PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E CULTURA ESTADO DA ARTE ORIENTADOR: PROF. DR. DORIEDSON S. RODRIGUES ESTUDANTE: ELLEN RODRIGUES DA SILVA ANÁLISE TEXTUAL GERMANO, José Wellington. Estado militar e educação no Brasil (1964-1985). São Paulo: Cortez, 1993. TEMA A obra trata-se da tese de doutoramento do autor e seu conteúdo inter- PERSPECTIVA relaciona através de análise de discurso, o período sombrio da política brasileira com as políticas educacionais da época. Desta forma o autor procura mostrar as continuidades e descontinuidades no âmbito da educação brasileira no período de 1964 a 1985. PROBLEMATIZAÇÃO Evidenciar as repercussões no campo educacional no que diz respeito as políticas educacionais e as relações de poder nesta conjuntura decorrente das relações do Estado e Sociedade Civil e de como esta relação foi preponderante para hegemonizar a classe dominante e manutenção do status quo. TESE O Regime militar foi construído como mecanismo de petrificação às ações que pudessem fortalecer a classe trabalhadora, ou seja, a classe historicamente desfavorecida, assim o golpe se consolida financiado pela burguesia e em seus 20 anos concretiza a classe dominante, que passa a direcionar o sistema educacional brasileiro de acordo com os seus interesses em consonância com o sistema do mercado, isto é, o capitalismo. CONSIDERAÇÕES As políticas educacionais neste período agiram ideologicamente para que o campo da educação fosse gradativamente privatizado. Neste sentido a reforma universitária causou grandes impactos na forma como foi conduzida, desqualificando a educação pública. A classe social média, que apoiara o golpe, teve um papel preponderante no tom dado à reforma universitária. “ A partir de 1964, acordos foram feitos entre o MEC e a Usaid – uma agência do governo americano – abrangendo todos os níveis de ensino. Outros assessores norte-americanos, a serviço do MEC, como Rudolf Atcon, se envolveram também na definição da reforma universitária. Desse modo, a tônica do chamado Relatório Atcon (1966) recaía sobre a necessidade de disciplinar a vida acadêmica, coibindo o protesto, reforçando a hierarquia e a autoridade. Além disso, o Relatório enfatiza a importância de racionalizar a universidade, organizando-a em moldes empresariais, privilegiando, assim, a questão da privatização do ensino” (p.117) COMENTÁRIO A estratégia golpista de privatização da educação desqualificou a escola pública em todos os níveis, contribuindo para ampliar a distância entre as classes sociais. Esta estratégia posta em prática perversamente no regime militar, preserva resquícios que ainda é percebível atualmente, em alguns casos é tão presente, que temos a sensação que o golpe na educação não foi superado. Acredita-se, com isso, que o golpe militar de 1964 – 1985, atingiu a educação de tal forma, que ainda sentimos os impactos deste período “sombrio” na realidade educacional brasileira.