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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
ANTROPOLOGIA
INTRODUÇÃO À ETNODOCUMENTAÇÃO

JOÃO VÍTOR VELAME

O Grafismo Potiguara

Rio Tinto, 2018


Apresentação

Esta prancha ilustra as pinturas corporais Potiguara. Foram realizadas durante o dia do
índio (19 de abril) na aldeia São Francisco na Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba.
Busco estudar e ganhar mais conhecimento sobre o grafismo Potiguara - projeto de
pesquisa “O grafismo - Estudo etno artístico através da ornamentação do corpo”.

A motivação principal veio de um experimento realizado com narrativas ouvidas na


aldeia indígena Potiguara de São Francisco durante uma breve incursão etnográfica
entre outubro e novembro de 2017. Onde realizei um ensaio gráfico sobre os seres da
mata, seres encantados, espíritos zombeteiros e outras entidades que aparecem em
muitas das narrativas que podem ser escutadas entre o povo Potiguara. Assim, analiso as
conexões dos significados através das pinturas corporais; as pinturas vão muito além do
que apenas formas geométricas, carregam em si uma variedade de significados, um
olhar a etnografia das pinturas no corpo, e a pele, como sede de signos sociais. Neste
estudo procurou abordar a transposição do mundo real e imagético a uma compreensão
dos signos do mundo presente. Procuro repensar nas artes como uma maneira e forma
de conhecimento de coisas que não conseguem ser articuladas na vida concreta.

Para realizar as fotografia fui a campo apenas uma vez. Usei das experiências cotidianas
para ir a diferentes campi, conversando com discentes Potiguara dentro e fora do espaço
acadêmico, observando pessoas indígenas e não indígenas serem pintadas, e através da
entrevista que realizei com o estudante da etnia Tabajara, Juscelino Silva de Souza.

A série aqui apresentada, mostra algumas das pinturas através da fotografia, num estilo
próprio, que experimentei na medida em que ia ouvindo e transcrevendo os diferentes
significados das pinturas indígenas locais. O trabalho teve como base a Oficina de
Fotografia ministrada pelo técnico administrativo do CCAE (Centro de Ciências
Aplicadas e Educação) Glauco Fernandes Machado, seguidamente a Oficina de
Fotografia ministrada por João Batista Soares Neto, e a disciplina de Antropologia
Visual I ministrada pelo professor João Martinho Braga de Mendonça, ambas no
primeiro semestre de 2018 na Universidade Federal da Paraíba. As legendas que
acompanham cada fotografia oferecem um breve comentário que permite identificar
verbalmente um ou mais atributos relativos a cada pintura representada nas imagens.

Depois de realizar as imagens, separei-as em duas categorias, as imagens que usaria


para a prancha e fotos para "retomada" ao campo, estudos de foto-elicitação. Para isso
revelei as fotografias realizadas na Aldeia São Francisco, e tenho a intenção de
futuramente retomar à região para que os moradores ajudem a identificar e escolher
quais fotos serão entregues às pessoas presentes nas fotografias. Como foram
selecionadas muito mais fotografia do que seria possível colocar na prancha, tomei essa
escolha como uma primeira seleção.

Assim, o ensaio, realizado na Aldeia São Francisco, busca apresentar os diferentes usos
e significados do grafismo Potiguara, retratados no ano de 2018.
Prancha I
O GRAFISMO POTIGUARA

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1.
A tinta. Para a produção da tinta do jenipapo são necessários oito dias de preparação,
durante esse período o líquido fica de molho. A pintura também é algo sagrado, muitos
povos preferem não falar sobre o procedimento da criação da pintura, pois faz parte do
ritual simbólico da criação do grafismo.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

2.
Pintando. Pintura Corporal Potiguara, realizada antes do momento das ​furnas​, as ​furnas
são formadas por histórias de perseguições aos índios, à usavam como esconderijo.
Também é conhecida por alguns índios como terreiro de ouricuri, seu espaço de culto. A
pintura a ser realizada é o traçado, qual simboliza o guerreiro.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

3.
O ritual do Toré. Logo após o momento das ​furnas​, acontece o ritual do Toré, este em
específico foi realizado na capoeira dos cajueiros, o terreiro sagrado Potiguara, na
Aldeia São Francisco. O toré sempre acontece girando no sentido anti-horário, cada
pessoa vira-se para o seu vizinho, cumprimentando-o com o tronco e em seguida
virando-se para o seu outro vizinho e da mesma forma cumprimentando-o, este
movimento é um dos passos básicos da coreografia e é realizado repetidamente.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

4.
O Urucum e o Jenipapo
O Urucum traz a cor vermelha do sangue e a força dos guerreiros antepassados. O
Jenipapo oferece a cor da Mãe Terra, fonte de energia. Observe a expressão no rosto da
criança, olhar fixo, lábios firmes, postura sincronizada ao ritmo das zambumbas.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

5.
A folha da Jurema. A ​pintura da folha da Jurema (planta sagrada Potiguara) é símbolo
da espiritualidade, de energização e cuidado. Os Potiguaras usam das pinturas corporais
para representar seus sentimentos de dor, afeto, respeito, crescimento, entre outras
expressões e comportamentos.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

6.
O ritual do Toré. Observe que a pintura sincroniza com o corpo, dando formas às
pinturas, variando sua composição de acordo com os movimentos que é realizado. Note,
no braço direito está pintado o grafismo do traçado, significando a força potiguara
guerreira, e nas costas se vê a colmeia, significando a união.
Autoria de João Vítor Velame, 19 de abril de 2018. Acervo do autor

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