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Perspectivas de Abordagem
- as drogas são uma questão privada e não se admite discurso que infiram na liberdade
individual
- jornais: fatos dramáticos podem se tornar corriqueiros – o discurso médico não pode se
resumir a explicações biológicas em torno dos efeitos das drogas e da intoxicação.
- hoje a droga é usada pela busca do efeito, sem rito, cultura ou espiritualidade; atinge
mais os grupos urbanos – mercado de consumo (globalização – Morin)
- uso de ópio na Idade da Pedra (Castro, 1996); uso de plantas com propriedades
psicoativas: dos antigos iranianos (persas) às comunidades indígenas sul-americanas
(Lévi-Strauss, 1976)
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- as substâncias psicoativas nas comunidades primitivas desempenham um papel
cultural fundamental: união do grupo, identificação à cultura que o gerou, confirmação
dos mitos e lendas
- até o início dos anos 60 (sec XX) – as drogas não constituíam um problema de saúde
pública – interesse restringia-se a médicos, intelectuais e a grupos marginais
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- T. Leary (psicólogo): possibilidades experimentais e terapêuticas dos
alucinógenos (LSD) – primeiro passo para romper o acordo tácito que vigia na
sociedade (que restringia as drogas aos marginais, artistas e cientistas) – passa a
defender o uso da droga para melhorias na espécie humana – publicidade do produto e o
meio para que a mensagem fosse difundida: rock’n roll (1960) – Beatles (Lucy in the
Sky with Diamonds); Jimi Hendrix (Are you experienedci¿); bandas como “Sacred
Mushroom” ou “Iron Butterfly” – incentivo ao uso dos psicodélicos
A clínica da toxicomania
- a dependência pode envolver desde o sujeito que faz uso regular até o sujeito no qual
ocorrem alterações induzidas por drogas que persistem além do período do efeito direto
da substância
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- fenômeno que unifica: a dependência – conjunto de sintomas cognitivos,
comportamentais e fisiológicos que indica que o indivíduo mantém o consumo de
drogas apesar de problemas relacionados ao uso.
- evidencia da tolerância
- DSM-IV: abuso de drogas – padrão de uso prejudicial por um ano, pelo menos. Os
prejuízos incluem falhas nas obrigações laborais, escolares ou familiares, dificuldades
relacionais devido à irritabilidade crescente (quando na abstinência), aumento da
agressividade e indiferença em relação ao sofrimento que causa aos outros, e o uso em
circunstâncias perigosas, tanto pessoais quanto legais.
Neurobiológica
- detecção das anormalidades biológicas que se produzem pelo uso repetido de drogas
- hipótese biológica: quando o sujeito ingere drogas repetidamente promove alterações no equilíbrio da
liberação e recaptação de neurotransmissores. Essas mudanças afetam o sinal que o metabolismo manda
para regular a atividade intracelular. Esta atividade é, então, subvertida no nível da expressão dos genes.
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- fatores hereditários representam um dado significativo no abuso ou dependência de
drogas – gene DRD2 está envolvido no circuito cerebral e na psicopatologia do adicto
Psicanalítica
- Rosenfeld (1968): o ego do toxicômano é fraco e não dispõe de força para suportar o
peso da depressão e só alcança estados maníacos (onipotentes e megalomaníacos) com o
auxílio da droga; há uma associação do apaixonamento e escravidão à droga com o
estado de satisfação infantil, em que a criança utiliza suas fantasias de satisfação
alucinatórias de desejos para lidar com suas ansiedades
- Autores atuais: o uso de drogas, mais que favorecer o reencontro com a felicidade
perdida, com o imaginativo orgasmo alimentar, instaura uma balbúrdia na condição
erógena do sujeito, restringindo suas possibilidades de prazer e a multiplicidade de
objetos à disposição da obtenção do prazer.
Cognitiva
Tratamento
Farmacoterapia
- fármacos que visam minorar o desejo intenso de voltar ao encontro com a droga
(dependência e fissura):
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Psicoterapia