Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Objetivos do Capítulo
Buscar e resgatar os projetos e propostas republicanas sobre a organização
do sistema de Instrução Pública em Minas Gerais e os apelos à mulher para o
trabalho docente;
A constituição da visão idealizada da profissão do magistério em suas
profissionais;
Objetivos Específicos
Metodologia
História Oral realizada com sete normalistas que atuaram ou não nas escolas
de ensino fundamental.
Breve apresentação geral das entrevistadas
A gente via que era a melhor opção para a mulher naquele tempo,
principalmente no interior, lugar pequeno [...] Quem não tinha condições de
ser professora, ia ser costureira, ou outro servicinho assim [...]. Não tinha
escola. Era a única profissão abraçada pela mulher. (pg. 116)
A partir desse período a história passou a ensinar que o bem estar social e
a qualidade de vida de uma nação eram determinados pelas causas morais.
Também a história ensinava que somente as sociedades que respeitavam
suas mulheres, defendiam-nas contra os males do mundo, valorizando-as
em suas tarefas especificamente femininas, tornar-se-iam pródigas, nobres
e capazes de afirmar-se como nação. Essa ideologia repassava às
mulheres a responsabilidade de liderar uma cruzada civilizatória no sentido
de restaurar o senso de moralidade do mundo. Tal cruzada foi assumida de
uma forma idealizada pela sociedade e pelas próprias mulheres.
Ser professora era sem duvida, a melhor profissão para a mulher [...]. A
gente era “a Professora”. Além do mais, a profissão permitia, por exemplo, a
mãe de família trabalhar, dando aulas quatro horas por dia, ou seja, permite
a pessoa exercer a profissão para ganhar “ um dinheirinho” e ainda cumprir
o dever de dona de casa. Neste ponto, a profissão ainda é vantajosa para a
mulher embora a maioria das professoras trabalhem demais [...] A lida da
professora sempre foi grande[...] O homem não tolera esse regime de
trabalho [...] principalmente com o salário da profissão [...] Além do mais o
trabalho de reger classe nas séries iniciais é difícil e tem que ter uma
vocação especial, muito desprendimento mesmo. (p.121)
Durante esse período o cargo do diretor foi instituído dentro da escola, sobre
isso a entrevistada (n°1) comenta:
Outro ponto colocado pelo autor é que o ensino era técnico, mais preocupado
com aspectos superficiais como afazeres doméstico, obediência, baseado em
normas e controles, como podemos perceber com clareza nas palas da entrevistada
(n° 7):
As escolas normais eram muito voltadas para o aprimoramento das
qualidades femininas, para o desempenho de atividades domésticas
Como: a socialização, as prendas domésticas, o papel de mãe na família,
que enriquecem o currículo da moça normalista. Além disso, era-nos
repassada uma grande sode de idealismo e muita disciplina.
Mas para a mulher desse período o autor, através da voz das entrevistadas,
apresenta a hipótese de que trabalhar como professora significa uma oportunidade,
de realizar atividades fora do cenário doméstico e familiar. Era um meio de poder se
envolver socialmente, oque até então era limitado aos homens.
Além disso, outra ideia demostrada nos depoimentos é que elas não tinham o
salário como umas das prioridades, mas sim a dedicação abnegada pela educação
das crianças até por que existia a ideia de que a professora como segunda mãe.
Havia incentivo por parte da família dessas jovens, pois ser professora na
época trazia certo prestígio social. Durante esse período as escolas normais
mineiras difundiam a ideia de que ser professora é mais do um trabalho qualquer é
algo “especial”.
Uma das entrevistadas percebeu que, apesar de todo o reconhecimento
recebido pela família e sociedade, havia uma forte cobrança tanto pela escola
normal quanto pela secretária de educação.
Nessa época as avaliações passam a ser utilizadas como mecanismo de
controle. Para essa afirmação o autor autor nos apresentas os apontamentos de
Foulcaut (1991) sobre o exame como uma instrumento que combina as técnicas da
hierarquia que vigia com as da nações que normaliza:
Podemos perceber nos relatos das entrevistadas que apesar de toda a ideia
de vocação, dedicação e amor, a mulher recebia menores salários. E como
profissional pela própria condição do gênero, era considerada submissa ao homem.
Gerando assim uma ideia de que quem dedica ao trabalho social é por que faz uma
renuncia a ambição econômica. Ilustrando essa questão o autor apresenta as
palavras da entrevistada (n°///):
A figura do “marido da mulher” pode ser encarada por dois ângulos, quando
se considera a mulher. Se, por um lado, ela, enquanto professora, corria o
risco de casar com um homem preguiçoso, que subvertia, em termos,
evidentemente, o conteúdo dos papéis do homes e da mulher, por outro
lado, o fato de ser a professora poderia ser um fator de atração, mas
atração de parceiros mal vistos socialmente.(Paixão,1991p.16)
Outro fator importante nesse sentido é que apesar da mulher apresentar certo
conformismo em relação ao salário, percebe que era de grande importância para a
manutenção de sua sobrevivência. Nesse sentido percebemos alguma revolta nas
palavras da entrevistada
No entanto, essas novas regras não foram muito aceita e muitos intelectuais
inclusive mulheres se posicionaram contra, e acabaram sendo perseguidos por
Vargas. Cecilia Meirelles uma das intectuais que se posicionavam nesse sentido se
manifestou dizendo: