após a
apresentação de resposta à acusação pela Defensoria Pública, Raquel o procura para, na condição de advogado,
tomar as medidas cabíveis. Diante disso, responda aos itens a seguir.
A) Qual a medida jurídica a ser adotada de imediato para impedir o prosseguimento da ação penal? (Valor:
0,60)
B) Qual a principal tese jurídica a ser apresentada? (Valor: 0,65) O examinando deve fundamentar suas
respostas.
67
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Questão 02. (Exame XIV) Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no Art. 171, do Código
Penal. No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do réu,
com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime causou grave comoção social, além de tratar-se de
um crime grave, que coloca em risco a integridade social, configurando conduta inadequada ao meio social.” O
advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação da medida constritiva de liberdade, impetrou
Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão, já que a considerava ilegal, tendo
em vista que toda decisão judicial deve estar amparada em uma fundamentação idônea. O Tribunal de Justiça,
por unanimidade, não concedeu a ordem, entendendo que a decisão que decretou a prisão preventiva estava
corretamente fundamentada. De acordo com a jurisprudência atualizada dos Tribunais Superiores, responda
aos itens a seguir.
A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve manejar visando à reforma do acórdão? (Valor: 0,65)
B) Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido? (Valor: 0,60)
68
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Questão 3. Fátima foi vítima de acidente fatal no trânsito, na ocasião Fausto dirigia o seu veículo e deu causa
à morte. Inconsolado com a perda, Carmelo, o viúvo, se comprometeu a buscar a responsabilização do autor
do crime. Durante o processo criminal, que tramitou perante a 1ª Vara Criminal de Florianópolis, em que o
motorista Fausto respondeu em liberdade, não foi possível comprovar qualquer modalidade de culpa por parte
de Fausto, logo a absolvição foi a medida imposta. Após o trânsito em julgado da decisão, Carmelo localizou
uma testemunha presencial do delito, de nome Sabrina, que não tinha mais sido localizada, porém estava
presente no momento do fato, tendo sido inclusive ouvida durante a polícia, mas infelizmente na fase judicial
não foi possível, pois estava residindo no exterior. Sabrina informou que Fausto não estava vindo ao lado da via
que indicou em juízo, que o acidente se deu em virtude dele ter feito uma manobra irregular, tendo assim
surpreendido Fátima que estava no local adequado. Sabrina informa ter guardado por cautela uma foto que
tirou logo após o fato que demonstra a parada inicial do veículo na ocasião do acidente. Diante dos fatos
responda:
- Considerando a prova nova, testemunha ocular, é possível oferecer para Carmelo alguma medida ou ação
criminal? Justifique a sua resposta.
Jurisprudência
HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO. SENTENÇA CONDENATÓRIA COM TRÂNSITO EM JULGADO. "ERRO MATERIAL"
EM RELAÇÃO AO REGIME PRISIONAL RECONHECIDO PELO JUÍZO DA EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
REFORMATIO IN PEJUS. INDEVIDA REVISÃO CRIMINAL PRO SOCIETATE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Se é certo
que a fixação do regime inicial aberto para uma condenação por latrocínio (art. 157, § 3º, do Código Penal)
com reprimenda de 18 (dezoito) anos de reclusão, caracteriza evidente "erro material", não menos certo que,
no caso concreto, houve o trânsito em julgado da sentença sem que o órgão acusador opusesse embargos de
declaração ou interpusesse recurso de apelação. Dormientibus non succurrit jus.
2. Tratando-se, com se trata, de Direito Penal adjetivo não se pode falar em correção ex officio de "erro
material", máxime contra o réu. Tal instituto é próprio do Direito Processual Civil (art. 463, I, do CPC).
3. Na esfera penal prevalece o princípio do non reformatio in pejus que impede o agravamento da situação do
réu sem uma manifestação formal e tempestiva da acusação nesse sentido. Inteligência da Súmula 160/STF.
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4. "Trata-se da cabal confirmação do entendimento de que, neste, como noutros temas, o processo penal não
é estruturado por princípios comuns ao processo civil, senão por regras próprias, em razão da prevalência dos
interesses públicos que constituem a substância e o objeto permanente do conflito jurídico típico que se presta
a decidir e, sobretudo, por força do valor supremo do jus libertatis, do qual o processo é concebido e disciplinado
como instrumento de tutela".(STF, HC 83.545/SP, Rel. Ministro CESAR PELUSO, Primeira Turma, DJ 3.6.2006)
5. Nesse viés, seja por nulidade absoluta, seja por "erro material", não se pode agravar (quantitativamente ou
qualitativamente) a situação do réu sem recurso próprio do acusador, sob pena de configurar indevida revisão
criminal pro societate. Precedentes do STJ.
6. Ordem concedida para, reconhecendo o trânsito em julgado da condenação, manter o regime inicial aberto,
como fixado na sentença.
(HC 176.320/AL, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro JORGE MUSSI, QUINTA
TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 17/09/2012)
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OAB 2ª FASE
PROCESSO PENAL
EXERCITANDO PEÇAS
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OAB 2ª FASE
PROCESSO PENAL
PADRÃO DE RESPOSTAS
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Questão 01
Cross Fox foi denunciado por homicídio qualificado. Todavia, após a instrução na 1ª fase restou devidamente
comprovada a inexistência da qualificadora, motivo pelo qual o Juiz de Direito afastou a qualificadora
pronunciando o acusado por homicídio simples. Diante da narrativa, é possível que em Plenário o Ministério
Público sustente a incidência da qualificadora, fundamentando na soberania dos vereditos? Justifique a sua
resposta.
Gabarito Comentado
Não poderá o Ministério Público sustentar a incidência da qualificadora em plenário quando ela for afastada na
pronúncia. Importante registrar que de acordo com o artigo 413, parágrafo 1º, do CPP, a pronúncia firma os
limites da acusação, não podendo a acusação extrapolar os limites ali estabelecidos.
Questão 02
(MP-MS-2011) Tício foi denunciado pela prática de homicídio qualificado pelo motivo torpe (art. 121, § 2º, inc.
I, Código Penal). A denúncia foi recebida e, no decorrer da instrução processual, a defesa requereu exame de
insanidade mental do acusado (art. 149 e seguintes do Código de Processo Penal). Ao final do referido incidente,
restou devidamente comprovado que Tício, ao tempo da ação, em razão de doença mental, era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento. Nos
debates, a defesa apresentou como única tese defensiva a inimputabilidade de Tício. Lastreado em tal premissa,
responda, respectivamente, a seguinte indagação: Qual decisão deverá ser proferida pelo juiz ao final da
primeira fase do procedimento do júri e qual é o recurso cabível? Justifique
Gabarito Comentado
O juiz na 1ª fase deverá absolver sumariamente o acusado, considerando que a única tese defensiva é a
inimputabilidade, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do CPP. O recurso cabível nesse caso seria o de
apelação, nos moldes do artigo 416 do CPP.
Questão 03
Andriotti, líder local do Movimento dos Sem Terras, foi pronunciado pela prática de homicídio qualificado tendo
como vítima um Fazendeiro chamado João Netto, o qual era muito conhecido na comunidade por suas
benfeitorias à região. O fato ocorreu no município João Gabriel, local conhecido por constantes conflitos
envolvendo terras. Sabe-se que as pessoas da Comarca repercutem o assunto, sempre se posicionando a
respeito do caso, havendo fundadas suspeitas sobre a imparcialidade do Júri. Desta forma, na condição de
advogado de Andriotti, qual seria a medida adequada para assegurar da melhor maneira os interesses de seu
cliente, considerando que o julgamento foi designado para ocorrer daqui três meses? Justifique a sua resposta.
Gabarito Comentado
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A defesa poderá requerer ao Tribunal de Justiça o desaforamento, nos termos do artigo 427 do CPP, que se
trata de um deslocamento da competência territorial, para uma das Comarcas mais próximas.
Questão 04
Carlitos foi denunciado pela prática de homicídio doloso contra sua esposa, Carmela. Todavia, após a prova
produzida nos autos restou comprovado que a causa mortis foi um ataque cardíaco, ou seja, uma causa natural,
nada tendo haver com Carlitos. Por tal razão, o magistrado da 1ª Vara Criminal absolveu sumariamente o
acusado. A decisão transitou em julgado. Dois meses após, a filha de Carlitos resolve informar o que ouviu uma
conversa de seu pai com um irmão, informando que teria sido o responsável pela morte de Carmela, tendo
ministrado remédio em sua alimentação, gerando a disfunção que ocasionou a sua morte. Diante dos fatos, é
possível reverter essa decisão de absolvição sumária no júri? Justifique.
Gabarito Comentado
A decisão que absolve sumariamente o acusado faz coisa julgada material, não podendo ser modificada ainda
que haja notícias de prova nova. Aliás, não cabe revisão criminal em prol da sociedade.
Questão 05
Durante os debates orais, o Ministério Público proferiu a leitura de trechos da decisão de pronúncia, inclusive
mencionou que se não estivessem presentes os indícios de autoria e materialidade, os réus não teriam sido
submetidos a julgamento popular por ato do Juiz Presidente. Inobstante, a combativa defesa ter requerido o
encerramento do Júri, o que restou consignado em ata, o magistrado determinou a continuidade. Ao final, os
jurados condenaram o acusado. Diante dos dados trazidos na questão, o que poderá ser pleiteado na condição
de advogado de defesa? Justifique e indique o recurso e a base legal que respaldam a sua resposta.
Gabarito Comentado
Deverá ser arguida a nulidade do julgamento, em razão da afronta ao artigo 478 do CPP. No caso houve menção
aos termos da pronúncia com argumentos de autoridade, informando por exemplo que o Juiz Presidente
reconheceu os indícios de autoria e a materialidade. Tais argumentos podem ser decisivos para o jurado,
portanto o reconhecimento da nulidade se impõe. O recurso adequado para essa impugnação seria o de
apelação, nos termos do artigo 593, III, alínea a, do CPP.
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CAPÍTULO II – RECURSOS
1) AGRAVO EM EXECUÇÃO
Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) de Gabriel, responda aos itens a seguir.
A) Qual o recurso cabível da decisão do magistrado que revogou o benefício do livramento condicional e
determinou o cumprimento da pena restante quando da obtenção do benefício? É cabível juízo de retratação
em tal modalidade recursal? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual argumento deverá ser apresentado pela defesa de Gabriel para combater a decisão do magistrado?
Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação ou transcrição do dispositivo legal
não confere pontuação.
Gabarito comentado
A) Narra o enunciado que Gabriel cumpria pena privativa de liberdade pela prática de crime de porte de arma
de fogo, quando obteve livramento condicional. No curso do livramento condicional, todavia, vem a ser
condenado pela prática de crime de roubo, tendo o magistrado da execução decidido pela revogação do
benefício e também por desconsiderar o período de pena cumprido em livramento. Da decisão proferida pelo
juízo da execução cabe Agravo em Execução, na forma do Art. 197 da Lei de Execuções Penais, com prazo de
interposição de 05 dias. Não há previsão expressa em lei sobre o procedimento a ser adotado no recurso de
agravo, de modo que pacificou a doutrina e a jurisprudência que o processamento a ser adotado é semelhante
ao do recurso em sentido estrito. Diante disso, cabível o juízo de retratação pelo magistrado competente para
execução.
B) O argumento a ser apresentado pela defesa de Gabriel é que não poderiam ter sido desconsiderados os
dias de livramento condicional como pena cumprida. De fato, Gabriel foi condenado, definitivamente, pela
prática de crime no curso do livramento condicional, logo cabível a revogação do benefício. Trata-se, inclusive,
de hipótese de revogação obrigatória. Ocorre que a condenação que justificou a revogação foi em razão da
prática de delito anterior à obtenção do benefício, e não de novo crime praticado no curso do livramento.
Dessa forma, as condições do livramento condicional vinham sendo regularmente cumpridas pelo apenado,
de modo que os dias em que ficou em livramento deverão ser computados como pena cumprida e não
desconsiderados. Assim, errou o magistrado ao afirmar que deveria Gabriel cumprir 01 ano e 06 meses de
pena, desconsiderando os 06 meses cumpridos de livramento. Nos termos do aqui exposto estão as previsões
dos Art. 86 e do Art. 88, ambos do Código Penal, além do Art. 141 da Lei 7.210/84.
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mesma (reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos), o aumento de pena pelo fato da associação ser armada passou a
ser de até a metade e não mais do dobro. Procurado pela família de João, responda aos itens a seguir.
A) O que a defesa técnica poderia requerer em favor dele? (Valor: 0,65)
B) Qual o juízo competente para a formulação desse requerimento? (Valor: 0,60) Obs.: sua resposta deve ser
fundamentada. A simples citação do dispositivo legal não será pontuada.
GABARITO COMENTADO
A) A defesa técnica de João poderia requerer a aplicação da lei nova, que é mais benéfica para o acusado. A
redação anterior do Art. 288, parágrafo único, do CP previa que, no caso daquele crime ser praticado com armas
de fogo, a pena seria dobrada. Hoje, o dispositivo prevê que a pena, nessa mesma hipótese, será “apenas”
aumentada de, no máximo, metade. Assim, no caso de João, como sua pena base foi aplicada em 03 anos, a
pena final restaria em, no máximo, 04 anos e 06 meses. A nova lei, então, é favorável ao condenado, de modo
que pode retroagir para atingir situações pretéritas, na forma do Art. 2º, parágrafo único, do CP.
B) Considerando que já houve trânsito em julgado da sentença condenatória, o juízo competente para
formulação do requerimento é o da Vara de Execuções Penais, na forma do enunciado 611 da Súmula não
vinculante do STF ou do Art. 66, inciso I, da LEP.
80
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inovação legislativa ocorrida no ano de 2009, a conduta antes prevista no Art. 214 do Código Penal passou a
ser englobada pela figura típica do Art. 213 do CP. Apesar de não ter havido abolitio criminis, certo é que a lei
é mais benéfica. Sendo assim, poderá retroagir para atingir situações anteriores e caberá a redução de pena de
Luan. A jurisprudência amplamente majoritária entende que, de acordo com a nova redação, o Art. 213 do CP
passou a prever um tipo misto alternativo. Assim, quando praticada conjunção carnal e outro ato libidinoso
diverso em um mesmo contexto e contra a mesma vítima, haveria crime único. Outros, minoritariamente,
entendem que o artigo traz um tipo misto cumulativo, de modo que ainda seria possível punir o agente que
pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso diverso por dois crimes. De qualquer forma, mesmo para essa
segunda corrente, caberia a redução de pena de Luan, pois agora seria possível a aplicação da continuidade
delitiva, já que os crimes são de mesma espécie. O examinando poderá adotar qualquer uma das duas correntes,
desde que assegure a aplicação da nova lei mais benéfica para Luan.
B) O órgão competente perante o qual deverá ser formulado o pedido de aplicação da lei mais benigna e,
consequentemente, da redução da pena é o juízo da Vara de Execuções Penais, considerando que já ocorreu o
trânsito em julgado da sentença condenatória, na forma da Súmula 611 do STF ou do Art. 66, inciso I, da LEP.
ITEMDISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS PONTUAÇÃO
A) A tese adequada é a da aplicação da lei mais 0,00/0,10/0,25/0,30/0,35/0,40/0,55/0,65
benéfica ao condenado, que importará na redução
da sua pena, (0,30) tendo em vista que a alteração
legislativa transformou o tipo penal do estupro em
misto alternativo, portanto crime único OU tendo em
vista que a alteração legislativa transformou o tipo
penal do estupro em misto cumulativo, sujeito à
aplicação da continuidade delitiva (0,25) o que
permite sua aplicação para fatos praticados antes de
sua entrada em vigor, ainda que a decisão seja
definitiva (0,10).
0,00 /0,10/0,50/0,60
B) O pedido deverá ser formulado perante a Vara de
Execuções Penais, pois existe decisão com trânsito
em julgado (0,50), na forma da Súmula 611 do STF
OU do Art. 66, inciso I, da LEP (0,10).
Obs.: a mera citação do dispositivo legal não será
pontuada.
81
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Obs.: o examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não pontua.
GABARITO COMENTADO
A questão objetiva extrair do examinando conhecimento acerca da lei penal no tempo (regramento legal e
entendimento jurisprudencial), bem como da execução penal.
Nesse sentido, relativamente à alternativa “A”, o examinando deve indicar que o recurso a ser interposto é o
agravo, previsto no artigo 197 da LEP.
Tendo em conta a própria natureza do Exame de Ordem, a mera indicação do dispositivo legal não será
pontuada. No que tange ao item “B”, por sua vez, a resposta deve ser lastreada no sentido de que, de acordo
com os verbetes 26 da súmula vinculante do STF e 471 da súmula do STJ, Mário, por ter cometido o crime
hediondo antes da Lei 11.464/2007, não se sujeita ao artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, por se tratar de novatio
legis in pejus, devendo ocorrer sua progressão de regime com base no artigo 112 da Lei de Execuções Penais,
observando o quantum de 1/6 de cumprimento de pena.
Cabe destacar que tal entendimento surgiu do combate ao artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, que previa o
cumprimento de pena no regime integralmente fechado para os crimes hediondos ou equiparados. Após longo
debate nos Tribunais Superiores, reconheceu-se a inconstitucionalidade da previsão legal, por violação ao
princípio da individualização da pena, culminando na progressão de regime com o quorum até então existente,
qual seja, 1/6 com base no artigo 112 da LEP.
O legislador pátrio, após o panorama jurisprudencial construído, alterou a redação do artigo 2º, § 2º, da Lei
8.072/90, autorizando a progressão de regime de forma mais gravosa para aqueles que cometeram crimes
hediondos, por meio do cumprimento de 2/5 para os réus primários e 3/5 para os reincidentes.
No entanto, a nova redação conferida ao artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, por meio da Lei 11.464/2007, externa-
se de forma prejudicial àqueles que cometeram crimes hediondos em data anterior a sua publicação, tendo em
vista que os Tribunais Superiores autorizavam a sua progressão com o cumprimento de 1/6 da pena.
Diante dessa construção jurisprudencial, os Tribunais Superiores pacificaram o entendimento por meio dos
verbetes 26 da súmula vinculante do STF e 471 da súmula do STJ.
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A) Qual o recurso cabível da sentença proferida pelo magistrado determinando a desinternação de Marcos?
(Valor: 0,75)
B) Qual o prazo para interposição desse recurso? (Valor: 0,25)
C) A interposição desse recurso suspende ou não a eficácia da sentença proferida pelo magistrado?
(Valor: 0,25)
GABARITO COMENTADO
A) Como se trata de decisão proferida pelo juiz da execução penal, o recurso cabível é o Agravo, previsto no
Art. 197, da Lei de Execução Penal - 7.210/84.
B) O prazo para a interposição do recurso é de 05 (cinco) dias, contados da data da publicação da decisão no
D.O., conforme dispõem as Súmulas do STF 699 e 700.
SÚMULA 699 - O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO, EM PROCESSO PENAL, É DE CINCO DIAS, DE
ACORDO COM A LEI 8038/1990, NÃO SE APLICANDO O DISPOSTO A RESPEITO NAS ALTERAÇÕES DA LEI
8950/1994 AO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
SÚMULA 700 - É DE CINCO DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA
EXECUÇÃO PENAL.
C) Via de regra, o recurso de Agravo em Execução não tem efeito suspensivo, conforme previsão do Art. 197,
da LEP. Todavia, a hipótese tratada no enunciado é a única exceção à regra supramencionada, i.e., o agravo
possui, na hipótese do enunciado, efeito suspensivo, conforme previsto no Art. 179, da LEP. Portanto, a
interposição desse recurso suspende a eficácia da sentença.
OS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB
ITEMDISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS PONTUAÇÃO
A - Agravo em Execução (0,55), previsto no Art. 197 da Lei de 0,00/0,55/0,75
Execução Penal - 7.210/84 (0,20).
Obs.: A mera indicação ou reprodução do conteúdo do artigo não
pontua.
B - O prazo para a interposição do recurso é de 05 (cinco) dias (0,15), 0,00/0,15/0,25
conforme previsto na Súmula 700 ou Súmula 699, ambas do STF
(0,10). Obs.: A mera indicação da Súmula não pontua
C - A interposição desse recurso suspende a eficácia da sentença, 0,00/0,25
conforme previsto no Art. 179, da LEP c/c Art. 197, da LEP (0,25).
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já classificado como pena substitutiva (Art. 44 do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in idem, importando
na aplicação de dúplice sanção.
Ademais, o Art. 44 do Código Penal é claro ao afirmar a natureza autônoma das penas restritivas de direitos
que, por sua vez, visam substituir a sanção corporal imposta àqueles condenados por infrações penais mais
leves. Diante do caráter substitutivo das sanções restritivas, vedada está sua cumulatividade com a pena
privativa de liberdade, salvo expressa previsão legal, o que não é o caso.
Precedente: STJ - Habeas Corpus n. 218.352 - SP (2011/0218345-1)
GABARITO COMENTADO
De acordo com a jurisprudência atualizada, tanto do STJ como do STF, bem como com o mandamento descrito
no Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em Habeas Corpus caberá Recurso Ordinário. O Art. 30, da Lei nº
8.038/90, determina ser de 05 (cinco) dias o prazo para interposição de recurso ordinário contra decisão
denegatória de Habeas Corpus proferida pelos Tribunais dos Estados. No caso narrado no enunciado, o recurso
deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal,
já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.
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CAPÍTULO VI – EXERCÍCIOS
(Defensor MG/2009 – adaptada - FUMARC) Pajero Full, um jovem advogado, estava exercendo a função de
advogado, perante a 1ª Vara de Família de Canoas, RS, por ocasião da contestação apresentada em processo
de investigação de paternidade, imputou à genitora do investigante a prática de atos sexuais com diversos
homens, afirmando ainda que aquela se dedicava habitualmente à prostituição.
Pajero Full foi informado por seu cliente das atividades exercidas pela genitora do investigante durante as
entrevistas necessárias para elaboração da defesa técnica por ele exercida.
Sentindo-se difamada e injuriada com as alegações de Pajero Full, profundamente indignada a mãe do
investigante ofereceu queixa-crime contra o advogado. A queixa-crime foi distribuída ao juízo da 2ª Vara
Criminal comum daquela cidade, ao entendimento de que aquela causa é de maior complexidade, considerando
o acervo probatório, fugindo, portanto, da competência do juizado especial.
Desta forma, o Juiz da 2ª Vara Criminal de Canoas, RS, após ter restada inexitosa a conciliação, recebeu a
denúncia e determinou a citação do querelado, que sustentou, em sua defesa preliminar, não ser possível a
existência e a continuidade do processo por lhe faltar um dos pressupostos de constituição e desenvolvimento
regular do feito.
O magistrado responsável pelo julgamento indeferiu o pedido formulado na defesa preliminar, dizendo que
deixa para apreciar todas as questões de fato e de direito por ocasião da sentença final.
Elabore a peça processual cabível contra a decisão do magistrado, apontando todos os argumentos jurídicos
para a modificação da decisão hostilizada.
Gabarito Comentado
A peça a ser elaborada é um Habeas Corpus, para trancamento da ação penal, com base no artigo 648, inciso
I, do CPP e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal.
Tese da atipicidade da conduta considerando o artigo 142 do Código Penal.
Questão 01. A Receita Federal identificou que Raquel possivelmente sonegou Imposto sobre a Renda,
causando prejuízo ao erário no valor de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi instaurado, então,
procedimento administrativo, não havendo, até o presente momento, lançamento definitivo do crédito tributário.
Ao mesmo tempo, a Receita Federal expediu ofício informando tais fatos ao Ministério Público Federal, que,
considerando a autonomia das instâncias, ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto
no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Assustada com a ratificação do recebimento da denúncia após a
apresentação de resposta à acusação pela Defensoria Pública, Raquel o procura para, na condição de advogado,
tomar as medidas cabíveis. Diante disso, responda aos itens a seguir.
A) Qual a medida jurídica a ser adotada de imediato para impedir o prosseguimento da ação penal? (Valor:
0,60)
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B) Qual a principal tese jurídica a ser apresentada? (Valor: 0,65) O examinando deve fundamentar suas
respostas.
A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
Gabarito comentado
A) Deve o advogado de Raquel impetrar de imediato habeas corpus visando ao “trancamento” da ação penal,
pois o fato ainda não é típico. B
B) A situação narrada representa constrangimento ilegal a Raquel, pois, de acordo com a Súmula Vinculante
24, não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo. Dessa
forma, vêm entendendo os Tribunais Superiores que, antes do esgotamento da instância administrativa com
lançamento do tributo, não pode ser oferecida denúncia pela prática do crime (Art. 1º, incisos I ao IV, da Lei
nº 8.137).
Questão 02. (Exame XIV) Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no Art. 171, do Código
Penal. No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do réu,
com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime causou grave comoção social, além de tratar-se de
um crime grave, que coloca em risco a integridade social, configurando conduta inadequada ao meio social.” O
advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação da medida constritiva de liberdade, impetrou
Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão, já que a considerava ilegal, tendo
em vista que toda decisão judicial deve estar amparada em uma fundamentação idônea. O Tribunal de Justiça,
por unanimidade, não concedeu a ordem, entendendo que a decisão que decretou a prisão preventiva estava
corretamente fundamentada. De acordo com a jurisprudência atualizada dos Tribunais Superiores, responda
aos itens a seguir.
A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve manejar visando à reforma do acórdão? (Valor: 0,65)
B) Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido? (Valor: 0,60)
Gabarito comentado
De acordo com a jurisprudência atualizada, tanto do STJ como do STF, bem como com o mandamento descrito
no Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em Habeas Corpus caberá Recurso Ordinário. O Art. 30, da Lei nº
8.038/90, determina ser de 05 (cinco) dias o prazo para interposição de recurso ordinário contra decisão
denegatória de Habeas Corpus proferida pelos Tribunais dos Estados. No caso narrado no enunciado, o recurso
deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal,
já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.
Questão 3. Fátima foi vítima de acidente fatal no trânsito, na ocasião Fausto dirigia o seu veículo e deu causa
à morte. Inconsolado com a perda, Carmelo, o viúvo, se comprometeu a buscar a responsabilização do autor
do crime. Durante o processo criminal, que tramitou perante a 1ª Vara Criminal de Florianópolis, em que o
motorista Fausto respondeu em liberdade, não foi possível comprovar qualquer modalidade de culpa por parte
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de Fausto, logo a absolvição foi a medida imposta. Após o trânsito em julgado da decisão, Carmelo localizou
uma testemunha presencial do delito, de nome Sabrina, que não tinha mais sido localizada, porém estava
presente no momento do fato, tendo sido inclusive ouvida durante a polícia, mas infelizmente na fase judicial
não foi possível, pois estava residindo no exterior. Sabrina informou que Fausto não estava vindo ao lado da via
que indicou em juízo, que o acidente se deu em virtude dele ter feito uma manobra irregular, tendo assim
surpreendido Fátima que estava no local adequado. Sabrina informa ter guardado por cautela uma foto que
tirou logo após o fato que demonstra a parada inicial do veículo na ocasião do acidente. Diante dos fatos
responda:
- Considerando a prova nova, testemunha ocular, é possível oferecer para Carmelo alguma medida ou ação
criminal? Justifique a sua resposta.
Gabarito comentado
No âmbito criminal não há medida ou ação a ser oferecida a Carmelo, uma vez que não se pode diante de prova
nova desfavorável ao réu relativizar a coisa julgada. Assim sendo, a Revisão Criminal somente poderá ser feita
dos processos com sentença condenatória transitada em julgado, como regra, conforme o artigo 621 do CPP.
A sugestão seria buscar orientação na esfera civil, para fins de eventual responsabilização.
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02.PEÇA.PRÁTICO-PROFISSIONAL
PEÇA RESOLVIDA – CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
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03.PEÇA.PRÁTICO-PROFISSIONAL
PEÇA RESOLVIDA – RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta
Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um
dos assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a
passar a frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer
relação de confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial
disfarçado convence o investigado a praticarem um roubo em determinada agência bancária.
Diante disso, no dia 15 de outubro de 2012, previamente engendrados, o policial disfarçado
e o investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária
e anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro
Rocha em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final,
o Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades
legais, e encaminhou à autoridade judiciaria. O Magistrado converteu a prisão em flagrante
em prisão preventiva, com base no artigo 310, inciso II, do Código de Processo Penal.
Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado, impetrou Habeas corpus, que foi
denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Com base
somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto
acima, na qualidade de advogado de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente. (valor: 5,0)
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